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HABILIDADES SOCIAIS
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social. Entre os grandes símios, a substância cinzenta do cérebro é decisiva para
estabelecer alianças para melhores ganhos sociais. Macacos mais valorizados
recebem menos agressões, se alimentam melhor e, entre outros, têm mais filhos.
Podemos dizer que a inteligência social e emocional é mais útil que a força bruta.
Ao longo da evolução, é provável que tenhamos desenvolvido habilidades
sociais sem dar o nome que hoje usamos para definir determinados
comportamentos sociais. Isso nos ajuda a refletir que o desenvolvimento pela
socialização, empatia e compreensão das emoções e pensamentos de outros são
essenciais para a integração e o posicionamento social.
As buscas de raízes históricas sobre HS veem sinais na década de 1930,
em estudos de comportamento social em crianças, o que embora não tenha
reconhecimento tácito, pode sugerir primeiros passos. Há que destacar alguns
vieses importantes: a passagem de visão menos presa a instintos biológicos da
concepção freudiana para modelos mais interpessoais e os experimentos do
fisiologista russo Ivan Pavlov sobre o reflexo condiciona como fonte para estudo
de competências sociais.
Um outro ponto importante foi a descoberta em pesquisas de que quanto
maior a competência social, menor o tempo de internamento de pacientes em
hospitais.
Nesta sequência, a influência das habilidades sociais destacou-se em
estudos sobre a interação homem-máquina por meio dos processos de
informação e das características perceptivas, decisórias e motoras
A referência histórica coloca em aspectos cronológicos a participação de
Andrew Salter a partir de 1949 no estudo das habilidades sociais. Já em 1957, o
psicólogo americano dedicou-se a promover técnicas para aumentar a
expressividade verbal, estratégias que foram aperfeiçoadas no decorrer dos anos
por outros psicólogos. As publicações do Professor de Psicologia Vicente Cabalo
ainda situam o psiquiatra sul africano Joseph Wolpe como o primeiro a usar o
termo “comportamento assertivo” para explicar a expressão de sentimentos
negativos e defesa dos próprios direitos (Bolsoni-Silva, 2002).
Ressalte-se aqui a influência pavloniana, uma vez que o trabalho de Salter
é fundamentado no reflexo condicionado. Aprendemos na psicologia que o reflexo
condicionado conhecido como condicionamento clássico ou pavloniano aumenta
ainda mais a responsividade de um reflexo, além de propiciar efeitos mais intensos
que a sensibilização. Coube a Wolpe dar funcionalidade ao que chamou de
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Treinamento Assertivo com o qual passou a tratar a ansiedade pela expressão de
sentimentos.
O movimento em favor das HS passou a ter impulso na Inglaterra
(Universidade de Oxford) e depois disso temos visto uma literatura crescente
sobre o tema, como ocorre no Brasil com as publicações de Almir e Zilda Del
Prette.
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competente em tarefas interpessoais (Del Prette; Del Prette, 2018,
Arquivo Kindle).
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Heatherton (2005, p. 191) explicam que o condicionamento ocorre quando o
estímulo condicionado passa a ser associado ao estímulo incondicionado. “Para
que ocorra a aprendizagem, o estímulo condicionado precisa ser um preditor
confiável do estímulo incondicionado, não simplesmente contíguo”.
Comportamentos aprendidos que podem ser ensinados e que se
demonstram em situações sociais, visando obter reforço ou auto reforço social
fazem parte de competências da Psicologia Social. Nelas incluímos exemplos
como trabalhar em equipe, socialização, valores, liderança e outros.
Podemos então considerar que as HS se fundamentam em princípios e
conhecimentos estabelecidos e desenvolvidos com base em fundamentos como
a Teoria da Aprendizagem Social, os Modelos Cognitivo-Comportamentais e a
Psicologia Social.
Modelo cognitivo
Modelo comportamental
Modelo interativo
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Expressar-se corporalmente, com repertório verbal e não verbal, perguntar,
responder, variar a postura, gestos e olhar de modo adequado é diferenciar-se de
quem não apresenta estas habilidades, ou seja, o contraditório entre o que é e o
que não é competência social.
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(colocar-se no lugar do outro), expressar compreensão, incentivar a confidência
(quando for o caso), demonstrar disposição para ajudar (se for o caso),
compartilhar alegria e realização do outro (nascimento do filho, aprovação no
vestibular, obtenção de emprego e outros).
A assertividade teria como subclasses: defender direitos próprios e
direitos de outrem, questionar, opinar, discordar, solicitar explicações sobre o
porquê de certos comportamentos, manifestar opinião, concordar, discordar, fazer
e recursar pedidos. Outras classes e subclasses a título de exemplo na concepção
de Del Prette e Del Prette (2018) são:
Comunicação
Civilidade
Expressar solidariedade
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Manejar conflitos e resolver problemas interpessoais
Coordenar grupo
Falar em público
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REFERÊNCIAS
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