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Karina de Ferran
RESUMO Médica-Pediatra no Instituto de Puericultura
e Pediatria Martagão Gesteira da Universidade
Introdução: a cetoacidose diabética é a urgência endócrino-metabólica mais comum Federal do Rio de Janeiro. Especialista em
na infância e adolescência e a principal causa de hospitalização e óbito de pacientes diabé- Endocrinologia Pediátrica pelo Instituto de
Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
ticos nessa faixa etária. Objetivo: revisar a fisiopatologia da doença e propor uma abor- da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
dagem diagnóstica e terapêutica para crianças e adolescentes, além de discutir medidas Mestre em Endocrinologia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
de prevenção. Fonte de dados: revisão não sistemática da literatura médica nacional Isla Aguiar Paiva
e internacional de trabalhos originais, protocolos terapêuticos locais e consensos sobre o Médica-Pediatra no Instituto de Puericultura
e Pediatria Martagão Gesteira da Universidade
tema disponíveis até 2017, nas línguas portuguesa e inglesa, a partir de busca pelo PubMed. Federal do Rio de Janeiro. Especialista em
Síntese de dados: a cetoacidose diabética pode ser a primeira manifestação clínica Endocrinologia Pediátrica pelo Instituto de
Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
percebida na abertura de quadro de diabetes mellitus do tipo 1 ou ocorrer em paciente da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
previamente diabético, por descontrole da doença. Os pilares do tratamento da cetoaci- Mestre em Endocrinologia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
dose diabética são a reposição de fluidos e insulina, objetivando a correção da acidose e
dos distúrbios hidroeletrolíticos. A mortalidade relacionada à doença varia de 0,15 a 0,3%,
sendo o edema cerebral a principal causa. Conclusão: o diagnóstico precoce do diabetes Instituição:
mellitus do tipo 1 e o reconhecimento e manejo adequado da cetoacidose diabética são Universidade Federal do Rio de
fundamentais para a redução da morbimortalidade do diabetes na infância. Janeiro
INTRODUÇÃO utilizados para basear as recomenda- instalação da CAD. Além disso, a pre-
O diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) ções apresentadas foram os consensos valência de CAD reduz significativa-
é a doença endócrina mais comum da da American Diabetes Association e da mente o aumento da idade, como ob-
infância, acometendo mundialmente International Society for Pediatric and servado em estudo feito nos Estados
cerca de 65.000 crianças menores de Adolescent Diabetes. Unidos,4 que mostrou 36% de preva-
15 anos por ano.1 O quadro de cetoaci- lência de CAD em menores de 5 anos e
dose diabética (CAD) é a urgência en- RESULTADOS 16% em maiores de 14 anos. Em crian-
dócrino-metabólica mais comum nessa A incidência de CAD na abertura ças menores é difícil a percepção dos
faixa etária e a principal causa de hos- do quadro de diabetes (como primei- sintomas clássicos de poliúria, poli-
pitalização e óbito de pacientes diabé- ra manifestação da doença) varia mui- dipsia e perda de peso, ocorrendo com
ticos na infância. to geograficamente, com frequência de maior frequência atraso no diagnósti-
11 a 67% em diferentes países euro- co de DM1. A confusão do quadro de
MÉTODO peus1,2 e até 80% em outras partes do CAD com pneumonia ou asma, devi-
Revisão não sistemática da literatu- mundo3 e é inversamente relacionada do à taquipneia, ou com gastroenteri-
ra médica nacional e internacional de à incidência local de DM1.2 Acredita- te aguda e/ou abdome agudo, devido à
trabalhos originais, protocolos terapêu- se que quanto maior a incidência da presença de vômitos e dor abdominal,5
ticos locais e consensos sobre o tema doença, maior o conhecimento dos posterga o diagnóstico e leva ao agra-
disponíveis até 2017, nas línguas por- seus sinais e sintomas pela popula- vamento dos sintomas, sendo frequen-
tuguesa e inglesa, a partir de busca pelo ção e assim mais precoce a suspei- te o diagnóstico de DM1 já num está-
PubMed. Os principais documentos ção e o diagnóstico de DM1,3 antes da gio avançado, com CAD grave.
Taquicardia Abdome agudo A dor abdominal acompanha a acidose e tende a melhorar com o trata-
mento. Se os sintomas persistem após compensação hidroeletrolítica e
Taquipneia
metabólica, uma causa abdominal intrínseca deve ser investigada.
Náuseas, vômitos
Sepse Pode cursar com glicemias bastante elevadas e acidose, mas geralmente não
Dor abdominal há cetonemia e cetonúria.
Respiração profunda e suspirosa ou acidótica Intoxicação por salicilato Glicosúria, hiperglicemia leve e acidose metabólica. Não costuma haver
(ritmo de Kussmaul) cetonúria ou cetonemia.
Hálito cetônico
Confusão mental e redução progressiva do nível de
consciência – da sonolência ao coma a laboratório que forneça resultados dos (lactentes e pacientes gravemente en-
exames pertinentes rapidamente. fermos). A monitorização eletrocardio-
Polidipsia e poliúria podem ser de di- Sempre que possível, um especialista gráfica contínua é útil para avaliar si-
fícil detecção em lactentes, consideran- no tratamento da CAD deve conduzir nais de hipo ou hipercalemia, a partir
do a falta de livre acesso à água (não o tratamento do paciente, mesmo que das alterações da onda T.15
verbaliza a sede) e o uso de fraldas. remotamente. Isso se torna ainda mais Amostras de sangue periférico devem
A hiperventilação, provocada pela importante se o paciente é atendido em ser colhidas periodicamente para dosa-
tentativa de correção da acidose meta- um local com menos recursos e maior gem de glicemia, eletrólitos (sódio, po-
bólica pela alcalose respiratória, pode distância dos centros de referência. tássio, cálcio, fósforo, magnésio), gaso-
levar à impressão de que a taquipneia As crianças que têm CAD mais grave metria, ureia, creatinina, hemograma
se deve a uma doença do aparelho res- (duração prolongada dos sintomas, cho- e corpos cetônicos (não disponíveis fa-
piratório, como pneumonia ou asma. que e depressão do sensório) ou aquelas cilmente no país). A análise da urina
A ausência de ruídos adventícios respi- com risco aumentado de edema cerebral deve ser feita para pesquisa de corpos
ratórios deve alertar para o diagnóstico (idade < 5 anos, acidose grave, pCO2 bai- cetônicos.
diferencial de CAD. xo e ureia elevada) devem ser admitidas O paciente deve ser monitorizado de-
Vômitos e dor abdominal consequen- o mais rapidamente possível em unida- talhadamente em relação à sua respos-
tes à acidose podem levar à confusão de de terapia intensiva (UTI), preferen- ta clínica e laboratorial. Deve-se regis-
com gastroenterite aguda (atentar para cialmente pediátrica, ou em uma unida- trar em uma folha de controle, de hora
a ausência de diarreia) e abdome agudo de que tenha recursos equivalentes e ex- em hora, o estado clínico do paciente,
(Tabela 3). O hálito cetônico, descrito periência no cuidado com diabéticos.11,13 as medicações venosas e orais, os líqui-
como de “maçã apodrecendo”, pode es- Dois acessos venosos periféricos são dos administrados e os resultados dos
tar presente. necessários, pois idealmente a insuli- exames laboratoriais realizados. Na ta-
na deve ser infundida em via exclusi- bela 4 estão descritos os intervalos de
Monitorização Clínica e va, sendo a segunda via utilizada para monitorização recomendados nos dife-
Laboratorial no Tratamento hidratação venosa e coleta de exames. rentes parâmetros analisados.16
de CAD A via arterial é dispensável, exceto nos Algumas considerações sobre os dis-
Uma vez confirmada a suspeita de pacientes gravemente enfermos. Deve- túrbios hidroeletrolíticos e acidobási-
CAD pela identificação dos critérios se ainda evitar usar acesso venoso pro- cos na CAD:
diagnósticos (Tabela 1), uma rotina de fundo pelo risco aumentado de trom- a) anion gap (AG) – tipicamente é
monitorização deve ser instituída du- bose venosa, especialmente nas crian- aumentado na CAD devido à
rante o tratamento (Tabela 4). ças menores. Se necessário seu uso, presença dos cetoácidos (entre
O paciente deve ser tratado em uni- ele deve ser removido o mais precoce- 20 a 30 nmol/l). Valores de AG
dade que tenha pessoal treinado no mente possível.14 O cateterismo vesi- maiores que 35 nmol/l suge-
monitoramento e condução de crian- cal não costuma ser necessário, salvo rem acidemia lática concomi-
ças e adolescentes com CAD, com guias em pacientes inconscientes e com im- tante. O cálculo do AG é feito
terapêuticos bem-estabelecidos e acesso possibilidade de urinar sob demanda pela fórmula: AG = Na+ - (Cl- +
Exame Frequência
Glicemia capilar A cada 60 min
Glicemia sérica e gasometria
A cada 2-4 h
(pode ser venosa, se paciente sem doença pulmonar)
Eletrólitos (sódio, potássio, cloro), cálcio, fósforo e magnésio, ureia e hematócrito A cada 2-4 h
Cetonemia (β-hidroxibutirato) A cada 2 h, se disponível
Cetonúria, se disponível A cada diurese, até normalização
Rastreio de infecção (hemograma, sumário de urina/EAS, radiografia de tórax, hemocultura, urinocultura) A admissão e conforme sintomatologia
Sinais vitais (FC, FR, PA) A cada 1 h
Diurese e balanço hídrico com fluidos e insulina administrados A cada 1 h
Avaliação do estado neurológico para pesquisa de sinais de edema cerebral (cefaleia, vômitos recorrentes,
queda inapropriada da FC, alteração do estado neurológico ou sinais focais, elevação da PA, queda da Satura- A cada 1 h
ção de O2, elevação repentina de sódio com diurese excessiva (sugerindo diabetes insipidus).
Hipoglicemia é definida como glice- A presença de um critério diagnóstico ou dois critérios maiores ou um critério maior e dois critérios menores após o início
do tratamento tem sensibilidade de 92% para o diagnóstico de edema cerebral, com apenas 4% de falso-positivo.
mia abaixo de 60 mg/dl em crianças
maiores de 1 ano de idade. Em caso
de hipoglicemia durante a correção evidência de edema cerebral na neu- associados ao edema cerebral sintomá-
de CAD, fazer flush de 200 mg/kg de roimagem.49 Outros, de forma seme- tico são: idade menor de 5 anos ;53 aber-
glicose usando, por exemplo, 2 ml/kg lhante, evidenciaram que o edema ce- tura de quadro de DM1;53 maior dura-
de soro glicosado a 10%. Em seguida, rebral na neuroimagem é fenômeno ção dos sintomas e, à admissão, pCO2
aumentar concentração do soro glico- relativamente frequente,49 com graus proporcionalmente mais baixa do que o
sado (ou a TIG) da hidratação venosa variados, sendo o edema cerebral cli- esperado para a acidose;9 ureia aumen-
em uso. nicamente evidente uma manifestação tada; 9 acidose muito grave35 e duran-
grave de um fenômeno comum.50 te tratamento, o uso de bicarbonato; 9
Edema Cerebral A etiologia do edema cerebral perma- grandes volumes infundidos nas pri-
O edema cerebral é a complicação nece não esclarecida completamente e meiras quatro horas;35 queda rápida da
mais temida do tratamento da CAD. as hipóteses atribuindo sua fisiopato- osmolaridade sérica;36 administração de
Tipicamente ocorre 4 a 12 horas após genia à infusão rápida de fluidos com insulina na primeira hora de reposição
início do tratamento, mas pode ocorrer variação brusca da osmolaridade ain- de fluidos;35 e uma elevação atenuada
mesmo antes dele ter sido instituído ou da são controversas. Este dado é corro- do sódio ou uma queda do sódio corri-
mais tardiamente, como após 24 horas borado por investigações mais recentes gido durante o tratamento.9
de iniciado.16 que atribuíram a desidratação e a hi- Uma abordagem baseada na avalia-
O edema cerebral franco é uma com- poperfusão cerebral geradas pela CAD ção periódica do exame neurológico à
plicação rara, ocorrendo em 0,5 a 0,9% à injúria cerebral,9,51 sugerindo que fa- beira do leito permite a identificação
dos episódios de CAD, mas de alta mor- tores intrínsecos à CAD podem levar à de sinais que podem ser usados como
talidade (21-24%), sendo a principal lesão cerebral e esta pode ser agravada critérios diagnósticos, critérios maiores
causa de óbito em crianças com CAD, durante o tratamento.52 De fato, o grau e critérios menores para edema cere-
além de responsável por grande taxa de de edema que se desenvolve durante a bral.54 A presença de um critério diag-
sobreviventes com sequela neurológica CAD se correlaciona ao grau de desi- nóstico ou dois critérios maiores ou um
permanente (15-26%).9,10 dratação e hiperventilação à admissão, critério maior e dois critérios menores
Estudos observaram que aproxima- mas não com a osmolaridade inicial ou (Tabela 5), após o início do tratamento,
damente 15% dos pacientes tratados mudanças de osmolaridade ao longo do tem sensibilidade de 92% para o diag-
para CAD tinham alteração do nível tratamento. nóstico de edema cerebral, com apenas
de consciência (Glasgow < 14) com Os fatores de risco que já foram 4% de falso-positivo, e é sugerida pelo
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