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calculo| | e algebra linear | “™ Vetores no Plano e Fungées de uma Varidvel Wilfred Kaplan Donald J, Lewis Departamento de Matemética Universidade de Michigan Equipe de tradutores: Marco Anténio Raupp (Coordenador) Hilton Visira Machado Adilson Gongalves José Raimundo Braga Coatho Antonio Conde Marcos Duarte Mala Eduardo Kanan Marques Profenséres do Departamento de Matemética da Universidade de Brasilia Livros Técnicos e Cientificos Editora Ltda, Rio de Janeiro » GB/1972 COPYRIGHT © 1972, by LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA LTDA. ALL RIGHTS RESERVED Authorized translation from English language edition published by John Wiley & Sons, Ine., New York. Copyright © 1970 by John Wiley & Sons, Inc. All Rights Reserved. Tradugio autorlzada de’ edigéo em lingua inglése publiceds por ohn Wliey & Sons, Jne., New York. Copyright @ 1970 by Jehn Wiley & Sons. Todos os Direites Roservados. Titulc do original em inglés: “CALCULUS AND LINEAR ALGEBRA” Volume 1 IMPRESSO NO BRASIL/PRINTED IN. BRAZIL Capa: ag comunicagic visual tea. Tiragem desta impressio: 8.000 oxemplares Reimpressio; 1972 FICHA CATALOGRAFICA (Praparada pelo Centto de Calalogachona-fonte do SMinrate Raconal doy Santres ee Livres, GB) Kaptan, Wiltred Glieale ,¢ Algebra linear | poe, Wired Kaplan le | J. Lewic; traduglo coor. Todt jor! Marto Aatinie, “Rang Wa te Innetro, ‘Livros ‘Téoniees © Ciontificas, Brasilia, Bd. Univ. de Bresilis, 1972. Br. Bib: ia. Apindices: vs. 14 2 1, Cflenlo, 2. Algebra linear. Donald J., coleb. "1. Tiuto. oDD-517 720018 512.607 ° LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA LTDA. Ay. Presidente Vargas, 962 — 10° Andar — ZC-58 — CP. 3655 Rio de Janeiro + GB. PREFACIO Este livre € 0 primeiro volume de um texto sbbre Géleulo © Algebra Linear, quo pratende fornecer material suficiente pare cursos de Matemética dos dois primeiros anos. universitérios. Nossa objetivo principal $ 2 integragio da Algebra Linear com o Célculo. Apesar de quo estas duss disciplinas possem ser tratedas independentemente, elas ganhem muito em profundidade @ significado quando relacionadas entre si. A Algebra Linear & especinimente valiose nos tépicos mis avancados do Céleulo (fungtes de varias eis, equaghes diferenciais); por ela a teoria & grandemento simplificada. Para o Calcula elementar 2 Algebra Linear & menos importante. No entonto, ela particular. para o estuch de curvas no plano. Al ela simplifica ® teorla, cevela o significade geométrico das férmulas, @ relaciona canceltos tedricos com conceltos fisicos, como velocidade @ aceleragéo. Para o estudo da Algebra Linear (espagos vetorisis © mt twizes), 0 Célculo fornece um reservatério inesgotével de exemplos significativos para ilustrar e esclorecer a teorla Nesta primeiro volume, a Algebra Linear aparece em dois aspectos: (1) vetores no plano (Cap. 1), @ (2) incependéncia tinear @ bases para conjuntos de funcies (introdur zidos na Seg, 2-7). Ao primeiro tépico diése” muito mais paso, € aplicages aparecem por todo © Tivro. O segundo & tratedo superficiaimente, mas com @ freqiitacia suficiente para se ganhar famillarizagdo com os conceitos, bem como confianga em manipulélos, Este encontro inicial com a idéia de Independércia linear tornaré mais féeil um futuro estudo mais aprofundade do espagos vetorlals. Onde $ possivel, o texto dé Bnfase aos aspectos geométricos da teoria, tanto em Csleulo como em Algebra Linear. Na verdade, gradualmente ficaed claro que a Algebra Linear & um instrumento ‘essencial pare o desenvolvimento de Geometria ¢ suas relagces com 0 Célevlo. Geometria 6 freqientemente usada para motivar demonstragbes © enfatizar 12 aspecto qualitativa da algum teorema. Ao mesmo tempo, 0 aspect computaecional, tanto da Célevlo como da Algebra Linear, & inteiramente desenvoivido, © 0 estudante motivade pars o uso de computedores, Nés acreditamos que, para serem efetivos, tanto os mateméticos coma 93 que usam Matemética devem ter uma intuigdo qualitative da teoria, bem como uma destrezd not métodor que .cfo resultados quanitetives, Este principio motive a nossa discusso por tade 0 livro. (© detenvoivimento matsmatica do um tépico inclul um tratemento sencialmente auto-suficiente do material. Entretanto, em eral, as idéi Primeiro. apresentadat intuitivamente, depois formuladas_precisamente, ilustradss, fralmente, completamente estabelecides, As demonsiregtes ifeis eatbo am cegier stp las, marcadas com Cf), © podem ser ficilmente omitidas. Além disso, segées de Gifcuidace ‘rddie, que. podem ter omitéas sem Matar a. continokade, ado rarcaces com (+). © sinal (f) 6 também usedo ocesionalmente para indicar um probleme espocialmente dificil, PLANO DO TEXTO © Cap. 0, um capitule introdutério, € para ser usedo como referéncia €. para revi. s80, Parte déle (ou lode) pode ser estudada em maior profundidade, de scérdo com @ base dos estudantes. © Cap. 1 introdyz of vetores no plano; 8 apresentagio aptiese fortemente na geomettia plana. © Cap. 2 revise & desenvoive a idéie de funcio e apresente o conceit de limite como 9 primeira pesto no desenvolvimento do Célevio, O axioms do menor limilante superior 6 introduzide no final 2, numa sesto (1), € usado para demonstrar os teoremas principais. © Cap. 3 6 um desenvolvimento sistematico do Célevlo diferencial, com _algumes aplicegdes 2 geometria © as ciéncias. As derivedas de sen x, cos x, In x @ af sio dodas com uma [ustificagéo intuitive @ s8o usadas frequentemente; 2¢ demonstragtes rigorosas S80 transferidas para o Cap. 5. Conseqientemente, elas estic & disposigéo dos estudantes dle Engenharia ¢ Fisica pore uso imediato. Um estudante completando ste capitulo fica ‘com ura base sdlida em Célculo diferencial. Veiores aparecem em vérios pontos, espe: clalmente para curvas em forma paramétrica, © Cap. 4 6 um iratemento completo do Céleulo integral. As segdes introdurériss explicam as idéias de integrais definides e indefinidas. Entéo, ax principals técnicos Pare encontrar integrais indefinidas 380 desenvolvidas. Finalmente, a terceira @ mais longa parte 6 devoteda & integral definide, com atgumas aplicagdes, especlalmente Célcvlos dla drea © comprimento de arco. A dsfinigdo da integral ¢ baseada mas estimetivas supe Flores @ inferiorss, @ levee uma demonstragio simples do teorenta principal pera integr de fungées continyas. A integral de Riemann 6 também definids , numa sesfo(4), mostrada ser equivalente a integral dafinide, para fungdes continvas. Dése énfsso & métodes computacionais e computadores. © Cap. 5 é um tratamento breve © rigoroso das fungies tigonoméiricas, logeritmicas, exponenciais ¢ outras relacionadas com clas. Este capitulo pode. ser omitide sem afetar 2 continuidade, visto que todos os resultados principals séo dacos em outras partes do texto. © Cap. & apresenta ovtras aplicagdes do Céleulo diferencial: testes para méximos. fe minimos, gréficos de curves planas em coordenadas retanguleres e polares, 0 métedc de Newton, 9 férmuta de Taylor @ formas indelerminadas. A maior parte déste copftule pode ser estudada imediatamente apés 0 Cap. 3, 22 assim se desejar, pois & integracéo sbmente aparece ocasionalmente, Em particular, as Segs, 6-1 3 6-5 abo fezom referéncia algume & integragéo. © Cop. 7 apresenta aplicegées do integral definida 20 Célculc de reas, em coordenadas retangulares @ polares, volumes de sélicies de revolugio, momentos dé dis- tribuigdos de massa e centréides. Integrais da linhe séo introduridas em varios pontos © ‘papel da integrasso nas Cidncias Fisicas & bem ilustrado, Existem discusses sdbra integrais impréprias ¢ as regres do trepézio e de Simpson. Seis secdas 580 devotedss as equagtes diferenciais; elas estio inclufdas aqui: (1) porque o seu desenvolvimento ¢ uma extensBo natural da teoria anterior © (2) pare torndlas disponivele, [d neste estigio inicial, aos estudantes de Engenharia © Fisica, © materiel coberto adequado para a maloria dos problemas que Astes estudantes encontrar§o em seus primeiros anos de estudo. Grende parte do material apresentaco neste capitulo réo 6 essencial para os subseqilentes, © professor deve escolher os tdpicos @ seram discutides de actrdo com o interésse dos estudantes, 0 seu préprio, ¢ o tempo cisponivel. © Cap. 8 referese as sequencias infinitas @ séries, testes de convergéneia, reorde- nagdo ¢ produte de séries, séries de poténcias, Kérmula ce Taylor © série de Fourier. Algue mas referencias séo feitas as séries complexas. Este capitulo € censiderdvelmente inde pendente dos cutros © pode ser estudado mais cedo ov meis tarde, No volume Ill Ca ser publicado} ox titulos dos Capitulos sero os seguintes: Cap. 9. Espacos Vetoriais. Gap. 10. Matrizes € Determinantes. Cop. 11. Geometris Euclidiana, Cap. 12. Céleulo Diferencial de Fungées de Vérias Varlévels. Cap. 13. Célculo Integral de Functes de Vérias Variéveis. Cap. 14. Equagies Diferenciais. Numerosos problemas so propostos em todos os Copitutos, Respostas para alguns selecionades sparecem a0 fim de cada volume. Os problemas pare os quais séo fornecidas Fespostas t8m seus nuimeros ou letras indicados em negrito Nos sgradecemos ac editor pela sua eslaborasdo, © eapecialmente 8 John B. Hoey pela sua ajuda @ encorajamento, Queremos expressar ainda nossa apreciagio & Sra. Helen M. Ferguson por seu excelente trabalho de dstilogratia do manuscrito. Wilfred Kaplan Donald J Lewis Ann Arber, 1969. CONTEUDO Volume 1 CAP. 0 — INTRODUGAO, 1 Revisio de Algebra, Geometria @ Trigencmetrie, 1 O-1 = Os Nomeros Revi, 1 0-2 - Desigualdades, 4 D3 = Velor Absolute, 5 0-4 - Conjunios, 7 05 - Geometria Plana © Especial, 10 06 ~ Geometria Analitics, 12 0.7. Equastes Lineares om xe y, 14 of Sistema de Equag6es Lineares, 17 0-9 - Determinantes, 20 O40. Funsies, 24 O11. Fungtes Reais de uma Varidvel Real, 27 O12. Fungies Reais de Vérias Varidvais Retis, 28 0413. Grético de um Polinémio do Segunde Grau, 90 0-14. Circunfertnela, Elipse, Hipérbole, 33 0-18. Trigonometria, 39 0-16 Coordenadas Polares, 41 0:17, Nomeros Complexos, 43 D1 Equacdes Algtbricas, 47 0-19. Expoentes @ Logaritmos, 48 0:20. indugio, 51 O21. © Teorerna Binomial. Permutactes e Combinssbes, 54 CAP. 1 — GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES, 57 Ast + Introdugio, 57 12 + Segmentos Orlentades © Vetores, 58 1B Adigio de Vetores, 61 1d + Subtracéo de Vetores, 63 1-5 - Multiplicagio de Vetores por Escelares, 64 166 + Aplicagées Geometricas, 69 1-7 + Independincia Lingar, Base, 71 1-8 Vetores Como Pares da Nimeros, 75 1.9 + Angulo Entre Vatores, Bases Ortogonsis, 78 1410. Produto Interno (Produto Escalar), 82 1.11. Propriededes do Produto interno, #4 Je1% Angulo Orientado de Dois Vetores, Formuts de Area, 88 CAP. 2 — CAP, 3 — Aplicagtes & Fisica, Estétics, 92 Equagéo da Linke Reta, 96 EquacSes Paramétricas da rete, 98 Equacio Linear da Reve, 9° LIMITES, 103 a. 22- a3. 2s 25 26- az. 28. 2 210. 21 ain 21a ae Conceito de Fungo, Terminslogia, Composi Anilise Qualitativa de Funcies de uma Varidvel, 107 ‘Operagses com Fungées de ume Varidvel, 108 Fungées Inverses, 112 Umnites, 117 Continuidede, 123 Teoremes Sabre Limites ¢ Continvidede, 128 Continvidede de Polinéenios © Outras Fungées Comuns, 138 Espago Verorial de Fungtes, 140 Limites quonde X tends s+ 9 ou — 2, 144 Limites Infinitos de uma Fungio, 146 Limites de Seqiitncias Infinites, 152 © Axioma do Manor Limitante Superior, 158 Demonatragdes dos Teoremas Sobre Limites © Continvideds, 162 CALCULO DIFERENCIAL, 171 we a2. ase a4 as as. a7. 38. ae 216 ae a 31a ae Motivagio, 171 Definigao de Derivade, 176 Regras Fundementais pare a Derivacio, 187 Demonstragées das Regras ce Derivasto, 190 A Regra de Cadets, 199 Derivade de FungSes Inverses, 206 Fungées Relacionadas, 213 Funs6es Implicitas, 216 Equagtes Paramétrices, 222 FungBes Vetoriais, 227 Derivasto de Functes Vetoriais, 230 Regras para a Derivagéo das Fungtes Vetoriais, 293 EquacSo das Rates Tangente e Normal, Angulo Entee Quas Curvas, 237 Derivades Segundas, Oerivadas de Ordens Superiores, 242 Sigaificede Geométrico das Oerivades de Ordens Superiores, 245 Significado Fisico das Derivadas de Ordens Supertores, 248 Derivadas Superiores para Fungdes Compostas, FungSes Inversas, Fungies Definides por Equagtes Paramétricas, 253 Derivades Superiones da Fungies Vetoriais, 256 Méximos 9 Minimos, 259 Teorema de Rolle, 266 Teoreme do Valor Médio, 267 A Diferenctel, 273 Regras do Célculo em Fungo de Diferenciats, 276 CAP. 4 — APENDICE 2-24 Aplicagdes Numérices da Difersncial, 279 2.25 A Diferencial © as Tengentes, 281 CALCULO INTEGRAL, 286 41. intredusse, 266 42 - A Integral Indefinida, 286 #3 - A Integral Definida, 291 44+ Area, 297 ‘45. Propriededes Fundamentais da Integral Indefinids, 302 Ab © AplicegSes das Reyras de Integrago, 305 47 - Substituigho am Integrats Indefinidas, 306 49 - Tooremas Stbre Substitvicses, 315 49 Integragio por Partes, 320 419. Decomposico de Fungtes Recionsis em Fragbes Parclais (Coso de Ralzes Reals), 323 4-11. Demonstragho do Teorama da Decomposicfo am Fraghes Parciais pare © Caso de Ratzes Reais, 327 4-12 Decompesic&o om Fracées Perciais (Ces das Ratzes Complexes © dos Fatdres Quedraticos), 331 4-13. Integrasto de FungSes Oedas por Férmules Diferentes em Intervelos Adjecentes, 336 414 Métodos Aproximados Para Encontrar Integrals Indefinidas, 340 ° 41% A Datinige da Integral Deftnide, 344~ 4416. Propriedades da integral Definids, 354 417%. © Teoreme Fundamentsi do Célcvle, 355, 416 Aron, 362 419 Area sob uma Curva, 364 420. A Integral Como um Acumulador, 371 4-21. Integrasto por ries @ Substituigfo, 376 4:22. Fungbes Pares © Functes Impares, 379 4-23. Desigualdades para Integrais, 382 424. Teorema do Valor Médio Para Integrsis, 383 425. A integral Definida Come um Limite, 387 426. Demonstragio ds Existéncia da Integral de Riemann da uma Fungi ® Po * + & Continua, 392 Comprimento de Arco, 307 ‘A Fungo Cortprimento de Arco, 402 Mudengs de Parkmetro, 403 Integragbo de Funcées Continues por Partes, 408 Integrasto de Fungdes Vetoriais, 416 Tebele de Integrals Indafinides, 425 Fungées Trigonométricas Pars Angulas em Radlanos, 495 Fungles Exponenciais, 439 Logaritmon Naturais, 443 Formulas Trigonométricas, 446 RESPOSTA DOS PROBLEMAS CONTEUDO Volume 2 CAP. 5 — AS FUNGOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES, 463 STs sa. aa 54 55 bbe 57+ ae 59. 5.10. sie ‘As Fungdes Seno e CoSeno. 463 Extensfio do Cos s @ Sen s ao Intervalo Infinito, «67 Identidades , 470 Fungée Angule 73 Existéncia e Unicidade da Fungio Anguio.477 Integral de Uma Fungio Racional de Sen x e@ Cos x 479 ‘As Fungses Exponencis| ¢ Logarttmica, 482 ‘A Fungéo Exponencial Complexa, 290 Fungées Hiperbdlicas, 494 Relagso Entre Funcées Miperbélicas @ Trigonométricss, 495 Classificagao de Fungdes. 472 CAP. 6 — APLICAGOES BO CALCULO DIFERENCIAL , 502 er. 62. oa. +4 as. 46. 67+ 6a 69. 610 en e12 613. 614 615. Testes para Méximos © Minimos, 502 ‘Méximos © Minimos Condicionados. Multiplicader de Legrange, $13 Concevidads @ Convexidade; Pontos de Inflexio. 519 Cbservagdes no Tragade de um Gréfieo, 522 Mudanga de Coordenadas, 534 Curvas Planas: Equagtes Vetorlais; Curvatura, 551 Componentes Tangencial © Normal da Aceloracéo. Circulo, de Curvatura, Curvas em Coordenadss Polares, 556 Aceleragéo @ Curvatura em Coordentdas Polares, 562 Método de Newton, 569 Estimativa do Ero, 575 Formula de. Taylor com Resto, £81 Etro no Método de Newton, 526 Forma Indeterminadas, Rogras de L'Hospital. 559 Demonstrages das Regres de L'Hospital , 595 CAP, 7 — APLICACOES DO CALCULO INTEGRAL , 601 me. Ro 73+ 7a. 75. 76. 1 . Kren ented duss Curves, 604 Area em Coordenadas Polares, $04 Uma Férmyla Geral de Area, 607 Uma Nova Aproximagso Para Ares, 515 Volume de um Sélido de Revolugio . 620 Sélidos de Revoivgdo; Coordenades Polares @ Férmula Paramétrice, Volume de Outros Sélidos, 629 7.20. Tat 722. 72d 633 Igbo de Massa © Oviras Distribuigfes, 438 igbes de Masta no Plano, 645 650 Distribuiggo de Massa Sdbre Curves, 65! ‘Qutrar Aplicagses da Integragto, 656 Integreis Imprégrias, 665 Equastes Dilerenciais. 475 Equagtes Oiferenciais de Primeira Ordem, 077 Equagdes Diferenciais Lineares de Segunda Ordem , 681 A Equacéo Diferencial Linear Homogénea de Segunda Ordem com Cosficientes Constantes, 634 ‘A Equagio Linear Nio Homogénea de Segunda Ordem com Coefi- sientes Constantes, 686 VibragBes , 689 ‘Avaliagso Numérica de (ntegrais, Regras des Trapézies, 694 Regra de Simpson, 697 Demonstragées de Expresses Para Ero na Regras dos Traplzios ¢ de Simpson, 70) CAP. 8 — SERIES iNFINITAS , 707 are a2. as. ane a5. Bb. are Introdugao, 707 Svcesstes infinitas, 709 A Condigéo de Cauchy Para Sucessées , 713 SériesInfinitas, 716 Propriedades das Séries Infinitas , 723 Critério de Cauchy Para Séries Infinites, 726 Testes de Comparagio. Para Séries com Térmot Néo Negativos , 728 © Teste da Integral. 731 Gonvergfncia Absolute, 725 Testes da Razic @ da Ralz 736 Sérios Alternadss . 740 Reagrupemento de Séries . 742 Produtos de Séries, 744 Sucessies © Sérles de Fungtes, 748 Séries de Poténcies, 751 Demonstragio do Teoreme do de Convergincia , 754 Propriedsdes das Sériet de Poténciat, 756 Demonstragio do Teorems das Propritdedes de Séries de Poléncias , 751 Férmula de Taylor com Resto, 765 Sériet de Taylor, 767 Aveliegio Numdrica de Fungées por Séries de Potincies . 773 Série de Potinciss Como SolusSo de Equartes Diferencials, 778 ‘Séri¢s ce Poténcias Complexas, 782 Séries de Fourier, 785 RESPOSTAS AOS PROBLEMAS, 816 INDICE ALFABETICO , 825 INTRODUCAO REVISAO DE ALGEBRA, GEOMETRIA E TRIGONOMETRIA Neste capitulo apreseatamos um resumo de tépicos de algebra, geometria ¢ trigonometria essenciais para o restante do livre, No fim do capitulo so dadas referéncias onde éstes topicos sdo totalmente cobertos. Também aprésentamos um certo numero de exercicios através dos quais o leitor poderé refrescar seus conhecimentos ¢ testar sua base para o que segue. 0-1. Os Niimeros Reais Os nimeros reais aparecem naturalmente quando se medem distincias ‘on, mais geralmente, quando se consideram as posigaes relativas de pontos em uma reta. Escolhemos um ponto de referéncia O sébre a reta, uma unidade de distancia ¢ indicamos a posigio de cada ponto na reta dando sua distancia de O, em funcZo da unidade escolhida; para distinguir os Pontos em um Jado de O daqueles no outro lado, atribuimos um sinal mais ‘aos primeiros ¢ um sinal menos aos ultimos. © sinal mais, entretanto, usualmente nfo é escrito, © resultado disso € o familiar cixo dos nitmeros da Fig. 0-1, Todo nimero real & representado por um ponto sdbre o eixo, e cada ponto do eixo representa um tinico numero. O ponto O representa tt t 1 11 Li * =ig =1 a oe Era rad 2/7 NS Fig, 0-1. Eixo dos nimeros © nimero 0 (Zero), os poutos situados a uma unidade de O correspondem a208 numeros + 1 ¢ — 1, os pontos a duas unidades de O correspondem aos nimeros 2, — 2, ¢ assim por diante, Os nimezos que correspondem a um mimero inteiro’ de unidades para 0 lado mais sdo os inteiros positivos: 1,2,3,..., 10,..., 3567, ...; aquéles que correspondem 2 um niimero inteiro de unidades para o lado menos sio os inteiros negatives: — 1, ~ 2, — 3,...,~ 10,...,— 50,... Os nimeros 0, 1, — 1,2, - 2, 3,—3,... s8o0 chamados inteiros. Visto que podemos dividir qualquer segmento de reta em um numero dado de partes iguais, temos numeros fraciondrios: 31/2, 51/4, — 2/3, ... Como em aritmética, cada fragio pode ser escrita na forma mjn, onde me n sio inteitos ¢ 2 € positive. Chamamos éstes nimeros de mimeros racionais. Um nimero real que ndo é racional é chamado jrracional. Duas expressdes que representam nimeros se dizem iguais sc corres: pondem ao mesmo ponto sébre o eixo dos ntimeros. Assim, 1/2 € 2/4 s%o iguais porque ambos correspondem ao ponto médio do segmento indo de 0 até 1. Em geral, nimeros racionais mjne p/q so iguais precisa~ mente quando mg = np; para todo numero racional m/n podemos encon- trar um outro numero racional p/g igual, tal que p e ¢ nfo tenham di- visor comum. © sinal de igualdade (=) obedece a estas regras: a=a; se a=b, entio b=a; sc a=b e€ b=e, entlio aac. Escrevemos a x4 b para indicat que a no é igual a b. Quando procuramos determinar © comprimento da hipotenusa de trfangulos retangulos que possuam um dos lados com comprimento uni- thrio, somos levados aos mimeros 2, V/3, ..., como sugere a Fig. 0-2. Pode-se mostrar que +2 no € um numero racional, sendo, portanto, immacional, Existem muitos outros numeros irracionais (por exemplo, 3, VS, V6), cada um exprimindo 0 comprimento de um segmento de reta, Fig. 0-2. Nameros irracionais ®, portanto, representado por um ponto sdbre nosso eixo dos ntimeros. Também x, o comprimento da circunferéncia de didmetro 1, € um numero irracional. 0.1. O5 NUMEROS REAIS 3 A colegio de todos éstes niimeros, os inteiros, os racionais, os irra- cionais, forma a classe de fodos os nimeros reais. Podemos atribuir a cada mimero real uma representagdo decimal, por exemplo, 137,56214,.., ~~ 33,33333..., 3.141592. ... Normalmente a representacdo no termina, entdo falamos de uma decimal infinita, Uma decimal finita é um ndmero racional; por exemplo, 1,79 = 79/k00. Entretanto, nem todo namero racional € igual a uma decimal finita. Por todo éste livro a palavra “niimero” normalmente indicaré “nd- mero real”. Os inteiros positives e o zero desempenham um papel especial no processo de contagem, isto é, na determinagio de quantos objetos existem numa dada colegio. Quando ndo existe nenhum, dizemos que existem zero objetos pu que a colecio é vazia. Quando, para algum inteiro positive , podemos contar os objetos usando os inteiros 1, 2, 3, ... ”, dizemos que exister m objetos ¢ que a colegio é finita. (Uma colegio vazia também é dita finita.) Quando nao podemos contat os objetos dessa mancira, dizemos que a colecdo € infinita, Por exemplo, a colegdo de todos os inteiros € infinita, como também o so 0 conjunto dos inteicos pares ¢ 0 conjunto dos nimeros reais entre 0 € 1, Quando temos niimeros 4 disposicdo, esperamos naturalmente poder somé-los, multiplicd-los € possivelmente subtraislos ¢ dividislos. Diz-se que uma colecdo de numeros forma um sistema numérico quando adiyao ¢ multiplicagiio estZo definidas dentro do sistema ¢ as seguintes proprie- dades esto satisfeitas para nameros a, 6, c quaisquer do sistema: 1 a@+6 = b+a, (lei comutativa da adigao) 2 atte) = (at b)+e. (lei associativa da adi¢ao) 3. Oesté no sistemaea+O = a 4. Para qualquer @ no sistema, existe uma tnica solugdo da equagdo a+x = 0. Denotamos esta solugdo por — a, ab = ba. (lei comutativa da muitiplicacao) a(bc) =(abje. (lei associativa da muitiplicagao) 1 esta no sistema ¢ @- 1 = a, eI Ae Para qualquer a 0 no sistema, existe uma tnica solugio da equagio ax = 1. Denotamos esta solugdo por o. 9 ab +0) =ab-+ ac. (lei distributive) ‘ IETRODUGAD. Destas regras podemos mostrar a possibilidade de subtraic ¢ dividit quaisquer dois mimeros, com exeegio da divisio por zero. Além do mais, ab = 0 se, e somente se, a= 0 ou b= 0. Também (— a){— 5) = = (ab) ¢ (— a) b = — (ab). Como sabemos que a colegio de todos os nimeros reais obedece as regras 1,..., 9 podemos declarar que os mémeros reais formam um sistema numérico, (Existem outros sistemas numéricos, por exemplo o formado pelos niimeros racionais e o formado pelos numeros complexos; ver Seg. 017) 0-2. Desigualdades Os miimeros sébre 0 lado mais de O na Fig. 0-1 so chamados ni meros positivos, os sObre o lado menos so chamados nimeros negativos. Um namero que € nfo negative & entdo positive ou 0; um numero que € nao positivo é negativo ou 0. Para dois miimeros a, b, escrevemos a < b (a é menor ‘do que 2) ou b> a(b é maior do que 4) quando b ~ aé positive. Se ae b so ambos positives, a sto chamados sinais de desigualdade ¢ satisfazem as seguintes regras: 10, Se ax 6, entio a< b oua> db. ll, Sea 0, entio ac < be. 14. Sea< bec <0, ent&o ac > be. 15. Para nenhum a se tem a t+ >0. 17. Se a= 0, entio a? > 0. @3, VALOR ABSOLUTO s Se ae b siio positives, entio 0 < ae 0 < 5, o que implica, pela regra 12, B< a+b e, portanto, pela regra 11, 0< a+ 5; do mesmo modo, pelas regras 13 ¢ 12, 0 < ab. Assim, a soma e o produto de nimeros positives sao positives. Visto que a +(— a)=0, € impossivel para a @ — a setem ambos positivos. Podemos combinar os sinais de igualdade e desigualdade: 0 simbolo “a y para cada um dos seguintes casos: @ x=-3y=-2 ® x-by=-2 © x= V3~V.y= V7 - VT @ x= ——" ! v-vn VS vB 3. Catcule: (a) j— 3,51, Cb) [0,2|, Ce) Ciel], im ial, @ le xt — 4, Mostre que |a— 5} pode ser interpretado como a distancia entre a ¢ b sobre o cixo dos mimeros. §. Achar xem cada um dos casos: (a) |x} =0, (b) }x| =2, (©) 1x - 1] =2, @tetip=l 6. O simbolo Wx indica 0 se x = 0 ¢ a raiz quadrada positiva de x, sex > 0. Justifique as seguintes regras para todos reais x © ». @) V2 = Ix] () Vt ot (ec) (x px] aot (d) V-Day Fy =». 7, Mostre que as regras 20 ¢ 21 so validas para todos os mimeros reais a € 5. & (a) a 1/6? 9. Prove que, se.x 6 y sdo racionais, entao xy ¢ x + y também serdo. + Os problemas numerados em negrito terdo as respostas dadas no final déste volume, 0-4. CONJUNTOS , 0-4. Conjuntos Em matematica as palavras colegio, classe e conjunto, sio sinénimos. A palavra conjunto é, entretanto, mais comumente usada. Um conjunto de numeros, significa uma colegio de niimeros reais, por exemplo, os ntimeros 1, 2, 3, 4 ou todos os inteiros positivos, ou todos ‘os ntimeros negativos. Podemos especificar um conjunto de némeros dando uma propriedade ‘comum aos mimeros no conjunto e unicamente a éstes; por exemplo, o conjunto de todos os mimeros que s&o inteiros positives pares, ou 0 con- junto de todos os numeros x para os quais 1 t. que significa © conjunto de todos os nimeros x maiores que 1. fe |x?-+2x—1=0}, que significa 0 conjunto de todos os mimeros x para os quais x? + 2x — —1 = 0, portanto, o conjunto que con- siste de ambas as raizes desta equago do 2° grau Um conjunto, uma vez especificado, pode ser denotado por uma Gnica letra. Assim, muitas vézes escrevemos R para o conjunto de todos os niimeros reais. Por unido de dois conjuntos A e B entendemos 0 conjunto C que con- siste dos objetos em A e dos objetosem B. Assim, x est em C exatamente quando x esté em A ou x esté em B (ou talvez em ambos). Por exemplo, Réa unido dos mimeros racionais ¢ dos nimeros irtacionais, A uniio de Ae B é usualmente denotada por AU B (ver Fig. 0-4). ANB Fig. 0-4. Uniti ¢ intersegio Por intersegdo de dois conjuntos A e B entendemos o conjunto C que consiste dos objetos que estdo em ambos, Ae B. Assim, se 4 é 0 con- a INTRODUEKO junto dos inteiros pares (todos os inteiros divisiveis por 2)e B é 0 conjunto de todos os inteiros positives, ent&o a intersccio de Ae B consiste dos inteiros positivos que sdo pares, A intersecio de A c¢ B é usualmente denotada por AB ou AB (ver Fig. 0-4). Um conjunto sem objetos é chamado um confunto vazio. Como dois quaisquer conjuntos vazios sdo indistinguiveis, nds falamos do conjunto vazio, e denotamo-lo por J. Os objetos num conjunto sio chamados elementos do conjunto, e se todo elemento num conjunto 4 é também um elemento do conjunto B, entdo diz-se que A estd inclufdo em B ou que A 6 um subconjunto de 8, O sim- bolo AC B é usado para indicar esta relagio.(’) Se AC Be BC A, entio A = B. Intervalos. Por um intervalo entendemos um conjunto que consiste de todos os niimeros reais que se encontrem entre dois nimeros dados, © que, talvez, inclua um ou ambos mimeros dados. Um intervalo, pois, & descrito por uma dupla desigualdade (Seg. 0-2). Por exemplo, 0 < 0 descreve um intervalo infinito, consistindo de todos os nimeros reais x que so positives ou zero. Qs casos gerais so os seguintes asx agx x- UU Gls < Op @) {x | 8 <5} Gel at — 2 6 um intelro par} {© © conjunto vazio 3, Descreva todos os subconjuntes de cada um dos conjuntos: {a) © conjunto consistindo de 0 1. {b) © conjunto consistindo de uma caneta, um lapis ¢ uma borracha. (© © conjunto consistindo de todos os pares (x,y), onde x= 0 ou 1e y =O out. 4. Para cada’ uma das seguintes desigualdades descreva 0 conjunto de niimeros reais x Para os quais a desiguaidade 6 valida: @ P<4 WH x@- H>0 © «@- D560 OG@-DE-Do0 x 2 ! @ yat7 eet? mys} 5. Classifique cada um dos seguintes intervalos em funcdo dos tipos mostrados na Fig. 0-5 fa) ~1<9x<1 (b) -2ex ©) 3 12,5) © ©, 4] (©) O0 () [x~ 3) = [x +2} © O0, @#- <0. 6, Para cada uma das seguintes equagiss lineares, desenhe 0 grafico ¢ encontre a inclinagio € intersegdes: (a) 2x— 4p =6 (b) x-2=0 © yt+3=0 @) y—S =~ 3+ 7. Encontre a equacio de uma reta L satisfazendo as condigdes: (a) (4,2) estd em L, inclinagdo m ~ 5. (b) (2,0) © (0,3) estdo em L. (©) GL) € (7,2) esto em L. (@ L tem inclinagio $ ¢ y-intersegio — 1. (©) (1,3) esté em F, L é paralela a x - Sy=0. ) (13) esté em L, L é perpendicular a 2x + 3y =1. (@) (2,2) esté em L, L faz Angulo 1/4 com Ox. th) G2) estd em L, L é paralela a Ox. @ G)) est om L, L € perpendicular a Ox. Faga 0 grafico das desigualdades: @ 3x- Sy+7<0 () x+y 250. 9. (a) Mostre que se X, & sio nimeros reais pelo menos um distinto de zero, entdo KQx — Ty +5) + Mx + 3y - y= & a equagdo de uma reta contendo 0 ponto A de intersegdo das retas Ww W+I=0, xt By— 1S =0, (b) Encontre uma reta contendo 4 ¢ paralela a 2—y =0, (©) Encontre uma reta contendo 4 © © ponto (1,1), (@) Encontre uma reta que passando por A tem 2 como sua x-intersesdo. 0-8. Sistema de Equagdes Lineares Um sistema de duas equagées lineares a duas incégnitas tem a forma ax + bp=ak, ax + bry = ke, (0-80) Suporemos aqui que pelo menos um entre a, ¢ 5, nao é zero e o mesmo para oO par a, 4, de tal modo que cada equacdo representa uma reta, w INTRODUGKO “Em geral”, as equagdes representam duas retas que se interceptam num wnico ponto (x, y) que é a solugio do par de equagSes. Neste caso, © ponto (x,y) pode ser encontrado por eliminagao, como no exemplo seguinte. EXEMPLO 1 Ix~3y=5 ax + Ty =2. Multplicando a primeira equago por 2 ¢ subtraindo-a da segunda, obtemos 13y = -8 de tal modo que y = — 8/13; éste valor pode ser substituido na primeira equagio para dar x = 41/26. A sohigdo pode ser testada graficamente, como se vé na Fig. 0-11. Este procedimento, entretanto, fica invalidade quando as duas retas (0-80) so paralelas ou coincidentes, ou, equivalentemente, quando os coe- ficientes sA0 proporcionais: a/b, = ao/b; ou @yb2 — asd, = 0. Neste caso podemos ter nenhuma solugéo (subcaso das retas paralelas distintas) ou uma infinidade delas (subcaso de duas retas coincidentes). Qs dois exemplos seguintes ilustram estas alternativas. EXEMPLO 2 Sojam 2x ~ 3y = 5, 2x — 3y = 7. As tetas sdio distintas e paralslas: nao existe solugdo. EXEMPLO 3 Sejam 2x — 3y = 5, 4x — 6y = 10, As retas siio coinci- denies. Ambas as equagGes sfc satisfeitas por todo ponto sébre a reta 2x — 3p = 5. Equages homogtneas em x ¢ y. Se ki = 0 ¢ ky = Oem (0-80), as equagdes sfo ditas homogéncas. Assim, equagdes homogéneas tém a forma: ax+thy=0 (0-81) ax + by = 0. Se a,b; — a,b, # 0, ent&o as retas no podem ser paralelas ou coincidentes ©, portanto, encontram-se em um tinico ponte. Este ponta deve ser neces- sdriamente a origem (0,0); x= 0, y = 0 é chamada a solugdo trivial de (0-81). Se ab: — ab; = 0, as retas tém a mesma inclinagdo ¢ ambas 0-8. SISTEMA DE EQUAGOES LINEARES ” passam por (0, 0); portanto elas coincidem e dai existe uma infinidade de solugdes para (0-81) que so todos 08 pontos sébre uma das retas. Trés equagdes a trés incdgnitas. Aqui nés temos equagdes da forma ax + by + oz = ky ayx + buy + 092 = hy (0-82) myx + bay + 057 = he. Mostra-se em geometria analitica espacial que “em geral” estas equagdes Tepresentam trés planos no espago, ¢ que irés planos usuaimente se inter- ceptam num unico ponto (como se fésse o vértice de uma pirimide trian- gular). Discutiremos os casos excepcionais na préxima segfo aqui daremos um exemplo do caso tipico em que a solugiio é wnica. EXEMPLO 4 et yt za4 Bx- y-2e=1 x+y $3e=5. Usamos © procedimento da eliminagiio. Etiminamos y somando as duas primeiras equacoes Se z=5 © entéo somando duas vézes a segunda com a terccira obtemos Ix — 7 Subtraindo estas duas ultimas equacdes, obtemos 2x = 2, de modo que x= 1, As equagdes prévias entde dio z = Oe, finalmente, y — 2. Assim a nossa solugao tinica € x = 1, p= 2, 2= 0. Equasiies homogéneas, Quando k, = ky = ks = 0 em (0-82), as equa gdes s8o ditas homogéneas. Neste caso, sempre temos a solucdo trivial x=y=z=0, Se esta solugtio no é a “nica entdo se tem sempre uma infinidade delas. Damos um exempto déste tltimo caso: EXEMPLO 5 3x + Sy+z2-—0 2x —y+22-0 4x + ly = 0, 20 INTRODUGAO- A eliminagdo de z das duas primeiras equagdes di 4x + 1ly = 0, que é a mesma terceira equacdo. -Portanto, obtemos tédas as solugdes esco- Ihendo x arbitrariamente e ent&o tomando y = — 4x/1l z= — 3x — Sp = — 3x + (20x/I) = — 13x/11. As solughes (x, y, 2) =(, — 4x/l1, — 18x/11), mostra-se, preenchem uma reta no espago, passando pela origem (0, 0, 0). 0-9. Determinantes Estudando o sistema de duas equagdes tineares (0-80) observamos que a expressio 4,5, — a,b, formada com s coeficientes das incégnitas, de- sempenha um papel importante. Esta «xpressio é um determinante de segunda ordem que é normalmente denotido por a a a, by Por definigao a by a a = ab; ~ aby, (0-90) Quando valéres numéricos so atribufdos a a,, 6, a, b,, 0 determinante assume um valor numérico, por exemplo 305 =6-35=-41 l; -3 35= 41 Reeserevemos as equagées (0-80): ax thy =k ny 1 (0-91) ax + by = ky. processo usual de eliminagio conduz a uma solugSo que pode ser expres- sada em fungio de detcrminantes : (0-92) onde a ‘| a ky (093) 0.9, DETERMINANTES. m As Eqs. (0-92) ¢ (0-93) so conhecidas como a regra de Cramer para a resolugSo de (0-91). Quando D = 0, (0-92) fica sem significado; éste ¢ © caso excepcional (ab: — ab, = 0) de retas paralelas ou cojncidentes discutido na Seg, 0-8. Os resultados para 2 equacGes a 2 incdgnitas podem ser generalizados para 7 equagdes a n incégnitas. © enunciado das regras torna-se mais complicado, mesmo com a ajuda dos determinantes. Daremos aqui bnica- mente algumas das regras mais importantes. Um determinante de ordem a 6 escrito a On On. Sin a oe On iy Gay Gan yy Sn Seu valor (a set ainda definido) depende de todas as n’ quantidades Oy, eee, + Onn Desenvolvimento segundo menores da primeira coluna. fiste é um procedimento que reduz um determinante a uma expressdo envolvendo determinantes de ordem uma unidade menor. Nustramos para a= 3: an a oa Ons a ay a On das One| = Oy a oa) _ a, [0% On tan | =| Cn tun On nn On on on 2 Gis Assim, cada elemento na primeira coluna é multipticado por um deter- minante de segunda ordem e¢, alternadamente, por 1 ¢ - 1. O determi- nante de segunda ordem em cada caso ¢ 0 menor do elemento corfespon- dente; o menor é obtide do determinante original suprimindo a fila ¢ @ coluna contendo o elemento selecionado. Se desenvolvermos os determi- wantes de segunda ordem, obteremos finalmente Oy Oy On on oH | = On Gee Ges = ay (Onde — dn) — aarlaiste — andy) + 4u(4tn — 900) = ByG22Gya + Oa Gi90q) + Ging Gas — 1n0290a1 — 2130210an — Ar. Da20es- 22 INTRODUGAO Podemos usar éste desenvolvimento para avaliar um determinante com elementos numéricos. Por exemplo, 1 20 3-1 $/=1(-2-5)- 34-0 +2004 0 =1. 2 12) No caso getal, denotamos 0 menor de aj; por My, isto &, Mi, € 0 dex terminante de ordem 1 — 1 obtido pela supressdo da fila ¢ da coluna con- tendo a. Entio a ae Ain an Bin an Bn |= | aay Gan = aM — Gy Ma + aaMar— 12. +(— WtanMay. (0-94) Um determinante de ordem 1 € Jan = an. O desenvolvimento de um determinante de ordem 2 ¢ entéo consistente com a regra geral (0-94): a an = ayMuy — au Ma = Quan — ane. fin Gao Pode-se verificar que um determinante de ordem x tem nt=n(n — —1)(n— 2)... 1 térmos; para n= 10 isto significa 3.628.300 térmos! Portanto, um determinante € uma maneira muito concisa de escrever esta particular expressio (um polinémio em n? varidveis veja Seg, 0-12). Para m equagées a n incdgnitas x1... %9: Oxy + ane, +o. Fahy =k OX + Myke tb .. + Oana = ky : (95) i Au0Xs yaks + oes tant = he | nds formamos o determinante dos coeficientes D. Bste € precisamente © determinante em (0-94), Formamos também os determinantes Di... D, substituindo a primeira, seguada, ..., ¢ mésima coluna, respectiva- PROBLEMAS 23 mente, de D por ky, ki -..+%q Por exemplo ay ky Qa... ain an ky G20. tq Dew [te Been apy Ky Onto. om Entdo, se x1, ..., %» satisfaz (0-95), 0 processo da eliminagdo conduz as equagdes Dx, = Dy Dy = Ds, ..., Dxq = Dy. (0-96) Se D0, a imica soluctio ¢ entio dada pela regra de Cramer: D, Dr aD yD x= Dn ap eRe . D x (0-97) Se D = 0, nfo existe uma solugiio, a menos que D, = 0, D: = 0,..., De =0 mesmo nesta hipdtesc pode nfo haver solugdo). Se todos éstes determi- nantes so zeros € existe uma solugdo, ento, necessariamente existe uma infinidade delas, Quando ky =k: =... =k, = 0, as equagies sia homogéneas. Neste caso, se D x 0, unicamente existe a solugao trivial x, =», = -.. =x, = 0. Se D = 0, existe uma infinidade de solucdes. Outras propriedades dos determinantes e suas aplicagdes sio dadas no Cap. 10 (ver também a Seg. 1-12). PROBLEMAS 1. Encontre tddas as sotugdes ¢ teste grificamente: @) 2+ ya3 (6) 2x~ y=6 x-ea7 4x— 2y @ x+2y=0 © 4x 427 5x-4y=0 ety=d 2, Encontre tédas as solugdes: @ xty-a= @) 3x- po z=? 2x 4 3y— 22 axtptieT xtytz=3 x+ Qh aed © x4+3~2=0 @ sti-2 Qe-ytred t—un3 Bety=0 u-za2 s-257. 24 aurRoDUGAD 3. Em cada caso, avalie o determinante: fa) 21 to) [5 1 @ 1,74 al 16 “8 @{201/ @m road ® [1 0 8 2 103 202 2 20 3 0 -152 a-4 05 o 1 0 0 5-1 0 2 4. Uso determinantes para determinar se existe on nfo uma tinica solucdo: (a) As equardes do problema i{a) {b) As equacées do problema 1{b) ©) As cquapdes do problema Ic) {@ As equacdes do problema Kd) {e) As equagies do problema 1(e) (As equacdes do problema 2a) (a) As equagtes do problema 2(b) (h) As equagdes do problema 2c) @ As equagtes do problems 2(d)- 0-10. Fungdes A idéia de fungio € uma idéia central em matemAtics. Definigfio: Uma fungo é uma associagfio de cada elemento de um conjunto X dado, com um elemento de outro conjunto ¥Y. O conjunto Xéchamado o dominio da fungdo. Os elementos de ¥ que estiio associados pelo menos um elemento de X formam um conjunto chamado a imagem da funco. A definig&o est4 indicada esquematicamente na Fig. 0-16. Cada ele- mento em X é conectado ao elemento correspondente em Y¥ por uma seta curva. Uma fungdo é usualmente denotada por uma unica letra: f, g, F, G, ¢, .... Sef é uma fungSo com dominio X, dizemos que “f 6 definida em Fig. 0-16. Fungio f 0.10, FUNGOES 35 X" (ou “sObre X"). Para cada x em X, indicaremos por fix) o valor y em Y associado com x, isto 6 y = f(x). EXEMPLO 1 A cada numero real x associamos o seu quadrado x?, Se designamas a fungio por f, ent&o f(x) = x*. Dizemos também que “a functio f é definida pela equagdo ou férmula y = 2°.” O dominio desta fungdo consiste de todos os niimeros reais (descrito simbdlicamente por~o 0, obteremos uma aplicagio biunivoca: y = x, x > 0. A aplicago inversa é dada por x —V/y,y > 0. Para qualquer conjunto X, a aplicagdo identidade € aquela que associa qualquer elemento de X consigo mesmo. Geralmente esta aplicago € indicada por I, de tal modo que (x) = x para todo x em X (observe que {tem X como dominio e imagem). A aplicagiio J é dbviamente, biuniveca e 8 sua inversa é ela prdpria, isto 6, £ =F. 0-11, PUNGOES REAIS DE UMA VARIAVEL REAL cud 0-11. Fungdes Reais de uma Varidvel Real Em wma grande parte do Cilculo fida-se com fung6es cujo dominio ¢ imagem so conjuntos de mimeros reais, Tais fonodes sio chamadas ““fungdes reais de uma varidvel real”. A palavra “real” pode ser omitida no caso do contexto deixar éste significado claro. Muitas vézes escrevemos simplesmente “uma fungio de uma varidvel” ou, usando a notagdo da Segdo anterior, “uma fungio y = f(x)”. Usualmente uma tal funcdo & dada por uma férmula como y = x* + 2x + 3. No entanto, como veremos adiante a func3o pode ser descrita por outros meios. O erdfico de uma fungio real consiste de todos os pontos (x,y) no plano para os quais x esta no dominio da fungio ¢ y é 0 valor associado ax. Visto que a cada x sdmente um y € associado, téda reta vertical no plano encontra o grafico no méximo em um ponto. A fungdo definida pela formula y = x? + 2x -+ 3 pode ser representada graficamente pela curva da Fig. 0-18. Esta figura também mostra uma tabela de valéres da funcio. Cada par x,y na tabela corresponde a um ponto sdbre o grafico. Os zeros de uma fungo f sao aquéles valéres de x para os quais f(x)= =0. Entre as funcdes reais de uma varidvel real encontram-se classes importantes que descrevemos a seguir. Fungées Hneares. y = mx + b, onde mt ¢ b so nimeros reais fixos. O grafico de cada funco € uma reta com inclinagdo m (Seg. 0-7). Fungies Polinomiais. y = a,x" +-+++-+ aix + da, onde a,,-++, do SAO amumeros reais fixos, chamados cocficientes, com a, 0. Dizemos que a fungiio potinomial (ou simplesmente a polinomial) tem grau n. (n pode ser zero ou qualquer inteiro positive.) Quando escrevemos uma polino- mial, geralmente suprimimos os térmos com coeficiente zero, A fungio y = 0 também é considerada uma polinomial, chamada a polinomial zero; € convenienie atribuirlhe o grau — 1. Para n> 1, uma polinomial f tem no maximo x zeros reais (ver Seg. 0-18). Se x1,..., Xm SH0 08 zeros, a seguinte fatoragio é valida: SQ) = Ge — zh — xaYngte). Ai, ky...s km siio inteiros positives, chamados de multiplicidades dos zeros com ky, +--++kn = 0, existem duas in- tersegdes. Nos ultimos dois casos, podemos escrever a funcio como y= a(x — m4) (* — ¥) (131) onde x), %, so as intersegtes (0-110) (x, = x, se 6% —4ac = 0). Completando os auadrados, | escrevemos (0-130) na forma a b yra(x+t) + e-Z. (0-132) Nesta equaco pademos observar que, se @ > 0, entio y tem o seu menor valor para x = — B/(2a) ¢ & medida que x se afasta déste valor y fica mai- or ¢ maior (to grande quanto se queira). Se a < 0, entdo y tem seu mai- or yalor para x = — b/(2a) e vai diminuindo cada vez mais (como o ne- gativo de um nimero positive grande) a medida que x se afasta déste valor. GrSficos tipicos podem scr vistos na Fig. 0-19. © mais baixo, ou o mais alto, ponto do grafico é (— b/(2a), ¢ — [b4/(4a))), © vértice da parabola. Definigfo geométrica de parabola, Uma parabola é definida como o lugar geométrico dos pontos do plano tais que a distancia a um ponto ce So > 0,0? “4ac<0 ©) a>0.89~4ac>0 € 2 » . go N = 5 Oss api serno @Mo<0d*~4a50 = Fig. 0-19. Pardbolas » = ax? + bx + ¢ 2 INTRODUGAO fixo (foco) & igual & distincia a uma reta fixa que nfo contenha o foco (diretriz). Consideremos uma paribola dada ¢ escolhamos os cixos de modo que a diretriz seja paralela no eixo dos x, Podemos entio escolher h, k P tais que 0 foco coincida com © ponto (tk -+ p) ea diretriz com a reta yak —p (veja Fig. 0-20). ‘. mS io cee pao) mele y LVartice (da, RY | Diretriz, Fig. 0-20, A pardbola como lugar oo * geomattico O ponto (x, y), neste caso, satisfaz a condigdo geométrica precisamente quando VEHH + Ok — pF = [yk + al. Se elevarmos ao quadrado ¢ simplificarmos, obteremos a equacfo 4py —&) = & — A (0-133) Esta pode ser ainda escrita na forma (0-130) ou _@—At yo Stk (0-133") Uma comparagio com (0-132) mostra que o vértice estd em (h, A). Reclprocamente, como (0-132) mostra, toda Eq. (0-130) pode ser escrita na forma (0-133) com 5 A 34" * Em conseqiiéncia, podemos dizer que parabolas, para uma escotha apro- priada dos cixos, so exatamente as curvas representaveis por equagées da forma (0-130). 9-14. CIRCUNFERENCIA, ELIPSE, HIPERBOLE, a A equagdo da pardbola (0-130) pode ser considerada como um caso especial de Axi + Cyt+ Dx + Ey + F=0 (0-134) onde A x 0,C =0, £0. Mais geralmente, podemos considerar tOdas as Eqs. (0-134) em que um, mas niio ambos, dentre Ae C é zero. Quando A0, C=0, Exé0, estamos no caso (0-130); quando 4 = 0, Cs 0, D0, obtemos uma equacio semelhante com os papéis dos eixos dos x € dos p trocados. A nossa Eq. (0-134) descreve, entio, tédas as paré- bolas abrindo-se para cima ou para baixo, para a esquerda ou para a direita. E mais, ela também inclui certos casos degenerados: quando 4 #0, C =0 e E=0, e quando 4=0, C¥0 e D=0. As equagées sio: Axt+ Dx-+F=0, (A #9) Crt by +F=0, (CxO. Blas representam duas retas paralelas a um dos eixos, ou duas retas coin- cidentes, ou nenhum [ugar geométrico (duas retas imagindrias); estas configuragdes so consideradas como sendo pardbolas degeneradas. 0-14. Circunferéncia, Elipse, Hipérbote Uma circunferéncia & 0 lugar geométrico dos pontos do ptano cujas distancias a um ponto dado (0 centro) sio um mesmo numero positive a, dado (0 raio). Se o centro estiver na origem (0,0), um ponto (x, y) satisfaré esta condig&o precisamente quando +/ x?+ y? =a, ou seja x y= al (0-140) Conseqiientemente, (0-140) ¢ a equagiio de uma circunferéncia com cen- tro (0,0) raio @ (Fig, 0-21). Se o centro esté num ponto (f, k), a equacéo & Gh +0 =a. (0-143) Desenvolvendo os quadrados, esta equagio assume a forma xt ty? — Qhx— Mey + P+ at Portanto, téda circunferéneia tem uma equagiio da forma Axt + dAy!+ Dx + Ey + FH 0 (0-142) 4 INTRODUGAO. onde 4 #0. A Eq, (0-142) é chamada a forma geral da equagao da circun- Jeréncia. Partindo de uma equagio nesta forma geral, nés podemos, por completamento de quadrados, chegar de volta ao centro e raic: D D 5. BE D+E Ae + 2 x 4B) + aly +4 + B)tr- a DY EY _ Dt4H—44r @+Z +(+4) a Fig. 0-21. Circunferéncia Assim, o centro esté em —2,—2% 24° 2A JVFIFGUF € o raio & a= 24] Devemos observar, entretanto, que éste radicando pode ser zero, caso em que 2 nossa circunferéncia se confunde com um iinico ponto, o centro. Ele pode també.n ser negativo, caso em que nossa configuragdo ¢ 0 conjunte vazio. Yemos, pois, que a equaciio geral (0-142), com A = 0, representa uma verdadcira circunferéncia tnicamente quando B* + E?—4AF > 0. Acclipse. Uma clipse pode ser definida como o lugar geométrico dos Pontos do plano tais que as somas das suas distancias a dois pontos (os 0-14, CIRCUNFERENCIA, ELIPSE, HIPERBOLE 3 ‘focos) sejam iguais a um niimero positive dado, 2a (maior do que a dis- tancia entre os focos). Se escolhermos os eixos de modo que os focos sejam F,:(c,0) ¢ F,: (—¢,0), onde ¢ > 0, obteremos a equagao 2 yt 5+%-1 (0-143) onde 6=»/a'—c#> 0, Para cada ponto (x, y) sébre © grafico, os pontos (x,y), (— x, y) e (x, —y) esto também sdbre o grafico (Fig. 0-22). Portanto a elipse é simétrica em relagfio a ambos os cixos. Uma elipse tipica € mostrada na Fig. 0-22, que dé também outras infor- maces. A circunferéncia pode ser considerada como um caso limite de 2a ppecenilaade Eixo, menor: 5 Vértices sao (+ Tar e io. “+ yi Fle, 0.22 A clipe (2/2!) + (468) = 1 Hdmmmmammestn uma eclipse, no quat os focos coincidem. Ai c= 0, b= a @ a equacio torna-se x? + y? = a’; a excentricidade e para a circunferéncia é 0. Se os cixos das coordenadas sao escolhidos mais liveemente, porém ainda com a condigo de que os focos estejam sObre uma paralela ao eixo dos x, entdo a equagfio assume a forma oe + ae =1 (0-144) que é a andloga de (0-141). Dizemos que a elipse tem centro em (h, k). Se desenvolvermos (0-144), obteremas uma equacio da forma Ax? + Cy? + Dx + Fy + F=0 (0-145) com 4 > 0eC> 0. Completando quadrados como em (0-142), pode-se % InTRODUGAG reduzir (0-145) a forma om | = ae top =e onde q= 1, 0, 0u—1. Quando q = 1, temos umaclipse; quando q = 0, © ponto (f,k); quando ¢=—-J, uma configuracéo imaginéria, A hipérbole, Uma hipérbole pode ser definida como o lugar geo- métrico dos pontos do plano tais que as diferencas de suas distancias a dois pontos (os focos) sejam iguais a um mimero positive dado, 2a (menor do que a distincia entre os focos). Se escolhermos os eixos de modo que os focos sejam F,; (c, 0) ¢ Fr: (—c, 0), entdo a equacdo déste lugar geométrico serd xt oy! a (0-146) onde b= ¥ &—a? > 0. Novamente, existe simetria em relagdo aos eixos dos xe dos y. Entretanto, x deverd ser > @ ou < — a, como pode-se observar da expressio para y: yous (0-147) Esta mesma equacdo mostra que se |x| € muito grande, entZo, aproxima- damente, ye % (0-148) Esta equagfio descreve duas retas, chamadas as assintotas da hipérbole (Fig. 0-23). Quando |x| torna-se grande, a hipérbole aproxima-se de suas assintotas, Se os eixos forem escolhidos de modo que os focos caiam sObre uma paralela ao cixo dos x, a equagiio assume a forma (AP iy RP Aa oe (0-149) com centro (A, x) Desenvolvendo éstes quadrados obtemos uma equa¢io da forma (0-145) onde 4C <0, Partindo de uma Eq. (0-145) com AC <0, podemos completar quadrados e chegar a uma equagio om ok ee 0-14. CIRCUNFERENCTA, ELIPSE, HIPERBOLE 37 com g = 1, 0,0u—1. Quando q = 1, estamos no caso da hipérbole (0-149); quando ¢ = — 1, temos uma equagio Gry &a Mm _| Ra Fig. 0-23. Hipérbole de uma hipérbole com os focos sébre uma reta paralela ao eixo dos y; quando q = 0, temos uma equagio WP ee a B ° que pode ser escrita Esta equaciio representa duas retas que se interceptam em (f, k). Uma definicio unificada de etipse, parabola e bipérbole. Consideremos um ponto movendo-se no plano de um modo tal que a tazio entre asua distancia a um ponto fixo (foco) ¢ a sua distAncia a uma reta fixa (diretriz), que nao contém o foco, é um niimera positive fixo ¢ (excentriciddde). Entfio a curva descrita pelo ponto é: Umma elipse see < 1. Uma paribola se ¢ = 1. Uma hipérbole se e > 1. aa INTRODUEAD Para o caso da parabola, esta foi essencialmente a definiclo que demos na Seg, 0-13. Para a elipse ¢ a hipérbole, faz-se necesséria uma explicagiio, visto que, 11a definigo original tinhamos doisfocos. Em realidade, existem também duas diretrizes, e nds podemos obter a elipse ou a hipérbole usando a diretriz L, € 0 foco F,, ova direttiz LZ, 0 foco F (veja Figs, 0-22 ¢ 0-23). Em ambas as figuras, as diretrizes so retas x — + a/e (veja Probl. 11 abaixo). Da definigio segue que duas eclipses com a mesma excentricidade diferem Unicamente em escala e posicio no plano. Em outras patavras, clas so figuras semelhantes, ObservagSes andlogas sfio vélidas para os casos de duas pardbolas (e = 1) e duas hipérboles com mesma excentri- cidade. Podemos também obter tédas as trés curvas como sep6es planas de um cone (sepdes cSnicas), A circunferéneia, ¢ também alguns casos dege- nerados (ponto, retas que se interceptam efc. ..}, estio incluidos nesta de- finig&o (ver Referéncia 6 no final déste capitulo). PROBLEMAS 1. Faga 0 grAfico, determinando foco, vértice ¢ diretriz: @ yet tots ib) ys ta + 7 © y—3=2—1F @ y~2r+3=0 ©) PHW—3=0. © 2=0. 2. Faga o grafico, determinando centro ¢ raio, de cada uma das seguintes citcunferéncias: @) 24+y=a7 (b) 2x2 4+ 2 = S ( 2+ y—Sx + G =0 @) 3? +3P +40 + by + 52 =0. Mostre que a circunferéncia x? +»? + ax + by + ¢ = 0 tangencia o eixo dos x se, © sdmente se, dc = a”. 4. Encontre a equacdo de uma reia,de inclinagdo 2 que € tangente & circunferéacia x + = 180, 5. Encontre a equagdo da circunferéncia que passa nos pontos (1,1), (1, —2) ¢ (2, 3). 6. Encontre os pontos de intersegio das circunferéncias pyre O e + P30 7. Consideremos as duas circunferéncias x* + y* + ax + by +e= 0, + P+ Ant + By + C =0, © entio formemos a equacio: O P+ tax t by tet y+ det By t+ C) =0. (@} Mostre que se as circunfertncias se encontrs 2 num tnico ponto, entio (*) repre senta uma tangente comum. 0-15, TRIGONOMETRIA 39 (b) Mostre que se ax circunferéncias nfo se interceptam e nfo s4o concéatricas, entio (*) representa uma reta perpendicular & reta passando pelos centros das circunferéncias, 8, Faca 08 graficos, determinando vertices, centros, excentricidades, focos ¢ diretrizes: (o) 3x4 dy? = 12 (b) 9x" + 58 = 45 ©) S247 = 20 () 9x8 — 168 = 12. 9. Epcontre a equaslo de uma elipse que satisfaz as condigBes enunciadas © fasa 0 grd- fico: (@) Distancia focal 4, eixo maior 6. (®) Eixo maior 4, eixo menor 2 (©) Excentricidade 1/2, eixo maior 4. 10. Reduza para a forma comum da equagto de uma elipse ou hipérbole faga 0 grifico: (a) 2x8 + 4y@—3x—4y—2=-0 — (&) Sat 6)? + 6x + Gp 2-0 (© 42 —y— 16 4 By HS = @) x4 2 2e + ty $19 =O. 11. Consideremos um ponto (x, y) movendo-se de modo tal que a razio entre sua distancia a (c,0) @& reta x = ale € e, onde a, ¢, ¢ so numeros positivos dados, ¢ Ie ¢ = ae. Mostre que 0 ponto descreve uma eclipse ou hipérbote com centro em (0, 0} conforme e < lowe > 1. Mostre também que qualquer elipse ou hipécbole com centro (0, 0} € focos sbbre 0 eixo dos x & obtida desta manzira. Mostre ainda que se trocarmos © ponte (c, 0) pelo ponte (—c, 0) e areta x = afe pela reta x = —a/e, obteremos a mesma curva. 12. Mostre que uma reta no plano xy encontra uma seco cdnica ndo degenerada no ma- ximo em dois pontos. Descrever as condigdes mediante as quais encontro da-se em apenas um ponto, 0-15. Trigonometria Angulos podem ser medidos em graus ou em radianos. Um radiano & 0 Angulo, com vértice no centro de uma circunferéncia, correspondente a um arco de comprimento igual ao raio. Portanto, numa circunferéncia de raio 1, 0 arco correspondente a um radiano tem comprimento 1. Para um Angulo central de a radianos 0 arco é re (veja Fig. 0-24). Um Angulo de d graus, mede em radianos a, onde d @ moe (0-150) Por causa da sua importancia em célculo, a unidade radiano é a prefe- tida neste livro, Seja # um mimero real dado, considerado como a medida, em radianos de um certo dngulo. As fungdes trigonométricas de @ siio entdo definidas da seguinte maneira. No plano xy construimos um Angulo de @ radianos, 40 INTRODUGAG. formado pelo cixo dos x positives e um raio L que comega na origem O, como na Fig. 0-25, Se P(x, ») € um ponte distinto de O sébre éste raio, nés definimos Fig. 0-24. 0 radiano send =~, cosd=~, ya-% r r x (0-151) esc0 =, sec —~, cotgd =~ (ou cosec 6)? = y onde r— Vx? +9? > 0. Por semelhanga de tridngulos, vé-se que éstes valores nfio dependem da escotha de Pem Z. Em particular, nés podemos sempre (se quisermos) escolher P como 0 ponto que dista 1 da origem. Quando 9 € positive, o raio L pode ser pensado como obtido de outro, sdbre a diregdo OX, através de uma rotagdo de @ radianos no sentido anti-horario, como est sugerido na Fig. 0-26. O ponto P(x, y) mover-se-4 Fig. 0-25. FungSes trigonoméiricas (0-16, COORDENADAS POLARES a por uma distancia r? no sentido anti-hordtio ao longo da circunféréncia de centro Oe raio r, Quando @é negativo, movemo-nos por uma distancia +|@| no sentido horério. Finalmente, podemos acabar no mesmo ponto a * x a & a = 3e/4 deals 0 24x o= Fig. 0:26. Anguios em trigonometria P(x, y) através de diferentes valores de 6. Visto que uma revoluso com peta comresponde a 2x radianos, se @ é um valor levando a P, entio G27, Ot47, O67, Ot Br. so os outros. Todos éstes niimeros levam aos mesmos x, y € 7, ¢ entio, aos mesmos valores das funcdes trigonométricas. Portanto, todas as seis fungdes trigonométricas (0-151) tm o mesmo valor em 0 & 6 + 2r: sen@ +27) ~=sen9, cos (@ + 2x) = cos... Temos, assim, airibuido um significado a sen@, cosd, tg, cosecd, sec, cotg® para niimeros reais 9, com as excegdes daqueles 9 para os quais os denominadores de tg @, cosec @, sec 0 e cotg@ sic zero. Tg 2/2, cotg 0, cosec 0 e sec m/2 no estado definidas. As caracteristicas essenciais das seis fungdes sfo mostradas nos gra- ficos da Fig. 0-27. Observe que o sinal de cada uma das fungdes depende inicamente do quadrante onde P esteja (Fig. 0-25). Identidades. Da definigao, podemos deduzir uma longa lista de iden- tidades, tais como sen? + cost @ = 1, tg9 = send As mais importantes esto relacionadas no Ap. V. 0-16. Coordenadas Polares Para cada ponto P(x, )) no plano xy, nos temos um angulo @ = =< XOP, determinado como na Seg, 0-15, ¢ uma distancia r da origem. INTRODUGKO a suouypwouosin svoSuny sy “2z-0 “Sg 0.17, NOMEROS COMPLEXOS “a A distancia r € nao negativa ¢ € bnicamente determinada; entretanto, 0 nio é dnico mas sim determinado a menos de miltiplos de 27, Chama- mos (r, 9) de coordenadas polares de (x, y). Por (0-151), x=rcos#, y=rseno (0-160) de modo que as coordenadas cartesianas (x, y) podem ser determinadas a partir das coordenadas polares. Se as coordenadas cartesianas sio conhecidas r pode ser determinado, ¢ (0-160) da entZo cos e send, de onde (por tabelas) @ pode ser tirado. A origem é uma excego; neste caso x = 0, y = 0, r= 0, € 2 0 pode-se atribuir qualquer valor. Para um ponto P com coordenadas polares (r, 6), nés chamamos 4 de dngulo polar (ou argumento) de P, r de distancia polar (ou médulo) de P. A seta orientada OX, a partir da qual os aagulos so medidos, é chamada de eixo polar; a origem O de pélo. Em geral, para introduzir-se coordenadas polares num plano, necessita-se simplesmente selecionar um ponto @ como o polo, uma reta orientada passando por 0 como oeixo polar, uma direcdo positiva para os angulos e uma unidade de distncia. 0-17. Ndmeros Complexes O estudo das equagSes quadraticas ¢ outras de maior grau, leva-nos, naturalmente, & consideragio de nameros “imagindrios”, tais como i= /—1, e de mimeros complexos mais gerais @ | bi, onde a e b siio reais. Estes niimeros podem ser somados e multiplicados: (at b)+e+d)=@+o+64+ ai (a+ bi) (c+ di) = (ac— bd) + (ad + Bo. Estas operagdes obedecem as mesmas regras que as respectivas operagdes para ntimeros reais, isto 6, as regras 1 até 9 da Seg. 0-1. Portanto, os nii- meros complexos constituem um sistema numérico, O “zero”, indicado por 0, ¢ o niimero 0 + 0/; o “um”, indicado por t, é 0 numero 1 + Oi. Em geral podemos identificar o mimero @ + Of com o ntimero real 2, isto &, podemos considerar os ntimeros complexos como um sistema numérico que inclui todos os nimeres reais. Os seguintes sio exemplos de operagdes algébricas com mimeros com- plexos (1 + 2) G —5i) = 3— 107 + 6 —SF = 3 — 10(— I) FF = 13 Hi “4 INTRODUCAD 1at+ 57 1445 ~ 4—9 _ 13 Po we4+2—0 se zee 4 Y= aero Vol iia Nao se tem uma desigualdade (< ou >) para nimeros complexos. No contexto dos niimeros complexos, um ntimero “positivo” pode significar anicamente um aiimero real positivo. Nimeros complexos podem ser representados graficamente pelos pontos do plano xy, 0 mimero z= x + iy correspondendo ao ponto (x, y). Os mimeros reais aparccem assim como os pontos do eixo x, como foi indi- cado na Seg. 0-1; os ntimeros s6bre o eixo dos y tém a forma yi e sko cha- mados imagindrios puros (para » ~ 9). O nimero x — yi, simétrico a z=x-+ yiem relagio ao eixo dos x, é chamado 0 conjugado de z= x + yi e € denotado por 7 (ver Fig. 0-28). A distancia da origem até (x, y), V x? + 9%, € chamado 0 valor absolute ou médulo de z = x + yi, ¢ € deno- tado por {x + iy} ou jz], Esta é uma generalizagdo natural do conceito de valor absoluto de numeros reais, pois [x + 08] = Vx? l. A soma de niimeros complexos corresponde & lei do paralelogramo da Fisica para se somar yetores (veja Fig. 0-29). zs Fig. 0-28, Nameros complexos Fig, 0-29. Soma de niimeros complexos Nés podemos sempre associar com cada 2 = x + yi as coordenadas polares (7,8) do ponto (x, »). Entio z=x+ yi=rcosé + irsend =r (cos@ + fsend). PROBLEMAS. “as Visto que r é a distincia da origem até (x, y), r= |z|. O Angulo # (em radianos) 6 chamado o ergumento de z, € escrevemos @ =argz. Para 2 dado, @ nfo € determinado tnicamente, como era de se esperar. Pela definigdo da multiplicagao, verificamos a identidade {cos a + i sen a) (cos 8 + isen 8) = cos (a+ B) + isen (a + B). (0-170) Pela aplicacto repetida desta regra, deduzimos a Furmula de De Moivre: (cos @ + isen 9)" = cos nf + i sen nd. 0-171) Se z= x+ pi, escrevemos F= x— yi como acima ¢ x=Re(z), y= Im(2). Chamamos x a parte real de z y (mio iy!) a parte imagindria de z. Estas quantidades satisfazem as seguintes telagdes: Z+EH2Re(z) 2—F = 2lm(2) Re(zi + 22) = Re(2:) -+ Re(z:) Im(z: + 2:) = Im(z:) + Im) (0-172) @+a) Gx) 27 = |z|* @®=z. Bib Fe ‘Observe também que, da definicdo de mimeros complexos, 2) = 22 preci- samente quando Re(z;) = Re(z,) ¢ Im(z) = Im(z2): PROBLEMAS 2, Transforme em radianos: 90°, 360°, — 180%, 11°, (190/n)°. 2, Transforme de radianos para graus: -w/4; 3/43 mj 34; — a5 45 1,75 — 73. 3. Qual é a drea de um setor circular com Angulo central a (radianos) num circulo de taio r? 4. Um poligono regular de a tados é inscrito num eirculo de raio r. (@) Encontre a sua drea (b) Encontre o seu perimetro. “6 INTRODUGAO 5. Caleule: fa) sen (w/4) b)_ cos Gr/3) f) sen x (d) cos (— m/6) fe) tg (Frid) ©) esc Gai2y (g) cotg (— 77/4). 6. Demonsire as identidades (a) sen(x +9) + sen (ey) = sen? x—sen? y — (b) sen 30 = 3senf—Asen? 8 ©) cost @ = OG + 408 28 + cos 46) @) coty 8 = ese 28 + cotg 28. 7, Resolva para @: (a) 2sen* § + sené. 0, () tg6 + cos 6 = 2. 8. Determine a posiso dos pontos com as seguintes coordenadas polares: @ G9 ® (23) © G5" @ 25%) © a-29 © aD. 9, Encontre as coordenadas polares de cada um dos seguintes pontos dados em coorde- nadas cartesianas: @ 2d OC 1,0 © 0,—2) @) G,— 2 10. Encontre as coordenadas eartesianas de cada um dos seguintes pontes dados por suas coordenadas polares: @) ( 5) ) Gm) © 6, 2) @ ( 11. Calcute @ B+5+0+% &) A-y-C3) © a+na—a p ary @ G- © aa fo (cosF tise FZ) (b) cos 1+ fen 1. 12, Demonstre que | 2, —2.{ é igual & dist4ncia entre os pontos z; © 22: (a) Usando o significado geométrico da soma de atimeros complexos (Fig. 0-29). (b) Expressando jz, — zj em fungdo de x, ¥, %, du. 13. Seja z = r (cos @ + fsen). Mostre que: @ 4 @ 4-1 eso ssena, i 14, Demousire a relagdo (0-170). 45. (a) Considete n = 2 em (0-171) ¢ tome as partes real © imaginaria de ambos os lados Para provar que cos 20 = cos? #—sen? 6, sen 24 = 2 sen Boos @ O-18. EQUACOES ALGEBRICAS “ (b) Considere n — 3 em (0-171) ¢ tome as partes real ¢ imagindria de ambos os lados para provar que 008 38 = cos? @— 3 cos @ sen? @ sen 3 = 3cos* sen 0 — sen? g. 16. (@) Demonstre que 72; —0 implica 2 —Oouz, = 0. {b) Demonstre que, para nimeros complexos, z} + 23 = 0 nfo implica = = 0 ou 7 = 0 (para reais x? + y? = 0 implica x =O » =O). 0-18. Equagdes Algébricas Por equagdio algébrica (ou equagao polinomial) entendemos uma equagio da forma 4,2" + Gyaz! + --- + az + a=O0 (0-180) onde é um inteiro ndo negativo, a, ~ 0, mo, a1,..., a, sio mimeros com- plesos fixos e z é a varidvel. A equagio tem grau a. O lado esquerdo da Eq. (0-180) é uma poltnomial complexa do graun em z. Resolver a Eq. (0-180) ¢ encontrar todos os zeros desta polinomial. Como para polindmios reais, se 2 é um zero, entio (z — z)} é um fator da polinomial. TROREMA FUNDAMENTAL DA ALGEBRA. Téda equacdo algé brica de grau n 21 tem pelo menos uma raiz. Uma demonstragio déste teorema pode ser encontrada na pag. 158 da Referéncia 3, ao final déste capitulo. Do teorema fundamental conclui- mos a possibilidade de extrair sucessivamente fatéres z— 2, 7—~ 22... do lado esquerdo de (0-180) até a equagdo reduzir-se a forma az — 2) @— 2) ++ @—H) = 0, Isto mostra que sempre existem exatamente n raizes complexas de uma equacéo do grau n, Entretanto, os 2 ndo s4o necessariamente diferentes €, portanto, algumas das raizes podem aparecer repetidas. Se uma raiz aparece repetida k vézes nés dizemos que a raiz tem multiplicidade k. Temos ento a regra: uma equagio do grau tem exatamente n raizes, cada raiz contada tantas vézes quanto sua multiplicidade. Quando os coeficientes do,..., a Sie mameros reais, as raizes encon- tradas incluirao as raizes reais (como foi discutido na Seg. 0-11) ¢ também algumas raizes complexas, em geral. Eniretanto, neste caso, as raizes complexas sempre aparecem aos pares conjugados: se a + bi é uma raiz de multiplicidade k (com 6 34 0), entéo a — bi é também uma raiz de mul- tiplicidade &. “a INTRODUGEO A determinagio das rafzes de uma equagio algébrica € geralmente um problema computacional muito longo (o uso de computador eletronico pode facilitar muito). Para uma equag%o com coeficientes reais, podemos procurar as raizes reais fazendo o grafico de y = a,x" + --- + as ten- tando determinar t6das as suas x-intersegdes. O Cilculo é muito util nessa situagio (veja Seg. 6-9). Visto que as raizes complexas sempre aparecem aos pares, uma equagdo de grau impar sempre tem uma raiz real, no minimo. A regra dos sinais de Descartes ¢ outras semelhantes sio também muito liteis (veja Cap. VI da Referéncia 3). Para uma cquagio cujos coeficientes s&o inteiros é muito importante saber que téda raiz intcira é um divisor exato do coeficiente @), ¢ mais geralmente que téda raiz racional pode ser escrita na forma p/g, onde p divide a e q divide a, Para mais infor- mages sObre regras ¢ procedimentos numéricos, ver a Referéncia 3 ao final do capitulo. PROBLEMAS 1. Para cada uma das seguintes equacdes, duas raizes sio dadas, Encontre as restantes @) A324 43% 3242=0, 751,252 @) A~2o741=0,7= () B+ 32678 + 132? 82 + 100, 2 1 EE 2. Construa uma equagdo algébrica cujas raizes sio os némeros @ OQ114% db) 2234, 223. 3. Demonstre que se a x 0, a soma das raizes da equagio ax? + bx +e = 0 ¢ —bja, © © produto das ratzes ¢ c/a. 4, Demonsire que s¢ a, = 0, a soma das ralzes da equagho @n2” + aque! +... bay 0 € —(ypulay). (Sugestdo: Escreva a equagdo na forma fatorada.) 5. Um polindmio real f € dito irredutivel se @le nao puder ser fatorado como um produto de dois polinémios reais de graus inferiores. Mostre que f & irredutivel se, © somente se, f linear ‘ou f(x) = ax? + dx + ¢ com b* —4ac < 0. 0-19. Expoentes e Logaritmos Seja x um nimero real. Se n é um inteiro positive, x* & definido como x - x... x (m véres), ¢ x 6 definido como 1/x", desde que x # 0. Também definimos x*°= 1, para x #0. Para x #0, y #0, temos as regras wegen gen = (0-190) eye, w= wy para todos inteiros m ¢ n. 0-19. EXPOENTES E LOGARITMOS: “so Poténcias fraciondrias de x podem. ser definidas para x positivo (c em alguns casos para x = 0 ¢ x negativo). Por exemplo, todo nimero x positive tem uma raiz quadrada positiva, que & indicada por x ou x!" ‘Uma prova déste fato familiar pode ser dada usando geometria ou mos- trando que algum dos procedimentos conhecidos para calcular «x como uma decimal, determina um mimero cujo quadrado é-x. Este problema, € outros relacionados sébre raizes ctibicas, raizes quintas, e x*, pata o real em geral, sio tratados dentro do contexto do CAlculo muito mais facilmente (Caps, 3 ¢ 5). Aqui simplesmente enunciaremos alguns dos resultados mais importantes, Para cada mimero real positive x cada inteiro positive #, existe um nico nimere real positive y para o qual x = y*; y € chamado a n-ésima raiz positiva de x ¢ é denotado por ~/x ou x”, Para cada inteiro m, positive ou negativo, nés definimos entio an = (etnym podemos verificar ‘que também wn = (grit € que x"" ='x?%, se p e g so inteiros tais que m/n = pig. Além disso, se a € qualquer numero real, podemos definir x elevado A poténcia a, ou x* (x sempre positive). Por exemplo, nds podemos calcular x¥? para qualquer x dado, dentro de uma preciso desejada, subs- tituindo ~/2 por um numero guficiente de digitos da sua expansdo decimal. Por exemplo 5¥? 6 aproximadamente igual a 5! ¢ com melhor preciso, S44 aproxima $V?, .e assim por diante. Como 1,41 = 141/100 € um numero racional, 5‘ € um caso do tipo 5" discutide acima. O mesmo aplica-se a S*4', Assim, x¥® é encontrado por aproximacao por ntimeros x", para certos ntimeros racionais m/n. © resultado € que podemos definir x* para todo x positivo ¢ todo niimero real . Além disso x > 0 sempre e as seguintes regras, andlogas de (0-190), siio validas: eth a xexf ye B= Ea (0-191) (xayh = x28, (xy) = xoye Para « fixe, » = x* define uma fungiio de x (a fungio poténcia «). Os seus graficos correspondentes a varios valores de a aparecem na Fig. 0-30. 30 INTROOUCAO. Podemos também fixar um numero positive a ¢ considerar a fungio definida por yor para todos os reais x. Esta fungilo é chamada fingdo exponencial de base a. Sen gréfico ¢ mostrado, para varios valores de a, na Fig. 0-31. Uma fungdo exponencial muito importante em Caleulo é aquela em que a base é e 2,71828 18285 ..... © € sempre referida como a fungdo exponencial. fT] 7 23} Jy Aa et Tae Pel 1 ay ae i 2 4 1 . 1 Fig, 0-30. A funsio x* Fig. O31. A fungdo a* Logaritmos. Ja observamos que para a fixo, a* é sempre um namero positive. Como a Fig, 0-31 sugere, dado qualquer y positivo nés podemos escolher um x univocamente tal que a* = » (com excegiio do caso a = 1). ste valor de x é chamado o logaritmo de y na base a, ¢ escreve-se x = logy. Assim, por definigio, at =y e loga= a>0, a1. (0-192) A cquasio x = loge y define x como uma fungdo de y, para y > 0. ‘Trocando os paptis de x ¢ y podemos escrever nossa fungée logaritmi- ¢a como yologx, x>0. 0.20. INDUGAO 5 Aqui a é sempre um niimero positivo fixe, diferente de 1. Das propriedades da fungao exponencial, nés deduzimos propriedades da fungdo logaritmica: loge(x)x2) = loge x1 + 10ga x2 logs * = loge x1 — loge Xo (0-193) = dogex _ Togs x¢ = ¢ loge x ions loge b. At, x,, %2, x slo nimeros positivos e a e & sao positivos e diferentes de 1, Quando escolhemos a = 10, obtemos a fungilo logis x, que é 0 loga- ritmo comum de x. Quando a =e, obtemos a fungao logartimica do C4lculo, que é denotada simplesmente por log, x, ou por In x; esta fungio é também chamada o fogaritmo natural ou logaritmo neperiano (devido ao inventor, John Napier 1550-1617). PROBLEMAS 1. Simplifique: @ (& St © var @ Reape relt xi 2. Simplifique: fa) login 1077 (b) 10boR 9 (e) dose (@) Inx + In 2x—3 tnx’, 3. Sob que condigdes a definigao de x!" pode ser estendida para x = 0 ou x <0? 0-20. Indugao Para justificar muitas formulas e teoremas, necessitaremos de um modo de raciocinio, chamado de indugdo matemdtica, que passaremos a descre- ver agora. A validade déste processo é aceita como um axioma funda- mental para téda matemética. Principio da indugie. A validade de uma preposigdo que se relaciona com todos os inteiras positives n(l, 2, 3, ...) pode ser concluida de (a) vatidade da proposigdo para n= 1; (b) uma demonstragdo de que a validade da proposigéo para um n arbitrério implica sua validade para n + 1. 52 INTRODUGAO- Pode-se justificar intuitivamente éste principio raciocinando do se- guinte modo. Por (a) nds sabemos que a proposicdo € verdadeira para n=l... Por (5) ela deve ser também verdadeira para n = 2. Novamente por (6) ela deve ser verdadeira para n = 3, ¢ assim por diante. As palavras cruciais sio as ultimas quatro: “e assim por diante”. Devemos estar seguros que déste modo realmente obtemos todos os casos, isto ¢, que inde 1a1+41=2,de2a2+1=3€ assim por diante, nos d4 um pro- cesso definido esgotando os inteiros positives. O principio da indugdo é uma maneira precisa de dizer que todo inteiro positive é uma soma finita de parcelas iguais a 1. EXEMPLO 1 Soma de uma progress@o aritmética. A ptoposic&io a ser provada é Ct@+ A+ +2+... let —Na = Wetom vel para n= 1,2, (a) Para n= 1 a tese & a =a, 0 que é verdadeito. {b) Para n+ 1a tese & ata+ad+ flat Ge Dd} + fo tna] = CED Cot ne, Se a proposicao & verdadeira para n, entéo o lado esquerdo ¢ igual a He ag que pode ser simplificado em (nt 120 + nd) 2 que € 0 lade direito, Portanto, a proposicio & verdadeira para todos inteiros positivos 7. EXEMPLO 2 Prove que todo polinémio complexo de grau n > | pode ser fatorado na forma an(z — 24) (2— =n) (veja Seg. 0-18 acima). (a) Para n = t, a afirmativa é que az + ao = a.(2— 2) para um 0.20, INDUGAO 53 apropriado e supondo a, * 0. Isto é verdade, pois wetaca(est)=o@—2, com na= ; (b) Suponhamos a proposicio verdadeira para um n particular € seja ays2"! +... +a um polindmio do gran 2 + 1 (au, 7 0). Pelo teorema fundamental da Algebra, éste polindmio tem um zero, que indicare- mos pot Zz. Fatorando, Oye sZ) 4 do = (Qnsi2” + bgz* +... +b do)Z—~ Zens) onde o grau e o primeiro térmo. do segundo fator so déterminados pela maneira como os polindmios sto multiplicados. Pela hipétese de indu- a0, © primeiro fator pode ser substituido por ani (Z— 2) (z—2,) (..) (z—2,). Assim Gan 2) 4. Go = Ane (2 — 24)... (2 — Zh) (2 — Zev) Portanto, esta provado que a proposigao 6 verdadeira para o grau n+ 1. Entio, por indugo, a proposigao é verdadeira para todo n. Definigdo por indugao. Muitas expressdes algébricas gerais dependem de um inteiro arbitrario nm. Normalmente, existe a tendéncia de ir-se direto a0 caso geral, sem uma explicagio mais detalhada. Uma atitude mais cuidadosa seria usar-se a definigdo por indugio (ou recursiva): a expres- sho é definida para n = 1; entio € dado um processo para derivacio da expresso para n +1 a partir da expressfio para 2. EXEMPLO 3 Definigéo de x*(n = 1, 2,...). Nos escrevemos, na Seg. 0-19, que x* = x - x, ... x ( vézes). Um procedimento mais claro seria ‘© seguinte. (a) Definiggo. x! = x. (b) Definigdo, x**! = x” - x, para n > 1. EXEMPLO 4 Definigdo de nf (n'= 0, 1,2,...). (a) Definigdo. Of=1, 11 = 1. (b) Definigdo. (@ + 1)! = (nm + Dn! para n 2 1 Podemos descrever éste processo em térmos mais gerais e provar pelo principio da indugdo, que éle define a nossa expressio para todos inteiros positives n (ver Referéncia 7, pags. 28, 42-45). EXEMPLO 5 Um outro exemplo é 0 da “soma de n térmos”, como nos Exs. 1 e 2. Em geral, consideramos FOV + SDA... + fir 4 InTRODUGAD onde fin) € uma fungio dada cujo dominio € 0 conjunto de todos inteiros positives. A soma mesmo € uma nova funcdo, digamos g(n). Entio definimos aD =f) g(a + 1) = gta) + fa + 1). Isto define g(n) = f(1) + f(2) + ... + fn) para todos os inteiros positi- vos n. E pritica comum escrever-se 5” f(k) para esta soma. ai 0-21. © Teorema Binomial. Permutagées e Combi- nagdes © teorema binomial € mais uma proposigio que pode ser provada por indugdo. A proposiglio é asop—ar4(")orres(2)+ . + (Deve +. +( , Jobe + o,, n—1 =1,2,3,... ou, com a notagio E mencionada acima, tora EQ onde 4) “Foopr kOe an Nés chamamos os niimeros (7) de cocficientes binomiais. Exemplos de desenvolvimentos binomiais sio: (a+ bya ts (a +b) = a) + 2ab + B* (a + by? = at + 3atb + 3ab? + BP (a + b) = at + datb + 6a%b? + dab? + b* (a + by = ab + Sath + 10a%? + 10a%b* + Sab‘ +d, Relagdo com permutagdes e combinagtes. O numero de permutagdes (diferentes modos de ordenago) de n objetos distintos ¢ n!. Assim, 3 objetos a, 6 ¢ ¢ tém 3! = 6 permutagies abe, ac, bea, bac, cab. cba. PROBLEMAS 55 Mais geralmente, o numero de permutagées de todos os grupos de k objetos distintos tomados de 1 objetos distintos (# > &) & a! ma —Vin— 2)... (a—k + = oe Assim, as permutagdes de duas das 3 letras a, 6, c séo ab, ac, 6a, be, ca, cb ¢ 31/1!= 6. Podemos justificar a regra geral notando que existem 1 escolhas para a primeira posicdo; para cada uma destas escolhas existem n—1 escolhas para a segunda posig&c, ¢ assim por diante (indugdo). Entfio, ao todo, siio possiveis n(” — 1) (n — 2). ... (n—k + 1) permuta- ges. Se no levarmos em consideracdo a ordem em cada permutacio, entao estaremos contando as combinagdes de k objetos distintos tomados de x. Visto que.cada combinagdo d4 origem a k! permutag6es existem ao todo nn— 1)... mk +1) -( ki kia— ky “7 combinag6es. Isto também pode ser justificado notando que o coeficiente de x* no desenvolvimento G+xP = 4+ (4+ 9)... (1+ x) Ga fatbres) é simplesmente o niimero de maneiras de se escolher k posigdes em n; pelo teorema binomial, aty- 5 (D goo a Portanto, (2) € 0 namero de combinagées de # objetos tomados k a k. PROBLEMAS 1, Demonstre a formula de De Moivre por indugdo (Sey. 017). 2. Demonstre a expressio para a soma de uma progressio geométrica: otart... tarts SP ret, ne, 3. Demonstre que BEBE pate tna th 36 INTRODUGAD 4, Demonstre que paee 4m hoe 7 5. Demonsire que sen (a+ $6 () + cond + 0050+... + connd = SET para @ x0, +2n, adn, 6. Demonstre que a9 = a Ba FAO E+ ob OY, = 1, 23, 7. Bemonsire que @ (if) - (28) ope w(2) =o ©) +(e21)- ("7')- 8. Quantas maos diferentes existem no bridge? REFERENCIAS 1, Allendoerfer, C. B. ¢ Oakley, C. ©., Principles of Mathematics, 2." ed. New York, McGraw-Hill, 1963. 2. Brumfiel, C. R., Bicholz, R. E., Fleenor, C. R., ¢ Shanks, M. E., Pre-Caleulus Mathe- matics, Reading, Mas.: Addison-Wesley, 1965. 3, Dickson, L. E., First Course in she Theory of Equations. New York: Wiley, 1922. 4. Dolciani, M. P., Beckenbach, E. F., Donnelly, A. J., Jurgenson, R. L., and Wooton, W. Modern Introductory Analysis, Boston: Houghton-Mifflin, 1967. 5. Keedy, M. L., Jameson, R. E., Smith, Stanley A., Mould, Eugene H., Exploring Geomerry. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1967. Lehmann, C. H., Analytic Geometry. New York: Wiley, 1942. McCoy, N. H., Introduction to Modern Algebra. Boston: Allyn and Bacon, 1965. Vance, E. P., Trigonometry. Reading Mas.: Addison-Wesley, 1954. . Wilder, R. L., Introduction to the Foundations of Mathematics, 2.* ed. New York: Wiley, 1965, eee CAPITULO 1 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES 1-1. Introdugao A Geometria foi desenvolvida inicialmente petos Gregos a mais de 2.000 anos. Files desenvolveram uma maneira sistemdtica de analisar as propriedades de pontos, retas, tridngulos, circulos e outras configuragdes. O trabalho dos Gregos esta sintetizado nos Efementos de Euclides, os quais formam a base da Geometria plana e sélida em uso na atualidade. Recen- temente, outros conjuntos de axiomas e postulados tém sido introduzidos ¢ a estrutura logica tem sido melhorada mas o contewdo da Geometria permanece 0 mesmo. Em contzaste, a algebra, como uma estrutura légica, tem sido desen- volyida mais recentemente, principalmente nos tltimes 100 anos. Sua formulagio é surpreendentemente simples: uns poucos axiomas s&o sufi- cientes para organizar toda a estrutura da dlgebra ordindria. Ademais, descobriu-se que essencialmente téda geometria pode ser desenvolvida em linguagem algébrica. Em vez de combinar pontos & tetas na maneira geométrica usual, nds realizamos operagdes algébricas em certos objetos denominados vefores. Os vetores obedecem a certas leis algébricas similares as que se aplicam aos ntimeros; por exemplo se ae b sao vetores entio a+ b= b-+ a, Na verdade, o estudo dos vetores pode ser desenvolvido sistematicamente a partir de uns poucos axiomas semelhantes aos axiomas para os nimeros. Os teoremas da geometria tornam-se teoremas da Algebra dos vetores, com énfase nas equagdes, identidades e desigualdades em lugar de énfase nos conceitos geométricos tais como congruéncia, semelhanga ¢ intersegao de linhas. Aqui desenvolvemos a Algebra de vetores para a geometria plana. A introdugio € informal e é intencionada a formar uma nogio intuitiva do assunto. Entretanto, em alguns pontos, nés também indicaremos a ma- neira como a teoria pode ser construida de uma maneira estritamente logica. 58 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 Mais na frente aprenderemos que esta algebra vetorial, ou Algebra linear (0 nome indicando a sua origem geométrica), € um valioso auxiliar para o C&lculo. A dilgebra linear & na verdade o fundamento de grande parte da matemética moderna. 1-2. Segmentos Orientados e Vetores Consideramos um plano determinado no qual todos os objetos geomé- tricos estardo localizados. Supomos que uma unidade de comprimento tenha sido escolhida. Por um segmento orientado no plano nés entendemos um segmento de reta com uma determinada direcio escolhida no mesmo. Denotamos por AB o segmento que liga o ponto A ao ponto B com diresio de A para B. Denotamos por BA o segmento com dirego de Bpara A. Em uma figura podemos mostrar a diregdo por uma seta como na Fig. 1-1. Chamamos A o ponto inicial e B 0 ponto terminal do segmento AB. Ocasionalmente, usaremos também a notagio AB para um segmento de reta nfo orientada como ocorre geometria. A distingfo entre segmentos oricntados ou no ficaré clara no contexto. A velocidade de um navio atravessando um lago pode ser indicada por um segmento orientado PQ, como mostra a Fig. 1-2. Aqui o compri- Fig, 1-1, Segmentos orientados ¢ vetores Fig. 1-2. Vetores velocidade de um navio 1-2. SEGMENTOS ORIENTADOS E VETORES 59 mento de PQ é escolhido como sendo igual & velocidade do navio, em uni- dades apropriadas (por exemplo, um comprimento de 1 cm corresponde a 10 km/h), e a direpdo de PQ indica a ditecZo do movimento do navio. Poderfamos bem representar o movimento do navio igualmente por outro segmento orientado P’Q’, como na Fig. 1-2. Aqui o comprimento de PQ € igual ao comprimento de P/Q’, e ambos apontam na mesma di- regio. Na verdade, a informacio desejada é dada por qualquer segmento orientado 4B, como na Fig. 1-2, onde 4B tem o mesmo comprimento de PQ, é patalelo a PQ, e tem a mesma direcdo. Em outras palavras necessitamos conhecer apenas o comprimento ¢ a direc3o de um segmento orientado. A posic¢do do segmento orientado ¢ irrelevante. Simplesmente diremos que a velocidade do navio ¢ um vetor, Em geral, um vetor no plano € a combinacio de um comprimento (um numero real ndo negative) e uma direcdo. Representaremos vetores por letras em negrito V, W, r, 9,... (outras notagdes usuais sio ¥ e ¥), Cada vetor y pode ser representado por um segmento orientado 4B com comprimento e direcdo dadas. Entretanto y é igualmente representado por qualquer outro segmento que tenha 0 mesmo comprimento e diregdo. Se v € representado por AB escrevemos v= AB. Assim, 4B denota o vetor determinado pelo segmento orientado AB. No caso da Fig. 1-2, poderiamos escrever v= 4B = PQ -— PO como a figura sugere. Podemos imaginar um vetor como sendo um segmento orientado que esta livre para se mover no plano, mantendo inalierados seu compri- menta e sua dirego, Um exemplo fisico 6 dado por uma bissola moven- do-se em uma sala. A posigio da agutha muda mas o vetor representado por cla € sempre o mesmo. Note que dado um vetor y, representado, por exemplo, por 4B, ¢ dado um ponto inicial A’ podemos sempre representar v univocamente pelo segmento orientado 4’B’. De fato, como na Fig. 1-1, simplesmente esco- ihemos B’ de modo que AB e A’B’ sejam os lados opostos {com a mesma orientagdo) de um paralelogtamo; © ponto 3’ € univocamente determinado por esta condic¢do. Com o mesmo raciocinio, ¥ pode ser representado univocamente pelo segmento orientado com um ponto terminal dado, Neste capfiulo freqiientemente escolheremos uma origem O e repre- sentaremos cada vetor u como OP; isto é, u é representado pelo segmento dirigido de O a P. Assim, a cada vetor u associamos um unico ponto a GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP, 1 P, e 4 cada ponto P associamos um ttnico vetor u. Na linguagem da Seg. 0-10, obtemos uma correspondéncia biunivoca entre vetores e pontos no plano. Isto é ilustrado na Fig. 1-3, onde u corresponde a P, v corres- ponde a Q, ¢ w corresponde a S$. Se escolhermos uma nova origem, obte- remos uma outra correspondéncia entre vetores ¢ pontos. Existem muitos exemplos de vetores em Fisica: velocidade, acele- ragio, forca © momento. Por exemplo, uma forga tem direcio e intensi- dade e portanto pode ser representada por um segmento orientado. Outra ilustragdo € 0 conceito de deslocamento: se fizermos uma viagem cujo final esti a 50 km ao norte do ponto de partida, dizemos que fomos deslocados “50 km para o norte”. Desde que sdmente distancia e direcdo estiio sendo consideradas, temos um vetor u. Podemos representar u pelo segmento orientado 4B-do ponto inicial A a0 ponto de destino B. Terminologie dos vetores. Denotamos o comprimento do vetor v (nas-unidades apropriadas) por |vy!. © uso do simbolo de valor absoluto é justificado pelo fato de que |v| obedece as mesmas regras que sio veri- ficadas para valéres absolutos (na verdade, |v| é a generalizagdo do conceito de valor absolute). Também chamaremos jv| de grandeza ou norma de ve Se |v| =, isto é, v tem comprimento 1, y é denominado.um vetor unitdrio, Por conveniéncia, introduzimos o vetor 0, Ele corresponde a um segmento orientado de um ponto a éle mesmo. Isto ¢ 0=PP=00=55=... Associamos a éste vetor o comprimento 0 ¢ qualquer direséo. Assim temos a regra: fee Fie 13. Correspondéncia entre vetores . Fig. 1-4. Vetores paralelos ou colineares pontos 1.3. ADICAO DE VETORES 4 Para cada vetor v, |\v| > 0; € || , se ¢ simente se, ¥=0. Em geral, dois vetores u, ¥ sio iguais (equipolentes) se éles tem 0 mesmo comprimento ¢ dire¢do, isto é, u = v precisamente quando u € v sio repre- sentaveis pelos mesmos segmentos orientados. Dois vetores u, ¥ so ditos paralelos ou colineares se éles podem ser representados por segmentos orientados em uma mesma seta (Fig, 1-4). Portanto, u, v sio paralelos quando éles tém a mesma diregfio ou tém diregdes opostas. Em particular, 0, v sfio paralelos, qualquer que seja v. Em uma teoria vetorial, ntimeros so usualmente refetidos como egca- lares. Assim, 3, 7, 8 © — W/2 sfo escalares. 1-3. Adicgac de Vetores Dados os vetores u, ¥, escolhemas um ponto inicial 4, em seguida B tal que u= AB, e C tal que y= BC (Fig. 1-5). O vetor w= AC é entio denominade a soma de we ¥, ¢ escrevemios w= u-+¥. Portanto, por definigio 4B + BC = AC. Se mudarmos 0 ponto inicial para A’ e representarmos u por ‘3’, v por B/C’, entdo a soma w é representada por A’C’. Como est sugerido na Fig, 1-5, AC ¢ A'C’ tém 0 mesmo comprimento e diregaio, de modo que © mesmo vetor w & obtido qualquer que seja a escolha do ponto inicial. A adigéo de vetores esta de acdrdo com a regra do paralelogramo para a combinagio de forcas, como sugere a Fig. 1-6. Fig. 1-5. Adicio de vetores Fig. 1-6. Adigao € subtragio de vetores A definigdo da adigfo é também consistente com a mancira pela qual combinamos deslocamentos: um deslocamento que Kvamos de A para B seguido por um deslocamento que nos leva de B para C é equivalente a um sé desiocamento que nos leva de 4 para C. A adig&o de vetores satisfaz rr GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. ¥ as seguintes regras utve=vtu (comutatividade) (1-30) tv) +w=ut (+) (associatividade) (1-31) u+0= O+u (1-32) ut vis|ul + [vl (desigualdade triangular). (1-33) Estas regras nos sto familiares da Algebra dos nimeros (escalares). Nao podemos supor que elas sejam verdadeiras também para vetores porque vetores no séo niimeros; éles sio novos objetos. A prova da regra (1-30) ¢ sugerida pela Fig. 1-6; uc ¥ so representados por um par de lados opostos do paralelogramo, dirigidos apropriadamente, € qualquer maneira de adiciond-los da 0 vetor diagonal AC, (Quando u, ¥ so colineares, o paralelogramo n&o aparece € uma diferente demons- trag3o é necessatia; ver o Probl, 7 adiante.) Para (1-31), escrevemos u = 4B, ¥ = 8C, w= CB. Entio (@t+yv)+ +w= (4B + BC) + €D = AC + Ch = AD e similarmente, u + +(¥ +) = 4B (Ver Fig. 1-7), Para (1-32), w= 4B, 0 = BB, entio u+0=4B+ BR=4B=—u. Por (1-30), O+ u—u+0. A regra (1-33) exprime o fato de que cada lado de um tridingulo ¢ menor que a soma dos outros dois lados (Fig. 1-6). Quando os vetores sfio colineares o triangulo se transforma em uma reta e uma demonsttagio diferente € necessdria (Probls. 67 adiante). O sinat de igualdade ocorte sémente quando ue ¥ tém a mesma direcao (em particular quando um déstes vetores ¢ 0). Fig. 1-7. Prova da lei associativa 1-4. SUBTRAGAO DE VETORES a 1-4. Subtracdo de Vetores Subtrair w de w equivale a achar um vetor ¥ tal que adicionado a w nos dew. Se colocarmos u = AB, w = AC entiio- v = BC sera o vetor procurado, ¢ € evidentemente unico (Fig. 1-5). Escrevemos v= w—u. Assim, pelo nosso resultado. AC — AB = BE. (1-40) Em particular, se u — 4B, entio O—u= 4A — AB = BA, © vetor BA é obtido de u = 4B por meio de uma inversiio de sua dires’o (Fig. 1-8). Denotamos éste vetor por — u. Assim O-un-u (aly A Eq, (1-40) pode entiio ser escrita AC — 4B = BA + AC = — AB + AC = AC + | — ABI. isto 6, w—u=wt(—v). (1-42) Note no paralelogramo da Fig. 1-6, que uma diagonal é u + ¥, e a outra (com a ditegdo indicada) é u — ¥, E D Fig. 1-8, © vetor —w PROBLEMAS 1. Um carro viaja 100 quilémetros mente 100 quilémetros para o Ie do carro. Para o Iestc, 200 quilémetros para © norte ¢ finale ste. Determine grificamente © deslocamento total 2 Sei Sg 4, B, P, Q, quatro pontos distintos em uma reta. Enumere tédas as possiveis ordens 4s quais os pontos podem pertencer se AB e PQ tém a mesma diresho, 3. Na Fig. 1-9, ABCDEF é um hexdgono reg ular com centro Cu i conjuntos de vetores iguais: ©. Grupe © seguinte em 64 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP, 1 (s) 4B, BE, AE, OE, OF AC, BC, AF, TD, AC, FD, 30, OC @) 4B + OF AF + BC, 46 + CB, EB + AF @) 4B — AF, FE — Ba, 46 — OF, Fb—DaB. Desenhe 4 vetores no nulos u, v, W, p tal quew-+y+w+r=0, Que regra geral isto sugere? a . (a) Mostre que se 4, B, C sdo os vértices de um tridngulo, entio \A@i < |ABl + (BC). (b) Mostre que se u, ¥ so vetores nfo colineares entio [ut] < [ul + [vi [Veja a parte (u).] 6. (a) Mostre que se a= 0, entio ju + ¥) = Iu) + I¥] (&) Mostre que se u=@, entio ut+v=vtu 7. Sejam u, v vetores colineares no nulos. (a) Prove que se w, v (ma mesma direcdo, entio u + v tem a mesma diregio de u ‘ev; ademais 0 comprimento de w+ ¥é |u| + |¥[. Seu, v tem ditegdes opostas, entio u + ¥ =, quando |u| = !¥|3 nos outros casos u + ¥ tem a ditegio do vetor mais longo e tem comprimento |u| — |¥| {b) Dos resultados de (a), mostre que w-++v=¥+u (©) Dos resultados de (a), mostre que |w + v! = ju] + {v| quando u, ¥tém a mesma diregio ¢ que fw vf [ful — vil Jal —ivit {b) Verifique em que condigées a igualdade de (a) se aplica. 1-5. Multiplicagao de Vetores por Escalares Escrevemos utu=m, utatu=3u ¢ assim por diante. Notamos que 2u é um vetor de comprimento dias vézes maior que ue tem a mesma direcao de u (Fig. 1-10), Isto sugere a definigSo de ku, para cada numero positive (escalar) k, como um vetor que tem comprimento k{u] ¢ a mesma diregdo de u. Para k positive podemos interpretar (— kJu como k(— u) e portanto obtemos um vetor de compri- mento i vézes maior que ue tendo direcSo oposta. Interpretamos Ou como sendo 0. Assim somos levados a uma definigao geral. 1.5. MULTIPLICAGAO DE VETORES POR ESCALARES “ss Definig3o de escalar vézes vetor, Se a € um numero real (escalar) € uum vetor, entio au é 0 se a= 0 ou u=4, nos outros casos, au é um vetor cuja grandeza é Ja! |u|, tendo a mesma direcdo de use a> 0 € dire- gio oposta se a < 0. Desta definicéo seguem-se que ue au podem sempre ser representados por segmentos orientados na mesma reta, isto é, ue at so sempre vetores colineares. Em geral se u, v so colineares e u 7 0, entdo u,v podem ser fepresentados por segmentos orientados na mesma reta de modo que v= au para algum a, Aqui a é positivo se v tem a mesma direcdo de uy, @ negativo no caso contrario (Se ¥ = 0 entio 2 = 0); como |v] = !a]| ul, temos |a] = |v//lul. Tes oo Fig, 1-10. Bscalar vézes vetor A multiplicagio de vetores por escalares obedece As seguintes regras: tua, (1-50) Ou=0 © a= (1-51) Seau=0, entio @=0 om u=0 (1-52) (abyu = atbu), (1-53) C— au = ~ (au) = af — wo). (1-54) Jeu} ={a/|u]. (1-58) (@+ bu = au + bu, (1-56) atu + ¥) = au + av. (1-57) (a — bu = au ~ bu. (1-58) atu — ¥) = an — ay. (1-59) As regras (1-50) — (1-55) seguemese diretamente da definigao (ver Probl. 9 adiante). Para provar a regra (1-56) para ux 0 podemos relacionar a 6 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 multiplicagio de u por escalares a um cixo numérico como sugere a Fig. 1-11. Representamos u por um segmento orientado em uma reta Le inttoduzimos uma escala em Z tal que o ponto inicial do segmento coincida com 0 0 ¢ 0 Fig. 1-11. Escalar vézes vetor ¢ eixo numérico ponto terminal com o I. Assim, |u| € tomado como a unidade de compri- mento. Cada ponto em L tem agora uma coordenada x, de modo que 1 torna-se um cixowlos x, e podemos nos referir aos pontos de L por meio de suas coordenadas: o ponte 0, 9 ponto 3, ¢ assim por diante. O segmento orientado de 0 a x representa ento 0 vetor xu, O vetor au + bu pode ay gora ser obtido pela representagio de au como o segmento orientado de 0 2a ¢ em seguida, movendo-se 6 unidades a partir de a, na diregéio positi- va ou negativa, dependendo se b é positivo ou negativo, ao longo de L; assim © vetor au + bu = (a+ d)u. (Em particular, bu + aw = (6 + au = (a+ + bu = aut bu, Isto nos da outra prova da lei comutativa da adicdo de vetores colineares, veja o Probl. 7 acima.) Podemos dizer que em térmos do eixo numérico da Fig. 1-11, a adigde de multiplos escalares de u corresponde & adigéio ordindria de nimeros. Se u=0, 0 cixo numérico nao pode ser usado e, neste caso, (1-56) deduz-se de (1-51). Para demonstrar (1-57), supomos que a > 0 e, que m, ¥ no sho coli- neares. Representamos u por 4B e v por BC, como na 1-12. Em seguida estendemos os ladas do trifngulo ABC para 8’, C’, como indicado, obtendo o triangulo AB‘C’, semelhante a ABC, com Iados a vézes maio- res. Pela geometria, R’C’ é paralelo a BC e portanto, BC’ = ay. Logo AB! + B'C! = au + ay = AC au + ¥). Se a & negativo, existe uma demonstragio andloga, na qual os lados do trian- gulo ABC siio estendidos na direciio oposta; se @ ~ 0, a regra segue-se de PROBLEMAS ‘or (1-51). Seu, v 40 colineares ¢ u x4 0 entSo ¥ pode ser representado por um segmento orientado de 0 a x em um cixo numérico, como na Fig. I-11. oer Fig. 1-12. Demonstragao de a@ 4+ i} at ab Assim, v= xu e {a + v) = atu 4 xu) = (1 + x)a = (a + ax)u = au + an = au + fxn) = a + av pelas regras (I-50), (1-53) e (I-56), Finalmente, se u—=0, entiio (1-57) segue-se de (1-32). As regras (1-56) ¢ (1-57) so chamadas leis distributivas. A regra (1-58) segue-se de (1-56) ¢ a regca (I-59) de (1-57) (veja o Probl. 9 adiante), Observacio. Ocasionalmente torna-se conveniente o uso da notacio de divisdo de um yetor u por um escalar @ para denotar a multiplicago de u por I/a. Por exemplo, w/2 = (1/2)u. PROBLEMAS 1. Seja dado o tridngulo ABC. Seja AB = we AC = ¥,€ sejam os pontos P, Q escolhidos de modo que AP = 3u, AQ =-2y, como na Fig. 1-13. Exprima os seguintes verores At 9 e ¢ » oS B > ]) ? x A e Fig. 1-43. Fig. 114, em fungdo deuev: (a) BC, (b) F FB. ic) PO, (A) PC, (¢) BO, (©) AU, onde M ¢ 0 ponto médio de BC, (gy BD + BC + CD. on GEOMETRIA VETORIAL EM.DUAS DIMENSOES CAP. 1 2. Seja ABC um triangulo, seja Mf 0 ponto médio de BC e No ponto midio do lado AB (ig. 1-14). Seja R um ponte escolhide em AM e Tem CN tal que | AR|/| AM| = 3/4, e [Ch /\ CN = 1/3. Seja u= AB, = AC Exprima os seguintes_yetores em fungi de We vs (a) AB, (b) BC, (e) AN, (d) AM, (©) AR, © BR, @ CR, oy CF, @ TH. 3. Seja O um ponto dado. Mostre que se M é 0 ponto médio do sogmento de rota AB, entio ~~ 1.5 OM = = (OA + OB). 4, Seja C um ponto na linha reta que passa por O 6 B. Seja u = OB, Ache OC em fungio de w quando @ C esth entre O © B, ¢ [OC / |CB| = min (m> 00 n> 0). (b) C esté om OB, além de Be |OC| {| CB) = mijn O 0,¢=0. No caso contrario dizemos que u, y, w sdo linearmente dependentes. Entre- tanto, déste modo nado obtemos nada de névo pois todo conjunto de irés yetores u, ¥, W 10 plano é linearmente dependente. De fato, ou u, ¥ sho lincarmente independentes ou so linearmente dependentes. No primeire caso o teorema da base se aplica ¢ w = au + by ou a+ bv+(— 1lw=0 o que é uma equasio da forma au + by 4- cw = 0 com os coeficientes a,b, ¢ n&o simultaéneamente nulos. Assim u, v, w sio linearmente de- pendentes. No iltimo caso, podemos escolher a, b nao nulos tal que aa + by=9, Entio au + by + Ow = de modo que u, ¥, W sio linearmente dependentes. A teoria dos vetores se estende a espacos de 3 dimensdes, No espaco podemos encontrar 3 vetores linearmente independentes u, ¥, w ¢ um tal Conjunto de vetores forma uma base. Isto &, cada vetor z no espaco pode set expresso univocamente como combinagiio linear de u, v, W = au + by + ew. No espaco, cada conjunto de 4 vetores p, q, r, 8 ¢ linearmente dependente. Isto 6, existe a relagdo ap + bq + cr-+ds=0 onde os coeficientes nio sio todos nulos. Estes resultados sugerem que a dimensdo de um espago ¢ igual 20 mimero de vetores em uma base. Podemos considerar vetores mesmo em um espaco de uma dimensio, isto é, vetores em uma reta. Aqui cada vetor nfo nulo u ¢ considerado como sendo “linearmente independente” e cada um déstes vetores u forma uma base. Qualquer vetor v na reta pode ser expresso como av. 1-8. Vetores como Pares de Nameros No que se segue consideramos que u, v é uma base. Entiio para cada vetor w cxiste um inico par de mimeros a, b para o qual w= au + by. 1 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 Reciprocamente, cada par de mimeros a, 6 determina um vetor au + bY no plano. Portanto, podemos especificar todos os vetores no plano pelos pares ordenados (a, 6). Cada par determina um vetor e cada vetor corres ponde a um nico par ordenado. A ordem € essencial porque, em geral, aa + by. é diferente de bu + av (quando é que éles sio iguais?). Escrevemos w +> (a, 5) para indicar que w corresponde ao par a, 5. Chamamos a, 6 as componentes de w em telacio A base u, v. Se esco- Ihermos outra base, entio obtercmos um névo conjunto de componentes. Por exemplo, na Fig. 1-27 wa Via VO (- V2, - V2). Mas se usarmos a nova base u*, v*, entdo w= — 2u* + Ovo (— 2,0). Note que se trocarmos a ordem dos vetores na base (¥, w em vez de u, ¥), ent&o o par de nimeros ordenados sera também trocado. Assim # repre- Fig. 1-27. Bases diferentes sentaciio de vetores por pares de nimeros sd tem significado se fixarmos uma base em uma ordem definitiva. Em relacio a nossa base fixa, u, v se- jam w= aut bys (a,b) pax + po (x,y). Entao wtz=(@txu+ + ywer@txb+y) ew = c(au + bv) = eau + cbv (ca, cb). ‘PROBLEMAS 7 Portanto, 0 par ordenado associado com w +z é encontrado por adigio das componentes respectivas de w © x ¢ 0 par associado com ew € obtido pela multiplicag3o de cada componente de w por c. Conseqiientemente, definimos a adigdo ¢ a multiplicagée por escalar de pares ordenados como abaixo (4, b) +) = (a+ 4, b+) (2-89) c(@, b) = (ca, cb). (181) Segue-se entio que nossas operag6es vetoriais podem ser efetuadas em fung&o de pares ordenados. Em certo sentido, temos uma nova linguagem para a algebra dos vetores. EXEMPLO Em fungio de uma base fixa u, v seja wo (3, 5), 2(,— 4). Entdo wtzo6,1), ¥— 2 (1,9), Iw <> (6, 10) Bw + 22 © (9, 15) + (4, — 8) = (13, 7). PROBLEMAS Nota: Nos problemas que se seguem u, v formam um par de vetores linearmente inde- pendentes no plano; logo, éles formam uma base para todos os vetores no plano, 1. Desenhe a Fig. 1-28 em um papel e construa grificamente @ ww () —ate ©) Ou + 2. Represente também cada um dos seguintes vetores em fungao da base @ 6 © 4c © CB (e) 248. D B y IM lc Fig. 1.28. ° A 2, Mostre que cada um dos seguintes pares de vetores ¢ linearmente independente ¢ faca um grdfico @ wate O) u+ya—y © m3, Tr @ —u, —47, 78 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP, 1 3, Para cada uin dos seguintes pares de vetores verifiaue a independéncia linear ¢ faga um gréfico @) M+yut20 (b) w+ 3y, Bu + 6 © 9u+ 6% 6a + 44 @) 3, Se 4. Em cada um dos casos seguintes determine & (se possivel) tal que o par de vetores dado ¢ Hinearmente dependente @ o3u+é0 > o— 29, dat ky © EAD+Y +E @ Bete S. Considere que vetores sAo representados por pares de miimeros em fungdo de uma base dada u, v de mode que 4 0,7 OD. Sia WO 2,0), G4), 8 0,4). (a) Mostre que w, r s&é Tinearmente independentes. (@) Ache a, 5 tais que s = aw + br. (©) _Na Fig, 1-28 scja “Mo ponto médio de CD e seja TE <> (aby), GD o> (arb), OBE e+ (a, 6). Mostte que a = 1/2(a +b), b = 12(ay + by). 6 (@) Mostre grificamente que w=u—¥, 2=u+ ¥ sio linearmente independen- tes ¢, portanto, formam uma base, (b) Escreva os vetores r— 2u-+ 1 ¢ 8 = 3a—v om funco de ze wm 7. @ Prove que se a, 6, ¢, d sto némeros tais que ad— be x 0, entéo au + by, ca + dv s&o linearmente independentes ¢, portanto, formam uma base. (b) Prove que se au + bv, cu + dv sdo linearmente dependentes entio ad— be = 0 Iver a parte (a). ©) Prove que se ad—be = 0 entéo au + by, cv + dv sdo linearmente dependentes. 8. Seja w um vetor nio nulo ¢ seja (@, 6) um par ordenado, Mostre que uma base u, ¥ pode ser escolhida para a qual w+ (a4) em cada um dos casos seguintes: (@) @ 0,5 0. (Sugesido. Escolha a, tal que u, w séio linearmente independentes © om seguida mostre que ¥ pode set escolhido tal que w = au + 64.) {b) a#0,6=0. 1-9. Angulo Entre Vetores, Bases Ortogonais Sejam u, v dois vetores diferentes de zero em um plano. O dngulo entre we ¥ é definido pelo Angulo BOA, onde u = OA, v = OB; o angulo sera medido geralmente em radianos ¢ o valor sera sempre escolhido entre Oe. O valor seré denctado por ¢(u,¥). Ele néo depende do ponto de referéncia O (Fig. 1-29), Porque se escolhermos outro ponto de refe- réncia Of e construirmos 4’, BY, tal que OA’ =u e OB = vy, entio os dois Angulos terdo seus lados paralelos e similarmente orientados; por- tanto éles so iguais. Nés nao definimos o 4ngulo entre ue ¥ quando um dos vetores ¢ 0. 1.9%) ANGULO VETORES, BASES ORTOGONAIS a No triangulo OAB da Fig, 1-29, os lados so [ul, |v[,¢ ja — v]; seja y= (uy. A lei dos cossenos nos dé Ja— [a]? + fv]? — 2fuf ty] cos (1-90) Fig. 1.29, Angulo entre vetores = 0 Logo jal? + ly cos ¢ = . ° 2lul Ty] (1-91) Quando w, ¥ so linearmente dependentes o triangulo desaparece, mas (1-90) e (1-91) continuam validos, como podemos facilmente verificar (veja Probl. 7 adiante). Quando ¢ — w/2, (1-90) reduz-se ao Teorema de Pitagoras: = ful? + [w]e (1-92) Inversamente, quando {1-92) vale ads temos cos p = Oc sendoO < ps 4 nés temos ~ = z/2. Quando ¢ = x/2 os segmentos de reta orientados representando w so sempre perpendiculares aos que represeatam v. Dis zemos, portaato, que dois vetores diferentes de zero, tendo 1/2 como Angulo so perpendiculares ou ortogonais. Esta claro que dois vetores ortogonais diferentes de zero num plano sio linearmente independentes ¢ portanto constituem sempre uma base. Dado um vetor diferente de zero u, nds podemos sempre achar um vetor v diferente de zero, ortogonal a u, de modo que ve u formam uma base ortogonal; dois de tais vetores v sio sempre linearmente dependentes. Por vetor unitdrio queremos dizer um vetor de comprimento 1. Uma base ortonormal para vetores no plano ¢ uma base de vetores unitarios or- togonais. Se w é um vetor unitdrio, ent&o existem exatamente dois vetores ve —Y¥ que formam, com a, uma base ortonormal (Fig. 1-30). Seja escolhido um sistema de coordenadas cartesianas no plano (Seg. 0-5), com coordenadas (x, y) © eixos correspondentes OX ¢ OY. Seja A o ponto 80 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 (1,0) € Bo ponto (0,1). Ento os vetores i = Od ¢ j = OB sho vetores unitatios ortogonais, como na Fig. 1-31; portanto, éles formam uma base ortonormal. y a Pity) B a, y i : y, 8 a af ° VA ud x 7 “ Fig. 1-30. Base ortonormal Fig. 131. Os vetores ie j Um vetor arbitrario u pode ser representado como uma combinagdo linear de ie j, Nos escrevemos us it yf (1-93) de modo que us, uy sdo as componentes de mem relagdo a base i, j € po- demos esctever u>(u-, uy) como na Seg, 1-8. Também chamamos uz de componente x de u, u, de componente y de u, Se representarmos u por GP, como na Fig. 1-31, ent&o (uz, u,) sio simplesmente as coordenadas cartesianas de P, Pelo Teorema de Pitagoras |OP\? = Juf? = wt + uw, (1-94) Se introduzirmos um Angulo @ = < XOP, como em trigonometria (Fig. 1-31), eato (contanto que [ul # 0), us — [ul cos, uy = {uf send, (1-95) As Eqs. (1-94) ¢ (1-95) permitem-nos determinar o comprimento e a di- regdo de u (|u| € 8) a partir das suas componentes x ¢ y, ue, uy, ou deter- minar as componentes us, uy a partic do comprimento ¢ da diregdo. A notacdo i, j é padrao para uma base ortonormal, obtida como na Fig. 1-31, de um sistema coordeaado Cartesiano ¢ sera usada freqiiente- mente, Em fungio de um sistema coordcaado Cartesiano (Fig. 1-32) 1.9, ANGULO ENTRE VETORES, BASES ORTOGONAIS 0 sejam dados os pontos P(x), »1), Pa(%s, ys). Ent&o OP, =mity5 OP =m ity Fig. 1-32, Vetor Py Pr i es ees de modo que PP, = OP, — OP, = — xi + On ~ WDE (1-96) © vetor representado pelo segmento orientado P,P, tem -componentes que s&o obtidas subtraindo as coordenadas x e y de P, das de Ps, Portanto pela nossa regra (1-94) que agora é aplicada a u = PiP2, IPP,|? = G2 — x)? + 02 — ys)? (97) ou [PPL] = VG, — x? + OG: — (1-98) Esta é a formula da distancia da geometria analitica. Ela expressa a dis- tancia entre dois pontos em fungao de suas coordenadas cartesianas. Notemos que a escolha da origem ¢ eixos coordenados est & nossa disposigdo, Se tivermos uma base ortogonal u, ¥ nés obteremos uma base ortonormal i, § multiplicando por escalares, (Veja Fig. 1-33): Agora podemos sclecionar uma origem e escolher os eixos coordenados de modo que i seja um vetor unitario orientado ao longo do eixo x positive ¢ j seja um vetor unitario ao longo do eixo y positive. a2 GEOMETRIA VETORIAL FM DUAS DIMENSOES CAP. 1 Assim, cada base ortogonal ¢ cada escotha de. origem dao um con- junto de cixos coordenados correspondente. Fig, 1-33. Formagio da base ertonormal PROBLEMAS 1. Verifique @ ¢@n+ <@—Y=7; ) CW 2/2)Ude| + [ay |). [Sugestdo. leve ao quadrado os dois lados ¢ use (1-94). x Mostre que a Eq. (1-90) é valida para u, v diferentes de zero mas lincarmente dopen- deates. (Sugestdo: Podemos escrever que ¥= ku, Substitua ka por ¥ em ambos os lados de (1-90); mostre que cosy = 1 para k > 0, cosg=—I parak <0, © que ambos os lados sio iguais.) 1-10. Produto Interno (Produto Escalar) A quantidade {u| |¥| cos g, que aparece na Eq, (1-90) acima é muito importante para a teoria de vetores ¢, portanto, recebe um nome especial: © produto interno de ue vy. O produto interno & geralmente representado por u- ¥ ov por {u, ¥), ¢ € também chamado de produto escalar. Damos agora uma definicao geral: wed se wouyé 0 ~ al le} cosg, seu 0, v0 tu. (1-100) onde ¢ 1-10. PRODUTO INTERNO (PRODUTO ESCALAR) aa Desta defini¢do nds concluimos que sé a - ¥ = 0, entio u—0,v=0 ou u,v sio perpendiculares, Porque se u-v=—0 ¢ uO, v > 0, entiio cos ¢ = Oe assim ¢ = 7/2. Por outro lado, se u e ¥ sio perpendiculares, entdo y = x/2 eu-v=0. Seu on ¥ for 0 os vetores sio ainda ditos perpendiculares. Assim obtemos a regra: a+ v=, se € sdmente se, u, v sto vetores perpendiculares. (1-101) Se ¥ for um vetor unitario, de modo que |v} =1, u- v= ul cosy. Se g fOr um Angulo agudo (Fig. 1-340), |u| cos y sera simplesmente o compri- mento da projesao de u sObre a reta em que esté v. Se y for um Angulo obtuso (Fig. 1-345), [uj cos. seré “menos” o comprimento da. projecio. Nés chamamos esta projegio de componente de u na direcdo de ve a abre- viamos por comp, u. Portanto u-y=compu quando |v] =1. (1-102) ‘A regra (1-102) continua a ser vilida quando u = 0; (ambos os lados stio reduzidos a 0). Se tomarmos ¥ como i ou j obteremos u-i= |u| cos? = % = compu (1-103) uj = ju] cos (-8 = uy = comp; a Fig. 1-34. Produto interno Portanto as componentes x ¢ y de u sfio as componentes de u nas diregtes ie j, respectivamente. Se v niio fOr necessariamente um vetor unitério, e também nio for 0, entdo (1-100) mostra que u-v=[¥| comp, u. (2-104) Portanto, o produto interno & o comprimento de v vézes a projepdo de una diregéo de v. Esta expresso aparece em mecinica como uma medida do trabalho realizado por uma férga. Se (Fig. 1-35) um objeto se move a GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 de: 4 para 3 sob a infiuéncia de uma férga constante F, entio o “trabalho realizado por F” 6 0 produto da componente de F na direpio do movi- mento pela distancia percorrida, isto ¢, Trabalho = (comp, F) |v| = iF| cosy |v| = F+yv. (1-105) 5 i i 1 4 Fig. 1-35, Trabalho 1-11. Propriedades do Produto Interno Escolhamos uma base ortonormal i, je seja a — uel + mf, V— vi + + vj. Entdo temos a regra WV avy + yyy. (410 Para provar esta relagio vamos supor primeiramente que u, ¥ nao so vetores nulose representaremos u por OP;, v por OP: como na Fig. 1-32. Portanto x1 = ts, Y1= My, Xe = Vs, V2 = vy. Pela lei dos cossenos, se g=t@y |PiPalt = [wit + {v|?—2[ul [vj eos g = [a]? + [y!?—20- v, Por (1-97) e (1-94) podemos também escrever [PP |? = = Os YP + Oa — yt = xs? — Dee, + x? + ye? Dye + ye? = Ge + + Ge? + 2°) — 26x + pyr) = (us? + tt) + Cx? + 048) — Weave + ayy) = Jul? + iv]? —2Gere + wyry). Se igualarmos as duas expressOes para {P,P:|?, obteremos Dw y= — Auer -+ WyY) 1-11 PROPRIEDADES DO PRODUTO INTERNO as de onde se segue a regra (1-110). Se wou v € zero, cntéo ambos os lados de (1-110) sdo 0, de modo que a regra é verdadeira no caso geral. De (1-110) ¢ (1-94) concluimos que a-u = 1.2 + 4? = [u[?, Logo wusu=fol? on [of =Va-w (-111) Esta regra também se deduz a partir da definigo (1-100), EXEMPLO 1 Mostre que o triangulo de vértices 4 (3,5), B (4,8), C (6,6) € isdsceles (Fig, 1-36}. Primeira Solugo. Seja u = AC, ¥ =,AB, w = BC. Entio u = =3i+h y=1+ 3, w= 21-2} Logo, por (1-111) & (1-110) lalt=u-u=94¢1=10. [vitsr-v=10. [We=w- w=. Portanto |u| = [¥|, de modo que ABe AC siio iguais e 0 tridingulo & isés- celes. Segunda Solugdo. Seja 8 = LABC = ¢(w,—v). Sejay t= ACB = = 0, coma igualdade v se © sbmente se, x= 0, » = 0. a8 GEOMETRIA VETORIAL FM DUAS DIMENSGES CAP. 1 1-12. Anguio Orientado de Dois Vetores, Férmula da Area Seja w= ai+ 5} um vetor nao-nulo, Indicamos por ut o vetor obtido pela rotaco de u através de um Angulo de 1/2 no sentido anti-ho- rario (Fig. 1-37). Como na figura, a = |u| cos @, = |u| sen@, de ma- neira que Fig. 1-37. Rotacio para a esquerda u= [a] cos@i+ (uf sengj wt luleos (+ 3) + ful son(@ +3)i = — |ul sen@i+ [ul cos} = — di + aj. Dai a regra geral Se u=ai+ dj, entio wt = —bi+aj (1-120) Escrevemos também 0* = 0, Entfio (1-120) é valida para todos os vetores. Como u* € obtido pela “rotagdo a csquerda” de u, nds lemos ut como “rotagdo A esquerda de u”. Note que podemos escrever simbélicamente (1-121) we i” id Porque, se desenvolvermos o determinante como de costume, obteremos aj— bi =— bi + oj. Também se v = ct + dj, entio us My| wey . ab +122) ed | Porque rev (bi+ aj) + (ci + di) = — be + ad = ad — be. 1-12, ANGULO ORIENTADO DE DOIS VETORES FORMULA DA AREA rr) EXEMPLOS Gi 3 = 31+ 2%, G+) =—i +s. Seja u um vetor nfo nulo. Ent&o u, u* formam uma base ortogonal. Nés dividimos éstes vetores por [u| e obtemos a base ortonormal uf/m|, w/|a|. Um vetor arbitrério v pode ser expresso em funcio desta base. Para v #0, podemos escrever v= Isl cos ¥ Tar + Iv] sen ye 7 (1-123) Aqui o Angulo ¥ € 0 Angulo trigonométrico da diregdo de u para a de ¥, como na Fig, 1-38; ¥ pode ser positive ou negativo, maior que 7, ¢ assim por diante. Se, por exemplo, 3x/4 é um valor de ¥, ent&o outros valéres sto 2” + (3/4), —Sa/4 e assim por diante. Nés chamamos ~ 0 én- gulo orientado de w pata ¥, em contraste com o Angulo nfo oricntado p= < Gy. De (1-123) u-v=|y| cos ¥ Mas 0 segundo térmo €é 0, uma vez que u, w+ sio ortogonais. Se substi- tuirmos u+w por !u|? concluiremos que u-v ily cos Y= (t-124) Esta relagéo mostra que cos ¥ = cosy. A conclusio nio € inesperada uma vez que ¥ pode ser g ou — ¢ e ambos tém o mesmo cossenc. De (1-123), obtemos da mesma maneita ww = |v} sen eee Jul ivl sen y uma vez que u* ut = [ut = Jul?, Donde .- sav = TTT (1-125) Partindo de (1-124) ¢ (1-125) nés obtemos o cos ¥ € sen ¥ @, portanto, podemos achat ¥ (a menos de mitltiplos de 2m). 90 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS OIMENSOES- CAP. 1 Formula da area, Partindo de (1-125) ¢ (1-122), temos Ye ty luffyi sen y =utev= . (1-126) Yew Aqui, o lado esquerdo, com excegao de um possivel sinal menos, é a 4rea do paralelogramo cujos tados, orientados apropriadamente, sio ue v (veja. Fig. 1-38). Assim obtemos: 0 determinante de segunda ordem sy Me Wy é igual a & A, onde A é a drea do paralelogramo cujos lados sio we, O sinal (+) € usado quando y, o Angulo orientado de w para ¥, esté no pri- meiro ou segundo quadrantes; o sinal (—) é usado nos outros casos. Fig. 1-38, Angulo orientado de u para v Quando ¥ =0 ou x, sen ¥ =0¢ o paralclogramo da lugar a um de Area nulae u, v sdo linearmente dependentes, Se u ou v € 0, ¥ nfo ¢ definido, mas o determinante ¢ evidentemente 0 (como a 4rea). Portanto, em geral, o determinante é zero precisamente quando u, v so linearmente dependentes. Algumas vézes temos oportunidade de introduzir duas bases orto- normais diferentes: i, j ¢ Entdo pode ser que os dois pares sejam igualmente orientados, como na Fig. 1-39, ou opostamente orientados como na Fig. 1-40, Cada base ortonormal tem uma direg&o positiva associada para Angulos (a diregio na qual @ aumenta na Fig. 1-31). Para bases de orientagiio similar a diregio € a mesma para ambas, do contrério, as di- Tegdes sio opostas, como € sugerido na Fig. 1-40. Sendo u— i’, ¥ = j/ € te, tty, vo, %y 08 componentes de u, vem relagdo as bases i, j, emtZo as bases so igualmente orientadas ou no, depen- PROBLEMAS an dendo do determinante (1-126) ser positive ou negativo. Portanto, quan- do elas sao igualmente orientadas, o Angulo y de u para v é + 1/2; no outro caso € — 2/2, i r St 7 7 Fig, 1-39. Bases ortonormais.igual- Fig. 1-40. Bases ortonormais oposta- mente orientadas mente orientadas PROBLEMAS ‘Nos problemas seguintes suponha uma base ortonormal fixa i, j com ditegSo positiva asso- siada para Angulos. 1. Para cada par de vetores dados, achar y = < (u,¥) © y, 0 angulo de m para v: @) wahr=j &) a=bvy=—j @ w-i—j,v-—t @) w= VR y— ith 2 Achar a drea de cada uma das figuras: (@) © paralelogramo ABCD com vértices 4 (0, 0), B 2, 3), CG, D, DG, 4). (©) © paraletogramo ABCD com vastices A (5,2), B(7,— 1), C2, —4), DO, 1). (©) © Gidngulo ABC com vérticess 4 @, 1, BG, 3), CO,—4). @ © quadrilétero ABCD com vertices A (2,3), B(4,0), C(5,7), DU, 8). 3. (0) Mostre que P(x, y) esth na reta pasando por P; (x1, 9), Pr (ra Yu) Se, sdmente se, xa yn Ho Yaa (b} Onde esti P se o determinante & maior que 0? E menor que 07 _ 4 Em cada caso, desenhe os vetores i, J’, comprove que éles formam uma base orto- normal ¢ determine se cla é orientada similarmente ou opostamente a J, |: ai @i i+) +3 Lisi (b) = @it= @ 5. Em cada caso mostre que u é um vetor unitirio ¢ ache v de modo que u, v formem uma base ortonormai orientada similarmente a i, i: 92 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSGES CAP. @u Su (un Va -i- Va +5 ye in V5 @ a= a! oe svi 6. Prove as regras: (a) (byt ur bets (6) (aut ants © (yt = us Mit -j,irt = — (ce) © Angulo de u para y é igual ao Angulo de wt para ¥*3 @ lu—v| = |ut—vt|s (e) see o Angulo dew para y © Bé © Angulo de ut Para y, entio sena =cos@. 7. A Faq. (1-123) exprime v na forma au + but. Dai exprima ¥ como a soma de um vetor colinear com ue um vetor ortogonal a u, Mostre com a ajuda do produto interno que esta expressio é unica, isto é, se au + but — cu + dus, entio a = ebad 8. Prove que dada uma reta £¢ um ponto P nao situade em Z, entdo existe um unico ponto Py em £ para o qual PF é perpendicular a L.(Sugesido. Escotha pontos Q,, Qzem L, constcua u = Q,0,, v — QP € escreva ¥ = au + but, como no Probl. 7 © escotha Py em L tal que Q,Py = au). 1-13. Aplicagdes a Fisica, Estatica Em Fisica mostra-se que velocidade, aceleragio ¢ férca podem ser representadas por vetores. Em cada caso, a direco do vetor € dada pela grandeza fisica e 0 médulo do mesmo é dado pela magnitude da grandeza fisica, em umidades apropriadas. Para 0 caso de velocidades, temos que se 0 movimento composto de varios movimentos, entiio o vetor veloci- dade € a soma dos vetores velocidade dos varios movimentos. 0 signi- ficado desta regra sera esclarecido por um exemplo. EXEMPLO 1 Um homem salta de um carro em movimento de modo tal que se o carro estivesse parado, sua velocidade teria valor 10 (em km/h) ¢ faria um Angulo de 60° com a diregio do movimento. Se 0 carro se move a 20 km/h, com quat velocidade o homem deixa © carro? Solugdo. Seja uo vetor velocidade “do carro, ¥ 0 vetor velocidade do homem no caso do carro parado. Logo, a velocidade do homem é Fig. 1-41. Combinando velocidades PROBLEMAS os u+v. Escolhendo uma base ortonormal i, j (Fig. 5-41), tal que u = 20i, v= 5i— 55/3}, u tv = 251 — 5/3] & © vetor velocidade procurado. Para o caso de fércas atuando em uma particula, a particula csta em equilibrio quando a soma dos vetores (a resultante) forca € 0. Uma xegra similar aplica-se ao caso de um corpo rigido sujeito a forgas cujas linhas de agiio passam por um ponto. EXEMPLO 2 Uma ponte € suportada em um pino por quatro forcas como mostra a Fig. 1-42; F, e F, sio forgas horizontais, F, & vertical ¢ Fy faz um anguio de 30° com a horizontal. Ache |Fil, [Fi] ¢ determine o sentido de Fie Fy se |Ks| = 3.900 ¢ [Fs] = 1.500 (em Newtons) — Fig. 1-42, Forgas em equilibrio Solugdo. fim fungio de uma base ortonormal (Fig. 1-42), Fi =ai, F, = — 3,90 Fy = — 1.500, Fi — ci + dj. Assim, a—3900 + ¢=0, —-1.500 + d=0. Ademais, d/e = tg 30° = = 1/3. Conseqiientemente, d= 1.500, ¢ = V3, d = 1.500+/ 3, @ = 3.900 — ¢ = 1,302, Logo |Fi| = 1302 IR, =Ve+ f= 3.000, Fi tem sentido oposto ao de Fo, ¢ Fy atia para cima. PROBLEMAS 4, Um homem caminha com a velocidade de 4 km/h no interior de um trem que se move 240 km/h, em linha reta. Ache o vetor velocidade do homem, relative ao solo, quando: (a) 0 homem se move para a frente do vagdo, (b) o homem se move para a traseira do vagdo. 2. Um pequeno avitio pode voar a 150 km/h quando o ar esi parade, O vento sopra 225 km/h do sudoeste. Que diresdo devera torhar o pilto e quanto tempo levaré para voar 200 km: (a) para o norte; (b) para o Lesie? 3. Duas férgas de grandeza 8 kg* © 10kg* atuam em uma particula, fazendo um Angulo de mid. Ache a ditegdo © a grandeza da resultante. 4 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 4. Duas forgas de 10 kg* cada, atuam em uma particuls, fazendo um Angulo de 1/2. Uma terceira férga de 15 kg* (ambém atua na particula no mesmo plano das duas primeiras. Que directo deveria ter a terceira férca de modo que a resultante das 3 forgas tenha o maior valor? N Fig. 1-43 e S. Trés forgas atuam em uma particula em um plano e estéo em equilibrio. Se as gran- dezas destas forgas sio 50 kg*, 100 kg* © 200 kg*, respectivamente ache o Angulo enite as forgas. 6. Um corpo situado sbre um plano inclinado (Fig. 1-43) estd sob a apo de 3 [reas da gravidade G, de reagdo N, perpendicular ao plano e a férga de atrito F dirigida para cima na direcio do plano. © ceeficiente de attito y é definido como a razio de !F| por {N| quando o Angulo de inctinagtio a é tal que o corpo esté no limiar do movimento. Mostre que x = te a para éste a Fig. 1-44 7. Um péso de 250 kg* descansa sdbre um plano inclinado 30° com a horizontal. O péso € mantido por uma forga Fi de valor 200 (em kg) dirigida para cima, na dire- PROBLEMAS os gio de uma linha inclinada 20° em relago ao pland; por uma fdrga de reagdio F, atu- ando perpendicularmente ao plano por uma fora gravitacional F, ¢ por uma far- a Fy atuando para baixo na diregdo do plano (Fig. 1-44). Ache F, ¢ Fy. (Sugestio, Use uma base ortonormal i, j com { na diresao do plano.) 8. Uma barra AB pode girar livremente no plano vertical em tro de AC © € segura por um cabo BC no ponte C; localizado acima de A (Fig. 1-45), Suponhia que « BAC = 45°, AB = 20me AC = 12m, Determine as forgas que atuam em B se um piso de 1,000 kg* & pendurado em Be se o sisterna estd em repouso. 9 Centro de massa, Sejam P,,...,P;, k pontos distintos no plano e suponka que massas positivas my,...,7m, 880 localizadas nesies pontos (Fig. 1-46). Seja A um ponto de referéncia. © centro de massa C & de finido pela equacko B (mm +...+ mae = mAP, +...+ me AP (a) Mostre que C é mdependente da ¢s- colha de A, isto g, se om +... + my) AC = mAP, +... bm HP, entio AC = AC’, de modo que C=C. (0) Seja K= 3 e seja Cp 0 centro de massa de m, cm Py, mzem P 4 ‘Mostre que C € 0 centro de massa my + my em Cy em em P,. Fg 145. © Sta K=3, AQ, D, PG, 5), Pa2, D, CQ, 6), my + mm + my = 7 unidades, Ache my, me, ma. 10. Em mecéniea mostra-se que se dois objetos colidem, o “momentum. total nie ¢ afe- tado pela colisio. Para 0 caso de duas particulas, 0 ” total & my ++ mats Pe®me Ps @ ms @ Pe 5 Om ar m. Fig. 1-46. Centro de massa “Fig. 1-47. Equasao vetorial da reta 96 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSGES CAP, 1 onde 1m, my Slo as massas e ¥y, ¥2 $80 03 vetores velocidade. Considere que uma particula de 1.000 kg colide com outra de 10 kg. Antes da colisio, as particulas movem-se em uma linha com direcdes opostas © velocidades 5 m/seg © 3 m/seg, res- pectivamente, Depois da colisao a primeira particula tem velocidade 4 m/seg na mes- ma diregdo de antes.. Ache a velocidade © a diregdo da segunda particula depois da colisio. (© exemplo pode ser ilustrado por um vagio de trem carregado baten- do em um vazio.) 1-14. Equagao da Linha Reta Seja dada uma linha reta L¢ seja P, um ponto dado na mesma. Seja O uma origem fixa e P um ponto qualquer oa reta (Fig. 1-47). Para todos os possiveis pontos P os vetores P:P so linearmente dependentes e po- demos escrever P;P = fu onde 1 é um escalar e u um vetor no nulo, repre- sentével por um segmento de reta orientado em Z. Como OP = OP, + + BB, temos OP = OF, +m. (1-140) Aqui, 0, Pe uw 0 sfo dados e 1 uma varidvel. A medida que t varia assumindo todos os niimeros reais, P toma tédas as posigées em L, cada posig&o tendo um unico valor de &. Chamamos (1-140) de equagéo vetorial da rete L. Outras equagées vetoriais para a mesma reta so obtidas mu- dando-se © ponto P; ¢ substituindo a por um vetor ku onde k um escalar (k #0); do mesmo modo poderiamos também mudar a origem O. EXEMPLO 1 Escolhemos um sistema de coordenadas cartesianas ¢ seja O a origem, P: o ponto (2,1), e u o vetor de (2,1) para (5,2). As posigdes de P para valéres distintos de ¢ sfic mostradas na Fig. 1-48 © catalo- gadas na tabela anexa. Na Eq, (1-140) podemos interpretar ¢ como tempo, medido em alguma unidade. Neste caso a equagdio descreve o movimento de um ponto P ve Py z | Fig. 1-48. Grifico da equaglo vetorial da reta na reta. No tempo t = 0, P esté em P,; no tempo ¢ = 1, P é destocado de P, por a, e assim por diante. Portanto u é 0 deslocamento por unidade 1-14. EQUAGAO DA LINHA RETA 7 de tempo e chamames u o vetor velocidade do movimento. A velocidade em si é a distancia percorrida por unidade de tempo. Isto &, 0 médulo do vetor velocidade é |uj. Em resumo: A Eq. (1-140) descreve o movi- mento de um ponto P em uma linha reta com velocidade |m| e com vetor velocidade u. Como u é dado, a velocidade 6 um nimero fixo. Movi- mentos com velocidade varidvel (e de direg%o varidvel) serio estudados em outros capitulos. Considere agora duas retas de equagtes OP =OP,+m, 00 = 00, + sv. (14, Na segunda reta, o ponto variavel € Qe 0 ponte fixo é Q1. © “tempo” & denotado por s e o vetor dado por v. Entdo existem trés possibilidades {as demonstragSes so deixadas como exercicio (Probl. 10). (@) As duas retas podem coincidir. Neste caso u, v devem ser linear- mente dependentes e P:(2,, a também devem ser linearmente dependentes. Reciprozamente, se ambos os pares u, v ¢ P1Qh, u sio linearmente depen- dentes as. retas coincidem. (b) As duas retas podem ser paralelas mas nfio coincidentes. Neste caso m, v devem ser também linearmente dependentes, mas P,Q, a devem ser linearmente independentes. Reciprocamente, se w, ¥ s&0 lincarmente dependentes mas P,Q1, u sdo lincarmente independentes, as retas so para- Ielas. (©) As tetas se interceptam em um ponto. Neste caso u, v so linear- mente independentes ¢ reciprocameate, se u, ¥ so linearmente indepen- dentes, as retas se intereeptam em um ponto. Neste caso definimos 0 Fig. 149. Angulo entre 2 retas Angulo entre as retas como sendo y > (u,¥) ou seu suplemento + — — (Fig. 1-49). Usamos tambéin a mesma definicéo para os casos (@ € @), de modo que o Angulo entre retas paralelas ou coincidentes € tomado como sendo 0 ou 7. 8 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSGES CAP. 1 1-15. Equacgdes Paramétricas da Reta Escolhemos um sistema de coordenadas Cartesianas com origem em O ¢ seja L usaa linha reta com equacdo vetorial dada por (1-140). Seja P, 0 ponto (x, 4), uo vetor ai + Bj, seja P (x, y) um ponto genérico em L. Entao OP, = xd + yij, OP = xi + yi e a equacdo (1-140) se torna xb Y= K+ i + at + dj) — Ge, + ani + Gy + dn. Logo P esta em ZL quando x=xyta yay tbe (1-150) As Eqs. (1-150) sdo denominadas as equagées paramétricas de L. Em (1-150), £ € denominado o pardmetro ¢ ¢ assume todos os valores reais. Se esctevermos u = |u| cos @ i+ |u| sen 6j, de modo que 6 dé a di- redo de a, entio tg @ sera chamada a inclinacdo da reta, que ¢ geralmente representada por m. Uma vez que a= jui cos?, &= |ul sen 9, nds teremes m= 1g0= asy Quando @ = x/2, por exemplo, tg é indefinida; dizemos que a reta L tem inclinagdo infinita. Um vetor nfo-nulo ¥ perpendicular a u é chamado um veror normal da reta L. Portanto, ut = — di + aj é um vetor normal, como também é cada vetor kut com k £0. Nas Eqs. (1-150), quando ¢ varia, x ¢ y variam ¢ descrevem 0 ponto mével P. Para os exemplos da Seg. 1-14 (Fig. 1-48) a= 3i+j e as equacdes paramétricas so x= 24+, y +e Os valéres de x € y para diferentes / sio dados na tabela da Fig. 1-48. A inclinagdo € bja = 1/3. Como na segao precedente, podemos mudar o ponto inicial P, ¢ subs- tituir © velor u por ku(k #0). Assim obiemos outros conjuntos de equagdes paramétricas para a mesma reta, Podemos também exprimir as condigdes de coincidéncia, paralelismo e intersego de retas em fungao das equagées paramétricas (ver o Probl. [1 adiante) 1.16. EQUAGAG LINEAR DA RETA ” O Angulo entre duas retas eam tat yout ot 1-152) x= x tat, poy t bet ‘ > pode ser também encontrado pelas equagdes paramétricas. Os vetores associados com as retas (1-152) sao a Sait bj uy = asi + be. Logo se ¢ = (uy, uw) Dh + Ue aids + bibs ose Tulel ~ Vata be Var + be eg, ou m— ¢, 0 Angulo procurado. Em particular, as retas so perpen- diculares quando g = m/2 ou t,+u; = 0, ou aa + bibs = 0. (1-153) 1-16. Equagdo Linear da Reta Uma linha reta ¢ comumente representada por uma equagdo linear em xey: Ax+ By + OS com A, B nao simultaneamente nulos (Seg. 0-7). Podemos obter a equa- gao linear a partir das equacdes paramétricas (1-150), por eliminagio de 4. Encontramos — bx — x) + aty—y) =0 cu —bx tay tom — ay) = (1-160) Podemos também escrever esta equacdo em fungdo da inclinacio 5 yr = Gea) = mx — a. (1-161) Outra maneira de obter a equagdo linear é a seguinte: o ponto P(x, ») esté em L quando FP é ortogonal ao vetor normal ut. Logo, P esté em L quando (xd +O — yall [- di + ai] = ou (x — x) + aly —y) =0 que é igual a primeira equacdo (1-160). 100 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES CAP. 1 Podemos também partir de uma equacdo linear para obter as equacées paramétricas. Por exemplo, dada a equaciio 2x — y + 3 = 0, colocamos x =f e encontramos que y = 2f+ 3. Logo x= yp=2tts so as equagées paramétricas da linha reta. Aqui a inclinag&o é 2/1 = 2, No caso da equacao geral Ax + By -+ C= 0 encontramos do mesmo modo, que a inclinasio € me 4. (1-162) PROBLEMAS 1, Faca 0 grafico da Eq, (14140) para o caso em que |OPy| = 2e ud um vetor unitério perpendicular a OF, 2. Escreva equagdes paramétricas © faga o grifico de cada uma das seguintes retas Zr (8) G.2) om L, w= Si—J na diregio de L. (©) @, De G,—2 sobre Z. © Gy) € G,0) paras @) G2) = 0,0) para G9) € @, 2) para 1 —1; Gy) = C3) para t 4. (@) Faga o grafico do velor velocidade ¢ ache a velocidade para as equagdes xa342,y ese (&) Um ponto P move-se na linha reta pasando por (2, 3) ¢ ($,9) com velocidade 10 unidades por unidade de tempo... Em f = 0, P estd em (2, 3) movendosse para (5,7). Ache as equagtes paramétricas para 0 movimento. 4, Sejam P,, Pp pontos distintos em L. Miostre que a equacdo vetotial de L pode ser escrita : oe OP = 1 — 1) OP, + 10P,. Mostre que para 0 < ¢ <1, Pest no segmento PiP2 € divide éste na razio ¢:(1 1). . Ache uma equacdo linear geral para a reta x= 44°34, y= 6, Ache equagies paramétricas para a reta x-+ 3y—S = 0. 7L Ache a reta L passando pela-origem e satisfazendo a condigio: (0) £ é parakela & rea 2y—y +14 = 0, {b) L é perpendicular a reta 2x—y + 14 = 0, & Um ponto P movesse de acérdo com as equagies: x= 3+ 5% y= 3—2 Um segundo ponto Q, movese de acétdo com as equagdes x—3+4 y= 344 {a) Quando ¢ onde P ¢ Q coincidem? (b} Quando ¢ que Pe @ esto separados de duas unidades de comprimento? PROGLEMAS 101 9. Ache 0 ponte de intersegao da rela x = =—2—35 3h y= 1+ 41, coma reta x= Sh 2s, 10. Prove a veracidade das condigdes dadas na Seg. 1-14 para que as retas (1-141) (a) coincidam, (b) sejam paralelas, (c) se interceptem em um ponto. 11. Sejam duas retas dadas por equagdes paramétricas (1-152) -¢ sejam a n| a bt a b D= . o£ Mea MS ‘Mostre que as linhas sto: (a) Coincidentes, quando D=0 ¢ E=0 (b) Paralelas, mas n4o coincidentes, quando D #0 ¢ E=0 {©) Concorrentes quando E > 0, (Sngestdo. Como na Seg. 1-12, ai -+ bj € Gi-+ dj séo linearmente dependentes quando ad — be = 0.) 12, Ache a equago de uma linha reta a partir dos seguintes dados: (a) (1,3) em £, ¥ = 2i-—-j normal a LZ ) G2 em LE, w= i+ 3 na diregdo de L ) 0,0) em LZ, += i normal a L (a) G, 0) © (1,2) em b. 13. Para cada uma das seguintes retas, faga um erdfico e calcule a inclinagio ¢ um vetor normat @)2k—y-3=0 © )y-2=4—7) @ y—5-0 OF+F 14. Seja y um vetor unitério normal a reta Le seja No pé da perpendicular & Z pasando por O, como na Fig. 1-50 (se L passa por O, N é tomado como sendo 0); Seja ON = = py tal que {OMI = |p]. (a) Mostre que L tem equagdo OF . y = p. Esta é chamada a forma normal da equa- ao da reta. (b) Mostre que em coordenadas retangulares a equaglo se torna x cosw + ysenw = =p onde + — cos col + sen ak (© Mostre que a equacdo linear Ax + By-+ C= 0, pode ser escrita na forma normal {b), onde cos g@ = —A oO Va ee sen g = —2_., VAT BE (Sugestao, Primeiramente escreva a equagéo na forma. (xt+ yf) - (4i + BD) = =—C. Em seguida multiplique ambos os Indos por 1/|Ai + Bi|:) 102 GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSSES CaP. 1 @) Mostre que se py ~ pr as equayies xoosw + y seme = Pi, xeosw + ysenw = Py cepresentam retas paralelas situadas a uma distancia |p,—p:] uma da outra. Fig. 1-50 (© Ache a distincia entre as retas paralelas Ix +y—S=0, x+y +7=0 [Sugesido, Aplique os resultados (a) ¢ (d).] ©) Mostre que a distincla do ponto Py (xj) a reta Ly Ax + By + C06 Mx + Bu + C), (At + B [Sugesi@o, Construa a reta pasando por P; paralela & E e use 0 mesmo proceso de CAPITULO 2 LIMITES 2-1, Conceito de Fungdo, Terminologia, Composigao © conceite de fungdo estd definido e ilustrado na Seg. 0-10, Ad- mitiremos familiaridade com tal segio e com os importantes térmos 14 usados, tais como: dominto, imagem, biunivoca, funcdo inversa, fungao identidade, igualdade de fungées ¢ aplicagées sobre ou sobrejetoras. Em geral, fungdes so representadas por letras, tais como J, g, F, G, yg, .... Representamos o valor que uma fungao f assume em x por fix); usamos também escrever y — f(x) para tal valor, assim como para designar a propria funcdo Ocasionalmente usamos setas para indicar o valor de uma fungao num ponto. Assim, ao invés de f(2) = 7, podemos escrever 2 4 7. Neste capitulo daremos énfase a fungdes reais de varidvel real, isto 6, fungées cujos dominios ¢ imagens so conjuntos de ntimeros reais. Nos referiremos a tais fungGes, abreviadamente, como “fungdes de uma va- viavel”’. A equagio y = x? define uma fungio f cujo dominio é 0 conjunto de todos os reais e cuja imagem é 0 conjunto de todos os reais nao nega- tivos. Poderemos descrever éstes conjuntos pelas desigualdades — @ < , respectivamente. Dizemos que x é um zero da fungio f se fix) = Posteriormente, consideraremos fungdes que nfo terio necessaria- mente dominios ou imagens reais. Por exemplo, poderemos ter uma “fung&o que associa a cada nimero real de um intervalo, um vetor; chama- remos esta de fungdo vetorial. Encontraremos também fungdes de varias variaveis reais como por exemplo z =+/ xt + y?. Poderemos também interpretar tal fungdo como ixi + yjj © portanto, como uma fungao cujo dominio é o conjunto dos vetores do plano, e cuja imagem é um conjunto de reais. Chamaremos 0a UuMITES CAP. 2 de funpao com valéres reais uma funcdo cuja imagem € um conjunto de reais. Muitas vézes uma fungio é dada através de uma férmula, e neste caso ¢ comum nao se especificaro dominio, ficando subentendido que tal dominio € formado por todos os clementos aos quais faz sentido aplicar tal formula; por exemplo, y = I/x tem para dominio o conjunto dos reais com excec’o do numero zero. ‘As equages y = x’, y= 2, © w= 0%, servem tOdas como férmulas para fungdes. Entretanto, tédas elas designam a mesma fung&io f, que associa a cada numero teal, o quadrado déste némero. Assim, temos entio liberdade na escolha de notag&o para clementos do dominio e ima- gem de uma fungfo. Em cada caso particular, € importante ser con- sistente e indicar qualquer mudanca de notacao, Para uma fungio dada por uma formula, poderemos as vézes nfo usar todo o dominio para o qual tal formula ¢ valida, e sim restringir tal fungio a um dominio menor. Por exemplo, poderemos considerar a fungdo y = senx, OS x. COMPOSICAO DE FUNCOES. £ bastante conhecido um truque com ndmeros que comeca assim: “Pense um mimero, agora multiplique por dois ¢ depois eleve ac quadrado, etc...” Deixaremos a andlise déste truque para os exercicios (Probl. 7) € observaremos aqui que se est de fato lidando com varias fung6es de um modo especial. A primeira fungdo é dada por u = 2x, onde x 60 niimero pensado. A segunda é dada por y =u. Apés a segunda operagio, o valor de y pode ser expresso em fungdo de x: yow = (xy. Nosso exemplo é um caso especial da seguinte situagio geral: Sejam i) ¢ y= gu) duas fungdes. Se para cada x, v= f(x) esté no dominio de g, entao cada x determina um uw que por sua vez determina um y: ey =aif(}. Assim, atribuimos um y para cada x através da equacdo y = slf(x)). A nova fungao obtida é chamada de composigéo de g com Jf @ & representada por gef. Entio temos 128 gifts). EXEMPLO 1 u« = f(x) = senx, y = g(u) =u. Portanto gof é dada pela cquacio y = (sen x)’. Assim sendo, estamos simplesmente subs- x 2-1. CONCEITO DE FUNGAO, TERMINGLOGIA, COMPOSIGAD 105 tituindo uma fungdo em outra. Poderemos representar bem o que esté acontecendo com um diagrama (Fig. 2-1). De um modo geral, a composigao de duas fungées g, f produz uma nova fungio g°f cujo valor em x é aif] isto é, & o valor da fungdo g no ponto f(x). Observamos que g também poderia ser dada por uma equagao y = g(x). A notagao que escolhemos € uma questdo de conveniéncia, Assim sendo, a composta de x? € sen x €é {sen x}, Entretanto, em cada caso pode-se evitar confusio escrevendo y =a(u) © u = f(x) (Obviamente outras letras podem ser usadas). E importante notar que a ordem em que estas operagdes sao efetuadas é muito importante, isto & g°f da a fungao [sen x}*, enquanto que fog daria a fungio obtida de yosenu ua x? isto 6, y = sen x?, EXEMPLO 2 y= 0/14 cosx. Esta ¢ a composigo go, onde v=R@avu uw =fi)=1+4 cosx. EXEMPLO 3 y = logi(I— x). Esta 6 a composigio gf, onde y= ey) =logen v= fz) =1—x. DOMINIO DA FUNCAO COMPOSTA. Em nossos exemplos, ignora- mos a questio de onde a funce composta esté definida, Nos Exs. le 2 a funcao f esté definida em todos os numeros reais x¢ a sua imagem esté 106 LIMITES CAP. 2 no dominio de g, portanto, g °f tem o mesmo dominio def Entretanto, no Ex. 3, a imagem de f(x) = 1 —x € 0 conjunto de todos os reais, porém o dominio de g(u)= logios, é o conjunto de todos os numeros positives. Para formar a funcéo composta, devemos primeiramente restringir 0 do- minio de f aqueles x para os quais 1 — x é positive, isto 6, a todos x <1. Assim podemos escrever 8{f(x)] = Logie — 2), x <1 ‘Ao restringir 0 dominio de f, nds realmente estamos mudando a fungiio e deveriamos passar a usar um névo simbolo. Entretanto, é pratica geral continuar a usar o mesmo simbolo desde que 0 contexto deixe claro o significado. PROBLEMAS 1. Expresse cada uma das fungées seguintes como fungdes compostas ¢ dé também os dominios de f, g ¢ gof. @ yasen@? +) (b)_ y= (loser? ya et 2 @ y= ut. 2 Seam y =f) = 3, y =e (x) = senx, y= A(x) = 2. Forme cada uma das seguintes fungdes compostas: @ fog (b+) gohk o hog © fok @) fos © folgoh) © (fogyoh. 3. Encontre duas funges fe g (nfo iguais) para as quais fog = g af. 4. Descreva © dominio de cada uma das seguintes fungdes: @ y=loaelogex (6) y= logiiogologex = ©) ya VI Vx—T @ y=W—sen) © y= VOI 3x. 5. Soja f(x) = x* e sejag =fof Qual das scguintes é a expresstio correta para g(x)? (a) b) xizt=*)) @ xe) @ Gr, 6. Mostre que, se f leva ¥ em ¥, g leva ¥em Zeh levaZem W,entéoh o(gof)c (hog) of sdo iguais. 7. Pega a Jodo que pense um mimero entre 1 ¢ 10, multiplique-o por 2, eleve o resultado a0 quadrado, depois divida 0 resultado pelo numero pensado inicialmente, ¢ em se- guida, adicione 4 e depois divida por 4; logo apés pega a Joao que diga o resultado. Ele disse que obteve 6,. € portanto, deve ter pensado no numero $ inicialmente. Seja x 0 nimero que Joti pensou. Mostre que o resultado final é x + 1. 8. (@) D8 um exempio mostrando que a imagem de g of no precisa ser a mesma que adeg. 2.2, ANALISE QUALITATIVA DE FUNCOES DE UMA VARIAVEL 107 (b) Mostre que, se fe g sdo biunivocas ¢ yo f esti definida, entio g of é biunivoca (© Mostre que para téda fungdo f vale Fof=fo¢ fol=f (Observagdo, T representa fingées identidade distintas em cada equacéo.) 2-2. An4lise Qualitativa de Funcgdes de Uma Variavel Por grafico de uma fungio f de uma varidvel, subentendemos o con- junto de todos os pontos (x, y) no plano xy para os quais y = f(x), Para ilustrar os conceitos desenvolvidos neste capitulo, primeiramente os consi- deraremos qualitativamente como sugere um grafico. A Fig, 2-2 mostra o grafico de uma fungio f definida para 1 —1 para todo x suficientemente préximo de 3, e dizemos que f possui um minima local igual a — 1, em x= 3. De fato, fx) > —I paral f(x) [ou fon) 2 f)]. Uma funcdo monotona estritamente crescente f ¢ necessariamente bi- univoca, pois a pontos distintos x1 € x2 correspondem valéres distintos Sm) ¢ f)." Portanto, uma funcio f monétona estritamente crescente, tem sempre uma funedo inversa, que representamos por f-!, e é também monétona estritamente crescente. Se y= s(x), entio x=f)) (Fig. 2-8). Assim sendo, para obter-se o grafico da fungao inversa da mancira usual, devemos refletir o grafico de f segundo a reta yp = x; isto tem o efeito de trocar os eixos entre si, Observe que o dominio de f-! é a imagem def. Também, /1f*(0)] = 4, £7 [fl = ¢, para cada b ou ¢ nos quais a fungfo apropriada esté definida, Em geral, f € a inversa de f. Pode-se discutir, andlogamente, o caso de fungdes mondétonas estrita- mente decrescentes. Podemos agora juntar 4 nossa lista de operacdes: formagio da fungae inversa (quando existe). Por exemplo, y = x? € mo- nétona estritamente crescente para x > 0; logo, ela tem uma inversa: x=wvy, y>0. (Observe que vy € a raiz quadrada positive, para y> 0.) A inversa & simplesmente uma nova fungdo, e podemos repre- senté-la igualmente bem por y = 1/x, Wx > 0. Do mesmo modo, de y = x" em geral (7 = 1, 2, 3,..., x 2 0) obtemos as novas funcées y =x", x20. De y=senx, —a/2< x < 4/2, obtemos a invetsa x = Sen, ~T <>» <1, como nas Figs, 2-7 ¢ 2-8, Chamamos esta fungao de valor principal do inverso do seno. © simbolo sen™!y(s mimisculo) denota um “Angulo cujo seno é y", escolhide de alguma outra maneira. As fun goes x = Cosly e x = Tg'y sfo definidas andlogamente (veja Figs. 2-9 2-10). Finalmente, observamos, por definigio, que 0 inverso da fungdo y = =a, —@ 0 (Fig. 211). Aqui, 2 é um némero positive fixo e diferente de 1. Consideraremos aqui, que cada uma das funcdes sen x, cos x, tg x, a* seja mondtona estritamente 24, FUNGOES INVERSAS i a £ vi a vi \ a 3 ' * & y ye Fig. 29. cosz e x= Cos! Fig. 210. yxtgrex= Trty 14 LIMITES CAP. 2 crescente ou decrescente no devido intervalo. Este fato sera demonstrado em capitulos posteriores. Fig. 11. at e sua inversa *= log, PROBLEMAS 1. Para cada uma das seguintes fungdes dé: (Os intervalos nos quais a funcdo ¢ monétona estritamente crescente. Gi) Os intervalos nos quais a funcio é monétona estritamente decrescente. O maximo ¢ minimo absolutes. fiv) Os maximos ou minimos locais, se existirem. (a) A fungio da Fig. 2-12 (a), b) A fungio da Fig. 2-12 (6). (©) A fungéo da Fig. 2-12 (0). (@) A fungio da Fig. 212 (4). F pe 1 La 1 ? 1 ? @ o +. ae L: Li 1 i t = Fig. 2-12, © @ 2. (a)... ©). Desenhe o grafico de uma fungdo continua y = f(x) com as propriedades indicadas na Tab. 2-1, PROBLEMAS Ws ‘Tabela 2-1 p= 2emx= 1] y= 2emx— Oly = 2emx~ 0,5] nenhum ye—temx=O]y=Cemx= 5 3. Desenhe um grafico preciso da fungao y = 2? no intervalo 0 < x < 3, com as mesmas escalas em ambos os eixos, Dai coloque as retas tangentes em x = 0, x = 1, x = 2, x = Je determine suas inclinagdes por medida. Compare os resultados com os. ob- tidos pelas formulas do Cilculo: inclinagéo da reta tangente em (x,y) & 2x. 4, Justifique por geometria, a afirmacio: A inclinagio da tangente no ponto (x, ¥) ao circulo xt + y' = 1 & — x/y. Verifique graficamente nos pontos (3/5, 4/5), (— 1/2, V2 5. Desenhe um gréfico preciso da funcéo y — sen x no intervalo — 7 < x < m, com as mesmas escalas em ambos as cixos. Determine graficamente as inclinagdes das retas tangentes para x = =, — 2n/3, —a/2, ~ m/3, 0, 9/3, w/2, 20/3, 9, Compare seus resultados com os dados pelas regras do Célculo: inclinagdo em (x, >} € cos x. 6. Construa 0 gréfico da fungio: y = |x! para — 1 - 1 @ y=, todo x, x ch a Fig. 2-13. 13, Justifique a afirmaggo: Se » = fix), a < x 0, se estiver definida para todo x © fz +0) = f(x) para todo x, Verifique quais das seguintes funcies sio periddicas e d& 0 periodo para cada uma que a seja: (@) senx @) xtsenx-— (©) 2oosxr—senx — @)_-aFeos Sr fe) sen(x/3) 00s (x/5) (e) sen (* + senx) (hy 2m, 18. Uma funsao real f ¢ dita ser limisada, se |f(x)l < K, onde K é uma constante, para todo x no dominio de f. Determine quais das seguintes fungées sio limitadas ¢ dé um vator de K para cada fungdo que a seja. fa) a? (b) sen x © d) sen (x + 2). o_o ree 2.5. UIMITES “7 2-5. Limites © conceito de limite aparece na nossa andlise qualitativa na Seg. 2-1. Este conceito € bisico para o Calculo. Daremos agora uma ilustragio do mesmo e entéo formularemos uma definig&o precisa. EXEMPLO i Consideremos um viajante que deve chegar de trem a New York as 17:17 horas. Ble precisa estar na estacio naquela hora, € assim sendo, olha em seu relégio e observa a demarcagao da estrada continuamente. Ele observa que as 17:01, o trem est a 10 milhas de distancia; as 47:10, esté a 4 milhas de distancia; as 17:13, est a 2 milhas dé distancia; as 17:15, esté a 1 milba de distancia, ¢ tudo corre normal- mente; ds 17:17 exatamente, o trem entra na plataforma da estado de New York. © viajante estava na realidade observando um proceso de limite, que apresentamos graficamente na Fig. 2-14. Em linguagem mate- mitica, dizemos que a distancia da estacéo tendeu ao limite 0 quando o 2 8 3 2 3 10 Minutos ands bs Fig. 2-14. © trem aproximando-se da estaglo 17:00 horas tempo tendeu a 17:17 horas. Para isso acontecer, a distancia deve ter se tornado muito pequena quando o tempo se aproximou das 17:17 horas. Definigio. Seja f uma fungSo real dada pela equasio y = Ax), definida para ab, ou lim flx) = 4 quando = f(x) esté definida no intervalo a ¢ quando x— xo ou lim f(x) = € 220 se pudermos fazer os valdres y = fix) se aproximarem de ¢ tanto quan- to quisermos, restringindo x a um intervalo suficicntemente pequeno Xo — K ou f(x) 2 K. Mais geralmente, se fix) < g(x) [ou fix) < g(x)} no intervalo (com excegio de xc), ¢ ambos os limites existem, entio lim f(x) < lim g(x). 2 m9 Pode-se fazer afirmacio analoga para f(x) > g(x) [ov f(x) > g(x)) {veja Probl, 10). 24. CONTINUIDADE a3, Se h(x) < f(x) < g(x) no intervalo (x ¥ x0) e g eh tém 0 mesmo litaite: Tim A(x) = lim g(x) = ¢ ete ste entdo f também tem limite ¢: lim fi) =e. Como esté indicando a Fig. 2-21, f esta “présa” entre g ¢ 4 © € forcada a ter o mesmo limite. Para obtermos c — p < f(x) < ¢ + p, primeiramente escolhemos gq > 0 tal que c—p O tal que c— p< A(x) < 0 (© IntervatloO < x <3; FG) = Wx— 3) para 0 < x <2, fH) =—Ma—D para 2<3<3 (4) Intervalo—1 < x < 1; f(x) = 2 para x #0, £Q) = (@) Mostre que a definig#o de limite pode ser escrita da seguinte forma: Seja f defi- nida em a 0, pudermos encontrar um niimero 5 > 0, tal que, para qualquer x em (a, 6), para © qual |x—xo| <8 tivermos |f@)—e] 0, pudermos encontrar um mimero §>0 tal que para qualquer x em (a, 6), para o qual |x— x9] <6, tivermos |f(x) —F(xq) |< j. Demonstre que cada uma das seguintes fungSes & continua para todo x: @® x= yo edxce () yatrtl—ocx< Nés esbogaremos uma prova de que » = f(z) ~ x% ¢ continua em x + 2. Queremas mostrar que, se x est suficientemente proximo de 2, entio os valéres de (3) esto tao préximos de f(2) = 4 quanto quisermos. Poderemos indicar um valor préximo de 2 por 2+ # onde hk esté proximo de zero. © valor correspondente de » ¢ G+ WP =4 4 4k+ A. Bote valor difere de 4 por 4h + #2, Queremos mostrar que 4h + # pode se tormar to pequeno quanto quisermos escolhendo 4 suficientemente Pequeno. Por exemplo, devemos mostrar que, para qualquer nimero positive e dado, Poderemos fazer [44 + H#| 0, Escolha g de modo que ¢— p< fz) K. Seja p = ¢ — K, logo p> 0. Escolha g como na definiggo de limte © mostre que xy—q Ke dai obtenha uma contradisio}. Mostre que se fe g estio definidas no mesmo intervalo (a, 6] (com exceio talvez de xq) © f(x) < g(x) para x # xp, entao lim f(x) < lim g(x), desde que ambos 08 limites existam. aon aos ‘Uma canoa est cruzando um rio num Angulo de m/4.com as margens. Consideremos as margens representadas por y = 0, » = d no plano xy, © seja a trajetoria da ca- noa dada por y= x, 05% <6. 128, LIMITES CAP. 2 (@) Seja wa coordenads, no eixo dos y, do ponto da margem mais préximo da canoa; 6 uma fungio de x. Fasa 0 grifico de u, mostre que ela é descontinua e analise a descontinuidade, () Seja ya menor distancia da canoa a margem. Faca o grifico de » como funso de x ¢ mostre que o grifico tem uma angulosidade. 2-7. Teoremas Sébre Limites e Continuidade Anteriormente nds analisamos a continuidade de um modo intuitivo e depois demos uma defini¢fo precisa em térmos de limite. Nossa definicao de limite € de dificil aplicag&o quando a fung&o 6 dada por uma formula (veja Probl. 6 acima). & de grande interésse que saibamos verificar mais imediatamente a continuidade {ou descontinuidade) para tais fungOes, Para éste fim, existe um grupo de teoremas sSbre limites e continuidade que agora apresentaremos. TEOREMA A. Sejam f e g fungdes definidas no intervalo a < Sx <5, com excego talvez de xo, onde a ¢— 0,1, g(x) > k — 0,1, ¢ f(s) + ga) Se + + &—0,2, Ent&o, para x suficientemente présimo de x, temos ok — 0,2 < fle) + eX) Se + +02. Tomando-se 0,01 no lugar de 0,1 ¢ diminuindo o intervalo em t6rno de Xe, obteriamos e+ k—0,02 2 ~ 0,1, g(x) > 3 — 0,1 para x perto de x0; logo (pela regra das desigualdades; veja Seg, 0-2), temos fda(x) > 2 -— 0,08 — 0,1) = 6 — 0,5 + 0,01 = 5,51. Para x ainda mais perto de x, podemos conseguir f(x) > 2 — 0,01, a(x) > 3 — 0,01, portanto Six)a(x) > (2 — 0,01) 3 — 0,01) = 6 — 0,05 + 0,0001 = 5,9501. Analogemente, para x suficientemente perto de x0, teremos também 2-7, TEOREMAS SOBRE LIMITES E CONTINUIDADE a4 FO) < 24001, e&) <3+001, portanto [f(x) ¢ g(x) sendo positivos), Peel) < 6 + 0,05 + 0,001 = 6,0501 ou, como conseqitacia das duas ditimas concluses, 59501 < fx)g(z) < 6,050 para x suficientemente perto de x». Est4 claro que podemos obter /(x)g(x) to perto de 6 quanto quisermos, desde que tomemos x suficientemente perto de x0. A regra (2-73) & justificada de modo andlogo com operagées sdbre desigualdades. Poderemos descrever t8das as regras dizendo que ao somarmos, sub- trairmos, multiplicarmos e dividirmos, um pequeno érro nos ‘mimeros envolvidos provoca uma alteragio pequena nos resultados, exceto quando dividimos por nimeros muito préximos de zero, Se dividirmos 1,004 por 0,002 e cometermos um érro de 0,001 no numerador ¢ denominador, de modo que na verdade dividimos 1,003 por 0,001, obteremos 1.003 como resultado, ao invés de 502; 0 érro, portanto, é enorme! © Teorema A foi enunciado apenas para limites em pontos internos de um intervalo. Ele pode ser formulado, de modo andlogo, para limites em pontos extremos do intervalo. Assim, por cxemplo, lim [f) + g@)] = lim f(x) + fim g(x) soy aotat stat desde que ambos os limites 4 direita existam. Consideraremos agora um teorema andlogo, a respeito da continui- dade. TEOREMA B. Sejam f(x) ¢ g(x) definidas no interval agx 7 = V30 ug F dg Fig. 2-24, Limite de gof She 2:7. TEOREMAS SOBRE LIMITES E CONTINUIDADE 133, Se f € continua em x0, entdo yo = flim) € lim F(x) = glflx)| = Fix) portanto F é continua em xe. Se fé continua em todo ponto do intervalo a yx, ja que f é mondtona estritamente crescente; portanto, x, < x2. Dado um valor po, ¢ < yo <4, € um intervalo (xo — p, to + p) contend xs, po- demos escolher um intervalo (ye — 4g, yu + g) contendo yo, tal que, para y neste intervalo, f(y) esté em (xe — p, x» +p); simplesmente esco- Ihemos g como o menor dos nimeros _f(x0) — fla» — ps Axo + 2) = — f(xe); na Fig. 2-26, 0 primeiro € o menor, portanto, yo — g = fix» — p) yo tg 2-26. Continuidade da tango iaversa Fig. 2-27. Minimo e maximo absolutes xo— p ) € continua. No Cap. 5 mostraremos também que a funcdo exponencial y= @ (onde a é um nimero positivo, a # 1) é continua para todo x, Segue enttio do Teorema E que a fungio inversa x = log, y é continua para y > 0; isto é, y= log, x é continua para x > 0. Pelas mesmas razes, pelos Teoremas B eC, as fungdes do tipo y= drt, y = Logi (1 + x4) so continuas para todo x, enquanto a fungio ¥ = bogwx(l — x) esta definida e € continua apenas para 0 < x < 1. A fungio y= x? 6 monétona estritamente erescente para x > 0. Logo, pelo Teorema E, a funcio x = +/y € continua no intervato 0 0. Segue entio que y= s+ 1 € continua para x > — 1, y=¥1 + Wx & continua para x>0, p=x+Vx—-? € continua para 0< x < 1, ete. Em thdas as fungdes para as quais a continuidade jé foi estabelecida, pode-se calcular limites apenas por substituigao pelo valor apropriado: lim f(%) = fx) zap desde que xs seja um ponto de continuidade de f Por exemplo, lim (x* — 2) = — 2, limcos » = cose = — 1. zo mt PROBLEMAS 4. Calcule os seguintes !imites: . Senex te © May ™ sen sent 7 © tim [243 3% 4 SF @ lim +x +5 5 2 @ lim eT Calcule os seguintes limites: 2. Sejam lim fix) = c, lim g(x) 29 29) fa) lim [2fCx} + 4g(x)) (b> lim (2x) — 3200) pen rom im — £2) _ i — cleo - © fin ar a) im 709 — eLet ~ @ lim 2). e710 3. Utilizando os Teoremas Be C ¢ resultados dados anteriormente, mostre que as se- guintes fungdes so continuas: () y= x-+ sem, qualquer x ) y= Soa: alms x Ea Ls x logo x axten= = z - ° © yaxun-F xt x ©) vor px >o wy Yoayeai*2° 138, LIMIVES CAP. 2 @ yoVl-VR0SxS) @ y= Vex zd) x @ yasn coerce y= lomesenx, 00, xk = J0F logy x, (Sugestdo. Use a regra loga’— Bloga © a definigao de togaritmo). (b) Mostre, utilizando os Teoremas Be C, que para k fixo, a funco y = xt é con- tinua para x>0, [Sugestdo, Use a parte (a). (©) Sejam fe g continuas no intervala (a, 6}, ceja f(z) > O para x em [a, b}, € seja Fis) = fixe, Mostre que Fx) = 1022) tog 10 $2) © que Fé continua em fa, 6}. 10. (a) A fungdo y = Cos-tx ¢ definida para — 1 2) fi, .. fe so linearmente dependentes, precisamente quando uma destas fungdes pode ser expressa como combinagdo linear das demais: por exemplo, fe= fit... + desfir. Se Ji,...,fe silo linearmente independentes, entio qualquer conjunto de I fungdes (f < k) escolhidas dentre fi,..., fi, & também linearmente independente. As demonstragées destas observacSes sero deixadas como exercicios (Probls. 8 (a) a (@). Observe que muitas identidades comuns expressam a dependéncia ‘linear de conjuntos de fungSes; por exemplo, as identidades sen? x + cos? x — 0, eos 2x — 2oos?x + 1=0 mostram a dependéncia linear dos seguintes conjuntos {sen® x, cos?x, 1} ¢ {cos 2x, cos* x, I}, respectivamente. 142 LIMITES CAP. 2 Um conjunto fi,..., fe forma uma base de um espago vetorial V, se cada f em V pode ser expressa, de modo tmico, como combinacio linear defi,..., fe Por exemplo, I,..., 1 forma uma base para o espaco veto- rial todos os polindmios de grau no maximo & — 1. As fungdes fi... fe de uma base silo necessiriamente linearmente independentes (Probl. 8 (e)). Nem todo espago vetorial ¥ tem base, no sentido acima definido. Por exemplo, o espaco vetorial V de todos os polindmios nao tem uma tal base. Devemos admitir bases infinitas para cobrir todos éstes casos; para o espaco vetorial de todos os polindmios, o conjunto infinito 1, x, . serve como base. Para a definigiio de bases infinitas, veja Cap. 9. TEOREMA G. Seja V um espaco vetorial de fungées com base os fly @ Sejam gi, ... By linearmente independentes em V. Entdo » & também forma uma base. DEMONSTRAGAO. Por simplicidade, faremos a demonstragdo para ocasok =2, Uma prova geral sera dada no Cap.9. Como fief: formam uma base, podemos escrever Ba=Atyn ma ht dH Poderemos eliminar f2 ¢ fi pelo modo usual e obter dg, — bg: = (ad — Belfi, — — egy + ags = (ad — bo)f. (2-90) Se ad — be = 0, entdo teriamos de: — bgr = 0, — cg, -+ ag = 0, Como g: © g slo linearmente independentes, teriamos entio d — 0,5 = 0,¢ =9, -~a@ = 0, @ portanto, g. = 0 g. = 0, o que é absurdo. Conseqiientemente, ad— be #0. Logo, poderemos usar as Eqs. (2-90) para expressar fi e fy como uma combinagao linear de gi ¢ gs. Mas toda f em V pode ser expressa como combinacio linear de fi; f, € portanto, como combinagao linear de gi e gr: f= cigi + cxga. Como g: ¢ g: sto linearmente inde- pendentes, ¢: € ¢ sdo tnicas (Probl. 8 (f)). Logo gi e ge formam uma base. COROLARIO. Se wn espago vetorlal V tem uma base de k fungdes, entéo téda base de V possui exatamente k fungées. Seja ent&o f,,..., fe uma base, seja também g,,..., 2, uma base, ¢ supo- nhamos 4 > k, Ent&o, g1,..., £4 840 linearmente independentes, ¢ portan- to, também o sio gi... 8%. Logo girs..., gs podem ser expressos como PROBLEMAS us combinagdes lineares de g.,..., gej isto contradiz a independéncia linear de gi,..., g. Logo h Sk e andlogamente k < h, portanto, k = h. Este corolirio sugere a seguinte definigio: Definigko. Um espago vetorial V de fung6es tem dimensdo k se V tem uma base com & elementos. Por exemplo, os polindmios de grau no maximo N formam um es- paco vetorial de dimenséo N+ 1; pois admitem como base as N+ 1 fungBes 1, ,..-5 2%. Observamos que existe um espago vetorial de fungées que 6 muito simples © consiste apenas da fungio 0. Atribuiremos a éste espago a dimensao 0 (n&io admite base no sentido usual). Quando V possui fungées diferentes de 0 ¢ nao admite base (finita), dizemos que V tem dimensio infinita, PROBLEMAS 1. Mostre que cada um dos conjuntos de fungées é um espago vetorial: (a) Todos os polinémios a + ax* + -.- + a,x%, sem nenhum téemo de grau tmpar. (b) Tédas as fungdes continuas em [0,1] ¢ que possuem um zero no ponto 1. (©) Tédas as fungdes definidas em [0,1] com limite 0 quando x>0 +. (@ Todas as fungbes definidas em [0,1] que admitem limite quando x 0+. © Tédas as combinagées lincares de cos x, cos 2x, cos 3x (dominio — @ 0 para todo x em tal fatervalo, (b) Todas as fungées definidas num dado interval ¢ que nio sie continuas. © Todas as fungdes contiouas em [0,f] ¢ que tém valor 1 no ponto 1. (@) Tédas as fungdes definidas om [0,1] ¢ comum mimero finito de zeros neste in- tervalo. 3. No Probl. 1 (@) mostre que cos x, cos 2x, cos 3x, so linearmente independents, & portanto, formam uma base. (Sugesie. Consider c, cos.x + 0 cos 2x + ¢; cos 3x = = Oe tome trés valéres distintos de x para abter ¢ = 0, 2 = 0, ¢s = 0). 4, Verifique se cada conjunto de fungdes abaixo so ou no Linearmente independentes no espaco vetorial de todos os polindmios: (a) l+x,14+24,1+3x ) 2-1 27-441 @ #4, 8—n tee OM axtietere ad fe) 8-1, 2 2, xt (ot — 2, tp Ot — xt — et 5. E possivel acharmos 5 polindmios linearmente independentes de grau 3? 44 LIMITES CAP. 2 6. Seja V 0 conjunto de (das as fungées racionais ax+b we pary Thee (a) Mostre que é um espaco vetorial de dimens%o 2. {b) Mostre que gx(x) = 1x — 1), ex(2) = 1f(¢— 2) estao em V, sao linearmente independentes, e formam uma base de V. 7. Seja V 0 conjunto de tddas as fungdes racionais at tbxte ra 9, - Wy MOH X HD (a) Mostre que ¥ & um espago vetorial de dimensio 3. {b) Mostre que gr(x) = 1/2, g2(x) = Ube + 2), 8x00) = Wx — 2) estdo em F, sto linearmente independentes e formam uma base de V, 8 Sejam fi....fe elementos de um espago vetorial ¥ de fungies. Prove o seguinte; (@) Se f= 0 entio f,...,fe sdo linearmente dependentes. (b) Se fi ve deixa expressar como combinagdo linear de fr,..., fe, ent fy. .., fr fo linearmente dependentes. () Sek >2eS,....f, so linearmente dependentes, entdo uma das fungdes pode ser expressa como combinagdo linear das demais. @ Sef, -- Ji; S40 linearmente independentes © A < k, entio fi, ..., fy sho linear- mente independentes, ©) Se f,..., f, formam uma base para ¥, entdo fi,.. .,f, So lincarmente indepen- dentes. © Sef... ..fe sito linearmemte independentes © fi +...+ trfe= O'S +004 $f Cy Cem ee 2-10. ites Quando X Tende A+ = ou — > Seja a fungo y= f(x) definida no intervalo a imcluindo c, possamos achar um valor xo > @ tal que e—p x Este fato esté ilustrado na Fig, 2-28; © grafico de y = f(x) permanece na regio branca para x > xs Nestas condigdes, dizemos que f tem limite ¢ quando x—+ » (ou quando x-> + @) e escrevemos lim f@®) =e. 2-10 LIMITES QUANDO X TENDE A + 0 OU ~~ 09 145, Também dizemos que a reta y = ¢ € uma assiniota horizontal do gré- fico de f. Fig. 2-28. Limite quando x + @ EXEMPLO | y = f(x) = 1/x? tem limite 0 quando x-+ @. ois, dado p> 0, temos 1 -P xy — lL. Entdo x* > L/p, de modo que 1/x? < pje x? > 0, ve portanto 1/x* > 0 > —p. Analogamente, podemos mostrar que lim x7 —0 para todo » positive (nao necessariamente um inteiro) (Veja Probl. 3). Temos uma definigfo semelhante para lim f@) =e. Neste caso fdeve estar definida em um intervalo — © x5; dizer que x est perto de — © 0 mesmo que dizer que x é (algebricamente) Suficientemente pequeno: x < x0. © Teorema C também permanece valido para x tendendo a © ou — ©, © novamente pelas mesmas razdes que as do caso x— x». EXEMPLO 2 Seja y = f(x) = x/(2-+ x4). Ent podemos escrever (para x > 0) 1 Ba ; fe) = Agora aplicamos o Teorema 4 para x tendendo a @, observando que o limite de uma fung&o constante é a prdpria constante: lim ___timt _ limi -_! _, eo 2.) pea g oe ty 20+ 1 Stl fimS timid 2 tims + lim 1 Portanto lim fx) = 1. 2-11. Limites Infinitos de Uma Fungo A fungdo y = f(x) = 1/x tem a propriedade que, quando x tende a 0 por valéres positivos, y torna-se cada vez maior, eventualmente supe- rando qualquer niimero positive fixado: Fi) = 1 fO,1) = 10, 0,01) = 200, _(0,000001) = 1.000.000 Nao podemos dizer que y sé aproxima de nenhum niimero real. Entre- tanto, seguindo um costume classico, usamos o simbolismo de limites escrevemos: y—+ (ou y+ + ©) quando x~0+, ou Mas mesmo assim continuamos a dizer que “f{x) ‘ndo tem limite”, ou também, “f(x) no tem limite finito”, ou ainda fx) tem limite = ”. Definigdo. Seja_y = fx) definida para a k, Amdlogamente, escrevemos lim fQ).= — © et se, para qualquer mimero E, pudermos achar um intervalo xp < x < x0+ no qual fix) < L. Observe que lim fix) = — © precisamente quando lim [— f(x) = o. Definigdes analogas s40 dadas pata lim f(x) = @ quando x x1 —, X— Xp > ©, xX — & € para lim f(x) = — > 0s Varios casos. Varios déstes casos so ilustrados na Fig. 2-29. Observamos que limf= quando x— x. + (ou x— x» — ou x—> Xe) corresponde a wma assintota Fig. 2-29. Limites infinitos yertical, enquanto que limf=c¢ quando x © ou x— — », corres- ponde a uma assintota horizontal. 1 a + EXEMPLO 1 y =f) = G— yp Aqui lim/(a) = «, jd que pode- mos fazer flx) > X, para K > 0, tomando 1 1 -ypet -1p 1, € portanto maior que qualquer niimero negative ¢ 0. Em geral, devemos apenas mostrar que podemos obter f(x) > K para K arbitra- ramente grande. Seri verdade que o Teorema A permanece vilido para limites infi- nitos? Assim, se limf=o, limg= por exemplo, quando x—> x» +, sera lim (f + g) = limf + limg = @ +- ©? Na realidade, qual o significado de © + 0? Neste caso a resposta é simples: @ + @ =o, isto. & se limf— © e limg= ©, entdo lim (f+ g)= ©, pois dado K > 0, podemos escolher g, > 0 tal que fe) > (1/2) K para x 0 tal que g(x) > (1/2) K para x, < x < x0 + 2, logo, foo +90) > LK+L KA K para xa @ quando x 0+, g(2)-> « quando x04 mas fo — 90) = 2 - (3-4) = 8, portanto, f(x) — g(x) k quando x+0+. Logo, o limite & diferente para diferentes escolhas de k: tin [+ - (4-1) ]=3, tim [ 2 ~(4-2)]=2 : avi eo asork x ~ Vx Pode-se dar exemplos em que f—> ©, g-» © ef—g— @ ou — ©, 0u f—g nfo tem limite nenhum (veja Probl. 9). Assim devemos ter muito cuidado quando combinamos fungées com limites infinitos. Os fatos principais esto resumidos na Tab. 2-3. A primeira linha d4 a regra para 2-11, LIMITES INFINITOS OE UMA FUNCAG 9 lim (f+ g) quando limf= © e limg = @, como vimos acima; F(x) aqui representa f(z) +- g(x) € procuramos o lim F(x), isto é, lim (f+ g). O fato de que lim (f+ g) = » é dado na quarta coluna, ¢ a ultima coluna d4 uma versio abreviada do resultado qué & mais facil lembrar: ola, A tabela indica, com um sinal de interrogacio na coluna cinco, os casos para os quais nfo bé regra; e entifo a “operagdo algébrica” com ndo esta definida. A tabela também inclui casos em que f ou g tém limite finito, inclusive 0. Em particular, ha casos em que o limite © ocorre no denominador. Tabela 2-3. Limites Infinites we] timaay | rimgtsy | fangdo r(x) | tim Fe) | atevindamente 1 ° ° fta eo jetene 2 o o fs 2 @— © nao def. ~s 2 & fte | 2 jetkoe 4 k fie es tke—e 5 2 = fe ° ese 6 ° _ fe je (— 7 > k>0 Se ~ wks @,k>0 8 * kO o+ fee ° b+ @t)= 9. 8 k>0 14 ° OF fre ° e+ Ot)= = 15 | k>O o— fee | —© k= @—)=—#,sek>0 6 | = o- fee | —e |e+@5-—= 7 ° 0 fee 2 0 +0 no def. Nota: Nos numeros 3 ¢ 14 lim g(x) = 0 + significa que ¢ tem limite Oe g > 0 para x duficientemente perto do valor 20 qual ela tende; para os mimeros 13 € 16 0 mesmo vale com a excegio de que g(x) <0. 150 UIMITES CAP 2. Os casos para os quais nfio hé regras sio denominados “formas indeterminadas”. O célculo diferencial tem como um de seus objetivos, © desenvolvimento de processes para achar limites nestes casos, especial- mente para a forma indeterminada 0/0, mimero 17 da tabela (veja Caps. 3 e 6). Por simplicidade, a tabela nao inclui casos que, por simples cdlculos, podem ser reduzidos a um daqueles da tabela. Assim se lim f= — © e limg = & entdo lim (fg) pode ser reduzido ao caso numero 6 escre~ vendo-se lim Ufxde(x)] = lim (— #0) {— 2@)}1 €portanto » -(— »)=— a, As demonstrag6es das regras e ilustragdes sfio dadas nos exercicios. PROBLEMAS 1. Prove at @ tim =o @ im + =0 © lim sone ste x 2, Com © auxilio dos resultados do Probl. 1 € dos teoremas sébre limites, calcule: © Gre © ym (F-2) © 92-3) win (eZ) mB im Sa So i Omit Oa Oma $3. Sela a um inteito positive. Prove que (a) limx*=0 (b) lim" =0, (©) lim x-*=0 para todo a positive (Sugeside, Escolha o inteiro m tal que OO) PROBLEMAS 1st {d) lims-* =0 para a um inteiro positivo ou a um nimero racional p/q onde p © q sio positivos e g é impar. 4, Prove que, se a>, entio lim a= 0. (Sugestdo, Mostre queQ [logye (Uip)) [logis af)» 5. Com 0 auxilio dos resultados dos Probls. 3.¢ 4 calcule 2 5 ft 2e +S @ nN eer © ne 2x5* i © en Oe aT oie 6. Calcule, quando possivel: " senx sent x 7 xsenx oe O ee © FT a io C08 X ax @ limsenx © tim © jim 3 7. Calcule, utilizando a Tab. 2-3: . ca cos x . cos x @ jm ooF (> tim ene (©) Jie ent ax " bogye CL + x) a ef © oe Osa Oot i, x : . x? + sen @ eT © oa © aT m . a+) i O ln ae (ey im sen 8. Sejam p(x) = agx® + ayat) + © gla) = bex™ + bux + ... polinémivs de graus. nfio negatives a ¢ ot, respectivamente. Mostre que bo se n> om to 2 = Shon oe o scoon Oe —se ayy <0. 9. Considerado a linha 2 da Tab. 2-3, escola fungies fe g tais que f tem limite m, g tem: limite », quando x tende a 0, tais que os seguintes casos podem ocorrer: @) lim (70) — (3)] - ©) lim (F(@) — e009) = © © fix)—sts) nfo tem finito ou infinito em x = 0. 10. Considerando a linha 17 da Tab. 2-3, excolha fungies fe ¢ tais que ambas tém limite: © quando x tende a I ¢ os seguintes casos ocorram: i, fa) FQ) ©) Fee 7 Nim ay 8 © im aay = 11, Justifique as segeintes finhas #a Tab, 2-3: @) Numero 3 (6) Numero 5. (c) Numero 7 (d) Numero 8 (6) Namero 13. 182 LIMITES CAP, 2 12. Prove que se f tem limite © quando x—+ a {ou x—> o etc.) entéo g = 1/f tem limite 0, & verdadeira a reciproca? 13. Prove que, se f tem limite ¢ quando x—+0, entdo g(x) = f{1/x) tem limite ¢ quando xe, E verdadeira a reciproca? 14, Prove que, se g tem limite 0 ¢ fig tem limite c quando x—+ a, entdo f tem limite 0 quando xa. 15, Quais dos seguintes conjuntos de funcdes formam um espago vetorial? As funsdes esto definidas para 0< x < 0. (a) Tédas as funcdes que admitem limite quando x a. (b) Todas as fungdes que admitem limite quando x—+0 4. (© Todas as fungies com limite 0 quando x0, (d) Todas as fungdes com limite @ quando x—+0 +. (©) Todas as fungdes com limite co quando x oo. (f) Todas as fungdes com limite — co quando x0 +. 2-12, Limites de Sequéncias Infinitas Por uma segiiéncia finita de mimeros queremos dizer uma lista de » numeros numa certa ordem definida, onde a é um inteiro positive. Podemos esctever a seqiéncia como ay ayy Xn onde x1 € 0 primeiro, x: € 0 segundo etc. Podemos, também, dar os nu- meros explicitamente: 3; 5; 2; 1,9; 7,8. Como a ordenacdo € essencial, deveremos sempre pensar nestes niimero com indices, como acima, indicando se € 0 primeiro, segundo etc, Pode- Fig. 2-30. Uma seqiéncia finita como funcado remos entdo descrever uma seqiiéncia finita de-mimeros como uma corres- pondéncia que associa um numero real a cada niimero inteito 1, 2,... ", 2:12. LIMITES DE SEQUENCIAS INFINITAS 15a para algum inteiro positive n, isto é, uma sequéncia finita de nimeros é uma fungdo real cujo dominio é 0 conjunto dos inteiros 1,2,...,n. Isto est& ilustrado graficamente na Fig. 2-30. As vézes, é conveniente que a seqiiéncia comece com 0 indice 0, ou algum outro inteiro, mesmo negativo. Entdo a regra 1 fO= sy k= define uma seqiéncia finita, 2, -1,0,1,2 EXEMPLO 1 Coeficientes binomiais, Para cada inteiro positivo m, seja (7) © coeficiente de x* y*, na expansio binomial de (x +)" (veia Seg. 0-22), Entio os mimeros (3). (I (*) formam uma ¢- qiiéncia finita. Daremos alguns exemplos: n=l 41 n=2 121 n=3: 43,31 n= 4: 1, 4,641 ‘Uma segiéncia infinite 6 uma correspondéncia que associa um ni- mero real x, a cada inteiro positivo k; temos assim uma lista infinita Ay X2y Xa + ey Xho (2-120) Como acima, poderemos interpretar esta lista como uma fungio: uma segiténcia infinita é uma fungdo cujo dominio & 0 conjunto de todos os inteiras Fig. 2-31. Sequéncia infinita como fungao positivos 1, 2, 3,..., Isto esta ilustrado na Fig. 2-31. As vézes ¢ conve- niente comegar com o indice 0 ou algum outro inteiro, 1a LIMITES CAP. 2 EXEMPLO 2 nf (fatorial). © fatorial é uma scqiiéncia que associa a cada inteiro n 0 valor nf =1-2°3...0, Entéo a seqiéncia é: 1, 2, 3, 6, 24, 120, 720,..- Como de costume, também definimos 0! como sendo igual a I, ¢ come- gamos a lista com 0!. Em Céleulo, a maioria das seqiléncias de interésse so infinitas e por- tanto o nome de “seqiiéncia” é em geral entendido como sendo “seqiiéncia infinita”. Para indicar a seqiéncia (2-120) em sua totalidade, usamos a notagio {x}. Certas seqiiéncias podem se aproximar de algum mimero quando © indice cresce indefinidamente. Mais precisamente, {x,} pode ter um limite quando n— ©: Definiedo. A seqiéncia infinita {x,} tem limite ¢ quando 1 ©, lim x, =¢ me se, para todo p > 0, pudermos achar um mimero positive N tal que %— P< %_ N. Esta definigfo € semethante aquela para limfia) = ¢ 2121) ¢ os dois tipos de limites estéo bem relacionados. Em um caso a funsdo est4 definida sémente em niimeros inteiros; no outro caso a fungio est4 definida, digamos, para a A para todo n, Definigio, Uma seqiéncia {x,} © mondtona estritamente crescente s¢ Ma < Xe) Pata m= 1,2,..., ¢ 6 mondtona néo decrescente se Xe Sarr para n= 1,2... A seqiéncia {x,} ¢ mondtona estritamente decrescente se Xe > Xet pata n=1,2,... e & mondtona ndo crescente se X_ 2 Xer para n=1,2,... 56 UIMITES cap. 2 EXEMPLO 3 A seqiéncia {n/(x + 1)} & limitada superiormente por 1 e & mondtona estritamente crescente (Probl. 3). EXEMPLO 4 A seqiiéncia {n/} 6 mondtona estritamente crescente (para n> 1) mas no 6 limitada superiormente (Probl. 3). O seguinte teorema sébre seqiiéncias monétonas tem muitas aplica- g6es no Céleulo: TEOREMA H. Seja {x,} uma segiiéncia infinita que é limitada supe- rlormente por B e mondtona ndo decrescente. . Entdo, {xn} é conver- gente e lim x = < B. Andlogamente, se {x,} é limitada inferiormente e mondétona nie cres- cente, entto {xn} € convergente. © primeiro caso est4 ilustrado na Fig. 2-32. Uma demonstragdo sera dada na préxima segfo. Daremos aqui uma discussio informal. Temos MSM om SMS... SSA S--- © todos os mimeros sio menores ou iguais a 3. Logo, quando n cresce, Xp caminha para a direita ou permanece parada. Sn BOB = Fig. 2-32, Seqbéncia mondtona néo decrescente limitada superiormente Portanto € razo4vel que 0s nuimeros x, devam se aproximar de algum niimero que pode ser B ou menor do que B; © referido nimero € entio © limite da seqiéncia. De fato, podemos inclusive obter a expresso decimal do limite. Ilustraremos éste fato com um exemplo numérico, Seja B — 5. “Obser- vamos” os nimeros x,, %:... © perguntamos se éles ultrapassam 4, ou 3 etc.; testamos aqui cada inteiro entre x, e 5. Suponhamos que o maior inteiro alcangado ou ultrapassado seja 3. Dai perguntamos qual o maior dos niimeros 3,0; 3,1; ... 3,9 alcangado ou ultrapassado pela seqiiéncia. ponhamos que a resposta soja 3,4. Dai perguntamos qual o maior dos ntimeros 3,40; 3,41; ... 3,49 que é alcangado ou ultrapassado ete. Désse modo achamos a expressio decimal para o limite da seqiéncia, por exemplo, 3,427584200218... Este mimero x, deve ser o limite da 2-12, LIMITES DE SEQUENCIAS INFINITAS 157, seqiiéncia, pois pelo processo que usamos, os membros da seqiiéncia dife- rem de x» por menos que 1; 0,1; 001; ... etc, desde que, em cada ca- so, tomemos » suficientemente grande. EXEMPLO 5 x, = (1/2) + (1/4) +... + (1/2"),, portanto, a seqiéncia & 137 27 47 B° Podemos mostrar (Probl. 4) que €, portanto, que x, < 1 para todo m; logo a seqiiéncia é limitada superior mente. E claro que ela ¢ monotona estritamente crescente: 14 < ttt oe al 1 Hot eg t al- + nie Xa Portanto, pelo Teorema H, x, € convergente. Na realidade, podemos fazer 1/2* menor do que qualquer mimero positivo fixado, escolhendo » suficientemente grande; conseqiientemente, x, pode ser obtida tio proxima de 1 quanto quisermos: a 7 1 1 1 tins alin(g +g Hot x)=? (et) EXEMPLO 6 © portanto a seqiiéncia é s\t 13 G@) 2356" Mostraremos no Cap. 5 que a seqiéncia é mondtona estritamente cres- cente ¢ limitada superiormente por 3. O limite & 0 ntimero e: e= lim (: + 7) = 2,7182818285. Existe um andlogo do Teorema H para fungGes definidas num intervalo: 158 LIMITES CAP. 2 TEOREMA Hi’. Seja.y = fix) definida para a B. EXEMPLO 1 Seja £ 0 intervalo: 0< x <1. Eatio B—1 60 menor limitante superior de Z. EXEMPLO 2 Seja £ 0 conjunto de todos os nimeros x para os quais x2 <2. Entio £ é limitado superiormente, ¢ B = 26 um limitante supe- rior (se x fésse maior do que 2, entio x* excederia 4, o que é impossivel para x em E). Na verdade, 1,5 ¢ 1,45 sdo também limitantes superiores. 2-43. © AXIOMA 00 MENOR LIMITANTE SUPERIOR 159 Nés sabemos qual é 0 menor limitante superior: B = ~/2, que existe como mimero teal! Observagio, Se marcarmos os niimeros racionais 0, + 1, 2,.... + 1/2, + 3/2. ... + 1/3, & 2/3,..., sdbre um eixo numérico, éles parecerdo encher gradualmente o eixo. Entretanto, isto ndo acontece; existem “bu- racos”, correspondentes aos niimeros irracionais /2, 3, m, ¢,.... O axioma do menor limitante superior assegura-nos de que, apés os niimeros irracionais serem também marcados no eixo, nao restaré “buraco” algum. Dizemos que os mimeros reais formam um “continuum”, uma disposigio sem lacunas ou quebras. Pelo restante déste livro usaremos o axioma do menor limitante superior como uma propricdade conhecida dos mimeros reais, Ao menor Jimitante superior de um conjunto chamaremos também de supremo do conjunto. Este axioma, juntamente com as propriedades algébricas indi- cadas nas Secs. 0-1 ¢ 0-2 serdo suficientes para téda a teoria. Um conjunto E, ¢ limitado inferiormente, se existe um nimero 4 para o qual x > 4 é satisfeita para todo x em E. Podemos entao enunciar: TEOREMA DO MAIOR LIMITANTE INFERIOR. Se um conjunto ndo vazio E de nimeros reais é limitado inferiormente, entdo éle pos sui um maior limitante inferior A, isto é, existe um numero A tal que (1) 4éum limitante inferior para E. (2) A> A para todo timitante inferior A de E. Este teorema poderia ter sido usado em lugar do axioma do menor limitante superior; cada um € uma conseqiiéncia Idgica do outro. Para provat 0 teorema, consideremos 0 conjunto de todos os limitantes inferiores de E, indicado por E); E, nfo € vazio, por hipétese (E tem um limitante inferior). E, € limitado superiormente, visto que cada elemento x de E é um limitante superior para £, (veja Fig. 2-33). Portanto, pelo axi- a ———"—: > Ey Fig. 2-33. Maior limitante inferior oma do menor limitante superior, £1 tem um supremo, que indicaremos por 4. Nés asseguramos que A é um limitante inferior para E, De fato, se tie véssemos 2, < 4’ para algum x, em £, entio A no poderia ser o supremo 169 LIMITES cap. 2 de E,, visto que x; é também um limitante superior para Fj. Portanto, A é um limitante inferior pata E. Temos também A > A pata todo A em E,, isto €, A > A para todo limitante inferior de E. Logo, A é 0 maior dos limitantes inferiores de E. © maior dos limitantes inferiores de £ seri doravante chamado de infimo de E. Unicidade do supremo e do infimo. Visto que o supremo é 0 menor ntimero com uma certa propricdade, estd claro que pode existir sdmente um supremo, Por razdo semelhante, sOmente pode existir um infimo. Notasio. © supremo de E sera indicado por sup E ¢ o infimo por inf FE. Demonstragio do Teorema Sdbre Seqiéncias Monétonas. Demous- traremos o Teorema H da Seg. 2-12 para o caso de uma seqiéncia {x}, mondétona nfo decrescente, limitada superiormente, digamos, por B. Seja £ o conjunto de todos os nimeros que ocorrem na seqiiéncia. Entéo E é também limitado superiormente por B ¢, pelo axioma-do menor limitante superior, E tem um supremo B, no maximo igual a B. Dai x, < B para todo x. Se x’ é um mimero menor do que B, entio x, > x’ para algum n, digamos a’, pois, do contr4rio, B nao seria o supremo. Vista que a seqiiéneia niio dec-escente, temos x, > x’ para n> 2’, isto é, . Como x’ era um nimero arbitrério menor do que 3, concluimos que lim x,=B=c O mam @ 2-7 " " © sa © sa @® x,-aF PROBLEMAS 161 3. Quais das seqiiéncias do Probl. 2 so: (@) Mondtonas estritamente crescentes? @) Mondtonas estritamente decrescenies? (© Limitadas superiormente? (@) Limitadas inferiormente? 4, Mostre aue, para a seqiéncia do Ex. 5 na Seg, 2-12, x, é a soma de uma progressiio geomitrica ¢, portanto, x, =41—2, 5. Mostre que os conjuntos abaixo sdo limitados superiormente ¢ encontre os supremos: fa) 0 intervalo —1 6, (Esta propriedade do sistema dos némeros reais ¢ 2 chamada ordem arquimediana, Para provi-la, su- ponba que aa < 5 para tado x ¢ aplique o axioma.) 8. (a) Demonstre que, para todo niimero real positive x, existe um maior inteiro n talquen #>0. () Mortre que lim 2-* existe, 162 LIMITES CAP, 2 (©) Mosire que lim 2+ deve ser zero. (Sugestio. Seja co limite, Mostre que 2. 2-8 também tem limite c, mas deveria ter 2c.) LL, Considere tédas as seqiiéncias infinitas com indices comegando em t. Mostre que cada um dos seguintes ¢ um espago vetorial de fungdes: (a) Todas as seqtiéncias infinitas, (b) Todas as seqiiéncias convergentes. fe) Todas as seqiiéncias com limite 0. (8) Tédas as seqiéncias limitadas superiormente e inferiormente, 2-14, Demonstragdes dos Teoremas Sébre Limites e Continuidade Por conveniéncia, daremos aqui a definico de limite em fungdo de 6 © € (delta ¢ épsifon). Nas discussdes prévias, muitas vézes tivemos que especificar térmos como “num intervalo suficientemente pequeno con- tendo x0” ou “‘suficientemente perto de yy", Estas condigées sao expressas por desigualdades como |x —.4a| <& !y—yol < & onde 6 e € sho mimeros positives. A desigualdade |x x0} < 8 nos diz que x esté a uma distancia menor do que 6 de x e, portanto, € cquivalente a m—S 0,. pudermos encontrar um 4 > 0, tal que, para todos os x em Ia, i, satisfazendo a 0 < |x — x0| < 4, tivermos oy — el ce Quando x,—a ou &, também escrevemos, respectivamente, lim f~}=e ou lim fx) =. sant a 2.4, THOREMAS SOBRE LIMITES £ CONTINUIDADE ves, A nova definigéo de limite é equivalente a anterior; o p da antiga definig&o foi substituido por ¢, 0 g por 6. Insistimos que a escolha do 8 depende de «. A definigiio de continuidade pode ser reformulada: f é continua em X Se, para qualquer € > 0, existe um 5 > 0, tal que |/(x)—flm)| < para todo x de fa,4] que satisfaga |x — x»| < 4. Isto é cquivalente a antiga condicao: lim f(x) = f(x») quando x— x». Como antes, o tipo de intervalo no qual f est definida pode variar. Daremos as demonstragdes tnicamente para o caso de um intervalo fe- chado. Demonstragie do teorema c, Como veremos mais tarde, éste é 0 teo- rema fundamental, de modo que o provaremos em primeiro lugar. f & dada como acima, com lim f(x) = yo- g(y) & também dada, definida’ oe no intervalo cS y S 4, ‘que contém yo, e g é continua em ys. Por tl- timo, a imagem de f estd contida no intervalo ¢ < y 0, podemos escolher 6, > 0 tal que [g(¥) —g()| < € para |y—yo| <4, Como lim fx) = yw», podemos ento escolher &, tal que [/(x) — ys] < 6: para 0° <' |x — x] < <6. Portanto, para 0 < |x— xo| < &, temos |g Lt] — ey) 0, podemos escolher 6, > 0 tal que] fix)—el < €/2 para O< |x— | < 4, e 8, > 0 tal que |g(x)— k| < 6/2 parad < <|x—x0|< 4. Portanto, se 5 € o menor entre 3, € 8), entio 0< <|z—x| <6 implica que [fi}—e] < E/2 © [g(x)—k] < €f2, de modo que | {f(x) + g(x)} — fe + HY] = =|F@)—C} + fa) —#}| Sif) — el + leG—4] < < le nla Portanto, lim (f(x) + gQ)1 = 6 + k= lim f(x) + lim g(x) sr pao ae como asseguramos no Teorema 4. Agora provaremos a regra lim (k fix)i = klim f(x), onde k é uma constante. Se k = 0, a afirmativa é imediata. Vamos, pois, supor X > 0. Temos lim f(x) = ¢, como acima. Entéo =m |kflx) — ke] = {kl [fo ~ o| <€ se |f() — ¢ | <€/ |k|. Mas nds podemos escother 6 tal que 0 < <|x— xo! < 8 implique [f(e)— | < ¢/|Al, © entdo [kfx) — kel <6, isto é, lim kf) = ke = k lim fx). z= 1 Conseqiientemente, agora também temos, sob as hipdteses supostas para a regra da soma, lim [f@) — g(x] = lim [/tx) + (— Da) ro 0 20 = lim fix) + lim (— Deg(x) 29m rz = lim f(x) — lim g(x). say soe Para obter as regras para o produto ¢ o quociente, usaremos um lema auxiliar. LEMA, A fungdo g(y) = y? é continua para todo y, A fungao g(y) = = lip & continua para y # 0. A demonstragio € deixada como exercicio (Probls. 2 ¢ 3). Supondo entao o lema verdadeiro, ¢ usando o Teorema C, concluimos que, se lim fix) = ¢, entéo so Him [7]? = [lim fc]? = et 2.14. TEOREMAS SOBRE LIMITES E CONTINUIDADE 163 isto é, o limite do produto ¢ igual ao produto dos limites para 0 caso es- pecial f-f. Para o caso geral de f- g escrevemos IX) > 86) = FAG) + 8G}? + {£0) — 80} e, portanto, pelas regras da soma, diferenca, quadrado, constante vézes fangao, fim fx) - gx) = 4 Kim f+ lim g}* + lim f—lim g}?1 tae =H +k + (¢— 4 = ck =lim fx) + lim g(x) eta sor conforme haviamos afirmado. Para a regra do quociente, observamos primeiramente que, se g(x) = 0 para os valdres de x comsiderados, ¢ tim g(x) = k = 0, entdo, pelo lema auxiliar © Teorema C. J 1 Zim, a0 - Tim a) “|e ay Portanto, pela regra de produto, im LD 4, Jt eG) ALO 6) 1 = lie J). m5) HOE _ limflx) ~ Tim ger Assim, o Teorema A esti completamente demonstrado. Como j& dissemos em segées anteriores, as extensdes do Teorema A pata limites quando x—> x0 +, xx, x7 @ € x7 —@ sho demonstradas exatamente do mesmo modo. Alguns casos sio deixados como exercicios (Probl, 5). Os teoremas andlogos para seqiiéacias sio também validos ¢ novamente sio demonstrados do mesmo modo. Como ilustrag4o, demonstraremos 0 antlogo do Teorema C: Tim g(ea) = g(%0) = g( lim x2) (2-141) 166 LIMITES CAP. 2 sé g for continua em xe, lim xn = Xe, ¢ g(x») estiver definida (pelo menos para n suficientemente grande). Dado ¢€ > 0, escolhemos 4 tal que [g(x) — g(x)l < € para |x —xo| <5. Entdo escolhemos N tal que [x.—xs| <6 para n> N. Portanto, para n > N, temos |g/xn)—g(xo)| < ¢, de modo que (2-141) se verifica, Antes de considerarmos o teorema do valor intermedidrio, faremos duas observagdes. Observacio 1. Se wn conjunto E tem supremo B, entdo todo intervalo da forma B—¢ 0, tal intervalo n&o contivesse elemento de £, entio todo mimero em E seria menor do que # —¢, ¢ B nfo seria o supremo. Deve-se notar que o tinico elemento de £ no intervalo pode ser B mesmo, como mostra 0 exemplo de um conjunto E constituido de dois elementos: Oe. Aqui B=1, € o intervalo 1/2 < x <1 nZo contém elemento de E diferente de 1, Existe um enunciado semelhante para o infimo: se E tem infimo A, entdo qualquer intervalo da forma A k, entio, para algum & > 0, temos f(x) > k para todos x tais que |x —x0l <6. Para verificarmos isto, escrevemos f(x0) = k + €, onde € > 0, e escolhe- mos 5, como na definigio de continuidade, tal que f(x») —€ < fix) < < flo) + € para [x—2e| < 8. Visto que fu) — € = &, a afitmacao esté provada. Observacdo semelhante € valida para o caso flxs) < k. Demonstracio do Teorema D. O Teorema do Valor Intermedidrio. Si0 dados ‘uma fungio f(x), continua para x; yo, novamente pela Observacio 2, Ax) > y» num certo intervalo |x— x | <4; mas isto significa que o intervalo x» — —8

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