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Direito Financeiro e Tributário

Thiago Camargo Comelli

 Conceito: Disciplina o processo de retirada compulsória, pelo Estado,


mediante parcela de riquezas de seus súditos, e observância dos
princípios relevantes do Estado de Direito. Estuda as relações entre
fisco e contribuinte;

 Autonomia: Presença de princípios jurídicos próprios. O indivíduo


possui sua cota de responsabilidades, devendo gerir com o dinheiro
para receber serviços públicos (retirada de patrimônio por parte do
Estado, visando gerir a máquina pública);
 Fato, valor e norma – São os 3 pilares do Direito positivista
brasileiro;
 Necessidade de regular a atividade tributária estatal por normas
constitucionais e infraconstitucionais, regras contratuais
específicas e conjuntos de leis e normas assegurando os mínimos
direitos do indivíduo;
 O Estado não pode invadir o patrimônio alheio como quiser,
necessitando assim de regramentos; todos são iguais, desde que
possuam patrimônio igual (respeita-se assim as diversas desigualdades
sociais);

 Relação com outros ramos do Direito:


 Constitucional – CF.88, várias mudanças na organização estatal e na
atividade tributária brasileira;
 CF apresenta normas fundamentais no sistema jurídico, sobrepondo-se
assim a todas as outras.

 Financeiro – “irmão” do Direito Tributário, extremamente similar (porém


focado nas receitas financeiras);
 O Direito Tributário estuda receitas tributárias (possibilitando assim o
estudo do orçamento público).

 Administrativo – Cuida do funcionamento do Estado, tirando da regra


abstrata e transformando em algo palpável;
 Faz funcionar o Estado, porém precisa de receitas tributárias para ser
gerido.

 Penal – Crimes Fiscais, ilícitos de diversas maneiras nas diferentes


áreas do Direito;
 Um crime de âmbito tributário pode ser exemplificado quando alguém
deixa de pagar um tributo, devendo então paga-lo posteriormente
acrescido com a devida multa;
 Prisão (ilícito de natureza penal) quando o crime tributário fere a
economia local. Ex. Sonegação de impostos (com sonegação de
impostos, entendemos o ato de esconder informações tributárias,
levando assim uma investigação por parte do Estado). O Estado então
calcula a multa, correndo o risco de o sonegador responder penalmente
dependendo do caso.

 Civil – Tributação sobre o direito de propriedade, direito de família,


dentre outras ramificações na área.

 Fontes Materiais e Formais do Direito Tributário:


 Materiais – Pressupostos fáticos para tributação, fatos imponíveis;
 Formais – Conjuntos de atos normativos que definem a ação do Estado
na tributação.

 Conceito e Natureza Jurídica do Tributo: Prestação pecuniária


compulsória (1), em moeda cujo valor nela se possa exprimir (2), que
não constitua sanção de ato ilícito (3), instituída em lei (4) e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada (5). Art. 3° do
CTN.
 1) Responsabilidade de algo de conteúdo econômico; dever de natureza
econômica que não pode ser escolhido pelo contribuinte (conteúdo
impositivo);
 2) Deve ser transformado em moeda corrente nacional, equivalente do
patrimônio em dinheiro;
 Atos que transformam certa quantidade por meio de unidades fiscais;
 Mais simples dessa forma, adequando assim a unidade fiscal (para
evitar constante mudanças);
 Governo atualiza tais unidades por meio de bases de cálculo e
alíquotas.
 A base de cálculo sofrerá a incidência da alíquota, se atualizando assim
automaticamente;
 A Alíquota será o percentual que incidirá sobre um valor;
 Uso de um expediente para definir os valores de impostos;
 3) Atos proibidos pela lei, que geram responsabilidades criminais nos
litigantes;
 Proibição e sua respectiva pena (frisando que a mesma deve ser
proporcional a conduta praticada)
 Quanto a multa incide no não pagamento de um tributo, como numa
infração de trânsito;
 Entrega obrigatória de capital aos cofres públicos, podendo ter origem
de um ato ilícito (multa);
 Se for sanção (multa), não será configurado como tributo, porém será
direcionado para sustento da máquina pública;
 Quanto ao não pagamento da multa, x% de pagamento de multa será
agregado ao valor normal do tributo em questão;
 4) Previsão de um pagamento de tributo em razão de um ato (art.5°,
princípio da legalidade);
 Na esfera tributária, existe a estrita legalidade, devendo a lei
contemplar de forma detalhada quando e como será aplicado uma
tributação;
 Em tese, toda lei é uma manifestação da vontade popular;
 5) Todo o processo de cobrança deve estar conforme a lei, não cabendo
ao Estado cobrar desmoderadamente (respeito às devidas previsões
legais inerentes à cobrança tributária);

 Sistema Tributário na CF:


 Conceito de Tributo (art.3° CTN): Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada .
 Espécies Tributárias (art.4° CTN); A natureza jurídica específica do
tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo
irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

 Revisão Constitucional: Imposto, Taxa, Contribuição de Melhoria,


Empréstimo Compulsório, Contribuições Especiais;
 Imposto: Arts.153 a 156 apresentam as situações e entes com suas
devidas responsabilidades tributárias;
 Conceitua-se no Art.16 da CTN como situações na quais o contribuinte
paga apenas se realizar a obrigação estipulada em lei;
 Estado apenas define a conduta (independe de contraprestação estatal);
 Estado (sujeito ativo) X cidadão (sujeito passivo);
 Tributos – gênero (conduta de invadir a vida econômica, porém com os
devidos limites);

 CF88 – Tipos de tributos estabelecidos de acordo com a conduta do


contribuinte;
 Fato Gerador: “fez isso, paga-se aquilo”; a partir de motivos pré-
ordenados, são efetivados/cobrados pelos devidos entes públicos;
 Art.4°CTN – O nome e pra onde vai o dinheiro são fatores irrelevantes,
importando apenas o fato gerador;
 O nome não é suficiente para estabelecer o tributo, mas sim o fato
gerador;
 O tributo deve estar contemplado na CF, gerando intriga judicial caso
não esteja devidamente efetivado;
 Cobrança deve estar efetivada em lei;
 Processo de interpretação após efetivação da lei (ai entrando os
estudiosos e doutrinadores);
 Controle prévio e posterior das leis tributárias: Legislativo (anterior à
efetivação da lei) e Judiciário (após efetivada a lei);
 Efeito erga omnes (para todos) na ADIM (ação afirmando
inconstitucionalidade pressuposta);
 Fato Gerador: 1°fase – meramente hipótese de incidência (formalmente
em lei);
 “Praticou isso, pagou”;
 Não pagou, meramente hipótese;
 Necessidade de sempre se renovar do Estado;
 Logo, novas receitas públicas (que podem ou não funcionar);
 2°fase – Imponível (fonte material), sendo efetivamente pago o imposto;
 Se concretiza a hipótese de incidência;
 Taxa: específica e divisível (o que for cobrado);

 Espécies Tributárias: Empréstimos Compulsório e Contribuições


Especiais são espécies tributárias, pois se encaixam no conceito do
art.145 da CF (ainda que não estejam propriamente no mesmo);

 Imposto: Tributo cuja obrigação tem por fator gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao
contribuinte;
 Fundamento Legal – Art.145, I e 153 a 156 CF/88 e 16 segts CTN;
 Se paga e recebe então um benefício do Estado;
 Recursos públicos, não diretamente para um cidadão em questão;
 Não é possível dizer quem é o usuário, são indeterminados; Ex.
Serviços de saúde pública (gratuito, porém com usuários
indeterminados, visto que o Estado não pode cobrar diretamente);
 Tributo não vinculado (só pode arrecadar em benefício dos cidadãos,
mas sem contraprestação direta);
 Mais recursos possui, maior será o imposto de renda;
 Todos utilizam igualitariamente o serviço público brasileiro (na teoria);
 Exercício de Poder de Império do Estado (autoridade do Estado sobre o
coletivo);
 Hipótese de Incidência: Comportamento do contribuinte (devido a
uma certa conduta) e situação jurídica na qual o mesmo se encontra;

 Competência dos Impostos (art.154 da CF)


 Federais (art.153 CF): Todos os valores recebidos entram no cálculo do
IR;
 Operações financeiras (tomada de dinheiro emprestado);
 Estaduais e D.F (art.155 CF): D.F possui singularidade (direto à receita
de Estado e Municípios e deveres dos mesmos em atividades lá
ocorridas);
 Municipais e D.F (arts.156 e 147 da CF): Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU);
 Imposto de Transmissão Inter-Vivos (ITBI);
 Imposto sobre Serviços (ISS);

 Competência Residual (art.154 IDA CF): União pode criar novos


impostos;
 Limitada aos impostos apenas, não podendo criar tributos
desmedidamente;
 Instituição mediante Lei Complementar;
 Não-Cumulativas, necessitando de fato gerador e novas bases de
cálculos;
 Como exemplo, podemos citar impostos de arrematação (leilão);
 Gera uma tributação, não comtemplada nos art. Anteriores, sendo estes
não cumulativos (como dito anteriormente);
 Legislação Infraconstitucional: Contempla tributos que não se
encontram na CF, sendo estes legislados desta forma,
infraconstitucionalmente;

 Impostos Extraordinários (art.154 II da CF):


 Iminência ou efetiva guerra extrema;
 Independe de titularidade de competência;
 Governo pode invadir competências e aumentar impostos pelo do caso
extraordinário;

 Classificação dos Impostos:


 Pessoais – Levam em consideração características próprias do
contribuinte; Ex. IR;
 Reais – Ignoram as condições da pessoa do contribuinte e incidem a
todos; Ex. IPTU;
 Diretos – Se reúnem numa única pessoa o contribuinte de direito e de
fato; Ex. IR;
 Indiretos – Sujeito passivo paga tributo, mas se ressarce cobrando de
terceiro, incluindo-se no respectivo preço. Ex. IPI;
 Tais classificações são importantes para efeitos de isenção;
 A lei consegue discernir assim quem pratíca e quem recebe;
 Impostos únicos poderiam ferir (caso fossem colocados em prática) a
isonomia do cidadão (quebrando assim igualitariedade, visto que todos
pagariam o mesmo);

 Taxa: Taxa cobrada em razão de devolução por parte do Estado;


 Estado oferece um serviço, cidadão paga;
 Relação entre quem paga X atividade pública;
 Serviço público divisível ou Poder de Polícia;
 Somente existirá taxa por meio de contraprestação;
 Taxa é vinculado (condicionada a uma contraprestação);
 Hipóteses de Incidência: Atividades públicas caracterizadas como taxa
de serviço e poder de polícia;
 Só paga quem usa e será beneficiado;
 Não se configura como qualquer atividade pública, apenas as citadas
acima;
 Tecnicamente, toda atividade de recolhimento de capital deve ser
devolvida para a sociedade, de alguma forma (seja no geral, seja
diretamente a um indivíduo que demanda um serviço).
 Ex. de taxa: Atividade econômica (indivíduo “pede” a atividade e paga o
devido montante para tanto);
 Competência: O ente público que possui competência para cobrar uma
taxa é o titular do objeto de pagamento/conflito de interesse;
 Ex: Serviço Judiciário, titularizado pelo Poder Judiciário;
 CF estabelece que alguns serviços possam ser transferidos ao privado
(tributariamente, será cobrado taxa apenas pelo Estado);
 Privado não irá configurar como taxa, mas sim tarifa;

 Taxa de Poder de Polícia – art.78: Estado só pode cobrar de poder de


polícia se exercer o mesmo;
 Visa harmonizar os direitos públicos com o individual;
 Interesse público sobrepõem o individual;
 Leis que limitam atividade estatal;
 Cobrança que o Estado faz para finalizar e limitar certas atividades;
 Poder de fiscalização e punição (multa e alvará, no caso de construir
além de estabelecido inicialmente);
 Taxa de Serviço – art.79: Taxa que se paga em razão de serviços
públicos divisíveis, prestados/oferecidos pelo Estado;
 Específico e divisível: Possível definir exatamente quando e quem está
sendo beneficiado com a atividade;
 Quanto que o cidadão particularmente utiliza, a parcela (Ex. antigo
sistema de fornecimento de energia pelo Estado, hoje privatizado);
 Identificável e Mensurável (gerou o fim da cobrança da taxa de
iluminação);
 Tarifa: Cobrança de serviços públicos que foram privatizados;
 Serviços que sofreram uma mudança de natureza contratual.

 2°Bimestre:
 Contribuição de Melhorias: Tributo que tem por fato gerador uma
atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, consistente em
obra pública que compreenda em valorização imobiliária;
 Toda vez que o Estado realizar obra pública e beneficiar quem estiver
nos arredores (aqueles que se beneficiam, pagarão uma
porcentagem);
 Poder público possui a competência de promover a urbanização;
 Obra deve ser pública; Ex. Asfalto (antigamente, hoje não mais);
 Não existe a figura do dano presumido no Direito Brasileiro (deve ser
comprovado quando uma obra pública desvalorizar os imóveis em seus
arredores, para que então Estado repare o dano que tal obra tenha
causado);
 Fundamento Legal, Art. 145 III CF e 81 CTN;

 Vinculação: Tributo vinculado, só estando sujeito a pagamento aquele


quem estiver devidamente vinculado na relação (contraprestação);
 Não existe a valorização genérica (quanto e qual imóvel foi beneficiado
deve ser expressamente especificado);

 Condições para incidência: Existem condições que devem ser


acatadas, como quanto vai custar, como será rateado em termos de
distância o percentual a ser cobrado, existindo a necessidade do
contribuinte saber antecipadamente;

 Condições para cobrança: Lei geral que estabelece individualmente os


parâmetros para a obra (por meio de um decreto);
 Valor Venal: Valor de venda de um imóvel; municípios não conseguem
acompanhar anualmente o valor venal, havendo discrepâncias em
certos valores em certos bairros;
 Difícil o valor de mercado bater com o valor venal;

 Via de regra, o ponto de partida da contribuição de melhoria é o valor


venal;
 Necessário revisões do valor venal antecipadamente (logo, evitando
discrepâncias);
 Ninguém pode pagar contribuição de melhoria maior que o imóvel
valorizou, e o motivo da valorização deve ser a obra em si;
 A lei de loteamento tirou a antiga valorização que o asfaltamento dava
para os imóveis ao redor;
 Requisitos: Efetiva valorização imobiliária (decreto prévio que
estabeleça quanto vale/quanto valerá o imóvel) e Vinculação de receita
ao custeio da obra (gastou tanto, recompõem da obra); Ex: Dinheiro
para a criação de uma escola (dinheiro esse pago por aqueles
beneficiados pela mesma) será vinculado ao ministério da educação:
 Parcelamento – Sem a necessidade de loteamento, já existindo o lugar
devidamente pronto para a divisão imobiliária;

 Limites: Estado pode arrecadar menos se for o caso, porém nunca


mais que o custo total da obra;
 Valorização individual (obra custou 5.000, o contribuinte não poderá
pagar 5.100);
 Não pode ser cobrado mais do que se ganhou (não mais do que o que
foi beneficiado);
 Em lei, deve estar expresso quanto será o critério de rateio (como
será custeada a divisão de pagamento dos contribuintes);

 Competência: Ente executor da obra; Ex. Obra realizada pelo Estado,


terá capital direcionado para o Estado;
 Como situação hipotética para exemplificar, podemos citar uma obra
estatal realizada em Assis. O titular do capital advindo da contribuição
de melhoria não será o município de Assis, mas sim o Estado de SP;

 Empréstimo Compulsório: Normatiza emprestar capital em troca


de pagamento posterior que restitua o montante;
 Previsto na CF, porém não existe a cobrança do mesmo no CTN (sua
especificação na CF revogou os dispositivos anteriores);
 Cidadão poderá ser obrigado a emprestar um montante para o Estado
(natureza compulsória do empréstimo + Estado exercitando seu
poder de império);
 Não existe acordo de vontades nem contrato de qualquer natureza,
sendo uma relação unilateral do Estado compelindo o cidadão sob
sua jurisdição a entregar-lhe dinheiro (poder do Estado em invadir o
patrimônio individual);

 Fundamento Legal – Art.148 da União Federal, tendo o CTN sua parte


quanto ao assunto revogada;

 Natureza Tributária – É uma espécie tributária (devido a sua


obrigatoriedade e sua localização na legislação, estando no hall de
espécies tributárias);
 Entendimento doutrinário, visto que não se encontra ainda positivado
em lei;

 Tributos Vinculados – Restituição do montante deve ser realizada em


espécie, dinheiro (se não se perde a natureza de empréstimo);

 Natureza Jurídica – Não possui fato gerador, sendo caracterizado


pela tomada e devolução de moeda;
 Qualquer hipótese de incidência pode acabar configurando como um
fato gerador de empréstimo compulsório, dependendo apenas do fator
legal (lei) para confirmar a espécie tributária;
 Art.148 limita a incidência do empréstimo compulsório (apenas
cobrado em casos específicos), sendo a mesma quem dita a natureza
do empréstimo;

 Competência – Compete a União (leis federais);


 Hipótese de incidência apenas em fatos geradores que compitam a
União, situações que estejam em seu hall (sem invadir outras
competências);

 Forma de Instituição – Instituída por Lei Complementar (maioria


absoluta, todos os presentes na casa no momento de votação);
 A lei Complementar encontra-se expressa em lei (logo, qualquer outra
sem a termologia se configura como Lei Ordinária);
 Todo recurso arrecadado deve ser direcionado para o fato gerador
no qual foi expressa a lei (salvo os casos especificados nos incisos do
art.148);
 Medida Provisória (não é lei) possui força normativa enquanto dura,
até que seja devidamente efetivada ou não;
 Vale citar casos extremos nos quais o Presidente pode instituir Medida
Provisória com força de lei (devido ao caráter de urgência da situação);
 Necessidade de relevância e urgência;
 Não competia ao STF analisar o mérito de tais casos de urgência,
apenas o Presidente (posteriormente, fora alterado tal legislação e
adicionadas limitações);
 Em tese, Medida Provisória pode instituir lei tributária, porém não se
aplica devido ao fato de expressamente as mesmas deverem ser
instituídas por meio de Lei Complementar. Com isso, concluímos que a
proibição advém não da natureza jurídica, mas sim pela instituição
por Lei Complementar;

 Hipóteses Para o Empréstimo Compulsório – Situações de


calamidade pública e guerra iminente;
 Situações trajadas de imprevisibilidade e urgência (o orçamento é
elaborado sem tais empréstimo, devido ao caráter urgente);
 Em um determinado momento, deve parar de ser pago (visto que se
termina o estado de urgência) e o montante deve ser devolvido aos
contribuintes;
 Investimentos em Virtude de Ações Públicas de Benefício Nacional
– Incisos 1° e 2° do Art.148;
 Nesses casos, deve ser respeitado o princípio da anterioridade
(prazo de um ano de vacatio legis para aí sim ser instaurado o
investimento);
 Vale ressaltar aqui a contradição em tal situação por parte da doutrina
(urgência duvidosa, visto que existe o prazo de um ano para que só aí
se instaure o empréstimo, ficando assim em cheque se realmente existe
a urgência na obra em questão);
 Via de regra, os investimentos em virtude de ação pública são
considerados empréstimos compulsórios ordinários (inciso 2°),
enquanto os casos de calamidade pública e guerra/guerra iminente são
considerados empréstimos compulsórios extraordinários (inciso 1°);

 Contribuições Especiais:
 Conceito – São tributos finalísticos, uma vez que são caracterizados
pela vinculação de sua receita a uma finalidade específica e não
pelos fatos geradores (Ex. IR e CSLL-não há bitributação);
 Custear a seguridade social;
 Arrecada especificamente para custear uma atividade;
 Ao contrário da taxa, não pode ser divisível nem especificada;
 Finalidade específica de uma atividade não especificada;
 Não se tem como base inicial o fato gerador;
 Finalidade de custeio de uma atividade pública que o Estado não
consegue custear por meio de imposto;
 Na hora de regulamentar, o Estado vincula o capital;
 Diversidade de Nomenclaturas – Contribuições Sociais (seguridade
social) e Contribuições Parafiscais (áreas paralelas ao Estado, junto
ao Estado);
 Natureza Tributária – Art.3°CTN, encontra-se no hall de tributos (visto
que possui licitude e obrigatoriedade de cobrança);
 Competência (legalidade)
 Instituição – Ente estatal já definido pela CF, nos dispositivos acima
mencionados;
 Cobrança – Pode haver delegação para outras entidades;
 É possível à lei permitir que outro ente cobre (não necessariamente o
ente que instituiu o tributo);
 Delegação de competência para outra pessoa jurídica;
 6 áreas nas quais o Estado compreende que existe a necessidade de
uma tributação especial;

 1) Social – Tributo exigido da sociedade para o custeio de serviços de


seguridade social (previdência social) INSS, saúde e assistência social;
 Fundamento Legal – Arts.149 e 195 da CF/88;
 Competência – Instituição – União, cobrança – INSS;
 Ex. INSS, CSLL, COFINS;
 Regime Geral de INSS – Para o trabalhador geral, casos no qual o
órgão no qual trabalha não possui previdência própria;

 2) Interventiva – Tributo exigido para permitir ao Estado a interferência


no sistema econômico, gerando recursos para a área que sofreu a
intervenção;
 Estado intervindo no sentido de gerir a receita específica (por meio de lei
regulamentadora aprovada anteriormente);
 Situações na qual a iniciativa privada por si só não é suficiente,
necessitando do Estado;
 Tributo finalista, intervindo no sistema econômico;
 Fundamento Legal – Art.149 da CF/88;
 Competência – Instituído pela União e cobrado pela mesma ou por
entidades sob sua supervisão;
 União pode delegar a intervenção para outras entidades as quais tem
controle;
 Tudo aquilo arrecadado pelo Estado, em regra, deve ser investido de
onde foi tirado;
 Em tese, tal tributo possui caráter transitório (porém cabe a lei estipular
seu prazo);
 Exemplos – CIDE (combustíveis, exportação);
 A iniciativa privada, em regra, deve realizar a atividade econômica;
 Mecanismos que o Estado utiliza para gerir a máquina (arrecadando
capital e investindo onde necessário for) retirando do patrimônio alheio;
 Demanda pontual e específica deve ser suprida por aqueles
beneficiados, que desenvolvam em tal área econômica. Aquilo que for
arrecadado deve voltar para a área, em forma de
beneficies/melhorias;

 3) Contribuição Sindical – Tributo exigido pelas entidades sindicais dos


empregados e empregadores para o custeio do sistema sindical e
formação e reciclagem profissional;
 Estado fortalecendo os sindicatos;
 Pertence a um sindicato, deve pagar uma quantia (que será devolvido
como custeio e reciclagem profissional);
 Fundamento Legal – Arts.8;IV e 240 da CF/88 e CLT (reforma
trabalhista que regulamentou tal dispositivo, tornando-o objeto de
discussão);
 Contribuição Assistencial: Paga quem desejar pagar;
 Instituição – União;
 Cobrança – Entidades Sindicais;
 Dada sua natureza, não configura como imposto, mas como
contribuição;
 4) Contribuição Corporativa – Tributo exigido das categorias
profissionais devidamente regulamentadas para custeio das entidades
de classe;
 Fundamento – Arts.149 da CF/88;
 Competência – Instituição = União/Cobrança = Entidades de Classe;
 Exemplos: OAB, CRC, CREA, CRM;
 Profissões regulamentadas que devem ser fiscalizadas pela própria
categoria devidamente regulamentada;
 Possuem conselho de classe (aquele que ingressa deve pagar); está
inscrito, paga;
 Estado forma o profissional, enquanto a classe regulamenta;
 A Entidade classe sustenta a si mesma com as contribuições;
 5) Contribuição Previdenciária – Tributo específico para o
funcionalismo público vinculado em regime próprio de previdência,
administrado por entidade específica;
 Fundamento Legal – Art.149§1° da CF/88;
 Competência – Instituição = Estados, Municípios e DF; Cobrança =
institutos próprios de previdência;
 Exemplos – SP-prev e Assis-prev;
 Será pago tal contribuição ou a social, dependendo do serviço que
presta;
 Funcionários públicos;
 Seguridade social cabe à União;
 6) Contribuição de Iluminação Pública – Tributo exigido via lei
municipal específica para o custeio de iluminação pública municipal;
 Fundamento Legal – Art.149-A da CF/88 (EC 39/2002);
 Competência – Município = Instituição/ Cobrança =
Munícipio/empresa de energia;
 Exemplo – CIP;
 Anteriormente cobrado por meio de taxas (inconstitucional), não
havendo assim a especificidade ou divisibilidade do tributo;

 3° Bimestre:

 Limites Constitucionais ao Poder de Tributar (Princípios):


 1) Competência – Medida do poder de tributar. Não se pode cobrar
aquilo que quiser (limites quanto ao exercício de invadir o patrimônio
do cidadão);
 Poder do Estado não é genérico nem amplo;
 Equilíbrio entre condição econômica x poder de invadir patrimônio
do Estado;
 Conflito de normas: prevalece o princípio. A norma nova SUBSTITUI
a anterior (harmonicamente com os princípios);
 Medida de poder, tendo cada ente federativo sua devida parcela para
cobrar;
 Impossibilidade de estipular todos os serviços públicos (devido a
disparidade e constante mudança dos serviços);
 Quem (ente federativo) pode cobrar o que (o tributo em questão);
 De acordo com o fato gerador, existe a necessidade de a pessoa
pagar, porém com os devidos limites. Ex: Os entes federados
poderão cobrar tributos (não outro tipo de entidade);

 Princípios Tributários:

 Legalidade:
 A) Conceito – Legalidade é a base do sistema jurídico brasileiro;
 Direito positivo, deve estar transcrito na lei, consagrando que a lei é
o reflexo social, trazendo assim garantias ao cidadão;
 Legalidade específica tributária prevista no Art. 150 da CF. Sem lei
específica, não se admite a instauração de tributo;
 Cria-se o projeto de lei, que é então avaliado se instaura ou não o
tributo;
 Competência do exercício tributário cabe ao Executivo (órgão
responsável pela gestão financeira do país);
 As leis tributárias tem caráter complementar (sendo aprovadas por
maioria absoluta da casa), devendo ser completas e detalhadas,
explicitando o fato gerador, de onde veio;
 A partir da lei, temos todas as instruções normativas (salve casos nos
quais se permite que outros órgãos normativos a complementem);
 B) Previsão – Art.150 I da CF;
 C) Exceções – Impostos explicitados no §1 do Art.153 da CF;
 Impostos de importação são um exemplo, haja visto que o governo
deve estipular uma alíquota MÍNIMA e MÁXIMA. No meio tempo,
devido a natureza mutável do mercado, o Estado utiliza de um
instrumento normativo que altera o valor (desde que dentro dos limites
estipulados inicialmente pela lei principal);
 São exceções autorizadas pela CF, com as devidas condições
expressas no dispositivo;
 Vale citar também o IMS e SID sob combustíveis (natureza mutável dos
mesmos);
 Objeto de lei complementar NÃO pode ser medida de provisória.
Logo, dependerá da lei tributária para ser medida provisória;

 Anterioridade:
 A) Conceito – Trata-se da antecedência razoável, visando evitar que o
contribuinte seja pego de surpresa e tenha TEMPO e CONDIÇÕES para
se organizar e realizar o pagamento (devido tempo para o
planejamento tributário do contribuinte);
 B) Previsão – Art. 150 III da CF;

 C) Espécies – Ressalta-se aqui que as três subespécies devem


acontecer juntas;
 C1) Irretroatividade - A lei tributária NÃO se aplica a fatos anteriores,
valendo a partir de sua vigência;
 Lei não volta para afetar fatos geradores pretéritos;
 C2) Anualidade - A lei tributária só vigora no exercício seguinte (ano
civil). Só começará a vigorar no ano seguinte;
 C3) Nonagesimidade – Regra dos 90 dias. Além de respeitar o prazo
da anualidade, deve haver o intervalo de 90 dias da data de
publicação e vigoração da lei;

 D) Exceções – No art.150, tratando-se das alíneas quanto a anualidade


e nonagesimidade;
 Empréstimos compulsórios extraordinários, impostos de
importação e exportação (devido sua natureza regulatória,
requerem agilidade). Depende do mercado para se regular, sendo
exceção assim ao princípio da anualidade e nonagesimidade;
 Imposto de renda, pela apuração por exercício financeiro (exceção
para com a nonagesimidade). A lógica de apuração do imposto de renda
consiste na anualidade;
 IOF e imposto de guerra (caráter de urgência, imediatibilidade).
Possui caráter imprevisível;
 IPI – exceção para com a anualidade, não nonagesimidade. Estipulados
90 dias para que as industrias se organizem;
 Cálculo do IPVA (exceção quanto a nonagesimidade) devido sua base
de cálculo que já possui conhecimento prévio, porém deve ser
realizado sempre no exercício seguinte (contribuinte pagando o
valor anterior, NÃO o do mês do novo ano civil);

 NÃO há exceção quanto a irretroatividade;


 A CF oferece medidas protecionistas para com as empresas. Logo,
as exceções quanto nonagesimidade não recaem nas mesmas;
 Alíquotas – percentual que aplica num indicador, uma base de cálculo
feita pelo mercado, sociedade, dentre outros modificadores. A lei
define a base de cálculo (lei tributária que muda independente do
Estado propriamente criando leis frequentemente sobre a mesma).
Base variável de natureza econômica;
 Devido a natureza de constante mudança do mercado, as leis devem
ser aprovadas de maneira rápida (logo, não se aplica o princípio da
nonagesimidade);
 Tributo deve possuir seu valor previsto em lei, porém não especificado
esse em moeda corrente;
 Logo, o governo se utiliza de mecanismos para que não sofra com a
desvalorização monetária, como unidades fiscais, que o governo
atualiza anualmente. Assim, alterando uma lei, altera várias
(explicando em palavras mais simples);
 Outro mecanismo, o mais comumente utilizado, é o das alíquotas;
 Majoração Monetária – Aumento real, precisa de lei e se difere da
regulação monetária;
 Na mudança da lei, no ano seguinte, ou se aplica alíquota anterior ou
se esperam os 90 dias (salvo exceções);
 Resumo quanto as exceções:
 A) Tributos com pagamento imediato (exceção quanto a anterioridade
anual e os 90 dias) – casos de calamidade e guerra iminente. II, IE, IOF,
IEG, EC;
 B) Tributos exigíveis somente após 90 dias do aumento (independente
do ano) – IPI, CIDE-Comb. ICMS-Comb. (até limite máximo fixado em
lei);
 C) Tributos exigíveis em 1° de janeiro do ano seguinte mesmo que
não ocorra o intervalo de 90 dias – IR, base de cálculos de IPVA e
IPTU;
 D) Exceções à legalidade e anterioridade (anual e nonagesimal)
ocorrem da extrafiscalidade – II, IE e IOF;

 Estado NÃO PODE impor tributos que inviabilizem a propriedade


privada. É estipulado então o que cada ente irá cobrar;
 Estado analisa os limites, e os princípios tributários coexistem;
 Lei contém as características legais, embasadas nos
princípios;

 Isonomia Tributária (art.150 II):


 Isonomia se trata da igualdade sob uma óptica tributária, tratando
igualmente conforme as desigualdades;
 Em miúdos, quem possui mais, pagará mais. Quem possui
menos, pagará menos;
 Igualdade aos que possuem a mesma quantidade patrimonial/poder
aquisitivo. Se observa o aspecto econômico;
 Caso a lei não respeite a isonomia, pode padecer por
inconstitucionalidade;
 Capacidade Contributiva (art.150,145 §1°) – Pode ser considerada
como uma consequência da isonomia;
 Somente aplicada sobre os impostos;
 Mesmo quem possui boa propriedade econômica NÃO PODE ser
arbitrado a pagar uma quantia exorbitante;
 Quem paga mais (mas não MUITO mais) e quem paga menos (mas
quão menos deve ser analisado por menores, no sentido de não
prejudicar);
 Isenções devem ter, antes de serem aplicadas, um olhar mais
apurado quanto aos LIMITES;
 Como exemplo, podemos citar o ITCMD, imóveis herdados e herdeiros
que não possuem patrimônio suficiente para saudar os impostos do
imóvel;
 Vedação de Confisco (art.150 IV) – Tributos confiscatórios são aqueles
que absorvem todo o valor do bem/propriedade;
 Estado não pode usar tributos de natureza confiscatória, um tributo
que venha a ser tão exorbitante a ponto de o cidadão saldar a mesma
com o próprio bem tributado;
 Tributo deve ser pago EM ESPÉCIE (moeda corrente) e não com o
bem tributado;
 NÃO PODE equivaler o valor total do bem, sendo assim exorbitante;
 Distinção entre riqueza renovável (bens de consumo, aqueles
adquiridos e produzidos de forma rápida/costumeira) e não renovável
(imóveis, bens de longo uso);
 Ex: Produtos como cigarro, considerado supérfluo, possuem uma
tributação mais alta (logo, riqueza renovável);
 Porém, é relativo o valor considerado como confiscatório ,
dependendo muito do produto em questão e a escala entre a alíquota
(fora casos de valor realmente exorbitante e fora de média);
 Via de regra: Alíquotas maiores – bens de rápida aquisição e
renovação, riquezas renováveis; alíquotas menores – bens imóveis
e de uso longo, não renováveis;

 Imunidade Recíproca (art.150, VI, a):


 As entidades políticas (União, Estados, DF e Municípios) NÃO PODEM
instituir/exigir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços
uma das outras;
 Fundamento no pacto federativo - responsabilidades CONJUNTAS,
logo, não é razoável que entes tributem uns aos outros;
 Regra que se aplica apenas aos impostos;
 Restrita aos impostos e NÃO ATINGE a responsabilidade tributária de
retenção de tributos na fonte de obrigações acessórias ;
Produção de documentos e afins;
 Extensiva às autarquias e fundações, DESDE QUE se trate de
patrimônio, renda ou serviço vinculados às suas finalidades –
atividades típicas do Poder Público;
 Estado NÃO GANHA retornos com as atividades destas autarquias e
fundações;
 NÃO ATINGE as exploradoras de atividade econômica
(não é serviço público, gera renda);
 Disputam mercado, caso tivessem imunidade, seria concorrência
desleal;
 Não existe contraprestação entre os entes. Reúnem um certo
montante (bolo) e direcionam para as devidas áreas de atendimento
(aleatoriamente);
 Divisão de deveres entre os entes, fora alguns que são dever de
ambos gerir, sendo estes de maior relevância (saúde e educação);

 Imunidade Genérica (art.150, VI, b,c e d):


 Templos de qualquer culto;
 Partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais dos
trabalhadores, instituições de assistência social e educacional sem
fins lucrativos;
 As entidades de assistência social têm também imunidade de
contribuições, nos termos do art.195§7° da CF/88; isento de
contribuições, de pagar INSS;
 Livros, jornais, periódicos e papel destinado à impressão dos
mesmos. Conteúdo imune, mesmo que digital (fomento à cultura, NÃO
TRIBUTANDO patrimônio intelectual);
 A imunidade atinge SOMENTE o patrimônio, a renda e os serviços
relacionados com suas finalidades essenciais;

 Imunidade de Tráfego Interestadual e Intermunicipal:


 Princípio presente no art.150, V da CF, tem como fundamento
assegurar a livre circulação de bens, pessoas e meios de
transporte, NÃO se admitindo que isto seja dificultado pela tributação.
Ex: Pedágio, para a conservação das vias públicas;
 Não tributar o ir e vir do cidadão, garantindo sua livre circulação.
Não é possível limitar o trânsito;

 Uniformidade de Tributo Federal em Todo Território


Nacional:
 Consagrado pelo art.151, I e veda a discriminação do tributo
federal em razão do local da ocorrência do fato gerado. Exceção:
Incentivos fiscais, com o objeto de promover desenvolvimento
econômico em determinadas regiões. Ex: Zona Franca de Manaus;
 Cada ente define o valor de seu tributo (âmbito municipal e
estadual);
 NÃO SE APLICA AOS TRIBUTOS FEDERAIS, devendo ter a mesma
alíquota e base de cálculo, uniformidade;
 Mesmo valor para todo o território;
 Exceções, devidamente delimitadas na lei, visando fomentar o
desenvolvimento econômico (regiões pobres, em casos
excepcionais);
 Em tese, o desenvolvimento econômico DEVE acontecer (logo, ressalta-
se aqui o caráter temporário do incentivo);

 Uniformidade de Tributo Estadual e Municipal quanto a


Procedência de Bens e Serviços de qualquer Natureza:
 Princípio previsto no art.152 da CF/88, proíbe barreira tributária entre
Estados e Municípios. Assim, é inconstitucional norma
diferenciada se o produto for enviado a um determinado Estado;
 Uniformidade quanto a circulação de mercadorias e evitar a
guerra fiscal entre Estados e Municípios;
 Guerra Fiscal – Estados/Municípios diminuem a tributação
visando parecer mais atraentes economicamente;

 Vedação da União Decretar Isenção de Impostos das


Entidades Periféricas:
 Princípio consagrado pelo art.151§III da CF/88;

 União pode declarar isenção apenas sobre tributos


federais, não podendo a mesma invadir competências estaduais ou
municipais;

 4°Bimestre:

 Obrigação Tributária:
 Fundamento Legal – CTN (art.113 a 138, 5 capítulos):
 1) Conceito – Relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito
passivo) tem o dever de emprestar dinheiro ao Estado (sujeito ativo)
ou de fazer, não fazer, ou tolerar algo no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de
constituir contra o particular crédito;
 Contraprestação; cidadão X estado;
 Uma obrigação ESPECIAL, regulamentada pelo direito tributário;
 Dever legal de OFERTAR ALGO para o Estado;
 Lei faz conjunto de exigências para com o cidadão, visando facilitar a
atividade estatal;
 2) Origem – LEI;
 3) Espécies:
 a) Principal – Se caracteriza pela entrega de dinheiro (tributo ou
multa) aos cofres (art.113º§1°do CTN);
 Somente regulamentado por lei;
 b) Acessória – Se caracteriza por um “fazer” ou “não fazer” do
contribuinte, visando a arrecadação ou fiscalização tributária (art.113§2°
e 3° do CTN);
 Estará sempre prevista na lei, mas regulamentado por outros
atos normativos;
 Descumprimento gera MULTA, que por si só se converte em
obrigação principal;
 Tudo que disser respeito aos pagamentos, obrigatoriamente POR
LEI, haja visto sua maior relevância;
 Nas acessórias (auxiliam as principais), pode vir em outros atos
normativos;
 Criação por LEI, NÃO DECRETO;

 Fato Gerador da Obrigação Tributária: Ocorrência que faz


nascer o dever de pagar tributo:
 A) Hipótese de Incidência – Fato descrito em lei que, SE e QUANDO
descumprido, faz nascer para alguém o dever de pagar um tributo;
 B) Fato Imponível – Caracteriza-se pelo acontecimento (fato que
realiza o tipo tributário);
 Divide-se em:
 B1) In Abstrato – Refere-se a hipótese de incidência;
 B2) In Concreto – Refere-se ao fato ocorrido, ao FATO IMPONÍVEL.
Nesse caso, TORNA-SE IMPONÍVEL;

 Para o tributo nascer, o fato deve se ajustar rigorosamente a


uma hipótese de incidência tributária (fenômeno da subsunção,
equivalente a tipicidade penal);
 A lei descreve a hipótese de incidência, e ocorrendo o fato gerador
imponível, É DEVIDO O TRIBUTO;
 A norma jurídica tributária deve estar COMPLETA. Deve conter
elementos essenciais: hipótese de incidência, sujeito ativo x
passivo, base de cálculo x alíquota, sob pena de NÃO HAVER tributo
a lançar;

 Aspectos do Fato Gerador:


 1) Material – Descrição do fato, propriamente dito. PORQUE PAGAR;
 2) Especial ou Territorial – Definição do local de ocorrência do fato
gerador. ONDE PAGAR;
 3) Temporal – Definição do momento de ocorrência do fato gerador;
QUANDO PAGAR;
 4) Pessoal – Definição dos sujeitos. QUEM COBRA e QUEM PAGA;
 5)Valorativo – Definição do valor a ser pago. QUANTO PAGAR;

 Sujeito Ativo ou Passivo da Obrigação Tributária:


 Art.119 e 120 do CTN;
 1) Sujeito Ativo - Pessoa jurídica que possui o direito subjetivo de
cobrar o tributo, pessoa que tem capacidade tributária ativa
(credor do tributo);
 Pode ser pessoa jurídica de direito público ou privado (delegação
de competência de cobrança). Art.119 do CTN alterado tacitamente pela
CF/88;
 Sujeito Passivo da Obrigação Tributária:
 Art.121 a 127 do CTN;
 Sujeito Passivo da obrigação tributária é a pessoa sujeita de direitos
física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o
cumprimento da prestação;
 Obrigação Principal – Pessoa obrigada ao pagamento (art.121);
 Obrigação Acessória – Pessoa obrigada ao cumprimento do objeto
(art.122 CTN);
 Podem ou não ser a mesma pessoa;

 Sujeito Passivo da Obrigação Principal:


 Contribuinte – Suporta com seu patrimônio o ônus tributário. Paga
tributo a título próprio; Art. 121, P.U §1°;
 Relação direta e pessoal com a situação que constitua fato gerador;
 Responsável (Contribuinte Indireto) – Aquele que paga o tributo
em nome do contribuinte, por expressa determinação legal. Não é
o realizador do fato imponível. Paga tributo a título alheio. Art.121, P.U
§2°
 Sem ser contribuinte, tem a obrigação legal de pagar o tributo;

 Solidariedade Tributária (art.124 e 125 CTN):


 É a responsabilidade conjunta, de mais de dois devedores, pelo
pagamento do tributo;
 1) Pessoas que tenham interesse na situação caracterizadora do
fato gerador;
 2) Pessoas expressamente designadas por lei (art.134 CTN);

 Não comporta benefício de ordem;


 Efeitos extensivos a todos (pagamento, isenção ou remissão e
interrupção da prescrição);
 Na esfera tributária, é cobrado aquele QUE FOR MAIS FÁCIL;
 Não é como no âmbito cível, onde a regra é PRIMEIRO O DEVEDOR
PRINCIPAL;

 Capacidade Tributária (art.126 CTN):


 Independe da capacidade civil ou de limitações para o exercício de
atividade (pessoa física);
 Independe de constituição formal (pessoa jurídica);

 Domicílio Tributário (art.127 CTN):


 É o local onde a pessoa exerce suas atividades habituais
(civil e comercial);
 O CTN define a eleição do domicílio;
 Caso não ocorra ou se faça de forma a dificultar fiscalização –
definição pelo Estado – situação dos bens ou ocorrência do fato
gerador;

 Responsabilidade Tributária (art.128 a 138 do CTN):


 1) Conceito – Atribuição do dever de pagar tributo a um terceiro que
não praticou o fato gerador (lei);
 2) Espécies:
 a) Transferência – Depois de surgida a obrigação tributária, em razão
de fato superveniente, esta é repassada a outra pessoa. Ex: sucessão.
Nesse caso, PODE HAVER FATO SUPERVENIENTE;
 A responsabilidade por transferência vem contemplada no CTN;
 b) Substituição – No instante em que surge a obrigação tributária, já se
verifica o repasse ao terceiro. Ex: Retenções tributárias; nesse caso,
NÃO HÁ FATO SUPERVENIENTE, TUDO JÁ ESTÁ EXPRESSO EM
LEI;
 A responsabilidade por substituição aparece na legislação
infraconstitucional;
 3) Requisitos:
 A) Expressa previsão legal;
 B) A terceira pessoa que recebe o dever de pagar tributo DEVE TER
UMA RELAÇÃO COM o FATO GERADOR;
 C) Somente ocorre em relação à obrigação principal;

 Responsabilidade dos Sucessores:


 Uma pessoa deve cumprir a obrigação tributária não cumprida por
outra após a ocorrência do fato gerador;
 Ocorrerá nos casos em que o contribuinte, por razões diversas (venda
de estabelecimento comercial, industrial ou profissional) deve ser
sucedido na relação jurídica, garantindo-se assim, o pagamento
dos tributos;
 CTN art. 129 a 133;
 Ex: Inventário e adquirente de bem imóvel;

 Responsabilidade de Terceiros:
 Impossibilidade de satisfação da obrigação pelo contribuinte e
relação com o fato gerador;
 Pressupõe DUAS CONDIÇÕES:
 A) que o contribuinte não possa cumprir sua obrigação;
 B) que o terceiro tenha participado do ato que configure o fato
gerador do tributo, ou em relação a este se tenha indevidamente
omitido;
 CTN, art.134 a 135;
 Ex: Pais, tabeliões e diretores de empresas;

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