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CEMENTAÇÃO E NITRETAÇÃO

NOME: André Luis Moreira Morais - 5° semestre – Processos


Metalúrgicos – Tratamento Térmicos
Introdução
Os tratamentos termoquímicos têm por objetivo alterar as propriedades superficiais do aço.
Em geral materiais extremamente duros têm elevada resistência ao desgaste, porém baixa
tenacidade/resistência ao impacto. Por outro lado, materiais menos duros, embora mais
tenazes, em geral não apresentam boa resistência ao desgaste.

Em peças como engrenagens, deseja-se um núcleo tenaz e uma superfície resistente ao


desgaste. Para essa aplicação, aços com baixo teor de carbono são submetidos ao tratamento
termoquímico de cementação, que eleva o teor de carbono na superfície, aumentando sua
resistência ao desgaste, ao mesmo tempo que preserva a tenacidade do núcleo, mantido com
baixo teor de carbono.

Meios para realizar o tratamento: são as fontes de C e N. Podem ser sólidos, líquidos e
gasosos. Inicialmente a cementação foi desenvolvida em meio sólido, mas esse não é o meio
mais eficiente.

Na atualidade prefere-se meios líquidos e gasosos para a realização de tratamentos


termoquímicos, devido à maior velocidade do processo quando realizado com esses fluidos
como meios.

Cementação

Enquanto no núcleo os aços cementados contêm de 0,15 a 0,25 % de carbono, na superfície o


teor de carbono pode ser ajustado para valores entre 0,8 e 1 %.

A cementação pode ser realizada em meio sólido, líquido ou gasoso, também podendo ser
utilizado plasma.

O potencial químico do carbono no meio de cementação determina o potencial máximo de


carbono que o aço pode atingir e assim o teor de carbono na superfície do material.

O processo de difusão dos átomos de carbono na matriz rica em ferro do aço depende de
alguns fatores:

• Temperatura de tratamento.

• Tempo de tratamento (até a saturação).

• Composição química do aço, incluindo o teor de carbono.

• Potencial químico do carbono na superfície da peça


Cementação Sólida

É o processo mais antigo de cementação, que inicialmente envolvia somente o uso de meios
de cementação (cementos) sólidos.

Entretanto, devido à lentidão da cementação sólida e às dificuldades de controle preciso dos


resultados obtidos com esse processo, acabou sendo superado por outros processos, como a
cementação gasosa e a cementação líquida. Por estes motivos passou a ter aplicação restrita,
embora do ponto de vista microestrutural seja uma base para os demais processos.

O tratamento de cementação é realizado acima da zona crítica, no campo austenítico, no qual


a solubilidade do carbono no aço é elevada.

Embora a fonte de carbono seja sólida, o carbono é transportado pelo gás que se forma em
torno da peça, a qual é envolvida pelo meio de carbonetação. A reação CO2 + C = 2CO é
crítica para definir o potencial químico do carbono.

Os cementos sólidos são tradicionalmente constituídos por  uma mistura de carvão vegetal
moído, porém não muito fino, e carbonatos, os quais agem como catalisadores, aumentando a
proporção de CO em relação à de CO2. Um cemento tradicional é o de Caron, constituído por
40 % de carbonato de bário e 60 % de carvão vegetal.

A cementação sólida é lenta, requerendo algumas horas de permanência acima da zona crítica
(900 a 1000 ºC) e durante este tempo ocorre crescimento de grão austenítico. Por esse
motivo, após a cementação sólida em caixa é necessário um tratamento térmico que permita
refinar o grão, geralmente a normalização.Após a normalização a camada superficial pode ser
endurecida por têmpera.

Como resultado da cementação e da têmpera, a temperatura de têmpera foi suficiente para


temperar a região cementada, devido ao seu alto teor de carbono, porém não modifica muito
as propriedades do núcleo da peça, que deste modo preserva sua ductilidade. O interior da
peça permanece na região intercrítica com resfriamento lento: perlita e ferrita, a superfície da
peça é austenitizada e depois temperada, resultando em martensita.

A Dupla Têmpera é um tratamento térmico alternativo à normalização: uma primeira têmpera


é realizada a cerca de 900 ºC, e é seguida por um novo tratamento de têmpera, porém em
temperatura mais baixa (da ordem de 770 ºC). Deste modo, o núcleo poderá apresentar uma
microestrutura mais refinada, obtendo assim melhor tenacidade. O tratamento é completado
por um revenimento a 180 ºC para que as tensões sejam aliviadas. Os revenimentos de peças
cementadas são obrigatoriamente realizados em baixas temperaturas para afetar o mínimo
possível a dureza da camada cementada. A profundidade (espessura da camada cementada)
depende do tempo de tratamento: a espessura da camada cementada aumenta com o tempo de
cementação.

Na cementação sólida é inviável o ajuste do potencial químico do carbono, havendo


considerável risco de cementação excessiva, inclusive formação de cementita em rede, que
causa trincas na têmpera e no acabamento superficial.
Quando os gradientes de teor de carbono são muito altos há risco de lascamento da cama
cementada.

Cementação Gasosa

A cementação gasosa é muito empregada na indústria, porém a limpeza superficial da peça a


ser cementada é muito importante. Possibilita o controle do potencial de carbono através do
uso de gases que contêm CO, CO2, H2, H2O e CH4. Além do controle do potencial de
carbono também é necessário o controle do potencial de oxigênio.

Para assegurar uma distribuição adequada de carbono após a cementação é realizado um


tratamento de difusão de carbono no campo austenítico.

A microestrutura resultante da cementação depende de dois fatores conjugados: variação de


velocidade de resfriamento (têmpera) e variação de composição química (difusão de
carbono). Assim, há diferentes microestruturas na superfície da peça cementada dependendo
da velocidade de resfriamento após a cementação e do teor de carbono.

Nitretação
Certas peças que trabalham em atrito permanente correm o risco de se desgastar com facilidade. É o
caso, por exemplo, do gira-brequim, das camisas de cilindros, dos pinos, dos rotores, que precisam
ter alta resistência ao desgaste sob temperatura relativamente elevada. A peça pode adquirir esse
nível de resistência por meio da técnica chamada nitretação.

A nitretação é indicada na obtenção de peças com superfície de maior dureza, para aumentar a
resistência do desgaste, à fadiga, à corrosão e ao calor. Os aços que melhor se prestam a esse
tratamento são os nitralloy steels, que são aços que contêm cromo, molibdênio, alumínio e um
pouco de níquel. Em geral, a nitretação é feita depois da têmpera e do revenimento. Assim, as peças
nitretadas não precisam de qualquer outro tratamento térmico, o que contribui para um baixo
índice de distorção ou empenamento. A nitretação pode ser feita a gás ou em banho de sal.

Nitretação a gás

A temperatura conveniente para o trabalho é de 500ºC a 530ºC, e


sua duração varia de quarenta a noventa horas. Nessa temperatura, a amônia (NH3) é
decomposta, e o nitrogênio, na camada superficial da peça, atinge uma profundidade de até
0,8mm.A camada da superfície metálica passa a se constituir de nitretos de ferro, cromo,
molibdênio, níquel, sendo que os nitretos têm elevada dureza. Decorrido o tempo de
aquecimento no forno, as peças são retiradas e resfriadas ao ar.

Nitretação em banho de sal

A nitretação também pode ser realizada em meio líquido. Nesse caso, as peças são
mergulhadas num banho de sais fundidos, que são as fontes de nitrogênio. O processo é mais
rápido que o anterior. As peças permanecem no banho apenas de duas ou três horas numa
temperatura que varia de 500ºC a 580ºC.

Aços para Cementação ou Nitretação:

São aços que caracteristicamente possuem um baixo teor de carbono (C < 0,25%), com ou
sem a presença de elementos de liga. São empregados em elementos de máquinas que devem
ter grande resistência ao desgaste (grande dureza superficial) e ótima ductilidade no seu
núcleo, tendo, portanto, ótima capacidade de absorção de impactos. Os aços costumeiramente
utilizados para cementação ou nitretação são: AISI 1010, 1016, 3120, 5120, 4320, 8620. Da
norma DIN cita-se: C10, C20, 15 Cr Ni 6, 18 Cr Ni 8

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Site: https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=222

Site: http://www.joinville.ifsc.edu.br/~paulosergio/Ciencia_dos_Materiais/Classifica
%C3%A7%C3%A3o%20dos%20a%C3%A7os.pdf

Site: http://docente.ifsc.edu.br/claudio.schaeffer/material/2_Mecatr%C3%B4nica/
Materiais_1_Meca_2/Apostila_%20Tratamento_Termico_Complementar.pdf

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