<c>A crise capitalista e a ofensiva dos banqueiros
<t>A Grécia violentada
<o>O sacrifício imposto a todo o povo pelo governo
da Grécia e os banqueiros europeus e norte- americanos vem custando a riqueza do país, os empregos da população trabalhadora e impondo um duro ataque às condições de vida do povo
<t1>Plano após plano, corte após corte, o governo da
Grécia e os economistas internacionais se vêem diante da uma situação praticamente inevitável: a falência do país. É por isso que estão tentando impor um arrocho cada vez maior sobre as contas públicas, com demissões, redução salarial e privatizações. E a Grécia não está sozinha. Em menos de um ano e meio, além dela, as economias de Portugal, Espanha, Irlanda e Itália também podem entram em colapso. Nas últimas semanas, os trabalhadores gregos se levantaram contra a decisão dos parlamentares do país de aprovar um novo plano de corte de gastos estatais com o objetivo de permitir que o governo receba um novo empréstimo dos banqueiros europeus no valor de 110 bilhões de euros (mais de R$ 245 bilhões). Os deputados ignoraram a vontade do povo que foi expressa pela greve geral de dois dias, com a adesão de praticamente todas as categorias profissionais do país. Violentaram a decisão dos trabalhadores gregos de rejeitar um novo empréstimo dos banqueiros para o governo sob condições que levariam a ainda mais demissões e pobreza para a classe operária daquele que é um dos países mais pobres da Europa. Os parlamentares mostraram que a “democracia” termina ali onde começa a ser ameaçada a segurança que os governantes têm de que vão continuar a governar ordenando a repressão policial à manifestação e passando por cima da vontade do povo para aprovar o plano que desejavam. Como resultado desta afronta, o governo receberá alguns bilhões de euros a mais para tapar o buraco de suas contas. Em troca, vai arrancar da nação empresas públicas, entregues de bandeija aos capitalistas por meio de privatizações muito abaixo do seu custo, além dos empregos, salários e aposentadorias dos trabalhadores dos setores público e privado para oferecê-los em sacrifício aos falidos bancos e especuladores do mercado financeiro internacional que já emprestaram dinheiro ao país no passado e agora, quando a crise econômica mundial saiu do controle, passaram a cobrar a fatura. A disposição dos trabalhadores gregos é impedir que o desemprego (atualmente, mais de 40% dos jovens do país estão sem trabalho formal), os baixos salários e as privatizações afundem de vez o país, mergulhando-o em uma recessão profunda, combinada com a inflação e os altos preços dos alimentos, condenando toda a população a trabalhar para pagar os banqueiros credores do governo. A esta luta, devem se juntar os trabalhadores dos demais países europeus, ameaçados pela mesma crise. O próximo período será marcado, sem sombra de dúvidas, pelo levante dos trabalhadores em todos os países desenvolvidos contra a tentativa do grande capital de expropriar a população para se sustentar. Esta luta coloca na ordem do dia a necessidade de organizar um verdadeiro partido revolucionário da classe operária, um partido independente dos patrões e dos banqueiros, que dirija a luta das massas na única perspectiva que pode livrar os trabalhadores do peso morto e do atraso para toda a sociedade representado pelo regime capitalista de exploração: um governo operário e socialista.