sessão 6

Mecânica dos materiais

2022|2023

CTeSP em Mecânica Automóvel

 Mecânica dos materiais
2022 | 2023

est Sílvia Ribeiro

smribeiro@ipca.pt
 Ensaios

Ensaios Mecânicos

2022|2023 Mecânica dos materiais pág. 3

 Ensaios mecânicos

Existem vários ensaios para testar um material: ensaio de tração, ensaio compressão,
ensaio de dureza, ensaio de flexão, ensaio de torção, ensaio de impacto, ensaio de fadiga e
ensaio de fluência.

dureza torção

flexão

impacto fadiga fluência

Destes ensaios, o ensaio mais simples para determinar as propriedades mecânicas do

material é o ensaio de tracção estático.
2018|2019 Mecânica dos materiais pág. 4
 Ensaios mecânicos
Ensaio Tração

vídeo

• A resistência de um material é obtida a partir do ensaio de tração.

• A tensão de cedência a 0,2% é o limite da resistência usado para o material.
• A geometria dos provetes e o método de ensaio estão definidos em normas internacionais
porque a geometria e o método influenciam muito os resultados do ensaio.

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 Ensaios mecânicos

• O provete de tracção mostrado na figura acima é definido com base no diâmetro d. •

Possui características especificadas de acordo com normas técnicas.
• Durante o ensaio de tracção, a tensão e a deformação são medidas entre dois pontos de
referência.
• O provete é projectado de modo a não haver interferência do sistema de amarração nas
extremidades, tendo um raio de concordância suave entre a zona útil do provete e a
cabeça de amarração.
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 Ensaios mecânicos
O ponto YH é o ponto de cedência superior
e o ponto YL é o ponto de cedência inferior
(ponto mais baixo do patamar de cedência).
O ponto mais alto (YH) e a tensão
correspondente é a tensão de cedência σy

A tensão volta a aumentar a partir do ponto

D. A tensão máxima ocorre no ponto M.
Após a tensão máxima, há uma redução de
área localizada na parte mais fraca do
material que provoca uma queda de tensão
com rotura no ponto F.

A tensão máxima no ponto M é designada

pela tensão de rotura à tracção.

Se se descarregar o provete a partir do ponto Q, o provete não volta ao ponto de origem, mas
sim até ao ponto R, ficando o material com uma deformação permanente ou plástica (εp). A
deformação que ele recupera é a deformação elástica (εe).
Curva convencional - baseada sobre as dimensões iniciais da secção para a tensão e
do comprimento entre as marcas de referência para a deformação.
Curva real ou verdadeira de tracção - usa a secção e o comprimento reais em cada
instante durante o ensaio para calcular a tensão e a deformação
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 Ensaios mecânicos

• Alguns materiais, tais como os aços, apresentam um comportamento tensão deformação

em tração semelhante ao mostrado na Figura abaixo. Nesse caso, a transição
elastoplástica é muito bem definida, e ocorre de uma forma abrupta, conhecida por
fenômeno do pico de escoamento descontínuo.
• Como pode ser verificado na Figura ao lado, a
deformação plástica inicia na tensão limite de
escoamento superior, com uma diminuição real
na tensão.
• A deformação posterior flutua ligeiramente em
torno de um valor de tensão constante,
conhecido por tensão limite de escoamento
inferior.
• Subsequentemente, a tensão aumenta com o
aumento da deformação
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 Ensaios mecânicos

• Conforme mostra a Figura abaixo, após o escoamento a tensão necessária para continuar
o processo de deformação plástica em materiais metálicos aumenta até alcançar um
valor máximo (ponto M). A partir desse ponto, a tensão diminui até a fratura do material
(ponto F). Isso ocorre devido à rápida diminuição da seção resistente do corpo de prova
ao se ultrapassar a tensão máxima.
• O limite de resistência à tração, σu, é a tensão no ponto máximo da curva tensão
deformação, a qual corresponde à tensão máxima que pode ser sustentada por uma
estrutura sob tração.
• A deformação até este ponto é uniforme ao longo da
região estreita do corpo de prova que está sob tração.
• Contudo, nesse ponto de tensão máxima, surge uma
pequena constrição, ou pescoço, e toda a deformação
ficará confinada a essa região. Esse fenômeno é
conhecido por estricção e a fratura ocorre nessa região.
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 Ensaios mecânicos

• Quando o ponto de cedência não é claro, existem alternativas para determinar esse
mesmo ponto de cedência, que é o parâmetro mais importante para projetar os
componentes.
• Na maioria dos materiais metálicos e ligas metálicas, o regime elástico mantém-se até
deformações de aproximadamente 0,2%. À medida que o material continua a ser
deformado além desse ponto, a tensão deixa de ser proporcional à deformação,
ocorrendo uma deformação permanente e não recuperável denominada deformação
plástica.

• A tensão no ponto Q, correspondendo a

uma deformação permanente de 0,2%. É a
tensão que convencionalmente se usa
quando o material não tem cedência
evidente e é designada por σ0,2.

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 Ensaios mecânicos

• Deformação elástica: é reversível, ou seja, quando a

carga é retirada, o material volta às suas dimensões
originais.
• Os átomos movem-se, mas não ocupam novas
posições na rede cristalina.
• na curva σ x ε, a região elástica é a parte linear
inicial do gráfico.

• Deformação plástica: é irreversível, ou seja, quando

a carga é retirada, o material não recupera suas
dimensões originais.
• átomos deslocam-se para novas posições em
relação uns aos outros.

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 Ductilidade Ensaios mecânicos

• A ductilidade é outra propriedade mecânica importante. A ductilidade representa o

grau de deformação plástica que o material suportou até a fratura.
• Um material que tem uma deformação plástica muito pequena ou mesmo nenhuma
antes da sua fratura é chamado de frágil.
• O material dúctil absorve melhor a energia, enquanto o frágil absorve menos antes da
rotura.

• O comportamento tensão-deformação em tração

para materiais dúcteis e frágeis está ilustrado
esquematicamente:

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 Ensaios mecânicos

Hooke demonstrou que a relação

entre a tensão e a deformação, que
são dois valores físicos diferentes, é
uma constante. Essa relação é
designada por lei de Hooke:

Tensão
= Constante
Deformação
A constante é designada por módulo
de elasticidade longitudinal ou
módulo de Young e é uma constante
do material. A lei de Hooke é
aplicável somente para deformações
microscópicas no domínio elástico.

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 Ensaios mecânicos

• A constante de proporcionalidade E, denominada módulo de elasticidade ou módulo de

Young, fornece uma indicação da rigidez do material (resistência do material à
deformação elástica) e depende fundamentalmente das forças de ligação atômica.
• No Sistema Internacional (SI), os valores de E são expressos em Gigapascal (GPa), pois
são valores muito elevados.
• Para a maioria dos metais típicos, a magnitude do módulo de elasticidade varia entre
45GPa para o magnésio e 407GPa para o tungstênio. Os valores dos módulos de
elasticidade para materiais cerâmicos são muito elevados. Para os materiais poliméricos,
os valores dos módulos de elasticidade são menores em relação aos metais, variando
entre 0,007 a 4GPa.
• A diferença de módulo de elasticidade dos metais, cerâmicas e polímeros é devido as
diferentes tipos de ligações atômicas existentes nessas três classes de materiais.

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 Ensaios mecânicos

• A Tabela abaixo apresenta o módulo de elasticidade para alguns metais à temperatura

ambiente (CALLISTER, 2002; ASKELAND & PHULÉ, 2003).

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 Ensaios mecânicos

• O processo de deformação no qual a tensão e a deformação são proporcionais é

chamado de deformação elástica. Neste caso, o gráfico da tensão em função da
deformação resulta em uma relação linear, conforme mostra a Figura abaixo.
• A inclinação (coeficiente angular) do segmento linear no gráfico tensão-deformação
corresponde ao módulo de elasticidade E do material.
• Quanto maior esse módulo, menor será a deformação elástica resultante da aplicação de
uma determinada tensão (maior rigidez).

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 Ensaios mecânicos

• A Figura abaixo compara o comportamento elástico de um aço e do alumínio à

temperatura de 20°C. Para uma dada tensão, o alumínio deforma elasticamente três
vezes mais que o aço.

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 Ensaios mecânicos

Thomas Young (1773 —1829) foi um

físico, médico e egiptólogo britânico

Qual dos materiais A ou B apresenta maior resistência mecânica (módulo de Young) ?

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 Ensaios

Outros ensaios

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 Ensaios
Ensaio de Dobragem
OBJECTIVO DO ENSAIO

• Este ensaio fornece uma indicação qualitativa da DUCTILIDADE. Um corpo de prova

padronizado é submetido a uma deformação plástica por flexão.

• Este ensaio pode ser realizado em corpos de prova ou em produtos, preparados de

acordo com normas técnicas específicas

DESCRIÇÃO DO ENSAIO - EQUIPAMENTO

• Dois roletes, com diâmetros determinados em função do

corpo de prova, que funcionam como apoios, são
colocados afastados entre si a uma distância pré-
estabelecida

• Um cutelo semi-cilindrico, é ajustado na parte superior

da máquina de ensaios
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 Ensaios

• O ensaio consiste em dobrar um corpo de prova de eixo retilíneo e secção circular

(maciça ou tubular), retangular ou quadrada, assente em dois apoios afastados a uma
distância especificada, de acordo com o tamanho do corpo de prova, por meio de um
cutelo
• O cutelo aplica um esforço perpendicular ao eixo do corpo de prova até ser atingido o
ângulo desejado

• O valor da carga não é na maioria das vezes importante. O ângulo é que determina a
severidade do ensaio e é geralmente de 90º, 120º ou 180º
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 Ensaios

• Ao atingir o ângulo especificado, examina-se a olho nu a zona tracionada que NÃO deve
apresentar trincas, fissuras ou fendas. Caso contrário, o material não terá passado o
ensaio.
Existem dois processos de realizar o ensaio, dobragem livre e semiguiada

Dobragem Livre: é obtida pela aplicação da forças nas extremidades do corpo de prova,
sem aplicação de força no ponto máximo de dobragem

Dobragem Semiguiada: a dobragem ocorre numa região

determinada pela posição do cutelo

O ensaio de dobragem é um meio bastante simples e eficaz para detetar problemas

metalúrgicos que podem afetar o comportamento dos materiais em serviço.
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Mecânica dos materiais pág. 22
 Ensaio de flexão Ensaios

• A flexão, é a deformação elástica que ocorre num corpo (como uma viga ou uma barra)
quando é submetido a uma força perpendicular à seção.

• O ensaio de flexão consiste na aplicação de uma carga

crescente em determinados pontos de uma barra.
• A carga aplicada parte de um valor inicial igual à zero e
aumenta lentamente até a rutura do corpo de prova,
momento em que é identificado o limite da sua resistência.
• O ensaio, é realizado numa máquina universal.

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 Ensaio de flexão Ensaios

adesivo frágil
adesivo dúctil

Representative experimental P–δ curves of the Representative experimental P–δ curves of the
ENF specimens with ARALDITE 2015 as a function ENF specimens with ARALDITE AV138M +
of the adhesive thickness. HV998 as a function of the adhesive thickness.
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 Ensaios
Ensaio de Dureza

• Utilizado para avaliar a resistência mecânica de um material. Este ensaio tem como
objetivo determinar a capacidade de um material resistir a cargas de compressão
pontuais.
• Existem diversos meios de realizar o ensaio de dureza. Atualmente, o método mais
utilizado é o por penetração, no qual uma carga é aplicada por um determinado período
de tempo sobre uma superfície através de um penetrador.
• A dureza é avaliada através da deformação deixada na superfície da peça.
• Existem diferentes métodos para realizar este tipo de ensaio. Os mais usados são Brinell,
Rockwell e Vickers.

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 Ensaios
Ensaio de Dureza

Brinell (HB ou BHN)

• esfera de aço temperado (ou de carboneto de tungstênio)

• Princípio: comprime-se lentamente uma esfera de aço de diâmetro “D”, sobre a

superfície da peça. Mede-se a dureza em função da área de diâmetro “d” deixado pelo
penetrador.

• É um ensaio padronizado e bem aceite.

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 Ensaios

Brinell (HB ou BHN)

• Limitações em peças finas, peças muito duras (esfera grande, deforma a esfera), nas
extremidades da peça.

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 Ensaios

Vickers (HV)
• Utiliza-se uma pirâmide de diamante cujo ângulo de diedro é de 136º

• Mede a dureza em escala de: 5 até 1500 Vickers

• Com cargas de 10 a 120 kgf

• A medida Vickers é a razão entre a carga (kgf) pela área encontrada

(mm²) na impressão

• Usa um microscópio com escala para medir a diagonal do losângulo

HV =
2.P.sen ( 2) onde  = 136 o
L2
P
H V = 1,8544 2
( kgf / mm 2
)
L

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 Ensaios

Dureza Rockwell
• O princípio é semelhante ao Brinell

• Mede-se a profundidade de penetração

Vantagens:

- Rapidez na análise

- Facilidade na execução

- Isenção de erros pessoais

- Capaz de diferenciar pequenas diferenças de dureza

- Não causa danos sensíveis na superfície da peça

- Penetrador de diamante (baixa deformação)

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 Ensaios

Rockwell (HRC ou HRB)

• Rockwell B – penetrador é uma esfera de aço.

• Rockwell C – penetrador é um cone de diamante (Brale).

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 Ensaios

Rockwell B

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 Ensaios

Rockwell C

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 Ensaios

Dureza

vs.

Tensão limite de resistência à tração

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 Ensaios

Método de medição da dureza e Aplicação

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 Ensaios

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 Ensaios
Ensaio de Fluência

• A fluência é a deformação plástica lenta e progressiva que ocorre num material, sob
ação da temperatura e de uma carga constante.

Estágios

http://www.youtube.com/watch?v=RiJrdRHtgmQ

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 Ensaio de Impacto Ensaios

• São utilizados para medir a energia que um material absorve antes de romper.
• A diferença principal entre os ensaios Charpy e Izod está na maneira em que o corpo de
prova é posicionado, como mostra a figura.

(A) Representação do equipamento de ensaio de impacto vídeo

(B) (B) corpo de prova do tipo Charpy.
vídeo

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 Ensaios
Ensaio de Impacto
Transição Frágil-ductil: aço A36

Aço A36: 0,25%C, 1,0%Mn, 0,3%Si

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 dúvidas

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