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LITERATURA E SOCIEDADE
o uro .
sobre Azul | RIO de Ianeiro 2006
CRÍTICA E SOCIOLOGIA
(tentativa de esclareciment0)
Nota | Este estudo é o desenvolvímemo de uma pequena exposição feita sob a forma
de intervenção nos debates do II Congresso de Crítica e História Literâria. realizado
na Faculdade de F1'losoña. Ciéncias e Letras de Assis, em julho de 196L
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cuna l socronocu
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_ causais d e sabor 01tocentísta
' XamO delado
' segundo as suas intuiçoe's ou os seus preconceitos herdados. inca~ \ \
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20 nos levantamentos tradicionais da erudição; Todas estas modalidades e suas numerosas variantes são legíti~
é o que se observa mas e, quando bem conduzidas, fecundas, na medida em que as to-
igualmente em estudos similares de literatura comparada,
como o marmos, não como crítica, mas como teoria e história sociológica
Byron et le Romantisme Français, de Edmond Estêve.
da literatura, ou como sociologia da literatura, embora algumas de-
Ainda quase exclusivamente dentro da sociologia se sítua o quarto las satisfaçam também as exigéncias próprias do crítico. Em todas
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típo, que estuda a posição e a função social do escritor, procurando nota-se o deslocamento de interesse da obra para os elementos so-
relacionar a sua posição com a natureza da sua produção e ambas ciais que formam a sua matéria, para as circunstãncias do meio que
com a organização da sociedade. No terreno genérico, temos uma influíram na sua elaboração, ou para a sua função na sociedade.
série de obras fora do âmbito literário, como a de Geiger sobre o es- Ora, tais aspectos são capitais para o historiador e o sociólogo,
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mas podem ser secundários e mesmo inúteis para o crítico, inte-
tatuto e a tarefa do intelectual (Aufgabe und Stellung der Intelligenz in
do ressado em interpretar, se não forem considerados segundo a fun~
der Gesellschaft), ou as importantes considerações da sociologia
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no Acampo ção que exercem na economia interna da obra. para a qual podem
conhecimento, em particular de Mannheim. É exemplar,
ter contribuído de maneira tão remota que se tornam dispensáveis
utiliza est_e angulo
histórico, o espírito com que Henri Brunschvicg
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para esclarecer os casos concretos.
na form.aça° dVa
para analísar a situação e o papel dos intelectuais Com efeito, todos sabemos que a literatura, como fenômeno de
FÉtat Prussien à la Fm du X d e
Ciedade alemã moderna (La Crise de civilização, depende, para se constituir e caracterizan do entrela-
a monograña dhe Alexan r
Siêcle). No campo literário, é conhecida çamento de vários fatores sociais. Mas, daí a determinar se eles ín-
Beljame sobre o homem de letras na Inglat_e“a setec_ennsttia' a a fun_ terferem diretamente nas características essenciais de determinada
Desdobramento do anterior é o quinto UP0> que-mtuvietso ígdeológi' obra, Vai um abismo, nem sempre transposto com felicídade. Do
mesmo modo, sabemos que a constituiçào neuroglandular e as pri-
v1_«_n.o.«4~.›pci\wlnv~u›m
Ção POlítica das Obras e dos aUtores, -em geral fcoménlcnia dos marxis-
tem tldola õperse perrimárias da Crítica melras experiências da infância traçam o rumo do nosso modo de
co marcado. Nos nossos dias
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tas, - compreendendo desde
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uma
LITERATURA E SOCIEDADE
CRITICA E SOCIOLOGIA
Em todos estes casos, o fator social é invocado para explícar a es- dade da obra, que, embora conhecido pela crítica anterior. recebeu
trutura da obra e o seu teor de idéías, fornecendo elementos para de~ das correntes mfgvderrunasoquelhe faltavaz instrumentos de 1'nvesti-
terminar a sua validade e o seu efeito sobre nós. Num plano menos gaçã0, 1'nclusivq\/_\termm'vwolomadeuadad_/
explícíto e mais sutiL mencionemos a tentativa de Erich Auerbach, Hoje sentimos que, ao contrário do que pode parecer à primeira
fundíndo os processos estilísticos com os métodos históríco~socío~ vista, é justamente esta concepção da obra como organismo que
lógicos para ínvestigar os fatos da literatura (Mimesis - Dargestellte permite, no seu estudo, levar em coma e variar o jogo dos fatores
Wirklichkeit in der Abendlündischen Literatur). Foi a propósito de que a condicionam e motivam; pois quando é interpretado como
tentativas semelhantes que Otto María Carpeaux aludiu a um mé- elemento de estrutura, cada fator se torna componente essencial do
todo síntétíco, a que chamou “estilístíco-sociológico”, na lNTRODU- caso em foco, não podendo a sua legitimidade ser contestada nem
ÇÃO da sua magníñca História da literatura ocidentaL Tal método, gloriñcada a priorLz
cujo aperfeiçoamento será decerto uma das tarefas desta segunda
metade do século, no campo dos estudos literários, permitírá levar
o pomo de vísta sintético à íntimidade da ínterpretação, desfazen-
do a dicotomia tradicional entre fatores externos e inremos, que ain~
da serve atualmente para suprir a carência de critérios adequados.
24 Veremos então, provavelmente, que os elementh d_e oLd,em~u_s_oicrial 25