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Uma das grandes discussões envolvendo as vacinas para prevenir a Covid-19 diz
respeito ao seu grau de segurança, ou seja, os efeitos colaterais que poderão advir da
aplicação das vacinas. Isso porque como as vacinas foram produzidas em tempo
recorde, não foi possível se acompanhar, a longo prazo, eventuais reações à saúde
humana.
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Vale ressaltar que essa cláusula não foi uma exigência apenas da Pfizer, tendo também
constado no contrato que a Fiocruz (vinculada ao Ministério da Saúde) e o Instituto Bio-
Manguinhos celebraram com a AstraZeneca (https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2021/02/24/clausula-de-responsabilidade-por-eventuais-efeitos-
colaterais-da-vacina-e-obstaculo-para-acordo-entre-governo-federal-e-pfizer.ghtml).
(...)
§ 2º A assunção dos riscos relativos à responsabilidade civil de que trata o caput deste
artigo restringe-se às aquisições feitas pelo respectivo ente público.
Art. 23. A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, seus
representantes legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano resultante
ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de segurança
relacionado aos Eventos, exceto se e na medida em que a FIFA ou a vítima houver
concorrido para a ocorrência do dano.
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(...) A disposição contida no art. 37, § 6º, da Constituição Federal não esgota a matéria
relacionada à responsabilidade civil imputável à Administração, pois, em situações
especiais de grave risco para a população ou de relevante interesse público, pode o
Estado ampliar a respectiva responsabilidade, por danos decorrentes de sua ação ou
omissão, para além das balizas do supramencionado dispositivo constitucional, inclusive
por lei ordinária, dividindo os ônus decorrentes dessa extensão com toda a sociedade. II
– Validade do oferecimento pela União, mediante autorização legal, de garantia adicional,
de natureza tipicamente securitária, em favor de vítimas de danos incertos decorrentes
dos eventos patrocinados pela FIFA, excluídos os prejuízos para os quais a própria
entidade organizadora ou mesmo as vítimas tiverem concorrido. Compromisso livre e
soberanamente contraído pelo Brasil à época de sua candidatura para sediar a Copa do
Mundo FIFA 2014. (...)
STF. Plenário. ADI 4976, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 07/05/2014.
Marçal Justen Filho, ao tratar sobre a Lei nº 10.744/2003, afirma que essa assunção de
responsabilidade, em tese, é possível:
“A lei pode impor a responsabilidade do Estado por atos absolutamente estranhos a ele.
O caso não configurará propriamente responsabilidade civil, mas uma forma de outorga
de benefício a terceiros lesados. (…) Rigorosamente, a hipótese não é de
responsabilidade civil extracontratual. Aliás, se fosse, não haveria necessidade das
aludidas leis” (JUSTEN FILHO. Marçal. Curso de Direito Administrativo. 9ª ed. rev., ampl.
e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 1.327).
O art. 2º da Lei nº 14.125/2021 autoriza que, além dos governos federal, estadual,
distrital e municipal, as pessoas jurídicas de direito privado (ex: empresas) também
adquiram vacinas. Para isso, no entanto, são fixadas algumas regras:
1ª) Enquanto o Governo não terminar a vacinação dos grupos prioritários (idosos,
indígenas, portadores de comorbidades etc.):
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As pessoas jurídicas de direito privado poderão adquirir diretamente as vacinas devendo,
contudo, doar integralmente para o SUS.
Neste caso, as empresas comprariam as vacinas apenas para colaborar com o Poder
Público no programa de imunização, não podendo ficar com nenhuma vacina.
A outra metade poderá ser livremente distribuída e aplicada, mas desde que isso seja
feito de forma gratuita (a pessoa jurídica não poderá vender as vacinas).
Art. 2º Pessoas jurídicas de direito privado poderão adquirir diretamente vacinas contra a
Covid-19 que tenham autorização temporária para uso emergencial, autorização
excepcional e temporária para importação e distribuição ou registro sanitário concedidos
pela Anvisa, desde que sejam integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde
(SUS), a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
§ 2º As vacinas de que trata o caput deste artigo poderão ser aplicadas em qualquer
estabelecimento ou serviço de saúde que possua sala para aplicação de injetáveis
autorizada pelo serviço de vigilância sanitária local, observadas as exigências
regulatórias vigentes, a fim de garantir as condições adequadas para a segurança do
paciente e do profissional de saúde.
E as clínicas privadas que vendem vacinas? Elas poderão adquirir vacinas contra
a Covid-19?
O requisito legal para que essas clínicas importem e comercializem a vacina é que já
tenha havido o registro definitivo na Anvisa. A vacina da Pfizer, por exemplo, já obteve
esse registro definitivo.
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Por outro lado, as clínicas privadas não podem adquirir e comercializar vacinas que
tenham ainda apenas registro para uso emergencial, como é o caso da Coronavac e da
Oxford/Astrazeneca.
Assim, entendo que a previsão do art. 2º da Lei nº 14.125/2021 não se aplica para as
clínicas particulares. Estas continuarão dependendo do registro definitivo e, caso
adquiram vacinas com registro definitivo, não estarão sujeitas às limitações do art. 2º. A
previsão da Lei nº 14.125/2021 é voltada para grandes empresas privadas que
anunciaram que desejam colaborar com o Poder Público na imunização da população.
Vigência
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