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BACEN @

SUMÁRIO

Economia*

MACROECONOMIA

Contas nacionais; agregados monetários, criação e destruição de moeda e multiplicado r monetário;


balanço de pagamentos .................................................................................................................................................... 13/15/16

Principais modelos macroeconômicos:


modelo clássico, modelo keynesiano, política anticídica de curto prazo ................................................................................ 19

A economia no longo prazo:


produto potencial e produto efetivo .......................................................................................................................................... 7

Crescimento econômico. Poupança, investimento e o papel do sistema financeiro .................................................................... 14

Objetivos e instrumentos de política monetária, regime de metas para a inflação ................................................................................ 37

Política fiscal e seus instrumentos ................................................................................................................................................................ 41

Modelos de determinação da renda em economias fechada e aberta ............................................................................................... 26/51

Regimes cambiais e taxa de câmbio de equilíbrio ....................................................................................................................................... 47

Termos de troca ................................................................................................................................................................................................ 47

Curva de Phillips, expectativas racionais e inflação .............................................................................................................. 43/46

MICROECONOMIA

Teoria do consumidor. Teoria da firma. Estrutura de mercado e formação de preço, análise de concentração ............................... 54

ECONOMIA BRASILEIRA

Tópicos de economia brasileira ..................................................................................................................................................................... 96


11 PND ........................................................................................................................................................................................................................97
A crise da dívida externa na década de 1980 ........................................................................................................................ 96
Planos heterodoxos de estabilização. O Plano Real e a economia brasileira pós-estabilização ............................................. 99

ECONOMIA INTERNACIONAL

Crises financeiras internacionais a partir de 2007 ...................................................................................................................................... 41

*Exceto para a área 3.


1

1
~
~
ECONOMIA
Hélio Socolik

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA. o Produto Interno Bruto


CONCEITOS MACROECONÔMICOS o Produto Interno Bruto (PIB) é definido como o valor
BÁSICOS. O PRODUTO NOMINAL X de todos os bens (mercadorias e serviços) produzidos em
um país, em um determinado período, geralmente um ano.
O PRODUTO REAL. NÚMEROS íNDICES
A Macroeconomia estuda a determinação do PIB,
procurando estudar as causas que explicam principalmente o
A teoria econômica pode ser dividida em dois grandes
seu nível e o seu ritmo de crescimento. Por exemplo, o Brasil,
ramos: a Microeconomia e a Macroeconomia. A etírnologla
em 2012, apresentou um PIB de cerca de R$ 4.176 bilhões,
dessas palavras já ajuda a perceber a diferença básica entre
com um crescimento nominal de 7,4 em relação ao ano
as suas áreas de atuação: enquanto a Microeconomia estuda
anterior e um crescimento real de 0,9. Nos últimos anos
as partes ("micro quer dizer pequeno), a Macroeconomia
o nosso País tem apresentado períodos de crescimento ora
estuda o todo ("macro" quer dizer grande).
mais e ora menos rápidos, como se observa abaixo:
A Macroeconomia é aplicada no estudo das relações
entre os agregados econômicos, como a renda, o emprego,
os níveis gerais de preços, o déficit público, a produção Ano Crescimento real do PIB ()
nacional. Ela se ocupa com a economia como um todo, bus- 2000 4,3
cando respostas para a determinação de cada uma dessas 2001 1,3
variáveis globais. 2002 2,7
Se a Microeconomia estuda a determinação do preço de 2003 1,1
determinada mercadoria ou a remuneração de determinado 2004 5,7
fator de produção, a Macroeconomia estuda o índice geral
2005 3,2
de preços e a determinação da renda nacional. Enquanto
2006 3,7
a Microeconomia considera dadas certas variáveis, como o
produto nacional, a Macroeconomia estuda as causas que 2007 6,1
fazem variar esse produto; enquanto a Macroeconomia 2008 5,2
considera como dado o nível de distribuição da renda, 2009 -0,6
a Microeconomia estuda as causas e as variações nessa 2010 7,5
distribuição; enquanto a Microeconomia considera dada a 2011 2,7
quantidade de recursos da economia e ocupa-se com a sua 2012 0,9
melhor alocação, a Macroeconomia ocupa-se com o estudo
de como é gerado e como pode aumentar o nível global de Fonte: IBGE
recursos da economia.
A figura, a seguir, ajuda a apresentar os principais agre- A atual participação dos setores econômicos no PIB é
gados da economia. a seguinte:

Participação de cada setor econômico no PIB

Setor
Agropecuária 8
Indústria 25
Serviços 67
Total 100,0

Fonte: IBGE

o que explica tamanha variação nos índices de cres-


cimento do PIB? Este é um dos principais assuntos da
Macroeconomia.
Qual dos dois ramos é mais importante? Certamente que
O PIB é considerado a melhor medida de desempenho
ambos são igualmente muito importantes, pois ao enfoca-
de uma economia, pois mostra o esforço e a capacidade que
rem a economia de ângulos diferentes, complementam-se
possui um país de oferecer uma certa quantidade de bens à
e ajudam estudiosos e pesquisadores a entenderem melhor
sua população. A comparação entre os PIB de diversos países
a complexidade do mundo econômico.
permite classificá-Ias em mais e menos desenvolvidos. Mas
A figura mostra os fluxos físicos (ou reais) e financeiros
deve-se ficar atento para alguns problemas que envolvem
(ou monetários) entre as unidades familiares e as unidades
essa medição. Vamos examiná-los:
produtoras. Temos dois circuitos: o interno mostra os fluxos
- Sendo o PIB um valor, e portanto influenciado pelos
reais de fornecimento dos serviços dos fatores, como traba- preços dos bens, estes têm que estar equüibrados, <C
lho, capital e tecnologia, e a produção dos bens; e o circuito no sentido de não sofrerem distorções, como estar :i
O
externo mostra os fluxos financeiros da remuneração dos artificialmente altos, em virtude da existência de se- z
O
fatores e dos pagamentos pelos bens, ou entre a Renda e tores olígopolízados, remunerações controladas pelo u
UJ
a Despesa. Governo e entidades sindicais e tarifas controladas.

3
~
~
- o PIB não considera o aspecto qualitativo da produ- Nºde Período de
ção, isto é, o que e quanto é produzido. Por exemplo, Região de
índice Órgão salários abrangência
a produção bélica pode valer mais do que a produção mínimos (dias do mês) abrangência
de tratores; a produção de remédios superar a produ- IGP-DI FGV 1 a 33 1 a 30 8RM
ção de legumes. IGP-M FGV 1 a 33 22 a 21 Rio e S. Paulo

- O PIS é subestimado quando existem produtos não IPC FIPE 1 a 20 1 a 30 São Paulo

transacionados no mercado, como a produção e o INPC IBGE la8 1 a 30 11 RM

consumo dentro de uma fazenda, o trabalho das IPCA IBGE 1 a 40 1 a 30 11 RM


donas-de-casa, o aluguel das casas ocupadas pelos IPCA-E IBGE 1 a 40 21 a 20 llRM
próprios donos. ICV DIEESE 1 a 33 1 a 30 São Paulo

- Fazem parte do PIB produtos que geram custos ICVM Ordem dos 6 a 33 1 a 30 São Paulo
Economistas
sociais nem sempre considerados, como a poluição
de São Paulo
do ar, o ruído, a contaminação das águas etc. Esses
produtos superestimam o valor do PIB, porque de seu Eis as taxas de inflação desses diversos indicadores, em
valor deveriam ser deduzidos os respectivos custos 2012:
sociais.

O Nível Geral de Preços


IGP-DI 8,1 I INPC 6,20
IGP-M 7,82 I IPCA 5,84
A Macroeconomia estuda o comportamento geral dos
preços da economia. O índice Geral de Preços mede o nível o Desemprego
médio dos preços, em comparação com um determinado
período-base. O crescimento de preços de um período para o desemprego constitui-se hoje no maior problema
outro denomina-se taxa de inflação. As causas e as conse- macroeconômico. A taxa de desemprego é definida como
quências da inflação são estudadas pela teoria macroeconô- a relação entre a população desempregada e a população
mica. Considere-se a seguinte tabela: economicamente ativa.

Taxa de desemprego e População desempregada! Po-


Período índice de preços Taxa de inflação pulação economicamente ativa
Vejamos alguns conceitos:
1 100 -
- População produtiva (aquela em idade de trabalhar):
2 105 5 abrange as pessoas entre os 14 e os 65 anos de idade.
- População Dependente (aquela fora da idade de tra-
3 113,4 8
balho): abrange as pessoas com menos de 14 e mais
de 65 anos.
O Brasil tem na inflação um dos seus problemas mais
importantes, que somente foi minimizado a partir do Plano - População Economicamente Ativa (é a que está volta-
Real de 1994. Eis algumas taxas verificadas nos últimos da para o mercado de trabalho): abrange a população
anos, segundo o índice de Preços ao Consumidor Ampliado produtiva, menos os estudantes e os domésticos não
(lPCA): remunerados, como as donas-de-casa.
- População Ocupada (a que está efetivamente empre-
I nflação no Brasil
gada): abrange a população economicamente ativa,
menos os desempregados.
Ano Inflação () Ano Inflação () - Parcela de Ocupação: é a relação percentual entre a
população ocupada e a população total.
2000 7,04 2006 4,18
2001 6,84 2007 3,64 A figura, abaixo, mostra cada uma das partes da popula-
2002 8,45 2008 5,68 ção de um país, definidas acima.
2003 14,71 2009 4,31
2004 6,60 2010 5,91
2005 6,87 2011 6,50
2012 5,84
Fonte.IBGE

O índice Geral de Preços (IGP) é resultante da média


ponderada de três índices: IPA (Indlce de Preços no Atacado),
com peso de 60, IPC (índice de Preços ao Consumidor),
com peso de 30, e INCC (índice Nacional da Construção Os economistas consideram que há uma relação inversa
Civil), com 10. entre o desemprego e o crescimento do produto. Assim,
« se a produção cresce, o desemprego cai e se a produção
~ cai, o desemprego aumenta. Existe a chamada lei de OKUN
No Brasil, há diversos índices de inflação, conforme o
o
z
(devida ao economista Arthur okun), pela qual cada 3 pontos
órgão que o apura e os critérios de cálculo: percentuais de crescimento do PIB, acima de um piso natural
o
u de 4, resultaria em diminuição de 1 na taxa de desemprego.
w Aproveitando um exemplo numérico apresentado por
Dornbusch, suponhamos que uma economia tenha uma
meta de diminuir sua taxa de desemprego de 7,5 para 5,

4
~
~
num período de 4 anos. Sabendo-se que essa economia Como falamos de capital, de investimento e de poupança,
necessita crescer anualmente no mínimo 4, qual a taxa vamos tornar mais claros esses conceitos.
de crescimento requerida do PIB em cada um dos próximos Capital é o recurso que o homem mesmo produz para
4 anos? auxlllá-lo, aliviar o esforço físico e mental e aumentar o
rendimento ou a eficácia de seu esforço produtivo. São os
Cálculo: 4 + {7,5 - 5}.3 = 5,88
chamados instrumentos de trabalho, como as máquinas e
4 os equipamentos. O capital é um recurso e é também um
bem, denominado "bem de capital", que é definido como
As estatísticas sobre desemprego, no Brasil, são de-
o bem produzido e utilizado para produzir outros bens. São
sencontradas. Enquanto o IBGE estima em 4,6 a taxa de exemplos de capital desde os primeiros instrumentos, como
desemprego em dezembro de 2012, para o Departamento o machado, o arco e a flecha, a canoa, até os modernos tor-
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIE-
nos, robôs e computadores, além das estradas e instalações
ESE a mesma taxa nesse período foi calculada em 9,7. A
industriais.
razão dessa divergência está na diferença de metodologia de
O capital possui uma característica muito importante,
pesquisa empregada. Dentre as principais diferenças, tem-se:
- O IBGE, por recomendações da Organização Interna- que é a de a sua produção representar um acréscimo na
cional do Trabalho - OIT, mede apenas o desemprego capacidade produtiva. Por exemplo, a construção de uma
aberto, que abrange as pessoas sem ocupação e sem estrada, que é um bem de capital, possibilita o aumento da
rendimento, que procuraram trabalho efetivamente capacidade de produção de mercadorias e serviços (mais
nos trinta dias anteriores à pesquisa, e não tenham transporte, turismo e produção de bens).
trabalhado nos últimos sete dias. A pesquisa abrange Assim, a produção de um país, se de um lado deve ofe-
as regiões metropolitanas de São Paulo, Recife, Belo recer uma parcela significativa de bens para consumo para
Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. sua população no presente, por outro deve também oferecer
- O DIEESE amplia para 12 meses o período de procura produtos, os bens de capital, que possibilitarão maior pro-
de trabalho e incorpora aqueles que estão procurando dução de bens no futuro. A remuneração do capital é o juro.
emprego, mas exercem alguma atividade irregular e Agora temos de fazer a distinção entre capital e inves-
com baixa jornada de trabalho ("trabalho precário"). timento.
- O DIEESE incorpora aqueles que não procuraram em- Capital é o montante de bens de capital de uma empre-
prego nos últimos 30 dias mas o fizeram no último ano sa ou de um país num momento do tempo. Por exemplo,
(desemprego oculto por desalento). Para o IBGE essas no dia 31 de dezembro o capital de uma empresa é de 20
pessoas são enquadradas como inativas e excluídas da máquinas ou o seu valor equivalente. É a chamada variável
população economicamente ativa. de estoque. Investimento Bruto é o montante de bens de
- As pessoas que exercem atividades não remuneradas capital produzidos ou adquiridos num determinado perío-
em organizações beneficentes e que não procuram tra-
do de tempo. Investimento Líquido é a diferença entre o
balho são consideradas ocupadas pelo IBGE e inativas
investimento bruto e a perda de máquinas pela depreciação
pelo DIEESE.
ou obsolescência. Por exemplo, uma empresa adquiriu 35
- As crianças de 10 a 14 anos são incluídas na População
máquinas durante 3 meses; esse foi seu investimento bruto.
em Idade Ativa pelo DIEESE, e não incluídas pelo IBGE.
No mesmo período houve uma depreciação de 7 máquinas,
DADOS DE DESEMPREGO o que significa um investimento líquido igual a 35 - 7 = 28.

Brasil
Investimento Líquido =
Ano IBGE SEADE/DIEESE Investimento Bruto - Depreciação
2002 11,7 19,0
2003 12,4 19,9 A contrapartida do investimento é a poupança. Para que
2004 11,5 18,8 haja recursos a serem investidos, é preciso que a sociedade
2005 9,9 17,0 abdique de parte da produção, ou da renda, para poupar.
2006 10,0 15,9 Poupança é, portanto, a renda menos o consumo. A teoria
2007 9,3 15,0 macroeconômica considera que a poupança é influenciada
2008 7,9 13,5 diretamente pela renda e pela taxa de juros.
2009 8,1 11,9
Poupança = Renda - Consumo
2010 6,7 10,6
2011 6,0 10,1 Para haver investimento, é preciso existir poupança.
2012 4,6 9,7
2013* 6,0 11,0 Poupança ~ Investimento
*Até junho
Fonte: IBGE e PIB Nominal e PIB Real
DIEESE
Taxa de Juros, Investimento e Poupança O PIB é uma medida do desempenho e do bem-estar
Juro é a remuneração do fator capital. Taxa de juros é a econômico de uma nação. Ele é igual ao somatório dos va-
relação entre o juro e a quantidade de capital. O juro é uma lores de todos os bens produzidos em determinado período.
variável importante da economia, pois é o preço em que se n c(
incorre na realização de um investimento.
Quanto maior o juro, maior é o estímulo das pessoas a
PIB = :E p, q; sendo p, e q; os preços e as quantidades
i =1
s
poupar, pois maior será a remuneração dessa poupança. Por O
z
outro lado, quanto maior o juro, menor a disposição dos de cada bem 1, e no número de bens da economia, O
u
empresários em investir. Esse é um dos dilemas da economia.
UJ

5
r;
~ Denomina-se Pia nominal, o valor do PIS a preços cor- E a variação de preços é:
~
rentes, isto é, aos preços do próprio ano, e PIB real, o valor
1,2780 - 1 = 0,2780 ou 27,8
do PIB aos preços relativos a outro ano. O PIB real é também
definido como o PIB a preços constantes, pois é utilizado para
Esse índice de preços também é denominado de Deflator
se fazer uma comparação de desempenho, sem a influência
lmplíclto de Preços, e corresponde ao índice de preços de
da variação de preços ocorrida entre os anos em análise.
Paasche.
Vamos a um exemplo

PIB Deflator do PIB


Quantidade (ton) Preços (R$/kg) Ano índice
nominal Real variação ()
Ano 1 35 35 1,00 -
carne feijão carne feijão
2 52,4 41 1,278 27,8
1 20 30 1,00 0,50
2 25 32 1,20 0,70 Voltando à igualdade "índice nominal índice real x =
índice de preços", tem-se que índice real = índice nominal/
Cálculos dos PIB nominais (em R$1.000,OO): índice de preços, isto é, pode-se calcular a variação real ou
de quantidade da economia, dividindo-se o índice nominal
pelo índice de preços. Isso significa deflacionar-se um valor.
Ano 1 = L Pl.ql = 20 x 1,00 + 30 x 0,50 = 20 + 15 = 35
Consideremos a seguinte tabela:
Ano 2 = L P2.q2 = 25 x 1,20 + 32 x 0,70 = 30 + 22,4 = 52,4

Considerando-se o ano 1 como base, o índice do PIB ~ Variação dos o PIB real
"O
preços () .!!?
nominal do ano 2 é igual a - ro
c <lJ ::J
'"c '1:: "O f
"'Co 'f o
Z
ro
-o
Q) :::J
o
c .!!? '-'=.:o'-'ro
« ro .Q
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c
<
:::J
s::J
u
C "'
,- U<
o
~
ru

"
*"~
Variação do PIB nominal: ~ ro o..
1 150 - - - 1,00 150 -
(L P2.Q2/ L Pl.ql) -1 = (52,4/35) -1 = 0,4971 = 49,71. 2 165 10 8 8 1,08 152,8 1,9
3 198 20 22 31,76 1,3176 150,3 -1,6
Como se pode observar, o crescimento nominal consi- 4 227,7 15 12 47,57 1,4757 154,3 2,7
5 239,08 5 10 62,33 1,6233 147,3 -4,5
dera as variações das quantidades e dos preços. Para medir
a variação do bem-estar econômico do ano 1 para o ano 2, Observações:
devemos ignorar a evolução dos preços. Calculemos, então, - O cálculo da coluna de "Variação Nominal" resulta
o PIB de cada ano considerando os preços constantes do ano da variação do PIB nominal de cada ano em relação
1, ou seja, os PIB reais. ao ano anterior. Por exemplo, a variação nominal de
Cálculos dos PIB reais (em R$1.000,00): 3 em relação a 2 é igual a (198/165) - 1 = 0,20 ou
20.
- A coluna do PIB real é obtida dividindo-se o PIS no-
Ano 1 = L Pl. l = 35
q

minal de cada ano pelo respectivo índice acumulado


Ano 2 = L Pl.q2= 25 X 1,00 + 32 x 0,50 = 25 + 16 = 41 de preços. Nesse caso, deflaciona-se cada valor do
PIB
Considerando-se o ano 1 como base, o índice do PIS real nominal a fim de que os preços permaneçam cons-
do ano 2 é igual a tantes ao ano de 1. Por exemplo, o PIB real referente'
a 5 é igual a 239,08/1,6233 = 147,3.
- A coluna de variação do PIB real deve ser comparada
com a do PIS nominal. Nesse caso, verifica-se, por
exemplo, que em 3 e 5, apesar de crescimentos nomi-
Esse índice é conhecido como índice de quantidade de
nais positivos, os crescimentos reais foram negativos.
Laspeyres.
A explicação para essa diferença está nas variações
de preços, que foram superiores às variações do PIB
Variação do PIS real:
nominal em cada um desses anos.

( L Pl.q2/ L Pl.ql) - 1 = (41/35) -1 = 0,1714 = 17,14.


O Produto Real e o Produto Per Capita
Tem-se que: índice nominal = índice real X índice de
preços Quanto maior o valor do produto, maior deve ser o de-
Daí que: índice de preços = índice nominal/índice real. sempenho de uma economia, e portanto maior deve ser o
seu bem-estar. Mas a população normalmente também está
Então, o índice de preços é igual a: crescendo, de tal maneira que é preciso verificar se está
havendo um aumento efetivo de bem-estar para cada um
s::! 1,4971/1,1714 = 1,2780 dos componentes da sociedade. Nesse caso, utiliza-se como
O
z indicador o produto (ou renda) per capita.
o
u
w PIB per capita = PIB real/ População

6
~
~
Como exemplos, tem-se o estoque de soja nos armazéns
Vejamos a seguinte tabela:
governamentais, as reservas de divisas de um país, o número
Ano PIB real População PIB per capita de carros estacionados em determinado momento em um
$ milhões À mil À $ À shoppinq, o número de alunos que está neste momento
habito assistindo a uma aula etc.
1 150 - 200 - 750 - Existem relações importantes entre diversos fluxos e
2 162 8 210 5 771,4 2,9 estoques na economia. Vamos a alguns exemplos:
3 167 3 220,5 5 757,4 -1,8 -Investimento e Capital
A despesa de investimentos é um fluxo que concorre
O quadro mostra que, apesar de a economia ter crescido para o aumento do estoque de capital. A despesa com
em termos reais de 8 no ano 2, o crescimento da renda per novas máquinas, a construção de novos prédios, fábricas e
estradas fazem com que o estoque ou o patrimônio de um
capita foi de apenas 2,9, em virtude de o crescimento po-
país aumente. Fazendo K o estoque de capital e I o fluxo de
pulacional ter sido de 5. Já no ano 3 a renda per capita cai,
investimento, tem-se:
pois o PIB real aumentou menos (3) do que a população.
A renda per capíta é o padrão mais usado para medir
o desenvolvimento econômico de uma nação. Mas assim
K= K
-1
+1
como a mensuração do PIB tem aspectos que devem ser
considerados, a renda per capita deve servir com as mesmas onde K -1 é o estoque de capital do período anterior.
precauções, dentre as quais destacam-se: A expressão indica que o estoque de capital do período cor-
- o grau de desigualdade na distribuição da renda; rente é igual a de capital do período anterior, mais o fluxo
de investimento corrente. Como o capital sofre um processo
- a taxa de analfabetismo; de desgaste ou obsolescêncía, conhecido como depreciação
- a expectativa de vida; (d), tem-se que:
- o grau médio de instrução.

Em 2012, o PIB no Brasil foi calculado em cerca de K = K -1 + 1- d


R$ 4,476 bilhões. Com uma população de 190 milhões de
onde 1 é o investimento bruto e 11- d o investimento líquido.
habitantes, a renda per capita foi de cerca de R$ 21.415.
Pode-se fazer:
Brasil
K-K= I-d
-1
Crescimento Crescimento real
Ano do PIB per capita onde a variação do estoque de capital é igual ao investimento
real do PIB ()
() líquido.
2000 4,3 2,8
- Patrimônio e poupança
2001 1,3 -0,2
2002 2,7 1,2 w-w =5 -1
2003 1,1 -0,2
onde a variação do estoque patrimonial, ou patrimônio (W)
2004 5,7 4,3
é igual ao fluxo de poupança (5).
2005 3,2 1,9
2006 4,0 2,7 - Reservas Internacionais e saldo do balanço de paga-
mentos
2007 6,1 4,9
2008 5,2 4,1 RI- RI_1 = 5BP

2009 -0,6 -1,6


onde a variação dos estoques ou das reservas internacionais
2010 7,5 6,5 do país (RI) é igual ao saldo do balanço de pagamentos (5BP).
2011 2 /7 1 /5
- Dívida e déficit público
2012 0,9 0,1
DIV PUB - DIV PUB
-1
= DEF PUB
Fonte: IBGE

onde a variação da dívida pública (DIV PUB) é igual ao déficit


Estoques e Fluxos
público (DEF PUB).

Denomina-se variável"fluxo" aquela que é medida por


Produto Efetivo e Produto Potencial
eríodo de tempo. Como exemplos, tem-se a produção de <C
p ~
ço por ano, a produção de batata por mês, o número de Produto potencial é o valor do produto que resultaria
a O
utomóveis que estacionam em um shopping por hora, a va- da utilização de todos os recursos de que uma economia z
a
ão de um rio por minuto etc. Enquanto isso, denomina-se
z dispõe. Esses recursos são a sua população economicamente 8
v ariável estoque aquela que é medida num ponto do tempo. ativa, o estoque de todo seu capital, os recursos naturais etc.
w

7
Produto efetivo é o valor do produto que resulta da O quadro revela dois aspectos da produção industrial
efetiva utilização de recursos da economia, que pode ser no período:
realizada no todo ou em parte. - a produção efetiva é realizada bem abaixo de sua
O gráfico acima mostra a curva de possibilidades de capacidade;
produção da economia. - o nível de capacidade ociosa aumentou de um ano
A curva determina o máximo que pode ser produzido de para outro.
dois bens, X e Y. No ponto A, por exemplo, são produzidas as
quantidades \ e Yi, dada a limitação de recursos disponíveis. A tendência normal de um país é de crescer de acordo
Esse é o produto potencial. com a sua capacidade produtiva, isto é, conforme crescem a
Se a economia, no entanto, está produzindo no ponto B, sua população, o estoque de capital e a tecnologia. O
com as quantidades X2 e Y2, ela não utiliza todos os recursos produto
de que dispõe. Esse é o produto efetivo da economia. efetivo, no entanto, está sujeito a instabilidades, causadas
principalmente por:
- política econômica do governo;
- estímulos positivos ou negativos dos agentes econô-
micos (situação política, expectativas otimistas ou
positivas etc.);
- eventos fortuitos (clima, guerras, convulsões sociais
etc.).

A conjuntura econômica determina a maior ou me-


nor expansão do produto, e inclusive a sua diminuição.
Os estudiosos do comportamento do produto costumam
dizer que a economia atua em ciclos, os chamados ciclos
econômicos, que apresentam uma certa regularidade, e as
seguintes etapas:
A diferença entre o produto potencial e o produto efetivo - recessão: diminuição mais suave da produção e do
denomina-se hiato de produto. Esse hiato corresponde a emprego. Costuma-se identificar uma recessão
desemprego de recursos. quan-
do o produto cai por dois trimestres consecutivos.
Hiato de produto = produto potencial - produto efetivo - depressão: aprofundamento da recessão, isto é,
a queda da atividade diminui a níveis bem mais baixos.
Por que o produto efetivo é normalmente menor do que - recuperação: retomada do aumento da atividade. Há
o produto potencial? A macroeconomia estuda as causas um crescimento em relação aos níveis imediatamente
dessa diferença. anteriores.
O gráfico abaixo mostra como evoluem o produto - prosperidade: aumento das taxas de crescimento do
potencial (PP) e o produto efetivo (PE) ao longo do tem- produto e do emprego.
po. Ambos tendem a crescer, mas de forma diferente.
O produto potencial evolui como uma linha reta, e o seu cres- A economia sempre apresenta problemas. Se a recessão
cimento depende do crescimento da população, do estoque e a depressão vêm acompanhadas de desemprego, a recu-
de capital e da tecnologia. Enquanto isso, o produto efetivo, peração e a prosperidade trazem consigo os aumentos de
embora também tenda a crescer ao longo do tempo, o faz preços, isto é, a inflação. Esses problemas são estudados
de modo menos regular. através da teoria macroeconômica.

IDENTIDADES MACROECONÔMICAS
FUNDAMENTAIS. FORMAS DE
MENSURAÇÃO DO PRODUTO E DA RENDA
NACIONAL. O SISTEMA DE CONTAS
NACIONAIS. CONTAS NACIONAIS NO
BRASIL

Enquanto a evolução do produto potencial está ligada a A Igualdade entre Produto, Renda e Despesa
fatores estruturais da economia, e portanto sujeita a mo-
dificações que ocorrem a um prazo mais longo, o produto A Contabilidade Nacional estuda os registros contábeis
efetivo é determinado por fatores conjunturais, que ocorrem dos agregados macroeconômicos e fixa uma série de con-
no curto prazo. ceitos e identidades entre eles.
Quando a produção efetiva é menor do que a potencial, Uma identidade fundamental é a igualdade entre pro-
diz-se que há capacidade produtiva ociosa. O quadro abaixo duto, renda e despesa. O produto é igual à renda, pois cada
mostra os percentuais de utilização da capacidade instalada unidade de valor do produto corresponde a uma unidade
na indústria de transformação no Brasil nos últimos anos. de remuneração a um fator de produção. A renda é igual à
despesa, pois ela é totalmente dirigida, direta ou indireta-
mente, à aquisição dos bens e serviços. Daí que o valor do
Discriminação Anol Ano 2
produto é igual à despesa.
« Indústria de transformação 81 80
sO Bens de consumo 84 77 PRODUTO = RENDA = DESPESA
z Bens de capital 72 65
O
u A Medição do Produto
Fonte: Fundação Getúlio Vargas O Produto é o valor dos bens finais produzidos pelo sis-
w
tema econômico. Existem três maneiras distintas de fazer-se
essa medição.

8
~
~
Método do Valor Agregado Corante Tintas
s
Define-se valor agregado como o valor da produção que
resulta do esforço produtivo de uma empresa. A produção de salários = 25 valor da pro- corantes = 50 valor da pro-
aço, por exemplo, exige que a siderúrgica adquira outros produ- juros = 7 dução = 50 salários = 28 dução = 100
tos que ela não produz diretamente, como o minério de ferro,
royalties = 6 juros = 8
aluguéis = 5 aluguéis = 9
a energia elétrica etc., que são as matérias-primas ou consumo
lucros = 7 royaities = 3
intermediário. Nesse caso, o valor agregado da empresa será a
lucros = 2 ----if---
produção de aço, subtraída do valor desses produtos. 50 50 100 10
0
Valor Agregado =
livros
Valor da Produção - Consumo Intermediário

Vamos a um exemplo, extraído de Marcos Giannetti da papel = 80 valor da pro-


tintas = 100 dução = 200
salários= 12
Fonseca, do livro Manual de Economia, de professores da USP.
juros = 5
lucros = 3
Valor da Consumo Vàlor
Produto
produção intermediário agregado 200 200

Madeira 60 - 60
A Renda é definida como o somatório das remunerações
Papel 80 60 20 de todos os fatores de produção: salários + juros + aluguéis
Corantes 50 - 50 + royalties + lucros.
Tintas 100 50 50
Livros 200 180 20 Assim, temos:
Total 490 290 200
Salários = 45 + 12 + 25 + 28 + 12 '" 122
Observações:
Juros = 5 + 4 + 7 + 8 + 5 = 29
• O valor da produção não mede com exatidão o Aluguéis = 2 + 5 + 9 '" 16
produto da economia, pois esse conceito incorre na Rovolties = 6 + 3 = 9
contagem de bens mais de uma vez (dupla e múltipla Lucros = 10 + 2 + 7 + 2 + 3 = 24
contagem).
O valor de 490 não representa o que foi realmente Renda = 122 + 29 + 16 + 9 + 24 = 200

· produzido, pois esse valor conta produtos mais de


uma vez. Como a Renda é igual ao Produto, o Produto é igual a 200.
• Se somarmos o valor da madeira (60) com o valor do
papel (80l, estaremos contando a madeira duas vezes, A geração de renda por empresa é igual a:
pois ela está também incorporada ao papel. O mesmo
ocorre se somarmos corantes com tintas. Madeira = 45 + 5 + 10 = 60;
• A economia, na verdade, somente produziu um bem, Papel = 12 + 4 + 2 + 2 = 20;
no caso o livro, no valor de 200. Corantes = 25 + 7 + 6 + 5 + 7 = 50;
Tintas = 28 + 8 + 9 + 3 + 2 = 50;
Ao se estimar o Produto, portanto, não se deve somar a
Livros = 12 + 5 + 3 = 20.
produção de aço com a de minério de ferro, a produção de
borracha com a de pneus, a de petróleo com gasolina, a de
Observe-se que a renda, por empresa, iguala o seu
tijolos com casas, a de aulas com a de giz etc.
valor agregado.
Método da Renda
Método da Despesa
Vamos descrever, agora, a produção de cada item de nossa
Renda = Produto = Despesa. No nosso exemplo, ao se
economia hipotética, considerando o consumo intermediário
considerar a despesa da sociedade com os livros, o produto
de cada setor e o pagamento das remunerações dos fatores
será igual a essa despesa e igual a 200.
de produção. A tabela abaixo mostra os fatores de produção
A Despesa de uma economia pode ser assim expressa:
de uma economia e suas respectivas remunerações:

Fatores Remunerações DG = C + I, + I, + G + X,
Trabalho Salário
sendo:
Capital Juro DG: Despesa Global
Recursos Naturais Aluguel C: Consumo das famílias
Tecnologia Rovaltv IF: Investimento fixo'
Empresário Lucro I,: Investimento em estoques
G = Consumo do Governo
Madeira Papel =
X Exportações
<I:

salários = 45 va lor da pro- madeira = 60 valor da pro-


Mas, para que a Despesa se iguale ao valor do PIB, deve-
-se subtrair dela a despesa com bens importados, já que estes
s
não são produzidos internamente. Assim, tem-se: O
juros 5 = dução 60 = salários 12= =
dução 80 z
lucros =10 juros = 4 O
aluguéis = 2 DJ = C + I, + I, + G + X - M = P18, u
lucros = 2 w
60 60 80 80
9
~
~
sendo:  Serviços de fator: são os serviços proporcionados
DI; Despesa Interna pelos fatores de produção e que geram remunerações,
M: Importações como principalmente os juros, lucros e raya/ties.
 Serviços de não fator: são os demais serviços, como
Vamos descrever, agora, cada um dos componentes da as viagens, transporte, seguros, aluguéis de filmes,
Despesa Interna. serviços governamentais etc.

 Consumo Final das Famílias: inclui os bens não du- Para o último ano disponível (1994) tem-se os seguintes
ráveis, como alimentação, vestuário, gasolina etc., valores para esses agregados:
os bens duráveis, como geladeiras, computadores,
fogões, automóveis etc. e os serviços, como as consul-
tas médicas, serviços bancários e do governo, cortes Valor
de cabelo, cinema etc.
Item
 Investimento Fixo (ou formação bruta de capital fixo):
(R$ 1 milhão)
compreende as despesas com Construções, com Má-
quinas e Equipamentos e Outras. São, por definição,
Consumo das famílias 222.828
bens duráveis que correspondem ao fluxo de capital
novo que se acrescenta ao estoque de capital existen- Investimento fixo 73.960
te. É o mesmo que Investimento Bruto. A variação do Investimento em estoques ...
estoque de capital é dada pelo Investimento líquido
Consumo do governo 54.581
(investimento bruto, menos a depreciação). Quando
o Produto refere-se somente ao investimento líquido, Exportações 30.422
ele é denominado Produto Interno Líquido (PIL). Importações 26.224
 Investimento em Estoques (ou variação de estoques):
PIB 355.567
é a parte do PIB que não é efetivamente demandada,
Fonte: IBGE
e por isso é adicionada aos estoques da economia.
Se, por exemplo, uma fábrica produz 10.000 pares
Mas se uma parte da renda não é consumida, como ela
de sapatos num determinado mês e somente vende
pode equivaler à despesa? A parte não consumida da renda é
8.000 pares, a variação de estoques é igual a 2.000
igual à poupança. Enquanto isso, a despesa, numa economia
pares. Ao subtrair-se esse item da Despesa Interna,
fechada, é igual a consumo mais investimento. Desse modo,
tem-se o conceito de Despesa Efetiva.
a poupança deve equivaler às despesas de investimento.
Despesa Efetiva =
Despesa Interna - Variação de Estoques RENDA= CONSUMO + POUPANÇA
DESPESA = CONSUMO + INVESTIMENTO
O conceito de Despesa Efetiva é importante na macroe- Como RENDA = DESPESA,
conomia, pois é o seu montante que vai determinar o nível CONSUMO + POUPANÇA =
de emprego e a renda nacional. CONSUMO + INVESTIMENTO
Daí que POUPANÇA= INVESTIMENTO
 Consumo Final das Administrações Públicas (ou
Consumo do Governo): compõe-se das despesas cor- Mas sabemos que a poupança é uma decisão das unida-
rentes das três esferas de governo (federal, estadual des familiares, enquanto os investimentos são planejados e
e municipal) e é classificado em dois itens: Salários realizados pelas empresas. Como os seus valores podem ser
e encargos e Outras compras de bens e serviços. iguais? Ocorre que a poupança e o investimento planejados
Os serviços públicos proporcionados pelas adminis- normalmente são diferentes. A igualdade acima verifica-se
trações públicas à sociedade são mensuradas pelo porque no investimento são incluídas as variações de esto-
item "Salários e encargos". As despesas de capital ques, que justamente representam a diferença entre o que
do Governo, como a construção de escolas, pontes e as pessoas desejam poupar e as empresas decidem investir.
estradas são consideradas como Investimentos. Nesse caso, o investimento passa a ter dois conceitos o
planejado e o realizado.
 Exportações e Importações: compreendem os bens
que o país vende e os que compra do exterior. As ex-
portações (X) fazem parte da demanda pelo produto INVESTIMENTO REALIZADO= INVESTIMENTO PLANEJADO
e as importações (M) são parte da oferta disponível + VARIAÇÃO DE ESTOQUES
para a sociedade. A soma dos seus valores, em relação
Numa economia aberta, tem-se que:
ao PIB, indica o grau de abertura da economia para o
exterior.
DESPESA = CONSUMO + INVESTIMENTO +
EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES
Grau de abertura da economia = Exportacões + Importacões
DESPESA= RENDA= CONSUMO +
PIS
c(
POUPANÇA INTERNA
~ CONSUMO + POUPANÇA INTERNA =
Q
Para o cálculo do PIB, devem ser consideradas as expor- CONSUMO + INVESTIMENTO +
z
o tações líquidas, isto é, X - M, pois M não constitui produção EXPORTAÇÕES - IMPORTAÇÕES
u e renda dentro do país. Além das mercadorias normalmente INVESTIMENTO= POUPANÇA INTERNA +
U.I
transacionadas, há serviços importados e exportados. Estes IMPORTAÇÕES-EXPORTAÇÕES
classificam-se em: ou INVESTIMENTO =; POUPANÇA INTERNA + POUPANÇA
EXTERNA
10
A Absorção VALOR DA PRODUÇÃO =
Absorção é a soma das despesas com o consumo e o VENDAS INTERMEDIÁRIAS + DEMANDA FINAL
investimento. Numa economia fechada, o Produto é todo e
dirigido à absorção. Numa economia aberta, o Produto VALOR DA PRODUÇÃO = COMPRAS
pode ser diferente da absorção, já que parte da produ- INTERMEDIÁRIAS + VALOR AGREGADO
ção é exportada e parte da absorção é proveniente das
importações.
Observe-se, também, que para cada setor o total das
vendas não tem de ser necessariamente igual às compras
ABSORÇÃO = CONSUMO + INVESTIMENTO intermediárias, o que significa que o valor da demanda
PRODUTO = DESPESA = ABSORÇÃO + final é diferente do valor agregado. Mas para os setores
EXPORTAÇÕES -IMPORTAÇÕES como um todo, certamente que o total das vendas iguala
o total das compras. Assim, tem-se para a economia como
As Relações Intersetoriais um todo:
As atividades econômicas são exerci das por empresas
VENDAS INTERMEDIÁRIAS = COMPRAS INTERMEDIÁRIAS
que adquirem matérias-primas, empregam recursos e
produzem bens. Essas atividades podem ser divididas em
e
VALOR AGREGADO = DEMANDA FINAL
setores específicos, que são a agricultura, a indústria e os
serviços. A dinâmica da economia exige uma intensa troca
de bens entre esses setores. Assim é que a indústria adquire O cálculo do Produto da economia pode ser feito, então,
matérias-primas da agricultura, que adquire produtos da a partir do valor agregado, como também da demanda final.
indústria, que compra serviços, que por sua vez consome Veja no quadro a seguir.
produtos industriais etc. O quadro a seguir apresenta um
exemplo dessas interrelações, em unidades monetárias, em Setor Valor agregado Demanda final
uma economia fechada.
Agricu Itu ra 105 90

Indústria 185 165


~ "iii :.
s:: ·0 Serviços 210 245
~ e::s '" '"o '"
.;:
"''''' :r::
•• ~
{Q .-

'" e
"'0 Produto total 500 500
~ ..,. ,,-c "
B ::I
.~ o: Qj lU .",
u .::1 o:
QJ QJ " Uo Definição dos Demais Agregados Macroeconômicos
'" ~ -c.E '" ~ sê EQJ'" (5 Vamos construir uma conta do Produto de uma economia
.5: c ~ hipotética, a fim de conhecermos novos agregados.
Agricultura 10 30 15 55 i 90 145
PRODUTO
Indústria 25 50 45 120 116 285
5
Serviços 5 20 100 125 245 370 Formação do Produto Destinação do Produto
Salários = ................. 260 Consumo Pessoal " .............................. 325
Compras intermediárias 40 100 160 300 - - Juros = ......................... 75

105 185 210 I 500 Aluguéis" ............ .47 Investimento Bruto " ....... 85
Valor agregado - - Royalties = .................... 23
145 285 370 - - 800 Lucros = ........................40 = .... 74)
Valor da produção
I
As vendas intersetoriais são avaliadas horizontalmente,
(Formação Bruta de Capital Fixo

e as compras intersetoriais são avaliadas verticalmente. PIL cf = .................445 (Variação de Estoques = 11)
Por exemplo, a agricultura vende $ 10 para o próprio setor
Depreciação = ................... 8 Consumo das Administrações
agrícola (mudas de milho para a produção de milho) e $ 15 Públicas = ........................................... 72
para o setor de serviços (plantas para enfeites de agências PIB cf = ............... 453
bancárias). A indústria vende $ 25 para a agricultura (agro- Exportações = ..................................... 38
Impostos indiretos = 59 Importações = ............................................. -20
tóxicos, tratores) e o setor de serviços vende $ 20 para a Subsídios =
indústria (serviços médicos], ...................................... -1
2 PIB pm 500 PIB pm = 500
Cada setor econômico canaliza a sua produção, hori- >

zontalmente, para duas direções: vendas intersetoriais e a


demanda final, esta constituída pelas demandas de consumo Observações:
das familias e do governo e dos investimentos. A soma dessas  Do lado esquerdo, o Produto é calculado a partir da
duas destinações resulta no valor da produção. Vertical- sua formação, ou de seus custos.
mente, o mesmo valor da produção pode ser visto como a  Do lado direito, o Produto é calculado a partir de sua
soma entre as compras intermediárias e o valor agregado destinação, dispêndio ou demanda.
em cada setor.  A partir de sua formação, podemos definir o soma-
A agricultura, por exemplo, tem um valor de produção tório das remunerações dos fatores (salários, juros,
igual a $145. Esse valor pode ser visto horizontalmente como aluguéis, royalties e lucros) como a Renda Interna, «
a soma das vendas intersetoriais (de $ 55) e da demanda final ou o Produto Interno Líquido (PIL cf)
($ 90), como pode ser visto como a soma entre as compras ~
O
intersetoriais (de $ 40) e o seu valor agregado ($ 105). Para SALÁRIOS + JUROS + ALUGUÉIS + z
O
cada setor, tem-se: ROYALTIES + LUCROS = RENDA INTERNA U
LJ.I

1
1
~
~
RENDA INTERNA;;: PRODUTO  Produto Nacional: é o valor do Produto que perten-
INTERNO LfQUIDO A CUSTO DE FATORES ce ao país. Uma parte das remunerações geradas
internamente é enviada ao exterior, principalmente
 Se adicionarmos a depreciação ao Produto Interno sob a forma de lucros e juros. Enquanto isso, o país
Líquido, tem-se o Produto Interno Bruto. beneficia-se de remunerações que, geradas no ex-
terior, pertencem a residentes no país. Assim, para
PRODUTO INTERNO LíQUIDO A CUSTO chegar-se ao Produto Nacional, subtrai-se a renda
DE FATORES + DEPRECIAÇÃO = PRODUTO INTERNO BRU- enviada e adiciona-se a renda recebida do exterior.
TO A CUSTO DE FATORES Fazendo-se a renda líquída enviada ao exterior como
a diferença entre a renda enviada e a renda recebida
 Quando os bens são dirigidos ao mercado, geralmente do exterior, tem-se que o Produto Nacional é igual
têm o seu valor acrescido pelos impostos indiretos ao Produto Interno, menos a renda líquida enviada
que os consumidores pagam, total ou parcialmente, ao exterior.
embutido no preço dos produtos, e reduzido pela
aplicação de subsídios governamentais, resultando PRODUTO NACIONAL = PRODUTO INTERNO - RENDA
o Produto Interno Bruto a preços de mercado. LíQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR

PRODUTO INTERNO BRUTO A CUSTO DE FATORES +  Como o Produto Interno é igual à Renda Interna, do
IMPOSTOS INDIRETOS - SUBsíDIOS = PRODUTO mesmo modo o Produto Nacional é equivalente à
INTERNO BRUTO A PREÇOS DE MERCADO Renda Nacional.

Outros conceitos: =
RENDA NACIONAL RENDA INTERNA-
RENDA LíQUIDA ENVIADA AO EXTERIOR
 Oferta Global: é o valor dos bens que se destinam a
atender a demanda global, inclusive os provenientes  Renda Pessoal: é definida como o montante da ren-
do exterior. da interna que fica finalmente com as pessoas, ou
famílias, após feitas deduções de remunerações que
OFERTA GLOBAL = PRODUTO INTERNO BRUTO A não vão para as famílias, e adições que as beneficiam,
PREÇOS DE MERCADO + IMPORTAÇÕES mas não têm origem no processo produtivo, e antes
do pagamento dos impostos diretos.
 Disponibilidade Interna: é o valor dos bens efetiva-
RENDA PESSOAL = RENDA INTERNA - renda líquida
mente disponíveiS na economia interna.
enviada ao exterior - lucros retidos - contribuições pre-
videnciárias - impostos diretos das empresas + transfe-
DISPONIBILIDADE INTERNA =
rências do Governo
OFERTA GLOBAL - EXPORTAÇÕES

 Demanda Global: é o valor da destinação do produto  Renda Pessoal Disponível: é a parcela da renda inter-
ou valor da despesa, aí incluída a produção destinada na que finalmente resta às famílias para o consumo e
ao exterior. É igual à Oferta Global. a poupança.

DEMANDA GLOBAL = CONSUMO PESSOAL + RENDA PESSOAL DISPONíVEL =


INVESTIMENTO + CONSUMO RENDA PESSOAL -IMPOSTOS DIRETOS DAS FAMíLIAS
GOVERNAMENTAL + EXPORTAÇÕES
 Carga tributária: denomina-se carga tributária o
 Demanda Interna: equivale à demanda pelo produto montante de impostos e outras receitas correntes do
interno, excluindo-se, portanto, as importações. Governo suportados pela sociedade em determinado
período de tempo. A carga tributária pode ser calculada
DEMANDA INTERNA = em termos brutos ou líquidos, e em geral é obtida como
DEMANDA GLOBAL -IMPORTAÇÕES uma proporção do Produto Interno Bruto.

 Demanda Efetiva: exclui a produção não efetivamente A carga tributária bruta considera apenas os valores dos
demandada, como a variação nos estoques. impostos, diretos e indiretos, e as outras receitas correntes
do Governo, enquanto que a carga tributária líquida é cal-
DEMANDA EFETIVA = DEMANDA INTERNA - VARIA- culada deduzindo-se as contra partidas dos impostos diretos,
çÃO DE ESTOQUES
que são as transferências, e as dos impostos indiretos, que
são os subsídios.
De acordo com a tabela do Produto, tem-se os seguintes
valores:
 Oferta Global = 500 + 20 = 520
=
Carga tributária bruta (Impostos diretos + Impostos
« indiretos + outras receitas correntes do Governo) / PIB
 Disponibilidade Interna = 520 - 38 = 492
~  Demanda Global = 325 + 85 + 72 + 38 = 520
O Carga tributária líquida = (Impostos diretos - transfe-
z
O =
 Demanda Interna 520 - 20 500 = rências + Impostos indiretos - subsídios + outras receitas
u  Demanda Efetiva = 500 - 11 = 489 correntes do Governo) / PIB
w

1
2
Exercício: Considere os dados abaixo, de uma economia Resultados: 1-151; 2 -166; 3 -180; 4 - 177; 5 - 165;
hipotética, num determinado ano. ' 6 - 163; 7 - 148; 8 - 162; 9 - 151; 10 - 148; 11 - 154;
12 -144; 13 -180; 14 -177; 15 - 25; 16 - 6,1; 17 - 86.
Salários 80 Depreciação 15 Subsídios 6
Renda enviada 8 Transferências 28 lucros retidos 7 Questão comentada
ao exterior do Governo
Impostos dire- 10 Aluguéis 31 Impostos 4 (MTE/Economista/2008) Julgue o item a seguir.
tos das famílias diretos das A renda auferida pelos brasileiros que trabalham no Japão é
empresas contabilizada no PIB e na renda nacional bruta.
Contribuições 11 Impostos indi- 20 Renda recebi- 5
previdenciárias retos da do exterior Gabarito: E
Juros 16 Royalties 3 lucros totais 21
Comentário:
Agora, calcule os seguintes agregados: A renda auferida pelos brasileiros que trabalham no
1- Produto Interno Líquido a custo de fatores; / Japão é contabilizada no PIB do Japão. Se essa renda for
2 - Produto Interno Bruto a custo de fatoresj-> remetida ao Brasil, fará parte do PNB do Brasil.
3 - Produto Interno Bruto a preços de mercado; ,/
4 - Produto Nacional Bruto a preços de mercado; (' As Contas Nacionais
5 - Produto Interno tíquldo a preços de mercador>" Os registros dos valores dos agregados macroeconômicos
6 - Produto Nacional Bruto a custo de fatores/ r: estão dispostos em um sistema de contas nacionais, que são
7 - Produto Nacional Líquido a custo de fatores; padronizadas pela Organização das Nações Unidas, a fim
8 - Produto Nacional Líquido a preços de mercado; / de que possam ser comparadas entre os diversos países.
9 - Renda Interna; No Brasil, a sua apuração iniciou-se em 1947 na Fundação
Getúlio Vargas. A partir de 1986 essa tarefa passou a ser
10 - Renda Nacional;
encargo da Fundação IBGE.
11- Renda Pessoal;
12 - Renda Disponível;
As Contas Nacionais do Brasil são as seguintes:
13 - Despesa Interna Bruta;
 Produto Interno Bruto
14 - Despesa Nacional Bruta;
 Renda Nacional Disponível Bruta
15 - Carga tributária bruta;
16 - Carga tributária líquida:  Conta de Capital
17 - Excedente Operacional Bruto.  Transações correntes com o resto do mundo

1 - Produto Interno Bruto

Consumo final (1.4 + 1.5)


1.1- Produto Interno Bruto, a custo de fatores (2.4)
1.4 - Consumo final das famílias (2.1)
1.1.1- Remuneração dos empregados (2.4. 1)
1.5 - Consumo final das administrações públicas (2.2)
1.1.2 - Excedente operacional bruto (2.4.2)
1.6 - Formação bruta de capital fixo (3.1)
1.2 - Tributos indiretos (2.7)
1.7 - Variação de estoques (3.2)
1.3 - Menos: subsídios (2.8)
1.8 - Exportação de bens e serviços (4.1)
1.9 - Menos: importação de bens e serviços (4.5)
Produto Interno Bruto

Dispêndio correspondente ao Produto Interno Bruto

2 - Renda nacional disponível bruta

Consumo final (2.1+2.2) 2.4 - Produto interno bruto, a custo de fatores (1.1)
2.1- Consumo final das famílias (1.4) 2.4.1- Remuneração dos empregados (1.1.1)

2.2 - Consumo final das administrações públicas (1.5) 2.4.2 - Excedente operacional bruto (1.1.2)

2.3 - Poupança bruta (3.3) 2.5 - Remuneração de empregados, líquida, recebida do resto
do mundo (4.2 - 4.6)
Utilização da renda nacional disponível bruta 2.6 - Outros rendimentos, líquidos, recebidos do resto do
mundo (4.3 - 4.7)
2.7 - Tributos indiretos (1.2)
2.8 - Menos: subsídios (1.3)
2.9 - Transferências unilaterais, líquidas, recebidas do resto
:$
do mundo (4.4 - 4.8) sO
z
Apropriação da renda nacional disponível bruta o
u
w

13
~
~
3 - Conta de capital

3.1- Formação bruta de capital fixo 3.3 - Poupança bruta (2.3)


3.1.1- Construção 3.4 - Menos: saldo em transações correntes com o resto do
3.1.1.1- Administrações públicas mundo (4.9)
3.1.1.2 - Empresas e famílias
3.1.2 - Máquinas e equipamentos Financiamento da formação bruta de capital
3.1.2.1- Administrações públicas
3.1.2.2 - Empresas e famílias
3.1.3 - Outros
3.2 - Variação de estoque (1. 7)

Formação bruta de capital

4 - Transações correntes com o resto do mundo

4.1- Exportação de bens e serviços (1.8)


4.5 +Irnportação de bens e serviços (1.9)
4.2 - Remuneração de empregados recebida do resto do
4.6 - Remuneração de empregados paga ao resto do mundo
mundo (2.5 + 4.6)
4.3 - Outros rendimentos recebidos do resto do mundo (2.6 (4.2- 2.5)
+4.7) 4.7 - Outros rendimentos pagos ao resto do mundo (4.3 - 2.6)
4.4- Transferências unilaterais recebidas do resto do mundo 4.8 - Transferências unilaterais pagas ao resto do mundo
(2.9 + 4.8) (4.4-2.9)
4.9- Saldo das transações correntes com o resto do mundo (3.4)
Recebimentos correntes
Utilização dos recebimentos correntes
5 - Contas correntes das administrações públicas

5.1- Consumo final das administrações públicas


5.1.1- Salários e encargos 5.6 - Tributos indiretos
5.1.2 - Outras compras de bens e serviços 5.7 - Tributos diretos
5.2 - Subsídios 5.8 - Outras receitas correntes líquidas
5.3 - Transferências de assistência e previdência 5.8.1 - Outras receitas correntes brutas
5.4 - Juros da dívida pública interna 5.8.2 - Menos: outras despesas de transferências
5.5 - Poupança em conta corrente 5.8.2.1- Transferências intragovernamentais
5.8.2.2 - Transferências intergovernamentais
Total da utilização da receita corrente 5.8.2.3 - Transferências ao setor privado
5.8.2.4 - Transferências ao exterior

Total da receita corrente


A IGUALDADE ENTRE POUPANÇA E
Ig - Sg = Sp -Ip + Se ou Dg = Sp -Ip + Se.
INVESTIMENTO
A expressão acima pode ser assim interpretada: o déficit
público é financiado pelo excesso da poupança privada em
o quadro 3 (Conta de Capital) mostra a igualdade con-
relação ao investimento privado, mais a poupança externa.
tábil entre poupança e investimento. À esquerda, tem-se
a formação bruta de capital, ou investimento total (I), que Questão comentada
pode ser resumido por I = FBCF + VE (formação bruta de
capital fixo + variação de estoques). À direita, tem-se o seu (Analista de Planejamento e Orçamento do MPOG!200S)
financiamento, que são as poupanças totais. A poupança Considere os seguintes dados: Investimento privado =
bruta é a poupança interna, proveniente das famílias e das 300; Poupança privada = 300; Investimento público = 200;
empresas, ou seja, a poupança privada (Sp) e a poupança Poupança do governo = 100. Com base nessas informações
pública (Sg). A poupança privada é composta pela poupança e considerando as identidades macroeconômicas básicas,
privada líquida mais a depreciação. a economia apresenta
A poupança externa (Se) é o saldo em transações cor- a) um déficit em transações correntes de 100 e um supe-
rentes com o resto do mundo, com o sinal trocado. rávit público de 100.
Assim, podemos fazer: FBCF + VE = Sp + Sg + Se. b) um superávit em transações correntes de 100 e um
Existe outra forma de apresentar essa igualdade. Como o déficit público de 100.
investimento total pode ser decomposto entre investimento c) um déficit em transações correntes de 100 e um déficit
privado (Ip) e investimento público (Ig), pode-se fazer: Ip + público de 100.
Ig = Sp + Sg + Se (1). d) um déficit em transações correntes de 100 e um déficit
« O déficit público (Dg) é a diferença entre o investimento público nulo.
~ público e a poupança do governo: Dg = Ig - Sg. e) um déficit em transações correntes nulo e um superávit
O Em (1), passando o Ip para a direita e o Sg para a es- público de 100.
z
o querda se terá:
u
Gabarito: c
w

1
4
~
~
Comentário: Conta de produção:
A questão refere-se à igualdade contábil entre investi- Produção + impostos sobre produtos = PIB + consumo
mento e poupança. Fazemos Ip + Ig = Sp + Sg + Se, ou intermediário.
seja, investimento privado + investimento público = Conta de geração de renda:
poupança privada + poupança do governo + poupança PIB = remuneração dos empregados + impostos líquidos
externa. Utilizando os valores dados, tem-se 300 + 200 = de subsídios sobre produção e produtos e sobre importa-
300 + 100 + poupança externa. Em que poupança ção + excedente operacional bruto, inclusive
externa rendimentos
= 100. Como a poupança externa é o saldo em transa- de autônomos.
ções correntes com o sinal trocado, conclui-se que este Conta de distribuição primária da renda:
é igual a -100 (déficit). Enquanto isso, o déficit público é Renda nacional bruta = excedente operacional bruto,
o investimento público menos a poupança do governo, inclusive rendimentos de autônomos + remuneração
ou seja, Ig - Sg = 200 - 100 = 100 (déficit). dos empregados + impostos líquidos de subsídios sobre
produção e produtos e sobre importação + rendas de
propriedade enviadas e recebidas do resto do mundo.
NOVA METODOLOGIA DAS CONTAS Conta de distribuição secundária da renda
NACIONAIS Renda disponível bruta= Renda nacional bruta + transfe-
rências correntes enviadas e recebidas do resto do
A partir de 1998, a Fundação IBGE modificou a forma de mundo.
apresentação do Sistema de Contas Nacionais, para Conta de uso da renda:
adaptá-Io Renda disponível bruta = consumo final + poupança
às recomendações do System of National Accounts (SNA), da bruta.
Organização das Nações Unidas. Agora, a novidade é que Conta de Acumulação:
temos de aplicar novos conceitos, mas com base no que já Poupança bruta = formação bruta de capital fixo + va-
conhecemos. As equações básicas dessa nova abordagem riação de estoques + capacidade (+) ou necessidade (-)
apresentam a Oferta (recursos da economia) e a Demanda de financiamento.
(usos da economia), da seguinte forma: Conta das operações correntes com o resto do mundo:
Saldo = exportações (+) + importações (-) + remuneração
Oferta = Produção + Importação dos empregados não residentes + rendas de proprie-
Demanda = consumo intermediário + demanda final dade enviadas (-) e recebidas (+) do resto do mundo +
transferências correntes enviadas (-) e recebidas (+) do
Desagregando, tem-se: resto do mundo.
Oferta = valor bruto da produção + importações de
bens e serviços + impostos sobre produtos + impostos
sobre importações (MPOG/Analista de Planejamento e Orçamento/200S)
Demanda = consumo final + formação bruta de capital Considere os seguintes dados de um sistema de contas
fixo + variação de estoques + exportações de bens e serviços nacionais, que segue a metodologia do sistema adotado
+ consumo intermediário no Brasil, em unidades monetárias: Produção = 1200; im-
portação de bens e serviços = 60; Impostos sobre produtos
Observe-se que consumo final + formação bruta de = 70; Consumo final = 600; Formação bruta de capital fixo
capital fixo + variação de estoques + exportações de bens = 100; Variação de estoques = 10; Exportações de bens e
e serviços = PIB. serviços = 120. Com base nessas informações, o consumo
intermediário é igual a:
Como Oferta = Demanda, fica: a) 500. b) 400. c) 450. d) 550. e) 600.
Valor bruto da Produção + Impostos sobre produtos
+ Impostos sobre as lmpcrtações e PIB + consumo inter- Gabarito: a
mediário
Comentário:
Questão Comentadas A partir de 1998, a Fundação iBGE modificou a forma
de apresentação do Sistema de Contas Nacionais, para
(Auditor-Fiscal da Receita Federal/200S) Considere os adaptá-lo às recomendações do System of National Ac-
seguin- counts (SNA), da Organização das Nações Unidas. Uma
tes dados, extraídos de um sistema de contas nacionais - das mudanças é a igualdade entre recursos (ou Oferta)
conta de bens e serviços - que segue a metodologia adotada e Usos (ou Demanda). Dentro da ótica dos recursos da
atualmente no Brasil (em unidades monetárias): Produção economia, a oferta é igual à produção, mais as impor-
total: 1.323; Importação de bens e serviços: 69; Impostos tações, enquanto que na ótica dos usos da economia,
sobre produtos: 84j Consumo final: 630j Formação bruta a demanda total é igual ao consumo intermediário,
de capital fixo: 150; Variação de estoques: 12; Exportações (isto é, a parte do produto que se dirige a outros se-
de bens e serviços: 56. Com base nessas informações, o tores da economia para serem transformados), mais
consumo intermediário dessa economia foi de: a demanda final. Uma complicação adicional é que os
a) 700. b) 600. c) 550. d) 650. e) 628. impostos sobre a produção são dados separadamente,
e precisam ser adicionados à Oferta. Assim, vamos armar
Gabarito: e a equação com os números dados: Oferta = 1.200 + 60
+ 70. Demanda = 600 + 100 + 10 + 120 + consumo inter-
Comentário: mediário. Fazendo-se Oferta = Demanda e resolvendo,
Eis todas as expressões que fazem parte das Contas tem-se consumo tntermedlãrtc e soa. s::E
Econômicas Integradas: o
Conta de bens e serviços: z
Produção + importação de bens e serviços + imposto
oU
LU
sobre produtos + imposto de importação + demais im-
postos sobre produtos = PIB + consumo intermediário.

lS
<>
~
(MPOGjEspecialista em Políticas Públicas e Gestão Gover- Comércio Exterior
namentalj2009) Considere os seguintes dados extraídos
de um Sistema de Contas Nacionais extraídas das contas Define-se BALANÇO DE PAGAMENTOS como sendo o
de produção de renda: Produção: 2.500; Impostos sobre registro sistemático das transações entre os RESIDENTES
produtos: 150; Produto Interno Bruto: 1.300; Impostos sobre e os NÃO RESIDENTES de um país durante determinado
a produção e de importação: 240; Subsídios à produção: período de tempo.
zero; Excedente operacional bruto, inclusive rendimento de O Balanço de Pagamentos divide-se em dois grandes
autônomos: 625. Com base nessas informações, é correto grupos de transações: as TRANSAÇÕES CORRENTES e as
afirmar que o consumo intermediário e a remuneração dos TRANSAÇÕES DE CAPITAL. CORRENTES são as transações
empregados são, respectivamente, que se referem ao movimento de mercadorias e de servi-
a) 1.200 e 410. ços, inclusive as referentes às remunerações pelos serviços
b) 1.350 e 440. proporcionados pelos fatores de produção, como os juros e
c) 1.350 e 435. os lucros. São transações de CAPITAL as que se referem ao
d) 1.200 e 440. movimento financeiro, isto é, dinheiro e títulos de crédito.
 e) 1.300 e 500.
Estrutura do Balanço de Pagamentos
Gabarito: c
16
Comentário: 1. Transações Correntes 2. Transações de Capital
a) Balança Comercial d) Capitais Autônomos
Pelas contas nacionais, sabemos que Produção + im- Exportações Investimentos
postos sobre produtos = consumo intermediário (CI) + Importações Reinvestimentos
Produto Interno Bruto. Substituindo-se, temos: 2.500 Financiamentos
+ 150 = CI + 1.300. Donde CI = 1.350. Outra igualdade b) Balança de Serviços Amortizações
da contabilidade macroeconômica é: Produto Interno Viagens Capitais de curto prazo
Bruto = remuneração dos empregados (RE) + impostos Transporte
Seguros e) Erros e Omissões
líquidos de subsídios sobre a produção e importação +
Lucros
Excedente operacional bruto, inclusive rendimento de (a+b+c) + d + e = saldo total
Juros
autônomos. Substituindo-se, temos: 1.300 = RE + 240 + Serviços Governamentais do balanço de pagamentos
625. Donde RE = 435. Outros Serviços
f) Capitais Compensatórios
Variação de reservas
c) Transferências Unilaterais
NOÇÕES SOBRE O BALANÇO DE a + b + c = Saldo do balanço
Empréstimos de regulari-
zação
PAGAMENTOS. ESTRUTURA DO BALANÇO de pagamentos em transa-
DE PAGAMENTOS
Os registros contábeis no BP são elaborados dentro do
Considera-se que o comércio internacional é benéfico, princípio das PARTIDAS DOBRADAS: a um débito em deter-
pois traz vantagens decorrentes da divisão do trabalho e minada conta corresponde um crédito em outra conta e
da especialização. O princípio das vantagens comparativas vice-versa. Para tanto, as contas são divididas em dois grupos:
baseia-se no fato de que se cada país produzir e vender os contas operacionais e contas de caixa.
produtos para os quais possui maior vocação, produzirá a As CONTAS OPERACIONAIS correspondem aos fatos
menor custo, ensejando um acúmulo de divisas suficiente geradores do recebimento ou do pagamento de recursos
para adquirir os bens para os quais têm menor vantagem. ao exterior, como Exportações, Importações, Fretes, Segu-
Os fatores que levam ao comércio internacional são: ros, Juros, Investimentos, Amortizações etc. As CONTAS DE
- desigual dotação de recursos; CAIXA referem-se às contra partidas financeiras das contas
- diferenças de qualidade de solo e tipos de clima; operacionais, como Haveres no Exterior, Ouro Monetário,
- diferente disponibilidade de capital, trabalho e nível Direitos Especiais de Saque.
tecnológico. Quando o fato gerador da transação der origem a uma
ENTRADA de recursos para o país, a conta correspondente será
São as seguintes as vantagens do comércio, do lado da CREDITADA (ou lançada com sinal positivo). Quando originar
demanda: uma SAíDA de recursos, a conta em questão será DEBITADA (ou
- geração de divisas com o consequente financiamento lançada com sinal negativo). Quanto às contas de caixa, lança-se
das importações e possibilidade de pagamentos dos a DÉBITO o AUMENTO e a CRÉDITO a DIMINUiÇÃO do seu
empréstimos e das remessas de juros e lucros; saldo.
- efeito multiplicador das atividades ligadas às expor- Vamos aum exemplo. Quando o país realiza uma venda
tações, gerando renda, emprego e impostos; de mercadorias ao exterior, o lançamento é feito debitando-
- ampliação da escala de produção, o que resulta em
-se a conta de caixa HAVERES NO EXTERIOR, que representa
os recursos em moeda estrangeira e creditando-se a conta
diminuição de custos e incorporação do mercado
interno. operacional EXPORTAÇÕES.
Examinando a estrutura do Balanço de Pagamentos,
observe-se os seguintes aspectos:
São as seguintes as vantagens do comércio, do lado da
- A BALANÇA COMERCIAL registra as entradas e saídas
oferta:
de mercadorias, sob o conceito FOB (free on board),
- absorção de bens de consumo e de capital não dis- isto é, incluindo as despesas até o embarque no navio
poníveis internamente em quantidade ou qualidade transportador. As despesas com SEGURO e FRETE
suficientes ou a preços mais altos, permitindo que
fazem parte do conceito CIF (cost, insurance and
a Oferta Global seja maior do que o Produto Interno
freight), mas normalmente são registradas em suas
Bruto;
próprias contas.
- absorção de tecnologia incorporada nos bens de con-
- A BALANÇA DE SERViÇOS compreende os bens não
sumo e de capital.
tangíveis, com VIAGENS INTERNACIONAIS, TRANS-
PORTE e SEGURO. Esses e outros são denominados
ções correntes
~
~
SERViÇOS DE NÃO FATOR, enquanto que as remune- j) foram pagas amortizações de empréstimos realizados
rações a fatores de produção, como LUCROS eJUROS, anteriormente, no valor de 40;
são denominadas SERViÇOS DE FATOR. I) o país recebeu mercadorias diversas, como doações
- As TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS representam as para vítimas de seca no Nordeste, no valor de 10;
doações e as remessas de migrantes. m) o país recebeu empréstimos compensatórios do
- O SALDO DO BP EM TRANSAÇÕES CORRENTES é igual Fundo Monetário lnternaclonal, no valor de 20.
à soma dos saldos da Balança Comercial, da Balança
de Serviços e das Transferências unilaterais. Se SUPE-
lançamentos correspondentes:
RAVITÁRIO, isto é, se as vendas de mercadorias, e de
a) Importações a Variação de Reservas » 100;
serviços superarem as respectivas compras, fornece
recursos para aumentar o nível de reservas interna- =
b)Importações a Financiamentos 30; c) Importações
cionais do país ou para a realização de investimentos a Investimentos = 50; d) Variação de Reservas a Expor-
no exterior; se DEFICITÁRIO, significa que as =
tações 220; e) Viagens a Variação de Reservas 5; f) =
aquisições Transporte a Variação de Reservas = 30; g) Lucros a Di-
de mercadorias e de serviços superam as vendas, versos (Variação de Reservas = 25 e Reinvestimentos :: 5);
resultado que torna a OFERTA GLOBAL superior à h) Juros a Variação de Reservas = 55; i) Seguros a Variação
produção interna, o que permite níveis de consumo e de Reservas" 15; j) Amortizações a Variação de Reservas
de investimento internos superiores às possibilidades " 40; I) Importações a Transferências Unilaterais = 10;
de produção. Esse saldo corresponde à POUPANÇA m) Variação de Reservas a Empréstimos do FMI " 20.
EXTERNA do país (com o sinal trocado).
- Os CAPITAIS AUTÔNOMOS incluem os registros do
movimento de capitais não vinculados especifica- Construção do Balanço de Pagamentos
mente ao financiamento de déficit do BP. São os
EMPRÉSTIMOS e FINANCIAMENTOS para cobertura TRANSAÇÕES TRANSAÇÕES DE
de importações e de exportações, AMORTIZAÇÃO de
CORRENTES CAPITAL
empréstimos e financiamentos, INVESTIMENTOS re-
ferentes a aplicação de capitais e REINVESTIMENTOS
de lucros. a) Balança Comercial d) Capitais Autônomos
- O SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS é Exportações = + 220 Investimentos" + 50
igual ao saldo EM TRANSAÇÕES CORRENTES, mais o Importações = - (100 + 30 Reinvestimentos = + 5
saldo dos CAPITAIS AUTÔNOMOS. Se positivo, temos + 50 + 10)" -190 Financiamentos" + 30
um SUPERÁVIT e, se negativo, tem-se um DÉFICIT. Amortizações" - 40
saldo = + 30
- Os capitais compensatórios representam a contra-
saldo" +45
partida do saldo total do BP. O seu saldo é igual ao
saldo do BP, com o sinal trocado. Se há um superávit
no BP, por exemplo, 0$ capitais compensatórios b) Balança de Serviços
indicam o aumento das reservas internacionais ou a Viagens internacionais = - a+ b+c+d (saldoglo-
diminuição de obrigações com o exterior. Se há um S bal do BP) =
déficit, os capitais compensatórios indicam como esse Juros =-55 -95+45 =-50
resultado pode ser financiado.
Lucros = - 25 - 5 = - 30
- As principais contas compensatórias são Variação
Fretes =-30
de Reservas (movimento líquido de entrada e sa-
ída de divisas, como dólares, pesos, euros etc.) e Seguros = -15
os empréstimos de regularização, que se referem saldo =-135
a operações com organismos internacionais para
financiar o déficit, como os empréstimos do Fundo c) Transferências e) Capitais
Monetário Internacional, do Banco de Compensações
Compensatá-
Internacionais, os Direitos Especiais de Saque (moeda
Unilaterais = + 10 rios
escritura I do FMI) e Ouro Monetário.
Variação de Reservas"
Um exemplo de levantamento de um Balanço + 100-220+ 5 + 30 +
Vamos construir um Balanço de Pagamentos, a partir dos 25 + 55 + 15 + 40 - 20
seguintes fatos econômicos hipotéticos ocorridos num país a + b + c (saldo do BP =+30
num determinado ano (em milhões de dólares): em Transações Correntes) Empréstimos do FMI "
a) o país importou mercadorias no valor de 100; = + 30 -135 + 10 = - 95 +20
b)o país importou equipamentos, no valor de 30, finan-
Total = + 50
ciados a longo prazo; Análise do Balanço de Pagamentos:
c) ingressaram equipamentos, sob a forma de investi- - o saldo do BP em transações correntes é negativo
mento, sem cobertura cambial, no valor de 50; (- 95), o que significa que o país recebeu poupança
d) o país exportou mercadorias, no valor de 220; externa no valor de 9S. O saldo negativo foi decorren-
e)foram recebidos 13 e pagos 18 referentes a viagens te de o déficit nos serviços (135) superar os superávits
internacionais; na balança comercial (30) e nas transferências (10).
f) foram pagos serviços de fretes, no valor de 34, e rece- os capitais autônomos apresentam superávit (+ 45),
bidos serviços de fretes no valor de 4; o qual é insuficiente para financiar o déficit em Tran-
g) foram remetidos lucros para acionistas estrangeiros, no sações Correntes, o que resulta num saldo global s
valor negativo de - 50, ou um déficit igual a 50. s
de 27, realizados reinvestimentos de lucros, por diversas o déficit global do BP foi financiado por uma saída
líquida de divisas, de 30, e pelo empréstimo do FMI,
o
empresas,
no valor de 5 e recebidos dividendos no valor de 2; de 20. z
O
h) foram remetidos juros de empréstimos, no valor de 55; u
i) foram pagos seguros no valor de 15; w

1
7
(;;1
~
Já se viu que o déficit em transações correntes representa 2. (Analista do Banco Central do Brasil, 2002) Considere as
uma poupança externa, que é útil principalmente para os seguintes operações entre residentes e não residentes
países em desenvolvimento. A contra partida desse déficit é, de um país, num determinado período de tempo, em
no entanto, perda de reservas e/ou endividamento externo. milhões de dólares:
Se o país quiser eliminar ou reduzir esse desequilíbrio, deve  o país exporta mercadorias no valor de 500, rece-
buscar ampliar a receita de exportações de mercadorias e bendo à vista;
serviços, e reduzir o dispêndio com importações.  o país importa mercadorias no valor de 400, pa-
As exportações podem ser incentivadas através das gando à vista;
seguintes medidas:  o país paga 100 à vista, referente a juros, lucros e
- política cambial realista que impeça a valorização da aluguéis;
moeda nacional;  o país amortiza empréstimo no valor de 100;
- financiamentos mais favorecidos à produção e co-  ingressam no país máquinas e equipamentos no valor
mercialização de bens a serem exportados; de 100 sob a forma de investimentos diretos;
- conquista de novos mercados e avanço em mercados  ingressam no país 50 sob a forma de capitais de curto
tradicionais através da busca de eficiência na prazo;
produ-  o país realiza doação de medicamentos no valor de 30.
ção e comercialização de bens a serem exportados,
melhorando a qualidade e diminuindo os custos; Com base nestas informações, pode-se afirmar que as
- incentivos fiscais, mediante a desoneração de im- reservas do país, no período:
postos incidentes sobre os bens exportados. a) tiveram uma redução de 50 milhões de dólares.
b) tiveram uma elevação de 50 milhões de dólares.
Para diminuir as importações, o Governo pode impor c) tiveram uma redução de 100 milhões de dólares.
tarifas protecionistas, bem como executar uma política d) tiveram uma elevação de 100 milhões de dólares.
recessiva através de diminuição das despesas governamen- e) não sofreram alterações.
tais e aumento da taxa de juros, que provoca diminuição
nas aquisições de bens importados. Essas medidas têm Gabarito: a
como efeitos negativos, no caso das tarifas a diminuição na
competitividade com o exterior e no caso da diminuição nas Comentário:
despesas o aumento no desemprego. A variação nas reservas internacionais do país aparece
As barreiras ao comércio internacional também podem nas contas dos capitais compensatórios do balanço de
ser não tarifárias. É o caso da proibição ou suspensão da pagamentos. Para se chegar a elas é preciso inicialmente
entrada de certos bens, a imposição de cotas (fixação de fazer-se os lançamentos contábeis de cada operação e
certo volume de importação máxima por determinados depois apurar-se os saldos do balanço de pagamentos.
períodos) e as normas de obediência a padrões mínimos de Os lançamentos são: 1. Variação de Reservas a Expor-
qualidade dos produtos. tações = 500; 2. Importações a Variação de Reservas =
400; 3. Diversos (Juros, Lucros e Aluguéis) a Variação de
Questões comentadas Reservas = 100; 4. Amortizações a Variação de Reservas
= 100; 5. Importações a Investimentos = 100; 6. Variação
Vamos a algumas questões que a Esaf tem colocado mais de Reservas a Capitais de Curto Prazo = 50; 7. Transfe-
recentemente: rências Unilaterais a Exportações = 30. Os saldos do BP
são: balança comercial = +30; balança de serviços = -100;
1. (Auditor-Fiscal da Receita Federal, 2002) Considere as
=
transferências unilaterais = -30; transações correntes
-100; capitais autônomos = +50; saldo total do BP = -50;
seguintes informações: A = saldo da balança comercial;
capitais compensatórios = +50. Os capitais compensató-
B = saldo da balança de serviços; C = saldo das opera-
rios são representados unicamente pela conta de Varia-
ções de transferências unilaterais; O = saldo em transa-
ção de Reservas, cujo saldo de +50 indica uma redução
ções correntes; E = movimento de capitais autônomos;
de reservas para financiar o saldo total negativo do BP.
= =
F movimento de capitais compensatórios; G saldo
total do balanço de pagamentos. Com base nessas
3. (Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério
informações, pode-se afirmar com certeza que
do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2003) Considere
a) A + B + C = D + E + F + G
0$ seguintes lançamentos realizados entre residentes e
b) A + B + C + D + E + F + G = O
não residentes de um país, num determinado período de
c)A + B + C + E + F = O
tempo, em unidades monetárias: o país exporta merca-
d)G = O
dorias no valor de 100, recebendo à vista; o país importa
e) A + B + C = O = G = O mercadorias no valor de 50, pagando à vista; o país realiza
pagamentos à vista referentes a juros, lucros e aluguéis, no
Comentário: valor de 50; ingressam no país investimentos diretos, no
Sabe-se que a soma dos saldos da balança comercial, valor de 20, sob a forma de máquinas e equipamentos; o
da balança de serviços e das transferências unilaterais é país paga 50 referentes a despesas com transportes; o
igual ao saldo em transações correntes (A + B + C = O); país
o saldo em transações correntes (O), é igual à soma do recebe empréstimos no valor de 100. Com base nessas
movimento de capitais autônomos (E), mais o movimento informações, o país apresentou:
de capitais compensatórios (F), ou seja, O = E + F. O sal- a) saldo total nulo no balanço de pagamentos.
do em transações correntes (D), mais o movimento de b) déficit no balanço de pagamentos de 100.
« capitais autônomos (E) é igual ao saldo total do balanço c) superávit em transações correntes de 70.
~ de pagamentos (G). O saldo total do BP (G), por sua vez, d) superávit na balança comercial de 50.
O é igual ao movimento de capitais compensatórios (F) e) superávit no balanço de pagamentos de 50.
z
O com o sinal trocado. Com base nessas relações, chega-
u
-se à opção c. Gabarito: e
w

1
8
~
~
Comentário: Comentário:
A balança comercial apresenta exportações de 100 e im- A partir de janeiro de 2001 o Banco Central do Brasil
portações de 70 (50 + 20). Logo, um saldo positivo de 30. passou a divulgar o balanço de pagamentos de acordo de
Atenção para o fato de que os investimentos sob a forma acordo com a metodologia contida no Manual de Balanço
de equipamentos representam importação. A balança de de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional. A
serviços tem pagamentos de juros, lucros e aluguéis de 50 principal modificação é a criação da chamada "Conta de
e de transporte de 50, resultando em um saldo negativo Capital e Financeira", que explícita com mais detalhe os
de -50 + -50:;; -100 (déficit). O resultado em transações itens financeiros do balanço e separa as transferências de
correntes é a soma dos dois saldos: +30-100:;; -70. Para se patrimônio das movimentações meramente financeiras.
chegar ao saldo total do balanço de pagamentos, adicio-
na-se ao saldo corrente (-70) o da conta de capitais (+20), 2. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamen-
ou seja, -50. Aí ocorre uma divergência com o gabarito. ta1!2009) Considere os seguintes saldos, em unidades
Este indica a opção e, ou seja, um superávit no BP igual a monetárias, para as contas dos Balanços de Pagamentos:
50. O resultado do gabarito seria compatível somente com Balanço comercial: -700; Balanço de serviços: - 7.000;
o lançamento de "empréstimos" (+100) nessa conta, cujo Balanço de rendas: -18.000; Transferências unilaterais:
saldo passaria a ser de 120 (+20 + 100). O saldo total do BP + 1.500; Conta Capital: + 300; Investimento Direto:
seria igual a -70 + 120:;; +50. Mas somente concordamos + 30.500; Investimento em Carteira: + 7.000; Derivati-
com esse resultado se em vez de "empréstimos", o valor de vos: - 200; Outros investimentos na conta financeira =
100 se referisse a "financiamentos", já que "empréstimos" -18.000; Erros e omissões: + 2.500. Considerando esses
é normalmente lançado na conta de capitais compensa- lançamentos, é correto afirmar que a conta Haveres da
tórios, pois se trata de obtenção de recursos para reforçar Autoridade Monetária apresentou saldo de:
as reservas monetárias. a)+ 2.100. d) + 2.000.
b)- 2.100. e) zero.
O Balanço de Pagamentos do Brasil c) - 2.900.
Eis os Balanços de Pagamentos do Brasil, referentes aos
anos de 2011 e 2012, em milhões de dólares: Gabarito: a

Balanços de Pagamentos do Brasil Comentário:


US$ milhões O saldo em transações correntes é a soma dos seguintes
valores: (-700) +(-7.000)+ (-18.000) + 1.500:;;-24.200.
Item 2011 2012 O saldo da conta de capital e financeira é a soma dos
seguintes valores: +300 + 30.500 + 7.000 - 200 -18.000
Exportações 256.040 242.579
+ 2.500 = + 22.100. O saldo do balanço de pagamentos é
Importações - 226.233 223.157 igual à soma dos saldos: - 24.200 + 22.100 = - 2.100. A con-
Balança Comercial (1) + 29.807 19.422 ta Haveres no Exterior é o saldo do BP com o sinal trocado:
Juros - 9.720 -11.847 - (- 2.100) = + 2.100.
Lucros - 38.166 - 24.112
Transporte - 8.334 - 8.769
Modelo de Oferta e Demanda Agregada. A
Viagens - 14.709 - 15.588
Função Demanda Agregada. As Funções de
Oferta Agregada de Curto e Longo Prazo.
Seguros -1.212 - 994
Efeitos
Governo -1.411 -1.446
da Política Monetária e Fiscal no Curto e Longo
Outros -11.719 - 13.767
Prazo. Choques de Oferta
Balança de Serviços (2) - 85.271 - 76.523
Transferências Unilaterais (3) + 2.984 + 2.846 Oferta Agregada é a quantidade total de produção que o
Transações Correntes (1+ 2 + 3) - 52.480 - 54.255 setor produtivo fornece, por período de tempo, dado certo
Conta de Capital e Financeira (4) + 111.117 + 72.762 nível de preços. A produção total da economia depende da
Erros e Omissões (5) +58.637 + 18.507 dotação de recursos, ou seja, da quantidade de trabalho, capital,
tecnologia e demais fatores de produção de que a economia
Saldo do Balanço de Pagamentos dispõe. Assim, tem-se a função de produção de uma economia:
+49.101 + 58.637
(1 + 2 + 3 + 4+5)
Fonte: Banco Central do Brasil Q:;; f ( K, L, T t sendo K a quantidade de bens de capital,
L o trabalho e T a tecnologia. Considerando-se o curto pra-
A conta de Capital tem sido elaborada desde o ano de ZO, período de tempo em que o capital e a tecnologia são
2001 com nova apresentação, denominada Conta de Capital constantes, o aumento na produção depende apenas de
e Financeira, onde são destacados itens mais específicos. incrementos no fator trabalho, conforme o gráfico a seguir:

Questões comentadas A função de produção, no curto prazo, relaciona a quan-


tidade total produzida (Q) com a quantidade de trabalho (L).
1. (Antaq/Agente de Regulação/2009) Julgue o item a seguir.
Atualmente, de acordo com metodologia recomen- Q
dada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), os
movimentos de capitais passaram a ser demonstrados
no balanço de pagamentos em duas contas distintas, s:iE
que separam as transferências de patrimônio das mo- O
vimentações meramente financeiras. z
O
o u
Gabarito: C
L w

19
<
> Observe-se que a produção aumenta à medida que tam- O segundo princípio garante que o nível de produção de
~
bém aumenta a quantidade de trabalho empregado, mas os pleno emprego encontra um mercado que o absorva. A lei
incrementos na produção são cada vez menores. Isso ocorre de 5ay afirma que lia oferta cria a sua própria procura".
em razão de considerarmos o curto prazo, quando age a lei Através dessa lei os clássicos procuraram mostrar que a
dos rendimentos decrescentes, ou seja, a produtividade realização da produção criava um montante de renda de
marginal do trabalho é decrescente. igual valor que era destinado ao mercado, justamente para
Existe uma controvérsia bastante interessante a respeito adquirir essa produção.
da forma da curva da oferta agregada, entre a teoria clássica A existência da poupança não era problema para a teoria
e a teoria keynesiana. clássica, pois era assegurado que ela era toda canalizada para
Até o final da década de 20, a macroeconomia não era financiar os investimentos realizados pelas empresas. Mas, se
desenvolvida, pois até então o mundo não conhecia crises a poupança é realizada pelas famílias, e os investimentos frutos
globais importantes. O estudo da economia era baseado de decisão dos empresários, como conciliar os seus valores?
principalmente na teoria microeconômica, além de princípios A resposta está na taxa de juros.
básicos que constituíam a chamada teoria clássica. São três A poupança (5) é função direta e o investimento (I)
os princípios básicos sobre os quais repousa a teoria clássica: é função inversa da taxa de juros (i). De seu encontro é
determinada a taxa de juros do mercado, que em equilíbrio
garante a igualdade entre poupança e investimento.
- A economia, quando em equilfbrio, apresenta ple-
no emprego dos recursos. Não existe desemprego
involuntário.
- Para que seja garantido o pleno emprego, tudo que
é produzido gera uma demanda correspondente.
- a poupança da sociedade é toda canalizada para
investimentos. S,I

Os gráficos a seguir mostram como se determinam os Com base no mercado de trabalho, pode-se deduzir a curva
níveis de emprego e de produto na economia, segundo a de Oferta Agregada clássica. Ocorre que, para qualquer nível de
teoria clássica. preço, o salário nominal W ajusta-se para garantir o equilíbrio
no mercado. Assim, se o nível de preço se reduz e o salário real
Q aumenta, a demanda de trabalho, pelos empregadores, diminui
e torna-se menor do que a oferta de trabalho pelos empregados.
Então, o salário nominal diminui detal maneira a voltar ao nível
inicial de salário real. Se o salário real não se altera, o produto
mantém-se constante. O mesmo raciocínio pode ser feito com
relação a um aumento de preço: o salário real diminui, a de-
/ manda de trabalho excede a oferta e o salário nominal cai, de
modo a manter o salário real e a produção. A curva de Oferta
N Agregada é, portanto, uma reta vertical.
p
W/P A curva de Ofer- OA
On ta Agregada clássica
é uma reta vertical,
pois a qualquer nível
de preço a produção
total é constante .
............ " .. +
..................... .
Dn
o ~--~----------
•••N ~Q pode deslocar-se, para a
A curva de Oferta Agregada
direita ou a esquerda, se ocorrerem variações autônomas
o nível de emprego (N) é determinado no mercado de
na oferta e na procura de mão de obra. Por exemplo, se
trabalho (gráfico à direita), onde a oferta de trabalho exer-
aumentar a produtividade marginal do trabalho a demanda
cida pelos trabalhadores (On), e a demanda de mão de obra
de trabalho pelas empresas aumenta, e a curva desloca-se
exercida pelas empresas (Dn) são função direta e inversa
para a direita. Se os trabalhadores exigirem salários nominais
do salário real (W/P)' respectivamente. Dado o nível de
maiores, a oferta de trabalho (aos salários atuais) cai e a
emprego N1, o nível de produção (Q) é determinado no
curva desloca-se para a esquerda.
gráfico à esquerda.
É importante frisar que, de acordo com o primeiro prin- Questões comentadas
cípio básico da teoria clássica, ao nível de emprego N1 não
há desemprego involuntário. A um nível de emprego maior,
As provas de concurso costumam pedir bastante o conheci-
acima de N1, a menor produtividade marginal do trabalho
mento dos fundamentos da teoria clássica. Vejamos as duas
exige que o salário real diminua, abaixo de (W/P)l. Como
questões seguintes:
esse nível de emprego é oferecido pelos trabalhadores
somente a um salário real maior, diz-se que o desemprego,
1. (Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do
nesse caso, é voluntário e corresponde ao fato de o salá-
Planejamento, Orçamento e Gestão/2003) O denominado
rio real desejado pelos trabalhadores ser maior do que o
"modelo clássico" tem sido apresentado em livros textos
correspondente à sua produtividade.
de macroeconomia como uma descrição possível do

20
~
~
pensamento macroeconômico anterior a Keynes. Assim, mativas dos itens a, b, d e e são corretas. O equilfbrio no
partindo-se do equilíbrio no mercado de trabalho, chega-se mercado de trabalho determina o nível de pleno empre-
ao nível de pleno emprego e, a partir da função de produ- go, que somente pode aumentar por incremento da pro-
ção, ao nível de produto de pleno emprego. Nesse modelo, dutividade do trabalho e pela flexibilização dos salários
o nível geral de preços fica determinado pela denominada nominais. Desse modo, o desemprego é explicado pela
"teoria quantitativa da moeda". Com base nessas informa- rigidez dos salários nominais (item a), ou seja, se o salário
ções, é correto afirmar que: é fixo e não pode diminuir em razão de legislação ou ação
a) uma elevação da demanda por mão de obra reduz o dos sindicatos não estimula as empresas a contratar mais
salário real. unidades de mão de obra. As hipóteses do modelo clássi-
b) uma política monetária expansionista teria como efeito co admitem que políticas fiscais ou monetárias somente
uma elevação no produto de pleno emprego. alteram as variáveis nominais, como o nível de preços,
c) o produto agregado real independe da quantidade de sem efeitos sobre as variáveis reais como o emprego e o
mão de obra empregada. produto (item b). Uma elevação dos gastos públicos eleva
d) o nível do produto real de pleno emprego independe a taxa de juros e com isso desincentiva e anula despesas
da oferta de moeda na economia. de investimento privado (item d}, A equação quantitativa
e) um aumento no estoque de capital na economia reduz da moeda representa a demanda agregada da economia
o salário real e o nível de pleno emprego.
através da quantidade de moeda e seus efeitos sobre o
produto e o nível de preços (item e). A afirmativa c é
Gabarito: d incorreta, pois uma redução dos impostos é uma política
fiscal expansionista que faz elevar a renda disponível
Comentário:
da economia e a renda, mas resulta em elevação das
a) No mercado de trabalho, se aumenta a demanda por
taxas de juros, com queda nos investimentos privados
parte das empresas o salário real tem de subir para estimu-
e diminui novamente o produto.
lar os trabalhadores a atenderem a essa demanda maior;
A teoria keynesiana apresenta outra hipótese, a de que
b) qualquer política, fiscal ou monetária, apenas resulta
os salários nominais são rígidos a curto prazo, fato que im-
em variação no nível de preços, não afetando as variáveis
pede o seu ajustamento automático às variações de preço,
reais; c) o mercado de trabalho determina a quantidade
como defendem os clássicos. Nesse caso, dado um aumento
de trabalho empregada (considerada de pleno emprego)
de preço, por exemplo, dado o salário nominal constante
e o resultante nível de produto agregado real; d) o nível o salário real cai, provocando desequilíbrio no mercado,
do produto depende das quantidades de recursos empre- com a demanda de trabalho superando a oferta de traba-
gados, e não da quantidade de moeda; e) um dos fatores lho, o que resulta em aumento do emprego e da produção.
que fazem aumentar a demanda de trabalho é o aumento Raciocinando-se inversamente, uma diminuição no preço,
no estoque de capital da economia, que aumenta a pro- dado o salário nominal constante, aumenta o salário real,
dutividade do trabalho, resulta em aumento na demanda tornando a oferta de trabalho maior do que a demanda de
por trabalho e elevação do salário real. trabalho, o que resulta em desemprego e queda na produção.
Em arnbas as situações verifica-se uma relação direta entre
2. (Analista do Banco Central do BrasiI/2002) Considere o níveis de preço e produção.
seguinte modelo: Y:: f(N); f' >0 e f" < O; W!P :: f'(N); N
s = f (W/P); f' > O; MV = PY; Sp(r) + t = ip (r) + g; Sp' >0
W/P
e ip' < O, onde: Y = produto; N = nível de emprego; W = Um aumento de
salário nominal; P = nível geral de preços; N s = oferta
de mão de obra; M = oferta monetária; V = velocidade
de circulação da moeda; Sp = poupança privada; ip = in-
preços diminui o salá-
rio real, resultando em ""x------ oe
D
vestimento privado; t = impostos; g = gastos do governo;
r = taxa de juros; f'= primeira derivada da função; f"=
demanda maior do que
a oferta de trabalho.
~--------------~
n
segunda derivada da função e assim por diante para as
Uma diminuição W/P
L de
outras funções do modelo. Este conjunto de equações
preços aumenta o """"""""""""""~Oll
define o denominado "modelo clássico". Com base neste
salário real, resultan-
modelo, é incorreto afirmar que:
a) o desemprego pode ser explicado por imperfeições
no mercado de trabalho decorrentes, por exemplo,
do em demanda me-
nor do que a oferta
de trabalho.
/~Dn
de rigidez nos salários nominais. O f---------. L
b) supondo o mercado de trabalho em equilíbrio e a velo-
A curva de Ofer- p ta

.>
cidade de circulação da moeda constante, uma política
monetária expansionista só altera o nível geral de preços. Agregada keynesiana AO
c) supondo o mercado de trabalho em equilíbrio, uma mostra relação direta
redução nas taxas de juros via redução dos impostos entre nível de preço e
eleva o emprego e, consequentemente, o produto. produção total.
d) tudo mais constante, uma elevação dos gastos públicos
eleva as taxas de juros.
o Q
e) a equação quantitativa da moeda pode ser entendida
como a demanda agregada.
A curva de oferta agregada acima corresponde ao caso
keynesiano básico e tem inclinação positiva devido à hipóte-
Gabarito: c se dos salários nominais rígidos no curto prazo e também à
rigidez dos preços e às percepções equivocadas dos empresá- s
Comentário: rios e dos trabalhadores. Considera-se que no curto prazo as ~
empresas têm um custo ao reajustar preços. São os chamados
o
Essa questão pode assustar um pouco, devido à apre-
"custos de menu". Suponhamos um aumento de preços na z
sentação inicial de equações e relações funcionais, mas O
trata-se, como é explicitado, do modelo clássico. As afir- economia. Se no curto prazo algumas empresas perrnane- u
w

21
~
~
cem com seus preços fixos, essas empresas observarão um A Função Demanda Agregada
aumento na demanda, de que resultará aumento na produ-
ção. Os empresários também podem, perante o aumento de
A Demanda Agregada é definida como a quantidade to-
preços, esquecer-se de que os preços dos insumos também se
tal de bens e serviços demandados em uma economia a um
elevam e aumentar a produção. Essa percepção equivocada
certo nível de preços. Em uma economia fechada, engloba as
dos empresários pode explicar a inclinação positiva da curva
despesas com consumo, investimento e gastos governamen-
de oferta de curto prazo. A percepção equivocada por parte
tais. Dado um aumento no nível de preços, a quantidade de
dos trabalhadores pode ocorrer quando, dado um aumento
moeda que as pessoas possuem para efetuar suas compras
nos salários nominais, os trabalhadores oferecem mais horas
diminui de valor em termos reais, constituindo o chamado
de trabalho e a produção cresce, mas se esquecem de que os
efeito dos saldos reais. Essa perda de poder de compra diminui
preços também estão aumentado, sem repercussão impor-
a demanda agregada, o que permite deduzir-se que há uma
tante sobre o salário real.
relação inversa entre o nível de preços e a demanda agregada.
Considere-se a expressão Y = Y + a ( P - Pe], sendo Y o
produto efetivo, Y o produto natural, P o nível de preços efetivo
e Pe o nível de preços esperado. Conforme a diferença entre o
nível de preços efetivo e o nível de preços esperado, o produto A curva de De-
efetivo será maior ou menor do que o produto natural. manda Agregada
Existe uma hipótese mais rigorosa de Keynes, quando é apresenta uma rela-
suposto que o nível de preços também é constante no curto ção inversa com o ní-
prazo. Nesse caso, a curva de Oferta Agregada é uma reta vel de preços.
horizontal e corresponde ao caso keynesiano extremo.
Por que a curva de demanda agregada tem inclinação
A curva de Oferta Agregada horizontal supõe os preços negativa? A resposta simples é que a demanda agregada tem
constantes no curto prazo. relação inversa com o nível de preços. E qual a justificativa
p econômica? Os seguintes efeitos explicam essa relação: o
efeito Pigou (quando aumenta o nível de preços a riqueza
em forma monetária diminui de valor em termos reais, dimi-
nuindo em consequência a demanda agregada, e vice-versa),
 efeito taxa de juros (um aumento no nível de preços diminui
valor real da oferta de moeda da economia, resultando em
queda na demanda agregada, e vice-versa), e efeito taxa de
câmbio ( um aumento de preços, ao elevar os juros internos,
atrai capitais estrangeiros, que por sua vez faz valorizar a
moeda nacional em relação às estrangeiras, diminuindo as
Em resumo, são as seguintes as curvas de Oferta Agre- exportações líquidas, e vice-versa). Pode-se também dizer
que, em uma economia aberta, incluindo-se exportações e
gada:
importações, dado um aumento no nível de preços internos,
os bens da economia ficam relativamente mais caros do que os
p bens importados, o que desestímula as exportações e estimula
as importações, diminuindo também a demanda agregada.
Enquanto isso, os fatores que provocam deslocamentos
da curva da demanda agregada são quaisquer aumentos ou
diminuições na demanda que ocorrem independentemente
de variações nos preços, como variações autônomas nos
componentes da demanda (consumo, investimento, gastos
governamentais, exportações líquidas) e na oferta monetária.
Q
Um aumento Pt "

I~~.Q
clássica
autônomo na de-
manda agregada
desloca a curva

/
para a direita.
p

A Determinação do Nível de Preços e da Produção


O encontro das curvas de Oferta Agregada e Demanda
Q Agregada determinam o nível de preços e a produção da
keynesiana básica economia. Os gráficos a seguir representam os pontos de
p equilíbrio nas três hipóteses da Oferta Agregada.

II OA

DA

Q I
Q
keynesiana extrema clássica

22
p Uma situação de equilíbrio não significa necessariamente
uma posição satisfatória, pois pode estar ocorrendo alto
~/OA
nível de desemprego e inflação. Nesse caso, as autoridades
econômicas podem intervir através de políticas apropriadas
~DA a fim de atingir determinados objetivos. As políticas mais
comuns são a monetária e a fiscal.
A política monetária consiste em variar-se a quantidade de
Keynesiana básica moeda da economia a fim de influenciar-se a taxa de juros de
mercado e, com isso, estimular-se o consumo e o investimento.
p
A política fiscal utiliza os gastos governamentais e os tributos
para interferir na demanda agregada. A aplicação dessas po-
líticas causam efeitos diversos sobre a produção e o nível de
r---~~---- preços, conforme considere-se cada uma das três hipóteses a
OA respeito da forma da curva da Oferta Agregada.
DA
Os gráficos a seguir mostram a aplicação de políticas
Q Q expansionistas (de estímulo à renda e à produção), que
Keynesiana extrema aumentam a demanda agregada da economia, em cada uma
das três hipóteses teóricas:
Uma situação de equilíbrio não significa necessariamente
uma posição satisfatória, pois pode estar ocorrendo alto
nível de desemprego e inflação. Nesse caso, as autoridades
econômicas podem intervir através de políticas apropriadas
a fim de atingir determinados objetivos. As políticas mais
comuns são a monetária e a fiscal.
A política monetária consiste em variar-se a quantidade de
moeda da economia a fim de influenciar-se a taxa de juros de
mercado e, com isso, estimular-se o consumo e o investimento.
A política fiscal utiliza os gastos governamentais e os tributos f----+----...Q
para interferir na demanda agregada. A aplicação dessas po-
líticas causam efeitos diversos sobre a produção e o nível de clássica
preços, conforme considere-se cada uma das três hipóteses a p
respeito da forma da curva da Oferta Agregada.
Os gráficos a seguir mostram a aplicação de políticas
expansionistas (de estímulo à renda e à produção), que
aumentam a demanda agregada da economia, em cada uma
das três hipóteses teóricas:
f--------.Q
p
keynesiana básica

clássica
p
keyncsiana extrema

Observe-se os efeitos em cada uma das três hipóteses


de um aumento na demanda agregada:
Clássica (ou de longo prazo): crescimento dos preços
e nenhum efeito sobre a produção, pois o salário nominal
ajusta-se à variação do preço, mantendo constante o salário
real, o emprego e a produção. A relação entre o aumento na
keynesiana básica quantidade de moeda e a elevação dos preços está contida
na chamada teoria quantitativa da moeda.
Partimos da seguinte igualdade: M V = P Q, sendo M a
p
quantidade de moeda da economia, V a velocidade de cir-
culação da moeda, P o nível geral de preços e Q a produção
física. Essa igualdade diz, simplesmente, que a quantidade
de moeda, vezes a sua velocidade, iguala o valor da produção
global de bens e serviços, que é igual ao nível de preços vezes
a quantidade. Como exemplo, tem-se:
s
:!
E
O
I------- •.. Q
z
O
keynesiana extrema MxV=PxQ u
w

23
~
~
Exemplo: 100 x 4 = 5 x 80 (a quantidade de moeda, a) uma política monetária expansionista não altera o
girando em média 4 vezes por período, é igual ao valor da nível geral de preços, tanto no curto quanto no longo
produção, 400, que por sua vez corresponde a um preço prazo.
médio igual a 4 e uma produção física de 80 unidades). b) alterações na demanda agregada resultam, no curto
A teoria quantitativa da moeda diz que, no curto pra- prazo, em alterações tanto no nível geral de preços
zo, tanto a velocidade da moeda (V) como o nível físico do quanto na renda.
produto (Q) são constantes, e que qualquer variação na c) no curto prazo, uma política monetária expansionista
quantidade de moeda (M) resulta em variação direta e em só altera o nível geral de preços.
igual intensidade no nível de preços (P). d) o produto estará sempre abaixo do pleno emprego,
mesmo no longo prazo.
t ~ t ~ e) alterações na demanda agregada, tanto no curto
MxV=PxQ quanto no longo prazo, só geram inflação, não tendo
qualquer impacto sobre a renda.
Daí que P = f (M), ou seja, o nível de preços é função da
quantidade de moeda da economia. Essa teoria é também Gabarito: b
chamada de teoria monetarista da inflação, indicando que os
aumentos gerais de preços devem basear-se em aumentos Comentário:
na quantidade de moeda da economia. A questão apresenta a equação representativa da curva de
No exemplo numérico acima, se M passar de 100 para oferta agregada de curto prazo, mas basta sabermos que
120, teremos: alterações na demanda agregada afetam os preços e a
produção para a resolvermos. É o caso do item b, No item
120 x 4 = 6 X 80, ou seja, o aumento em M provocou um a, uma elevação na demanda agregada também aumenta
os preços. No item c, o produto também se altera. No item
crescimento nos preços, de 5 para 6.
d, o produto de pleno emprego está associado ao longo
Keynesiano básico (curto prazo): aumento de preços e
prazo, mas nada impede que o produto no curto prazo atin-
da produção, pois não há ajuste do salário nominal, o salário
ja esse nível. No item e, tem-se que a inflação, ou aumento
real cai e a contratação de trabalhadores sobe.
de preços, é consequência de aumentos na demanda
agregada no longo prazo, mas não necessariamente no
Questões comentadas
curto prazo, quando o produto também aumenta.

1. (Analista de Planejamento e Orçamento do MPOGj2002)


Keynesiano extremo (curto prazo): preços constantes e
Considere o modelo de oferta e demanda agregada,
aumento da produção.
supondo a curva de oferta agregada positivamente
inclinada e a curva de demanda agregada derivada do
A Compatibilização entre as curvas de oferta agregada
modelo ISjLM. É correto afirmar que
clássica e keynesiana:
a) um aumento dos gastos do governo eleva o produto,
deixando inalterado o nível geral de preços. Se a curva de oferta agregada clássica é vertical e as cur-
b) uma elevação da oferta monetária só resulta em vas keynesianas são positivamente inclinada ou horizontal,
alterações no nível geral de preços. como a teoria macroeconômica concilia a ocorrência de cada
c) uma elevação do consumo agregado não causa uma delas? O gráfico a seguir mostra as curvas de oferta
impacto sobre o nível geral de preços. clássica (OALP) e keynesiana (OACP), e a curva de demanda
d) uma elevação das exportações tende a elevar tanto agregada DA.
o produto agregado quanto o nível geral de preços.
e) uma redução nos impostos não causa alterações no O equilíbrio de longo prazo dá-se no cruzamento entre
produto agregado. as curvas de oferta agregada clássica (de longo prazo) e
keynesiana (de curto prazo) e a demanda agregada.
Gabarito: d
OALP
p
Comentário:
O modelo de oferta e demanda agregada keynesiana,
de curto prazo, que considera a curva de oferta agre-
gada positivamente inclinada, mostra que qualquer
aumento na demanda agregada resulta em elevação
na produção e nos preços. Com essa base de raciocínio
podemos eliminar as opções que são incorretas, como
a (os preços se alteram), b (também altera o produto),
c (alteram os preços) e e (aumenta o produto). Resta
a opção d, que está de acordo com a teoria.

2. (Auditor-Fiscal da Previdência Socia1j2002) Considere


Vamos considerar agora dois casos:
a seguinte equação para a curva de oferta agregada de
curto prazo: Y = Y P + a (P - Pe ), onde Y = produto agre-
1. Aumento na demanda agregada (DA): no curto prazo,
gado; Y p = produto de pleno emprego; a > O; P = nível
ct: mantido o nível de preços, aumenta o emprego e a produção
geral de preços; Pe = nível geral de preços esperados.
~ Com base nas informações constantes da equação acima
física Q. Com o tempo, aumentam os salários nominais, re-
O duzindo o emprego. Os preços sobem e a economia retoma
z e considerando as curvas de oferta agregada de longo
O ao nível natural de emprego e produção de longo prazo.
u prazo e de demanda agregada, é correto afirmar que:
w

24
2. Um Choque de oferta: um aumento nos custos de
produção desloca a curva de oferta OACP para cima. No
curto prazo, a produção é menor e o desemprego aumenta.
No longo prazo a produção e o emprego recuperam-se a um
Pi OALP

nível de preços maior. Denomina-se Política de estabilização


OACP
uma intervenção do governo para diminuir os preços (política
contracionista) ou reativar o emprego (política expansionis-
ta), através da demanda agregada.
DA

Questões comentadas
Q* Q
(Auditor-Fiscal da Receita Federal/2002) Considere o
1.
modelo de oferta e demanda agregada, sendo a curva
= =
onde P nível geral de preços; Q produto agregado; OALP
= =
oferta agregada de longo prazo; OACP oferta agregada
de oferta agregada horizontal no curto prazo. Considere
=
de curto prazo; Q* produto agregado de pleno emprego.
um choque adverso de oferta. Supondo que não ocorram Supondo-se que a economia encontra-se em equilíbrio de
alterações na curva de demanda agregada e que o choque longo prazo e considerando os fundamentos utilizados
de oferta não altere o nível natural do produto, é correto para a construção das curvas de oferta e demanda agre-
afirmar que gada, é correto afirmar que
a) no curto prazo ocorrerá o fenômeno conhecido como a) um aumento na velocidade de circulação da moeda
"estagflação", uma combinação de inflação com re- reduz o nível de emprego no curto prazo.
dução do produto. No longo prazo, com a queda dos b) uma política fiscal expansionísta reduz o nível de
preços, a economia retomará a sua taxa natural. emprego no curto prazo.
b) no curto prazo, ocorrerá apenas queda no produto. No c) uma política monetária contracionista reduz o nível
longo prazo ocorrerá inflação e a economia retornará de emprego no curto prazo.
para o equilíbrio de longo prazo. d) a partir do gráfico, podemos afirmar que existe total
c) no curto prazo ocorrerá apenas inflação. No longo flexibilidade nos preços no curto prazo.
prazo o produto irá cair até o novo equilíbrio de pleno e) uma política monetária contracionista gera inflação
emprego. no curto prazo.
d) se o governo aumentar a demanda agregada em res-
posta ao choque adverso de oferta, ocorrerá deflação. Gabarito: c
e) se a economia encontra-se no pleno emprego, ocor-
rerá inflação que será mais intensa no longo prazo em Comentário:
relação ao curto prazo. a) a velocidade de circulação da moeda (V) é uma das
quatro variáveis que fazem parte da igualdade MV = PQ,
Gabarito: a em que a quantidade de moeda (M) vezes a velocidade
de circulação da moeda (V) deve igualar o nível de preços
Comentário: (P) vezes o produto físico da economia (Q). Partindo-se
A questão refere-se ao gráfico a seguir, em que os preços dessa igualdade, um aumento em V, mantendo-se cons-
são rígidos no curto prazo, ou seja, a curva de oferta tante M, deve resultar em aumento em P ou em Q, não
agregada de curto prazo (OACP1) é horizontal: havendo razão para se esperar uma queda no emprego,
ao contrário, pois o emprego deve aumentar com aumento
P
\ OALP
em Q; b) políticas expansionistas aumentam o produto,
o emprego e o nível de preços no curto prazo; c) políticas
OACP2 contracionistas realmente reduzem o produto, o emprego
e o nível de preços no curto prazo; d) como a curva de
oferta agregada OACP é horizontal, os preços são fixos;
OACPl
e) conforme já mencionado a respeito no item c, políticas
contracionistas, ao contrário, reduzem os preços.
DA A questão a seguir também aborda as mesmas implicações
de um choque adverso de oferta sobre o produto e os preços
Q no curto e no longo prazo:

o modelo de oferta e demanda agregada é analisado 3. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/2002) Considere: a


com as hipóteses keynesianas de curto prazo, quando a curva de demanda agregada derivada do modelo IS/LM;
curva de oferta é positivamente inclinada ou horizontal, a curva de oferta agregada de longo prazo horizontal; a
e a hipótese clássica de longo prazo, quando a curva de curva de oferta agregada de curto prazo vertical. Consi-
oferta agregada é vertical. Um choque adverso de oferta dere a ocorrência de um choque adverso de oferta como,
resulta em deslocamento para cima da curva horizontal por exemplo, uma elevação nos preços internacionais do
de curto prazo (de OACPl para OACP2), o que significa petróleo. Supondo que este choque não desloca a curva
diminuição na produção e aumento dos preços, ou seja, de oferta agregada de longo prazo, é correto afirmar que:
"estagflação". No longo prazo a diminuição dos salários a) uma elevação na demanda tenderá a intensificar a
nominais incentiva a produção e os preços voltam ao queda no produto que decorre do choque de oferta.
<t
nível inicial. b) o choque adverso de oferta aumenta os custos e,
portanto, os preços. Se não houver alterações na de-
s
manda agregada, teremos uma combinação, no curto
2. (Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do O
prazo, de preços crescentes com redução do produto. Z
Planejamento, Orçamento e Gestão/2003) Considere o O
No longo prazo, com a queda dos preços, a economia
seguinte gráfico: u
retomará ao seu nível de pleno emprego.
w

25
~
~
c) se não ocorrer deslocamentos na curva de demanda Suponhamos um nível de renda igual a 1.000 unidades mo-
agregada, o choque de oferta causará deflação. netárias e a despesa correspondente de consumo igual a 900.
d) o choque de oferta alterará apenas o produto de pleno Denomina-se propensão média a consumir, a relação
emprego. =
C/V, que no exemplo acima é igual a C!y;:: 900/1.000 0,90.
e) não ocorrerá alterações nem nos preços nem no nível
Vamos supor agora um aumento na renda de 100, com
do produto, tanto no curto quanto no longo prazo,
o consumo crescendo de 80. Denomina-se propensão mar-
uma vez que, se o choque de oferta não desloca a
ginal a consumir a relação !lC/!l V, que no exemplo acima é
curva de oferta de longo prazo, também não deslocará
a curva de oferta de curto prazo. igual a: !lC/!lY '" 80/100 '" 0,80.
Observe-se que a renda cresceu de 1.000 para 1.100,
Gabarito: b enquanto que o consumo cresceu de 900 para 980. Calcule-
mos a propensão média consumir depois do aumento: C/Y
Comentário:
= 980/1.100 = 0,89.
Graficamente, o choque de oferta adverso desloca a
curva de oferta de curto prazo horizontal para cima re- A fração da renda destinada ao consumo caiu de 0,90
sultando, dada a curva de demanda, em preços maiores para 0,89, o que confirma a lei psicológica. Dizemos, então,
e diminuição do produto situação que é denominada que o consumo cresce menos do que proporcionalmente
de estagflação. É preciso sempre ter em mente que no ao crescimento da renda.
curto prazo os preços sobem e o nível de produto cai, Essa relação não proporcional entre renda e consumo
o que contraria os itens c, d e e, e que no longo prazo a pode ser representada pela equação C = Ca + cY, onde Ca é
economia tende ao nível inicial de equilíbrio, conforme a a parte da demanda de consumo autônomo em relação à
afirmativa do item b. Uma elevação na demanda (item a) renda (dependente de outras variáveis, como taxa de juros,
faz o produto voltar ao nível inicial, mas à custa de maior riqueza, costumes etc.), e cY é a parte do consumo induzi-
elevação nos preços. da pela renda, sendo c a propensão marginal a consumir.
Geometricamente, a propensão marginal a consumir é a
MACROECONOMIA KEVNESIANA. inclinação da reta que representa o consumo.
HIPÓTESES BÁSICAS DA
MACROECONOMIA KEVNESIANA. AS
FUNÇÕES CONSUMO E POUPANÇA.
DETERMINAÇÃO DA RENDA DE
EQUILíBRIO. O MULTlPLlCADOR
KEVNESIANO. OS DETERMINANTES DO
INVESTI M ENTO

Vamos determinar o nível de equilíbrio da renda em uma


economia fechada, isto é, sem transações com o exterior,
e sem governo, isto é, sem despesas governamentais e sem
impostos. Nesse caso, a demanda agregada (DA) é igual às Consideremos a função consumo C = 100 + O,8Y; o con-
despesas de consumo (e) e de investimento (I): sumo autônomo é igual a 100 e a propensão marginal a con-
sumir igual a 0,8. Ao nível de renda igual a zero, o consumo é
DA= C+ I igual a 100. Qual o nível de renda que é igual ao consumo?

Enquanto isso, a renda (Y) é igual à soma das despesas y",C


de consumo com a poupança (S): Y = 100 + 0,8Y
Y -O,8Y '" 100
Y=C+S 0,2Y = 100
Y = 500
A condição de equilíbrio é que a renda seja igual à de-
manda agregada: Qual o consumo, quando a renda é igual a 1.000?

Y~ DA C = 100 + 0,8. 1.000 = 900


Y ~ C+ I
C+S=C+I Se a renda não é toda consumida, o seu excesso constitui
S= I a poupança:

Ou seja, para a renda estar em equilfbrio, a poupança S-Y-C


planejada pelas famílias deve igualar as despesas de inves-
A função poupança é derivada da função consumo:
timento planejado pelas empresas.
A respeito do nível de consumo, que é o maior compo- S = Y-(Ca + cY)
nente da demanda, Keynes apresentou uma lei psicológica S = Y - Ca - cY
fundamental, que diz que "à medida que a renda disponível S = - Ca + (1- c) Y
das pessoas aumenta, o consumo também aumenta, mas a S = Ca + sY
<t: fração da renda destinada ao consumo diminui".
s
O
A renda disponível é a parcela da renda nacional que efe- sendo s a propensão marginal a poupar. Se C = 100 + 0,8Y,
Z tivamente é canalizada para as famílias, depois de dedução então
O
u de impostos e adição das transferências, e que é utilizada
w para o consumo e a poupança. Nesse primeiro modelo, sem
governo, a renda disponível é igual à renda.

26
~
~
o gráfico abaixo mostra a poupança e indica que a ren- o que significa o nível de renda de 650? A esse nível,
da é igual a zero ( O ), a poupança é igual a Se-1DO, ou seja, a demanda agregada também é igual a 650. 5enão vejamos:
ocorre despoupança de 100 quando a renda se iguala a zero. C= 100 + 0,8. 650= 620
Quando a renda é igual a 500, a poupança é nula, e torna-se I= 30

positiva quando a renda é maior do que 500. C + I = 620 + 30 = 650


 o
c.r, Y 650 Y

A demanda agregada de 930 é, portanto, insuficiente


para absorver toda a produção de 1.000. O excesso pro-
duzido, igual a 1.000 - 930 = 70, representado pela linha
B no gráfico abaixo, constitui uma variação de estoques,
ou seja, investimento não planejado pelas empresas. Em
decorrência, a produção (e a renda) vão cair, até atingir o
equilíbrio igual a 650.

A partir de que nível de renda ocorre poupança positiva? o que ocorre à economia quando a renda é maior do
que o nível de equilíbrio? Ao nível de renda igual a 1.000,
5>0 por exemplo, a demanda agregada é igual a:
-100 + O,2Y > O
O,2Y> 100 C + I = 100 + 0,8. 1.000 + 30 = 900 + 30 = 930
 Y> 500

Qual a poupança quando a renda é igual a 1.500? C


1 ,I
= ,
5 = - 100 + 0,2 X 1.500 = - 100 + 300 = 200 Y
I
o segundo componente da demanda agregada é a de- a
manda de investimento, definido como o dispêndio com a
aquisição de máquinas e outros bens de capital que resul-
tam em acréscimo de capacidade produtiva. Considera-se
inicialmente que o investimento seja todo ele autônomo em
relação à renda, isto é, que os empreendedores apliquem
determinado valor por unidade de tempo em decorrência
de diversos fatores que não a renda nacional.
Y

Já vimos que quando a renda é igual a LODO, o consumo


Ia~ _________________________
é igual a 900, o que significa que a poupança é igual a 100:

s = - 100 + 0,2. 1.000= 100


Como a poupança excede o investimento planejado de 70
n y
(100 - 30= 70), esse valor é justamente igual à variação de
estoques (ou o investimento não planejado). Então, tem-se:
Vamos deduzir agora a fórmula da renda de equilíbrio,
que é aquela que se iguala à demanda agregada:
=
Poupança investimento planejado + investimento
não planejado
Y= DA 5 = I p + I np
Y= C + I 100 = 30 + 70

Desenvolvendo essa igualdade, tem-se: A renda está em cqullibrlo quando o investimento não
planejado é nulo, ou seja, quando a poupança iguala o
Y= Ca + cY + Ia
Y -cY = Ca + Ia investimento planejado, que é o nosso investimento autô-
Y(l- c) = Ca + Ia nomo: 5 = I.

~
Y= (Ca + Ia). (1/1- c) Pode-se, então, calcular a renda de equilíbrio através
dessa igualdade:
Considere-se a função consumo C = 100 + O,8Y e 5=1
I = 30. Qual a renda de equilíbrio? -100 + O,2Y = 30
0,2Y = 130
Y = (100 + 30). (1/1- 0,8) = 130. 5 = 650 Y= 650

1
LJ

27

~
~
de 20, e, portanto, a nova renda de equilíbrio deveria crescer
de 650 a 670. Será? Calculemos a nova renda de equilíbrio:

Y = (Ca + Ia) x (1/1- c) = (100 + 50). (1/1- 0,8) = 150 x 5 = 750

Observe-se que, dado um aumento no investimento


planejado, de 20, a renda cresceu de 100, ou seja, cinco
vezes mais.
O crescimento da renda também pode ser calculado
através da fórmula:

Tornando mais realista a demanda de investimento e


l1Y = (LiCa + Ala). (1/1- c)
supondo que seja também induzido pelo nível de renda,
podemos expressar a função investimento, assim:
como LiCa = O, tem-se:
I = Ia + eY
V::: Ala, (1/1- c) ::: 20. (1/1- 0,8) = 20 x 5 = 100
sendo Ia o investimento autônomo; e .!l. a propensão mar-
ginal a investir. Qual a explicação para essa variação na renda? Quando
os empresários ampliam os investimentos, o que fazem
é, por exemplo, comprar mais máquinas no valor de 20.
A indústria de máquinas, ao produzir mais 20, cria renda
no valor de 20. Ocorre que a criação de renda provoca um
incremento imediato no consumo, igual à variação na renda
vezes a propensão marginal a consumir, isto é, 20. 0,8 :::
16. Aí a indústria de bens de consumo aumenta a produção
e a renda em 16, o que provoca crescimento no consumo
de 16. 0,8 = 12,8, que se transforma em renda adicional,
que gera novo incremento no consumo de 12,8. 0,8 = 10,2.
E assim por diante.
o y
A tabela a seguir apresenta o crescimento da renda, do
consumo e da poupança, dado o incremento inicial de 20
Nesse caso, com o investimento crescendo à medida que nos investimentos.
a renda cresce, esta tende a atingir níveis maiores do que
se o investimento fosse totalmente autônomo. Considere-
-se as funções: Períodos ~I ~Y ~C ~S
O 20 - - -
S = -100 + 0,2V 1 - 20 16 4
1=30+0,1Y 3,
2 - 16 12,8
2
A renda de equilíbrio corresponde à igualdade entre 3 - 12,8 10,2 2,6
poupança e investimento. Vamos, então, calculá-Ia: 4 - 10,2 8,2 2,
0
S=I
n -
. ,. ... ...
Totais 20 100 80 20
-100 + O,2V = 30 + O,1V
O,1V = 130 Economia Fechada e com Governo
V = 1.300
O Governo tem o papel de arrecadar tributos (T) e reali
Deve-se atentar para o fato de que enquanto a poupança zar despesas (G). A renda das famílias passa a ser composta
é função da renda disponível, o investimento é função da pela despesa de consumo, a poupança e os tributos:
renda nacional, conceitos que se igualam no caso de uma
economia fechada e sem governo, e com os lucros retidos Y=C+S+T
iguais a zero.
Keynes disse que a insuficiência da demanda poderia Os tributos representam um vazamento de renda, isto
diminuir se o consumo aumentasse (o que depende de é, constituem parte da renda não destinada à demanda
aumento da renda disponível), ou aumentassem os inves- agregada, assim como é a poupança. Enquanto isso, os gas
timentos, os quais dependem da expectativa otimista dos tos em consumo do Governo representam uma injeção de
empresários. Se os investimentos aumentam, aumenta a demanda, como são os investimentos. A demanda agregada
demanda agregada, gerando renda e emprego. é igual a:
Consideremos as funções consumo e investimento C =
iDO + 0,8Y e i = 30. Se as empresas aumentarem os inves- DA= C+ I +G
timentos para 50, por unidade de tempo, qual será a nova
c(

s renda de equilíbrio? Antes do cálculo correspondente, pen-


semos um pouco. A renda de equilfbrio, antes desse
A renda nacional está em equilíbrio, quando ela se iguala
à demanda agregada:
aumento
O
no investimento, é igual a 650, como já calculamos antes. 5e
z Y=DA
o o investimento aumentará de 20 unidades monetárias, a de-
C+S+T=C+I+G
u manda agregada cresce de 20 e a produção e a renda
UJ crescem
28
~
~
Cortando C de ambos os termos, tem-se: Esse resultado é conhecido como o Teorema do Orçamento
Equilibrado.
S+T=I+G No 22 modelo fiscal são consideradas as transferências
(Ra), como um componente autônomo que é acrescido à
A igualdade acima mostra que a renda está em equilíbrio renda disponível. A função consumo fica assim:
quando o total de injeções se iguala ao total de vazamentos.
Pode-se também fazer, com base na igualdade anterior: c ::: Ca + c(Y - Ta + Ra)
1= S + T -G, A renda de equilíbrio fica calculada dessa maneira:
Y=C+I+G
o que significa que o nível de investimentos é igual à poupan- Y = Ca + c(Y - Ta + Ra) + Ia + Ga
ça privada (5), mais a poupança do Governo (T - G). Y = Ca + cY - cTa + cRa + Ia + Ga
A participação do governo é estudada através de três V - cY ::: Ca - cTa + eRa + Ia + Ga
modelos fiscais, em que o consumo do Governo é sempre y (1- c) = Ca - cTa + eRa + Ia + Ga
considerado autônomo em relação à renda. No 12 modelo Y = (Ca - cTa + eRa + Ia + Gal. (1/1- c)
fiscal, os tributos (T) também são considerados autônomos,
isto é, independentes da renda. A função consumo passa a Calculemos a renda de equilíbrio, considerando-se os
apresentar a renda disponível, que é definida como a renda, seguintes dados.
menos os tributos (Y D = Y - Ta). A renda de equilíbrio, então,
pode ser calculada: C = 150 + 0,75Yd
=
Ia 200
Y=C+I+G Ta = 100
Y = Ca + c(Y - Ta) + Ia + Ga Ra = 60
Y = Ca + cY - cTa + Ia + Ga Ga = 80
Y - cY = Ca - cTa + Ia + Ga
Y (l-c) = Ca-cTa + Ia + Ga
Y::: (Ca - cTa + Ia + Ga). (1/1- c) Substituindo-se, temos:

Y::: (150 - 0,75.100 + 0,75.60 + 200 + 80). (1/1- 0,75)


Calculemos a renda de equilíbrio, considerando-se
Y = 400.4 = 1.600
os seguintes dados.

=
C 100 + 0,8 Y D Dada qualquer variação na demanda agregada, a cor-
Ia::: 150 respondente variação na renda é calculada pela expressão:
Ta = 120
L'1Y::: (Ma - cL'1 Ta + cMa + ~Ia + L'1Ga). 1/ (1- c)
Ga 200=
Consideremos, utilizando os mesmos dados anterio-
Substituindo, temos: res, um aumento nos gastos do Governo de 30 unidades
monetárias:
Y = (100 - 0,8.120 + 150 + 200). (1/1- 0,8)
::: 354. (1/0,2) ::: 1.770
L'1Y = flGa. (1/1- c) = 30. (1/1- 0,75) = 30. 4 = 120
Dada qualquer variação na demanda agregada, a cor-
respondente variação na renda é calculada pela expressão: Agora suponha-se que o Governo eleve as transferências,
também de 30 unidades monetárias:
M::: (L'1Ca - cMa + L'1la + L'1Ga). (1/ 1- c)
llY = cflRa. (1/1 - c) = L'1Ra. (c/l - c) 30. 0,75/
Se as despesas do Governo crescerem de 20 unidades (1-0,75)=30.3=90
monetárias, a variação na renda será igual a:
Se observamos os valores calculados para as duas varia-
L'1 Y = L'1Ga. (1/1- c) = 20. (1/1- 0,8) = 20. 5 = 100 ções na renda, verificamos que o aumento das despesas de
Se as receitas do Governo crescerem de 20 unidades, gastos do Governo têm um poder maior do que o mesmo
a variação na renda será igual a: aumento das despesas com as transferências, já que a mes-
ma elevação inicial na demanda (de 30 unidades monetárias)
ô y = (-c. Ô Ta). (1/1- c) = (-0,8. 20). (1/1- 0,8) = -16. 5 = - 80 provoca aumentos desiguais na renda. Esse efeito decorre
do fato de que o multiplicador das despesas do Governo 1/
Consideremos agora um aumento simultâneo, e no (1- c) é maior do que o das transferências c/ (1- c].
mesmo valor, das receitas e das despesas do Governo: No 3º modelo fiscal as receitas do Governo são também
induzidas pela renda, o que torna o modelo mais realista.
L'1 Y = (L'1Ga - cL'1 Ta). (1/1- c) A função tributação fica:

Como L'1Ga = L'1Ta, temos: T = Ta + tY

L'1 Y = (Ma - cL'1Ga). (1/1- c) sendo Ta a tributação autônoma, tY a tributação induzi-


M::: L'1Ga (1- c). (1/1- c) da e t, a propensão marginal a tributar.
M=L'1Ga <t
A função consumo incorpora a função tributação da ~
O
ou seja, quando o Governo aumenta as suas receitas e as seguinte maneira: z
O
suas despesas no mesmo valor, a renda cresce desse valor. u
C = Ca + c(Y - Ta - tY + Ra) w

29

A renda de equilíbrio fica calculada dessa maneira: sendo Ma o componente autônomo das importações e mY o
componente induzido; m é a propensão marginal a importar,
Y=C+I+G que é igual a I1M/11 Y, isto é, é a relação entre as variações na
Y;:: Ca + c(Y - Ta - tY + Ra) + Ia + Ga
renda e nas importações.
Y = Ca + cY - cTa + ctY + cRa + Ia + Ga
Y - cY + etY ;:: Ca - eTa + eRa + Ia + Ga X.M
Y (1- c + et) ;:: Ca - cTa + eRa + Ia + Ga
Y = (Ca - cTa + cRa + Ia + Ga). 11 (1- c + ct)

Calculemos a renda de equilíbrio, considerando-se os M


seguintes dados:
Xa
C = 200 + 3/5 Yd
Ia = 180
1------c:;;7~'----- X
T = 3S + 1/6Y
Ra 30= Ma
Ga = 50

O'------------------~
Substituindo, temos: y

Y = (200 - 3/5.35 + 3/5. 30 + 180 + 50). 1/(1-3/5+3/5. 1/6) A expressão da renda de equilíbrio fica, agora, igual a:
Y = 427. 2 = 854
Y=C+I+G+X-M
Dada qualquer variação na demanda agregada, a cor-
respondente variação na renda é calculada pela expressão: Vamos calcular a renda de equilíbrio utilizando, para
simplificar, o lQ modelo fiscal, isto é, a
I1Y = (I1Ca - cl1Ta + cl1Ra + Ala + I1Ga). 11 (1- c + ct]
tributação, T, é toda
autônoma:
Suponhamos que os investimentos planejados pelos em-
presários se elevem de 50 unidades monetárias. Se não houver
tributação induzi da, isto é, t = O, a variação na renda será de: Y = Ca + c(Y - Ta) + Ia + Ga + XA - Ma - mY
Y = Ca + cY - cTa + Ia + Ga + Xa - Ma - mY
11 Y = I1la. 1/ (1- c) = 100. 1/1-3/5 = 50. 5/2 = 125 Y - cY + mY = Ca - cTa + Ia + Ga + Xa - Ma
Y (1- c + m) = Ca - cTa + Ia + Ga + Xa - Ma
Mas quando uma parte da tributação é induzida, a va- Y = (Ca - cTa + Ia + Ga + Xa - Ma). 11 (l-c+m)
riação positiva na renda é menor. Vejamos:
Calculemos a renda de equilíbrio, considerando-se os
Y = Ala, 1/(1 - c + ct) ;:: 100. 1/(1 - 3/S + 3/5. 1/6) seguintes dados:
;:: 50. 2 = 100
C = 150 + (Y - Ta)
Ta = 24
Com a tributação induzida, a renda, em vez de crescer
Ia = 180
12S unidades, cresce menos, de 100. A explicação é que,
Ga = 220
dado o aumento do investimento, eada vez que aumenta Xa;:: 110
a produção e a renda, pelo efeito multiplicador, uma parte M = SO + l/12Y
desse aumento da renda é transferido para o Governo através
dos impostos, constituindo um vazamento, que resulta em Substituindo, temos:
aumentos também menores no consumo.
Y = (150 - . 24 + 180 + 220 + 110 - 50).1/ (1-3/4+1/12)
Economia Aberta e com Governo Y = 592. 3 = 1.776

Ao se considerar a economia aberta, introduzimos um


Dada qualquer variação na demanda agregada, a cor-
novo componente para a demanda agregada, que são as
respondente variação na renda é calculada pela expressão:
exportações, representando uma injeção para a economia,
pela criação de renda. Enquanto isso, as importações de 11V= (LlCa-óla +I1Ga +óXa).ll (1-c+ m)
mercadorias e serviços representam um vazamento, pois
criam renda e emprego no exterior. Suponhamos que os gastos do Governo cresçam de 100
As exportações são consideradas como autônomas em unidades monetárias. Não havendo importações induzidas
relação à renda interna (Xa), pois costumam variar em de- peia renda, isto é, m = O, a variação na renda será de:
corrência de fatores como a taxa de câmbio, as tarifas dos
países importadores, os preços internacionais e o nível de 11 Y;:: I1Ga. 1/ (1- c) = 100. 1/ (1- ) ;:: 400
renda dos países compradores.
Enquanto isso, as importações podem ser representadas Mas quando uma parte das importações é induzida
por dois componentes, um autônomo (que relaciona as pela renda, parte da demanda é transferida para o exterior,
importações com a taxa de câmbio, as tarifas internas e o diminuindo o efeito sobre a renda interna. Por isso, a renda
« diferencial de preços entre os produtos nacionais e estran- cresce menos.
geiros) e outro induzido pela renda interna.
~ 6.Y = AGa. 1/ (l-c+m) = 100. 1/ (1- + 1/12) = 100. 2 = 200
O X= Xa
Z Aplicação da Política Fiscal Keynesiana
o M=Ma+my,
u
"'" Cabe ao Governo um papel bastante importante na teoria
keynesiana, pois os gastos e os impostos governamentais

30

~
~
devem ser utilizados para a estabilização da economia. No - Diminuição da Propensão Marginal a Tributar
caso de desemprego e diminuição das atividades econômi- Y= (Ca-cTa + cRa + Ia + Ga).l/ (l-c+ ct)
cas, a insuficiência da demanda agregada deve ser corrigi da 6.600= (2000-3/5. 350+3/5.100+800+500).1/(1-3/5 +3/5. t)
pela elevação dos gastos governamentais. A redução de t" 0,13
impostos também provoca esse efeito. Ao contrário, no caso
de intensificação das atividades econômicas, os aumentos de Algumas interrelações curiosas entre os agregados:
preços podem ser combatidos por diminuição dos gastos e - Um aumento das exportações resulta em aumento
redução dos impostos. das importações.
ilX ~f...Y ~ AM
Consideremos os seguintes dados: - Um aumento das importações não provoca necessa-
riamente variação nas exportações.
c " 2000 + 3/5Y, Ia " 800, Ra " 100, Ga = 500, T = 350 + 1/6 Y - Um aumento dos gastos do Governo resulta em au-
mento dos tributos.
A renda de equilíbrio é igual a: ilG~ilY~M
- Um aumento dos impostos resulta em diminuição das
y" (2000 - 3/5. 350 + 3/5. 100 + 800 + 500). 1/ importações.
(1- 3/5 + 3/5.1/6) "3.150.2,, 6.300 M~f...Y~AM
- Uma diminuição das importações resulta em aumento
Suponhamos agora que a economia apresente desem- dos impostos.
prego e que, para diminuí-Ia, o Governo pense em aumentar AM~f...Y~M
o valor do produto para 6.600. Para isso, seria preciso elevar - Um aumento dos tributos diminui os investimentos
a demanda agregada e o Governo conta com as seguintes induzidos pela renda, enquanto um aumento dos
investimentos aumenta os tributos induzidos pela
opções:
- aumentar os gastos governamentais; renda.
- diminuir os impostos autônomos; M~AV~ill
- diminuir a propensão marginal a tributar; ill ~AV~ilT
- aumentar as transferências. - Um aumento autônomo do consumo faz aumentar o
consumo induzido pela renda.
Y,DA AC~AV~AC
y
Um exercicio de aplicação: considerando-se as propen-
DA
sões marginais a consumir, a tributar, a investir e a importar
iguais, respectivamente, a 0,8, 0,1, 0,28 e 0,1, calcule:

- O multiplicador dos investimentos


1/ (1- 0,8 + 0,8. 0,1- 0,28 + 0,1) = 10

o multiplicador dos tributos


- 0,8/ (1-0,8 + 0,8. 0,1-0,28 + 0,1) =-4

o~·----------~------~~ - Dado um aumento nos investimentos de 100, qual a


6.300 6.600 Y variação nas importações:
AV" 100. 10 = 1.000
o gráfico acima mostra a renda de equilíbrio de 6.300 e ilM = 0,1. 1.000 = 100
a renda de 6.600 que o Governo quer alcançar para diminuir
o desemprego. - Dado um aumento nas importações de 50, qual a
Vamos calcular cada um dos valores necessários para variação nos investimentos:
o objetivo de elevação da renda, de 6.300 para 6.600, ou ilY = - 50. 10 = - 500
seja, de 300. AI = 0,28. - 500 = - 140

- Aumento dos Gastos Governamentais - Dado um aumento nos gastos do Governo de 80, qual
f...Y = (ACa - cMa + cilRa + Ala + AGa). 1/ (1- c + ct) a variação nos tributos:
f...Y" (ilGa). 1/ (1- c + ct) ~Y=80.10=800
Ar" 0,1. 800 = 80
300 = (~Ga). 1/ (1- 3/5 + 3/5. 1/6)
300 = (Ma). 2 - Dado um aumento nos impostos de 25, qual a variação
AGa = 150 nas importações:
AV = 25. - 4 = -100
- Diminuição dos Impostos Autônomos AM = 0,1. - 100 = - 10
f...Y" (ilCa - cMa + cilRa + Ala + AGa). 1/ (1- c + ct)
ilY = Ma. c/ (1- c + ct) - Dada uma diminuição nos tributos autônomos de 10,
qual a variação nos tributos induzidos:
300 = il Ta. - 3/5/ (1- 3/5 + 3/5. 1/6)
il Y " - 10. - 4 '" 40
300 "Ma. -6/5
ilTa = - 250 Ar= 0,1. 40 = 4 I
I
- Dado um aumento nos investimentos de 15, qual a
- Aumento das Transferências variação nas exportações:
f...Y = (ilCa - cMa + cARa + Ala + AGa). 1/ (1- c + ct) A Y = 15. 10 = 150
il Y = ilRa. c/ (1- c + ct)
300 = ARa. 6/5
ilX = 0.150 = °
~
ilRa = 250
L.J

31
~
~
AS CONTAS DO SISTEMA FINANCEIRO E O A fixação de preços, em moeda, substitui diversos valores.
Assim, se tivermos n tipos de produto, o total de relações
MUlTIPL/CADOR BANCÁRIO
entre esses bens será igual a:

O uso da moeda, atualmente, é tão comum que quase


não percebemos a sua enorme utilidade. Pois é através n(n-l}
dela que se realizam as transações econômicas, sejam as 2
que envolvem produtos, sejam as que se referem a simples
transmissão de propriedade de ativos. Por exemplo, no caso de 10 produtos, teríamos:
As pessoas normalmente se especializam em produzir (10 x 9) / 2 ::; 45 relações.
determinado bem ou serviço. Enquanto isso, necessitam e
têm desejo de consumir centenas de produtos, produzidos Reserva de valor
por outras pessoas. Numa economia de troca, ou escam- A moeda pode ser retida em poder de seu possuidor
bo, cada pessoa tem de procurar alguém que necessite após a venda de seu trabalho, constituindo uma reserva ou
ou deseje o que produzimos, ao mesmo tempo em que um crédito em relação à sociedade. Por isso é considerada
produza aquilo de que necessitamos. A solução seria a uma forma de riqueza. Essa característica da moeda obriga,
troca direta. Vejamos: no entanto, que os seus possuidores resguardem-se de riscos
relativos a essa retenção. Os depósitos no sistema bancário
são proteção contra perdas e assaltos. É preciso também
evitar-se a desvalorização da moeda em relação a seu po-
der de compra, o que ocorre em virtude da inflação. Nesse
José tem o produto A João tem o produto B caso, os detentores de moeda procuram a sua aplicação em
e deseja o produto B e deseja o produto A títulos que rendem juros ou ativos que podem valorizar-se.
de João de José
(a troca é possível) Características Essenciais da Moeda

José tem o produto A João tem o produto B, Uma moeda, para ser aceita nas transações comerciais,
e deseja o produto B mas deseja o produto
deve possuir certas características inerentes, e que são:
de João C, de Carlos
 Indestrutibilidade e inalterabilidade - não deve se
Carlos tem o produto facilmente destruída nem alterada.
C, mas deseja o pro-  Homogeneidade - as moedas de mesmo valor devem
ser iguais, para poderem ser aceitas.
(a satisfação de todos somente é possível através  Divisibilidade - deve atender a transações de todos
da triangulação das trocas) os valores, maiores e menores, inclusive as fracioná-
rias.
 Transferibilídade e facilidade de manuseio - deve
Numa economia moderna a solução é a utilização da ser facilmente manuseada e transferida.
moeda. Com ela, cada um pode se especializar na produção  Facilidade de transporte - deve ser facilmente trans-
de determinado bem, ou seja, organizar-se a divisão do portada para a realização de transações em quaisquer
trabalho, o que permite a maior eficiência na produção locais.
dos bens. O produto de cada um é, então, oferecido no
mercado e trocado por moeda, a qual representa um poder Tipos Históricos de Moeda
de compra que pode ser utilizado na aquisição dos bens
oferecidos pelos demais. Assim, a troca direta transforma- São as seguintes as formas tradicionais de moeda:
-se em troca indireta, facilitando e reduzindo o tempo  moeda-mercadoria;
empregado nas transações.  moeda metálica;
 moeda-papel;
 papel-moeda;
As Funções da Moeda  moeda bancária.
duto A, de José

Intermediária de trocas
Essa função decorre do próprio conceito de moeda. É um As primeiras moedas foram mercadorias que, pelo seu
meio pelo qual as trocas são efetuadas. Evita a troca direta valor intrínseco, eram aceitas em troca do que se desejava
e a necessidade de coincidência de desejos, José troca seu oferecer. Mercadorias são aceitas como moeda por terem
produto por moeda e fica em condições de adquirir, através aceitação geral, pela sua escassez relativa e capacidade de
dela, os produtos de que necessita. satisfazer necessidades.
Exemplos clássicos são o gado, o sal, escravos, conchas,
seda, fumo, chás etc. Os seus inconvenientes são o des-
Unidade de medida de valor gaste natural, a não homogeneidade, o difícil manuseio ou
A moeda é utilizada para dar valor às coisas, dispen- transporte.
sando a valoração de cada bem em relação a cada um A moeda metálica apareceu para superar alguns desses
dos demais. Em vez de se valorar o quilo de feijão em defeitos. Os principais metais utilizados foram o cobre,
termos de arroz, carne, leite, consultas médicas ou picolés, o ferro e o bronze, que no entanto tinham dificuldade de
« pode-se expressar o valor do feijão em moeda, conforme transporte, pelo seu peso e volume. Com o tempo passaram
~ a sua fixação no mercado. O valor, fixado em unidades a ser padronizadas para as transações. Para facilitar, também
O monetárias, passa a ter um preço, como por exemplo
z foram cunhadas. Mas um grave defeito era a sua abundância
O R$ 1,00 por quilo, assim como o arroz, a carne e o leite.
U relativa, o que fez com que passassem a ser utilizados metais
LU mais nobres, como o ouro e a prata.

32
Para facilitar as transações, surgiram atividades de de-  Ela é formada por instituições especializadas, que
pósito desses metais, realizadas por ourives que emitiam estão aparelhadas para aplicar os recursos nas con-
certificados de depósito, os quaís, por sua comodidade e dições mais lucrativas.
segurança, passaram a circular no lugar dos metais monetá-  Permite que os agentes superavitários tenham onde
rios. Com isso, estava criada a moeda-papel, com lastro de aplicar, a qualquer instante, seus excedentes e os defi-
100, isto é, o seu valor podia ser convertido totalmente em citários tenham recursos no montante e no momento
metal, a qualquer momento e sem aviso prévio. em que vislumbram oportunidades de consumo e de
Esses primitivos banqueiros logo perceberam que a investimento lucrativos.
reconversão da moeda-papel em metais preciosos não era  Ela incentiva as poupanças, de qualquer montante.
solicitada por todos os seus detentores e ao mesmo tempo.  Permite expansão do cunsumo e do investimento.
Além disso, enquanto uns a solicitavam, outros faziam novos
depósitos do metal. Assim, os custodiadores foram incenti- o sistema financeiro é dividido em dois segmentos: o
vados a emitirem certificados de depósito não lastreados. monetário, constituído pelas instituições que têm o poder
Nasceu, assim, a moeda fiduciária ou papel-moeda, cuja de criar moeda, ou seja meios de pagamento, como é o caso
circulação era baseada na confiança dos comerciantes e da do Banco Central (emissão de moeda escritural ou bancária);
comunidade nos depositários de ouro e prata. e o não monetárío, constituído pelas instituições que não
Esse novo tipo de moeda, não totalmente lastreado, criam moeda, apenas transferem recursos de poupadores
permitiu um avanço no desenvolvimento econômico, pelo para aplicadores.
aumento na atividade econômica, embora também cau-
sasse problemas decorrentes de emissões audaciosas de
moeda, resultando até em fechamento e falência de muitas ~ Sistema monetário
Sistema Financeiro
casas, quando a procura pelo metal superava os estoques ~ Sistema não monetário
existentes, Isso levou o Estado a tentar regulamentar as
emissões. Hoje, os sistemas monetários são, em sua quase O Sistema Financeiro Nacional atual resulta essen-
totalidade, fiduclários, sob as seguintes características: cialmente da reforma financeira promovida no biênio
 inexistência de lastro metálico; 1964/1965, por meio das seguintes Leis:
 inconversibilidade absoluta;  4.380/1964: institui a correção monetária nos con-
 monopólio estatal das emissões. tratos imobiliários de interesse social, cria o Banco
Nacional da Habitação e institucionaliza o sistema
A forma mais moderna de moeda, e que representa a financeiro de habitação.
maior parcela dos meios de pagamento, praticamente em  4.595/1964: define as características e áreas espe-
todos os países, é a chamada moeda bancária. Essa forma cíficas de atuação das instituições financeiras e cria
de moeda é criada pelos bancos comerciais e corresponde o Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário
ao total dos depósitos à vista desses estabelecimentos de Nacional.
crédito. Sua movimentação é feita por cheques ou em saques  4.728/1965: disciplina o mercado de capitais e esta-
eletrônicos. Ela também é denominada moeda invisível, pelo belece medidas para o seu desenvolvimento.
fato de não ter existência física, e é escritural, por corres-
ponder a lançamentos a débito e a crédito, registrados na
É a seguinte a atual estrutura do SFN:
conta corrente dos bancos.
Subsistema Normativo: Conselho Monetário Nacional,
Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários.
o Sistema Financeiro Subsistema de intermediação: Agentes Especiais e De-
mais Instituições.
o sistema financeiro é o conjunto de instituições que se
dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condi- Agentes Especiais: Banco do Brasil, Banco Nacional de
ções satisfatórias ao fluxo de recursos de poupadores para Desenvolvimento Econômico e Social, Bancos Múltiplos,
investidores. O mercado financeiro permite que um agente Bancos Comerciais públicos e privados e Bancos de Desen-
econômico, indivíduo ou empresa, sem perspectivas de volvimento.
aplicação em empreendimento próprio de toda poupança Demais instituições bancárias, não bancárias e auxilia-
que pode gerar, seja colocado em contato com outro, cujas res: Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (caixas
perspectivas de investimento superam as respectivas dispo- econômicas, sociedades de crédito imobiliário e associa-
nibilidades de poupança. ções de poupança e empréstimo), Sociedades de Crédito,
A intermediação financeira é toda organização voltada Financiamento e Investimento, Bancos de Investimento,
para a canalização de recursos, de agentes econômicos supe- Bolsas de Valores e outras instituições.
ravitários. (culos rendimentos correntemente recebidos são Conselho Monetário Nacional - formula a política
superiores aos seus dispêndios totais), aos agentes econômi- monetária e de crédito e zela pela liquidez e solvência das
cos deficitários (cujos dispêndios globais em consumo e em instituições financeiras. Delibera mediante Resoluções e é
composto pelo Ministro da Fazenda (que é seu presiden-
investimento são superiores às disponibilidades imediatas).
te), o Ministro-Chefe de Planejamento e Coordenação e o
presidente do Banco Central do Brasil.
~ Sistema Banco Central do Brasil - é o órgão de execução das
Consumo e
políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional. Cabe
~ ~ ,--_Fi_n_ac_e_ir_o_--, Investimento
a ele:
 emitir papel-moeda e moeda metálica;
Os benefícios da intermediação financeira são os se-  executar os serviços do meio drculante; <C
guintes:  receber os recolhimentos compulsórios e os depó- ~
 Ela permite que poupadores encontrem imediata sitos voluntários das instituições financeiras;
O
oportunidade de aplicação para seus recursos,
evitando os custos que adviriam da busca direta de
tomadores dos empréstimos.
 realizar operações de redesconto e empréstimos a
instituições financeiras e bancárias; lê
33
~
~
 exercer o controle do crédito; Se, em razão da recessão mundial, as famílias decidirem
 efetuar o controle dos capitais estrangeiros; elevar seus depósitos de poupança para se precaverem
 ser deposltário das reservas oficiais de ouro e moeda das incertezas geradas pela crise, ocorrerá um aumento
estrangeira; dos agregados monetários M2 e M3'
 ser depositário das receitas tributárias federais;
 exercer a fiscalização das instituições financeiras e Resposta: C
aplicar as penalidades previstas;
 conceder autorização para o funcionamento das Comentário:
instituições financeiras. Além do agregado monetário M" os agregados monetários,
considerados quase moeda, são M2 ::: Ml + depósitos
De acordo com essas atribuições, o Banco Central é especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos
considerado: emitidos por instituições depositárias, e M3 ::: M2 + quo-
 banco dos bancos, pelo fato de receber depósitos tas de fundos de renda fixa + operações compromissadas
compulsórios e voluntários das instituições finan- registradas no Selic. Como os depósitos de poupança são
incluídos no conceito M2' certamente que a elevação dos
ceiras e Ihes fornecer empréstimos;
depósitos provocará um aumento nesses agregados.
 banco emissor de papel-moeda, pelo fato de deter
o monopólio de emissão de papel-moeda e moeda Contas do Sistema Monetário
metálica;
 banqueiro do governo, por financiar o Tesouro Vamos apresentar as contas dos bancos comerciais e do
Nacional mediante a colocação de títulos públicos Banco Central, para compreendermos o processo de criação
e ser seu depositário de recursos. e destruição de moeda.

Os Meios de Pagamento Balancete Consolidado dos Bancos Comerciais

Ativo Passivo
Meios de pagamento, são definidos como a totalidade Encaixes Recursos próprios
dos haveres monetários possuídos pelo setor não bancário - Em moeda corrente Depósitos à vista
da economia, e que podem ser utilizados a qualquer mo- - Depósitos Voluntários Depósitos a prazo
mento para os pagamentos e a liquidação de dívidas, em
Redescontos e outros
moeda nacional. Entende-se por "setor não bancário" as
- Depósitos Compulsórios
unidades familiares, as empresas, o Governo e o sistema
recursos do Bacen
financeiro não monetário.
Consideremos, agora, as seguintes definições: Empréstimos ao setor privado Empréstimos externos
Empréstimos a entidades Demais exigibilidades
públicas
Títulos públicos e privados
Encaixes das
Saldo do Papel- Autoridades Papel-moeda em Imobilizado
-moeda Monetárias Circulação Outras aplicações
Emitido
Em termos sintéticos, o balancete agrupa certas contas,
Encaixes dos separando no passivo os recursos monetários e os não
Papel-moeda em
Bancos monetários:
Papel-moeda em Poder do
Circulação Comerciais Público Balancete Consolidado Sintético dos Bancos Comerciais

Ativo Passivo
Papel-moeda em Depósitos à
Encaixes Recursos próprios
- Em moeda corrente - Depósitos à vista
o conceito de meios de pagamento, acima, é conhecido
como M" pois existem outros que englobam os ativos de- - Depósitos Voluntários Recursos não monetários
nominados de quase moeda. Denomina-se quase moeda
- Depósitos Compulsórios - Depósitos a prazo
qualquer ativo que possua alto grau de liquidez (capacidade
de ser convertido em moeda), embora não tenha a função Empréstimos ao setor privado - Operações de redesconto
de pagamento. São exemplos os depósitos em caderneta de
poupança, os fundos de investimento, os depósitos a prazo, Saldo líquido das demais
certas ações mais negociadas. Daí que tenhamos, além do Títulos públicos e privados
conceito mais comum, outros conceitos de moeda, como: contas

Poder do + Vista nos Bancos Enquanto isso, eis as contas do Banco Central:
Público Comerciais
Balancete Consolidado do Banco Central
Meios de
Pagament
o

M2 = M, + depósitos especiais remunerados + depósitos


de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias;
M3 ::: M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações
34 comprornissadas registradas no Selic:
M4::: M3 + títulos públicos de alta liquidez.
c(

~ Questão Comentada
O
z
O (Economista do Ministério do Trabalho e Emprego, 2008)
1./
w Julgue o item a seguir.
Ativo Passivo
Saldo do papel-moeda
Encaixes em moeda corrente
emitido

Depósitos do Tesouro
Reservas internacionais
Nacional

Depósitos dos Bancos


Operações de redesconto
Comerciais
Empréstimos ao Tesouro Nacional - Depósitos Voluntários
Títulos públicos federais - Depósitos Compulsórios
Títulos de emissão própria
(LBC, BBC)
Criação e Destruição de Meios de Pagamento
Balancete Consolidado Sintético do Banco Central
Ativo Passivo Concretiza-se por meio das operações realizadas entre
Reservas internacionais Base Monetária o setor bancário e o público. Diz-se que há criação de meios
de pagamento quando o público recebe do setor bancário
- Papel-moeda em poder do
haveres monetários (papel-moeda em poder do público
Operações de redesconto
público e depósitos à vista) e, em contra partida, entrega haveres
não monetários ao setor bancário. Ao contrário, ocorre des-
Empréstimos ao Tesouro -Encaixas dos Bancos truições de meios de pagamento quando o público entrega
Nacional Comerciais haveres monetários ao setor bancário e, em contra partida,
Títulos públicos federais Em moeda corrente recebe do setor bancário haveres não monetários.
Depósitos Voluntários
Depósitos Compulsórios
Recursos não monetários
Criação de meios de pagamento
- Depósitos do Tesouro
Nacional
- Títulos do Banco Central
PÚBLICO I-7 haveres não -71 SETOR BANCÁRIO
Agora, são consolidadas as contas do sistema monetário, monetários
(LBC, BBC)
somando-se os itens dos Bancos Comerciais e do Banco Cen- ~ haveres mone- ~
tral e eliminando-se os itens que aparecem simultaneamente tários
no ativo e no passivo.

Balancete Consolidado Sintético do Sistema Destruição de meios de pagamentos


Monetário 1 PÚBLICO 1-7haveres mone--~ SETOR
BANCÁRIO
Ativo Passivo tárlos
I-Aplicações dos Meios de Pagamento ~ haveres não ~
Bancos monetários
Comerciais
- Empréstimos ao setor - Papel-moeda em poder do público
privado Exemplos de criação de meios Exemplos de destruição de
- Títulos públicos e privados - Depósitos à vista nos Bancos de pagamento: meios de pagamento:
Comerciais - uma pessoa faz um saque de - uma pessoa faz um depósito
Aplicações do Banco Central Recursos Não monetários seu depósito a prazo; em sua caderneta de poupan-
- Reservas internacionais - Depósitos a prazo - uma empresa desconta uma ça;
- Empréstimos ao Tesouro - Depósitos do Tesouro Nacional duplicata em um banco; - um banco vende títulos go-
-um exportador recebe em vernamentais ao público;
Nacional
reais o valor correspondente
- Títulos públicos federais - Títulos do Banco Central (LBC, - um importador paga ao ban-
a uma venda ao exterior;
BBC)
- Saldo liquido das demais contas co o valor correspondente a
-um banco adquire títulos
uma compra no exterior;
governamentais do público,
Através das contas 4 e 5, pode-se observar que: - um banco vende um imóvel
creditando suas contas-cor-
=
- D Base Monetária D Operações Ativas -
rentes;
a uma empresa, recebendo
D Passivo não monetário. o paga mento ern dinheiro;
-o Banco Central fornece - uma pessoa paga um emprés-
- D Meios de Pagamento = D Operações Ativas-
dinheiro à União, adquirindo timo bancário, sendo debita-
D Passivo não monetário. do em sua conta-corrente.
títulos governamentais.
A conta nº 4 permite mostrar que um aumento da Base
Monetária pode ter como contra partida, pelo Banco Central,
um aumento das reservas internacionais, dos empréstimos ao Há casos em que não há nem criação e nem destruição
Tesouro, de aplicações em títulos federais, ou uma diminuição de meios de pagamento, como nos seguintes exemplos:
nos depósitos do Tesouro e no passivo em títulos próprios. - Uma pessoa faz um depósito ou saque em sua conta
A conta nQ 5 permite mostrar que um aumento dos meios corrente;
de pagamento pode ter como contrapartida, ou um aumento - O Banco Central fornece recursos a um banco, através
das aplicações dos bancos comerciais (como empréstimos e de operação de redesconto;
aquisição de títulos) ou uma diminuição dos recursos não mo- - Uma empresa faz um pagamento de compra de ma-
netários dos bancos comerciais (como depósitos a prazo). térias primas a um seu fornecedor.
Pode-se, então, concluir que há criação ou destruição de
meios de pagamento quando o setor bancário e o público Vejamos outros casos interessantes:
trocam entre si haveres monetários e não monetários. - A União deposita os impostos arrecadados em sua
Vejamos alguns dados monetários referentes a maio de conta no Banco Central: há destruição de moeda.
2013, em milhões de reais: A União paga seus funcionários, sacando sobre seus
Dados Monetários até maio de 2013 depósitos no Banco Central: há criação de moeda.
Uma empresa faz um depósito de poupança na Caixa
Econômica Federal: há destruição de moeda.
Base monetária 207.908
Uma empresa adquire um certificado de depósito a
Meios de pagamento (M1) 290.570
prazo em um banco de investimento: não há criação
- Papel moeda em poder do público 135.447 nem destruição de moeda.
- Depósitos à vista 155.122
M2 1.775.588
EXERCíCIO
M3 3.676.082
M4 4.222.542 (Técnico em Desenvolvimento Regional da Codevasf/2008)
Multiplicador monetário 1,40 Sobre o funcionamento do mercado monetário, assinale V
Depósito de poupança 526.620 para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

--------------------------------------------------------------------------~y-
35
~

7 I - A oferta de moeda pode ser dividida em oferta de
moeda pelo Banco Central e oferta de moeda pelos
Banco A
Ativo Passivo
bancos comerciais.
Encaixes = 200 Depósitos à vista = 1.000
li - Os intermediários financeiros não bancários apenas
transferem dinheiro dos emprestadores para os - compulsórios = 200 - José = 1.000
tomadores de empréstimos. Empréstimos (firma A)= 800
111 - A receita de senhoriagem auferida pelo Banco Total 1.000 Total = 1.000
Central é dada pela diferença entre o valor de face do
dinheiro e seu custo de impressão.
A firma B, de vassouras, deposita $ 800 no Banco B:
IV - Caso um país esteja produzindo com plena
utilização dos fatores de produção, um aumento da
Banco B
oferta monetária provocará uma redução do nível geral
de preços. Ativo Passivo
Encaixes = 800 Depósitos à vista = 800
A sequência está correta em: - voluntários = 640 -- firma B = 800
a) V, V, V, F. -- compulsórios = 160
b) v, V, v, V.
c) F, F, V, V. Total = 800 Total = 800
d) V, F, V, F.
e) V, V, F, F.
O Banco B tem recursos ociosos de $ 640, que são em-
Gabarito: e prestados para a firma C (escritório de advocacia):

Banco B
A Multiplicação dos Meios de Pagamento
Ativo Passivo
Os bancos comerciais têm a faculdade de aumentar os Encaixes = 800 Depósitos à vista = 1.440
meios de pagamento. Isso ocorre porque, a partir do momen- - voluntários = 512 - filma B = 800
to em que o papel-moeda é depositado no sistema bancário - compulsórios = 288 - firma C = 640
como um depósito à vista, o banco fica em condições de Enll'féstimos jtinna C) = 640
realizar empréstimos ao público. Nesse caso, há um aumento
Total = 1.440 Total = 1.440
nos meios de pagamento, e o papel-moeda ou o depósito
à vista utilizado para fazer pagamentos acabam voltando,
no todo ou em parte, ao sistema bancário, gerando novos
A firma C casa seus recursos do empréstimo do banco B,
empréstimos e depósitos. No final, os meios de pagamento
de $ 640, para adquirir livros de Direito em uma livraria (D):
se elevam de várias vezes o aumento inicial nos depósitos.
Para se ter uma idéia dessa multiplicação, em outubro de
Banco B
2011 a base monetária era de R$ 185.471 milhões e o total
Ativo Passivo
dos meios de pagamento de R$ 255.690 milhões."
Vamos ver como os depósitos à vista são expandidos atra- Encaixes = 160 Depósitos à vista = 800
vés do sistema bancário. Suponha-se que o Governo faça um - compulsórios = 160 - firma B = 800
pagamento a um indivíduo, José, de $ 1.000, e este deposite Empréstimos (firma A)= 640
o valor no Banco A, o qual é obrigado a fazer depósitos no Total = 800 Total = 800
Banco Central de 20 sobre os depósitos à vista recebidos.

Banco A A livraria D deposita o valor das vendas de $ 640 no


Ativo Passivo Banco C.
Encaixes em moeda= 1.000 Depósitos à vista = 1.000
Banco C
- voluntários = 800 - José = 1.000
Ativo Passivo
- compulsórios = 200
Encaixes = 640 Depósitos à vista = 640
Total = L 000 Total = 1.000 - voluntários = 512 - frnna D = 640
- compulsórios = 128
O Banco A, utilizando os depósitos voluntários de $ 800, Total = 640 Total - 640
faz um empréstimo a uma firma (A) de conservação e limpeza:

Banco A O Banco C aplica seus recursos voluntários, de $ 512, em


Ativo Passivo empréstimos para uma loja (firma E):
Encaixes = 1.000 Depósitos à vista = 1.800
Banco C
- voluntários = 640 - José =1.000 Ativo IPassivo
- compulsórios = 360 - firma A = 800
Encaixes = 640 Depósitos à vista - Ll52
c:( Empréstimos (fuma A)= 800 ~ voluntários = 409,6 ~ firma D = 640
~ Total = 1.800 Total = 1.800
O - compulsórios - 230,4 - firma E - 512
Empréstimos (firma Ej - 512
Z
o
1. A firma A saca seu empréstimo de $ 800 do banco A para Total - 1.152 Total = L152
1
lU comprar vassouras na firma B:

36
~
~
o processo continua, enquanto cada banco tiver recursos Um exemplo prático: supondo-se que 20 dos meios
voluntários a emprestar, que por sua vez vai criando novos de pagamento estão sob a forma de papel-moeda em po-
depósitos e empréstimos. der do público e, consequentemente, 80 sob a forma de
O depósito inicial de $ 1.000 no Banco A resultou em depósitos à vista nos bancos comerciais: a relação encaixe
depósitos em outros bancos. Somemos os depósitos criados em moeda / depósitos à vista é igual a 10, a relação
nos bancos: entre encaixes voluntários e depósitos à vista igual a 5 e
a relação entre encaixes compulsórios e depósitos à vista
Total dos depósitos = 1.000 + 800 + 640 + 512 + ... = igual a 5. Dada uma expansão nas operações ativas do
1.000 (1 + 0,8 + 0,82 + 0,83 + ... ) = 1.000 xl / (1-0,8) = 1.000 Banco Central de $ 100 milhões, qual o valor da elevação
x 5 = 5.000. resultante nos meios de pagamento?
Observe-se que, como (1 - 0,8) = 0,2, que é a taxa de
M=B x m = B x 1/ [1- d (1- R)]
depósitos compulsórios (R), conclui-se que a soma dos
depó- M = 100 x 1 / [1 - 0,8 (1 - 0,10)] = 100 x 2,78 = 278
sitos (D) é igual ao depósito inicial, vezes o inverso da taxa R: milhões.

D = depósito inicial x (1/ R)


A expressão acima permite que se evidencie que uma
Isso significa que a taxa de recolhimentos compulsórios expansão nos meios de pagamento da economia pode
ao Banco Central determina a maior ou menor expansão originar-se de três maneiras básicas:
dos depósitos à vista, ou seja, os meios de pagamento. No - de um aumento das operações ativas do Banco Central
exemplo acima, se R = 0,25, o total de depósitos diminuiria (aumento da base monetária);
para 4.000. Se R = 0,1, o total de depósitos aumentaria - de uma redução da relação encaixes/depósitos (redu-
para 10.000. ção em R);
- de um aumento da proporção de depósitos à vista
Vamos ver agora que uma elevação na Base Monetária
sobre o total dos meios de pagamento (aumento em d).
(B) conduz a uma expansão dos meios de pagamentos (M),
a partir de certas equações de identidade e de relações
Exercício: dado um aumento nas compras de títulos
de comportamento. A Base Monetária (B) e os meios de
públicos no mercado aberto, pelo Banco Central, de $ 10 mi-
Pagamento (M) são interligados através de uma relação,
lhões, sendo a relação encaixes totais / depósitos à vista nos
que é denominada de multiplicador monetário (m). Assim,
bancos comerciais de 10 e a relação entre o papel-moeda
tem-se:
em poder do público e os depósitos à vista nos bancos co-
merciais de 25, calcule: a) o multiplicador monetário; b) a
M= Bxm ou expansão nos meios de pagamento. Respostas: a) m = 3,57;
m=M/B b) /::,. M = $ 35,7 milhões.

Consideremos, inicialmente, as seguintes equações de Objetivos e Instrumentos de Política Monetária;


identidade: Metas de Inflação

Meios de Pagamento = Papel-moeda em poder do


Os principais instrumentos da política monetária, são:
público + Depósitos à vista nos bancos comerciais - recolhimento compulsório sobre os depósitos dos
(M = PMPP + DV) bancos;
Base Monetária = Papel-moeda em Circulação + De- - operações de redesconto;
pósitos voluntários e compulsórios dos bancos comerciais - operações de mercado aberto;
(Reservas Bancárias) - controle e seleção do crédito.
(B = PMC+ RB)
Os recolhimentos compulsórios são os depósitos que
Relações de comportamento: os bancos fazem obrigatoriamente junto às autoridades
monetárias, como uma fração dos depósitos à vista e a prazo
c = Papel-moeda em poder do público / Meios de Pa-
feitas pelo público. Já vimos que uma elevação dos
gamento
depósitos
d; Depósitos à vista nos bancos comerciais / Meios de
compulsórios aumenta a magnitude de R, o que reduz o
Pagamento
multiplicador monetário e expande os meios de pagamento,
r1;:: encaixes em moeda dos bancos comerciais I Depó- enquanto uma diminuição nesses depósitos resulta em
sitos à vista nos bancos comerciais. efeito
r2 = Reservas Bancárias / Depósitos à vista nos bancos contrário. Esse instrumento é útil como medida anticíclica,
comerciais atuando para diminuir ou expandir a atividade econômica,
em momentos de inflação ou desemprego.
Pode-se então fazer:

B = c. M + rj' d. M + r2• d. M; e rj + r2 = R, Aumento da taxa de Redução dos meios


depósitos compulsórios de pagamento

~
B = c. M + (r, + r). d. M = c. M + R. d. M.
Redução da taxa de Expansão dos
O multiplicador monetário (m) fica, então:
Atuais percentuais de recolhimento compulsória (dezem-
m = M/ B = M/ (c. M + R. d. M) = 1/ (c + d. R);
bro de 2011): depósitos à vista: 43; depósitos de poupança:
Como c + d = 1, c = 1- d.
20; depósitos a prazo: 20. O BC criou aumentos graduais
m = M/ B = 1/ [1- d (1- R)]
depósitos compulsórios meios
de pagamento
I
u

37
~
~
da taxa de depósitos compulsórios é de 43, que deverá culação. Ao contrário, quando desejam contrair a quantidade
ser aumentada para 44 em julho de 2012 e para 45 em de moeda da economia, emitem e colocam em circulação
julho de 2014". Ao mesmo tempo os bancos diminuirão o títulos, trocando-os por moeda.
percentual obrigatório de aplicação no crédito rural, de 30
para 29, diminuindo de um ponto percentual até atingir
Venda de titulas Redução dos meios
25 em julho de 2014.
pelo Banco Central de pagamento
As operações de redesconto consistem na concessão
de assistência financeira de liquidez aos bancos comer- Compra de titulos Expansão dos meios
ciais. Nesse caso, as autoridades monetárias descontam pelo Banco Central de pagamento
títulos dos bancos comerciais a uma taxa prefixada, com
a finalidade de atender às necessidades momentâneas de o desenvolvimento desse mercado iniciou-se em 1970,
caixa. Existem duas formas clássicas de redesconto: em- com a criação das Letras do Tesouro Nacional. Atualmente a
préstimo de liquidez, pata atender problemas eventuais autoridade monetária utiliza os Bônus, as Notas e as Letras
de insuficiência de caixa, e redesconto seletivo, que pro- do Banco Central para fins de política monetária. Existe uma
pícia recursos para que os bancos atendam a programas relação importante entre os preços dos títulos e a taxa de
especiais de interesse governamental. juros. As LTN e os BBC, por exemplo, são oferecidos no mer-
cado a um determinado valor, enquanto há uma promessa
de resgate num prazo determinado a um certo valor nominal.
/' Títulos ~ /' Títulos ~
Os compradores adquirem o título com um desconto, que
r-----~ r-----~ traz
r----------~
Público
Central
I I Bancos I I Banco embutida a taxa de juros.
Por exemplo, se um aplicador de poupança adquire um
<, Moeda ,/ <, Moeda!,/Redesconto I lote de 1.000 BBC por R$ 6.481,50, com um prazo de um ano
e com o valor nominal de R$ 7.000, o juro propiciado pela
!Desconto!
compra é de 8 ao ano. Se o Banco Central entra no mercado
comprando esses títulos e fazendo o seu preço aumentar,
o controle dos meios de pagamento através do re- por exemplo para R$ 6.666,67, a taxa de juros vai diminuir
desconto resulta da alteração das taxas de juros cobradas para 5 ao ano. Isso revela que o preço dos títulos e a taxa
pelo Banco Central, pela mudança dos prazos concedidos de juros variam em direção opostas: um aumento no preço
aos bancos comerciais para resgate dos títulos redescon- dos títulos é o mesmo que uma queda na taxa de juros,
tados, pela fixação de limites de operação ou, ainda, pela e uma diminuição no preço dos títulos é o mesmo que um
restrição dos tipos de títulos redescontáveis. aumento na taxa de juros.

Aumento da taxa de Redução dos meios Valor Atual de um título = Valor Nominal do tí-
depósitos compulsórios de pagamento tulo I (I + i), sendo i a taxa de juros
Redução da taxa de Expansão dos
meios O controle e seleção do crédito consiste numa inter-
depósitos compulsórios
de pagamento venção mais direta da autoridade monetária no mercado
de moeda, a fim de fazer variar a sua oferta, São exemplos,
Questão Comentada o controle do volume e da destinação do crédito, o con-
trole da taxa de juros e a determinação de prazos, limites
(AntaqjAgente de Regulaçãoj2009) A respeito da compre- e condições dos empréstimos. Como exemplos temos os
ensão dos fenômenos macroeconômicos nas economias percentuais que os bancos comerciais têm de dlreclonar,
modernas, julgue o item que se segue. prioritariamente, às atividades agrícolas e de exportação e
às pequenas, e médias empresas.
Um dos instrumentos de política monetária que podem ser
utilizados em situações de grave crise de crédito, como a que
Questão Comentada
tem sido observada nos últimos meses em todo o mundo,
consiste no redesconto de títulos dos bancos comerciais a
(Economista do Ministério do Trabalho e Empregoj2008)
uma taxa prefixada, embora as instituições financeiras so-
Julgue o item a seguir.
mente utilizem esse tipo de operação como último recurso.
A decisão recente do Bacen de reduzir a alíquota dos depó-
Comentário: sitos compulsórios sobre os depósitos à vista contribui para
O redesconto é um dos instrumentos de que dispõe a elevar a oferta de crédito.
autoridade monetária para controlar a liquidez. Trata-
-se de entrega de títulos dos bancos comerciais a uma Comentário:
taxa prefixada. Esta é fixada pela autoridade monetária Um dos instrumentos que o Bacen tem à disposição
em nível mais baixo quando o propósito é aumentar a para controlar os meios de pagamento são os depósitos
quantidade de meios de pagamento na economia, e a compulsórios. Trata-se de uma parte dos depósitos à
um nível mais alto quando o objetivo for, ao contrário, vista que os bancos têm de depositar no Bacen. A sua
diminuir a liquidez. redução aumenta o volume de recursos que os bancos
têm para emprestar, e vice-versa. Na recente crise de

~ Resposta: C

As operações de mercado aberto consistem na compra e


crédito resultante da crise financeira mundial o Bacen
reduziu essa parte das reservas bancárias, propiciando
maior oferta de crédito a seus demandantes e elevando

I
o
venda de titulos pelas autoridades monetárias. Quando estas
têm interesse em expandir a oferta de moeda da economia,
o multiplicador bancário.

Resposta: C
realizam operações de compra ou resgate de títulos em clr-
z
o
u
38
UJ
o MODELO IS-LM. O EQUILíBRIO NO
MERCADO DE BENS. A DEMANDA POR
MOEDA E O EQUILíBRIO NO MERCADO I)
MONETÁRIO. O EQUILíBRIO NO MODELO
Is/LM. POLíTICAS ECONÔMICAS NO
MODElO IS/LM. EXPECTATIVAS NO
MODElO IS/LM v

o modelo 15-lM estuda o equilíbrio do produto, incor- 1


porando o mercado monetário e considerando, com isso, 1)
o nível da taxa de juros da economia. Parte-se do princípio
de que há dois mercados distintos: o mercado de bens, ou
real, já estudado no item anterior, onde o equilíbrio dá-se
y
na igualdade entre o investimento planejado e a poupança
planejada, e o mercado de moeda, onde o equilíbrio dá-se
na igualdade entre a demanda e a oferta de moeda. Observe-se, nos gráficos anteriores, que para a mesma
queda na taxa de juros, de i, para i2, a renda cresce mais no
o Mercado de Bens gráfico li, onde a 15 é menos inclinada.
Se a taxa de juros faz a renda variar, fazendo o ponto
Nesse mercado, o equilíbrio dá-se na igualdade entre de equilíbrio deslocar-se ao longo da curva 15, o que faz a
a poupança (5) e o investimento (I). Como se relacionam a própria curva deslocar-se? Qualquer variação autônoma na
renda e a taxa de juros? Consideremos os gráficos a seguir. demanda agregada, que não seja a taxa de juros. Exemplos:
variação nos gastos do governo, variação nos impostos,
variação nos investimentos autônomos etc.
I) DA Um aumento nos gastos do governo ou uma diminuição
nos tributos desloca a 15 para a direita, enquanto que uma
queda nos gastos do governo ou um aumento nos impostos
desloca a 15 para a esquerda.

1
1) -~-_._,~-----ll-
Y

Álgebra simples da curva 15

Y=C+I+G

C = a + b ( Y - T); I = c - di ; G = Go.

sendo a o consumo autônomo, b a propensão marginal a


consumir, c o investimento autônomo, d a relação entre o
A curva 15 é traçada no gráfico li, mostrando que a taxa investimento e a taxa de juros, e Go o consumo do governo.
de juros e a renda possuem relação inversa no mercado de =
Y a + b (Y - T) + c - di + Go
bens. Parte-se do gráfico I, onde a "cruz keynesiana" deter-
Y - bY = a - bT + c - di + Go
mina um nível inicial de equilíbrio em \, quando a demanda
agregada é DA, e supõe-se uma taxa de juros igual a i,. Se a Y( l-b) = a-bT+ c-di + Go
taxa de juros diminuir para i2, o investimento planejado au- Y=(a+c)/(l-b)-b/(l-b)T +Gol (1- b) - di (1- b) i.
menta e a demanda agregada sobe para DA2. determinando
Interpretação: a renda varia diretamente com o consu-
uma renda de equilíbrio igual a Y2• A curva 15 reúne todos os
mo e o investimento autônomos e as despesas do governo,
pontos de equilíbrio do mercado de bens, determinando
e inversamente com os tributos e a taxa de juros.
para cada nível de renda a taxa de juros correspondente.
Observações sobre a curva 15: O Mercado Monetário
- Possui inclinação negativa, pois a renda e a taxa de
A curva LM representa a relação entre a renda e a taxa
juros têm relação inversa.
de juros no mercado monetário. Nesse mercado, o equilíbrio
- A maior ou menor magnitude da inclinação depende,
se dá quando a demanda de moeda (L) iguala a oferta de
de um lado, da sensibilidade do investimento em re-
moeda (M).
lação à taxa de juros, e de outro do multiplicador da A oferta de moeda é determinada pelo Banco Central, e
economia, ou seja, da propensão marginal a consumir. é independente da taxa de juros do mercado.

39
~
~
Se o Banco Central alterar o estoque de moeda da
economia, a taxa de juros irá variar. Uma política expan-
sionista, por exemplo, realizada com a compra de títulos
públicos no mercado, resultará em diminuição da taxa.
Por outro lado, uma política contracionista, realizada com
a venda e títulos públicos, fará aumentar a taxa de juros.
Mantida a demanda de moeda, uma diminuição na sua
oferta é representada por um deslocamento da curva vertical
o 1...-.. __ ---1 _______________ •••• M
para a esquerda. A taxa de juros sobe.


Enquanto isso, a demanda de moeda depende de duas
variáveis: a renda e a taxa de juros. As pessoas demandam
moeda para satisfazer os seguintes motivos:
- transação: as pessoas procuram moeda para realizar
pagamentos e cumprir outros compromissos L
finan-
ceiros;
- precaução: as pessoas necessitam de moeda para
fazer frente a imprevistos, como não recebimento
de renda no dia certo ou necessidade de
realização o que acontece no caso de
de despesas inesperadas. uma variação na renda?
Suponhamos um aumento da renda, cujo efeito é um incre-
Esses dois motivos de reter moeda estão relacionados
mento da demanda por moeda (pelos motivos transação e
diretamente com o nível de renda, isto é, quanto maior
precaução). Se a oferta de moeda permanecer constante, a
(menor) a renda, maior (menor) a procura de moeda para
pressão por mais dinheiro fará as pessoas recorrerem a
transação e por precaução.
venda
Considerando-se que a moeda pode sempre obter um
de títulos, saque de seus depósitos nos bancos e
rendimento se aplicada no mercado financeiro, há um
consequente
custo de oportunidade na retenção de moeda, custo esse
aumento da taxa de juros.
que aumenta quanto maior for a taxa de juros. Nesse caso,
Um aumento na renda desloca a curva de demanda de
dado um certo nível de renda, à medida que a taxa de juros
moeda para a direita, elevando a taxa de juros de mercado.
sobe (desce), menor (maior) é o desejo da comunidade de
reter moeda em seu poder.
Fazemos, então: L = f (V, i), sendo ], a demanda de mo-
eda, y. a renda e i a taxa de juros.
A curva de demanda de moeda, abaixo, mostra que a
procura de moeda possui uma relação inversa com a taxa de
juros. Se o nível de renda aumenta a curva se desloca para a
direita, e se a renda cai a curva se desloca para a esquerda.

LM
Então, pode-se concluir que a renda e a taxa de juros,
no mercado monetário, variam na mesma direção, ou seja,
a relação é direta. Quando a renda sobe, a taxa de juros
também sobe, e quando a renda cai, a taxa de juros também
cai. Essa relação forma a curva LM.
A curva LM reúne todos os pontos de equilíbrio do mer-
cado monetário, determinando para cada nível de renda a
taxa de juros correspondente.

o equilíbrio no mercado monetário dá-se no ponto em


que a oferta de moeda, M, iguala a demanda de moeda, L.
Nesse ponto, é determinada a taxa de juros de equilíbrio, i,.

«
~ y
O
z
O
U Observações sobre a curva LM: 1. possui inclinação
1.1.1
positiva (um aumento da renda vem acompanhado de um
aumento na taxa de juros); 2. a magnitude da inclinação
L,M depende da sensibilidade da taxa de juros à demanda de
40 moeda (quanto menor a disponibilidade de moeda pela so-
~
~
ciedade maior será a demanda de moeda e maior a subida o Equilíbrio Geral
da taxa de juros).
Vimos que, dada uma variação no nível da renda, a taxa Denomina-se equilíbrio geral o equilíbrio simultâneo
de juros varia na mesma direção, deslocando-se um ponto nos mercados Fiscal e monetário. Ao longo da curva IS uma
sobre a curva LM. Que fatores fazem a curva deslocar-se? economia encontra-se em equilíbrio no mercado de bens e
- Uma alteração na oferta de moeda: à mesma taxa de ao longo da curva LM ela se encontra em equilíbrio no mer-
juros, um aumento em M faz a LM deslocar-se para a cado monetário, mas somente num ponto ela se encontra
direita, e uma diminuição em M faz a LM deslocar-se em equilíbrio gera!.
para a esquerda. No ponto em que se cruzam as curvas 15 e LM ocorre o
- Uma variação na demanda de moeda: ao mesmo equilíbrio geral e simultâneo nos dois mercados.
nível de renda, um aumento da demanda desloca a
LM para a esquerda, e uma diminuição na demanda
desloca a LM para a direita.

A curva LM pode deslocar-se para a direita ou para a


esquerda, como resultado de variações autônomas na oferta
e na demanda de moeda.

Um exercício de aplicação algébrica: dadas as funções I


= 155 - 600i; S = -95 + O,2Y; M = 200; L(Y) = O,2Y; L(i) = 50 -
400i, calcular a renda e a taxa de juros de equilfbrio. Solução:
Y = 950 e i = 10.

y ECONOMIA INTERNACIONAL
Álgebra Simples da Curva LM:
demanda de moeda L = f (~ i) Introdução às Políticas Monetária e Fiscal.
oferta de moeda M Instrumentos de Política Monetária. Instru-
no equilíbrio, L = M mentos de Política Fiscal. Efeitos das Políticas
ª-
L = eY - Fi, sendo e f coeficientes que relacionam a Monetária e Fiscal sobre a Demanda e o Produto.
demanda de moeda com a renda e o juro. A Interação das Políticas Monetária e Fiscal
=
no equilibrio, M ey - Fi
donde i = (e /f) - (1/ f) (M) Introdução

Segundo a teoria das Finanças Públicas, cabe ao Gover-


Interpretação: a taxa de juros tem relação direta com o coe-
no determinadas funções econômicas, que são: alocação
ficiente ~ e relações inversas com o coeficiente f e a oferta
de recursos, estabilização e distribuição da renda. No que
de moeda M. se refere à segunda dessas funções, denomina-se políti-
As três áreas da curva LM. Uma análise mais rigorosa divide ca de estabilização a aplicação, por parte do Governo,
a curva LM em três partes distintas, conforme o gráfico a seguir: de instrumentos tais que lhe permitam alcançar certos
objetivos econômicos, como o combate à inflação e ao
desemprego e o crescimento da renda.
Os instrumentos mais comuns, e por isso denominados or-
todoxos, são as políticas monetária e fiscal. Elas são utilizadas
para o controle da demanda agregada, que na visão keynesiana
é a variável estratégica que determina o nível de produção da
economia. A política monetária utiliza a quantidade de moeda
e a taxa de juros, e a política fiscal atua através das despesas
y e receitas do Governo para essa Finalidade.

Política Monetária
A curva LM mais rigorosa tem três partes distintas, uma
horizontal, uma intermediária e uma vertical. Se as autoridades econômicas desejam estimular a de-
A parte horizontal da curva LM representa a área key- manda agregada através da política monetária, devem ser
nesiana, que Keynes disse ocorrer na economia durante a executadas as seguintes etapas:
Grande Depressão do mundo capitalista na década de 30. - O Banco Central compra títulos governamentais
A área vertical, ou clássica, está conforme os princípios da em poder do público no mercado aberto, injetando
teoria clássica. Ambas essas áreas são casos especiais, es- dinheiro na economia e resultando em queda na taxa
tudados como curiosidades teóricas. Enquanto isso, a área de juros. r=-,
intermediária é considerada normal. Cada uma dessas par- - A queda na taxa de juros é um estímulo para que <I:
tes da curva são importantes, na medida em que, conforme aumente a demanda de investimentos da economia. ~
onde se situar a economia, a aplicação das políticas fiscal Os empresários aumentam as suas despesas com a O
e monetária de estabilização resultam em efeitos distintos z
aquisição de bens de capital e a ampliação das O
sobre o produto e a taxa de juros. insta- u
UJ
lações das empresas. "-----'

41

~
~
- o aumento nos investimentos promove um cresci- Segundo a teoria clássica, as pessoas não retêm moeda
mente na produção dê bens dê capital, em razão da taxa dê juros, o que significa que todo incre-
aumentando mento em sua oferta é canalizada para a demanda agregada,
a renda e o emprego, e também aumento na que se beneficia da queda na taxa de juros.
procura
de bens de consumo, resultando em crescimento Questão Comentada
na renda mais do que proporcional devido ao
efeito (Antaq/Agente de Regulação/2009) A respeito da compre-
multiplicador dos investimentos. ensão dos fenômenos macroeconômicos nas economias
modernas, julgue o item que se segue.
De acordo com o modelo IS-LM, uma política monetária Em uma economia cuja produção se encontra abaixo do nível
expansionista (com objetivo de diminuir o desemprego) tem de pleno emprego, a política monetária não é capaz de levar
os efeitos de aumentar a renda e diminuir a taxa de juros, a produção ao pleno emprego, objetivo que somente pode
enquanto que uma política monetária contracionista (com ser atingido por meio de uma política fiscal expansionista.
objetivo de diminuir os níveis de preços ou a inflação) tem
os efeitos de diminuir a renda e aumentar a taxa de juros. Comentário:
Uma política monetária expansionista desloca a LM para Tanto a política fiscal como a monetária são capazes de
a direita. A renda levar a produção ao pleno emprego. São instrumentos
sobe e a taxa de expansionistas a elevação da quantidade de moeda
juros cai. (política monetária) e a elevação dos gastos do governo
ou a redução de impostos (política fiscal).

Resposta: E

Política Fiscal

Denomina-se política fiscal a utilização das despesas e


15 das receitas do governo para fins de estabilização, ou seja,
y
o combate à inflação e ao desemprego e o crescimento da
renda. Para fazer crescer a renda o governo deve aumentar
Vamos ver agora os impactos da política monetária sobre as despesas e as transferências ou diminuir os tributos, e
as áreas keynesiana e clássica. para diminuir os índices de preços deve diminuir despesas
Na área keynesiana a política monetária é ineficaz, pois a e transferências ou aumentar tributos.
renda não cresce. De acordo com o modelo IS-LM, uma política fiscal
expansionista (com objetivo de diminuir o desemprego)
tem os efeitos de aumentar a renda e também aumentar
a taxa de juros, enquanto que uma política fiscal contra-
cionista (com objetivo de diminuir os níveis de preços ou
a inflação) tem os efeitos de diminuir a renda e também
diminuir a taxa de juros.
Uma política fiscal expansionista desloca a IS para a
direita. A renda sobe e a taxa de juros também.

o
A explicação keynesiana para a ineficácia da política
monetária está no fato de que, em um ambiente de reces-
são, a taxa de juros é tão baixa que as pessoas já retêm
bastante moeda e a taxa não pode baixar mais, por mais
moeda que seja despejada na economia, o que impede
que os investimentos e o consumo sejam incrementados.
Essa situação é conhecida como "armadilha da llquldez".
Enquanto isso, a política monetária seria bastante eficaz
na área clássica.
Na área clássica a política monetária é plenamente o
eficaz,
aumentando a renda e diminuindo a taxa de juros.

Por que a taxa de juros sobe? A explicação está no


fato de que, ao aumentar a renda, cresce a demanda de
moeda para transações. Se a oferta de moeda for mantida
constante] a taxa de juros refletirá a escassez e subirá. Esse
incremento no juro resultará em queda nos investimentos
ss privados, o que significa que a renda crescerá menos do
o que determinaria o multiplicador das despesas do governo.
z
O Esse fenômeno é conhecido como crowdinç-out,
U
11.1 Na área keynesiana, enquanto a política monetária é
ineficaz, a política fiscal é plenamente eficaz. O aumento

42
nas despesas do governo resulta em um aumento integral Conceito, Efeitos e Causas da Inflação
na renda, pois a economia possui alta liquidez e a taxa de
juros não sobe, não prejudicando os investimentos. A inflação é definida como um fenômeno macroeco-
Na área keynesiana a política fiscal é plenamente eficaz, nômico, dinâmico e de natureza monetária, caracterizado
pois a renda cresce integralmente. por uma elevação apreciável e persistente no nível geral de
preços. Enquanto isso, o desemprego é a situação econômica
em que uma parcela da população economicamente ativa
está desocupada. 5ão os problemas macroeconômicos mais
importantes, já que seus efeitos são sentidos imediatamente
pelas pessoas.
Costuma-se atribuir à inflação a causa de uma série de
aspectos que afetam negativamente a economia, como:
- Penalização dos mais pobres: a inflação prejudica as
classes mais pobres, cuja renda tem maior participação
de rendimentos fixos, os quais perdem poder de compra
e possuem menor defesa contra os aumentos de preços.
- Penalização dos credores de dívidas: os aumentos de
o y
preços reduzem o valor real das dívidas, beneficiando
os devedores, o que desestimula os empréstimos e
Enquanto isso, na área clássica, a política fiscal é ineficaz.
financiamentos e, portanto, a poupança.
Nesse caso, o aumento nas despesas do governo encontra
- Prejuízo às exportações e estímulo às importações: a
a economia com alta taxa de juros e sem liquldez que per-
inflação encarece os produtos nacionais, diminuindo
mita chancelar esse aumento. O resultado é aumento no
seu poder de concorrência em relação aos importados,
juro suficiente para diminuir os investimentos, de modo a
os quais torna-os relativamente mais baratos, o que
anular todo o efeito inicial do aumento das despesas. É o
resulta em deterioração do balanço de pagamentos.
crowding-out completo.
Na área clássica a política fiscal é completamente inefi- - Diminuição na arrecadação de impostos: embora os
caz, sem aumento na renda e aumentando a taxa de juros. impostos, em geral, acompanhem os aumentos de pre-
ços quando vinculados à renda e à atividade econômica,
costumam sofrer deterioração no intervalo entre a data
de apuração de seu valor e a do respectivo pagamento.

Costuma-se atribuir duas causas básicas para o processo


inflacionário: excesso de demanda agregada em relação à
oferta agregada, que é a inflação de demanda, e os impulsos
de custo provocados principalmente por aumentos de salá-
0'-----------.'1' rios, de impostos ou de lucros, que é a inflação de custos.

A Interação das Políticas Monetária e Fiscal Inflação de Demanda e Inflação de Custos


As políticas monetária e fiscal devem ser integradas, A inflação de demanda pode ser vista através do gráfi-
pois a aplicação de uma delas pode resultar em efeitos co a seguir:
não desejados, que a outra pode corrigir. Como exemplo,
suponha-se que o Congresso Nacional decida aumentar
os gastos públicos para incrementar o emprego. Como já p
vimos, tal medida tende a elevar as taxas de juros, inibindo
investimentos. Nesse caso, o Banco Central pode intervir,
através de uma política monetária expansionista, evitando
o aumento do juro.
Outro exemplo é a decisão governamental de aumentar
impostos para financiar o déficit público. Nesse caso, a renda
e a taxa de juros devem cair. Para diminuir a queda na renda,
pode a autoridade monetária promover um aumento na Q
quantidade de moeda visando estimular a demanda. Mas
tal política tem o efeito negativo de deprimir ainda mais as
Dada a curva de oferta agregada (OAl, aumentos suces-
taxas de juros, o que pode provocar desestímulo à poupança.
sivos na demanda agregada (DA) resultam em aumentos
Um aumento nos impostos faz a 15 deslocar-se para a
correspondentes na produção real (Q), até o atingimento do
esquerda, de 15, para 152, A queda na renda pode ser evitada
pleno emprego, em~. Os aumentos de preço (P) ocorrem a
por aumento na quantidade de moeda (LM, para LMJ
partir da demanda igual a DA2' e vão se tornando maiores à
medida que vai aproximando-se o nível de pleno emprego
da economia.
O gráfico apresenta a curva de Oferta Agregada (AO),
que mostra a relação direta entre nível de preços (P) e
c(
produção física de bens da economia (Q). No início ela é
horizontal, para depois tomar a direção ascendente, até
~
O
tornar-se completamente vertical, quando atinge o pleno
z
emprego dos recursos e a produção física não pode mais
O
u
"'"
43
~
~
crescer. A curva de Demanda Agregada (DA) apresenta uma Como se combate uma inflação originada por excesso
relação negativa entre o nível de preços e a demanda. Se a de demanda? Se um aumento da demanda agregada for
demanda agregada cresce de DAI a DA2' a produção física inflacionário, o remédio é tomar uma medida que diminua
vai crescer e o nível geral de preços não se altera, pois há a demanda agregada, por meio de políticas monetárias e
suficiente quantidade de recursos desempregados. Depois de fiscais.
DA2' à medida que a economia vai se aproximando da plena Por meio da política monetária, o remédio é uma dimi-
capacidade, a produção física continua a crescer, embora nuição na quantidade de moeda da economia, que é feita
a ritmo decrescente, e os preços vão aumentando a ritmo por meio de venda de títulos públicos pelo Banco Central
crescente. Observe-se que, quando a demanda agregada do Brasil, aumento dos depósitos compulsórios dos bancos
cresce de DA4 a DAs' somente há aumento de preços, o comerciais e elevação das taxas de juros das operações de
qual foi denominado por Keynes de "inflação verdadeira", redesconto. Através da política fiscal, as medidas são dimi-
quando o excesso de demanda agregada ocorre em situação nuição dos gastos do governo e/ou aumento dos impostos.
de pleno emprego dos recursos. Uma das causas básicas de um excesso de demanda
O que provoca a inflação de demanda? As respostas está no déficit público e na sua forma de financiamento.
podem ser encontradas tanto no lado real como no lado Quando o governo financia o déficit através de emissão de
monetário da economia. moeda, a autoridade monetária troca moeda por títulos do
No lado monetário, pode-se partir da igualdade abaixo: governo, aumentando a quantidade de meios de pagamento
da economia. O aumento em M resulta em aumento em
MV = PQ P, conforme vimos na teoria quantitativa da moeda. Se o
governo coloca títulos junto ao público, para obter recursos
sendo M a quantidade de moeda da economia, Va veloci- por empréstimo, ocorre uma pressão sobre a taxa de juros,
dade de circulação da moeda, P o nível geral de preços e Q cujo aumento prejudica os investimentos e o consumo e
a produção física. Essa igualdade diz, simplesmente, que a pode ser transferido também aos preços.
quantidade de moeda vezes a sua velocidade, iguala o valor A inflação de custos pode ser vista através do gráfico
da produção global de bens e serviços, que é igual ao nível abaixo:
de preços vezes a quantidade. Como exemplo, tem-se:

M xV= PxQ
100 x 4 = 5 x 80

A quantidade de moeda, girando em média 4 vezes por


período, é igual ao valor da produção igual a 400, que por sua
vez corresponde a um preço médio igual a 4 e uma produção
física de 80 unidades.
A teoria quantitativa da moeda diz que, no curto pra-
zo, tanto a velocidade da moeda (V) como o nível físico do
produto (Q) são constantes, e que qualquer variação na
quantidade de moeda (M) resulta em variação direta e em Q
igual intensidade no nível de preços (P).

t -* t ---* Dada a curva de demanda agregada inicial DAI' com equi-


M x V= P xQ líbrio inicial em QI' um impulso de custo desloca a curva de
oferta agregada (AO) para a esquerda, de OAI para OA" DAs
Daí que P = f (M), ou seja, o nível de preços é função da resultando em aumento do nível de preços. Observe-se que
quantidade de moeda da economia. Essa teoria é também ocorre uma diminuição da produção, de ~ para QI, o que
chamada de teoria monetarista da inflação, indicando que significa desemprego de recursos.
os aumentos gerais de preços devem basear-se em aumentos A inflação de custos tem, portanto, dois efeitos perversos,
na quantidade de moeda da economia. a inflação e o desemprego, simultaneamente, fenômeno
No exemplo numérico acima, se M passar de 100 para conhecido por estagflação (estagnação com inflação). Se
120, teremos: o governo aplicar uma política fiscal ou monetária contra-
cionista, diminuindo a demanda agregada para DAli para
120 x 4 = 6 x 80 diminuir a inflação, o resultado é diminuição ainda maior
da produção e aumento do desemprego.
Se o governo, desejando diminuir o desemprego, aplicar
ou seja, o aumento em M provocou um crescimento nos
uma política fiscal ou monetária expansionista, aumentando
preços, de 5 para 6.
a demanda agregada para DAs' provocará mais inflação. Essa
Enquanto isso, o lado real da economia pode provocar
é a essência do dilema entre a inflação e o desemprego.
aumentos autônomos de preços, quando tem origem em
A relação entre a taxa de juros e a inflação pode ser
qualquer um dos componentes da demanda agregada, como:
vista através da chamada equação de Fisher: a taxa nominal
de juros, i, pode ser decomposta em duas partes: a taxa de
<I: DA = C + I + G + X - M,
~ inflação, TC, e a taxa real de juros, r.
O
z sendo C a demanda de consumo; I a demanda de investimen-
o
I.J to; G a demanda do governo; e X - M a demanda de expor-
"" tações líquidas (exportações brutas menos importações), i=1t+r

4
4

~
~
Suponha-se que uma aplicação financeira tenha como à eliminação dos estrangulamentos, é limitada pelo
remuneração uma taxa de juros nominal igual a 5 ao mês. baixo nível de arrecadação de impostos. Recorre-se,
Se a taxa de inflação no mesmo período é de 3, segue-se então, ao financiamento de investimentos através de
que a remuneração real é igual a 5 - 3 = 2. emissão de papel-moeda e ao endividamento, ambos
A teoria monetária mostra uma relação direta entre um promotores de impulsos inflacionários.
processo inflacionário e a taxa de juros. Um aumento no
nível de preços diminui o poder de compra da moeda, o que A Inflação Inercial
provoca aumento na quantidade de moeda que as pessoas A partir de 1964, foi generalizada a aplicação da correção
demandam para suas necessidades. Dada a quantidade de monetária, isto é, a atualização de valores de acordo com os
moeda existente, essa demanda maior aumenta a taxa de índices inflacionários, a fim de a sociedade conviver com a
juros. Um processo inflacionário pode ser refreado se as inflação e evitar seus efeitos negativos. A correção monetária
autoridades monetárias decidirem conter a expansão de foi aplicada sobre os valores dos títulos públicos para finan-
moeda, pois essa escassez, ao resultar em aumento na taxa ciamento do déficit público, dos balanços das empresas, dos
de juros, desincentiva os investimentos e a demanda de salários, das poupanças, dos impostos e da taxa de câmbio.
consumo, exercendo pressão para contenção dos preços. É A inércia na inflação sobe de degrau em virtude dos cho-
o chamado "efeito Keynes". ques de oferta. Inflação de 1980, de 110, sobe para 235
Choques de oferta ou demanda podem ser atenuados em 1985, 1.795 em 1990 e para 2.708 em 1993. Planos
mediante medidas de importação de bens. Se determinado econômicos são aplicados sobre a inércia da inflação: Plano
bem aumenta de preços internamente a sua maior oferta Cruzado (1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989) e
pelas importações pode diminuir as pressões inflacionárias. Plano Collor (1990). Em 1994, o Plano Real diminui a inflação
Isso ocorre com os bens comercializáveis ("tradebles"), isto sem determinar o congelamento dos preços.
é, os que são comercializados através do comércio exterior.
A Relação entre Variações de Salário e Desemprego: a
Isso não ocorre com os bens não comercializáveis ("não Curva de Phillips
tradebles"], como os serviços, que não possuem essa fac-
ilidade de serem exportados e importados.". Dado que uma variação nos salários é um componente
importante da inflação de custos, examinou-se com profun-
A Teoria Estruturalista da Inflação didade a relação entre as variações nos salários monetários e
Na década dos anos 50, na América Latina, tornou-se a taxa de desemprego. O pioneiro dessa investigação é A. W.
popular a versão estruturalista da inflação, desenvolvida por Phillips, que deu seu nome para a Curva de Philllps, a qual
economistas ligados à Comissão Econômica para a América nasceu de uma relação de dados de salários monetários e
Latina e Caribe - CEPAL, órgão ligado à Organização das taxas de desemprego no período de 1862 a 1957, no Reino
Nações Unidas (ONU). Eis os seus principais tópicos: Unido, e é apresentada abaixo.
- As autoridades econômicas não têm condições de con- As variações dos salários nominais (W o) são colocadas no
trolar, no longo prazo, os meios de pagamento. Seu eixo vertical, e as taxas de desemprego (U) no eixo horizontal,
papel é meramente passivo, no sentido de referendar resultando uma relação inversa entre a taxa de desemprego
as exigências de liquidez dos diversos segmentos da e a capacidade dos trabalhadores de reivindicarem aumentos
economia, o que provoca pressão sobre os preços. salariais.
- As causas da inflação estão em gargalos ou estran-
gulamentos da economia, que se formam a partir do
processo de crescimento econômico.
- O primeiro gargalo está na agricultura, fornecedora
de matérias-primas e de alimentos para a indústria e
as cidades, com baixa elasticidade da oferta, incapaz
de acompanhar as exigências dos setores mais
ativos,
o que provoca aumentos de preços. Essa
incapacidade
tem origem na estrutura de propriedade (os latifún-
u
dios improdutivos) e no atraso tecnológico.
- As importações não podem suprir a demanda por Observações sobre o que mostra o gráfico anterior:
- Um desemprego alto mantém baixos os aumentos
produtos, devido à carência de divisas, que por sua
de salários, e um baixo nível de desemprego encoraja
vez tem origem no baixo volume de exportações
de produtos primários, os quais possuem baixa
as reivindicações salariais.
Um certo nível de desemprego pode ser instrumento
elasticidade-renda da demanda, obrigando o país
para se diminuir uma inflação originada nos salários.
a exportar volumes cada vez maiores para obtenção
W, é uma taxa de variação nos salários igual à pro-
de receitas cada vez menores. Enquanto isso, os pro-
dutividade marginal do trabalho, podendo, portanto,
dutos importados, mais elaborados, possuem alta
sertransferida aos trabalhadores sem exercer pressão
elasticidade-renda, o que significa deterioração das
sobre os preços.
relações de troca. Seria preciso, então, promover-
U, é a taxa de desemprego "natural", ou aceitável
-se um processo de substituição de importações,
pela sociedade. ct
produzindo internamente os bens que satisfaçam as
necessidades do país.
A curva de Phillips A intercepta a linha horizontal
W1 à esquerda do ponto H. Nesse caso, uma política
s
Os preços dos produtos industrializados tendem a
fiscal ou monetária contracionista pode ser aplicada, O
crescer mais em virtude da estrutura cartelizada de Z
fazendo diminuir a variação salarial, de W z para W1, O
seus mercados. U
pois o nível de desemprego Uz está abaixo da taxa
- A ação do Estado, no sentido de promover os inves- LI.I
natural e pode subir.
timentos necessários à melhoria da infraestrutura e

45

~
~
- A curva de Phillíps B passa à direita de H, o que significa re
que políticas contracionistas não são recomendadas,
já que o nível de desemprego ultrapassaria U1' o que
re -- ________ _
seria inaceitável. Nesse caso, são recomendadas
políticas de rendas, entendidas como as políticas
heterodoxas voltadas a controles de preços e salários.

o Brasil já tentou aplicar diversas medidas visando


controlar preços e salários da economia. Com relação aos
salários, tivemos as várias políticas salariais que visavam
defender os rendimentos dos efeitos da inflação, que, no
Se aumentar a expectativa inflacionária, a curva se deslo-
entanto, alimentavam os próprios aumentos de preços, crian-
ca para cima e para a direita (ao mesmo nível de desemprego,
do a espiral inflacionária. Com relação aos preços, tivemos
maior inflação).
controles sobre preços industriais, através da Comissão
Interministerial de Preços - CIP, sobre preços agrícolas,
através da Superintendência Nacional de Abastecimento - n r
SUNAB, sobre aluguéis e sobre a taxa de juros. Os controles
de preços são decepcionantes em seus resultados, devido
aos seguintes fatores:
- viabilidade - trabalhadores e empresários tentam
criar artifícios para evitar as limitações impostas aos
salários e aos preços, como a criação de pseudos
novos produtos, diminuição da qualidade etc.; u u
- eficiência alocativa - os setores mais controlados
passam a receber menos investimentos e a oferta Relação entre a demanda agregada e a curva de Phillips:
começa a escassear. Como exemplo, tem-se o controle 1. Um aumento ou uma diminuição na demanda agregada
de aluguéis, considerado como responsável pelo dé- resulta em deslocamento de um ponto sobre a curva (um au-
ficit habitacional do país, e o controle dos juros, que mento de preço, por exemplo, diminui a demanda agregada e
inibe a poupança; reduz a produção, de que resulta aumento no desemprego).
- liberdade econômica - as empresas sentem-se to- 2. Uma alteração nas expectativas ou um choque de custos
lhidas na administração dos negócios, em virtude da desloca a curva de Phillips.
rigidez nas políticas salariais e no controle dos preços
pelo governo. p

A moderna Curva de Phillips apresenta três diferenças


em relação à desenvolvida originalmente por Phillips:
- a inflação de preços substitui a inflação de salários;
- é incorporada a inflação esperada; u
- são considerados os choques de oferta. Se aumentar a expectativa inflacionária ou houver um
choque de custos, a curva se desloca para cima e para a
direita (ao mesmo nível de desemprego, maior inflação).
A moderna Curva de Phillips considera que a taxa de
inflação (re) depende de três fatores:
- a inflação esperada (pe);
- o afastamento do desemprego de sua taxa natural
(U-Un);e
- choques na oferta (E).

Assim, tem-se que:

u
A inflação esperada, na} é baseada na expectativa de A curva de Phillips de longo prazo: alterações na deman-
da ou oferta agregadas resultam em variações nos preços,
inflação, que por sua vez é fortemente influenciada pela in- mantendo o desemprego natural:
flação passada, 1t_l' o que indica a parcela inercial da inflação.
O desemprego, representado pela expressão 13 (U - U"),
resulta do nível da demanda agregada. É a inflação de de-
manda, que relaciona inversamente desemprego e inflação.
Os choques de oferta, contidos no símbolo E, são resultan-
tes de aumentos de custos, como os aumentos do preço do pe-
tróleo ou uma desvalorização da taxa de câmbio, que encarece
as importações. Certamente que um choque de oferta favorável
(como uma boa safra de grãos) tende a diminuir a inflação.
Dada a expectativa inflacionária, 1te, e choques de oferta
que não pode controlar, o governo escolhe os níveis de infla- o u
ção e de desemprego, através das políticas monetária e fiscal.
A curva de Phillips de longo prazo é vertical.

46

~
~
Considere-se a seguinte expressão: Ur = Un - a (m-ne), I em outubro de 2012 em julho de 2013 está em 8,5. O
sendo Ur e nr o desemprego e a taxa de inflação efetivas, Ministério da Fazenda estuda medidas para diminuir os
e Un e ne o desemprego e a taxa de inflação naturais. Se rtr gastos públicos para conter a demanda, embora aponte
for maior do 11:e, isto é, a inflação efetiva superar a inflação choques de oferta (aumentos de preços de alimentos) como
esperada, Ur será maior do que Un, isto é, o desemprego a principal causa da inflação.
efetivo menor do que o desemprego natural.
Vimos que um dos componentes da inflação é a inflação REGIMES CAMBIAIS E TAXAS DE CÂMBIO
esperada (ne), que depende da inflação observada recente-
DE EQUILíBRIO. TERMOS DE TROCA
mente pelos agentes econômicos. A teoria das expectativas
racionais considera que esses agentes utilizam todas as infor-
As transações comerciais entre as nações defrontam-se
mações disponíveis para formar suas expectativas, inclusive
com o fato de que cada país possui uma moeda diferente.
as relativas às políticas econômicas aplicadas pelo governo.
Tem-se, por exemplo, o euro, na maior parte dos países da
Nesse caso, as políticas monetária e fiscal fazem parte das
Europa, a libra na Inglaterra, o yuan na China, o peso na
expectativas, na medida em que as pessoas percebam os
Argentina, e outras. Um exportador brasileiro que venda
efeitos que as mesmas terão sobre os preços.
para os Estados Unidos obrigará que os dólares enviados ao
Dentro dessa linha, um governo pode diminuir a infla- Brasil, em pagamento pela mercadoria, sejam convertidos
ção através das expectativas, bastando que anuncie uma em reais, conforme a taxa de câmbio vigente.
política monetária ou fiscal restritiva, cujo efeito os agentes Taxa de câmbio é, conforme João Sayad, a medida pela
sabem que será diminuir o ritmo de preços. Essa posição qual a moeda de um país pode ser convertida em moeda de
contraria a teoria inercial da inflação, ao dispor que, em vez outro país. Segundo Mário Henrique Simonsen, é o preço, em
de ter um impulso próprio, o aumento da taxa de inflação, moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. E, de
por exemplo, seria muito mais uma questão de o governo acordo com Mankiw, é o preço relativo das moedas de dois
persistir em manter altos déficits orçamentários ou emissões países. Como exemplo, tem-se que se 1 dólar é convertido
crescentes de moeda. em 2 reais, 1 real vale 0,5 dólar. Uma alta do câmbio significa
Uma política econômica que tenha credibilidade levará que o dólar passa a valer mais do que 2 reais, de que resulta
os agentes econômicos a agirem de acordo com os seus uma desvalorização da moeda nacional. Ao contrário, uma
efeitos esperados, colaborando para o consequente aumento diminuição do câmbio, com o dólar valendo menos do que
ou diminuição na taxa de inflação. O desafio dos governos 2 reais, resulta em valorização da moeda nacional. Ambas
deverá ser, portanto, transmitir credibilidade para que suas as situações apresentam consequências positivas e negativas
políticas tenham efeitos favoráveis sobre as expectativas. para a economia.
Vimos como a inflação provoca uma série de distorções O que determina a taxa de câmbio? Isto é, o que deter-
sobre a economia. Para combatê-Ia, o nosso país implan- mina o valor, em reais, de uma divisa, ou ativo, estrangeiro?
tou vários planos econômicos, desde o Programa de Ação Como ela é um preço, basicamente é determinada conforme
Econômica do Governo (PAEG), em 1964, passando pelo todos os preços da economia: através da oferta e da procura
Plano Cruzado, em 1986, o Plano Bresser, em 1987, o Plano de divisas.
Verão, em 1989, e o Plano Collor em 1990, que tiveram como A oferta de divisas é o seu montante à disposição do país,
ponto comum a imposição de medidas heterodoxas, como o que tem origem nas exportações de mercadorias e serviços,
congelamento dos preços. Em 1994, o Plano Real introduziu recebimento de remunerações de fatores de produção e
uma âncora cambial, que vigorou até janeiro de 1999, pela entrada de capitais de empréstimo e de investimentos. A
oferta tem relação direta com a taxa de câmbio, pois quanto
qual a taxa de câmbio supervalorizada estimulou a entrada
maior esta, maior o estímulo para as operações que carreiam
de produtos estrangeiros para concorrer com os nacionais e
divisas para o país.
refrear os aumentos de preços internos. Tem sido também
A procura de divisas é o montante que é demandado
utilizada a âncora monetária, pela qual a oferta de moeda é
pelos diversos agentes econômicos em razão de importações
controlada devido a sua relação com os aumentos de preços.
de mercadorias e serviços, pagamentos de fatores e saídas de
Outro caminho que um país pode escolher é explicitar
capitais de empréstimo e de investimentos feitos em outros
determinada meta de inflação. Na década de 1990, o Brasil,
países. A procura tem relação inversa com a taxa de câmbio,
bem como a Inglaterra, Canadá e a Nova Zelândia passaram a
pois quanto maior esta, menor o estímulo para a saída de
adotar esse sistema, através do qual a autoridade monetária divisas para o exterior.
anuncia uma meta para a inflação anual. Não sendo possível
estimar-se um valor rígido para essa meta, estabelece-se
uma faixa de flutuação. O índice escolhido é o IPCA (índice o
de Preços ao Consumidor Ampliado), calculado pela Fun-
dação IBGE e que abrange as famílias que recebem até 40
salários mínimos em 11 regiões metropolitanas. Durante o
ano, diversos fatores ocorrem para perturbar a intenção de
I
se atingir a meta, como a variação da taxa de câmbio, os --i--- -'-".
preços internacionais das matérias primas, como o petróleo, ID
... 1
o déficit fiscal e outros choques de oferta, como a crise de d, li>
energia elétrica. No caso de o índice afastar-se da meta, o quantidade de
Banco Central geralmente utiliza a taxa de juros para alterar divisas
as expectativas dos agentes econômicos e redirecionar os
A taxa de câmbio (t1) é determinada pelo encontro entre
preços para a direção desejada. <C
a procura (D) e a oferta (O) de divisas. ~
A inflação anual tem se situado no teto da meta. Em 2012
a taxa alcançou 5,84 e a inflação de 12 meses até julho de
Uma taxa de câmbio maior, como tI' no gráfico acima, o
2013 está em 6,5. O Banco Central voltou a aumentar os
provoca um desequilíbrio, com a quantidade ofertada z
O
maior do que a quantidade demandada. Uma taxa de câmbio U
juros básicos da economia, que depois de chegar a 7,25
menor, como t" por outro lado, provoca outro desequilíbrio, LI.I

4
7

~
~
com a quantidade demandada maior do que a quantidade Taxas de Câmbio Flexíveis
ofertada. Num mercado livre, onde a taxa de câmbio pode
fluir livremente, esses desequilíbrios são momentâneos, São as taxas que variam livremente, ao sabor das va-
ativando movimentos que levam ao equilíbrio. No caso de riações na procura e na demanda de divisas. Exemplos de
t2, por exemplo, o excesso de oferta provoca mudanças nas taxas de câmbio:
concorrência
entre os oferta dores, que são obrigados a o
diminuir a taxa de
câmbio atépreço t1 para
do café
se adequarem à demanda menor.
Taxa de câmbio Preço do petróleo
(sacas) Exportações Importações

(R$! US$) R$ U5$ R$


U5$ I I
1,00
2,00 J 2,00 t I
12,00 24,00 t-~ DI li>
1,50 t 12,00 J-36,00
2,00 I 3,00
A tabela anterior mostra que as exportações são maiores quantídade de
(menores), e as importações são menores (maiores), quanto divisas
maior (menor) for a taxa de câmbio.
Denomina-se taxa de câmbio real a relação entre os Um aumento na demanda por divisas (decorrente de
preços dos bens de duas economias. Esses bens devem diminuição nas tarifas de importação, crescimento da renda
ser homogêneos, isto é, da mesma espécie e qualidade. interna, crescimento dos preços internos), aumenta a taxa
Representando-se a taxa de câmbio real por f, a taxa de de câmbio.
câmbio nominal, ou a de mercado, por ~ o preço do bem
no país estrangeiro por P* e o preço do bem nacional por
P, tem-se que

E = e. P* I P

Considere-se que a taxa de câmbio nominal no Brasil


I>
seja de 1,50 reais por dólar e que uma determinada cesta
quantidade de
de bens custe 50 reais no Brasil e 25 dólares nos Estados divisas
Unidos. Nesse caso, a taxa de câmbio real seria:
E '" 1,50 x 25/50 '" 0,75. Esse resultado, menor do que Uma diminuição na demanda por divisas (decorrente de
1, indica que o produto estrangeiro é mais barato do que o aumento nas tarifas de importação, queda da renda interna,
nacional, pois 25 dólares a 1,50 real o dólar são 37,50 reais, diminuição dos preços internos), faz cair a taxa de câmbio.
que é menor do que 50 reais, o que provoca desequilíbrio no
comércio internacional, estimulando importações e deses-
timulando as exportações brasileiras. A moeda nacional,
está, portanto, supervalorizada e o equilíbrio dar-se-ia a
uma taxa de câmbio nominal igual a 2 reais.
Essa taxa de câmbio igual a 2 reais corresponde à teo-
ria da paridade do poder de compra, pela qual a taxa de .D
câmbio nominal deve refletir a relação de preços entre os ~
dois países. Partindo-se da expressão acima, considera-se a quantidade de
=
taxa real E '" 1 e os preços P* '" 25 e P 50. Daí que a taxa divisas
de câmbio nominal e = 2.
Se a taxa de câmbio real for diferente de 1, não há Um aumento na oferta de divisas (decorrente de abertura
paridade do poder de compra e a moeda nacional estará de novos mercados de exportação, diminuição de tarifas no
super ou subvalorizada, provocando desequilíbrio nas trocas exterior, entrada de capitais estrangeiros), faz cair a taxa de
internacionais. câmbio.
Considere-se a taxa de câmbio nominal no Brasil de 1,50
reais por dólar. Taxa de câmbio real E = 1,50 x 25/50 = 0,75
(moeda nacional supervalorizada). Se o câmbio nominal
estiver em 2,50 reais, E = 2,50 x 25 / 50 = 1,25 (moeda na-
cional subvalorizada).
Variação da taxa real de câmbio: t,E = t,e + t,p* - t,P, ou
(1 + t,E) = (1 + t,e) (1 + t,P*) / (1 + t,P). Para manter a taxa
de paridade igual a I, t,E = O, onde (1 + t,e) = (1 + t,P) / (1
+ t,P*). Ou seja, a variação da taxa de câmbio nominal deve
corresponder à variação de preços interna dividida pela
vaiiação de pieçüs externa.
Exemplo: se, num determinado período, os preços no
Brasil crescem de 5 e nos Estados Unidos de 1, de quanto
Uma diminuição na oferta de divisas (decorrente de cria-
deve variar a taxa de câmbio nominal para que a paridade
ção de barreiras e maiores tarifas de importação pelos países
seja mantida?
compradores, aumento dos preços internos), faz aumentar
1 + ~e = 1 + ~P / 1 + ~P* = (1,05) /1,01) = 1,0396. Donde
a taxa de câmbio.
~e = 3,96.

48

~
~
A Taxa de Câmbio e a Elasticidade da Oferta e da Um aumento na demanda de divisas (de D, a D2),
Demanda de Divisas mantendo-se a taxa fixa em t" provoca desequilíbrio, pois
a quantidade procurada de divisas d2 supera a quantidade
A variação na taxa de câmbio pode ser maior ou menor, ofertada d,. Nesse caso, o Bacen tem de oferecer reservas
de acordo com as magnitudes das elasticidades-preço da ao mercado para manter a taxa em t, .
demanda e da oferta de divisas.

{1
d/t

Termos de troca
Denomina-se termos de troca a relação entre os índices
de preços de exportações e de importação do país: Ix / 1m.
Um aumento na demanda de divisas (de D, a D) pro- Assim, se num determinado período 1m subir mais do que
voca um aumento na taxa de câmbio, que pode ser menor Ix,
(t2), devido à maior elasticidade-preço da oferta (0,), ou ser significa que os preços dos produtos importados subiram mais
maior (t3), devido à menor elasticidade-preço da oferta (O ). do
O aumento na taxa é menor se o aumento na demanda que os preços dos produtos exportados, o que piora os termos
de divisas encontrar uma maior resposta da oferta em de
alimentar a demanda. Pelo contrário, o aumento na taxa troca do país. A deterioração dos termos de troca é um
é maior se o aumento na demanda de divisas encontrar fenômeno
maior dificuldade da oferta em alimentar essa demanda. dos países dependentes da exportação de produtos primários,
cujos preços têm elasticidade-renda menor do que 1, ou seja, a
sua demanda cresce menos do que proporcionalmente à renda.
Enquanto isso, os produtos industriais e serviços mais
sofisticados
têm elasticidade-renda maior do que 1, ou seja, a sua demanda
cresce mais do que proporcionalmente à renda.
Um aumento na oferta de divisas (de 0, a O2), resulta em
..
quantidade de
um excedente de divisas d, e d, Aumentam as reservas, o
que obriga o Governo a enxugar o aumento da quantidade
divisas de moeda da economia.
São motivos pelos quais o governo prefere manter fixa
Um aumento na oferta de divisas (de 0, a OJ provoca uma a taxa de câmbio:
diminuição na taxa de câmbio, que pode ser menor (t2), devido - Os choques de oferta e de demanda provocam va-
à maior elasticidade-preço da demanda (D2), ou ser maior (t3), riações na taxa, que podem ser mais altas devido
devido à menor elasticidade-preço da demanda (D,). a menores elasticidades da demanda e da oferta.
- As variações mais altas podem refletir-se em aumentos
A diminuição na taxa é maior se o aumento na oferta
maiores nos preços internos de produtos importados
de divisas encontrar uma menor resposta da demanda em
mais essenciais, como petróleo, trigo, equipamentos
absorver essa demanda. Pelo contrário, a diminuição na taxa
etc., e em variações nas exportações que podem
é menor se o aumento na oferta de divisas encontrar maior
prejudicar o mercado interno.
resposta da demanda em absorver essa oferta.
- Especuladores podem provocar altas ou baixas nos
A Taxa de Câmbio Fixa mercados e obter grandes lucros. Compras de divisas
fazem elevar a taxa, o que provoca antecipações
É aquela que é fixada em certo nível pelas autoridades
de compras. Ofertantes diminuem as exportações
esperando alta da taxa, o que acaba ocorrendo.
governamentais, através de determinação legal ou por
Um Breve
- A fixidez Histórico
da taxa das Políticas
é medida Cambiaispois,
anti-inflacionária, Brasileiras
na
meio de operações de mercado executadas pela insti-
medida em que ocorre aumento interno de preços, a
tuição monetária (Banco Central). Para manter a taxa no
Política
taxacambial é umcaidos
de câmbio eminstrumentos
termos reais,de que dispõem
estimulando im-
nível pretendido, o Banco Central deve preparar-se para
portações
as autoridades que vão concorrer
econômicas com produtos
para os objetivos nacionais
de crescimento
os choques de oferta e de demanda, atuando no mercado, e impedir a continuidade da inflação.
econômico, combate à inflação e melhoria das contas exter-
comprando ou vendendo a moeda estrangeira e, para isso,
nas, entre outros.
deve possuir reservas internacionais suficientes.
Antes da 2ª Grande Guerra Mundial, havia liberdade
cambial com pequenos períodos de maior controle. Após o
término da guerra, o país, devido aos superávits comerciais,
viu-se com acúmulo de reservas internacionais.
Em julho de 1946, o Fundo Monetário Internacional, !
tendo em vista a busca de maior estabilidade no comércio Ç
~
internacional, recomendou a fixação das taxas de câmbio O
z
em relação ao dólar norte-americano, com cada país compro- O
I.J
metendo-se a conservá-Ia em uma faixa de oscilação de 1 UJ
acima ou abaixo do nível acertado. O país somente deveria

49
~
~
alterar a taxa diante de um desequilíbrio importante em seu Em 1980, para diminuir as expectativas inflacionárias,
balanço de pagamentos. O nível da taxa deveria obedecer à foi prefixada uma correção cambial para o ano de 50, que
paridade do poder de compra. foi inferior à inflação real e acabou eliminando as vantagens
Segundo a teoria da paridade, se uma mesma cesta de da correção cambial.
bens custasse 50 cruzeiros no Brasil e 25 dólares nos Estados Em fevereiro de 1983, em plena crise das contas externas
Unidos, a taxa de câmbio deveria ser fixada de tal maneira provocada pela elevação dos juros externos, é promovida
que 50 cruzeiros equivalessem a 25 dólares, ou seja: nova maxidesvalorização da taxa de câmbio, de 30, e
Se 25 dólares= 50 cruzeiros, então 1 dólar= 2 cruzeiros. instituído controle quantitativo das importações.
Qualquer outra taxa provocaria desequilíbrios no co- O Plano Cruzado, em 1986, congelou todos os preços
mércio. Se 1 dólar fosse fixado em mais do que 2 cruzeiros da economia, inclusive a taxa de câmbio, o que provocou
(desvalorizando-se a moeda brasileira), residentes nos Esta- distorções, como queda considerável nas exportações. O
dos Unidos seriam estimulados a adquirir a cesta no Brasil e Plano Bresser, em 1987, procurou evitar essas distorções,
brasileiros seriam estimulados a vender as cestas aos Estados promovendo uma minidesvalorização de 9,5, medida que
Unidos. Por outro lado, se 1 dólar fosse fixado em menos foi também promovida no Plano Verão, do ministro Mailson
do que 2 cruzeiros (valorizando-se a moeda brasileira), resi- da Nóbrega, que desvalorizou o cruzado em 18.
dentes no Brasil seriam estimulados a importar a cesta dos O Plano Collor, em 1990, liberalizou o câmbio, permi-
Estados Unidos e norte-americanos seriam estimulados a tindo que o mercado fixasse a taxa, de acordo com a oferta
vender as cestas ao Brasil. Somente a 2 cruzeiros, portanto, e a demanda.
a taxa de câmbio estaria em equilíbriO. O Plano Real, de 1994, procurou combater a inflação
O governo fixou a taxa de câmbio em 18 cruzeiros por com diversas medidas. Uma delas, a chamada ancoragem
dólar, mas a inflação e o desenvolvimento econômico, com cambial, baseou-se na valorização do real em relação ao
a consequente geração de renda, estimularam as importa- dólar, beneficiada que foi pela entrada de capitais estran-
ções, obrigando as autoridades econômicas a estabelecerem geiros, o que resultou em barateamento das importações
controles quantitativos às importações, sob o critério da e fator de inibição a aumentos de preços de produtos que
essencialidade, para se evitar desvalorização do câmbio. O têm concorrentes internacionais (tradebles). A elevação de
controle diminuiu com a iminência da guerra da Coréia e preços durante os primeiros anos não eram repassados à
as necessidades de reaparelhamento da indústria, o que taxa cambial, pois o Banco Central intervinha no mercado
provocou déficits comerciais. para manter a valorização da moeda nacional, em faixas
De 1953 a 1957, foi adotado sistema de taxas múltiplas denominadas "bandas cambiais" e constituindo a chamada
de câmbio. Eram 5 categorias de taxas, que incorporavam "flutuação suja" (dirty f1oating) do câmbio, beneficiado pela
ágios sobre a taxa oficial, conforme o grau de essencial idade. existência de apreciável volume de reservas internacionais.
Foi criada a Carteira de Comércio Exterior- Cacex, do Banco Essa mesma política, no entanto, causou apreciáveis dé-
do Brasil, para controlar o comércio exterior. As importa- ficits na Balança Comercial, que eram cobertos pela entrada
ções passaram a ter limites quantitativos, por período, e as de capitais, a maior parte de curto prazo. Depois de um saldo
exportações recebiam bonificações, conforme o produto. positivo de US$ 10,5 bilhões em 1994, os saldos foram nega-
De 1957 a 1961, houve dois fatos importantes: a Re- tivos em 1995 (US$ 3,2 bilhões), em 1996 (US$ 5,5 bilhões),
forma das Alfândegas, com a transformação das alíquotas em 1997 (US$ 8,4 bilhões) e em 1998 (US$ 6,4 bilhões).
específicas em alíquotas ad valorem; e as taxas múltiplas O país sofreu duas corridas contra a sua moeda, em
foram divididas em apenas duas categorias: geral e especial, setembro de 1997 e setembro de 1998, com o governo pro-
Em 1961, a Instrução nQ 204, da Superintendência da curando manter a política de valorização da moeda nacional.
Moeda e do Crédito - SUMOC, extinguiu as taxas múltiplas e No final do ano as reservas de divisas tinham diminuído
a paridade por dólar. Em 1964, foram criadas taxas especiais sensivelmente, apesar da elevação dos juros, e tornou-se
para importações de trigo, petróleo, equipamentos e peças, imperiosa a ajuda externa de capitais, liderada pelo Fundo
remessas de juros e exportações de café e açúcar. Monetário Internacional, que exigiu, em contra partida, que
Em 1968, a nova política econômica aplicada ao setor o país fizesse um ajuste fiscal rigoroso e a aceleração das
externo, ao invés de conter as importações, procurou esti- desvalorizações da moeda.
mular as exportações. Para evitar as distorções da inflação, No início de 1999, o governo federal ampliou a margem
que desestimula as exportações e estimula as importações, de flutuação do real diante do dólar em 10. A forte de-
foi instituído sistema de minidesvalorizações da taxa de manda por dólares elevou a sua cotação até o teto da banda
câmbio, atualizando-a a intervalos frequentes. A correção cambial, e o Governo permitiu finalmente a livre flutuação da
monetária aplicada à taxa de câmbio era igual a: taxa de câmbio. A cotação disparou e chegou a ultrapassar
R$ 2 por dólar em março. O aumento do dólar pressiona os
(índice de preços internos) / preços dos produtos que possuem componentes importados
(índice de preços externos). e a taxa de juros básica foi fixada em 45. O reforço das
reservas, promovido pelo FM!, o controle do déficit público
Como exemplo de uma correção semanal na taxa, tem-se e o anúncio de medidas de política econômica devolvem o
que, se a taxa de câmbio for de 100 cruzeiros por dólar, a otimismo à economia, voltam os capitais estrangeiros e a taxa
inflação interna na semana de 10 e a inflação externa de de câmbio mantém-se por volta de R$ 1,80 no final de 1999.
2, a nova taxa de câmbio será: A partir do início do regime de liberdade cambial, a taxa de
câmbio tem subido de uma forma mais ou menos acelerada,
100 x 1,10/1,02 '" 107,84. embora com alguns recuos ocasionais. O efeito positivo de
tal situação é o maior estímulo às exportações e ingresso de
Essa política ajudou o país a incrementar sensivelmente as capitais estrangeiros. Do !ado das importações, o seu enca-
exportações e restringir as importações. As exportações cres- recimento resulta em maior estímulo à produção interna de
ceram a uma média anual de 27 de 1968 a 1973. bens similares. Os produtos com baixo poder de substituição
Os dois choques do petróleo, de 1974 e 1979, incre- na produção, como o trigo, o petróleo e máquinas e equipa-
«
s mentaram as importações e os déficits comerciais, elevando
vertiginosamente o endividamento externo do país. Em 1979
mentos, provocam impulsos de custos que podem contaminar
as taxas inflacionárias. Mas essas não têm recebido todo o
foi promovida uma maxidesvalorização da taxa de câmbio, impacto da elevação cambial em razão da não aceitação de
O
z de 30, para melhorar as contas cambiais.
O
f,.J
LLI

5
0
~
~
preços maiores, por parte do setor varejista e do próprio con- caso, é estudado o modelo Mundell-Fleming, que se baseia
sumidor. O Banco Central, para evitar maiores pressões sobre nas seguintes hipóteses:
a demanda de dólares, procura evitar elevações exageradas - A curva 15 e a curva LM relacionam a renda nominal
no câmbio, emitindo títulos públicos com correção cambial. (V) e a taxa de câmbio (t).
Outro fator que é utilizado para frear a taxa de câmbio é o - A curva 15 representa a política fiscal e a curva LM
incentivo ao ingresso de capitais estrangeiros. representa a política monetária.
Em 2002, devido a diversos problemas mundiais, como - A curva 15 é negativamente inclinada, indicando que
a recessão nos Estados Unidos, a crise na Argentina e a ex- a taxa de câmbio e a renda têm relação inversa. Isso
pectativa quanto à eleição de um candidato oposicionista ao deve ser bem compreendido. Primeiramente, deve-
cargo de presidente da República fazem aumentar a demanda -se considerar a definição norte-americana de taxa
por dólares, cujo valor ultrapassa R$ 3,00 em agosto. A queda de câmbio, que, ao contrário da nossa, é o preço da
nas reservas internacionais e a necessidade de manter a con- moeda nacional em termos da moeda estrangeira. 5e
fiança dos investidores no País faz as autoridades econômicas a adotássemos no Brasil, seria 1 real = 0,55 dólares. As-
brasileiras recorrerem a uma nova ajuda financeira do Fundo sim, um aumento da taxa (por exemplo, para 0,65 dó-
Monetário Internacional. lares) seria uma valorização da moeda nacional, com
A política econômica do governo Lula, que manteve e até consequente estímulo para aumento das importações
ampliou a meta de superávit primário, fixou metas de inflação e diminuição das exportações, e resultante queda no
e elevou consideravelmente as taxas de juros básicas, conquis- nível da renda interna. Daí a relação inversa entre a
tando a confiança do mercado e atraindo capitais estrangeiros. taxa de câmbio e a renda.
A balança comercial, deficitária de 1995 a 2000, em razão da - Existe uma relação direta entre a taxa de juros e o
abertura da economia, passa a apresentar superávits a partir volume de capitais externos, ou seja, quanto maior
de 2001 em razão da elevação da taxa de câmbio e beneficiada essa taxa, mais capitais são atraídos para o país.
pela elevação dos preços das commodities e do crescimento - A curva lM é vertical, no sentido de que a oferta e a
econômico mundial. A elevação dos preços das commodities demanda de moeda não têm relação com a taxa de
tem alterado os termos de troca em favor do Brasil, pois os pro- câmbio.
dutos primários têm tido seus preços elevados em proporção - As políticas fiscal e monetária são aplicadas e são anali-
maior do que os preços de bens industriais importados. A taxa sados os seus efeitos sobre a renda e a taxa de câmbio
em dois ambientes: taxas de câmbio flutuantes e fixas.
de câmbio apresenta valorização progressiva em razão dos
superávits comerciais e da entrada de capitais que procuram - Ao lado do gráfico das curvas 15 e LM, vamos utilizar
também as curvas de demanda e de oferta de divisas,
rentabilidade com a alta taxa de juros brasileira. Em 2007 o
a fim de facilitar o raciocínio do que vai ocorrer no
dólar vai caindo até romper o nível de 2 reais, que provoca
mercado de câmbio, com um detalhe: vamos usar aí
críticas dos setores industriais dependentes de exportações.
o conceito brasileiro de taxa de câmbio.
Mas tal nível agrada os importadores e é um freio às subidas
de preços. O Banco Central adquire dólares no mercado para
frear a queda no câmbio e as reservas sobem para 208 bilhões Mercado de taxa de câmbio flutuante
de dólares em setembro de 2008. 1º caso: aplicação de uma política fiscal expansionista
A crise financeira norte-americana, que se agrava em
setembro de 2008, provoca retirada de divisas do país e o
dólar tem valorização significativa, chegando a 3,30 reais
em outubro. O Banco Central passa a oferecer dólares para
refrear a alta por meio de operações de swaps cambiais, pelas
quais os compradores têm 30 dias para devolvê-Ios ao Be.
O país sente os efeitos da crise através das baixas taxas
de crescimento econômico. As baixas taxas de juros pratica-
das pelos países centrais, a emissão de dólares pelos Estados
y
Unidos para injetar nos bancos em dificuldades, as medidas
internas governamentais anticíclicas e as altas taxas de juros
brasileiras estimulam o ingresso de capitais. O real se valoriza
até maio de 2012, sendo o dólar cotado abaixo de 2 reais, fato
que, adicionado à recessão dos mercados mundiais, provoca
diminuição das exportações e aumento das importações. A
diminuição da confiança no país provoca nova valorização do
dólar, a partir do final de 2012. Em agosto de 2013, o dólar é
cotado a 2,30 reais, situação que ajuda na melhoría das contas
externas e, por outro lado, provoca pressões inflacionárias.

o MODELO ISjLM EM ECONOMIA ABERTA.


POLíTICA MONETÁRIA E FISCAL EM Consequência final: a renda nominal não se altera e a
taxa de câmbio se eleva.
ECONOMIA ABERTA Explicação:
- Uma política fiscal expansionista pode ser feita através
Introdução de aumento dos gastos governamentais ou redução
Quando se estuda o modelo IS-LM, verifica-se os efeitos dos tributos, deslocando a curva 15 para a direita, de «
sobre a renda e a taxa de juros da utilização das políticas 151 para 152 no gráfico I.
monetária e fiscal. Agora, vamos introduzir a política cambial
e verificar como as políticas fiscal e monetária, quando utili-
- O aumento da renda nominal provoca aumento da
demanda de moeda por parte da sociedade, para a s
zadas, repercutem na renda quando um país adota cada um realização de transações, que, dada a oferta de moeda O
dos diferentes regimes de câmbio, fixo ou flutuante. Nesse constante, resulta em aumento da taxa de juro. z
O
u
w
51

~
~
- o aumento da taxa de juro atrai capitais externos,
aumentando a oferta de divisas (de 0, para O2),
reduzindo a taxa de câmbio, conforme o gráfico 11.
- A redução na taxa de câmbio vai resultar em diminui-
ção nas exportações e crescimento das importações,
trazendo a renda nominal de volta ao nível inicial.
Observe que no gráfico I a taxa de câmbio aumenta,
pois nesse gráfico o raciocínio é feito com a definição
americana, conforme já advertido anteriormente.

A aplicação de uma política fiscal contracionista teria


também efeito nulo sobre a renda e faria diminuir a taxa Consequência final: a taxa de câmbio não se altera e a
de câmbio. renda nominal se eleva.
Explicação:
22 caso: aplicação de uma política monetária ex- - Uma política fiscal expansionista pode serfeita através
pansionista de aumento dos gastos governamentais ou redução

J~I
dos tributos, deslocando a curva IS para a direita, de
I)t LM] LM2 15, para 152 no gráfico I.
- O aumento da renda nominal (de V, a VJ provoca
aumento da demanda de moeda por parte da socie-
I dade, para a realização de transações, que, dada a
oferta de moeda constante, resulta em aumento da
taxa de juro.
I~ - O aumento da taxa de juro atrai capitais externos,
t2 '------- ------ rs aumentando a oferta de divisas (de 0, para O2),
y reduzindo a taxa de câmbio, conforme o gráfico 11.
- Para manter a taxa de câmbio fixa, em t" a autoridade
monetária compra as divisas que ingressam no país (a
demanda se desloca de D, a D2), e o comércio exterior
não se altera.
- A aquisição de divisas provoca aumento da quanti-
dade de moeda na economia (a curva LM se desloca
para a direita, em LM2), satisfazendo a demanda de
.......... _ __ ~"y moeda para transações.

Consequência final: a renda nominal cresce e a taxa de


câmbio se reduz. A aplicação de uma política fiscal contracionista teria
Explicação: efeito contrário, isto é, a renda nominal se reduziria, man-
- Aumenta a oferta de moeda, deslocando a curva tendo-se fixa a taxa de câmbio.
LM para a direita, de LM, para LM2 (gráfico I), o que
diminui a taxa de juro.
22 caso: aplicação de uma política monetária ex-
- A queda no juro provoca saída de capitais, aumen-
pansionista
tando a demanda de divisas (no gráfico li, a curva de
demanda se desloca de D, para D,l e aumenta a taxa
de câmbio.
- O aumento da taxa de câmbio aumenta as expor-
tações e diminui as importações, aumentando a
renda interna.

A aplicação de uma política monetária contracionista


teria o efeito contrário de diminuição da renda e elevação
da taxa de câmbio.

Mercado de taxa de câmbio fixa


. . .
y

12 caso: aplicação de uma política fiscal expansionista


I) LM; LM,

tt \ \ I I
\ 'f;\ I
s I
::1:
o
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o
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I
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l ....._ ............ ............L ..... _ . _ .1.. ............ 1>:
Y, Y, y

5
2
~
~
Consequência final: a taxa de câmbio e a renda nominal S - I = X - M, ou seja, o excesso de poupanças internas
não se alteram. sobre o investimento interno é igual ao saldo em transações
Explicação: correntes (TC) do balanço de pagamentos da economia.
- Aumenta a oferta de moeda, deslocando a curva Assim, se S > I, haverá um superávit corrente (TC > O); e
LM para a direita, de LM, para LM2 (gráfico I), o se I > S, haverá um déficit corrente (Te < O).
que Como vimos no item 1 deste programa, S - I, o saldo
diminui a taxa de juro. corrente, tem correspondência com o saldo da conta de
- A queda no juro provoca saída de capitais, aumen- capitais. Assim, se 5 > I, o excesso de poupanças buscará
tando a demanda de divisas (no gráfico li, a curva aplicações no exterior e a conta de capitais será deficitária;
de se, ao contrário, I > S, a necessidade de poupanças para
demanda se desloca de D, para D,) e aumenta a taxa cobrir os investimentos internos resultará em saldo positivo
de câmbio. na conta de capitais.
Nesse modelo inicial, considera-se livre mobilidade
- Para manter a taxa de câmbio fixa, a autoridade mo-
de capital, isto é, livre acesso ao mercado de capitais
netária oferece divisas (a oferta de divisas se
internacional e uma economia pequena, de tal modo que
desloca
ela não influencia a taxa de juros internacional: r = r', isto
para O2) e a taxa permanece em t1•
é, a taxa de juros real r da economia interna é igual à taxa
- A maior demanda de divisas, para a saída de capitais,
de juros internacional r'. São consideradas as seguintes
resulta em diminuição da quantidade de moeda da relações: I = I (r), isto é, o investimento é função da taxa
economia, pois os demandantes têm de oferecer de juros real; S = V - e (a poupança é igual à diferença
reais entre a renda e o consumo), sendo e = e (V), ou seja, o
para a sua conversão. consumo é função da renda, e V = F (K,l), isto é, a renda
- A diminuição de reais é ilustrada pela volta da curva ou produto é função da quantidade de recursos do trab-
LM, no gráfico I, ao seu ponto inicial. alho e do capital, que é a função produção da economia.
Então, I = I (r·) e Te = S -I(r·).
A aplicação de uma política monetária contracionista Se r < r*, haverá déficit na conta de capital e con-
teria o mesmo efeito, ou seja, inalterabilidade na renda e sequente superávit na conta de transações correntes
na taxa de câmbio. (5) I).
A seguir, eis um resumo da aplicação das políticas mo- Se r> r', haverá superávit na conta de capital e con-
netária e fiscal expansionistas nos dois regimes de taxas de sequente déficit na conta de transações correntes (S > I).
câmbio:

Regime de taxas flutuantes


Política fiscal: a renda interna não se altera, a taxa de
câmbio se eleva e as exportações líquidas diminuem.
Política monetária: a renda nominal se eleva, a taxa de
câmbio diminui e as exportações líquidas aumentam.

Numa economia fecha-
Regime de taxas fixas
da há uma taxa de juros
Política fiscal: a renda interna se eleva, e a taxa de câmbio
real r que iguala a pou-
se eleva e as exportações líquidas não se alteram. r
pança e o investimento
Política monetária: a renda nominal, a taxa de câmbio e
as exportações líquidas não se alteram. internos.
Vimos, em Contas Nacionais, que Renda = Produto =
Demanda Agregada. Numa economia aberta, se a taxa de juros mundial,
V = e + I + G + X - M A expressão e + I + G é denominada r-, for maior do que a interna, haverá um déficit na conta
de absorção interna, que engloba a demanda interna de de capitais equivalente a um superávit na conta corrente.
consumo, investimento e despesas do governo. Esse superávit corrente corresponde à distância 5 - I ao
Então, se V > absorção interna, X > M, isto é, se o produto nível da taxa de juros mundial e.isso ocorre porque a eco-
interno superar a absorção interna, temos um excesso de nomia interna está financiando o exterior para adquirir o
exportações sobre importações de bens e serviços, ou seja, saldo positivo nas transações correntes.
um superávit do balanço de pagamentos em transações cor- Por outro lado, se a taxa de juros mundial, r-, for
rentes o excesso de produção. Ao contrário, se Y < absorção menor do que a interna, haverá um superávit na conta
interna, M > X, ou seja, a insuficiência é coberta por um de capitais equivalente a um déficit na conta corrente.
excesso de importações sobre exportações, acarretando um Esse déficit corresponde à distância 1- 5 ao nível da taxa
déficit em transações correntes. de juros mundial e isso ocorre porque a economia interna
A renda é igual a C+S+ T. Logo, C+S+T=C+I+G+X-M. está sendo financiada pelo exterior para que a economia
Podemos fazer I = Sp+ T - G + M - X, ou seja, o inves- interna adquira o excesso das importações sobre as ex-
timento interno (I) é igual à poupança privada (Sp), mais portações.
a poupança pública (T - G = Sg), mais a poupança externa O estudo dos modelos de economia aberta abrangem
(M-X=Sx): a curva BP, que representa os pontos de equilíbrio do
balanço de pagamentos. Sabemos que o saldo do balanço
de pagamentos é igual à soma dos saldos em transações
1= Sp+ Sg+ S x,
correntes (Te), mais o saldo do movimento de capitais (MK):
BP=TC+MK.
Se fizermos Sp+ Sgigual à poupança interna S, teremos: <C
1= 5 + Sx" ou seja, o investimento interno é financiado s
O
pelas poupanças interna e externa. Podemos também z
O
fazer: u
w
53
As exportações dependem da taxa de câmbio e do nível ções correntes, que exige entrada de capitais para financiá-Io.
de renda externo, enquanto as importações são função da O maior porte dessa economia exige tal volume de recursos
renda interna. Assim, dada a taxa de câmbio e a renda ex- externos que pressiona a taxa de juros para cima. Ou seja, o
terna, TC = TC (V). Enquanto isso, MK depende da diferença equilíbrio no BP resulta em taxas dejuros maiores em virtude
entre as taxas de juros interna e externa. do aumento do risco e da mobilidade imperfeita de capitais
Assim, dada a taxa de juros internacional, MK = MK (r). e a curva BP tem uma inclinação positiva.
=
Então, BP TC (V) + MK (r). Se o saldo do BP for zero, temos
TC (V) = -MK (r). A curva BP tem inclina- r
Se um país não tiver acesso ao mercado de capitais ção positiva no caso de
e, portanto, MK = O, então Te = O. As exportações X de- mobilidade imperfeita
pendem da renda externa e são, portanto, uma variável
de capital.
exógena e as importações M são função da renda interna
Y. Então, temos: X = Xo, M = mY, sendo m a propensão
média a importar.
=
Como TC = O, Xo- mY = O, e Y Xol m. Esse é o nível
de renda compatível com o equilíbrio em conta corrente.

Curva BP de um país DP NOÇÕES DE MICROECONOMIA


sem mobilidade de
capital, em que o nível
de renda Y = Xo I m é Fundamentos de Economia
aquele em que TC O.=
As sociedades evoluídas repousam sobre uma diversifi-
cada base econômica que, acionada pelo trabalho humano,
~.-----~------- engendra uma série de bens cuja destinação última é o con-
~ sumo desses bens pelos membros da sociedade. Os variados
elementos que participam da vida econômica de uma nação,
y
assim como suas conexões e dependências, somam-se num
Observe-se que qualquer nível de renda à direita da todo denominado sistema econômico.
curva BP resulta em incremento das importações, ou seja, um O sistema econômico é, assim, esse conjunto de ativi-
déficit corrente. Do mesmo modo, qualquer nível de renda dades de produtores, distribuidores, comerciantes e con-
à esquerda de BP resulta em um superávit. Uma questão sumidores, voltado para a tarefa básica de tentar satisfazer
macroeconômica que surge nesse ponto é como conciliar as necessidades e 05 desejos humanos pelos bens que
o pleno emprego com o equilíbriO no BP. Suponha-se que somente esse sistema pode propiciar. Os sistemas econômi-
uma economia tenha desemprego e que já incorra em déficit cos existem, portanto, como uma resposta do homem para
no BP. Uma medida para aumento do emprego seria uma a necessidade básica de sobrevivência física.
política fiscal ou monetária expansionista e uma medida A primeira lei da economia é a lei da escassez. É ela que
para reequilibrar o BP seria uma política contracionista. A justifica a existência dos sistemas econômicos. É o problema
medida para diminuir o emprego aumentaria a renda, mas econômico básico, que pode ser sintetizado através de uma
o incremento das importações agravaria o déficit corrente. citação de Harvey. Diz ele que Abraham Linco!n passeava
Esses objetivos seriam, portanto, inconciliáveis, a não ser pela rua, certa vez, com seus dois filhos e estes choravam.
que a economia pudesse incrementar as exportações, que Um amigo chegou perto e perguntou: "Qual é o problema
pode reequilibrar o BP e aumentaria a renda e o emprego. deles?". Lincoln respondeu: "É o problema de todo mundo:
Considere-se agora uma economia com mobilidade tenho três biscoitos e cada um deles quer dois."
perfeita de capitais, isto é, haverá sempre capitais externos Os economistas dizem que o problema econômico bási-
para financiar um déficit em transações correntes. co decorre de os recursos existentes não serem suficientes
Nesse caso, qualquer que seja o nível de renda interno para produzir os bens que irão satisfazer as necessidades
e o déficit corrente, o equilíbrio do BP poderá ser obtido de humanas. Em outras palavras:
acordo com o nível da taxa de juros internacional.
Assim, se a taxa interna rfor maior do que a internacio-
nal, r', a maior entrada de capitais resultará em superávit OS RECURSOS SÃO x AS NECESSIDADES E OS
e se a taxa interna r for menor do que a internacional, r', LIMITADOS DESEJOS SÃO ILIMITADOS
a menor entrada de capitais resultará em déficit.
Na verdade, o nosso mundo possui muitos recursos para
a produção e a distribuição dos bens. Mas eles são conside-
A curva BP é horizontal rados escassos em relação às necessidades e desejos dos

r:~ .
r
no caso de livre mobi- homens. Observe-se que, além das necessidades, também
lidade de capital. são mencionados os desejos. Qual o motivo dessa distinção?
r déficit ---' BP
As necessidades podem ser classificadas em primárias e
secundárias. As necessidades primárias são aquelas rela-
cionadas com a própria sobrevivência do homem, ou seja,
\,- "",."".,,, .... ,.,,._ .... a alimentação, o vestuário, a habitação. As necessidades
secundárias são aquelas que o homem vai adquirindo com a
y própria civilização e o progresso, e que podem ser chamadas
de desejos, ou seja, o lazer, as viagens, os compact discs etc.
Esse conflito sintetiza a lei da escassez. Os recursos são
Agora, finalmente, consideremos uma economia maior,
necessários para a produção de bens. O que é produção? É
suficiente para que possa exercer alguma influência sobre o
qualquer processo de utilização de recursos para a criação ou
nível de taxas de juros internacional. Como seria a curva BP
transformação em coisas úteis. Na teoria microeconômica,
desse país? Se a renda se eleva, aumenta o déficit em transa-

S4
~
~
estuda-se a função de produção de uma empresa, definida "Como produzir" é a tarefa de o sistema procurar esco-
como a relação entre determinada quantidade de recursos lher a técnica de produção menos dispendiosa em termos
e a correspondente quantidade de produto. O que são os de recursos, que são escassos, o que resulta na necessidade
bens? São definidos como tudo aquilo capaz de satisfazer constante de avanço tecnológico. Os recursos devem ser
as necessidades e os desejos humanos. alocados do modo mais eficiente possível, isto é, com o
menor custo e com o melhor rendimento.
RECURSOS ~ PRODUÇÃO DE BENS "Para quem produzir" é a tarefa de o sistema direcionar
os frutos do processo produtivo para consumo ou investi-
Os bens podem ser classificados em livres e econômicos. mento, de modo a satisfazer as necessidades conforme a
Bens livres são aqueles cuja produção é gratuita, isto capacidade de cada indivíduo ou grupo social.
é, a própria natureza oferece-os ao homem sem que este
utilize recursos para a sua obtenção, como o sol, o vento, Que instituições executam as tarefas que cabem ao
o clima etc. sistema, bem como acompanham a execução de o
Bens econômicos são aqueles que somente podem ser que, como e para quem produzir?
produzidos por meio do esforço humano e da utilização de
recursos, como a produção de milho, de automóveis, de ca- Tradicionalmente, poder-se-ia dizer que essas tarefas
netas, de serviços bancários etc. Certamente que são estes cabem a dois setores: o público e o privado. O setor público,
os bens que mais interessam à Economia. que podemos chamar simplificadamente de governo, pode
atuar na produção direta de bens (empresas públicas) ou
Vejamos a seguir a ilustração através do chamado planejamento indicativo, por meio do
qual cria estímulos para que certos bens sejam produzidos
Bens livres Bens econômicos pela iniciativa privada. O setor privado é aquele constituído
t
Necessidades Necessidades
pelo enorme número de empresas que assumem um risco
ao produzir determinado bem para atender uma demanda
satisfeitas não satisfeitas já existente ou em potencial. Uma diferença marcante entre
os dois setores, o público e o privado, é que enquanto o
primeiro procura captar recursos para aplicar nas áreas que
Os bens econômicos, por sua vez, podem ser classifi- julga serem as de maior necessidade para a subsistência
cados conforme a seguinte tabela: da sociedade, principalmente as de infraestrutura (como
segurança, saúde, saneamento, construção de estradas,
Classificação dos Bens Econômicos educação), o segundo é movido pelo interesse do lucro, na
direção do que a sociedade necessita e deseja e revela suas
preferências livremente no mercado. Cada país apresenta
Bens de Consumo Bens de Capital Bens determinado grau de participação de cada um dos dois seto-
Intermediários
res, que procuram se complementar na busca de satisfação
São os que satisfa- São os que satisfazem São aqueles utiliza-
geral das necessidades humanas.
zem diretamente necessidades de forma dos na produção de
as necessidades indireta, pois são utiliza- outros bens (maté- Até há poucos anos, o mundo vivia dividido em duas cor-
humanas, como o dos para a produção de rias-primas), como rentes que defendiam, de um lado uma economia totalmente
arroz, a carne, a pl- bens de consumo, como  tomate (extrato), planificada (socialismo), e do outro lado uma economia onde
zza, a lâmpada etc. as máquinas, equipamen- trigo (pão), o algo- houvesse total liberdade de produzir e consumir (capitalis-
tos, instalações etc. dão (tecidos) etc. mo). Depois da queda do muro de Berlim e da desintegração
da União Soviética, esse conflito, que gerou até guerras entre
O Funcionamento do Sistema Econômico países e entre facções de um mesmo país, parece fora de
moda. As decisões de o que, como e para quem produzir, que
o sistema econômico, como já vimos, tem por objetivo a segundo o socialismo deveriam ser comandadas a partir de
produção de bens para a satisfação das necessidades huma- um planejamento mais ou menos centralizado, estão sendo
nas. Uma parcela significativa da população está envolvida cada vez mais delegadas ao setor privado, em nome de uma
em atividades econômicas, que podemos classificar em: busca quase mundial de obtenção de mais altos padrões de
atividades de produção, de distribuição e de consumo. Na eficiência e diminuição de desperdício. O conjunto dessas
verdade, todo sistema econômico tem tarefas a serem cum- decisões passam a ser tomadas, como descreveu há mais
pridas, e que são representadas pelas seguintes questões: de 200 anos Adam Smith, por uma mão invisível, sem uma
 O que produzir? coordenação aparente, cada uma das milhares de empresas
 Como produzir? procurando atender o consumidor baseado apenas em seu
 Para quem produzir? próprio interesse de lucro. Essa é a primeira noção para en-
tendermos o que se chama hoje de neoliberalismo.
Caberia ao setor público, através do Governo, a função
"O que produzir" é a tarefa de se alocar os recursos es-
de zelar pela segurança e defesa dos cidadãos e de seus
cassos dentre as várias alternativas de produção de bens nas
direitos de propriedade, garantindo as condições para que
quantidades requeridas pela população que os elege. Esse
as atividades econômicas se desenvolvam através do setor
sistema de eleição, ou escolha, acarreta que o sistema deixa
privado, mais eficiente e racional. Mas há outras razões para
de produzir um certo volume de bens que são sacrificados
a existência de um setor público:
e constituem o seu custo de oportunidade. Como exemplo,
 Os contratos e o intercâmbio comercial realizados
temos a produção de cana de açúcar (para abastecer os
através do mercado necessitam de uma proteção e ~
carros a álcool) que gera o custo de oportunidade do feijão
que deixa de ser produzido no mesmo solo, as lanchonetes
uma fiscalização de seu cumprimento por parte de
uma estrutura legal provida pelo Governo.
s
Mac Donald's que geram o custo de oportunidade dos pos-
 O funcionamento regular do mercado, que propicia O
tos de saúde e escolas que poderiam ser construidos em
o uso eficiente dos recursos, isto é, produzindo o z
seu lugar etc.
que o consumidor deseja e do modo menos custoso,
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5
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é baseado na concorrência na produção e na aquisição mente uma fração dela é que está voltada para o mercado
dos fatores, ou seja, livre entrada de firmas e pleno de trabalho, tanto no setor urbano como no rural. Por isso,
conhecimento do mercado, condições que o Governo vejamos alguns conceitos que envolvem a população de
deve assegurar. um país:
 Nem todos os produtos devem provir do mercado.  População Produtiva (aquela em idade de trabalhar):
As externalidades, que podem ser positivas ou nega- abrange as pessoas entre os 14 e os 65 anos de idade.
tivas, apontam falhas e requerem solução através do  População Dependente (aquela fora da idade de tra-
setor público. balho): abrange as pessoas de menos de 14 e de mais
 O sistema de mercado, por si só, não assegura altas de 65 anos.
taxas de emprego, estabilidade de preços e taxa  População Economicamente Ativa (é a que está volta-
adequada de crescimento econômico, objetivos que da para o mercado de trabalho): abrange a população
devem ser assegurados pelo setor público. produtiva, menos os estudantes e os domésticos não
 Necessidade de ajustamentos na distribuição da renda remunerados, como as donas de casa .
e da riqueza provoca das pelo mercado e pelo sistema  População Ocupada (a que está efetivamente empre-
de heranças. gada): abrange a população economicamente ativa,
menos os desempregados.
Com relação ao desenvolvimento econômico, a ne-  Parcela de Ocupação: é a relação percentual entre a
cessidade de existência de poupanças para a aplicação em população ocupada e a população total.
investimentos produtivos obriga que haja um processo de
mobilização de recursos da sociedade, que a ação espontâ- O gráfico abaixo mostra cada uma das partes da popula-
nea do mercado, por si só, nem sempre é capaz de promover, ção de um país, definidas acima.
apesar de as empresas procurarem explorar as oportuni-
dades lucrativas de investimento existentes na economia. população /~-~~~" estudantes e
Nesse caso, caberia ao Estado criar mecanismos que eleve dependente~ /~ domésticos
o volume de poupanças da economia, a fim de financiar 05
i ~-----I-,--j
! /'
investimentos necessários, buscando-os internamente, atra-
vés das famílias, das empresas e do governo, e externamente
por meio dos investidores internacionais. Essas poupanças
têm sido aplicadas em sua maior parte em atividades ligadas
população X '\\\~ desempregados
à infraestrutura e produção de matérias-primas estratégicas, ocupada ''-'~~/
como transporte, comunicações, energia, água e esgotos,
siderurgia e petróleo. Vamos a um exercício de aplicação desses conceitos.
Consideremos os seguintes dados referentes a uma cidade
Quais os recursos que as sociedades têm para serem imaginária:
utilizados na produção dos bens? População total: 100.000 habitantes
Domésticos não remunerados: 12.000
Os economistas chamam esses recursos de fatores de Pessoas com mais de 60 anos: 5.000
produção. Cada um desses recursos, encontrados na natu- Pessoas com menos de 14 anos: 18.000
reza sob diversas formas ou criados pelo homem, são, numa Estudantes: 25.000
sociedade capitalista, oferecidos no mercado de fatores de Desempregados: 6.000
produção pelos proprietários dos recursos, que buscam uma Cálculo dos conceitos estudados anteriormente:
remuneração pelo seu uso. O quadro a seguir mostra cada População Dependente = 5.000 + 18.000 = 23.000
um dos fatores de produção e a sua respectiva remuneração. População Produtiva = 100.000 - 23.000 = 77.000
População Economicamente Ativa = 77.000 - 12.000 ~
Os Fatores de Produção e suas Remunerações 25.000 = 40.000
=
População Ocupada 40.000 - 6.000 = 34.000
Parcela de Ocupação = 34.000/100.000 = 0,34 = 34
Fatores de Produção Remunerações
Recursos Naturais (Terra) Aluguel Certamente que, em princípio, quanto maior a população
Trabalho Salário global de um país, maior a quantidade de recursos do fator
trabalho disponíveis para a produção de bens. Mas esse vo-
Capital Juro
lume de população é influenciado pela existência de pessoas
Tecnologia Royalty jovens e idosas ou que estudam ou ficam em casa, as quais
Capacidade Empresarial Lucro são dependentes da população que está efetivamente pro-
duzindo. Além disso, é importante destacar que a existência
Agora vamos fazer uma pequena descrição de cada um de desemprego significa uma perda de produção por parte de
desses fatores de produção. um contingente populacional que poderia estar produzindo.
Recursos Naturais - É cada um dos recursos que o ho- Hoje o mundo passa por uma fase, denominada de
mem encontra na natureza e que ele utiliza para a produção globalização da economia, em que a maior concorrência
de bens. É o solo e o su bsolo, os rios, as florestas, os frutos, internacional está obrigando as empresas que querem so-
as flores, a fauna, a água, as jazidas minerais etc. Um dos breviver a diminuir o número de empregos e a aperfeiçoar
recursos naturais mais valiosos que existem, pela sua escas- sensivelmente a qualidade do fator trabalho para que este
sez crescente, é o espaço físico, onde o homem constrói e assuma os desafios das novas tecnologias. Um dos efeitos é
ocupa sob as mais diversas formas. A remuneração da terra o chamado desemprego estrutural, que está deixando largos
é o aluguel. contingentes da população economicamente ativa fora do
Trabalho - É o esforço direto do homem aplicado à pro- mercado de trabalho por falta de qualificação profissional e
dução, no sentido físico e mental. A população de um país por exigências de redução de custos, aumentando a carga
poderia, a princípio, representar a quantidade de trabalho assumida pela parte da população que continua efetivamen-
disponível, mas é preciso atentar-se para o fato de que so- te ocupada a produzir os bens necessários.

56
~
~
Considerando-se a existência do desemprego, tem-se lucros. Interessante é que esse aumento de lucros pode
dois conceitos importantes que são estudados mais profun- redundar em aumento da poupança do próprio contador.
damente em Macroeconomia: produto potencial e produto
efetivo. POUPANÇA ~ INVESTIMENTO
Produto Potencial é aquele que uma economia tem
condições ou a capacidade de produzir, dada a disponibili- Uma economia deve procurar aumentar a sua capacidade
dade total de recursos com que conta em um determinado produtiva, para produzir cada vez mais. Isso significa que o
momento. Em outras palavras, o Produto Potencial é aquele investimento bruto deve superar a depreciação, ou em outras
correspondente ao nível de pleno emprego da economia. palavras, o investimento líquido deve ser positivo. Conforme
Enquanto isso, Produto Efetivo é aquele resultante da uti- consiga ou não, uma economia pode ser classificada em:
lização de recursos disponíveis, mas não necessariamente  Progressiva - Quando o investimento líquido é positivo;
de toda a disponibilidade com que conta a economia. Se um  Estacionária - Quando o investimento líquido é nulo;

ocs
país, por exemplo, possui recursos que lhe permitam produzir  Regressiva- Quando o investimento líquido é negativo.
R$ 100 bilhões em um ano, este é o seu Produto Potencial.
Enquanto isso, um Produto Efetivo de R$ 80 bilhões indica
que há recursos que não estão sendo utilizados. A causa
dessa sub-utilização é problema da Macroeconomia. A dife-
rença, de R$ 20 milhões, é denominada hiato de recursos e
representa uma perda em que está incorrendo a sociedade.
Capital- é o recurso que o homem mesmo produz para Produção Consumo

DO
auxiliá-Io, aliviar o esforço físico e mental e aumentar o
rendimento ou a eficácia de seu esforço produtivo. São os
chamados instrumentos de trabalho, como as máquinas e
os equipamentos. O capital é um recurso e é também um
bem, denominado "bem de capital", que é definido como
o bem produzido e utilizado para produzir outros bens. São Capital Capital

00
inicial final
exemplos de capital, desde os primeiros instrumentos, como
o machado, o arco e a flecha, a canoa, até os modernos tor-
nos, robôs e computadores, além das estradas e instalações
industriais.
O capital possui uma característica muito importante,
que é a de a sua produção representar um acréscimo na
capacidade produtiva. Por exemplo, a construção de uma
estrada, que é um bem de capital, possibilita o aumento da Produção Consumo

DD
capacidade de produção de mercadorias e serviços (mais
transporte, turismo e produção de bens).
Assim, a produção de um país, se de um lado deve ofe-
recer uma parcela significativa de bens para consumo para
sua população no presente, por outro deve também oferecer
Capital Capital
produtos, os bens de capital, que possibilitarão maior pro-

00
inicial final
dução de bens no futuro. A remuneração do capital é o juro.
Agora temos de fazer a distinção entre capital e inves-
timento.
Capital é o montante de bens de capital de uma empresa
ou de um país num momento do tempo. Por exemplo, no dia
31 de dezembro o capital de uma empresa é de 20 máquinas
ou o seu valor equivalente. É a chamada variável de estoque.
Investimento Bruto é o montante de bens de capital produ- Produção Consumo
zidos ou adquiridos num determinado período de tempo. In-
vestimento Lfquido é a diferença entre o investimento bruto
e a perda de máquinas pela depreciação ou obsolescência.
Por exemplo, uma empresa adquiriu 35 máquinas durante 3
meses: esse foi seu investimento bruto. No mesmo período
houve uma depreciação de 7 máquinas, o que Significa um
=
investimento líquido igual a 35 - 7 28 máquinas.
DOCapital Capital
inicial final

INVESTIMENTO INVESTIMENTO BRUTO Tecnologia - É o recurso representado pelo conhecimen-


LíQUIDO - DEPRECIAÇÃO· to das técnicas aplicadas à produção dos bens. A tecnologia
deve ser aplicada no sentido de aliar a melhor qualidade ao
A contra partida do investimento é a poupança. Dedicar menor custo possível de produção.
parte da produção para os bens de capital leva à necessidade Uma inovação tecnológica é economicamente signifi-
de se alocar poupanças nesse setor. Vejamos o caso de um cativa justamente quando resulta em maior quantidade ou
contador, que realiza toda a sua escrituração por meio ma- melhor qualidade com o mesmo custo, ou a mesma quanti- <I:
nual. A decisão de adquirir computadores para essa tarefa
exige que seja feita uma poupança para a compra dos equipa-
dade e qualidade, com menor custo. Uma empresa que se s
dedica a produzir bens deve se preocupar com o máximo
mentos, sacrificando o consumo corrente, mas esse sacrifício de qualidade e o mínimo de custo, o que significa procurar O
resultará em aumento da capacidade produtiva do contador, aplicar a melhor tecnologia disponível. Esta pode ser obtida z
que poderá expandir os seus negócios e aumentar os seus através de investimentos realizados pelas próprias empresas,
8
UI
5
7

~
~
através de aplicações de recursos para pesquisa; ou adquirir consumidores (famílias), de outro lado, que se relacionam
tecnologia já criada por outras empresas, que no caso deve- através de fluxos, denominados reais ou nominais.
rão ser remuneradas por meio dos royatties.
O desenvolvimento tecnológico está associado ao nível Fluxos reais
de educação e à propensão à pesquisa detida pela população
de um país. Mas o país pode optar pela simples compra de
r- Fornecimento de serviços
tecnologia estrangeira, obtida através das importações, prin- I do Setor
cipalmente de bens de capital, o que significa que a política •••
de comércio exterior deve ter um grau de abertura razoável
Unidades
para que esse conhecimento seja possível. Por outro lado,
o não desenvolvimento da própria tecnologia pode criar rela- familiares
ções de dependência prejudiciais ao crescimento sustentado.
Capacidade Empresarial- É o recurso que tem sob sua Fornecimento de bens ~
responsabilidade a reunião e a coordenação entre todos os
recursos ou fatores de produção, com o objetivo de alcançar
o melhor resultado tendo em vista o objetivo da empresa. Uma questão:
Os recursos são organizados nas chamadas unidades pro-
dutoras, que podem ser desde uma barbearia, um restau- 1. Aponte a afirmativa incorreta.
rante e uma banca de revistas, até uma siderúrgica ou uma a) O fluxo real de bens e serviços produzidos pelas
hidrelétrica. Esse fator é quem assume os riscos naturais do firmas tem como contra partida o fluxo real de ren-
empreendimento, os quais podem ser assumidos por uma dimentos recebidos por elas.
pessoa, um conjunto de indivíduos ou o próprio Estado. a) O fluxo real dos serviços prestados pelas unidades
Numa sociedade capitalista é livre a iniciativa, por qual- familiares tem como contrapartida o fluxo real dos
quer indivíduo ou grupo de indivíduos, de tentar atender o bens e serviços por elas produzidos.
consumidor, no sentido de produzir algo que considere útil a) O fluxo nominal dos rendimentos pagos às unidades
ou desejável, obtendo um prêmio sob a forma de lucro ou familiares tem como contra partida o fluxo real dos
arcando com prejuízo no caso de não conseguir o seu intento. serviços por elas prestados.
No caso de um empreendimento estatal, geralmente o lucro a) O fluxo real de bens e serviços produzidos pelas
ou o ganho são medidos pelos resultados sociais obtidos com firmas tem como contra partida o fluxo nominal dos
o atendimento a necessidades mais coletivas, como no caso rendimentos por elas recebidos.
da abertura de um hospital ou uma escola. a) O fluxo nominal dos rendimentos pagos às unidades
Nesse tipo de sociedade costuma ser discutido até que familiares tem como contrapartida o fluxo nominal
ponto o Estado deve amparar uma empresa que incorre dos pagamentos pelos bens e serviços por elas con-
em prejuízo, tendo em vista as consequências sociais do sumidos.
desemprego advindas do encerramento de suas atividades.
No sistema financeiro isso se torna ainda mais sério, em Gabarito: a
virtude do efeito multiplicador de uma crise bancária sobre
Fluxos nominais
toda a economia.
De uma forma didática, as unidades produtoras ou I Remunerações aos fatores --I
I .•.
empresas fazem parte de setores (primário, secundário ou
terciário), conforme as suas características básicas.

Os Setores Econômicos Unidades


produtoras
Setor Setor Setor
Primário Secundário Terciário Pagamentos pelos bens

É o setor próximo à É o setor de trans- É o setor que


base de recursos na- formação de rnaté- produz bens ln- Os fluxos reais correspondem às transações físicas, isto
turais. É constituído rias-primas em bens tangíveis, isto é, é, às compras e à vendas de mercadorias e de serviços e
pelas empresas agrl- industriais. Carac- as chamados ser- à prestação dos serviços proporcionados pelos fatores de
colas, de pecuária e teriza-se pelo uso viços. É o setor produção, como o trabalho, o capital etc. enquanto que os
de extração vegetal. intensivo de capital que mais cresce fluxos nominais referem-se às contrapartidas financeiras
e de mão de obra com o desenvol- representadas pelos pagamentos dos bens e pelas remune-
especializada. vimento econô- rações aos fatores de produção, realizadas através da moeda.
mico. O valor de tudo o que é produzido numa economia tem o
nome de Produto, que normalmente é oferecido no mercado
Como as empresas adquirem os recursos, ou fatores de bens, constituindo a Oferta. Enquanto isso, os consumi-
de produção, de que necessitam? dores procuram adquirir os produtos, constituindo a Procura
ou Demanda.
A empresa, ou unidade produtora, é definida como Tanto os preços dos bens como os valores das re-
o local onde os recursos, ou fatores de produção, são munerações aos fatores de produção são normalmente
reunidos para a obtenção de determinado produto. As fa- determinados no Mercado, definido como o local onde
< mílias, ou unidades familiares, são as destinatárias da compradores e vendedores se encontram e onde são justa-
produção de bens de consumo, e ao mesmo tempo as pro- mente determinados os preços e as quantidades dos bens e
s prietárias dos recursos, recebendo remunerações pelo seu
emprego.
recursos que são transacionados. Existem vários mercados
na economia, como o mercado de aço, de frutas, de flores,
O O sistema econômico funciona através da busca de de automóveis, de imóveis, como também o mercado de
z interesses de produtores (empresas), de um lado, e dos trabalho, de capitais etc.
o
u
w
58

~
~
Procura Mercado Oferta Com relação à curva anterior, vamos responder às per-
de Bens -+ de Bens +- de Bens guntas seguintes.

Procura Mercado Oferta de - O que significam os pontos de A a F?


de Fatores de Fatores Fatores São pontos de máxima possibilidade de produção da
-+ +- economia, onde os recursos estão plenamente empregados.
de Produção de Produção de Produção
À medida que a economia vai se situando num ponto mais
Cada recurso utilizado pelas empresas no sistema econô- à direita, e sobre a curva, a produção de álcool aumenta e a
mico tem um preço, que corresponde a uma remuneração de de feijão diminui; à medida que a economia vai se situando
algum agente econômico. A soma de todas as remunerações num ponto mais à esquerda, e sobre a curva, a produção de
constitui o que se denomina de Renda. feijão aumenta e a de álcool diminui. Em C produz-se mais
feijão do que em D, mas em compensação em D produz-se
SALÁRIOS + JUROS + ALUGUÉIS + ROYALTlES + LUCROS = RENDA mais álcool do que em C.

É com essa Renda que as famílias adquirem poder de - O que significa o ponto G?
compra para a aquisição dos produtos. Observe-se que no ponto G a economia está produzindo
menos de feijão e de álcool do que em C. Isso significa que
o que é a curva de possibilidades de produção? G é um ponto em que não estão sendo utilizados todos
os recursos da economia. É um ponto de desemprego de
Essa curva ilustra o problema econômico da escassez de recursos. Evidencia-se aí como o desemprego resulta em
recursos, mostrando que, por mais próspero que seja, um desperdício de produção. Se os recursos ociosos forem
sistema econômico possui sempre um limite de capacidade utilizados, a partir do ponto G, tanto a produção de feijão
de produzir bens. como a de álcool aumentarão.
Suponhamos que uma economia possa produzir apenas
dois tipos de bem: álcool e feijão. A tabela abaixo mostra as
- O que significa o ponto H?
diversas quantidades que essa economia tem de produzir
O ponto H está situado fora da curva. Em comparação
os dois bens, num determinado período, utilizando todos com o ponto D, tanto a produção de álcool como a de feijão
os seus recursos. são maiores. Como D é um ponto de máxima capacidade de
produção, pode-se concluir que H é um ponto que a econo-
Tabela de Possibilidades de Produção mia não pode alcançar no curto prazo. E no longo prazo,
pode? Sim, porque no longo prazo a economia vai aumentar
a quantidade de terras produtivas, a sua população ocupada
Produção de álcool Produção de
e o seu estoque de capital, ou seja, a sua capacidade de
Possibilidades
produção, podendo então atingir o ponto H. Quando isso
(milhões de litros) feijão (mil/ton)
ocorre, a curva de possibilidades de produção desloca-se
A O 15 para a direita, como é visto a seguir.
B 1 14
C 2 12 feiião
D 3 9
E 4 5
Com Fbase na tabela acima,5podem serfeitas as seguintes
O
observações:
 com a limitada disponibilidade de recursos, se estes
forem todos alocados na produção de álcool a econo-
mia poderá produzir, no máximo, 5 milhões de litros
desse produto, e se todos os recursos forem alocados
na produção de feijão a economia poderá produzir, no o álcool
máximo, 15 mil toneladas de feijão.
 para a produção de álcool crescer, a produção de Por que a curva de possibilidades de produção não é
feijão deverá diminuir, em razão do deslocamen- uma linha reta?
to de recursos de um setor para o outro, e vice-versa.
A curva de possibilidades de produção é côncava em
Com base nos números da Tabela de Possibilidades de relação à origem. Para se entender a causa, observe-se
Produção, pode-se construir agora a Curva de Possibilidades novamente a Tabela de Possibilidades de Produção. Para se
de Produção. produzir conforme a possibilidade B, com todos os recursos
alocados inicialmente na produção de feijão, a primeira
feijão unidade produzida de álcool (1 milhão de litros) exige o
(rnil/ton) sacrifício de uma unidade (1.000 ton.) de feijão. Para se
15 +A B produzir conforme a possibilidade C, a unidade adicional de
H álcool sacrifica 2 unidades de feijão. Para se produzir confor-
12 • me a possibilidade D, a unidade adicional de álcool passa a
9 sacrificar 3 unidades de feijão. E assim por diante. Ou seja:
cada unidade adicional produzida de álcool exige que se «
6
deixe de produzir cada vez maiores quantidades de feijão.
-' .' .. ",,1' .....•.........•....•..........• f....
Em outras palavras, o custo de oportunidade da produção s
O 2 de álcool (em termos de feijão) é cada vez maior, ou ainda,
3 4 5 álcool O
(milhões de litros) que a produção se realiza a custos crescentes. z
O
u
w
59
~
~
A explicação para a produção ser realizada a custos cres-
centes está numa lei básica da economia: a lei dos rendimen-
t
tos decrescentes. Para entendê-Ia, vamos à tabela abaixo.

Plantação de Mudas por Dia de Trabalho

Nºde Plantação total Plantação Plantação


trabalhadores de mudas marsínal média
1 20 20 20
2 42 22 21
3 62 20 20,7
4 79 17 19,8 Aplicação ilustrativa das curvas de posslbllldades de
5 94 15 188 produção '
6 104 10 173
7 109 5 156
8 111 2 139 As curvas de possibilidades de produção podem ser
9 111 123 utilizadas para ilustrar fatos do mundo real, como se pode
10 110 °
-1 11 observar nos gráficos a seguir.

Na tabela acima, tem-se a plantação marginal, ou pro- A Segurança e o Bem-Estar: as Opções de Esparta
dutividade marginal do trabalho, definida como a variação e de Atenas
na produção total resultante do acréscimo de uma unidade
na quantidade de trabalho.

PMgL = Liq / LiL,

sendo PMgL a produtividade marginal do trabalho, Llq


a variação na produção total e LlL o acréscimo do fator
trabalho.
Enquanto isso, a produtividade média do trabalho é
definida como a produção total por trabalhador, e calculada
Esperta: Atenas:
assim:
a preferência pela segurança. a preferência pelo bem-estar.
PMeL = q / L,
Os Estados Unidos antes e durante a 2i! Guerra
sendo PMeL a produtividade média do trabalho, q a Mundial
produção total e L a quantidade correspondente do fator
trabalho. produção
Observe-se que à medida que mais trabalhadores plan- militar
tam mudas, a produção total de mudas vai aumentando,
mas o aumento de produção é cada vez menor, até se De 1939 a 1941: Po n Pl
De 1941,,1944: Pl a Pc
anular com o 92 homem, tornando-se até negativo ao se
contratar o 102 trabalhador. Isso ocorre no curto prazo,
quando pode-se aumentar a quantidade de certos fatores
de produção (denominados variáveis) enquanto as quanti-
dades de outros recursos mantêm-se fixas. Na agricultura,
é comum o aumento da quantidade de trabalhadores civil
utilizando-se a mesma quantidade de terra. O mesmo se
passa na indústria, com a fixidez do estoque de capital, das A teoria econômica pode ser dividida em dois grandes
instalações e da tecnologia. Como cada homem tem cada ramos: a Microeconomia e a Macroeconomia. A etimologia
vez menor quantidade de terra para trabalhar, a produção dessas palavras já ajuda a perceber a diferença básica entre
tende a ir caindo. Considera-se que no início o rendimento, as suas áreas de atuação: enquanto a Microeconomia
ao contrário, cresce, já que o recurso fixo, no caso a terra, estuda
é utilizado com maior intensidade (caso do 2º trabalhador). as partes ("micro quer dizer pequeno), a Macroeconomia
A lei dos rendimentos decrescentes, também denomina- estuda o todo ("macro" quer dizer grande).
da de lei das proporções variáveis, é enunciada assim: "se a A Macroeconomia é aplicada no estudo das relações
quantidade de um recurso for aumentada em quantidades entre os grandes agregados econômicos, como a renda,
iguais, por unidade de tempo, enquanto a de outros recur- o emprego, os níveis gerais de preços, o déficit público,
sos permanecer constante, a quantidade total do produto a produção nacional. Ela se ocupa com a economia como
aumentará, mas além de certo ponto o acréscimo resultante um todo, buscando respostas para a determinação de cada
no produto tornar-se-á cada vez menor." uma dessas variáveis globais.
O gráfico a seguir mostra por que a concavidade da curva Se a Microeconomia estuda a determinação do preço de
representa bem esse fenômeno. determinada mercadoria ou a remuneração de determinado
À medida que a produção de álcool vai aumentando, fator de produção, a Macroeconomia estuda o índice geral
horizontalmente, pela mesma distância igual a 1 milhão de preços e a determinação da renda nacional. Enquanto
de litros, a queda na produção de feijão (dada pelos traços a Microeconomia considera dadas certas variáveis, como o
verticais a partir de cada letra) é cada vez maior, refletindo o produto nacional, a Macroeconomia estuda as causas que
fato de os aumentos de produção de álcool serem realizados fazem variar esse produto; enquanto a Macroeconomia
a custos crescentes. considera como dado o nível de distribuição da renda,
a Microeconomia estuda as causas e as variações nessa

60
distribuição; enquanto a Microeconomia considera dada a adquirir desse produto, por unidade de tempo, de acordo
quantidade de recursos da economia e ocupa-se com a sua com os fatores que a influenciam. Esses fatores são:
melhor alocação, a Macroeconomia ocupa-se com o estudo  o preço do produto;
de como é gerado e como pode aumentar o nível global de  os preços de outros produtos, substitutos ou comple-
recursos da economia. mentares;
 a renda dos consumidores;
o Funcionamento do Mercado: a teoria do  os gostos e preferências;
valor e a lei da oferta e da procura. O equilíbrio  as expectativas de variação de preços etc.
do mercado e variações do equilíbrio. Bens
Considerando constantes os demais fatores, pode-se
substitutos e complementares. Os excedentes do
dizer que a quantidade procurada de um bem varia no sen-
consumidor e do produtor tido inverso de seu preço, isto é, a quantidade demandada
é tanto maior quanto menor o seu preço, e vice-versa. Essa
Durante muito tempo os economistas procuraram é a lei da procura.
descobrir o que é que determina os valores das coisas. Daí
terem surgido duas teorias. Procura de Ovos em uma Mercearia
A teoria objetiva ou teoria do valor-trabalho (princi-
palmente devida ao economista inglês David Ricardo) diz Preço da dúzia de N!! de dúzias
que o valor de um bem resulta do esforço ou do trabalho
ovos (R$) por semana
necessário à sua obtenção. Essa teoria foi bastante útil para
subsidiar as ideias socialistas do século XIX. A ideia é que um 0,80 250
objeto que necessita de 8 horas de produção possui o dobro 0,90 210
do valor de outro que exige apenas 4 horas de trabalho.
Enquanto isso, a teoria subjetiva ou teoria do vaIar-uti- 1,00 180
lldade, vinculada aos economistas da escola rnarglnalísta, 1,10 150
vincula o valor de um bem à sua utilidade e sua escassez,
ou seja, às preferências das pessoas. A ideia é que um bem 1,20 110
só tem valor se satisfaz a uma necessidade ou desejo do 1,30 80
consumidor.
Os economistas Stuart Mill e Alfred Marshall reuniram Curva da demanda construída a partir dos dados da tabela:
os dois enfoques ao proporem que o valor de cada bem
resulta do custo de produção (associado ao esforço e ao
trabalho) e da sua preferência (associada à necessidade). U J

Como escreveu Marshall: "Da mesma forma que não O


se pode afirmar se é a lâmina inferior ou superior de uma 1.2 ~
tesoura que corta uma folha de papel, também não se pode 0 """--
discutir se o valor e os preços são governados pela utilidade LIO
ou pelo custo de produção".
O valor de um bem também pode ser colocado de duas
1.00 -, I'..
~ D
0,90 ._""
formas. Há o valor de uso e o valor de troca.
O valor de uso é o valor que se dá a um bem, pelo que 0.80 "
50 100 150 200 250
ele contém, por algo intrínseco a ele, pela utilidade que O
proporciona. Exemplo: a fotografia de um ente querido.
Podemos também representar algebricamente uma
O valor de troca é o valor que o bem assume conside-
curva de demanda. Temos que qd = f (p), isto é, a quantida-
rando-se o seu custo e a sua utilidade. É o próprio valor de
de demandada é função do preço, mantidos constantes os
mercado. Exemplo: o valor do feijão na mercearia.
demais fatores (condição ceteris paríbus).
Uma realidade da economia é que os bens oferecidos no
A função procura pode ser representada pela expressão
mercado têm preço. O preço é definido como o valor de um
qd = a - bp, sendo:
bem expresso em moeda. Segundo a economia, o preço dos
a: o ponto onde a reta corta o eixo das quantidades;
produtos resulta de um equilíbrio entre duas forças: a oferta
b: o coeficiente angular, ou a tangente trigonométrica
(que representa o esforço ou os custos de produção) e a
do ângulo formado pela reta e o eixo horizontal.
procura, ou demanda (que representa a utilidade).
A seguir estudaremos duas forças que determinam o
Consideremos a função qd '" 100 - 5 p, Ela representa a
valor e o preço dos bens: a procura e a oferta. Parte-se da hi-
curva de demanda à direita, que é uma linha reta e corta os
pótese de que o mercado é de concorrência perfeita. As con-
eixos nos pontos em que qd = 100 e p = 20.
dições que vigoram nesse tipo especial de mercado são:
 o bem é homogêneo, ou seja, as suas unidades são
iguais em tamanho e qualidade; preço
 não existem custos de transporte;
 há grande número de compradores e vendedores; 2
 as informações permitem que se conheçam os preços
do bem em todos os mercados;
0
 não existe intervenção do governo por meio de con-
troles de preços, de quantidades etc. D
o 10 quantidade!t
CI:
:
A Lei da Demanda e suas Curvas
0 E
Vamos supor que o preço seja igual a $ 2. A esse preço, o
A Demanda de um produto é definida como o conjunto a quantidade procurada é igual a 90 unidades. Se o preço
das diversas quantidades que os usuários estão dispostos a
z
aumenta para $ 3, a quantidade procurada diminui para 85
o
u
w
6
1
~
~
unidades. Concluímos, então, que para cada variação de s1 preço D
no preço, a quantidade varia de 5 unidades. Ou:

tiq ltip = -5 I +1 = -5,


que é o coeficiente angular constante da função.

Vamos agora calcular o coeficiente angular da reta,
conforme o gráfico anterior. A tangente trigonométrica é
igual ao seno, ou cateto oposto ao ângulo, sobre o cosseno, o
ou o cateto adjacente ao ângulo, com o sinal negativo, que
é igual a - 20 1100 = -1/5. Esse número é o inverso de 5,
que foi calculado anteriormente de acordo com a função. A teoria admite que pode haver
Qual a razão dessa diferença? É que no gráfico os preços e produtos cuja quanti-
as quantidades são colocadas em eixos trocados. dade procurada tem relação direta com o preço. É o caso
Se varia o preço do bem, varia a sua quantidade de- dos chamados bens de Giffen, cuja participação na renda
mandada, fato representado graficamente por um desloca- das classes mais pobres é suficientemente grande para que
mento de um ponto sobre a sua curva de procura. isso ocorra.
Ao preço igual a 15, a quantidade demandada é igual O que acontece com a curva de demanda se varia al-
a 25, e ao preço igual a 10, a quantidade demandada é gum fator que não o preço do próprio bem? Considere-se
igual a 50. um aumento da renda dos consumidores. Nesse caso,
a maior disposição de adquirir o bem faz com que a procura
aumente, aos mesmos preços anteriores. Assim, com base na
tabela anterior, suponhamos que, quando a renda aumenta,
20
ao preço da dúzia de ovos em R$ 0,80 a procura de ovos
15 I cresceria de 250 para 280 dúzias por semana. Em termos
gráficos, o efeito é representado por um deslocamento da
I
curva de demanda para a direita.
10
----4--- I
I
I Variação na Renda do Consumidor
I
O 25 50 100 Quando varia o preço do próprio bem, temos um deslo-
camento na mesma curva, do ponto A para o ponto B (diz-se
Pode a curva de demanda assumir outras formas? que ocorre uma variação na quantidade procurada). Quando
Certamente que sim. Vejamos algumas principais. varia outro fator, como a renda, tem-se um deslocamento
do ponto A para outra curva no ponto C (diz-se que ocorre
preço uma variação na procura).

o quantidade/t
o quantidade/;

Uma questão:
A reta horizontal significa que o preço é constante e que
a quantidade pode variar livremente. Isso ocorre numa situa- 1. (Técnico em Desenvolvimento Regional da Codevasfl
ção em que o consumidor tem tantas opções de compra entre 2008) Um aumento na renda ocasionou uma varia-
vendedores diferentes, que o preço do produto não muda. ção positiva na quantidade demandada de produtos
Exemplo: a procura de laranjas num bairro de uma cidade. alimentícios. Indique o que aconteceu com a curva de
demanda, e o efeito causado no preço de equilíbrio
preço D desse produto e a razão pela qual esse preço variou.
62 a) A curva de demanda se desloca para a esquerda,
o preço de equilíbrio sobe, dado o excesso de oferta.
b) A curva de demanda permanece inalterada, o preço
de equilíbrio diminui, dado o excesso de demanda.
c)A curva de demanda se desloca para a direita, o pre-
ço de equilíbrio sobe, dado o excesso de demanda.
d] Acurva de demanda permanece inalterada, o preço
o quantidade/r de equilíbrio diminui, dado o excesso de oferta.
d) A curva de demanda se desloca para a esquerda e o
A reta vertical significa que a quantidade é constante e
preço de equilíbrio permanece inalterado.
o preço pode variar livremente. A procura, portanto, é fixa,
fato que ocorre principalmente com produtos de primeira
Resposta: c
necessidade, como medicamentos, por exemplo.
Comentário Um aumento no preço do café diminui a quantidade
Um aumento na renda está associado a um deslocamen- procurada de café, que resulta em diminuição na procura
to da curva de demanda para a direita, pois ao mesmo preço de açúcar. A curva de procura de açúcar se desloca para a
as pessoas desejam consumir mais produtos alimentícios, esquerda.
que é um bem normal. Dada a oferta, o aumento na demanda
gera uma situação de escassez que é resolvida com aumento Mudança nas Preferências
do preço até atingir o novo ponto de equilíbrio.
Se muda a preferência ou o gosto pelo consumo de algo,
A seguir tem-se outros fatores que levam a desloca- os demais fatores permanecendo constantes, a curva de pro-
mentos da curva de demanda: cura se desloca para a direita (quando aumenta a preferência)
ou para a esquerda (quando diminui essa preferência).


Variação no Preço de um Bem Substituto

curva da procura por limão


Dois bens são considerados substitutos quando o consu-
mo de um pode substituir o consumo do outro. Nesse caso,
um aumento (diminuição) no preço de um deles resulta em
aumento (diminuição) na procura do outro. Como exemplo,
temos a carne de boi e a carne de frango.
Um aumento no preço da carne de boi provoca aumento
na procura de carne de frango. A curva de procura de carne
de frango se desloca para a direita.

Curva da procura de carne de frango


quantidade/t
preço

o

no preço de um deles resulta numa C
diminuição (aumento) na procura do o
outro. Como exemplo, temos o café n
e o açúcar. si
d
Curva da procura e
de açucar
r
preço
o quantidade/t a
n
d
o
Uma questão:
-s
e
1. (Técnico em Desenvolvimento Regional da Code-
q
vasf/2008) O pão torna-se mais barato e seu consumo
u
aumenta. Paralelamente, o consumidor diminui sua
e
demanda de bolo. Pão e bolo são bens:
a
a) independentes.
u
b) complementares.
m
c) inferiores.
e
d) substitutos.
nt
e) de Giffen.
a
o
g
o
st
o
p
el
o
c
o
Resposta: d n
s
Variação no Preço de um Bem Complementar u
m
Dois bens são considerados complementares quando o
o consumo de um vem normalmente acompanhado do d
consumo do outro. Nesse caso, um aumento (diminuição) e
limão, em virtude de descoberta de novas propriedades
medicinais, a sua curva de procura se desloca para a direita.

o Excedente do Consumidor
Observamos, na
curva de procura ao
lado, que oconsumidor
adquirirá ql unidades 1'1
do bem se o preço for
Pl' Se o preço diminuir P2
para P2' a quantidade
procurada aumentará
para q2' Isso significa
que o consumidor terá O q, q2
um ganho em relação à quantidade anterior, ql' pois a
mesma também passará a ser adquirida ao preço menor P2'
O seu ganho será Pl - P2' Se considerarmos agora que toda
a faixa constituída pelas quantidades anteriores a q2 seriam
consumidas a preços maiores do que P2' o consumidor tem
um ganho total que pode ser representado pela área abaixo
da curva de demanda e acima da linha de preço. Esse ganho
é chamado de excedente do consumidor.

A Lei da Oferta e suas Curvas


A Oferta de um produto é definida como o conjunto das
diversas quantidades que os produtores estão dispostos a
produzir e oferecer, por unidade de tempo, de acordo com
os fatores que a influenciam. Esses fatores são:
 o preço do produto;
 os preços de outros produtos, substitutos na produção;
 os custos de produção;
 a tecnologia;
 casos fortuitos etc.

Considerando constantes os demais fatores, pode-se


dizer que a quantidade ofertada de um bem varia no mes- <I';

mo sentido de seu preço, isto é, a quantidade ofertada é s


O
tanto maior quanto maior o seu preço, e vice-versa. Essa é z
O
a lei da oferta. u
w

63
~
~
Oferta de ovos numa Mercearia A reta horizontal significa que as quantidades são ofer-
tadas a custos constantes, não exigindo aumento no preço
Preço da dúzia de ovos (R$) N!! de dúzias por semana do produto.
0,80 7S
0,90 95
1,00 120
1,10 150
1,20 180
1,30 210
~o

o qutl.fuidadelt

A reta decrescente significa que a quantidade é ofertada


a custos decrescentes, fenômeno que ocorrequando a firma
obtém economias de escala na produção.
Podemos também representar algebricamente uma
preço
curva de oferta. Temos que qo = f(p), isto é, a quantidade
ofertada é função do preço, mantidos constantes os demais
fatores (condição ceteris paribus).

Consideremos a pr~ç.
função q = -50 + 10 p. o o
Ela repre~enta a curva
de oferta à direita, que
é uma linha reta e cor-
ta os eixos nos pontos
o quantidade/r

em que qo = -50 e p = 5.
A reta vertical indica que a produção é dada independen-
20
te do preço. Exemplo: produtos hortifrutigranjeiros e peixes,
que são perecíveis. Nesse caso, o preço será determinado
Se varia o preço do bem, varia a sua quantidade oferta-
pela demanda.
da, fato representado graficamente por um deslocamento
de um ponto sobre a sua curva de oferta.

preço
Observe-se que a quantidade ofertada torna-se positiva
somente quando o preço é maior do que 5.

preço •. o
15 r----------- I

I
7 ---

-50
/ o 20 100 qualltiJaddt
o quantidade/r

O que a curva de oferta está indicando acima é que a


preços baixos a oferta aumenta e a preços mais altos a oferta
Se o preço for igual a 7, a quantidade ofertada será 20, e se tende a se retrair. Isso pode ocorrer, como melhor exemplo,
o preço for igual a 15, a quantidade ofertada será igual a 100. no mercado de trabalho. Quando o preço do trabalho,
Por que a curva de oferta é normalmente ascendente? que é o salário, é baixo, os trabalhadores podem desejar
Quando estudarmos a teoria da produção ficará clara a respos- oferecer maior quantidade de trabalho para compensá-Ia.
ta, que por ora pode ser respondida pelo fato de que cada uni- Ao contrário, quando o salário atinge certo nível considerado
dade adicional ofertada gera um custo unitário de produção mais alto, os trabalhadores podem dar mais valor ao lazer e
maior, exigindo em contrapartida um preço cada vez maior. desejar trabalhar menos.
Pode a curva de oferta assumir outras formas? Certa-
mente que sim. Vejamos algumas principais. Uma questão:

Julgue o item.

"~i
1. (Analista Judiciário do Superior Tribunal Militar!2011)
Em uma indústria competitiva caracterizada por cus-
tos decrescentes, aumentos da quantidade ofertada
« coexistem com reduções no preço do produto desse
~ setor, gerando uma curva de oferta de longo prazo
O
negativamente inclinada.
z
O
I.J
w
quantidade/i Resposta: C
O

64
o que acontece com a curva de oferta de ovos se v.aria Caso Fortuito
algum fator que não o preço do próprio bem? Considere-se
que um produtor de ovos e de milho está vendendo ovos a preço
R$l,10 a dúzia e que haja uma diminuição no preço do milho.
Nesse caso, se o produtor de ovos considerar isso suficiente
para fazê-lo trocar a produção de milho para mais ovos, isto
é, se os produtos forem substitutos na produção, aumentará
a produção de ovos, pois recursos, então alocados em milho
(como terra, mão de obra e equipamentos), passarão a ser uti-
lizados na produção de ovos. Assim, ao preço da dúzia de ovos
0
1
em R$1,10, a oferta de ovos poderá passar de 150 para 180
dúzias por semana. Em termos gráficos, o efeito é representado
o quantidade/t
por um deslocamento da curva de oferta para a direita.

preço Uma questão:


O
2
1. (Economista da Prefeitura de Rio Branco - AC/2007)
Julgue a afirmativa. A recente crise de energia na Argen-
tina, por aumentar o preço de insumos básicos para a
indústria, gera um deslocamento ao longo da curva de
oferta do setor manufatureiro, elevando, assim, o preço
da produção industrial naquele país.

o quantidade/r Resposta: E

Quando varia o preço do próprio bem, temos um deslo- A ocorrência de algo inesperado ou eventual, como uma
camento na própria curva, do ponto A para o ponto B (diz-se seca na produção agrícola ou de uma greve na indústria, re-
que houve uma variação na quantidade ofertada). sultam em deslocamento da curva de oferta para a esquerda.
Quando varia outro fator, como o preço de outro produto
substituto na produção (no caso, uma queda), tem-se um o Excedente do Produtor
deslocamento da curva, do ponto A ao ponto C (diz-se que
houve uma variação na oferta). Observamos, na curva de oferta a seguir, que o produtor
A seguir tem-se outros fatores que levam a deslocamen- ofertará ql unidades do bem se o preço for Pl. Se o preço
tos da curva de oferta. aumentar para P2' a quantidade ofertada aumentará para
Aumento nos Custos de Produção q2. Isso significa que o produtor terá um ganho em relação
à quantidade anterior, ql' pois a mesma também passará
a ser ofertada ao preço maior P2· O seu ganho será P2 - Pl·
Um aumento de preço
Se considerarmos agora que toda a faixa constituída pelas
custos significa que a
quantidades anteriores a q2 seriam ofertadas a preços me-
mesma quantidade pro-
nores do que P2' o produtor tem um ganho total que pode
duzida será oferecida
ser representado pela área abaixo da linha de preço e acima
a um preço maior, ou
da curva de oferta. Esse ganho é chamado de excedente
que ao mesmo preço
do produtor.
a quantidade oferecida
será menor (desloca-se
quantidade/t preço
a curva de oferta para a
o
esquerda).

Inovação Tecnológica p,

preço p,

/-y
01 0,
o q
,

o Preço de Equilíbrio do Mercado


quantidade/i

o quantidadc/t Consideremos novamente as duas tabelas de procura e


<C

Uma inovação tecnológica é economicamente signifi-


de oferta de ovos. A cada preço da dúzia de ovos as quanti-
dades procurada e ofertada são diferentes, com exceção do
s
cativa quando o mesmo nível de produção resulta em um preço de R$ 1,10 a dúzia. A qualquer preço acima desse nível O
a quantidade oferta da é maior, e a qualquer preço abaixo a Z
custo menor, ou maior produção é realizada ao mesmo custo O
(desloca-se a curva de oferta para a direita). quantidade demandada é maior. u
w

6
5

~
~
Preço da Quantidade Quantidade Diferenças
dúzia de ofertada por demandada (dúzias)
ovos (R$) semana por semana
0,80 75 250 -175
0,90 95 210 -115
1,00 120 180 -60
1,10 150 150 -
o ••
1,20 180 110 70 quautidJdJ;!t
1,30 210 80 130
Um aumento na renda do consumidor desloca a curva
de demanda para a direita (o preço e a quantidade de equi-
líbrio aumentam).

50 100 150 200 250


o preço de equilíbrio é aquele que iguala as quantidades
procuradas e ofertadas. Quando, a um determinado preço, ,!uanÜdadeít
a quantidade procurada é maior do que a ofertada, diz-se
que há escassez e quando a quantidade ofertada é maior do Um aumento no custo de produção desloca a curva de
que a procurada, diz-se que ocorre um excedente de pro- oferta para a esquerda (o preço aumenta e a quantidade
dução. diminui).
Num mercado de concorrência perfeita e com preços
preço o
flexíveis o excedente de produção de um bem faz com que
a concorrência entre os produtores deprima os preços até
que este atinja o equilíbrio, pois à medida que o preço vai
caindo as quantidades ofertadas diminuem e as quantidades
demandadas aumentam.
Do mesmo modo, a escassez na produção de um bem
provoca concorrência entre os consumidores, permitindo
um aumento no preço de tal modo que este atinja o equi-
líbrio, pois à medida que o preço vai aumentando as quan- o quantidade/r
tidades oferta das aumentam e as quantidades procuradas
diminuem.
Uma diminuição no preço de um bem substituto desloca
Vamos, agora, calcular algebricamente o preço de
a curva de demanda para a esquerda (o preço e a quantidade
equilíbrio de um produto. Dadas as funções procura
diminuem).
qd = a - bp e qo = c + dp, o preço de equilíbrio é obtido a
partir da igualdade qd = qo. preço

qd = qo
a - bp = c + dp
Donde p = (a - c) / (b + d).
Enquanto isso, pode-se calcular que a quantidade de
equilíbrio é:
q = ( ad + bc ) / (b + d). D

Consideremos as duas funções já dadas,


qd = 100 - 5 P e qo = -50 + 10 p. o quantidade/;
Em equilíbrio, tem-se que qd = qo
Então, 100 - 5p = -50 + lOp. Uma inovação tecnológica desloca a curva de oferta
=
Donde p 10 e q 50. = para a direita (o preço diminui e a quantidade de equilíbrio
Ou seja, o preço de equilíbrio é igual a 10 e a quantidade aumenta).
« de equilíbrio é igual a 50.
Mudança no Preço de Equilíbrio de um Bem Exercícios
~ Agora vamos observar o que ocorre no mercado (com o Dadas as funções qd = 100 - 5p e qo = 20 + 3p, e dado
O
z preço e a quantidade de equilíbrio) quando varia algum fator um aumento no custo de produção igual a $ 1 por unidade
O
que influencia a oferta e a procura. produzida, calcule o novo preço de equilíbrio.
U
w

6
6
o preço inicial de equilíbrio é: A função demanda de um mercado é, assim, a soma das
100 - 5p = 20 + 3p ; 8p = 80; P = 10 funções demanda de todos os seus indivíduos.
Com °
aumento de custos, a curva de oferta desloca-se Exercício: calcular a função demanda de um mercado
constituído de 3 indivíduos, cujas funções são:
para cima e assume nova função, que é
=
qo 20+ 3 (p-1), ou qo = 17 + 3p. qA = 100-4p; qs = 70-2p; e qc= 30-3p
qA +8+C= 100 - 4p + 70 - 2p + 30 - 3p = 200 - 9p
o novo preço de equilíbrio fica:
100 - 5p = 17 + 3p ; 8p = 83 ; P = 10,3 Subsídios
A Demanda do Mercado
o subsídio é definido como uma transferência de re-
Consideremos que, para cada nível de preço (p) de um cursos do setor público ao setor privado com o objetivo de
determinado bem, tenhamos quantidades procuradas (q, e diminuir o custo de certos produtos tendo em vista a dimi-
q,) por dois indivíduos, Antônio (A) e Beto (B), conforme a nuição de seu preço. É considerado um imposto indireto
tabela abaixo: negativo, e seu efeito é o deslocamento da curva de oferta
para a direita:
p q q"- q clL
12 10 5 15
8 30 10 40
4 50 15 65
O 70 20 90

Para se calcular a função matemática representativa da


demanda de cada indivíduo, partimos da expressão:

q - q, = q2 - q! . (p - p.),
P2 -
P1

sendo (PI' ql) e (P2' q2) dois pontos de preço e quantidade de


cada indivíduo. Para Antônio escolhe-se os pontos (12, 10) o subsídio desloca a curva de oferta para a direita.
e (4, 50) e para Beto escolhe-se os pontos (8, 10) e (O, 20).
Os efeitos do subsídio são queda no preço, de Pl a P2,
Cálculo da função demanda de Antônio: e aumento da quantidade de equilíbrio, de q! a q2' A avaliação
50 -10 dessa medida governamental é dada pelas variações nos
q - 10 = 4 _ 12 . (p - 12) excedentes. Do lado do consumidor, o excedente apresenta
variação positiva devida à queda no preço e ao aumento
donde qA = 70 - 5p na quantidade consumida, que é representada pelas áreas
do gráfico A + B + C. Do lado do produtor ocorre também
Cálculo da função demanda de Beto: variação positiva, pois o subsídio supera a queda no preço
e a quantidade produzida é maior (variação representada
20 -10 por D + E + F). O montante do subsídio é igual à área A + B +
'1-10"" ... ··(p-8) C + D + E + F + G, que é maior do que a soma das variações
()-s
positivas dos excedentes do consumidor e do produtor, de
donde qB = (-5/4). p+ 20 que resulta uma perda social, ou um "peso morto" igual a G.

Calculemos, agora, a função representativa da demanda Tarifas


conjunta de Antônio e Beto (qA +S):

Escolhemos os pontos (8, 40) e (4, 65) O comércio internacional permite que o consumidor
tenha a opção de adquirir produtos de melhor qualidade
-40 - (65 - 40) (_ 8) e de menor preço fabricados em outros países. Vejamos o
q - (4 - 8) . (p - 8) . P gráfico abaixo.
i o

donde qA+8 = (- 25/4) . p+ 90

Observe-se que qA+ S = qA +


m,"C;:
~~:O::~;~~q~~:=~ :
I~~
qs

qA+S = 70 - 5p + (-5/4) . + 20 = (-25/4). P + 90

Consideramos o preço de mercado igual a 4:


e aumenta o seu excedente. ! i o
Cálculo de qA: 70 - 5p =70 - 5.4 = 50 <C
'" q,
~
Cálculo de qB: ( -5/4) . p + 20 = (-5/4) .4+ 20 =15 Se o preço internacional de um produto, Pl' for menor O
z
do que o interno, Po' e as importações forem livres, a quan- O
Donde qA + qB = 50+15=65 u
tidade procurada aumenta para q" a produção interna é ql
w
Agora, pela função: e as importações equivalem à diferença q2 - q!. O excedente
do consumidor aumenta pela área A + B e o excedente do
qA+B = (-25/4). p+90 = (- 25/4).4+90 = 65
produtor cai pela área A. Isso significa que, no global, há um
ganho social igual a B.
67

~
~
Se o governo fixar uma tarifa sobre as importações, da e a linha do preço de equilíbrio. O excedente do produtor
significa que o seu preço vai aumentar, o que beneficiará a é a área triangular entre a curva de oferta e a linha do preço
produção interna. Certamente irá diminuir o excedente do de equilíbrio. Agora calculemos os novos preços e quanti-
consumidor e aumentar o do produtor. dades com a introdução do imposto igual a $3. Devemos
modificar a equação da oferta. Ela fica: (1.000/3) (p - 3).
Tracemos no gráfico a nova curva de oferta. Igualemos as
Com a tarifa, diminuem as impor-
duas equações e calculemos os novos preços e quantidades.
tações. O preço se eleva. A produção Os novos preços e quantidades são p = 1315 e q = 3.500.
interna cresce. Os excedentes do consumidor e do produtor se modificarão
e ficarão menores.
Calculemos os excedentes do consumidor e do produtor.
Com o aumento no preço, de Pj a P21 e diminuição na Para isso devemos calcular os preços 24 e 9. O preço 24
quantidade demandada, o excedente do consumidor cai é equivalente à quantidade demandada igual a zero, e o
pela área A+B+C+D. Com o aumento na produção interna o preço 10,5 é o preço líquido recebido pelo produtor após o
excedente do produtor aumenta pela área A. O governo tem imposto (13,5 - 3).
uma receita pela tarifa igual a C. Há uma perda global para =
Excedente do consumidor antes do imposto 4.000 .
a sociedade igual a B+D. (24-12) / 2 = 24.000. Depois do imposto = 3.500. (24-13,5)
O mesmo efeito pode ser conseguido através da fixação, /2= 18.375. Perda de excedente do consumidor = 24.000-
pelo governo, de uma quota de importação, isto é, um limite 18.375 = 5.625. Excedente do produtor antes do imposto =
físico para as compras no exterior. Nesse caso, em relação às 4.000. 12 ) / 2 = 24.000. Depois do imposto = 3.500 . 10/5/2
importações livres, o preço maior e a quantidade consumida = 18.375. Perda de excedente do produtor = 24.000 -18.375
menor diminui o excedente do consumidor e eleva o exce- = 5.625. Observe-se que a perda do consumidor é igual à
dente do produtor. A diferença em relação à tarifa é que o perda do produtor.
governo não mais arrecada o imposto (área C), que reverte O excedente do governo é igual à área que representa
para os produtores estrangeiros. a arrecadação do imposto. O imposto é a distância entre as
Observa-se, em todos esses exemplos, que a intervenção duas curvas de oferta, que deve ser multiplicada pela nova
do governo no mercado, seja por meio de impostos, subsí- quantidade de equilíbrio. Geometricamente é um retângulo.
dios, fixação de tarifas ou quotas invariavelmente interfere Cálculo do excedente: 3 . 3.500 = 10.500.
na distribuição de renda da sociedade, como é visto pelas O peso morto é igual à área que a sociedade como um
variações nos excedentes do consumidor e do produtor. Além todo perde, isto é, o ganho do governo (o retângulo), me-
disso, ocorre normalmente perda de eficiência da economia, nos as perdas de excedentes do consumidor e do produtor.
em razão de que, além da redistribuição de resultados, ocor- Numericamente, tem-se que o peso morto é igual a 10.500-
rem perdas globais líquidas desses excedentes. 5.625 - 5.625 = 750.
O peso morto também pode ser obtido pela soma dos
Uma questão: triângulos A e B, que é igual a 500 . 3/2 = 750.

1. (Analista de Finanças e Controle da STN/2000) As curvas


de oferta e de demanda de um bem que é vendido em
A TEORIA DO CONSUMIDOR: UTILIDADE
um mercado concorrencial são dadas por, respectiva- TOTAL E MARGINAL; CURVAS DE
mente, qs = (1.000/3) P e qd = 8.000 - (1.000 / 3 ) PI INDIFERENÇA; TAXA MARGINAL
sendo p o preço da mercadoria vendida nesse mercado, DE SUBSTITUiÇÃO NO CONSUMO;
medido em reais por unidade, q, a quantidade ofertada
da mesma e qd a sua quantidade demandada. Caso
EQUILfBRIO DO CONSUMIDOR; CURVA DE
seja introduzido um imposto sobre a venda dessa mer- ENGEL; EFEITOS PREÇO, SUBSTITUiÇÃO
cadoria no valor de $3 por unidade vendida, pode-se E RENDA; VARIAÇÃO COMPENSATÓRIA E
afirmar que: VARIAÇÃO EQUIVALENTE
a) o peso morto do imposto será igual a $750.
b) a quantidade de equilíbrio desse mercado antes da Utilidade é a qualidade que torna um bem necessá-
introdução do imposto é igual a 5.000 unidades. rio ou desejado, como também a satisfação obtida ao se
c) após a introdução do imposto, o preço ao consumi- consumir determinado produto. É um conceito subjetivo,
dor deverá subir de $12 para $14. pois cabe ao consumidor aquilatar essa utilidade ao satis-
d) a redução no excedente do consumidor em decor- fazer suas necessidades e desejos. Por exemplo, o feijão
rência da introdução do imposto será igual a $9. satisfaz necessidades básicas das pessoas, mas há algumas
e) o imposto irá implicar uma redução no lucro dos que não o toleram. Enquanto isso, muita gente não pode
produtores superior à redução causada sobre o passar sem uma coca-cola, apesar de ser um bem bastante
excedente do consumidor. supérfluo.
Dois conceitos muito importantes de utilidade são:
Gabarito: a Utilidade Total e Utilidade Marginal. A Utilidade Total é a
satisfação obtida pelo consumo de um bem em sua totali-
Comentário dade. Por exemplo, a satisfação com um prato de macarrão
Inicialmente calculamos o preço e a quantidade iniciais ou com um refrigerante. Certamente que à medida que um
de equilíbrio, antes do imposto. Igualamos as equações da indivíduo vai saboreando um prato, garfada após garfada,
oferta e da demanda: q, = qd' Achamos p = 12 e q = 4.000. De- ou um refrigerante, gole após gole, a utilidade total vai
vemos colocar as duas funções em um gráfico. O excedente aumentando, até alcançar certo nível ao final do ato de
do consumidor é a área triangular entre a curva de deman- consumo.

-y--
68
A Utilidade Total (UT) pode ser representada pela curva Para mostrar a diferença entre utilidade total e utilidade
do gráfico abaixo, que mostra uma relação direta com a marginal com mais clareza, vejamos o seguinte quadro, que
quantidade (q) consumida. À medida que a quantidade con- mostra o consumo de cerveja por parte de um indivíduo.
sumida aumenta, a utilidade total também aumenta. Mas Este ganha satisfação com o consumo de cerveja, obtido
esse aumento é cada vez menor, e a Utilidade Total alcança pela quantidade de copos.
um máximo, podendo até cair, se a quantidade consumida
continuar a crescer. Número de copos Utilidade Utilidade
de cerveja total marginal
D
I 1 10 10
2 17 7
3 21 4

4 23 2

A tabela mostra que o consumo de copos de cerveja, em


seu todo, vai aumentando a satisfação ou utilidade total do
indivíduo (chega a 23 unidades de utilidade), enquanto que
q cada copo vai acrescentando satisfação (utilidade marginal),
que é cada vez menor.
Enquanto isso, a Utilidade Marginal (Umg) é definida Vamos agora introduzir o preço do chope (R$ 1,00)
como a variação da Utilidade Total, dada uma variação de e indagar quantos copos ele irá beber. Suponhamos que cada
uma unidade na quantidade (q) consumida de um bem. No real signifique 5 "úteis" para o consumidor. Comparando-se
caso do prato de macarrão e do refrigerante, a utilidade a satisfação de cada copo com a perda de satisfação com o
marginal seria o aumento de satisfação propiciada com cada pagamento dos reais, conclui-se que o consumidor consumirá
garfada ou cada gole adicionais. A teoria do consumidor 2 copos, pois até o 2º copo a sua utilidade marginal é superior
mostra que a utilidade marginal é decrescente, isto é, cada à utilidade do real gasto com ele, fato que não ocorre com o
unidade adicional consumida proporciona um aumento de 3º copo. Em que condição o indivíduo tomará o 3Q copo? Se
utilidade, que é, no entanto, cada vez menor. o preço do chope baixar, por exemplo, para R$ 0,75, a perda
A curva da utilidade marginal é decrescente e corres- de utilidade com o pagamento do 32 chope será de 0,75 x
pende, geometricamente, à inclinação da curva de utilidade 5 = 3,75, enquanto o ganho de utilidade com o chope será
total. Observe-se que a utilidade marginal pode chegar a de 4. Ele tomaria, portanto, esse copo a mais somente com
zero, ponto em que a utilidade total alcança um máximo. a redução do preço.
Uma propriedade da teoria cardinal reside na aditividade
Urng da utilidade, no sentido de que a utilidade total com o con-
sumo de uma cesta de bens equivale à soma das utilidades
obtidas com o consumo de cada um dos bens. Ou seja:

A utilidade total de pão com manteiga seria, por exemplo,


igual à soma da utilidade do pão, mais a utilidade da mantei-
ga. Essa hipótese hoje não é mais considerada realista. No
caso acima, pode-se dizer que a utilidade do pão depende
Em termos matemáticos, temos que a utilidade marginal
da utilidade da manteiga e que cada bem, se consumido sem
é igual à expressão:
o outro, poderia não ter nenhuma utilidade.
Umg= ,;\.UT I,;\.q Como o consumidor determina a quantidade consumida
de dois bens? Suponha-se a tabela abaixo, que mostra as
utilidades marginais obtidas com o consumo de várias uni-
A teoria da Utilidade tem dentro de si duas teorias: a car-
dades de dois bens, X e Y.
dinal e a ordinal. A teoria cardinal refere-se à possibilidade
de a utilidade poder ser medida, isto é, poder-se atribuir
valores absolutos a determinada satisfação. Por exemplo, Unidades de X e Y UmgX UmgY
o consumo de uma maçã daria 5 unidades de Utilidade 1ª 40 30
(ou "úteis") a um indivíduo, ou um filme proporcionaria 28
"úteis" a um espectador. Se uma pessoa pudesse atribuir 10 2ª 36 29
"úteis" a um bem X e 5 "úteis" a um bem Y, então poder-se-ia 3ª 32 28
concluir que para esse consumidor o bem X vale duas vezes
4ª 28 27
mais do que o bem Y, e o indivíduo sempre preferiria consu-
mir bens cuía utilidade fosse maior. Enquanto isso, a teoria Sª 24 26 s
ordinal dispensa a medição numérica da utilidade, satisfa- 6ª 20 25 ~
O
zendo-se com a relação ordenada das preferências, isto é, z
7ª 12 24 O
basta saber-se a ordem em que um consumidor lista suas u
preferências. 8ª 4 20 w

6
9
~
~
Se o consumidor puder escolher um total de 12 uni- a) UmgX = ôUT / ôX = 200 - lOx
dades, de X ou de Y, quantas unidades escolheria de cada
bem? Ele deve escolher as unidades que lhe proporcio- b) quando UT é máxima, Umg é igual a zero.
nam maior utilidade marginal. A primeira seria X, pois
40 > 30; a segunda também seria X, pois 36 > 30; a quarta LiUT / Liq = O; 200 - lOx = O; x = 20.
unidade seria V, pois 30 > 28. E assim por diante. A solução
final é: 5 unidades de X e 7 unidades der; c) UT = 200x - 5x2 = 200.20 - 5.202 = 2.000
Suponha-se agora que um indivíduo tenha uma renda de
$15 e que os preços dos bens X e V sejam, respectivamente,
de $ 2 e de $ 1 por unidade. Quantas unidades de X e de V
ele escolheria conforme a tabela abaixo?

Unidades de X e Y UmgX UmgY


1ª 50 30
2ª 44 28 1 2 3 x
0 0 0
3ª 38 26
umgt
4ª 32 24
···········
5ª 26 22
6ª 20 20 .•..••..••...........•....
7ª 12 16 L- ________ ~ ___ ••
1
8ª 4 10 X
20

o raciocínio é que o indivíduo vai escolher cada unidade Funções Utilidade Inversa e Indireta
cuja utilidade marginal, por unidade monetária, seja maior. A função Utilidade relaciona as diversas quantidades
Assim, a primeira unidade escolhida será o bem Y, que adicio- consumidas de um bem com a respectiva utilidade. Essa
na 30 unidades de utilidade pelo real gasto nele, enquanto função é direta, pois a utilidade é função do consumo. Mas
que o bem X, embora adicione 50 unidades de utilidade, podemos também indagar arespeito de qual é o nível de
s
exige um gasto de 2, o que significa apenas 25 "úteis" por utilidade associado a determinada quantidade consumida
real gasto. Assim, a solução final seria 4 unidades de X e 7 de um bem. Nesse caso, o consumo seria função do nível
unidades deY. de utilidade e a função considerada inversa.
Por esse raciocínio pode-se dizer que o consumidor vai Pode-se também dizer que o consumidor, dado certo
adquirindo unidades de um bem enquanto a relação entre nível de renda e os preços dos bens, alcança certo nível de
a utilidade marginal da unidade desse bem, dividida pelo utilidade. A relação entre esses níveis de renda e preços e
seu preço, for maior do que a relação entre a utilidade a respectiva utilidade é denominada função de utilidade
marginal da unidade de um outro bem, dividida pelo seu indireta.
preço. Como a utilidade marginal decresce com o consumo,
chega um ponto em que as duas relações se igualam, e o Preferências do Consumidor
consumidor encontra o equilíbrio no consumo dos dois
bens: Para entender como se dão as preferências do consumi-
dor em um determinado mercado, iniciemos por pensar em
(Umg Xl / Px = (Umg V) / py comparações entre cestas de mercado. Cesta de mercado
é um conjunto de uma ou mais mercadorias, como feijão e
gasolina, ou como batata, óleo e biscoitos. Se o consumidor
Por meio dessa igualdade pode-se chegar à lei da pro-
deparar-se com duas cestas quaisquer, A e B, cada uma com
cura. Considere-se um aumento no preço de X. Nesse caso,
uma certa quantidade de determinado produto, ocorrerão
o aumento de Px faz com que a fração (Umg X) / Px diminua,
três h i póteses:
e torne-se menor do que a fração (Umg V) / Py' o que provoca
1") o consumidor pode decidir se prefere a cesta A à
um redirecionamento do consumidor em busca de novo
cesta B, a cesta B à A, ou se é indiferente entre as cestas A
equilíbrio, adquirindo mais de Y, e menos de X, resultando
e B, ou seja, as preferências são completas.
em aumento de UmgX e diminuição de UmgV, até atingir
2") as preferências serão transitivas, no sentido de que
a igualdade. Como o aumento do preço de X resultou em
se ele preferir a cesta A à cesta B, e se ao mesmo tempo
diminuição em sua quantidade procurada, confirma-se a
preferir a cesta B à cesta C, deve preferir a cesta A à cesta C.
lei da procura.
3ª) o consumidor sempre preferirá maior quantidade
do que menor quantidade, ou seja, ele vai preferir a cesta
Exercício;
A, com 3 kg de carne e 2 kg de batata, em relação a cesta B,
cs: que contém 2,5 kg de carne e 1 kg de batata.
Dada a função utilidade total UT = 200x - 5x2, sendo x a
~ As hipóteses acima constituem a chamada racionalidade
quantidade de um bem X, pede-se: a) a função da utilidade
O do consumidor, que dá base para a construção da teoria do
z marginal; b) a quantidade consumida de X quando a utilidade
O consumidor.
u total for máxima; c) a utilidade total máxima; d) os gráficos
A tabela seguinte apresenta 10 cestas alternativas de
w das duas funções.
mercadorias, no caso carne e batatas, em kg:

70

~
~
Cestas alternativas de mercadorias A relação de indiferença é:
- reflexiva: A A. =
Cesta Carne (kg) Batata (kg)
- simétrica: se A = B, B = A.
A 1 4 - transitiva: se A = B e B = C, então A = C.
B 1 6
C 2 3 A relação de preferência é:
D 2 4 - antissimétrica: se A > B, B não é preferível a A; e se B
E 3 2 > A, A não é preferível a B.
F 3 3 - transitiva: se A > B e B > C, então A > C.
G 4 1
-t
Características das curvas de indiferença
H 4
L- Elas são negativamente inclinadas, pois o aumento na
I 5 O quantidade de uma mercadoria deve ser compensada
J 5 1 por diminuição na quantidade de outra, já que para
cada curva o consumidor permanece no mesmo nível
Pelos números acima, pode-se concluir que o consumidor de satisfação;
deve preferir a cesta B à cesta A, a cesta D à cesta C, a cesta J - As curvas de indiferença são densas, no sentido de
à cesta I, enquanto que deve ser indiferente entre as cestas que elas preenchem todo o espaço entre os eixos
A e C, e entre as cestas D e E. Se as quantidades de cada horizontal e vertical, e entre duas curvas há sempre
cesta forem locadas em um gráfico, poderemos construir as uma infinidade delas;
chamadas "curvas de indiferença", que representam todas - Duas curvas não podem se interceptar.
as combinações de cestas que propiciam o mesmo nível de
satisfação a um determinado consumidor, o qual é indife- De acordo com a curva I, as cestas A e C são equivalentes;
rente em relação às cestas ali representadas. segundo a curva 11, as cestas A e B são equivalentes; então,
O gráfico a seguir mostra duas curvas de indiferença, I pela propriedade transitiva, se A = C e se A = B, resultaria
e 11, que representam diversas cestas de mercadorias X e Y. que B = C, o que não é verdade, já que B e C estão em curvas
As quantidades de X e Y são medidas nos eixos horizontal diferentes. Essa conclusão ilógica foi decorrente de as curvas
e vertical, respectivamente. O consumidor possui muitas se cruzarem.
dessas curvas, cada uma indicando um nível de satisfação.
O consumidor deve preferir situar-se na curva 11, em vez da
curva I, pois em 11 ele consome maiores quantidades de X
e de Y do que em I. A série de curvas de indiferença de um
consumidor é chamada de mapa de indiferença.
y

II
y
x
x
- As curvas de indiferença são convexas em relação à
Observemos as cestas de bens A, B e C, acima. O con-
origem.
sumidor é indiferente entre as cestas A e B, pois elas estão
localizadas sobre a mesma curva de indiferença (I). Enquanto
A convexidade é necessária para mostrar que, à medida
isso, o consumidor deve preferir a cesta C à cesta A e à cesta
que o consumidor tem menos de um bem, mais ele o valoriza,
B, pois ela está sobre a curva 11, localizada à direita da curva
e vice-versa. No gráfico, ao passar de 1 para 2 unidades de X,
de indiferença I.
o consumidor dispensa 3 unidades de Y; ao passar de 2 para
3 unidades de X, a quantidade dispensada de Y é menor, de
Em cada ponto de uma mesma curva, tem-se: somente 1 unidade.

y
5
U é a utilidade total usufruída pelo consumidor; x" x2' ,
r

,
... , xn são as várias quantidades dos bens que pertencem à ,
r

cesta, e C é uma constante. , «


Vimos, então, que o consumidor estabelece uma or- ,
,
s
denação de suas preferências, o que significa que para , o
z
cada duas cestas, A e B, o consumidor deve indicar se 2 ----t-----
,
r
O
u
A> B (A é preferível a B), B > A (B é preferível a A), ou se A = , ,
..............•............
B (A e B são indiferentes ao consumidor). .,, ..,
,
r
"' ..................................


e
. w

, ,
! !
L-~'--~'--~--------~X 71
2 3

~
~
Outros exemplos de curvas de indiferença (não tão A taxa marginal de substituição
normais):
Bens substitutos perfeitos: o consumidor é indiferente Seja o ponto A da curva de indiferença, a seguir, onde o
entre os dois bens, trocando-o sempre na proporção 1/1 consumidor adquire as quantidades Xl do bem X e Y1 do bem
(exemplos: lápis vermelho e azul, guaranás Brahma e An- Y. Se o indivíduo consumir mais de X, em x2' por exemplo,
tarctica). consumirá menos de y, em Y2, para permanecer no mesmo
nível de satisfação anterior, no ponto B da mesma curva. A re-
lação entre o decréscimo de Y (a distância AC), e o aumento
<, "~.
de X (a distância BC) mostra quantas unidades de Y devem
ser sacrificadas pelo consumidor por unidade adicional que
-lL_~
ele consome de X. Ela corresponde geometricamente à incli-
+1 -, "<;
nação da reta TT', no mesmo gráfico. Quando a variação na
--.X quantidade de X torna-se cada vez menor, tendendo a zero,
a reta TI" tende a ser tangente à curva no ponto A e a relação
O consumidor é indiferente entre os dois bens, mas a entre as variações de Y e X, economicamente, é denominada
proporção entre suas quantidades é diferente de 1/1. Por de taxa marginal de substituição de V por X (TMS vx)'
exemplo, se um consumidor sempre preferir trocar 3 colheres
de açúcar mascavo {Xl por 1 colher de açúcar refinado (Y).

y T

s. ......... :A
:C
Yi
··············t·············

~--------~-----~ X
X
1
x, x
Bens complementares: sempre utilizados em conjunto,
como os sapatos direito e esquerdo, camisa e gravata, sapato
A taxa marginal de substituição é negativa, pois um
e meia, isto é, o aumento na quantidade de um deles não
acréscimo na quantidade de um dos bens corresponde a
pode acrescentar satisfação.
um decréscimo na quantidade do outro, mas é conveniente
tratá-Ia em valores absolutos, o que resulta na colocação do
y

L sinal negativo em sua apresentação:

'-------+x O tratamento da taxa em valores absolutos permite que


se afirme que ela seja decrescente à medida que o consu-
midor vai aumentando a quantidade consumida do bem X.
O consumidor tem preferência pelo bem X, sendo indi- Como o sacrifício em termos de Y é cada vez maior, para ter
ferente pela quantidade do bem V, quando, por exemplo, mais de X o consumidor dispõe-se cada vez menos a ceder de
um indivíduo toma um "sundae" e não se importa com a Y. Por exemplo, se um consumidor passa de um consumo de
quantidade de castanha. 10 unidades de X e 15 de Y para 11 unidades de X e 12 de Y,
y a taxa marginal de substituição é igual a -3/ +1, ou de 3 em
valores absolutos; a seguir, se o consumo de X passar a 12
unidades e o de Y a 10 unidades, a taxa marginal de substi-
tuição será agora de -2/ +1, ou de 2 em valores absolutos.
A queda da taxa marginal de substituição de Y por X é, assim,
compatível com a convexidade da curva.
Função Utilidade - é uma representação numérica da
utilidade. Dada uma cesta de consumo, associamos um
O consumidor aprecia o bem X, e não aprecia o bem Y, número à cesta.
de modo que quantidade crescente de um compensa quan-
Exemplo: U (X,Y) = x.y
tidade crescente do outro (arroz e jiló).

Como a curva de indiferença é o conjunto de to-


das as cestas tais que x.y = K (constante), tem-se que
x.y = K e Y = K / x.
A declividade da curva é igual a dy / dx = -K / x2 (a incli-
nação diminui, em valores absolutos, à medida que cresce x).
O gráfico a seguir mostra diversas curvas de indiferença
x para diversos valores de K.

72
~
~
Por exemplo, se eu tiver dois pneus que usam câmaras
de ar, a satisfação de ter 2 câmaras é a mesma de eu ter 3
câmaras e os mesmos dois pneus. Se eu tiver 10 pares de
sapatos a satisfação ou utilidade não aumentará se eu tiver
12 pés esquerdos. No caso, a função utilidade será:

min ( 10,12 ) = 10 pares


Se um indivíduo costuma colocar 2 colheres de açúcar
A declividade da curva de indiferença depende da pro-
(V) em uma xícara de café (X), o número de xícaras adoçadas
porção em que os bens são trocados. Se a proporção for,
será:
por exemplo, de 1/1, como um lápis vermelho corresponder
sempre a 1 lápis azul, tem-se a função utilidade:
min (x, li, y)
 y T
Y2 .•••• __ • __ ._j A Assim, se uma pessoa tiver em um bule 15 xícaras de café
e no açucareiro 40 colheres de açúcar, o número de xícaras
adoçadas será de:

min ( 15, ;1,.40 ) = min (15, 20 ) = 15


=
Seja a função Utilidade U (X,Y) c. Ao nos movermos de
x um ponto A da curva de indiferença para outro ponto B da
;c
mesma curva, haverá variação nas quantidades consumidas
y, ---- -------r--·------
dos bens X e V e, em consequência, variação nas utilidades
totais usufruídas pelo consumo de X e Y. A variação na uti-
x, lidade total de X será igual à utilidade marginal de X (que é
a variação na utilidade total decorrente da variação de uma
unidade na quantidade consumida de X), vezes a variação
U (X,V) == x + y; x + Y == K; total na quantidade de X, o mesmo sucedendo com o bem
V. Permanecendo na mesma curva de indiferença, a variação
Se o consumidor estiver disposto sempre a ceder 2 na utilidade total será nula. Assim, tem-se:
colheres de açúcar branco (X) por uma colher adicional de
açúcar mascava (V), tem-se a função utilidade: (~U / ~X) . ~X + (~U / M) .M= °
(~U / f. V) . f. V = - (f.U / f.X) . f.X
YI .
- M/ f.X:= (f.U / f.X) / (f.U / M)

~ Observe-se que a expressão à esquerda é a taxa margi-


nal de substituição entre X e Y, e que a expressão à direita
~ _____________ "_l.l ._ . _ _~~~2_ _ .. _ __ •• X é a relação entre as utilidades marginais de X e de Y. Então,
tem-se que

y== K-x; dy / dx==-1

(declividade constante e igual a -1)

U (X,V) == x + 2y ; x +2 y = K; Essa igualdade é verdadeira em qualquer ponto da curva


de indiferença.
Comparando-se os pontos A e B do gráfico a seguir, tem-se
que a taxa marginal de substituição de Y por X em A é maior
do que em B. Em A, a inclinação da curva é maior. Pode-se
também concluir-se isso pela análise das utilidades marginais.
Em A, a quantidade consumida de X é menor, o que resulta
em utilidade marginal maior, e a quantidade consumida de Y
é maior, o que resulta em utilidade marginal menor. Enquanto
isso, em B, a quantidade consumida de X é maior, o que resulta
em utilidade marginal menor, e a quantidade consumida de V
é menor, o que resulta em utilidade marginal maior.

 TMSYl(:= UmgX / UmgY

y == K/2 - 1/2Y; dy / dx = - 1/2 b : K


y = a
Dada a função Utilidade U (X,V) == ax + by == K, tem-se:
- x
x, x,
; y:= K/b - a/b x; dy / dx = - a / b.
No caso particular em que a = b, tem-se substitutos
perfeitos.

Bens complementares são aqueles que são consumidos


necessariamente juntos, como pneus e câmaras de ar e sa-
patos direito e esquerdo. Dada uma certa quantidade de um
deles, o aumento na quantidade do outro não aumentará a 'x
satisfação do consumidor.

<C
s
O
z
O
u
w

73

[

<>
~
d) p, / py '" - 1 / 2
Em A, tem-se: TMSYJ(:: UmgX I UmgY
Y
Em B, tem-se: TMSyx:: UmgX I UmgY

~ ~ /
e
)
Escolha do Consumidor
5
 00
1.000
Enquanto o consumidor tem o seu mapa de indiferen-
ça, com as preferências pelo consumo de dois produtos Variações na renda do consumidor
constantes de uma cesta de mercadorias, por outro lado Um aumento (ou diminuição) na renda do consumidor
possui restrições dadas pela sua renda ( R ) e pelos preços desloca a reta
dos produtos x, que designamos por P" e de Y, designando para a
por Py. O consumidor distribui a sua renda no consumo dos direita (ou à
dois bens, de modo que:

R ;:: p, . X + Py' Y

Suponhamos que o consumidor dispenda toda a sua


renda com o consumo dos dois bens:
R '" p" X + Py' V
esquerda).

750

50
0

400
800 1.000
1.50
0
y
Dada a renda inicial de $ 1.000, uma elevação da renda
R/py (no caso, para $ 1.500) desloca a reta para a direita e uma
diminuição da renda (no caso, para $ 800) desloca a reta para
a esquerda. Em consequência, as quantidades máximas de
X e de V que o consumidor pode adquirir também variam.
As novas retas são paralelas à reta inicial, já que a inclinação
é dada pela relação de preços e estes, por hipótese, não
variaram.

RJpx X As equações das novas retas, ficam:


Renda de $ 1.500: V:: 750 - Yz X

A reta de restrição orçamentária do consumidor passa Renda de $ 800; V = 400 - X X


pelos pontos R / Py' no eixo vertical, e por R / P,' no eixo
horizontal. A inclinação da reta é igual a relação de preços Variações nos preços dos bens
Px I Py com o sinal negativo. Uma variação no preço de um dos bens muda a inclinação
A linha de restrição orçamentária une as séries de da reta de restrição orçamentária, mantida a renda e o preço
combinações de quantidades dos bens X e Y que podem ser do outro bem constantes.
adquiridos pelo consumidor. Se a renda for toda dispendida
no bem X, a quantidade consumida será igual a R / P . Se a
renda for toda dispendida no bem V, a quantidade consumida
será igual a R / Py'

Exemplo numérico: dada uma renda de $ 1.000, Px:: $ 1


e Py :: $ 2, calcular:
a) a equação da reta da renda;
b) a quantidade máxima de X que pode ser consumida;
c) a quantidade máxima de V que pode ser consumida;
d) a inclinação da reta; e) o gráfico da reta. 1.000 2.000

Dada a mesma renda anterior igual a $1.000 e os preços


«
sO b) R / Px :: 1.000/1 :: 1.000
P, :: $ 1 e Py :: $ 2, se o preço do bem X cair para $ 0,50 a
nova equação da reta será V:: 500 -1 /4 X. A reta da renda
z vai se deslocar para a direita, e o consumidor poderá ampliar
O c) R / Py:: 1.000/2 :: 500
u a quantidade máxima consumida de X para 1.000 / 0,50 ::
w
2.000 unidades.

74

Exercício: Resolução:
Nesse caso, as utilidades marginais são calculadas através
Um consumidor possui uma renda mensal de $4.000, das derivadas da função utilidade:
que é distribuída entre o bem X e outros bens, cujo conjunto Umg q, = q2' e Umg q2= q,. Solução: q, = 25; e q2::; 10.
denominemos Y. O preço do bem X é igual a $ 10 e o preço
médio dos bens Y é igual a $ 8. Pede-se: a) a função de res- A curva de renda-consumo
trição orçamentária; b) a nova função, dado um aumento do Vimos que uma variação da renda nominal, aos preços
preço de X para $ 12. constantes, desloca a reta orçamentária para a direita ou
a) Y ::; 500 - 5 / 4 X; para a esquerda, conforme a variação for de aumento ou de
b) Y::; 500 - 3/2 X queda. O gráfico abaixo mostra que o equilíbrio do consu-
midor também vai se deslocando, à medida que o consumo
Escolha do Consumidor dos bens vai se alterando.
Dado o mapa de indiferença do consumidor, que é o
espaço de suas preferências, e a área coberta pela sua reta
orçamentária, que define as suas possibilidades de consumo,
o consumidor busca maximizar a sua satisfação, tentando
atingir a curva de indiferença mais à direita possível.

Dentre os pontos A, B e C, A e C são factíveis, mas não 05 y


melhores, pois estão sobre a curva I, que é a mais à esquerda.
O único ponto que atinge a curva II é B. Nenhum ponto na Com o aumento da renda, as quantidades consumidas de
cu rva I" é factíve I.
X vão aumentando, de x, para x2 e x3• Depois de A, os novos
Dada a limitação da renda, o consumidor obtém a
pontos de equilíbrio são B e C. A união desses pontos forma
máxima satisfação no ponto B, onde a reta orçamentária
a curva de renda-consumo.
tangencia a curva de indiferença mais à direita possível, A curva de renda-consumo, portanto, é a união dos
que é a curva 11. diversos pontos de equilíbrio do consumidor resultantes
No ponto de máxima satisfação, ou de equilíbrio do de variações na sua renda nominal.
consumidor, a inclinação da reta orçamentária, Px / Py'
iguala a inclinação da curva de indiferença nesse ponto.
Curvas de Engel
Como a inclinação da curva de indiferença é igual à taxa
A partir das curvas de renda-consumo, pode-se rela-
marginal de substituição, temos que, no ponto de equilíbrio
cionar cada nível de renda (R) e a respectiva quantidade
do consumidor, a taxa marginal de substituição é igual à
consumida (q) de determinado produto.
relação de preços:

q .•
qt
q2 ~ - --
Vimos que, em qualquer ponto da curva de indiferença,
a taxa marginal de substituição do bem Y pelo bem X é ( ________ _
igual à relação entre a utilidade marginal de X e a utilidade
marginal de Y:

TMS YX = UmgX / UmgV

Então, pode-se concluir que, na situação de equilíbrio, Dado o mesmo aumento da renda, de RI a R2, o consumo
a relação entre as utilidades marginais de X e de Y deve de um produto pode aumentar mais (gráfico à esquerda)
igualar a relação entre os preços de X e de Y. ou menos (gráfico à direita). Quando a procura aumenta
mais do que proporcionalmente à renda, o produto é dito
UmgX / UmgV ::; Px / py superior (caso dos bens mais sofisticados, como iogurte,
fitas de video, filé mignon), e quando a procura aumenta
Exercício: menos do que proporcionalmente, o produto é considerado
necessário (caso dos produtos do dia a dia, como o arroz,
Suponha-se a função utilidade U ::; q,q2' e a função da a batata, o frango). Existem produtos cuja procura cai quando
renda 100 ::; 2ql + 5q2' Calcular as quantidades qj e q2 que aumenta a renda, denominados inferiores, como o sabão em
maximizam a satisfação do consumidor. pedra, a mortadela etc.

75

~
~
A curva de preço-consumo Se fizermos, agora, um gráfico relacionando os preços
Vimos que uma variação no preço de um dos dois produ- assumidos por um bem, no caso X, com as respectivas
tos, mantida constante a renda e o preço do outro produto, quantidades procuradas, como no gráfico acima, teremos
desloca a reta orçamentária alterando a sua inclinação. uma linha representando a curva de demanda:
O gráfico abaixo mostra que o equilíbrio do consumidor
também vai se deslocando, à medida que o preço do bem
X, no caso, vai diminuindo.

x y

A cada preço assumido por um bem, temos a respectiva


quantidade procurada. Observa-se que à medida que o preço
diminui, a quantidade procurada aumenta, e vice-versa, que
é a lei da procura.

Efeito-renda e Efeito-substituição
A variação no preço de um bem, para cima ou para baixo,
Com as diminuições no preço de X, as quantidades
costuma exercer dois tipos de efeito:
consumidas de X vão aumentando, de Xl para x2 e x3.
- Uma variação nos preços relativos, isto é, o preço
Depois de A, os novos pontos de equilíbrio são B e C.
desse bem torna-se mais alto ou mais baixo em relação aos
A união desses pontos forma a curva de preço-consumo.
demais. No caso de preço mais alto, há uma tendência de o
Observa-se, no gráfico anterior; que a inclinação da curva
consumidor substituir esse bem por outros agora relativa-
de preço-consumo é negativa, do ponto A para o ponto B,
mente mais baratos; no caso de preço mais baixo, a tendência
e torna-se positiva de B para C.
é aumentar o seu consumo, substituindo os demais, agora
O que determina essa inclinação? É a elasticidade-preço relativamente mais caros. Esse é o efeito-substituição. Como
da demanda do bem cujo preço está variando. A elasticida- a relação entre o preço e a quantidade procurada é inversa,
de-preço é a relação entre a variação relativa da quantidade diz-se que o efeito-substituição é negativo.
procurada, e a variação relativa do preço. Suponhamos que o
- Uma variação na renda real do consumidor, tornan-
bem X seja elástico, isto é, a elasticidade-preço maior do que
do-o mais rico (no caso de preço mais baixo), induzindo-o a
1. Nesse caso, uma diminuição no preço provoca aumento
comprar mais, ou mais pobre (no caso de preço mais alto),
mais do que proporcional na quantidade procurada, e au-
induzindo-o a comprar menos. Esse é o efeito-renda. Como
mento da despesa com o bem X. Considerando constante a
a relação entre a renda e a procura é normalmente direta,
renda do consumidor, este deverá necessariamente diminuir
diz-se que o efeito-renda é positivo, embora a influência
a despesa com os demais bens, no caso representados por
sobre a procura seja a mesma da do efeito-substituição.
Y. Isso explica a inclinação negativa da curva no trecho AB.
Por outro lado, no segmento Be, o bem X seria inelástico,
Assim, tem-se a seguinte equação, denominada de
pois a diminuição no preço provoca aumento menos do que
equação de Slutsky:
proporcional na quantidade procurada e redução na despesa
com X, resultando possibilidade de aumento na procura pelos
Efeito-preço = Efeito-substituição +
demais bens e consequente inclinação positiva da curva.
Efeito-renda
No gráfico a seguir a diminuição no preço do bem X
não altera a quantidade procurada do bem Y. Isso ocorre
No caso dos bens inferiores, o efeito-renda é negati-
na situação em que X possui elasticidade unitária, ou seja,
vo, isto é, o seu consumo aumenta quando a renda cai,
a despesa com X não se altera, o que permite também que
e vice-versa. Quando o preço de um bem inferior aumenta,
não se altere a quantidade consumida de Y.
o efeito-substituição age normalmente, induzindo o consu-
midor a procurar substítuí-lo por outros bens agora relati-
vamente mais caros, mas ao mesmo tempo ocorre o efei-
to-renda, pelo qual o indivíduo sente-se mais pobre, fazendo
com que procure aumentar o consumo do bem inferior. Qual
será, afinal, a atitude do consumidor: aumentar ou diminuir a
procura pelo bem inferior? Como a participação desses bens
c(
é relativamente pequena em relação ao orçamento de um
~ indivíduo, ele não se sentirá tão mais rico e o efeito-renda
o
z será mais fraco do que o efeito-substituição. Vale, portanto,
o
1.1
UJ
x a lei da demanda para os bens inferiores: quando o preço
cai (aumenta), a quantidade procurada aumenta (diminui).

76

~
~
Pode o efeito-renda ser mais forte do que o efeito-subs- compensaria exatamente essa vantagem, fazendo com que o
tituição? Sim, quando o bem inferior tiver um peso con- consumidor fique no mesmo nível de satisfação? Nesse caso,
siderável no orçamento. É o caso dos chamados bens de a compensação dar-se-ia através de uma diminuição da renda.
Giffen, cuja quantidade procurada varia em relação direta Um exemplo de variação equivalente da renda: dado um
com o preço. aumento de preço, qual seria a diminuição equivalente da ren-
O gráfico a seguir permite que se separe os efeitos renda da para o consumidor situar-se no mesmo nível de satisfação?
e substituição. Iniciando na posição de equilíbrio (ponto Um exemplo de variação compensatória da renda: dado
A), em que um consumidor está adquirindo Xl unidades de um aumento de preço, qual seria a diminuição equivalente
um determinado produto, um aumento do preço desloca a da renda para o consumidor ter a mesma diminuição no
reta orçamentária I para li. O seu novo ponto de equilíbrio nível de satisfação?
está em B, onde ele agora consome x, de X. O efeito-preço
é igual à distância XiX,. Para vermos o efeito substituição, Exercício:
inicialmente, devemos dar ao consumidor um aumento
fictício de renda tal que ele volte à curva anterior I. A reta Um consumidor possui a função Utilidade Total UT = xV,
orçamentária desloca-se paralelamente para a direita e corta a renda igual a $ 60 e os preços dos bens X e Y são Px = py =
a curva I no ponto C, onde ele consome x3 unidades de X. $ 1. Se o preço de X aumentar para Px = $ 2, calcular:
A distância X3Xi é, então, o efeito substituição e a distância a) a variação compensatória da renda;
X2X3 é o efeito-renda.
b) a variação equivalente da renda.
y
Resolução:
o a) Cálculo do equilíbrio inicial do consumidor:
efeito-preço total é
igual ao UmgX I UmgY = Px I Py
movimento do ponto UmgX = V; UmgY = X
A ao ponto B.
Com um aumento Então, V I x = 1; donde X = y.
Restrição orçamentária do consumidor

R = Px X + Py V; 60 = x + y = 2x.

Donde x = y = 30. O nível de satisfação é igual a UT = xy


= 30 . 30 = 900.
Temos de calcular a nova renda que, dados os novos
preços, situe o consumidor no mesmo nível. de satisfação
compensatório na renda nomi-
anterior, ou seja, 900.
nal, o consumidor passa para o ponto C, o que permite que
se decomponha o efeito-preço no efeito-substituição (AC) e Cálculo do novo equilíbrio do consumidor dado o novo
efeito-renda (BC). preço de X:

Noções de Variação Equivalente e Variação UmgX I UmgY = Px I Py·


Compensatória da Renda UmgX = y; UmgY = x.

Considere-se um consumidor que tenha um determinado Então, y / x = 2/1; donde y = 2x.


nível de renda e que tenha a opção de consumir determi- A nova restrição orçamentária é R = 2x + y, donde R =
nado produto não essencial. Esse produto pode ser, por 2x + 2x = 4x.
exemplo, ser admitido em um clube e usufruir de sua sauna. Dada a restrição 60 = 2x + y, tem-se 60 = 4x, donde x '"
O consumidor tem diante de si duas situações: primeiro, ser 15 e V = 30.
admitido no clube; e segundo, já admitido, usufruir da sauna
O novo nível de utilidade é xy = 15 . 30 = 450.
do clube a preços reduzidos. Na primeira situação, ele não é
sócio e tem determinada renda. Encontra-se em equilíbrio O nível de utilidade anterior é x . y = 900; como y '" Zx,
ao consumir todos os demais bens. Na segunda situação, =
tem-se 2X2 900, donde x 21,21.=
sendo sócio, pode utílizar a sauna várias vezes. A renda compensatória será, então, R = 4x = 4 . 21,21 =
Admitamos que, ao comprar o título do clube, o consu- 84,84.
midor aumente a sua satisfação e desloque a sua curva de A variação compensatória da renda será 84,84 - 60 =
indiferença para a direita. Nesse caso, pode-se indagar: qual 24,84 (um aumento).
a variação na renda que é equivalente ao direito de usufruir
da sauna do clube a preços reduzidos que o consumidor b) O consumidor deve diminuir a sua renda de modo que,
passou a ter? aos mesmos preços iniciais, o nível de utilidade caia para 450.
Como o consumidor deslocou a sua curva de indiferença
A restrição orçamentária original é R = x + y. Como x =
para direita, há um certo aumento na renda equivalente ao
y, donde R = 2x.
aumento de satisfação.
Como xy = 450, x2 = 450. Donde x '" 21,21.
Por outro lado, na segunda situação, já sendo sócio do c(
clube, o consumidor pode desfrutar ou não da sauna a pre- A Renda fica: R'" 2x '" 2 . 21,21 = 42,42. s
ços reduzidos. Pode-se indagar: qual a variação na renda que A variação equivalente da renda será 60 - 42,42 = 17,58
(uma diminuição). O
z
O
U
LU

77
~
~
TEORIA DA PRODUÇÃO: FUNÇÃO DE Medidas de Produção
PRODUÇÃOj MEDIDAS DE PRODUÇÃO; A
Vamos definir algumas medidas que são utilizadas na
LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES; teoria da produção:
ELASTICIDADE DE PRODUÇÃO; - Produto Total (q) - Como o nome indica, é o volume
ISOQUANTA E ISOCUSTOj TAXA total de produção de uma firma em determinado
MARGINAL DE SUBSTITUiÇÃO TÉCNICAj período, em unidades físicas, como por exemplo
100.000 automóveis, 50.000 toneladas de feijão ou
EQUILíBRIO DA FIRMA; RENDIMENTOS 15.000 litros de leite.
DE ESCALA; CUSTOS DE PRODUÇÃO; - Produto Médio (PMe) - É utilizada para se medir a
MEDIDAS DE CUSTO. A ESCOLHA DO contribuição de determinado fator de produção no
processo produtivo, sendo igual, portanto, ao volume
NíVEL DE PRODUÇÃO, MAXIMIZAÇÃO DE
de produção dividido pela quantidade do respectivo
LUCROS: RESTRiÇÕES TECNOLÓGICAS, fator. Sendo q o produto total e x a quantidade utili-
RENDIMENTOS DECRESCENTES, CURTO E zada do fator, tem-se:
LONGO PRAZOS EM MICROECONOMIA.
CURVAS DE CUSTOS: CUSTOS VARIÁVEIS, PMe=q/x
FIXOS, MÉDIOS E MARGINAIS. OFERTA DA
- Produto Marginal (PMg) - indica qual a variação no
EMPRESA E DO MERCADO produto total quando varia de uma unidade a quan-
tidade do fator em questão:
A teoria da produção estuda o comportamento do
setor produtivo, assim como a teoria do consumidor es- PMg=~q/ ~x
tuda o comportamento das unidades familiares enquanto
consumidoras. Já vimos, anteriormente, que segundo a lei o Curto e o Longo Prazos
da oferta a quantidade ofertada varia diretamente com os
preços. Abaixo temos uma curva de oferta, que representa A teoria da produção leva em conta a existência de dois
graficamente essa lei. períodos: o curto e o longo prazo. Qual a diferença entre eles?
O curto prazo é um período de tempo suficientemente

preço i o
pequeno tal que existem alguns recursos cuja quantidade
não pode variar, ou seja, têm a quantidade fixa. São exemplos
desses recursos o estoque de capital, o tamanho da empresa,
a tecnologia, os trabalhadores mais especializados, cuja quan-
tidade a empresa não consegue aumentar imediatamente e

I~ por isso são chamados de fatores de produção fixos. Enquanto


isso, são passíveis de variação no curto prazo o contingente
de trabalhadores menos qualificados e a quantidade de maté-
rias-primas, denominadas de fatores de produção variáveis.
o O longo prazo, por outro lado, é um período de tempo
quantidade/r suficientemente grande tal que as quantidades de todos
os recursos podem variar. No longo prazo, todos os fatores
A curva de oferta mostra a relação direta entre preços e são variáveis.
quantidades ofertadas,
A teoria da produção mostra o que está por trás da curva A Produção com um Único Fator Variável
de oferta. Produção é definida como um processo de cria-
ção de valor, em que recursos são transformados em bens. Consideremos agora apenas dois fatores de produção,
Assim, uma empresa ou firma é o local onde os recursos (fa- trabalho e capital, sendo a quantidade de capital fixa no
tores de produção e matérias-primas) são combinados para curto prazo. Isso significa que o Produto Total, q, varia apenas
resultarem em algo (bens) que irão satisfazer necessidades em função de variações na quantidade de trabalho no curto
ou desejos dos respectivos usuários. prazo. A seguir, tem-se uma tabela com uma produção hipo-
tética de panelas, no curto prazo, em função de alterações na
A função de Produção quantidade de trabalho e dado um certo estoque de capital,
e o gráfico correspondente do Produto Total.
Denomina-se função de produção uma relação técnica
entre uma certa quantidade de recursos, ou insumos, e a má- Produção de uma fábrica de panelas por dia
xima quantidade física de produto que pode ser obtida com
esses recursos, dado o estado tecnológico. Pode-se repre-
sentar uma função de produção de várias maneiras, como: Nº de Produto Produto Produto
X = f [a.b,c), como Leftwich, em que X é a quantidade de homens-dia Total Médio Marginal
produto e a, b e c são as respectivas quantidades de insurnos. 1 5 5,0 5
q = f (Xl' Xl ), como Henderson e Quandt, em que q é a 2 13 6,5 8
quantidade de produto e Xl e )(2 são as respectivas quanti- 3 24 8,0 11
dades de ínsumos. 4 32 8,0 8
x = f (\, S2' ... , s), como Simonsen, em que x é a quantida- 5 38 7,6 6
ct de de produto e 51' S" ... , sn r são as respectivas quantidades 6 43 7,2 5
~ de insumos.
7 47 6,7 4
o
:
Q = f (Tr .Tr ,RN, K), como Castro e Lessa, em que Q é a
8 50 6,2 3
z quantidade qde pqroduto e os insumos são, respectivamente,
O 9 50 5,6 O
u o trabalho qualificado, o trabalho não qualificado, os recursos
10 naturais e o capital. 10 49 4,9 -1
1

78

~
~
- O Produto Total cresce até o ponto C, a rendimentos
crescentes até o ponto A e a rendimentos decrescentes
de A até C. Depois de C os rendimentos são negativos.
- Os rendimentos crescentes do Produto Total estão
associados a crescimento do Produto Marginal, até A.
Depois desse ponto o Produto Marginal cai, ou seja,
os rendimentos passam a ser decrescentes.
- O Produto Marginal é inicialmente maior do que o
Produto Médio, até se igualarem no ponto B, e a partir
Um exame da curva de Produto Total permite as seguintes daí o Produto Margina! é menor do que o Médio.
observações: - Quando o Produto Total é máximo, no ponto C, o Pro-
- Nas primeiras unidades de mão de obra a curva é duto Marginal é igual a zero.
convexa, ou seja, o produto total cresce mais rápido
do que o aumento do número de homens-dia. Os dois gráficos também podem ser divididos nas três
- Depois de certo ponto, a curva se torna côncava, ou áreas I, " e /11:
seja, o produto total cresce mais devagar e menos - Na área I, que vai da origem ao ponto B, o Produto
do que o aumento do número de homens-dia. Médio do trabalho cresce, e também cresce o Produto
- A curva de produto total apresenta um máximo e Médio do capital, pois o Produto Total está crescendo
depois começa a declinar. com o estoque de capital fixo.
- Na área 11, entre os pontos B e C, o Produto Médio do
o comportamento do Produto Total está de acordo com trabalho cai enquanto continua crescendo o Produto
a lei dos Rendimentos Decrescentes, ou das Proporções Médio do capital (em razão de o Produto Total ainda
Variáveis, assim enunciada: estar crescendo).
"Se a quantidade de um recurso (no caso, o fator tra- - Na área /11, depois do ponto C, o Produto Total cai,
balho) for aumentada de quantidades iguais, por unidade o que significa que os Produtos Médios caem.
de tempo, enquanto a de outros recursos permanecer
constante (no caso, o fator capital), o volume de produção
Daí podemos dizer que a máxima eficiência do trabalho
aumentará, mas além de certo ponto o acréscimo resultante
está no ponto B (onde o Produto Médio do trabalho é máxi-
no produto tornar-se-a cada vez menor, até anular-se e po-
mo) e a máxima eficiência do capital está no ponto C (onde
dendo chegar a ser negativo". E por que isso ocorre? Uma
o Produto Total atinge o nível máximo com o mesmo estoque
explicação mais razoável é que, no curto prazo, a fixidez de
de capital). Isso significa que a produção da firma deve se
certos fatores vai diminuindo o rendimento dos fatores cuja
situar em algum ponto da área ll, entre os pontos B e C.
quantidade pode variar. No caso que estamos apresentando,
mais homens-hora têm cada vez menos capital com que
A Elasticidade da Produção Total
trabalhar.
A seguir são apresentados dois gráficos. No primeiro,
a curva de Produto Total, e no segundo, as de Produto Mé- Define-se a elasticidade da Produção Total como a re-
dio e Produto Marginal, juntas, obtidas de acordo com os lação entre a variação percentual da Produção Total (q) e a
números do quadro. t preciso saber que as curvas de Produto variação percentual da quantidade do fatortrabalho (L). Em
Médio e Marginal podem ser derivadas da curva de Produto termos matemáticos:
Total. A de Produto Médio é obtida pela inclinação das retas
que, partindo da origem, cortam a curva de Produto Total Eq = (~q/ q) / (~L/l)
em cada ponto. Enquanto isso, a curva de Produto Marginal
é obtida pela inclinação da curva de Produto Total em cada Mas podemos fazer:
um de seus pontos. [Aq/q) / (~L!L) = (~q / ~L) / (L/q) = PMg! (1/ PMe) = PMg
!PMe
c
r
,
B I
I
I
Ou seja, a elasticidade do Produto Total é igual ao Pro-
duto Marginal, dividido pelo Produto Médio. Daí pode-se
dizer que quando o Produto Marginal for maior que o Pro-
I duto Médio, a elasticidade do Produto Total será maior do
I que 1, quando o Produto Marginal for menor que o Produto
I
Médio, a elasticidade do Produto Total será menor do que
1, e que quando o Produto Marginal for igual ao Produto
Médio, a elasticidade do Produto Total será igual a 1. Observe
o gráfico a seguir:

m
PMe.

j
E> lE= 1
/"''',

-".
r/ \,-
..
! \,
PMc I" \. E<l
I"·

PiVlg
o
Existe uma simetria entre os dois gráficos, que pode ser
\ homens-dia
melhor acompanhada através das letras A, B e C: PMg

79
~
~
Exercício: KA
, A
(Economista do Ministério do Trabalho e Emprego/2008) K2,- - - -,
Julgue o item a seguir.
( ) A lei dos rendimentos decrescentes é incompatível com
o fato de, agregando-se trabalhadores adicionais ao
processo produtivo, a produtividade marginal da mão
de obra crescer a taxas crescentes.

Resposta: E
o gráfico anterior mostra uma isoquanta com infinitas
Exercícios algébricos:
combinações dos fatores capital (K) e trabalho (L) para
produzir determinada quantidade de produto. Duas dessas
1. Considere a função de produção q = 12L' - L3, e calcule- combinações são A, com Kl de capital e L2 de tra-balho, e B,
mos: com K2 de capital e Ll de trabalho. No ponto A, a produção
é mais intensiva de capital e no ponto B é mais intensiva
- O Produto Médio; de trabalho.
PMe =q/L= (12L'- L3) / L= 12L- L'. A seguir, tem-se um mapa de isoquantas, com duas
observações: uma, de que quanto mais a nordeste situar-se
- O Produto Marginal; uma isoquanta, maior quantidade de produto ela repre-
PMg = (t.q / t.L) = 24L - 3L2• senta; e outra, de que as combinações de recursos repre-
sentadas pelos pontos A, B e C possuem a mesma relação
- A produção total máxima; capital-trabalho.
Obs.: a produção total é máxima quando o Produto
Marginal é igual a zero.

PMg = O ; (t.q / t.L) = O ; 24L - 3 L' = O ; L = 8 ;


q = 12 X 82_ 83= 256.

- O produto médio máximo;


m
Obs.: o produto médio é máximo quando ele é igual ao
Produto Marginal.
n
t,
PMe = PMg; 12L - L' = 24L - 3 L' ; L = 6 ; PMe = 12 x 6 - 6'
= 36. São propriedades das isoquantas:
- São decrescentes da esquerda para a direita, ou
possuem inclinação negativa, já que o aumento da
- O produto marginal máximo;
dotação de um recurso deve ser compensado pela
Obs.: o Produto marginal é máximo quando a inclinação
diminuição na dotação do outro recurso para que a
de sua curva é máxima, ou quando a derivada de sua
quantidade de produto permaneça a mesma;
função é igual a zero.
- Duas isoquantas não podem se cruzar, já que para
cada ponto somente passa uma isoquanta;
(d PMg / dL) = O ; d (t.q j t.L) / dL = O ; 24 - 6L = O; - A isoquanta é convexa em relação à origem, já que os
L = 4; PMg = 24 x 4 - 3 X 42 = 48. fatores não são substitutos perfeitos e a substituição
de um por outro torna-se cada vez mais custosa. Em
2. Dada a função de produção q = _L2 + 20L + 16, determinar outras palavras, ao se substituir paulatinamente de
a elasticidade da produção total, quando L = 4. uma unidade a quantidade de um recurso, o
aumento
Eq = (t.qjq) / ('!>'L/L) = PMg / PMe da quantidade do outro tem de ser cada vez maior.

PMg = -2L + 20 ; PMe = -L + 20 + 16jL A taxa marginal de substituição técnica entre os fatores
de produção
Para L = 4: PMg / PMe = (-2 x 4 + 20) / -4 + 20 +4 = 3/5
(inelástica)
Já vimos que uma isoquanta representa diversas combi-
nações de dois recursos para a produção da mesma quanti-
Produção com dois insumos variáveis - as curvas de dade de um produto. Ao se diminuir a quantidade de capital,
isoproduto e isocusto por exemplo, o aumento na dotação de trabalho deve ser tal
que a quantidade de produto seja constante. Denomina-se
<C
Dados dois fatores de produção, como capital e trabalho, taxa marginal de substituição técnica de capital por traba-
~
O a isoquanta, ou isoproduto, é uma curva que representa lho (TMSTKL) a variação na quantidade de capital dividida
Z
o todas as combinações possíveis de insumos capazes de pela variação na quantidade de trabalho, ao longo de uma
U
LlJ produzir determinado nível de produto. mesma isoquanta.

TMST KL = - L1K I L1L

8
0

Duas propriedades da taxa marginal de substituição trabalho e do capital é igual à taxa marginal de substituição
técnica: técnica entre capital e trabalho.
- É negativa, pois um aumento na quantidade de um
dos recursos deve ser compensada por uma diminui-
ção em outro, e vice-versa, para que a quantidade de
produto seja constante. Por isso, para que se trabalhe
com taxas positivas, coloca-se o sinal negativo antes
da fração.
É decrescente à medida que se substitui capital por
trabalho, pois cada unidade de variação na quantida-
de de capital exige, em compensação, quantidades
crescentes de variação no trabalho, tornando o de-
nominador cada vez maior.

Quando L'..l assume valores cada vez menores, pode-se


representar geometricamente a taxa marginal de substituição
técnica, em cada ponto, como a inclinação da tangente à
isoquanta nesse ponto. Observe-se que a tangente que passa
pelo ponto B possui menor inclinação do que a que passa
pelo ponto A. Ou seja, a TMSTKl é decrescente.

As produtividades marginais do capital e do trabalho

Já vimos que a produtividade marginal de um fator é o


aumento de produção associado à variação na quantidade
desse fator, mantendo-se a quantidade dos demais fatores
constante. Uma variação infinitesimal na quantidade do fator
é, matematicamente, igual à derivada da função produção
em relação a esse fator. Assim, tem-se:

PMgK.., dX / dK, e PMgL.., dX / dl

Dado um aumento na quantidade de um fator, pode-se


dizer que o aumento de produção correspondente é igual
ao aumento instantâneo de produção, multiplicado pela
quantidade do fator:

lI.X .., (dX / dK) .lI.K ou L'..X = (dX / dl) . M

Observe a isoquanta do gráfico anterior. Ao se passar


do ponto A para o ponto B, as variações nas quantidades
dos dois recursos provocam variações na produção que
se compensam, pois os dois pontos estão sobre a mesma
isoquanta. Assim, tem-se:

L'..X.., (dX / dK) . L'..K + (dX / dl) . lI.l = O

Então, (dX / dK) . lI.K = - (dX / dl) . lI.L

(dX I dl) I (dX I dK) = - L'..K I M

PMgL/ PMgK = -lI.K / lI.L

Ou seja, a relação entre as produtividades marginais do


Denomina-se isocusto a figura geométrica trabalho e do capital, que é representada pela inclinação
representativa da isocusto.
dos custos de produção de uma empresa.
Considerando-se -L'..KI M=w Ir
as quantidades dos fatores de produção capital (K) e
trabalho Mas como -lI.K / lI.L = PMgL / PMgK, podemos também ~~~~cr
(L), ter-se-ia a seguinte expressão: concluir que, em equilíbrio, PMgl/ PMgK = w / r, ou seja,
a relação entre as produtividades marginais do trabalho e do
CT = r.K + w.L, (1) capital é igual à relação entre as remunerações do trabalho
e do capital. '-.)
Sendo CT o custo total, r a remuneração unitária do
fator
capital (juro) e w a remuneração unitária do fator 8
trabalho 1
(salário).
De (1), pode-se fazer K = (CT / r) - (w / r) . L, que é
re-
presentada no gráfico abaixo por uma reta denominada
isocusto.

Considerando a limitação de custos da firma, esta


pode
adquirir, no máximo, a quantidade CT / r de capital e CT
/
w de trabalho. A inclinação da isocusto é igual a (CT / r)
:
(CT I w) = w / r.
Se, por exemplo, uma firma tiver uma limitação de
custo
de $ 10.000, a taxa de juros for r = $ 10 e o salário w = $
50,
a função isocusto será 10.000 = lOK + 50L.
Dada a limitação de custo, a firma buscará atingir o
maior
nível de produção. Ou seja, dada a isocusto, a firma
buscará
situar-se sobre a isoquanta mais à direita possível.

A firma vai produzir sobre a isoquanta 11, que é a


mais
à direita possível e representa o maior nível de
produção,
dentro da limitação do custo total. No ponto C, a
isocusto é
tangente à isoquanta.
Como, no ponto de maior produção possível, a lso-
quantas e a isocusto têm a mesma inclinação, pode-se
dizer
que, nesse ponto, a taxa marginal de substituição técnica
entre capital e trabalho, que é representada pela
inclinação
da isoquanta, é igual à relação entre as remunerações do
~
~
Exercício: Por outro lado, se dobrarmos as quantidades de recur-
sos e a produção, em consequência, for multiplicada por 4,
Dada a função de produção X = 5 K2 L3,sendo K e L as a função é homogênea de grau 2, por que:
quantidades, respectivamente, de capital e de trabalho, e a
função de Custo Total 100 = 3 K + 2 L, determinar a quanti-
dade de trabalho que maximiza a produção.
Buscamos o ponto em que PMgL / PMgK = w / r

Cálculo de PMgK: Cálculo de PMgL: Exercício:

dX / dK = 10KL3 dX / dL '" 15L2K2 Calcular o grau de homogeneidade da função X = K4 +


2KL3 - 5L4
=
(15L2K2/ 10KL3) 2/3 ; K (4/9)L = (1)
Resolução:
Como 100 = 3K + 2L, tem-se que K = (100 -2L) / 3 (2) (tK)4 + 2(tK)(tL)3 - 5(tL)4 '" (t4K41 + 2(tK) (t3L') - WL 4

De (1) e (2), tem-se que

(4/9) L = (100 - 2Ll / 3 Donde L = 30 Donde a função é homogênea do 4º grau.

Maximização de Produção e Minimização de Custo A Função de Produção Cobb-Douglas

A igualdade que leva ao nível de equilíbrio da firma, em


A função de produção denominada Cobb-Douglas possui
que PMgL / PMgK '" w / r, pode nos ajudar a ver outros as-
a forma
pectos. Por exemplo, fazendo-se PMgK / r = PMgL/ w, tem-se
X '" A Ka Lb, sendo K e L as quantidades de capital e
que o equilíbrio da firma ocorre quando o produto marginal
trabalho e A, a e b constantes. Considerando-se a + b '" 1,
do capital por unidade de custo do capital iguala o produto
verifiquemos o grau de homogeneidade dessa função:
marginal do trabalho por unidade de custo do trabalho.
Assim, suponha-se que PMgK = 20, PMgL '" 12, r = 5 e w =
4. Como PMgK / r = 20/5 = 4, e PMgL / w = 12/4 = 3, cada
unidade de custo do capital está rendendo mais produção do como a + b '" 1, a função é homogênea de 12 grau.
que cada unidade de custo do trabalho, resultando em que
a firma deve diminuir a quantidade de trabalho e aumentar
Rendimentos de escala constantes, crescentes e
a quantidade de capital para aumentar a produção.
decrescentes
Pode-se também fazer r / PMgK '" w / PMgL, que iguala
os custos do capital e do trabalho por unidade de produção.
Utilizando os mesmos números, tem-se que 5 /20 '" 1/ 4, Os rendimentos da produção podem ser classificados em
=
é menor do que 4/12 1/3. Isso significa que uma unidade constantes, crescentes e decrescentes.
de produto gera um custo de 0,25, utilizando capital, e um Os rendimentos constantes de escala são aqueles que,
custo de 0,33, utilizando trabalho. Certamente que a firma ao se multiplicar as quantidades de recursos por um determi-
deverá também substituir trabalho por capital para minimizar nado valor, o volume de produção também fica multiplicado
os custos. por esse valor. As funções de produção, nesse caso, são
Observa-se, portanto, que a firma tem condições, dada homogêneas do 1º grau.
uma estrutura de custos, de rnaxlrnizar a produção e, dado Os rendimentos crescentes de escala são aqueles que,
um certo nível de produção, minimizar os custos. Isto é o que ao se multiplicar as quantidades de recursos por um deter-
se chama de dualidade na teoria da produção e de custo. minado valor, o volume de produção fica multiplicado por
um valor maior. As funções de produção, nesse caso, são
Funções homogêneas de grau m homogêneas de grau maior do que 1.
Os rendimentos decrescentes de escala são aqueles
Seja a função de produção q '" f (Xl' lS, ... r xn), sendo q que, ao se multiplicar as quantidades de recursos por um
o volume de produção e Xi (i '" 1, 2, ... r n) as quantidades determinado valor, o volume de produção fica multiplicado
dos recursos ou fatores de produção aplicados no processo por um valor menor. As funções de produção, nesse caso,
produtivo. Essa função será chamada de homogênea de são homogêneas de grau menor do que 1.
grau m., se
Exercício:

Dadas as funções X = 0,5KL e X '" 2K + 3L, verificar se os


Ou seja, ao multiplicarmos cada quantidade de recursos rendimentos são constantes, crescentes ou decrescentes.
pela constante t, o volume de produção fica multiplicado
por t" e a função é chamada de homogênea de grau fi. Resolução:
« Se, por exemplo, dobrarmos as quantidades de recursos e x = 0,5KL
a produção, em consequência, também dobrar, a função é
~ homogênea de grau 1, por que: f (tK, tL) '" 0,5tK, tL = t20,5KL = t2X (como o expoente de
O
z t é maior do que 1, a função é homogênea de 2º grau e os
O =
q '" f (2x1, 2x2, ••• , 2xn) '" 2 f (xl' x2, ... r x) , donde m 1 rendimentos são crescentes).
U
loJ

8
2

q/t
x = 2K + 3L O
f (tK, tL) = 2tK + 3tL = t (2K + 3L) = tX (como o expoente s
de t é igual a 1, a função é homogênea de 1Q grau e os ren- c
dimentos são constantes). u
st
Conceitos Básicos de Custos de Produção o
s
Uma empresa deve sempre estar atenta à sua eficiência fi
econômica, isto é, que realize o seu processo de produção ao
x
menor custo possível. Existem dois tipos básicos de custos:
o
os custos explícitos ou contábeis e os custos implícitos ou
s
econômicos.
(
Os custos explícitos são aqueles referentes aos gastos
C
efetivos com as quantidades de recursos ou fatores de pro-
F
dução empregados pela firma para a geração do produto.
)
Assim, o custo total de produção (CT) seria representado
p
pela expressão
er
m
a
n
W. o preço ou remuneração do fator de produção i e x
e
a quantidade empregada do fator. No caso simplificado d~
c
emprego de apenas dois fatores, capital e trabalho, tem-se
a expressão: e
m
CT = wL + rK, sendo w e r as remunerações do trabalho c
e do capital, respectivamente. o
n
Os custos implícitos ou econômicos levam em conside- st
ração que, por já estar ocupado, cada fator deixa de produzir a
outro bem útil para a sociedade e o custo corresponderia ao nt
maior ganho que se poderia obter com a produção alterna- e
tiva. Tudo aquilo que deixa de ser produzido é uma perda s,
para a sociedade, e é chamado, como já vimos, de custo de q
oportunidade. Esse é o verdadeiro custo na ótica econômica. u
al
Os Custos e o Tempo q
u
De acordo com o tempo considerado, os custos podem er
ser classificados em de curto e longo prazo. q
Curto prazo é o período de tempo suficientemente curto u
tal que a firma não consegue variar a quantidade de todos e
os recursos. Estão nessa categoria o tamanho da empresa, s
a quantidade de terra, o estoque de capital, a tecnologia, ej
a mão de obra mais especializada e, por isso, chamados de a
recursos fixos. No curto prazo, são consideradas variáveis o
a mão de obra menos especializada e as matérias-primas. ní
Longo prazo é o período de tempo suficientemente longo v
tal que a quantidade de todos os recursos pode variar. Todos el
os recursos são variáveis no longo prazo. d
Custos fixos são os custos dos recursos fixos e custos e
variáveis são os custos dos recursos variáveis. pr
Vamos ver agora como se representa graficamente cada o
tipo de custo, no curto prazo: d
u
ç
ã
o.

CF
83

Os custos variáveis (CV) aumentam com o nível de pro-


dução da firma, pois maior produção exige maior quantidade
de recursos que podem variar no curto prazo.
Mas observemos que a curva de custo variável apresenta
dois tipos de curvatura. Até o ponto A ela é côncava, ou seja,
os custos aumentam menos do que proporcionalmente ao
aumento da produção. Isso ocorre pela razão de que, nas
primeiras unidades de produção o crescimento na quanti-
dade de mão de obra vai utilizando com mais intensidade o
estoque de capital, que é fixo, o que aumenta o rendimento
da produção mais do que proporcionalmente. Depois do
ponto 8 começam a aparecer os rendimentos decrescentes,
pois a maior quantidade de mão de obra depara-se com a
mesma quantidade de capital.

Os custos totais (CT) são o somatório dos custos fixos e


dos custos variáveis.
Vamos, agora, a outros conceitos de custo:

Custo Fixo Médio (CFMe): é o custo fixo dividido pela


quantidade produzida.

CFMe = CF/q

Custo Variável Médio (CVMe): é o custo variável dividido


pela quantidade produzida.

CVMe = CV!q

Custo Total Médio, ou simplesmente Custo Médio (CMe):


é o custo total, dividido pela quantidade produzida.

CMe = CT/q

Custo Marginal (CMg): é a variação no custo total, dada


uma variação de uma unidade na produção da firma.

CMg = ACT / Aq
As curvas médias e marginais podem ser derivadas das (1)
curvas totais.

(1)

(2)

(2)

A curva de Custo Médio, (2), corresponde às inclina-


ções das retas que, partindo da origem, cruzam a curva de
Custo Total (1) em cada um de seus pontos. À medida que
aumenta a produção maior influência obtém da curva de
A curva de Custo Fixo Médio, (2), corresponde às incli- custo variável.
nações das retas que, partindo da origem, cruzam a curva
de Custo Fixo (1) em cada um de seus pontos. Como o Custo (2)
Fixo é constante, qualquer que seja a quantidade produzida,
ele tende somente a diminuir à medida que aumenta essa
quantidade.

(1
)

A curva de Custo Marginal (2) corresponde aos pontos


representativos das inclinações da curva de Custo Total (1).

(2)

o gráfico acima reúne as curvas de Custo Fixo Médio,


Custo Variável Médio, Custo Médio e Custo Marginal.

Obs.: as curvas CTMe e CVMe diminuem a distância entre


elas, cada vez mais à direita.

A curva CMg corta as curvas CVMe e CTMe em seus


pontos mínimos.
A curva de Custo Variável Médio, (2), corresponde às Observe-se principalmente duas coisas:
<C inclinações das retas que, partindo da origem, cruzam a curva - A curva de Custo Total Médio representa o somatório
~ de Custo Variável (1) em cada um de seus pontos. Observe-se do Custo Variável Médio e do Custo Fixo Médio. A dis-
O que a curva média tem a forma de U, pois o custo variável tância entre as curvas de Custo Total Médio e Custo
2 médio, no início, cai para em seguida aumentar, em virtude
: Variável Médio diminuem à medida que aumenta o
o da lei dos rendimentos decrescentes. nível de produção, pois é cada vez menor o custo Fixo
U
Médio.
Lo.
I

84

~
~
- A curva de Custo Marginal corta as curvas de Custo demais firmas, o que torna o comprador indiferente a
Variável Médio e de Custo Médio em seus pontos adquirir o bem em qualquer uma delas.
mínimos. Isso ocorre em razão da relação entre os - É livre a entrada de firmas no mercado, não havendo
conceitos médios e marginais: quando uma variável barreiras artificiais, como restrições legais, patentes,
média aumenta, a variável marginal é maior do que licenças etc. a esse ingresso. A empresa também pode
ela; e quando uma variável média diminui, a variável abandonar o mercado quando julgar conveniente.
marginal é menor do que ela. - Há plena informação no mercado quanto aos preços
praticados por todas as firmas.
Funções Custo Inversa e Indireta
A função Custo relaciona as diversas quantidades pro-
duzidas de um bem com o respectivo custo, total, médio Construção da Curva de Receita da Firma em
ou marginal. Essa função é direta, pois o custo é função Concorrência Perfeita
da produção. Podemos também indagar a respeito de qual
é o nível de produção associado a determinado custo de O quadro a seguir apresenta números correspondentes a
produção. Nesse caso, o nível de produção seria função do receitas auferidas por uma firma em concorrência perfeita:
custo e a função considerada inversa.
Pode-se também dizer que a firma, dado certo montante
de custo, reúne fatores de produção e, dadas as suas remu- Quantidade Preço da Receita Receita Receita
nerações e o preço do produto no mercado, gera um produto
Produzida unidade Total Média Marginal
que tem determinado custo. A relação entre a quantidade
de fatores e o respectivo custo final é denominada função 1 10 10 10 10
de custo indireta.
2 10 20 10 10

ESTRUTURAS DE MERCADO: 3 10 30 10 10
CONCORRÊNCIA PERFEITA, MONOPÓLIO, 4 10 40 10 10
CONCORRÊNCIA MONOPOLlSTA E
5 10 50 10 10
OLlGOPÓLlO. O SIGNIFICADO ECONÔMICO
DE LUCRO ZERO. MODELOS DE COURNOT, 6 10 60 10 10
BERTRAND E STACKELBERG. MERCADO DE
7 10 70 10 10
FATORES DE PRODUÇÃO
8 10 80 10 10

Qual o nível de produção que a empresa decide atingir?


A resposta está no nível de produção que permite à empresa Observe-se que, dado o preço constante, este e as Recei-
obter o máximo lucro possível. Vamos agora ver como se tas Média e Marginal são iguais. A seguir, tem-se os gráficos
determina esse nível, o qual depende do tipo de mercado representativos das receitas Média e Marginal (à esquerda)
em que ela se situa. A teoria econômica simplificadamente e da Receita Total (à direita). A Receita Marginal é derivada
classifica os mercados em quatro tipos: da inclinação da curva de Receita Total.
- Concorrência Perfeita;
- Monopólio;
Rme,
- Concorrência Monopolística; RMg
- Oligopólio. ~-----
A Concorrência Perfeita

São as seguintes as características desse mercado:


01...-------.
q/t qlt
- O número de produtores e de compradores é sufi-
cientemente grande para que nenhum deles tenha
qualquer poder sobre o seu preço, que é determinado
Determinação da Produção que Maximiza os Lucros
pelo mercado. Diz-se que tanto as firmas como os
consumidores são tomadores de preço.
Vamos agora determinar o nível de produção em que a
firma obtém o seu lucro máximo. Vejamos o gráfico a seguir:
p p
CT
Pj _~o P1 RT

O q/t O q/t

Os gráficos acima mostram, à esquerda, o mercado de


determinado produto, com o preço fixado em Pl' e à direita
a curva de demanda pelo produto de uma firma em con-
corrência perfeita. Observe-se que a firma pode produzir
qualquer quantidade do produto, mas deve aceitar o seu
preço de mercado. Considerando o Lucro Total como a diferença entre a
- O produto é homogêneo, isto é, cada firma produz um Receita Total e o Custo Total, o lucro máximo se dá ao nível
bem que não se diferencia dos que são oferecidos pelas de produção em que é máxima a distância entre essas curvas.

85

~
~
Agora ocorre algo interessante. Como os lucros normais
da firma já estariam incluídos na curva dos Custos Totais,
os lucros representados pelo retângulo são considerados
extraordinários, acima do normal. Nesse caso, o mercado
será atraído por novas empresas, beneficiadas pela ausência
de barreiras à sua entrada. A conseq uência será o aumento
da oferta do produto (gráfico 1), que resultará em queda no
preço de mercado (p,). Essa queda no preço, se chegar a P2
(gráfico 2), eliminará os lucros extraordinários das firmas.

Em termos geométricos, sabe-se que é maior a distância


entre duas curvas onde as suas inclinações forem iguais.
Então, o lucro será máximo quando a inclinação da curva de
Receita Total (a Receita Marginal) for igual à inclinação da
curva de Custo Total (o Custo Marginal).

Em termos algébricos, tem-se que:

Lucro Total = Receita Total- Custo Total


LT= RT-CT

(1
 )
(2)
o Lucro Total é máximo, quando sua derivada é igual a
zero:
d (LT) / dq = d (RT) / dq - d (CT) / dq
d (LT) / dq = O r então d (RT) / dq - d (CT) / dq = O.
Donde d (RT) / dq = d (CT) / dq, ou seja,
=
Receita Marginal Custo Marginal
O que acontecerá no mercado se o preço cair abaixo
Mas, em concorrência perfeita, o preço é igual à Receita do nível do Custo Médio? A resposta depende da relação
Marginal: entre esse preço e o Custo Variável Médio. Vamos racioci-
nar. Enquanto a firma produz, ela incorre em custos fixos e
RT = p.q em custos variáveis. Se a firma suspende a sua produção,
d (RT) / dq -= p somente incorre nos custos fixos e não tem custos variáveis,
ou seja, não produzir significa não ter receita e ter uma perda
Pode-se, então, concluir que o máximo lucro se dá no igual aos custos fixos. Se o preço de mercado, no entanto, for
ponto em que o preço é igual ao Custo Marginal. superior ao custo variável médio, o preço cobriria esse custo
Outra maneira de se ver o lucro máximo de uma firma e ainda uma parte dos custos fixos médios. Então, valeria a
em pena continuar a produzir enquanto o preço superar o custo
variável médio, pois é melhor arcar com parte do custo fixo
do que arcar com todo ele. A firma somente suspenderá a
produção se o preço for inferior ao custo variável.

Concorrência Perfeita é através do gráfico abaixo.

O lucro máximo se dá ao nível de produção em que o


preço (Pl) se iguala ao Custo Marginal. Essa produção é igual
a ql. O lucro total é igual à Receita Média, vezes a quanti-
dade, que pode ser representada pela área do retângulo

O
U
LI.I Questão comentada

=
Considere a função de Custo Total CT 1 + 2q + 3q'. Ao preço
de mercado igual a 20, calcule:
86 a) a quantidade produzida que maximiza os lucros da firma;
b] qual o valor desse lucro?

c(
s Comentário:
a) a condição de maximização do lucro é que Cmg = p;
Cmg = 2 + 6q; então, 2 + 6q = 20; 6q = 18; donde q = 3.
o
z =
b) lucro total= RT - CT;;: 20q - (1 + 2q + 3q2) 20 . 3-
( No gráfico acima, observe o preço P3' Ele está abaixo do
1 CMe, mas acima do CVMe. A firma deve produzir nesse pon-
to. Agora, se o preço cair para P4' fica indiferente continuar a
+ produzir ou não; e abaixo de P4 ela certamente suspenderá
a produção.
2
Curva de Oferta da Firma e da Indústria de Curto
. e Longo Prazos

3 Enquanto o preço de mercado for superior ao custo va-


riável médio, a firma deve preferir continuar a produzir do
+ que suspender a produção. Isso porque se a produção for

3
2

=
2
6
.
suspensa, ela arcará com os custos fixos. E se ela continuar I Princípio de lechatelier. Uma firma está sujeita a varia-
a produzir, o preço cobrirá os custos variáveis e ainda pagará ções nos preços dos bens que produz e das remunerações
parte dos custos fixos. dos fatores de produção. Com isso, ela altera os níveis de
Define-se, assim, a curva de oferta de curto prazo como produção que lhe proporcionam a maximização dos lucros.
110 ramo ascendente da curva de custo marginal que está A resposta da firma a essas alterações dá-se no curto e no lon-
localizado acima da curva de custo variável médio". go prazo, conforme a maior ou menor elasticidade-produto
Enquanto isso, a oferta de longo prazo para a firma é dos recursos de que dispõe. Uma firma normalmente res-
quanto ela irá produzir otimamente quando lhe for permitido ponde mais efetivamente a essas alterações no longo prazo,
ajustar o tamanho da unidade produtiva, isto é, ajustar os dada a fixidez de certos recursos no curto prazo. Ou seja, no
fatores que forem fixos no curto prazo. Como já vimos, no longo prazo é maior a elasticidade-produto dos recursos de
longo prazo todos os fatores são variáveis. Quando o preço do que dispõe a firma.
produto da firma varia, a firma tem mais tempo no longo prazo
para se ajustar. Isso significa que a curva de oferta de longo Estruturas de Mercado: Concorrência Imperfeita
prazo é mais elástica do que a curva de oferta de curto prazo. (Monopólio, Concorrência Monopolista e
Oligopólio). Modelos de Cournot, Bertrand e
curto prazo
/ longo prazo
Stackelberg. Mercado de Fatores de Produção

A Concorrência Imperfeita é constituída pelos outros três


tipos de mercado já anunciados.

o Monopólio
São as seguintes as características desse mercado:
q - Somente uma firma vende um determinado produto,
que não tem bons substitutos;
- Existem barreiras para a entrada de novas firmas na
No longo prazo, como a firma decide se continua ou não indústria.
nos negócios? A firma, no longo prazo, não pode ter prejuízo.
Dito de outra forma, os lucros têm que ser ao menos zero. Construção da Curva de Receita da Firma Monopolista

Façamos, então; Lucro> zero. O quadro a seguir apresenta números correspondentes a


RT - CT > zero; receitas auferidas por uma firma em mercado de monopólio:
RT > CT;
RT I q > CT I q; Quantidade Preço da Receita Receita Receita
preço> custo médio. Produzida unidade Total Média Marginal
1 10 10 10 10
Então, a parte relevante da curva de oferta de longo
prazo é "a parte crescente da curva de custo marginal que
2 9 18 9 8
se localiza acima da curva de custo médio de longo prazo". 3 8 24 8 6
O mercado de concorrência perfeita é considerado o mais 4 7 28 7 4
vantajoso, pelos seguintes motivos: 5 6 30 6 2
- O sistema reage mais rapidamente às alterações
6 5 30 5 -
ocorridas nas necessidades dos consumidores e nos
níveis de custo; 7 4 28 4 -2
- São minimizados os custos de produção, pois as 8 3 24 3 -4
firmas procuram vender ao preço de mercado, e os
lucros anormais são eliminados pela entrada de novas Observações com relação aos números acima:
firmas; - Para vender mais, o monopolista precisa abaixar o
- Há melhor distribuição de renda, pela eliminação dos preço do produto, pois ele se depara com a reação
lucros extraordinários; do consumidor;
- O consumidor paga pelo produto o menor preço A Receita Total, no início, tende a aumentar, atinge
possível. um máximo e depois cai;
A Receita Média é, por definição, igual ao preço do
produto;
Funções Lucro Inversa e Indireta
A Receita Marginal é menor do que o preço.
A função Lucro relaciona as diversas quantidades pro-
duzidas de um bem com o respectivo lucro. Essa função é
direta, pois o lucro é função da produção.
Pode-se também dizer que a firma, dado certo montante
de lucro, possui determinado nível de produção associado
àquele lucro. Nesse caso, o lucro seria função da produção
e a função considerada inversa.
I
Pode-se também dizer que a firma, dado certo montante
de lucro, reúne fatores de produção e, dadas as suas remu-
nerações e o preço do produto no mercado, gera um produto
e correspondente lucro. A relação entre a quantidade de
fatores e o respectivo lucro final é denominada função de
lucro indireta. O gráfico acima mostra a curva de Receita Total (RT) do
monopolista, que no início cresce e logo depois tende a cair.
[
87

,..
Justificativas do Monopólio
:".
: \'
\ Muitas pessoas são contra a existência de monopólios,
\
\ pois têm uma ideia de que eles são sempre nocivos ao impe-
\ direm a concorrência. Mas não é bem assim. São as seguintes
\
\ as justificativas de um monopólio:
\ - Existem atividades que, pelo volume exigido de inves-
timentos e o início da lucratividade iniciar-se somente
a partir de determinado nível de produção, o mercado
não comportar mais de um produtor. Considere-se
RMg
o gráfico seguinte, que mostra as curvas de Custo e
corta a metade da distância Receitas Totais de um empreendimento.
entre O eRMe

o gráfico anterior apresenta as curvas de Receita Média $


e Marginal do monopolista; a curva de Receita Média é a
própria curva de demanda do mercado pelo produto.
Pode-se ver no gráfico anterior que a curva da Receita
Marginal corta o eixo horizontal antes da curva de Receita
Média e se torna negativa. Em que ponto a Rmg corta esse
eixo?
Vamos considerar que a curva da Receita Média seja
=
representada pela função p a - bq, sendo p o preço e q a
quantidade do bem. Nesse caso, ao preço p = O, q = a/b, ou ()

seja, a curva corta o eixo horizontal quando a quantidade é


igual a a/b.
o retorno positivo inicia-se somente a partir da produção
igual a q2. Se a produção for repartida entre empresas, de
Qual seria a função representativa da Receita Marginal?
modo que cada uma produza menos do que q2' nenhuma
Dado o preço do produto, RT = pq; então, delas terá lucro positivo. O monopólio é justificado para se
RT = pq = aq - bq2 evitar o prejuízo e deve ser garantido pelo Governo por uma
Rmg = d (RT) / dq = a - 2bq (essa é a função). concessão. Há exemplos reais nas atividades de empresas
Então, quando Rmg = 0, a = 2bq, e q = a/2b. telefônicas, de abastecimento de água, eletricidade e gás
A curva da Rmg corta o eixo horizontal quando a quanti- natural.
dade é igual a a/2b, ou seja, no ponto que fica na metade da - As patentes concedem a seus detentores um poder no
distância entre a origem e o ponto onde a curva da Receita mercado para recompensar e estimular as invenções
Média corta o mesmo eixo. e inovações. São exemplos as patentes concedidas a
Eastman na fotografia, Edison na lâmpada, Ball nos
Relação entre a Receita Marginal e a telefones, IBM nos computadores e Xerox nas foto-
Elasticidade-Preço da Procura cópias.
- Ocorrem monopólios quando determinadasempre-
Por definição, RT'" pq sas controlam as fontes de matérias primas, como o
~RT '" p~q + q~p + ~q ~p petróleo nos países árabes, os diamantes na África
do
Eliminamos ~q ~p por ser insignificante, e dividimos
Sul, a empresa norte-americana ALCOA, produtora
ambos os termos por Aq:
de
~RT / ~q = (p~q) / ~q + (q~p) / ~q p + q~p /~q= alumínio, que controlava as minas de bauxita.
- Certos setores exigem recursos mais vultosos para
Fazemos ~RT/ ~q '" Rmg, e multiplicamos e dividimos o ingresso de novas empresas.
segundo fator da soma por p: - Certos setores exigem criação de rede de distribui-
=
Rmg p + p (q~p / p~q) dores exclusivos, como no caso de automóveis.
- O talento de um grande empreendedor é um fator
A expressão (qóp / p~q) é o inverso da elasticidade-pre- que pode limitar a ação de outros empresários em
ço; então, um setor da economia.
Rmg = p + p (lí E) = p ( 1 + 1 í Ed)
Determinação da Produção que Maximiza os Lucros
Como Ed é negativo, fazemo-Io positivo e trocamo-lhe
O ponto de equilíbrio do monopolista, que é o nível de
o sinal: produção correspondente ao máximo lucro, pode ser visto
de dois modos.

Assim, tem-se: $
- quando Ed> 1, Rmg > O
- quando Ed = 1, Rmg = °
c(
- quando Ed < 1, Rmg < °
~ o monopolista produz na faixa elástica da curva de
o
procura, onde a Receita Marginal é positiva.
z
O
U

LoI

8
8
No gráfico anterior, temos o lucro máximo representado • RT= pq
pela distância entre as curvas de Receita e Custo Totais. lI.RT = pll.q + qll.p + lI.q lI.p
A produção do monopolista é igual a ql lI.RT/ lI.q = pll.q /lI.q + qll.p IlI.q = p + qll.p IlI.q
Donde Rmg = p + qll.p /lI.q
Como p e q variam em sentido inverso, tem-se que (lI.p
IlI.q) < O
Então, p > Rmg.

Problemas Apresentados pelos Mercados Monopolistas

- A existência de lucros extraordinários, mesmo no lon-


go prazo, faz com que o preço seja maior e a produção
menor do que no mercado de concorrência perfeita.
- Como o preço é maior, a produção é efetivada a um
nível em que o custo médio é maior do que o mínimo,
Nesse outro gráfico, o mesmo lucro é visto a partir da igual- ou seja, não é o mais eficiente.
dade entre a Receita Marginal e o Custo Marginal. Ao nível
de produção ql a curva crescente do Custo Marginal corta a
curva decrescente da Receita Marginal. Nesse nível, o preço,
ou Receita Média, é PI. Os lucros extraordinários equivalem
à área do retângulo formado pela diferença entre a Receita
Média e o Custo Médio, e a quantidade produzida (P1 ASC).

Questão comentada

Seja um monopolista com a função Custo Total 50 + q2, e a


=
demanda p (q) 40 - q. Calcular o preço e a quantidade de
equilíbrio de mercado e o lucro total da empresa.

Comentário:
O gráfico anterior mostra que, no monopólio, o preço
A condição de máximo lucro é Cmg == Rmg. O custo mar-
ginal, Cmg, é a derivada do Custo Total (CT): 2q. A receita
é maior e a produção é menor do que a do mercado de
marginal, Rmg, é a derivada da Receita Total (RT), que é o
concorrência perfeita.
- Como os lucros são acima do normal, a distribuição de
preço multiplicado pela quantidade: (40 -q) q = 40q _ q'.
renda é mais desigual.
Daí que Rmg = 40 - 2q. Igualando, tem-se Cmg == Rmg,
ou seja, 2q = 40 - 2q; donde q = 10. Se q = 10, o preço é Tipos de Controle dos Monopólios
40 - 10 == 30. A Receita Total é p . q = 30 . 10 == 300. O Custo
=
Total é 50 + q2 50 + 102 == 150. Donde o Lucro Total é - Preço Máximo
=
RT - CT == 300 - 150 150." O Governo pode determinar que o monopolista aplique
um preço máximo ao seu produto.
Poder de Monopólio (mark-up)

o poder de um monopólio pode ser representado pelo


excesso do preço em relação ao seu custo marginal. Esse
poder, ou o "rnark-up" do rnonopolista, é calculado a partir
da expressão Rmg = p (1- (1 / Ed)). Como Rmg == Cmg, faz-se
Cmg = p (1- (1/ Ed)). Então, p/ Cmg = 1/ (1-(1 / Ed)). Assim,
quanto menor a elasticidade, maior o rnark-up, ou o poder
de monopólio, e vice-versa.
Enquanto isso, o índice de Lerner é igual a (p - Cmg) / p. RMg
Substituindo Cmg pela expressão acima Cmg = p (1- (li E)),
chega-se ao índice, que é igual a 1 I Ed'
No gráfico acima, em monopólio o preço de mercado
Se uma empresa conhece a elasticidade-preço da
seria P1 e a quantidade produzida ql' Com a fixação do preço
demanda pelo seu produto e o seu custo marginal, pode
máximo em P" a maximização de lucro dar-se-à quando
determinar o preço a ser cobrado, utilizando a expressão do
esse preço for igual ao custo marginal (A), isto é, ao nível
mark-up. Por exemplo, se a elasticidade-preço da demanda
maior de produção qz'
for igual a 2 e o custo marginal $5 por unidade, calcular o
- Um imposto unitário sobre a produção: é a aplicação
preço a ser cobrado pelo monopolista.
de um tributo específico, ou fixo, sobre cada
Crng = p (1- (1 I Ed)); 5 = P (1- (1 I 2)); donde p = $10. unidade
vendida. Trata-se de um custo variável, pois quanto
Atente-se para o fato de que esses lucros extraordinários maior a produção, maior o montante do imposto a ser
permanecem no longo prazo, pois em virtude das barreiras recolhido. O preço aumenta e a quantidade
normalmente encontradas nesse tipo de mercado é impedida produzida
a entrada de novas empresas, ao contrário do que ocorre em diminui, diminuindo os lucros da empresa, em razão
concorrência perfeita. de queda na receita total e aumento dos custos
«
O gráfico mostra também que ao nível de produção de totais.
- Um imposto global: é a aplicação de um imposto fixo
~
máximo lucro O preço é maior do que o Custo Marginal. Essa O
é outra característica do monopólio, demonstrada a seguir: sobre os lucros do monopolista, que seria, portanto, z
O
um custo fixo, independente da produção. Como o u
custo marginal não se altera, pois não há alteração .....
nos custos variáveis; as quantidades produzidas e o
preço são os mesmos e os lucros totais diminuem.

89
A Discriminação de Preços As seguintes expressões completam corretamente o
texto, respectivamente:
Denomina-se discriminação de preços a venda de dife- a) concorrência perfeita; afetam; total; elástica; a infinito.
rentes unidades do produto a preços diferentes. Existem b) monopólio; não afetam; marginal; elástica; a infinito.
três tipos de discriminação de preços: de primeiro grau, de c) concorrência perfeita; não afetam; total; inelástica;
segundo grau e de terceiro grau. a infinito.
A discriminação de preços de primeiro grau é aquela d) concorrência perfeita; não afetam; total; elástica; a
em que o monopolista consegue vender unidades diferentes zero.
do produto a preços diferentes, e esses preços podem ser e) concorrência perfeita; não afetam; marginal; elástica;
diferentes de pessoa para pessoa; é também conhecido a infinito.
como discriminação perfeita de preços. Suponha-se que um
vendedor de um produto, mesmo tendo várias unidades para Gabarito: e
vender, só ofereça a primeira ao preço máximo que o merca-
do poderia absorver. Se a função demanda correspondente Comentário:
for, por exemplo, p = 20 - q, a primeira unidade seria vendida A demanda, ou preço, em concorrência perfeita, é re-
presenta por uma linha horizontal, pois a firma é toma-
por $ 19; depois, poderia oferecer a segunda unidade por s dora de preço perante o mercado como um todo e suas
18; a terceira por $ 17; a quarta por $ 16, e assim por dian-
ações não afetam esse mercado; como o preço é dado,
te. As quatro unidades seriam, portanto, vendidas, em seu
o preço é igual à receita marginal; e como a quantidade
conjunto, por 19 + 18 + 17 + 16 = $ 70, e não por $ 64, que
demandada pode variar para mais ou para menos dado
seria o caso se vendesse as quatro unidades juntas. Nesse
esse preço, a elasticidade é infinita.
caso, o excedente do consumidor é nulo.
Desse modo, observa-se que a receita marginal do mo- A Concorrência Monopolística
nopolista, em cada transação, é igual ao preço do produto
e o custo marginal iguala-se ao preço no ponto de maximi- As características do mercado
zação de lucros e o monopolista opera de modo eficiente. - Há muitos vendedores de um produto que possui
O efeito adverso é que a distribuição de renda da economia certa diferenciação, conforme a empresa, ou pelo
é afetada pela apropriação do excedente do consumidor menos o consumidor assim considera.
pelo monopolista. Apesar de diferenciado, o produto possui bons subs-
A discriminação de preços de segundo grau ocorre titutos.
quando o monopolista cobra preços diferentes de cada A entrada e a saída de firmas, no mercado, é livre.
consumidor, conforme a quantidade adquirida do produto. A diferenciação exige que o mercado esteja voltado
Exemplos estão nos descontos proporcionados por empresas para a utilização de propaganda.
a determinados clientes e as diferentes tarifas cobradas por
empresas prestadoras de serviços públicos a faixas diferentes São exemplos de firmas desse mercado as de prestação
de consumidores. de serviços, como as barbearias e cabeleireiros, oficinas,
A discriminação de preços de terceiro grau ocorre limpeza e conservação, postos de abastecimento de com-
quando o monopolista cobra preços diferentes de cada bustiveis, serviços bancários etc., bem como as diversas
grupo de consumidores, em mercados diferentes, em marcas de produtos, como os alimentos, os de limpeza,
razão de elasticidades-preço diferentes em cada mercado. medicamentos, lojas de roupas etc.
Costuma-se citar os aposentados e os estudantes como
A Curva de Procura pelo Produto
exemplos de grupos onde se verificam esse tipo de discrimi-
nação de preços, isto é, certos produtos Ihes são oferecidos
É considerada inclinada para a direita, pois o ofertante,
a preços mais baixos, em razão de supostamente terem
ao procurar fixar um preço, defronta-se com a correspon-
elasticidades-preço maiores.
dente reação do consumidor. Mas a curva é mais elástica
EXERCíCIOS do que a do monopólio, já que nesse mercado qualquer
variação no preço tende a provocar variações mais do que
proporcionais na quantidade procurada, justamente pela
1. (Economista do Ministério do Trabalho e Emprego, 2008)
existência de bons substitutos.
Julgue o item a seguir.
Uma variação no preço, entre Pi e P2' resulta em variação
- O fato de as companhias aéreas cobrarem mais ba-

p.
mais do que proporcional na quantidade, entre ql e q2'
rato pelas passagens reservadas com antecedência
exernplifíca a hipótese de discriminação de preço, já
que é razoável supor que, nesse mercado, a deman- I

da é mais preço-elástica, quando comparada com a


daqueles que precisam viajar em cima da hora. I
Pi ~-=~i __
Resposta: C P, ~--~----_.-::::::-::~------_ RM
l... :J.. __________________ ~
2. (Analista de Planejamento e Orçamento do MPOG!
2003) Considere o seguinte texto (extraído do livro Mi-
croeconomia, de C.E. Ferguson, Ed. Forense): "Ademan-
O ~ ~ *
da para um produtor em um mercado de ........................... . A Curva de Receita Total
é uma linha horizontal ao nível do preço de equilíbrio
do mercado. As decisões do vendedor quanto ao seu
« Já que, para vender mais, o ofertante necessita diminuir
nível de produção ............................. o preço de merca-
~ do. Nesse caso, as curvas de demanda e de receita
o preço do seu bem, a receita total comporta-se do mesmo
o modo que no monopólio: nas primeiras unidades ela cresce
z ................... são idênticas; a demanda é perfeitamente
o
U
até atingir um máximo, e depois vai decrescendo à medida
.................... e o coeficiente de elasticidade-preço tende
que os preços vão caindo.
\1.1 "

90
~
~
A curva de Receita Total (RT) apresenta crescimento nas RT,CT
primeiras unidades vendidas, para depois decrescer.

Efeitos do Mercado de Concorrência Monopolística


q/t
- Em comparação com o mercado de concorrência
A Maximização do lucro da Firma perfeita, a produção é menor, o que acarreta preços
maiores.
Dadas as curvas de Receita Total, descrita acima, e a de
CT
Custo Total, descrita anteriormente, a produção de máximo RT
lucro será aquela resultante da maior diferença entre elas.
Ao nível de produção ql' é máxima a distância entre
as curvas de Receita Total (RT) e Custo Total (CT), atestado
pelo fato de que são iguais as suas inclinações nesse ponto.
O lucro total é igual a AB.

O gráfico compara a produção em concorrência


monopolística (q) com a produção em concorrência
perfeita [q.],
O mesmo lucro pode ser visto pelas curvas marginais. No longo prazo, com a entrada de novas firmas, os lu-
Ao nível de produção ql' a receita marginal (RMg) iguala-se cros são normais.
ao custo marginal (CMg) e o lucro total é equivalente à área As firmas não atuam em seu nível ótimo de produção,
do retângulo abcd. ou seja, ao custo médio mínimo, pois nesse nível os
lucros não são máximos. Há, portanto, uma capacida-
de de produção acima do produto efetivo.

Ao nível de produção ql' a firma está produzindo acima


do ponto correspondente a seu custo mínimo, cuja produção
seria em q2'

Observações Sobre o lucro


O lucro total, dado pela distância AB ou pelo retângulo
abcd, é considerado extraordinário, acima do normal,
em razão de o lucro normal já estar incluído nas curvas
de custo.
O preço fixado para o produto de cada empresa pode
No ponto de maximização do lucro, o preço é maior do
ser diferente nesse mercado, pelo fato de o produto que o custo marginal, o que significa que a produção
ser diferenciado. está aquém do ponto de maior bem-estar social, ou
- O lucro extraordinário não se mantém no longo prazo, abaixo do nível ótimo de Pareto.
já que não há barreiras à entrada de novas firmas, - Existe desperdício de recursos, pois as firmas fazem
as quais serão atraídas pelos lucros. modificações insignificantes nos produtos tendo em
vista sua diferenciação, aumentando os custos e as
Com a entrada de novas firmas, a queda no preço fará despesas com propaganda.
diminuir a receita total, diminuindo os lucros extraordinários Os consumidores têm diversos tipos de produto à sua
até sua eliminação. escolha, o que é favorável, mas por outro lado acabam
Ao nível de produção ql. permanece somente o lucro preferindo e diversas vezes pagando mais caro por
normal. vantagens aparentes.

91
OOligopólio Oligopólio não Conivente e não Organizado
A ação independente das firmas pode levar à guerra de
As Características do Mercado preços. Para qualquer decisão, tem-se que levar em conside-
O número de empresas produtoras é relativamente ração a reação das demais firmas. Se uma firma aumentar o
pequeno, de tal modo que as atividades de cada uma preço e as demais não, diminuirá vendas e perderá mercado.
delas repercutem na das demais e provoca reações Se abaixar preços e as demais não, poderá ganhar, mas se
antecipadas e postecipadas nestas. outras também abaixarem, ganhará menos mercado.
Os produtos podem ser mais ou menos diferenciados, A "curva quebrada" representa os riscos envolvidos em
embora sejam considerados bons substitutos, pois a uma ação independente da firma, e explica a rigidez dos
diferenciação pode ser apenas subjetiva. Nesse caso, preços desse mercado.
o oligopólio é classificado em oligopólio puro ou
diferenciado. p
Cada empresa é beneficiada pela existência de eco-
nomias de escala, a qual exige considerável volume
de investimentos, que por sua vez é um fator de
dificuldade na entrada de novas firmas.

A Curva de Procura pelo Produto


A dificuldade de se prever a reação das demais firmas
diante da iniciativa de uma delas não permite conhecer-se ptq
com exatidão as quantidades procuradas pelo consumidor
diante de variações no preço do produto. Assim, se uma Como qualquer variação no preço de uma firma pode
firma varia o preço, a quantidade demandada pode subir resultar em perda de participação nas vendas, o mercado
ou descer, dependendo do que farão outras firmas diante também se caracteriza por certa rigidez nos preços.
daquela variação inicial.
A Maximização do Lucro da Firma
Tipos de Oligopólio
Os ollgopólios podem ser classificados em: conivente e RT, CT
organizado; conivente e não organizado; e em não conivente
e não organizado.

Oligopólio Conivente e Organizado


Consiste nos cartéis, definidos como organizações de pro-
dutores dentro de uma indústria, com o objetivo de diminuir
a concorrência predatória entre eles. Os cartéis podem ser
mais ou menos centralizados, conforme as empresas trans-
ferirem mais ou menos suas decisões para uma associação plt
central. Uma associação pode, por exemplo, decidir reduzir
a produção de seus membros para aumentar artificialmente
os preços de mercado, como vez por outra agem os membros O gráfico mostra o lucro máximo na maior diferença en-
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo -OPEP. tre as curvas de Receita Total (feita a partir da "curva quebra-
Nesse caso, esse mercado passa a constituir um verdadeiro dali) e a curva usual de Custo Total, ao nível de produção q"
monopólio, sendo explicado por essa teoria. O lucro do ollgopolista deve ser mantido no longo prazo,
em virtude da dificuldade da entrada de novas empresas
no mercado.
Olígopólio Conivente e não Organizado (Liderança de
Preço)
A Competição entre as Firmas do Oligopólio
São realizados acordos informais entre as empresas, de
Tendo em vista que cada firma reluta em invadir o mer-
modo a serem estabelecidas tacitamente níveis de preços e
cado alheio por reduções de preço, evitando as reações im-
produção. Se uma firma consegue, por exemplo, níveis de
previsíveis da rivais, são utilizados os seguintes instrumentos
custos mais baixos, os seus preços serão menores e ditarão,
de competição:
necessariamente, os preços das demais.
- propaganda: para poder aumentar os preços e
A empresa 1 possui custos maiores do que a empresa aumentar as vendas é preciso diminuir a elastici-
2. Esta maximiza lucros ao nível de produção q" fixando o dade-preço da procura, e é utilizada a publicidade
preço de mercado em P" que a empresa 1 tem de aceitar, para conquistar clientes fiéis. Tal medida aumenta
embora não seja o que lhe propiciaria os lucros máximos. os custos, mas possibilita alcançar-se aumento maior
nas receitas.
- diferenciação no produto: as inovações e os aper-
feiçoamentos constantes auxiliam na conquista e na
preservações de clientes.

Exercício:

(Economista do Ministério do Trabalho e Emprego/2008)


Julgue o item a seguir.
<C ( ) Na indústria automobilística, o fato de que somente as
~ grandes empresas conseguem utilizar de forma eficiente
o os robôs e equipamentos exigidos para a produção de
z veículos contribui para a oligopolização desse setor.
O
u
w Resposta: C

9
2

Efeitos do Mercado Oligopolista total de 105. Observe-se, portanto, que o oligopólio pode
- Sobre a produção e o preço - a produção é menor e o produzir mais do que o monopólio e a um preço menor ao
preço é maior do que em concorrência perfeita, como consumidor.
ocorre em qualquer mercado que não seja este. Como se observa, cada empresa vai procurar adaptar
Sobre os custos de produção - como a produção é suas decisões de acordo com as da outra empresa, a fim de
menor do que poderia ser, ela se dá em um nível em maximizar seus ganhos. Trata-se de um equilíbrio de NAS H,
que o custo médio é maior. definido como a melhor decisão a ser tomada por uma firma
Sobre a distribuição da renda - é pior, devido à exis- a partir do que tiverem decidido as demais.
tência de lucros extraordinários.
Sobre a satisfação do consumidor - a existência de Modelos Especiais de Oligopólio
lucros extraordinários indica que o consumidor de-
sejaria uma produção maior e um preço menor. Por o estudo do mercado oligopolístico incorpora alguns
outro lado, a alocação de parte desses lucros para modelos teóricos, o de Cournot, Stackelberg, Bertrand e
pesquisas, permitem as inovações, que resultam em liderança-preço. Vamos a eles:
produtos mais aperfeiçoados. O modelo de Cournot é devido ao francês Augustin
Cournot. Premissas básicas: é um duopólio (mercado de
Em comparação com o monopólio, o mercado oligopo- duas empresas); a mercadoria é homogênea; e cada empresa
lístico possui a vantagem de, ao incorporar mais empresas, decide produzir de acordo com a decisão de produção da
minorar a concentração de renda. Enquanto isso, possui a concorrente, que considera dada.
desvantagem de exigir que cada uma das firmas do mercado Considere-se que o produto seja água, obtida de uma
alcance, para ser viável, determinado nível de economia de fonte natural, e que o custo marginal de produção (CMg) seja
escala, enquanto que o monopólio exige que apenas uma nulo para ambas as firmas. Seja a função procura p = 100 - q.
empresa atinja esse nível. Nesse caso, tem-se o comportamento inicial da firma 1:
- receita total (RT) = pq = 100q - q2.
Uma Comparação entre a Concorrência Perfeita, o Mo- - receita marginal (RMg) = 100 - 2q.
nopólio e o Oligopólio - máximo lucro: RMg = CMg; RMg = O; 100 - 2q = O;
Vamos supor que duas empresas, A e B, explorem dois q = 50.
- P = 100 - 2q = 100 - 50 = 50
poços de água potável a um custo marginal zero. A função
procura é p = 10 - 1/5q. Eis a tabela com preços e quanti-
A firma 1 vai produzir 50 unidades do produto.
dades do mercado:
p
q P RT
O 10 O
5 9 45
10 8 80
15 7 105
20 6 120 q/t
25 5 125
Com base na
30 4 120
produção da firma 1, de 50, a firma 2 vai
35 3 105 preencher o restante do mercado: (100 - 50) / 2 = 25.
40 2 80
A firma 2 vai produzir 25 unidades do produto.
45 1 45
50 O O p

Cada firma em concorrência perfeita maximiza seu lucro


no ponto em que o preço é igual ao custo marginal. Dado
que CMg = O, tem-se p = O; como p = 10 -1/5 q, tem-se que
10 - 1/5q = O, onde a produção maximizadora de lucros é q
= 50. O lucro é igual à receita total 50 . O = O.
Em monopólio, tem-se o ponto de máximo lucro quan-
do a receita marginal é igual ao custo marginal. Fazendo-se q/t
=
RT p.q = (10 - 1/5 q) . q = 10q - 1/5 q2; daí que RMg =
10 - 2/5 q = O; onde q = 25 e p = 5. O lucro é igual à receita As duas firmas
total 25 . 5 = 125. produzirão 50 + 25 = 75, ao preço de
Consideremos agora um oligopólio formado pelas duas mercado p = 100 -75 = 25.
empresas A e B (um duopólio). Se atuarem de comum acor- Já que a firma 2 produz 25, a firma 1 vai passar a pro-
do, poderão atuar como o monopólio e dividir o mercado duzir ql = (100 - 25) / 2 = 37,S. O preço de mercado será
(q ::: 25), produzindo cada uma 12,5 unidades do produto a p = 100 - (25 + 37,5) = 37,5.
um lucro de 62,5 para cada firma. Não sendo possível o acor- Já que a firma 1 passou a produzir 37,5, a firma 2 vai passar
do, nada impede que uma delas tente avançar produzindo a produzir q, = (100-37,5)/2= 31,25.Já que a firma 2 passou a
mais do que a outra. Suponhamos que a firma A produza 17,5 produzir 31,25, a firma 1 vai passar a produzir q. = (100 -31,25)
unidades, e B, 12,5. Sendo q = 17,5 + 12,5 = 30, o preço será / 2 = 34,38. Já que a firma 1 passou a produzir 34,38, a firma
igual a 4. O lucro de A será 17,5 .4= 70 e o lucro de B será 2 vai passar a produzir q2 = (100 - 34,38) /2= 32,81. E assim ct
12,5 . 4 = 50, num total de 120. por diante. Para onde tenderão as produções das duas firmas? ~
Se a firma B resolver também elevara produção para 17,5, Para esse cálculo, vamos a uma abordagem mais algébrica. O
2:
=
ter-se-á uma produção total q 35 e um preçocorrespondente - função procura: p = a - b (q,+ q,) O
de 3. O lucro de cada uma será igual a 17,5 . 3 = 52,5, num =
- custos marginais: CMg, CMg2 = O U
LU

93
~
~
- receita total da firma 1: RT1: p.q.« €a - b (ql+ q2) . ql Se p '" CMg, 100- (q1+ q) = 4, donde ql+ q2: 96, ql =
: a . ql- b . qt- b. q2' ql q2 = 48.
- receita marginal da firmal: Cada firma terá uma receita total igual a p. ql= 4 . 48 '"
RMg1'" a . 2b . ql - b . q2 192, que será igual ao custo total, resultando em um lucro
- RMg1: CMg1'" O; a . 2b . ql - b . q2: O; total igual a zero.
=(
q1 a - b. q2) 1 Zb
Vantagens da Concorrência Perfeita
Fazendo os mesmos cálculos para a firma 2:
q2: (a - b. ql) 12b
o mercado de concorrência perfeita é considerado o
ideal, não só do ponto de vista econômico, como também no
Essas duas equações representam as curvas de reação social, porque ele assegura uma série de vantagens, que são:
das firmas 1 e 2, respectivamente. Resolvendo, tem-se que - A livre mobilidade de empresas, tanto para entrada
ql= q2= a 13b como para saída, permite uma resposta rápida para
O preço é p : a - b (ql + q2); donde p = a 13 as alterações ocorridas nas necessidades dos consu-
Pode ser demonstrado que, se o custo marginal for midores e nas condições de custo;
diferente de zero, como o valor ç, as quantidades finais ql - Como as firmas são tomadoras de preço, isto é, têm
e q2 serão iguais à expressão (a-c) / 3b e o preço final igual de aceitar o preço determinado no mercado, procuram
a (a + 2c) / 3. minimizar os custos de produção para obter lucros;
- Pelo mesmo motivo acima, os consumidores pagam
Dada a função procura p = 100 - q, tem-se que: pelo produto o menor preço possível;
ql = q, = a / 3b = 100/3 : 33,33. - A entrada e a saída de empresas, no longo prazo, faz
Donde o preço é igual a a 13 = 100 / 3 "33,33 com que desapareçam os lucros puros, ou extraordi-
nários, melhorando a distribuição da renda;
- Como o lucro máximo é obtido pela igualdade do preço
com o custo marginal, os excedentes do consumidor
e do produtor são máximos.

Enquanto isso, a concorrência imperfeita não consegue


obter as vantagens da concorrência perfeita. Eis algumas
dessas desvantagens:
- As barreiras, econômicas ou legais à entrada de novas
firmas, impedem que haja maior agilidade do mercado
às alterações na demanda;
- O maior ou menor poder de mercado permite que
empresas fixem preços ao consumidor;
- O preço é maior do que em concorrência perfeita;
As duas curvas de reação das firmas 1 e 2 determinam - As barreiras à entrada permitem a obtenção de lucros
os níveis de produção de cada uma delas. extraordinários mesmo no longo prazo;
- Ao igualar o custo marginal à receita marginal, no pon-
O modelo de Stackelberg considera que uma das firmas to de máximo lucro, o preço é fixado acima do custo
toma sua decisão de produção antes do que a outra, e por marginal, o que gera ineficiência econômica.
isso acaba tendo mais vantagem do que ela. Seja a função
p = a - b (ql + qJ O Mercado de Fatores de Produção
RT = aql - bq12- bq.q,
A empresa 2 tem a curva de reação q, = ( a - b. ql) / 2b O mercado de fatores refere-se ao mercado da compra de
A empresa 1, por seu turno, fixará a sua produção de insumo e de fatores de produção. Eis algumas características
acordo com a curva de reação da firma 2: desse mercado:
RMg1 = a . 2b . q~ - b . q2 '" ( a . 2b . ql - b) ( a - b. ql) / 2b = O
donde ql: a I 2b. De acordo com a função preço, 1. A demanda derivada dos fatores: a demanda de um
ql = 100 / 2 = 50 fator de produção é derivada, no sentido de que depende
Se a firma 1 produz 50 unidades, a firma 2 produzirá q2 da demanda pelo produto que os fatores geram. Exemplo:
: (a - b. q.) 12b: (100 - 50) / 2 = 25. a demanda por professores de cursos preparatórios para
Observe-se, então, que a firma 1 produzirá o dobro da concursos é derivada da demanda de pessoas por aulas para
firma 1, o que deverá significar o dobro dos lucros. O modelo fazerem os concursos.
enfatíza o fato de que a firma 1 é beneficiada por ter sido
a primeira a fixar sua produção, o que lhe dá vantagem em 2. O lucro da firma com a contratação de um fator: a firma
conquista antecipada do mercado. vai contratar uma unidade adicional de um fator de produção
O modelo de Bertrand realça o aspecto de que as firmas se o valor do aumento de produção propiciado por esse fator
fixam os preços a serem cobrados em vez das quantidades for maior do que o custo dessa unidade de fator, ou se a receita
a serem produzidas. E nesse caso as firmas tendem a fixar marginal do fator for maior do que o custo marginal do fator.
o preço ao nível de custo marginal, tendendo seus lucros a Vamos considerar o fator trabalho, que simplifica nossa aná-
zero, pelo receio de perderem fatias do mercado. lise. Essa condição fica: RMgL > CMgL, sendo RMgL a receita
O preço que cada uma das firmas irá escolher deverá ser marginal do trabalho e CMgL o custo marginal do trabalho.
o mínimo possível, quanto mais homogêneo for o produto. Então, pelas definições, tem-se: RMgL : L'lRT / L'lL e
E se elas escolherem o mesmo preço, cada uma ficará com CMgL'" L'lCT / L'lL, sendo L'lRT a variação na Receita Total, L'lL
metade do mercado. O modelo diz que cada firma será a variação no Custo Total e L'lCT a variação no Custo Total.
s:iE levada a atuar como no mercado de concorrência perfeita, Podemos, ainda, melhorar essa igualdade, fazendo: L'lRT
o igualando o preço ao custo marginal. Seja a função procu- / L'lL = (L'lRT 1 Aq) . (L'lq / L'lL). Isso quer dizer que a receita
z =
ra p 100 -q, sendo q '" (ql+ qJ Desta vez assumiremos um marginal do trabalho é igual à receita marginal, vezes o
o
U custo marginal igual a 4. produto marginal do trabalho.
101

9
4
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~
3. Quantas unidades do insumo a firma vai empregar? I Agora, o salário nominal cai, de w1 para w" e o emprego
Depende dos tipos de mercado em que ela atua. Vamos aumenta.
considera r o mercado de concorrência perfeita na produção
e na compra de insumos; depois, o mercado imperfeito na 5. Uma firma monopolista na produção e concorrente
produção e de concorrência perfeita no de insumos; e final- perfeito no mercado dos fatores.
mente o monopsônio. Se a firma é rnonopolista, a receita marginal é menor
Temos de considerar antes que a firma vai empregar uma do que o preço.
unidade adicional de insumo enquanto a RMgL for maior do
que o CMgl. Mas, como a RMgL depende do produto margi-
nal do trabalho e este é decrescente, a firma vai empregando VPMgL
o recurso até o ponto em que esses valores se igualam:
RMgL = CMgL, ou ( Ó,RT / Llq ) . (Llq / LlL ) = CMgL. RlvIgL
4. Concorrência perfeita na produção e na aquisição de
insumos.
A firma em concorrência perfeita iguala a receita marginal
w
ao preço: RMg = P. Se há concorrência perfeita também no
mercado de insumos significa que o custo da mão de obra,
o salário, é dado e igual a W. A firma é tomadora de preço nesse
mercado e tem de aceitar esse nível de salário. Então, tem-se:

=
( LlRT / Llq ) . (Llq / M ) CMgL;
L
P . PMgL = W; VPMgL = W.
No gráfico acima, a firma monopollsta emprega Ll uni-
A expressão P . PMgL é o valor do produto marginal do dades de trabalho, no ponto em que a receita marginal do
trabalho ( VPMgL ), que é igual ao salário W.
trabalho (RMgL) é igual ao salário W. Duas observações: 1.
no nível de emprego Ll o valor do produto marginal é maior
VPMgL
t do que o salário; 2. o emprego Li é menor do que o emprego
em concorrência perfeita (L,).
w
6. O rnonopolista é o único empregador do recurso
(monopsônio).
I Denomina-se monopsônio a situação de mercado em que
uma firma é a única empregadora de determinado recurso.
L, L
Como exemplo, podemos citar uma empresa produtora de
energia elétrica que é a única contratadora de engenheiros
No gráfico acima, a firma emprega Ll unidades de tra-
balho, no ponto em que o valor do produto marginal do elétricos. Nesse caso, a firma defronta-se com a própria curva
trabalho (VPMgL) é igual ao salário W. Para que o emprego de oferta do insumo. Isso significa que para poder contar
cresça, é necessário que: cresça a produtividade do trabalho; com mais trabalhadores a firma terá de oferecer maiores
diminua o salário; aumente o preço. salários nominais.

VPMgL2
VPMgL

Rl'vlgL
w

No gráfico acima, o aumento de produtividade ou o


aumento de preço deslocam a reta VPMgL para a direita e L, L
o emprego aumenta.

VPMgL
o monopsonista emprega Ll unidades do fator traba-
lho, em que a receita marginal do trabalho (RMgL) iguala
\VI o custo marginal do trabalho (CMgL). Duas observações a
respeito desse nível de emprego: 1. o valor do produto
marginal do trabalho é maior do que o salário; 2. o nivel de
W2 emprego é menor do que em concorrência perfeita. Nesse
caso, a interferência governamental pode fazer aumentar o
nível de emprego, se for fixado um nível de salário igual ao
valor do produto marginal do trabalho. O nível de emprego
cresce até L2•

95
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~
TÓPICOS DE ECONOMIA BRASILEIRA: o capital estrangeiro foi acionado para fornecer os em-
préstimos e os investimentos diretos necessários ao financia-
11 PND. A CRISE DA DíVIDA EXTERNA NA
mento dos novos empreendimentos, e ao setor público coube
DÉCADA DE 1980. PLANOS HETERODOXOS a preparação de uma legislação trabalhista para a formação
DE ESTABILIZAÇÃO. PLANO REAL E e regulação do mercado de trabalho e a criação de órgãos
A ECONOMIA BRASILEIRA APÓS A burocráticos, como o Dasp (Departamento Administrativo
ESTABILIZAÇÃO. TRANSFORMAÇÕES DO do Serviço Público), o CTEF (Conselho Técnico de Economia e
Finanças), a CFP (Comissão de Financiamento da Produção),
SISTEMA a CPA (Comissão de Política Aduaneira) e o BNDE (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico). Foram feitos in-
A experiência brasileira de intervenção do Estado nos vestimentos na geração de infraestrutura, como transporte,
processos de desenvolvimento econômico é relativamente energia e fornecimento de insumos básicos, por meio da
recente, dado o fato de que desde os anos de independência Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio
o governo procurou manter-se afastado segundo as ideias Doce, da Companhia Nacional de Álcalis. da Petrobras e de
liberais vigentes. Aliava-se a isso o desconhecimento de várias hidrelétricas.
técnicas mais avançadas de planejamento, que somente A partir de 1939, o setor público propõe planos de de-
seriam aperfeiçoadas após o advento da teoria keynesiana senvolvimento, como o Plano Especial de Obras Públicas e
da década de 1930. Aparelhamento da Defesa Nacional (1939/43), o Plano de
Por política de desenvolvimento entende-se o conjunto Obras e Equipamentos (1944/48) e o Plano Salte, de 1950
de intenções e medidas fixadas pelas autoridades públicas a 1954. Este último procurou atender aos setores de saúde,
com o objetivo de orientar o processo de desenvolvimento alimentação, transporte e energia, e explicitou metas para
econômico e social do país. O estudo das políticas brasileiras o setor privado. Em 1943, uma missão norte-americana de
de desenvolvimento é dividido cronologicamente nos seguin- assistência técnica, a Missão Cooke, pesquisou os problemas
tes períodos: i) anterior a 1939; ií) de 1939 a 1954; iii) de 1955 relacionados a transporte, energia, setor têxtil, mineração,
a 1970; iv) o período após 1970 (dos Planos Nacionais de De- química, educação e ao desenvolvimento do vale do rio São
senvolvimento); e v) os planos de estabilização das décadas Francisco.
de 1980 e 1990. Entende-se por política de estabilização um Entre 1951 e 1953, foi instalada no País a Comissão Mis-
conjunto de medidas governamentais que visam a minorar ta Brasil-Estados Unidos, constituída por técnicos das duas
problemas macroeconômicos, como aumentos de preços, nações e incumbida de preparar os pedidos de empréstimos
desemprego, déficits nas contas do Governo e no Balanço internacionais para projetos de desenvolvimento que visavam
de Pagamentos e a distribuição desigual da renda, que o a combater pontos de estrangulamento da economia nacio-
mercado por si só teria dificuldades em resolver. nal. Receberam prioridade os projetos de transporte e energia.
Como resultado do trabalho dessa Comissão, foi criado o BNDE
A economia brasileira antes de 1930
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), destinado
a dar suporte técnico (avaliação de projetos) e financeiro (con-
Antes de 1930, a economia brasileira caracteriza-se pela
cessão de linhas de crédito de longo prazo ao setor privado),
exportação de alguns produtos agrícolas, como o café, e
principalmente à indústria de base.
por isso é chamada de economia agroexportadora. Sendo
O período de 1956 a 1961 foi importante em razão da
dependente das oscilações do preço do café nos mercados
implantação do Plano de Metas, que resultou da necessidade
mundiais, a economia brasileira desse período ressente-se
de promover as condições de industrialização e de criação de
de dois fatores: as crises que ocorrem em nível internacional
empregos nas áreas urbanas. Para isso, era necessário atacar
ao diminuir a demanda, e o aumento da produção interna,
os pontos de estrangulamento da economia e identificar os
que resultam em queda no preço dos produtos exportados.
polos de germinação do crescimento acelerado. O Plano tinha
A depressão de 1929 e a crise dos anos 1930, ao deprimi-
31 metas, distribuídas em 6 grupos: energia, transporte, ali-
rem bastante os preços do café, evidenciaram a fragilidade
mentação, indústria de base, educação e construção de Brasí-
do modelo agroexportador e reclamaram a introdução de
lia. O Plano contemplou investimentos em infraestrutura, com
novo modelo.
destaque apara a construção de rodovias para o recebimento
O processo de substituição de importações da indústria automobilística, para os estímulos à produção de
bens intermediários, como aço, carvão, cimento, zinco etc.,
A queda das exportações provoca diminuição das re- para o desenvolvimento da indústria de bens de consumo
servas em divisas e a dificuldade de continuar importando durável e para a construção de Brasília, para abrigar a capital
os bens que a economia interna é incapaz de produzir. Au- federal. Nesse período, o PIB apresentou crescimentos anuais
menta, pois, a consciência de se produzir internamente o significativos, tendo sido de 8,8 em 1955, de 10,8 em 1958
que antes era importado. Nasce o processo de substituição e de 8,6 em 1961, com muito bom desempenho do setor
de importações, ou seja, a industrialização como forma industrial. O lado negativo do Plano está no seu financiamen-
de superação dos constrangimentos de ordem externa e to, baseado na emissão de moeda, no déficit em transações
do subdesenvolvimento. A Revolução de 1930 promove correntes em virtude do aumento das importações e na dívida
alterações políticas e econômicas necessárias para colocar externa. As taxas de inflação cresceram nesse período, tendo
a industrialização como meta prlorltár!a. passado de 23 em 1956 para 39 em 1959 e 33 em 1961.
Para permitir o desenvolvimento da produção industrial O Piano Trienai de Desenvoivimento Econômico e Social,
interna, é desvalorizada a taxa de câmbio para encarecer as previsto para o período 1963/65, tinha a intenção de promover
c:t
so importações. À medida que avança a produção interna de
produtos até então importados, cresce a demanda de novas
o crescimento não inflacionário e autossustentado, procuran-
do fazer modificações estruturais na economia, principalmente
z importações, como os bens de capital e as matérias-primas na distribuição da renda, melhoria dos recursos humanos,
O
U
1.1.1 necessárias para a produção, o que promove os estímulos correção das disparidades regionais, organização do setor
para novas substituições. É dessa maneira que a economia governamental e maior atenção à área rural. Esse Plano foi
brasileira, de produtor de bens de consumo não duráveis,
passa a produzir progressivamente bens de consumo durá-
96 veis, bens intermediários e bens de capital.
~
~
prejudicado peja situação política do País, que culminou com causas: I) expansão da quantidade de moeda da economia;
o golpe militar de 1964, o qual veio introduzir uma série de 11) déficit público; 111) reajustes salariais mais frequentes, em
medidas para a modernização da economia brasileira. virtude do aumento das taxas de inflação, e decorrentes do
processo de reabertura política; IV) endividamento das em-
Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG)
presas estatais, da Previdência Social e do Banco Nacional da
O início da década de 1960 é caracterizado por alta da Habitação; V) volume de subsídios e transferências contidas
inflação e queda no crescimento econômico. Aequipe econô- no Orçamento Monetário, por conta do Programa do Açúcar
mica que assumiu o governo em 1964 explica a inflação como e do Álcool, de déficits das contas de trigo e de petróleo, da
decorrente de dois fatores: o déficit público financiado por política de preços mínimos etc.
emissão de moeda e os aumentos salariais com índices acima
da produtividade obtidos por movimentos grevistas. A baixa
o Plano Cruzado
atividade econômica seria decorrência da intranquilidade Em 28 de fevereiro de 1986, foi lançado o Programa de
empresarial e da instabilidade política. Estabilização Econômica, que ficou conhecido como o Plano
Para diminuir o déficit público, foram tomadas as se- Cruzado. Segundo o Presidente José Sarney, era iniciada uma
guintes medidas: I) eliminação de subsídios a autarquias e a "guerra de vida ou morte contra a inflação". O ministro da
sociedades de economia mista; 11) cortes de investimentos de Fazenda era Dilson Funaro. Eis as principais medidas:
menor prioridade; 111) contenção dos vencimentos do funcio-
a) o cruzado (ez$) como nova unidade monetária, equi-
nalismo público; IV) reforço das incidências dos impostos de
valente a 1.000 cruzeiros;
renda, de consumo e do selo; V) melhoria dos métodos de
b) congelamento de todos os preços, inclusive dos salários
arrecadação de impostos e fiscalização; VI) correção monetária
e dos aluguéis, no nível do dia 27 de fevereiro de 1986;
sobre os débitos fiscais em atraso e enquadramento penal
c) fixação do salário pelo seu valor médio dos últimos seis
da sonegação fiscal; VII) financiamento do déficit público de
meses, após a aplicação de fatores de atualização. Concessão
forma não inflacionária, por meio da criação das Obrigações
de abono de 8 aos trabalhadores e de 16 para o salário
Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN).
mínimo. Reajustamentos feitos pelo índice de Preços ao
Para combater a inflação originada dos salários, foi implan-
Consumidor (lPe), calculados pela Fundação IBGE e aplicados
tada uma política salarial baseada num critério de reajustes
toda vez que a inflação ultrapassasse os 20 (gatilho salarial);
anuais tal que o salário real médio a vigorar no período de 12
d) mudança da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional
meses fosse igual à média verificada nos 24 meses anteriores,
para Obrigação do Tesouro Nacional (OTN);
acrescido de um percentual representativo da produtividade.
e) vedação, sob pena de nulidade, da cláusula de reajuste
Foi implantada uma política monetária restritiva, com conten-
monetário nos contratos de prazo inferior a um ano, com
ção dos meios de pagamento, que se refletiu em dificuldades
exceção para as cadernetas de poupança, para o PIS-PASEP
para as empresas e aumento do desemprego.
e para o FGTS;
Em 1967, foi editado o novo Código Tributário Nacional,
f) introdução da chamada "tablita", uma tabela de con-
com a eliminação do imposto do selo e a criação do imposto
versão de valores de pagamentos futuros, com o objetivo de
sobre o valor agregado, para corrigir distorções na estrutura
retirar a inflação embutida e evitar a transferência de renda
das empresas e racionalizar o pagamento de impostos. Foi
para os credores;
criada a Letra do Tesouro Nacional (LTN), instrumento para as
g) informação permitida a qualquer pessoa do povo, e
operações de mercado aberto, de compra e venda de títulos
obrigatória a todo servidor, sobre infrações à norma de con-
públicos, visando a regular a liquidez da economia.
gelamento de preços e práticas de sonegação de produtos,
Os efeitos dessas medidas se fizeram sentir nos índices de
em qualquer parte do território nacional.
inflação, que de 91,9 em 1964, caiu para 34,5 em 1965,
O Plano Cruzado procurou frear a indexação da economia,
24,3 em 1967, 20,2 em 1969, 15,8 em 1972 e 15,5
conhecida como inflação inercial, ou seja, conter a sistemá-
em 1973.
tica de reajustes de preços causada por reajustes passados,
As Medidas para Enfrentar as Crises do Petróleo que justificam os reajustes presentes e que, por sua vez,
alimentam os reajustes futuros. Os quatro primeiros meses
Em 1974, a inflação voltou a subir (34,6), em razão do não apresentaram crescimento de preços, pois a economia
aumento dos preços do petróleo importado (12 choque do encontrava-se engessada e o aumento de preços era proi-
petróleo), que atingiu praticamente todos os países do bido. Os problemas começaram com o grande aumento do
mundo. consumo, decorrente do crescimento real dos salários e do
O País lança o II Plano Nacional de Desenvolvimento e, não incentivo à poupança.
em vez O fracasso do Plano justifica-se pela desídia observada com
de diminuir as importações de petróleo, o que teria relação à aplicação de políticas ortodoxas monetárias e fiscais,
efeitos que não agiram para frear o consumo, o déficit do Tesouro e
recessivos, o Governo preferiu manter o ritmo de o aumento dos meios de pagamento.
atividades, O aumento do consumo fez aumentar a produção interna
para não provocar desemprego, arcando com pesados (o PIB cresceu de 8), elevando o emprego, a massa salarial e o
déficits nível de utilização da capacidade produtiva. As consequências
na Balança Comercial do Balanço de Pagamentos e inflacionárias apareceram sob a forma de generalização da
recor- cobrança de ágios sobre os preços congelados dos produtos
rendo a empréstimos internacionais, na época abundantes, mais escassos. Com o abrupto congelamento de preços, mui-
e a taxas de juros relativamente baixas. Paralelamente, criou tos produtos não puderam ter os seus aumentos de custos
condições para a substituição de importações, realizando repassados aos preços, criando problemas de abastecimento
investimentos para desenvolver a indústria de bens de capital, ou provocando a criação de mercados paralelos.
de papel e celulose, de petróleo; criou o Programa Nacional Em julho de 1986, foram tomadas algumas medidas para
do Álcool e o programa nuclear, bem como programas de inibir o consumo, como os empréstimos compulsórios na
desenvolvimento do transporte coletivo. compra de automóveis, de combustíveis e de passagens aéreas
A inflação cresceu com os impulsos de custos e com internacionais. Mas o congelamento de preços foi sendo man-
a elevação na demanda. Em 1979, houve o 2º choque do tido, penosamente, por motivos políticos, a fim de favorecer o
petróleo, e o Governo desvalorizou o cruzeiro em relação ao
dólar, em 30, para incentivar as exportações. Essa medida
representou um impulso nos custos, e a inflação saltou para
77,2. Em 1980, a ideia foi prefixar a taxa de câmbio em 40 97
e a correção monetária em 45, para frear as expectativas
inflacionárias. Mas a inflação disparou, em razão das seguintes
~
~
partido do Governo nas eleições gerais para governadores de o Plano "Brasil Novo"
Estado, o que aconteceu em 15 de novembro. Nesse mesmo
dia, à noite, o Governo anunciou a majoração de preços e
o Plano Brasil Novo da ministra Zélia Cardoso de Mello, mais
conhecido como Plano Collor, do Presidente Fernando Collor
a elevação de alíquotas do IPI de vários produtos. Voltou a
de Mello, em 1990, foi mais uma tentativa governamental de
indexação às aplicações financeiras. Em 1987, as remarcações
se liquidar com a inflação. Eis as principais medidas:
de preços e os reajustes de salários em razão do gatilho de
a) congelamento dos preços e salários;
20 criaram um patamar mínimo para a inflação mensal nesse
b) volta do cruzeiro, ocupando o lugar do cruzado novo;
nível, recomeçando a corrida entre preços e salários.
c)retenção no Banco Central de cerca de 2/3 dos ativos
o Plano Bresser financeiros da população, com devolução prevista a partir de
setembro de 1991, em parcelas mensais;
Em junho de 1987, mudou a equipe econômica, assumin- d) reforma administrativa federal, com extinção e fusão
do o ministério da Fazenda Luis Carlos Bresser Pereira. Foi de órgãos públicos, dispensa e colocação em disponibilidade
apresentado o Plano de Estabilização de combate à inflação de funcionários públicos, venda de imóveis funcionais, venda
(Plano Bresser), com as seguintes características: de automóveis e residências oficiais, eliminação de diversos
a) congelamento "flexível" dos preços e salários, com benefícios aos funcionários etc.;
duração prevista de três meses. Congelamento dos aluguéis; e) programa de privatização de empresas estatais;
b) reajuste, na véspera de apresentação do Plano, da taxa f)eliminação e suspensão de diversos tipos de renúncia
de câmbio e das tarifas públicas, para evitar que o congela- fiscal, como as deduções do Imposto de Renda para aplicação
mento prejudique o comércio exterior e a situação financeira em contribuições para os Fundos de Investimentos da Ama-
das empresas estatais; zônia e do Nordeste (Finam e Finor);
g) criação de diversas incidências tributárias, no campo do
c) criação da Unidade de Referência de Preços (URP),
Imposto de Renda e do Imposto sobre Operações Financeiras;
como índice de reajuste de salários, definido como a média
h) indexação do pagamento de tributos em prazos me-
trimestral da variação da inflação;
nores, para diminuir a sua desvalorização monetária (efeito
d) suspensão dos subsídios ao trigo e ao crédito agrícola,
Tanzi);
fontes de despesas governamentais;
e) fixação do déficit público em 2 do PIB; i) mudança do regime cambial de fixação da taxa de câm-
f)política de juros em níveis superiores à inflação, para bio pelo Banco Central para um sistema de taxas flutuantes,
desestimular o consumo e refrear a demanda. definida livremente pelo mercado;

Com o Plano, a média mensal da inflação caiu de 24,6 no j) política de abertura gradativa da economia à concor-
22 trimestre de 1987 para 7,3 no período julho/setembro, rência externa, mediante a eliminação de barreiras não tari-
mas voltou aos dois dígitos no final do ano. O déficit público fárias, e a criação de cronograma de redução progressiva das
cresceu a 5,4 do PIB, principalmente em razão do enorme alíquotas do Imposto de Importação, visando a enfrentar a
déficit dos Estados e Municípios e empresas estatais, decor- cartelização de vários segmentos da indústria, responsáveis
rente de pagamentos de salários. A inflação de 1987 foi de pela inflação de lucros, e a promover a reestruturação das
366,0. O ministro Bresserfoi substituído por Maílson Ferreira empresas, na busca de aumento de sua eficiência;
da Nóbrega, em dezembro. I) maior ação fiscal contra a sonegação no pagamento de
impostos e contribuições federais.
O ano de 1988 foi caracterizado por elevação nos índices
de inflação, apesar de algumas medidas adicionais para dimi- O confisco de 2/3 dos ativos financeiros foi fator importan-
nuir despesas do setor público, de contratação de pessoal e te na diminuição da demanda agregada, embora os cruzados
congelamento de empréstimos do setor financeiro ao setor novos retidos pudessem ser utilizados em diversos tipos de
público. Além disso, tentou-se aumentar a carga tributária e pagamento, como no de tributos e na aquisição de imóveis.
houve substancial emissão de moeda para cobrir desequllí- A reforma administrativa foi prejudicada pela resistência do
brios de caixa do Governo. A inflação foi de 933,6. próprio corpo funcional e pela contestação judicial a várias
medidas. Quase todos os tipos de renúncia fiscal eliminados
o Plano Verão ou suspensos retornaram gradualmente por meio da resistên-
cia do Congresso Nacional. As medidas no campo tributário
O início do ano de 1989 trouxe aos brasileiros o Plano surtiram efeito, com as receitas tributárias federais atingindo
Verão, do ministro Maílson. Eis as principais medidas: o recorde histórico de 11,5 do PIB.
a) criação do cruzado novo (NCz$). Cada cruzado novo As taxas de inflação caíram sensivelmente nos primeiros
correspondia a 1.000 cruzados; meses. De 44,8 em abril, a inflação caiu para 7,9 em maio,
b) congelamento, por tempo indeterminado, de todos os mas voltou a subir, embora suavemente, até o final do ano,
preços da economia; quando atingiu 18,3 em dezembro. Em janeiro de 1991,
c) política de juros altos; a inflação subiu a 20,2 e foram editadas novas medidas,
d)controle dos gastos de investimentos das empresas conhecidas como Plano Collor 11, as quais seguem abaixo:
estatais; a) manutenção do congelamento de preços e salários;
e) conversão dos salários pela média dos últimos 12 meses b) reajustes nas tarifas de serviços públicos;
mais a aplicação da URP de janeiro; c)anúncio do fim da indexação da economia, com a
f) desvalorização cambial de 18; extinção do Bônus do Tesouro Nacional;
g)criação do Bônus do Tesouro Nacional Fiscal (BTN), para d) criação da Taxa Referencial de Juros (TR) e da Taxa
corrigir os valores dos impostos e contribuições; Referencial Diária (TRD), para remunerar as cadernetas de
h) meta de superávit fiscal. poupança e corrigir os pagamentos de tributos;
e) criação dos Fundos de Aplicação Financeira (FAF), cons-
O Plano foi caracterizado pela incredulidade da popula-
:;!; tituídos por diversos tipos de ativos financeiros, para servir de
ção. Emjunho, a inflação mensal já era de 25. Expandiram-se
~ absorção na colocação de títulos públicos;
O o déficit público e a emissão monetária. A criação das Letras
Z f) reajuste e congelamento dos salários e dos aluguéis
o Financeiras do Tesouro (LFT), de curtíssimo prazo e liquidez
em fevereiro;
\j instantânea, tornou-se uma quase moeda, num depósito a
Lú g) maior rigor nos controles sobre as despesas das em-
vista remunerado, cujo efeito-riqueza fez explodir o consumo.
O ano de 1989 apresentou uma inflação de 1.782,9. presas estatais.

9
8
Em maio, assumiu o novo ministro da Fazenda, Marcílio medida por meio de índices de preços apurados pelo IBGE e
Marques Moreira, que pretendia descongelar gradualmente os pela Fundação Getúlio Vargas;
preços dos produtos, os quaís passaram a ser classificados em c) conversão dos salários em URV em 1º de março de 1994
três grupos: preços congelados, preços controlados e preços e criação do fndice de Preços ao Consumidor-Real (IPC-r) como
liberados. São formadas câmaras setoriais com representantes indexador dos novos contratos e obrigações, efetivados a partir
do Governo e das empresas, com o objetivo de discutir os de 12 de julho, bem como para os salários em geral;
níveis de preços a ser praticados. d) possibilidade de o Poder Executivo, por intermédio do
ministério da Fazenda, exigir que, em um prazo de cinco dias
o Programa de Ação Imediata (PAI) úteis, sejam justificadas as distorções apuradas quanto a au-
mentos abusivos de preços em setores de alta concentração
Tendo em vista a crescente identificação, por parte das econômica, de preços públicos e de tarifas de serviços públicos.
autoridades governamentais, do descontrole financeiro e
administrativo do Estado como a causa básica do processo A instituição da URV foi engenhosa, no sentido de que,
inflacionário, foi lançado pelo ministro da Fazenda Fernando ao se converterem os salários e os preços da economia a essa
Henrique Cardoso, em julho de 1993, o Programa de Ação nova unidade, praticamente eliminou-se a inflação inercial.
Imediata (PAI), que propôs o equilíbrio e a reorganização das Para uma maior compreensão desse mecanismo, vamos su-
contas públicas, como estratégia para o saneamento finan- por que o preço de determinada mercadoria seja igual a 100
ceiro e o estancamento das fontes de expansão monetária e cruzeiros reais e que a URV seja fixada em 20 cruzeiros reais.
pressão sobre os preços. Para isso, foram propostas, dentre Isso significa que o preço da mercadoria é igual a 5 URV. Com a
inflação a 50 em um mês, o preço do produto passaria a 150
outras, as seguintes medidas: I) revisão do Orçamento para
cruzeiros reais, e a URV seria fixada em 30 cruzeiros reais. Mas
1993, propondo cortes de gastos e estabelecimento de cotas
a mercadoria continuaria a ser igual a 5 URV, pois 150/30 == 5.
trimestrais de despesas conforme o ingresso de receitas;
Assim, se considerarmos a inflação em URV, ela é inexistente.
11) proposta orçamentária para 1994 baseada em previsão mais
A terceira etapa do Plano apresentou as seguintes carac-
realista das receitas; 111) redefinição da função dos bancos ofi-
terísticas:
ciais federais; IV) consolidação e reescalonamento das dívidas
a) o real como a unidade do Sistema Monetário Nacional,
dos Estados e Municípios para com a União; V) impedimento em substituição ao cruzeiro real, cuja paridade passa a ser igual
para que os bancos estaduais financiem seus governos e à paridade entre a URV e o cruzeiro real, isto é, 1 URV igual a
vedação à utilização de assistência financeira de emergência 2.750 cruzeiros reais;
para o saneamento desses bancos; VI) aceleração do Programa b) emissão pelo Banco Central do real mediante a prévia
Nacional de Desestatização; e VII) combate à sonegação e à vinculação de reservas internacionais em valor equivalente,
evasão fiscal. na paridade de um dólar dos Estados Unidos da América para
Em julho de 1993, é instituído o cruzeiro real (CR$), cuja cada real emitido;
unidade equivale a 1.000 cruzeiros. c) emissões do real limitadas e sujeitas a programações
Para víabilizar o ajuste fiscal, em fevereiro de 1994 foi trimestrais aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional.
criado o Fundo Social de Emergência, mediante a Emenda Criação da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito;
Constitucional nº 1, para vigorar até 1995, que consistiu num d) para diminuir a Dívida Pública, suspensão da concessão
mecanismo de desvinculação de receitas, atenuando a rigidez de avais e demais garantias, pelo Tesouro Nacional, à abertura
dos gastos da União ditada pela Constituição de 1988. Os re- de créditos especiais no Orçamento Geral da União, à coloca-
cursos que compõem o Fundo são basicamente constituídos ção, por parte dos órgãos públicos e sociedades de economia
de 20 dos impostos e das contribuições da União. Além mista, de títulos e obrigações no exterior, e à contratação de
disso, o Fundo se beneficiou de aumentos na arrecadação novas operações de crédito interno e externo.
provenientes de majoração de alíquotas e criação de novas Durante o ano de 1993, as taxas de inflação mensal, de
incidências tributárias. acordo com o IGP-DI, tinham crescido, de um nível de 28,7
em janeiro, para 36,2 em dezembro. A taxa anual alcançara
O Plano Real 2.708,6, a maior da história brasileira. Em 1994, a inflação
tinha pulado para outro patamar, iniciando-se com 42,2 em
o Programa de Estabilização Econômica, denominado janeiro, até atingir 46,6 em junho. A partir de julho, com a
Plano Real, foi instituído pelo Presidente Fernando Henrique
nova moeda, a taxa passa a 24,7 e começa a apresentar
Cardoso, sendo o ministro da Fazenda, Rubens Ricúpero. apenas um dígito em agosto. A taxa anual em 1994 baixa para
Esse Plano foi constituído de três etapas, tendo a primeira se 1.093,8. Em 1995, é de apenas 14,8.
iniciado anteriormente, com o Programa de Ação Imediata A administração do Plano Real visou a segurar os índices
(PAI), que estabelecera medidas voltadas para a redução e inflacionários em torno de 1 a 1,5 ao mês. Para isso, baseou
maior eficiência dos gastos da União. A segunda etapa foi a sua estratégia nos seguintes pontos:
caracterizada pela criação da Unidade Real de Valor (URV), em a) ancoragem cambial, no sentido de que a taxa de câmbio
fevereiro de 1994, cujo principal objetivo foi criar as condições é controlada pelo Banco Central e se constitui num dos alicerces
para eliminar a inflação inercial e preparar o sistema econô- do Plano. Em razão da entrada de capitais estrangeiros, o real
mico para o recebimento da nova moeda, o real. Neutralizada se valoriza em relação ao dólar, barateando as importações, que
a principal causa da inflação, a desordem das contas públicas, se tornam fator de inibição a aumentos de preços de produtos
a criação da URV proporcionaria aos agentes econômicos que têm concorrentes internacionais (tradebJes);
uma fase de transição para a estabilidade de preços. Eis suas b) intensificação da política de redução gradativa das
principais características:
a) instituição da URV para servir exclusivamente como
padrão monetário, continuando o cruzeiro real a ser utilizado
tarifas aduaneiras, com o mesmo objetivo dI' propiciar aos
consumidores nacionais maior leque de opções e obrigar
as empresas a buscar maiores índices de produtividade e
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como meio de pagamento; qualidade;
b) fixação pelo Banco Central da paridade diária entre o
cruzeiro real e a URV, tomando por base a perda de poder
c) taxas de juros elevadas, a fim de inibir a demanda
agregada, via consumo e investimento, e de atrair capitais
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aquisitivo daquela moeda, calculada com base na inflação internacionais para acumulação de reservas cambiais.

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99
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Principais consequências do Plano Real: básica de juros e da meta de superávit primário (de
a) valorização do real frente ao dólar e a política do Banco 3,75 para 4,25 do PIB) e fixação da meta de inflação
Central de intervenção no mercado de câmbio para manter a de 8,5 para o ano de 2003;
âncora cambial, bem como a política de diminuição das tarifas  elevação da inflação faz o governo aumentar a taxa de
aduaneiras, responsáveis pela sensível diminuição das taxas depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista, de
inflacionárias; 45 para 60;
b) essa mesma política, no entanto, como causa de apre-  medidas econômicas que visam beneficiar a população
ciáveis déficits na Balança Comercial. Depois de um saldo de baixa renda, como ampliação do crédito e redução
positivo de US$ 10,5 bilhões em 1994, os saldos foram nega- da taxa de juros cobradas de pessoas físicas e de miero
tivos em 1995 (US$ 3,2 bilhões), em 1996 (US$ 5,5 bilhões) e e pequenas empresas;
em 1997 (US$ 8,4 bilhões);  pressões políticas resultam em recriação da 5udene e
c) apesar dos déficits comerciais, apresentação pelo Ba- da 5udam, extintas no governo anterior;
lanço de Pagamentos de superávlts, em virtude da volumosa  O Governo diminui progressivamente os juros básicos
entrada de capitais estrangeiros, atraídos pelo alto nível da da economia e reduz a taxa do compulsório sobre
taxa de juros. As reservas internacionais do Brasil cresceram, depósitos à vista, de 60 para 45;
de US$ 38,S bilhões em 1994 para US$ 60 bilhões em 1996;  aumentos de impostos: a Contribuição Social sobre
d) a elevada taxa de juros como um dos principais res- o Lucro Líquido das empresas prestadoras de serviços
ponsáveis pelo aumento dos déficits do Tesouro Nacional. A sobe de 1,08 para 2,88, a Cofins sobre os emprésti-
emissão de tttulos públicos cresceu em virtude da necessidade mos sobe de 3 para 4, a Cide da gasolina tem o limite
de retirada de circulação de volume considerável de reais, de cobrança autorizado para 0,86 por litro;
os quais resultam da conversão dos recursos externos em  o governo federal cria o Programa liga Branca, por
moeda nacional; meio do qual é incentivada a aquisição de aparelhos
e) elevada taxa de desemprego estrutural do País, em ra- eletrodomésticos. Com recursos do Fundo de Amparo
zão da concorrência cada vez maior dos produtos importados. ao Trabalhador (FAT), a Caixa Econômica Federal e o
Banco do Brasil financiarão essas compras até o limite
Com a diminuição da inflação, o sistema financeiro perdeu individual de R$ 800, a uma taxa de juros de 2,53 ao
uma de suas fontes básicas de lucro, o chamadofloat. O Proer ano;
(Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento  o aumento do crédito pelos bancos é facilitado pela
do Sistema Financeiro Nacional) foi criado em novembro de autorização de que os trabalhadores possam descontar
1995, com o objetivo de permitir a continuidade das atividades em folha de pagamento valores de pagamentos por
bancárias de instituições de grande porte que tiveram dificul- empréstimos pessoais;
dades após a redução dos ganhos inflacionários. O progra ma  o governo federal unifica os diversos programas de
financiou a transferência de instituições com problemas para transferência de renda em um só, denominado 801sa-
outras instituições já existentes ou criadas por outros grupos -Família;
financeiros já existentes.  a Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Em 1997 e 1998, o País recebeu impactos de crises inter- Social - Cofins - deixa de ser tributada em cascata
nacionais originadas no sudeste da Ásia e na Rússia, perdendo para incidir apenas sobre o valor agregado. A alíquota
a confiança de investidores internacionais. A corrida contra a é aumentada de 3 para 7,6;
moeda nacional resulta em medidas para diminuir o déficit  a balança comercial brasileira apresenta superávits
público e promover aumento da poupança interna. Mas o crescentes, em razão dos estímulos da desvalorização
País não resistiu à saída de capitais, e o Governo permitiu do real, conquista de novos mercados, aumento dos
finalmente a livre f1utuação da taxa de câmbio. preços de commodities e as aquisições da China e da
índia;
O Governo substituiu a âncora cambial pelas metas de
 são os seguintes os programas criados pelo Governo
inflação (inflation targeting), criadas no final do primeiro
Lula para atender a área social: Fome Zero, Primeiro
semestre por meio do Decreto nQ 3.088. O ano de 1999
Emprego (para jovens ingressarem no mercado de tra-
terminou com crescimento do PIB de apenas 1, déficit na
balho), Bolsa-Famnia (unificação de diversos programas
Balança Comercial de US$ 1 bilhão e inflação segundo o IGP
de transferência de renda), Brasil Alfabetizado, Farmácia
de 16, em consequência da incorporação dos aumentos do
Popular e Plano Nacional de Atendimento Integral à
dólar nos preços do atacado.
Família.
Em 2001, ocorreram novos choques na economia brasilei-
ra: desaceleração na atividade econômica mundial, principal- Metas de Inflação
mente a norte-americana, que se agravou com os atentados
terroristas aos Estados Unidos em 11 de setembro; a crise de Ano Meta Inflação
energia elétrica, com metas de consumo para a indústria, o co-
2003 8,50 14,71
mércio e a população em geral; o agravamento da situação da
Argentina, que resultou em diminuição das vendas externas. 2004 5,50 6,60
Em 2002, a economia brasileira descolou-se da crise 2005 4,50 6,87
Argentina, mas a ascensão de Lula nas pesquisas eleitorais 2006 4,50 4,18
provocou aumento na taxa de risco do país.
2007 4,50 3,64
O Governo Lula 2008 4,50 5,68
2009 4,50 4,31
O Governo Lula iniciou-se em 2003 com o país apresentan-
do alto índice de desemprego, dólar em alta, bolsas em queda, 2010 4,50 5,91
elevado déficit público e inflação crescente. Os principais fatos 2011 4,50 6,50
ocorridos a partir desse ano foram: 2012 4,50 5,84
 manutenção da política do governo anterior de busca
2013 4,50
de estabilidade macroeconômica: elevação da taxa -

100
a
u
m
e
Entre 2003 e 2005, o intervalo de tolerância era de 2,5 pon- o Governo Dilma
n
tos percentuais para cima ou para baixo. Nos anos seguintes,
esse espaço foi reduzido para 2 pontos. o governo Dilma ressente-se dos efeitos da crise financeira t
mundial, que dos Estados Unidos alcançou a Europa. Os prin- a
Observações a respeito das taxas: cipais fatos do período foram: r
- Após a alta taxa de inflação de 2003 (14,71), provo- Em 2011:
cada pelo aumento do dólar em 2002 e a instabilidade - Para fortalecer o mercado interno aumentam em média a
política, tendo inclusive superado a meta de inflação 19 os recursos a serem distribuídos através do progra- s
fixada pelo Banco Central em 8,5, os índices de preços ma "Bolsa Família", que atende 12,9 milhões de
passaram a subir menos a partir dos anos seguintes em famílias a
razão da normalidade política, diminuição da cotação ou 50 milhões de pessoas com renda per capita de até l
do dólar e aumento da taxa de juros básica. 140 reais. f
- A taxa de juros SElIC, fixada pelo Banco Central, sofrera - A recessão nos Estados Unidos e os dólares despejados q
aumentos seguidos a partir de 2002 para diminuir a nos bancos para aumentar a liquidez buscam u
saída de capitais e combater a crise econômica. Em aplicações o
outubro era de 21 e foi sendo elevada até atingir 26,5 no Brasil, provocando valorização do real e t
em fevereiro de 2003. A partir de junho, com os sinais barateamen- a
de que haveria manutenção da política econômica do to das importações. s
governo anterior os indicadores econômicos melhora- - Para diminuir entrada de dólares e as viagens ao exterior
ram e a taxa de juros foi diminuindo até chegar a 16 d
há aumento no IOF de 2,38 para 6,38 sobre compras
em abril de 2004. o
com cartão de crédito no exterior e de 6 aos emprés-
- As taxas de inflação caem sensivelmente até 2007, em timos no exterior com vencimentos em até dois anos.
razão da boa situação econômica e a valorização do real, I
- Imposição de barreiras às importações de carros, auto-
que promove entrada de importações que vão reforçar P
peças e pneus. Cada operação será avaliada e a
a oferta interna e concorrer com a produção interna. A I
licença,
taxa de juros básica cai para 11,25 em setembro de liberada ou não em 60 dias. A medida visa diminuir
2007. e
as importações em geral, facilitadas pela valorização
- Em 2007 o aumento da renda e do emprego e ampliação m
do real, e retaliar a Argentina, que está dificultando a
do crédito pressionam o consumo juntamente com o entrada de produtos brasileiros.
ritmo de crescimento dos investimentos para ampliação 3
- O volume de crédito sobe e aumenta o endividamento
da capacidade produtiva, fazendo aumentar o temor de 0
das famílias.
repique inflacionário. - A valorização do real estimula as importações e preju-
- Altas dos preços dos alimentos no mundo são justí-
p
dica a indústria nacional. "Desindustrialização" é uma o
ftcadas pela utilização de terras férteis para produção palavra muito empregada. O governo lança o "Projeto
de biocombustíveis, mas outra explicação é a desvalo- n
Brasil Maior", que prevê recursos para a indústria nos t
rização do dólar, que faz os aplicadores dirigirem seus próximos dois anos. Medidas: 1- Desoneração da
recursos para a aquisição de títulos de commodities.
a
folha
- Em maio de 2008 aumentam os preços do óleo diesel e
s
de pagamento: redução a zero da alíquota da contri-
da gasolina em razão do aumento do preço do petróleo. buição de 20 para o INSS para confecções, calçados, p
- A crise financeira mundial de meados de 2008, origi- móveis e software. Em contrapartida, pagamento de
e
nada nos Estados Unidos, interrompe a fase de bons 1,5 sobre o faturamento para os três primeiros se- r
indicadores econômicos e eleva a cotação do dólar, tores e de 2,5 para o último. 2 - Redução de IPI por c
aumentando a inflação. A taxa de juros básica se eleva 12 meses: sobre a compra de equipamentos, materiais
e
para 13,75 em setembro de 2008. O país ainda cresce de construção, caminhões e veículos comerciais; 3 - n
de 5,1 no ano, em razão de medidas macroprudenciais O t
promovidas pelo governo federal, como a concessão de Programa de Sustentação de Investimento (PSI), a
u
crédito pelos bancos públicos, diminuição dos depósitos car- a
compulsórios dos bancos, prorrogação de pagamentos go do BNDES, é estendido até dezembro de 2012, com t
de impostos e apoio a setores mais atingidos pela falta desembolsos totais de 500 bilhões de reais; 4-0
s
de financiamento. Regime ,
- Durante ao ano de 2009 a taxa de juros diminuiu sen- Especial (Reintegra) vai devolver aos exportadores de
sivelmente até julho (8,75) em razão dos temores de bens industrializados 0,5 das vendas externas; 5 -
O
uma recessão. A inflação anual é relativamente baixa Defesa Comercial: reforço no número de s
(4,3). investigadores
- O ano de 2010 é marcado pelos temores com a volta da de casos de práticas de concorrência desleal; 6 - O ln-
a
inflação. A taxa de juros a partir de abril volta a subir e metro passará a se denominar Instituto de Metrologia, u
encerra o ano em 10,75. Além disso, o Banco Central Qualidade e Tecnologia e passará a atuar em t
eleva os depósitos compulsórios dos bancos. Os recolhi- aeroportos
o
mentos sobre os depósitos à vista sobem de 47 para 50 para certificar a qualidade dos produtos importados; m
e as aplicações em CDBs de 17,5 para 23. 7 - Devolução do PIS-Cofins: sobre equipamentos e ó
- Em novembro de 2010 a inflação faz o governo tomar mais em
v
medidas na área monetária. Visa-se conter a demanda por até 60 dias; 8 - Pequenas e Médias Empresas: criação e
crédito. Os bancos aumentam os depÓSitos compll!sórios do Fundo de Financiamento à Exportação de MPME i
adicionais sobre os depósitos à vista e a prazo, de 8 para no
s
12, e os depósitos a prazo sobem de 15 para 20. As Banco do Brasil; 9 - Compras Governamentais:
reservas dos bancos em relação aos empréstimos e finan- margem t
ciamentos crescem de 11 para 16,5. de preferência de até 25 nos processos de licitação
a
- A inflação de 2010 chegou a 5,91, acima da meta de para produtos nacionais. m
4,5. - Correção de 4,5 na tabela do Imposto de Renda para b
aumentar a renda disponível dos contribuintes. é
- Em agosto de 2011 o Banco Central inicia processo m
de baixa dos juros, como efeito da piora da situação
internacional e ameaça de recessão. A taxa de juros s
da e
SElIC baixa de 12,50 para 12. r
- O aumento da importação de automóveis faz o governo ã
o taxados internamente
conforme a parcela de peças produzidas fora do país. ~
A decisão inicia-se em 60 dias e termina em dezembro
de 2012. ~
- A preocupação com os efeitos da crise externa faz o
governo federal reduzir e zerar o IPI e PISjCofins
sobre

101
~
~
bens de consumo: refrigeradores, fogões, lava-roupas, - O receio de a crise europeia atingir o país faz o governo
tanquinhos, palha de aço, papel sintético e massas. preocupar-se com a reativação do consumo. É lançado
Operações financeiras também tiveram o IOF redu- pacote de estímulos. É reduzido o IPI, até 3 de agosto,
zido ou zerado: crédito para pessoa física, aplicações incidente sobre os automóveis, conforme o número de
estrangeiras em ações e títulos. cilindradas, para diminuir o estoque de automóveis nas
- No final de 2011 o Brasil depara-se com crescimento fábricas e reduzido o IPI sobre os importados. É redu-
econômico de apenas 2,7 e a inflação supera o teto zido o IOF sobre os financiamentos ao consumo das
da meta, 6,5. pessoas físicas. Caem as taxas de juros das linhas do
BNDES sobre exportações, financiamentos a ônibus e
Em 2012: caminhões, máquinas e equipamentos.
- A enxurrada de dólares que entram no país continuam - A nova taxa de juros básica, em junho, é de 8,5,
a valorizar o real. A presidente Dilma fala em "tsunarni é a menor da história, mas ainda uma das maiores
financeiro". O IOF de 6 passa a alcançar os emprésti- do mundo. Com esse nível o rendimento anual das
mos feitos no exterior com vencimento em até 3 anos, cadernetas de poupança sofre uma redução, para 70
quando antes era até dois anos. da taxa (5,95), mais a TR.
- Para incrementar os investimentos na infraestrutura - A produção industrial brasileira tem fraco desempe-
econômica, considerados baixos, o governo federal nho, fato explicado pelo enfraquecimento da demanda
leiloa as concessões dos aeroportos de Brasília, Gua- interna e a recessão externa.
rulhos e Campinas. - O governo federal aumenta impostos. Elevação do
- Os bancos poderão utilizar parte dos depósitos com- IPI para motos, aparelhos de ar condicionado e
pulsórios para aquisição de carteiras de crédito de micro-ondas {com exceção dos produtos da Zona
instituições menores, o que deve ampliar a concessão Franca de Manausj e reajuste na tabelas do IPI, PIS!
de empréstimos e financiamentos. PASEP e Cofins para bebidas (refrigerantes, cervejas
- Pensamento no governo em dar menos ênfase ao com- e energéticos). A justificativa é compensa r a desone-
bate à inflação em favor de estimular o crescimento ração de 20 da contribuição ao INSS sobre a folha de
econômico, prosseguindo com as reduções nas taxas pagamento.
de juros. - Debate sobre as causas do baixo crescimento econô-
- Para diminuir a ainda mais a valorização do real o go- mico. Necessidades de mais investimentos. O governo
verno estende o IOF de 6 para os empréstimos feitos federal libera linha, através do BNDES, de recursos aos
no exterior com vencimento em até 5 anos, quando Estados para ampliação de investimentos em infraes-
em janeiro já era até 3 anos. trutura.
- O governo federal prorroga a redução do IPI para os - As baixas taxas de crescimento expõem o país a críticas
eletrodomésticos da linha branca e a estende aos mó- quanto a não realização de reformas importantes,
veis, laminados, lustres e luminárias, até 30 de junho. como a tributária, a política e a administrativa e a não
- Ampliação do programa Brasil Maior. Principais me- realização de investimentos em infraestrutura.
didas: mais facilidades nos créditos às exportações - Governo federal lança o Plano Nacional de Logística,
pelo BNDES, combate às importações consideradas com previsão de 133 bilhões de reais em investimentos
abusivas, melhoria da infraestrutura dos portos; trans- em rodovías e ferrovias, aplicados pelo setor privado
ferência do pagamento da contribuição do Pl5-Cofins e financiados pelo BNDES. Dos 133 bilhões de reais,
de abril e maio para o final do ano; as compras gover- 91 serão aplicados em 10 mil km de linhas férreas e
namentais de produtos nacionais poderão ter preços o restante em duplicação de 7,5 mil km de rodovias.
25 maiores; criação da Agência Brasileira de Garan- É criada a Empresa de Planejamento e Logística.
tias, que vai fundir os vários fundos garantidores para A malha ferroviária será ampliada mediante as par-
a infraestrutura e o comércio exterior; eliminação da cerias público-privadas, com o risco para o estado.
contribuição patronal ao INSS de 15 setores e subs- A duplicação das rodovias serão realizadas mediante
tituição por contribuição social sobre o faturamento concessão à iniciativa privada com remuneração pela
da indústria (1) e sobre os serviços (2,5); corte do cobrança de pedágios.
IPI de diversos eletrodomésticos e móveis; aumento - Para reforçar a capacidade de investimentos do país o
nas allquotas do IPI sobre cervejas e refrigerantes; governo federal libera recursos para 17 estados aplica-
redução do IPI para as montadoras que ampliarem rem em obras de logística, saneamento e mobilidade
investimentos em pesquisa e elevarem o uso de peças urbana.
nacionais. - Para continuar com medidas de reativação da econo-
- A necessidade de queda gradual dos juros vai tornar mia o MF estende, até o fim de outubro, a redução
menos atrativas as aplicações nos fundos de inves- do IPI sobre os automóveis e até 31 de dezembro o
timentos, que financiam o déficit público, podendo benefício aos eletrodomésticos e móveis. O BNDES
aumentar o atrativo pelas cadernetas de poupança. reduz as taxas de juros para financiamento da compra
Para evitar essa transferência o governo muda a sua de bens de capital, ônibus e caminhões (2,5 ao ano).
remuneração, a partir dos novos depósitos efetuados Os benefícios do IPI sobre material de construção e
em 4 de maio de 2012. Quando a taxa básica de juros bens de capital são prorrogados até 31/12/2013. A de-
cair para 8,5 ou menos a remuneração das caderne- preciação das compras de máquinas e equipamentos
tas será de 70 da taxa, mais a TR. é permitida até o final de 2012.
- Instabilidade internacional faz os aplicadores adquiri- - O Banco Central volta a reduzir a taxa de juros em
rem dólares, fazendo o câmbio atingir 2 reais. É bom agosto, agora para 7,5.
para as exportações e para conter as importações, - O governo federal ataca um dos gargalos do "custo
mas significa ameaça de inflação, que pode conter a Brasil" com a diminuição dos preços da energia elé-
diminuição nos juros. trica. Os objetivos são reforçar a competitividade da
indústria, estimular investimentos produtivos, conter a
inflação e propiciar crescimento econômico e geração
de empregos. São retirados e reduzidos encargos e
102 trocados contratos de concessão de geração e trans-
~
~
missão de energia que vencem de 2015 a 2017. A meta e equipamentos com juros favorecidos. O sistema
é reduzir as tarifas dos consumidores resídenciais em financeiro poderá financiar com parte dos depósitos
16 e de até 28 na indústria. compulsórios. A TRP é reduzida de 5,5 para 5 ao ano.
- Novas medidas do governo em setembro para reativar - A redução dos juros básicos diminui a entrada de in-
a economia: redução de encargos previdenciários para vestimentos produtivos. Para frear essa diminuição é
40 setores econômicos, substituindo-os por alíquotas reduzido o prazo durante o qual os capitais não sofrem
de 1 a 2 sobre o faturamento e depreciação acele- incidência do IDF, de 2 anos para 1 ano.
rada de equipamentos adquiridos até dezembro. - Novo plano de investimentos para ampliação e mo-
- O Bacen reduz as alíquotas adicionais dos depósitos dernização dos portos brasileiros. Serão investidos R$
compulsórios dos bancos sobre os depósitos à vista 54,2 bilhões até 2017 para ampliação do volume de
(de 6 para O) e a prazo (de 12 para 11) a partir de cargas movimentadas, dar maior eficiência
29 de outubro. O objetivo é liberar os recursos para operacional
oferecer créditos a taxas de juros mais baixas. € promover a concorrência entre os terminais para
- Discussão sobre o aparente paradoxo entre baixo cres- redução do preço dos fretes. Buscar-se-à adesão do
cimento econômico e baixas taxas de desemprego. setor privado em concessões, arrendamentos e novos
As principais explicações são: redução no ritmo de terminais próprios, com financiamento do BNDES.
crescimento da população economicamente ativa - Empresas estaduais de energia, principalmente de
(os jovens ficam mais anos em casa e estudando e estados governados pela oposição ao governo federal
os idosos não retornam ao mercado), as empresas (CESP, CEMIG, COPEL, CELG, CELESC) resistem a
relutam em demitir os trabalhadores em razão dos renovar
custos trabalhistas e de treinamento e do mercado não contratos que permitam redução nas tarifas de eletrici-
apresentar mão de obra qualificada em bom número, dade. A alegada diminuição de recursos seria
maior participação do setor de serviços no P18, que bancada
emprega mais. pelo governo federal.
- Discussão sobre as medidas protecionistas adotadas - O governo anuncia um pacote de medidas que visam
pelo governo brasileiro. O Ministro da Fazenda diz que melhorar a qualidade dos serviços e da infraestrutura
elas são mera compensação pela política monetária aeroportuária e ampliar a oferta de transporte aéreo.
expansionista adotada pelas grandes potências em Foram anunciadas privatizações dos aeroportos do
virtude da crise financeira, que provocam entrada de Ga-
moeda estrangeira nos países emergentes e valorizam leão (RJ) e de Confins (MG) sob regime de concessão.
suas moedas, prejudicando as exportações e barate- Foi criado programa para desenvolvimento da aviação
ando as importações. regional.
- O governo federal publica mais 100 produtos que terão - A taxa de desemprego de dezembro, segundo o IBGE,
aumentos nas alíquotas do Imposto de Importação, baixa ainda mais, para 4,6.
para até 25, alíquota máxima permitida pela OMe.
- O Conselho Curador do FGT5 aumenta os valores O ano de 2012 encerra com baixo crescimento econô-
máximos de financiamento de imóveis no Programa mico, inflação acima da meta e baixo nível de desemprego.
"Minha Casa, Minha Vida", conforme a população de Milhões de brasileiros se incorporam à sociedade de consumo.
cada município. O valor máximo é de 190 mil reais. Os investimentos estão baixos. Há necessidade de se rever
- O governo federal lança novo regime automotivo para
as despesas governamentais, que são altas e ineficientes e
as montadoras. O objetivo é a fabricação de carros
exigem uma alta carga tributária. O país depende de melhoria
mais econômicos e seguros através de reduções no
na situação econômica internacional, que se debate em reces-
pagamento do IPI e exigência de aplicação mínima de
são e desemprego, afetando as exportações. O país enfrenta
recursos em pesquisa e desenvolvimento.
dois problemas graves: o baixo crescimento econômico (o PIB
- Nova redução na taxa básica de juros em outubro, para
7,25, divide as autoridades do Bacen e os analistas cresceu apenas 0,9 em 2012) e as pressões inflacionárias.
do mercado, em razão dos temores da inflação. Para combater a inflação o governo alivia de impostos diversos
- O governo federal prorroga as reduções do IPI sobre setores econômicos.
os automóveis de 31/10 para 31/12. A inflação de 2012, de 5,84, supera a meta de 4,5.
- O governo federal anuncia redução de tarifas do setor Para cumprir a meta de superávit primário de 2012 o
elétrico e antecipação da renovação de contratos com governo federal recorre a artifícios para aumentar as receitas:
as empresas do setor. Estas se queixam de diminuição antecipação de recebimento de dividendos de empresas
de lucros e suas ações têm desvalorização na bolsa, estatais, utilização de receitas extraordinárias como indeni-
principalmente a Eletrobrás. zações judiciais, exclusão de gastos com o PAC e saque do
- O PIB do 3Q• trimestre é apenas 0,6 maior do que o Fundo Soberano.
do trimestre anterior e 0,9 maior do que o mesmo
trimestre do ano passado. Os investimentos estão Principais fatos do governo Dilma em 2013
estagnados. O governo federal está surpreso e a esti-
mativa para o ano é de crescimento de apenas 1.  Entraram em vigor em janeiro as novas tarifas de
- A carga tributária em 2011 alcançou a marca de 35,3. energia elétrica, com redução de 25 em média para
- Lançado pacote de estimulos à construção civil: deso-
os consumidores e de até 32 para a indústria. A prin-
neração da folha de pagamentos pela substituição da
cipal redução prevista viria da renovação das conces-
contribuição previdenciária de 20 pelo recolhimento
sões, por 30 anos, que foi parcialmente feita em razão
de 2 sobre o faturamento; linha de crédito de 2
da negativa de quatro estatais de energia, vinculadas
bilhões de reais a juros de 0,94 ao frlês; redução da
a governos estaduais da oposição ao governo central.
alíquota unificada sobre impostos (Regime Especial de
A diferença será coberta pelo Tesouro Nacional.
Tributação) de 6 para 4; a alíquota unificada de 1
abrangerá imóveis até 100 mil reais.  Reajuste nos preços da gasolina (+6,6) e no óleo
- Prorrogação do Programa de Sustentação de Investi- diesel (+5,4) nas refinarias para diminuir as des- í~Qc::. "1
mentos (PSI), operado pelo BNDES, por mais um ano, pesas da Petrobrás com os subsídios aos preços dos ""
com linhas de financiamento de aquisição de máquinas combustíveis. O governo reduziu as tarifas de energia
d ... ~81OJ
elétrica e solicitou que governos esta uais e rnurucipars
não repassem os aumentos dos combustíveis para os
preços do transporte.

----------------------------------------------------------------------------------------------,r--
1i"'l:'J
.l.V..J
~
~
 o saldo anual da balança comercial vem caindo, pois subiu 25 e a quantidade de latas vendidas caiu 10.
as exportações anuais caem mais do que as impor- No mesmo período, o preço do litro de sorvete caiu 10
tações. A qualidade das exportações vem caindo, e o número de litros vendidos aumentou 5. A respeito
pois se concentra em produtos primários, de menor do texto acima, analise as afirmativas a seguir:
valor agregado que os industrializados. Um terço das I - O PIB nominal em 2006 equivale a R$ 880.000,00 e
exportações constituiu-se de minério de ferro, soja e em 2007 a R$ 903.600,00.
petróleo. O país vem perdendo mercados para outros 11 - O PIB real de 2007, usando ano base de 2006, foi
fornecedores. São apontados problemas como a infra- de R$ 864.000,00.
estrutura, tributos, burocracia, custos de financiamen- 1\1 - O uso da série de PIB nominal dessa economia
to, diminuição de atender o mercado norte-americano para os anos 2006 e 2007 pode induzir o analista a
em favor da América Latina e falta de promoções no subestimar seu crescimento econômico.
exterior. Principais produtos exportados: minério de
ferro, petróleo, soja, açúcar, carne de frango, farelo Assinale:
de soja, café, aviões, pastas de madeira, peças de a) se somente a afirmativa I estiver correta.
veículos. Principais produtos importados: petróleo, b) se somente as afirmativas I e 1\1 estiverem corretas.
automóveis, peças de automóveis, óleos combustíveis,
c) se somente as afirmativas I e 11 estiverem corretas.
medicamentos, circuitos integrados, naftas, partes de
d) se somente as afirmativas 11 e 111 estiverem corretas.
transmissores, cloreto de potássio, gasolina. Os maio-
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
res mercados são China, Estados Unidos, Argentina,
Holanda, Japão. 2. (Antaq/Agente de Regulação/2009) Com relação aos
 O fraco crescimento do PIB é analisado por economis-
fundamentos da economia, julgue os seguintes itens.
tas, que apontam fatores como as restrições externas
a) Os seguintes mercados compõem a estrutura da aná-
(recessão nos mercados), a baixa produtividade (ínfra- lise macroeconômica de uma economia: o mercado
estrutura precária e elevado custo da mão de obra), de bens e serviços, que reflete o nível de atividades
problemas climáticos na agricultura, baixo nível dos dessa economia, representada pelos agentes ma-
investimentos (insegurança dos empresários). croeconômicos - consumidores, empresas e gover-
 Para conter os aumentos nos preços o governo decreta no -; mercado fiscal, no qual são relevantes a taxa
diminuição de impostos para produtos da cesta básica. salarial e a taxa cambial; e o mercado monetário,
 O governo federal anuncia o Plano Inova Empresa, em que os agentes econômicos empregam recursos
que incentiva as empresas a realizar investimentos em para a produção do produto interno bruto.
inovação tecnológica. b) A macroeconomia não se ocupa da formação dos
 O governo federal amplia os setores beneficiados por preços de um produto especificamente, mas, sim,
desoneração na folha de pagamentos em troca de do comportamento das unidades econômicas indi-
tributação sobre o faturamento. Alguns dos setores viduais e de mercados específicos.
são transporte ferroviário e metroviário, jornalismo c) Políticas macroeconômicas têm como meta alcançar,
e radiodifusão, serviços aeroportuários, transporte entre outros, os seguintes objetivos: alto nível de
aéreo de passageiros etc. emprego e estabilização do crédito rotatívo, bem
 Inflação em 12 meses acima do teto da meta e pressão como a alocação e a composição da produção total.
do mercado financeiro fazem o Banco Central aumen-
tar a taxa de juros básica, de 7,25 para 7,5. 3. (DFTrans/Analista de Transportes Urbanos/Econo-
 O PIB do 12 trimestre cresce apenas 0,6 em relação mista/2008) O Produto Interno Bruto (PIB) de um país
ao anterior. A inflação anual encosta no teto da meta é o valor monetário de todos os bens e serviços finais
de 6,5. O Banco Central, pressionado pelo mercado produzidos dentro do país no período de um ano. A par-
financeiro, volta a aumentar os juros, de 7,5 para 8. tir desse conceito, julgue os itens a seguir.
 A balança comercial tem saldo negativo até maio, de a) No cálculo do PIB, não se considera a excessiva po-
5,4 bilhões de dólares. As exportações são prejudica- luição dos ônibus de transporte urbano, que é um
das pela diminuição nas saídas de petróleo, justificadas problema do setor.
pela diminuição na produção e aumento do consumo b) Por melhorar o bem-estar da população, contemplan-
interno. do uma demanda até então não atendida, o trans-
 A recuperação da economia estadunidense provoca porte público clandestino tem sido considerado no
temores de que os EUA aumentem os juros e recebam cálculo do PIB.
mais capitais valorizando o dólar. O dólar aumenta c) A conscientização empresarial do setor de transpor-
para 2,12 reais em junho de 2013. Para voltar a atrair te público de que mulheres podem desempenhar
divisas do exterior o governo zera a alíquota do IOF de diversas funções até então ocupadas somente por
6 para aplicações em renda fixa. homens tem causado a diminuição da população em
idade ativa nesse setor.

4.
(Analista Econômico da Cia. Águas de Joinville/2007)
EXERCíCIOS
Assinale a afirmação falsa.
a) Um modelo simplificado da economia classifica as
Conceitos Básicos de Macroeconomia (PIB, unidades econômicas em famílias e empresas, que
Inflação, Desemprego, Variáveis Nominais e Reais, interagem em dois tipos de mercados: mercados de
Produto Efetivo e Potencial, Estoques e Fluxos) bens de consumo e serviços e mercados de fatores
de produção.
ss 1. (Sefaz-RJ/Fiscal de Rendas/2009) Numa economia, b) Os serviços dos fatores de produção fluem das famí-
O
apenas dois bens são produzidos: azeitonas e sorvete. lias para as empresas, enquanto o fluxo contrário,
z Em 2006, foram vendidos um milhão de latas de azei- de moeda, destina-se ao pagamento de salários,
O
u tonas a R$ 0,40 cada e 800.000 litros de sorvete a R$ aluguéis, dividendos e juros.
UJ
0,60 cada. De 2006 a 2007, o preço da lata de azeitonas c) A curva de possibilidades de produção dos bens X
e Y mostra a quantidade mínima de X que deve ser

104
~
~
produzida, para um dado nível de produção de Y, b) abrange o comportamento econômico e as políticas
utilizando-se plenamente os recursos existentes. que afetam o consumo e o investimento.
d) Os mercados desempenham cinco funções princi- c) abrange o câmbio, a balança comercial e as políticas
pais: I.Estabelecem valores ou preços; II.0rganizam fiscal e monetária.
a produção; III.Distribuem a produção; IV.Racionam d) lida com o comportamento de unidades econômicas
os bens, limitando o consumo à produção; e individuais, tais como famílias e firmas.
V.Prognosticam o futuro, indicando como manter e e) o nível agregado de renda ou dos gastos está entre
expandir a capacidade produtiva. as variáveis-chave a serem estudadas.
e) A inclinação da curva de possibilidades de produção
dos bens X e Y mostra quantas unidades do bem X
9. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/2002) Suponha uma
podem ser produzidas a mais, mediante uma redu-
economia hipotética que produza apenas dois bens
ção na produção do bem Y.
finais, A e B. Considere a tabela a seguir:

5. (Consultor Legislativo da Câmara Municipal de SP/2007)


Em uma economia fechada e sem governo, que produz bem A bem B
apenas laranjas e peixes, em 2005 foram produzidas 1 preço quantidade preço quantidade
000 laranjas ao preço unitário de $1 e 1000 peixes ao período 1 2,00 10 3,50 15
preço unitário de $1. Em 2006, foram produzidas 1500 período 2 2,50 12 4,83 10
laranjas ao preço de $2 cada e 600 peixes ao preço de
$3 a unidade. A partir dessa informação, pode-se afirmar Com base nessas informações e utilizando-se do índice
que as variações dos PIB nominal e real entre 2006 e de preços de Laspeyres, é correto afirmar que, entre
2005 foram, respectivamente, os períodos 1 e 2,
a) 50 e 25. a) o produto nominal apresentou uma variação positiva
b) 140 e 80. de 8 e o produto real não apresentou variação.
c) 10 e 5. b) o produto nominal apresentou uma variação posítíva
d) 100 e 0. de 12 e o produto real uma variação negativa de
e) 140 e 5. 19,65, aproximadamente.
c) o produto nominal apresentou uma variação positiva
6. (Câmara Municipal-SP/Consultor Legislativo/2007) de 8 e o produto real uma variação negativa de
Com relação aos dados da questão anterior, o defiator 8,33, aproximadamente.
implícito do PIB para a economia entre 2006 e 2005 foi, d) o produto nominal apresentou uma variação positiva
aproximadamente, de 8 e o produto real uma variação positiva de 2,5.
a)104. d) 129. e) o produto nominal apresentou uma variação positiva
b)5. e) 12. de 8 e o produto real uma variação negativa de
c) 150. 19,65, aproximadamente.

7. (Analista Econômico e Financeiro da Cia. Águas de Join- 10. (Comunicador Social do BNDES/2011) No ano de 2005,
ville/2007) Assinale a afirmação errada. o valor do Produto Interno Bruto (PIB) nominal de certo
a) Um modelo simplificado da economia classifica as país foi de 1000 unidades monetárias. No ano seguinte,
unidades econômicas em famílias e empresas, que o valor do PIB nominal foi de 1060 unidades monetárias
interagem em dois tipos de mercados: mercados de e ocorreu um aumento do PIB real de 4, em relação
bens de consumo e servíços e mercados de fatores ao ano anterior. Esses dados permitem concluir que
de produção. uma estimativa da taxa de inflação no país, entre 2005
b) Os serviços dos fatores de produção fluem das famí- e 2006, é, aproximadamente, de
lias para as empresas, enquanto o fluxo contrário, a) 0
de moeda, destina-se ao pagamento de salários, b) 2
aluguéis, dividendos e juros. c) 3
c) A curva de possibilidades de produção dos bens X d) 4
e Y mostra a quantidade mínima de X que deve ser e) 6
produzida, para um dado nível de produção de Y,
utilizando-se plenamente os recursos existentes. Agregados Macroeconômicos, Identidades
d) Os mercados desempenham cinco funções principais:
Macroeconômicas Fundamentais, Consumo,
I. Estabelecem valores ou preços; 11. Organizam a
Investimento, Gastos do Governo, Exportações
produção; 111. Distribuem a produção; IV. Racionam
os bens, limitando o consumo à produção; e V. Prog- líquidas. Métodos de Medição do Valor do
nosticam o futuro, indicando como manter e expandir Produto, Sistema de Contas Nacionais. PIS Real X
a capacidade produtiva. PIS Nominal, Deflator do PIS. Inflação: Conceitos
e) A inclinação da curva de possibilidades de produção e Formas de Mensuração, Correção Monetária
dos bens X e Y mostra quantas unidades do bem X Utilizando índices de Inflação

r'
podem ser produzidas a mais, mediante uma redução
na produção do bem Y. 11. (Banco Central do BrasiI/Analista/201O) O Produto In-
terno Bruto de um país, num certo ano, é menor que
8. (Economista da Codevasf/2003) Os enunciados abaixo o seu Produto Nacional Bruto, no mesmo ano, se alo)
são formas de se caracterizar a macroeconomia em ~2
sentido amplo, exceto a que informa que a (na) ma- a) entrada de poupança externa for elevada.
croeconomia: b)entrada líquida de capitais do exterior exceder as ~~
a) trata do comportamento da economia como um todo. importações. :
c) renda líquida recebida do exterior for positiva.

----------------------------------------------------------------------------------------------vr--
105
~
~
d) reserva em divisas estrangeiras, no Banco Central, b) 1.944.430.
aumentar. c) 1.946.019.
e) superávit no balanço comercial e de serviços for d) 2.231.014.
positivo. e) 1.942.901.

12. (MPU/Perito em Economia/2010) Julgue os itens sub- 16. (BNDES/Profissional Básico/2008) Os residentes de
sequentes. certo país recebem liquidamente renda do exterior.
a) Considera-se poupança bruta, a soma da poupança Então, necessariamente,
do setor privado, da poupança do governo e da a) o país tem déficit na balança comercial.
poupança externa. b) o país está atraindo investimentos externos.
b) Um superávlt em transações correntes implica pou- c) o PNB do país é maior que seu PIB.
pança externa negativa. d) a taxa de juros doméstica está muito baixa.

® (Analista do Banco Central do Brasi1/2010) No sistema


de contas nacionais, o produto de uma economia pode
e) ocorrerá uma valorização da taxa de câmbio.

Julgue os itens seguintes, relativos às contas nacionais.


ser obtido de três maneiras diferentes: sob a ótica da 17. (Analista Administrativo da ANAC/2012) A soma das
produção, da despesa e da renda. remunerações dos fatores de produção é igual à soma
dos gastos em bens e serviços finais produzidos inter-
Especificação e Valor ($) namente durante um ano.
Produção: 1.979 18. (Analista Administrativo da ANAC/2012) Caso o conjun-
Consumo das famílias: 659 to das empresas de determinada economia acumule
Formação bruta de capital mais variação de esto- estoques indesejados, esses estoques serão contabili-
ques: 236 zados como investimentos nas contas nacionais.
Remuneração dos empregados e dos autônomos, 19. (Analista Administrativo da ANAC/2012) Caso um bem
incluídas as contribuições sociais: 467 tenha sido produzido em 2011 evendido apenas em 2012,
Lucros distribuídos ou não: 440 ele contribuirá para o produto interno bruto de 2012.
Exportação de bens e serviços: 117
Importação de bens e serviços: 135 20. (Auditor de Controle Externo do TCDF/2012) O produ-
Impostos sobre produtos: 119 to interno bruto de um país hipotético que produza
Consumo intermediário: 1.012 somente veículos automotores será a soma do valor
da produção dos veículos, dos pneus, dos motores au-
Analisando as informações da tabela acima, pode-se tomotivos e de todos os demais componentes desses
concluir que, para essa economia, em $, alo): veiculos.
a) renda nacional é 949.
b) renda interna é 1.026. 21. (Diplomata do Instituto Rio Branco/2009) A demanda
c) despesa interna é 1.068. agregada total (doméstica e externa) de uma economia
d) produto nacional bruto é 1.068. aberta equivale ao seu produto interno bruto (PIB),
e) produto interno bruto é 1.086. sendo os seguintes os seus principais componentes:
consumo, investimento, compras do governo e expor-
14. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Gover- tação líquida de bens e serviços. Supondo-se que essa
namental/2008) Considere os seguintes dados para economia gere um PIB anual de R$ 1 trilhão, mantenha
uma economia hipotética: Investimento privado: 200; uma taxa de investimento igual a 20 do PIB e que,
Poupança privada: 100; Poupança do governo: 50j nessa economia, o consumo e os gastos do governo
Déficit em transações correntes: 100. Com base nestas sejam respectivamente 3,1 e 0,7 vezes superiores ao
informações e considerando as identidades macroeco- investimento, é correto concluir que o saldo exportador
nôrnlcas básicas, pode-se afirmar que o investimento dessa economia será de
público e o déficit público são, respectivamente, a) R$ 38 bilhões.
a) zero e 50. b) R$ 40 bilhões.
b) 50 e 50. c) R$ 76 bilhões.
c) 50 e zero. d) R$ 80 bilhões.
d) zero e zero. e) R$ 102 bilhões.
e) 50 e 100.
22. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasi1/2009)
15. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
Considere as seguintes informações extraídas de um
mental/2008) A conta de bens e serviços do sistema de
sistema de contas nacionais, em unidades monetárias:
contas nacionais no Brasil apresentou os seguintes da-
Poupança privada: 300; Investimento privado: 200;
dos para 2005 (em R$1.000.000): Produção: 3.786.683;
Poupança externa: 100; Investimento público: 300.
Importação de bens e serviços: 247.362; Impostos
Com base nessas informações, pode-se considerar que
sobre produto: 306.545; Subsídios aos produtos: 1.559;
a poupança do governo foi:
Despesas com consumo final: 1.721.783; Formação
a) de 200 e o superávit público foi de 100.
« bruta de capital fixo: 342.237; Variação de estoques:
5.739; Exportação de bens e serviços: 324.842. Com b) de 100 e o déficit público foi de 200.
c) negativa e o déficit público foi nulo.
sO base nestas informações, pode-se afirmar que o con-
sumo intermediário foi de: d) de 100 e o superávit público foi de 200.
z a) 2.133.019. e) igual ao déficit público.
O
u
w

106
julgue os itens seguintes, relativos às contas nacionais. c) O Balanço de Serviços e Rendas representa as nego-
23. À medida que crescem as remessas de juros ao exterior, ciações internacionais dos chamados bens invisíveis
aumenta-se o déficit na conta capital e financeira do e os rendimentos de investimentos e do trabalho.
balanço de pagamentos, ceteris paribus. d) Os principais fatores que determinam o saldo do
24. Se um país apresenta superávit no balanço de pagamen- Balanço Comercial são: o nível de renda da economia
tos, suas exportações líquidas serão, necessariamente, e do resto do mundo, a taxa de câmbio e os termos
positivas. de troca.
e) As transações do Balanço de Serviços e Rendas são
(Antaq/Agente de Regulação/2009) julgue o item a seguir. as transações que afetam diretamente a Renda
25. Atualmente, de acordo com metodologia recomendada Nacional.
pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), os movi-
mentos de capitais passaram a ser demonstrados no
32. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Gover-
balanço de pagamentos em duas contas distintas, que
namental/2009) Considere os seguintes saldos, em
separam as transferências de patrimônio das movimen-
unidades monetárias, para as contas dos Balanços de
tações meramente financeiras.
Pagamentos: Balanço comercial: - 700; Balanço de
serviços: -7.000; Balanço de rendas: -18.000; Trans-
26. (BNDES/Administrador/2009) O fato de um país ter um
ferências unilaterais: + 1.500; Conta Capital: + 300; In-
déficit na conta-corrente de seu balanço de pagamentos
vestimento Direto: + 30.500; Investimento em Carteira:
significa que
+ 7.000; Derivativos: - 200; Outros investimentos na
a) está havendo perda de reservas internacionais.
conta financeira = -18.000; Erros e omissões: + 2.500.
b) seu balanço comercial é deficitário.
Considerando esses lançamentos, é correto afirmar que
c) a conta de capital do seu balanço de pagamentos é
a conta Haveres da Autoridade Monetária apresentou
superavitá ria.
saldo de:
d) a poupança externa que está entrando no país é
a) + 2.100 b) - 2.100 c) - 2.900 d] + 2.000 e) zero
positiva.
e) a renda líquida enviada ao exterior é positiva. 33. (Economista da FUNAI, 2009) Sobre o Balanço de Pa-
garnentos é correto afirmar que:
27. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasi1/2009) Con- a) O saldo das transações correntes é a soma do saldo
sidere a seguinte identidade macroeconômica básica: da balança comercial, de serviços e das transferên-
=
y" C + I + G + (X - M), onde C consumo agregado; I = cias.
investimento agregado; e G = gastos do governo. Para b) O pagamento de juros é classificado na conta de
que Y represente a Renda Nacional, (X - M) deverá capital.
representar o saldo: c) O pagamento de lucros é classificado na conta de
a) da balança comercial. capital.
b) total do balanço de pagamentos. d) As amortizações estão ligadas a investimentos dire-
c) da balança comercial mais o saldo da conta de tu- tos anteriores.
rismo. e) Os custos com consulados são classificados em
d) da balança comercial mais o saldo da conta de ser- outros serviços diversos.
viços.
e) do balanço de pagamentos em transações correntes. 34. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
mental, 2008) Conforme consta nas notas metodoló-
(Instituto Rio Branco/Diplomata/2009) Considerando a con- gicas do Banco Central do Brasil sobre o Balanço de
tabilidade do balanço de pagamentos do Brasil e das contas Pagamentos, a conta que inclui os "serviços financeiros,
nacionais, julgue (C ou E) os itens seguintes. que compreende serviços bancários tais como correta-
28. Um déficit de 100 dólares na conta de transações cor- gens, comissões, tarifas por prestações de garantias e
rentes implica, necessariamente, a perda do mesmo fianças, comissões e outros encargos acessórios sobre
valor nas reservas internacionais. o endividamento externo" é a conta:
29. Remessas de rnáqulnas e equipamentos de uma com- a) transferências unilaterais correntes.
panhia estrangeira para sua filial no Brasil não precisam b) de rendas.
ser registradas no balanço de pagamentos, visto que tal c) de serviços.
operação não envolve entrada ou saída de divisas. d) de capital.
30. A diferença entre a renda nacional bruta e a renda inter- e) financeira.
na bruta é obtida por meio do somatório dos saldos da
conta de renda e da conta de transferências unilaterais. 35. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
mental, 2008) A partir do início deste século, o Banco
31. (Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo/ Central do Brasil passou a divulgar o balanço de paga-
Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças mentos com nova metodologia. Pode-se considerar as
Públicas/2009) As contas do Balanço de Pagamentos seguintes alterações em relação à metodologia anterior,
contêm os fluxos de moeda para dentro e para fora exceto a
de um país e fornecem informações sobre as relações a) exclusão, no item investimentos diretos, dos em-
comerciais entre os países. Com relação ao Balanço de préstimos intercompanhias. de qualquer prazo. nas
Pagamentos, indique a opção falsa. modalidades de empréstimos diretos e colocação r~Q-1
a) O Balanço Comercial corresponde ao saldo das de títulos. ..:::.
exportações sobre as importações. b) introdução, na conta corrente, de clara distinção en-
b) O Balanço de Transações Correntes, quando supe- tre bens, serviços, renda e transferências correntes, ~o!:,!
ravitário, indica que o país está recebendo recursos com ênfase no maior detalhamento na classificação _
que podem ser utilizados no pagamento de compro- de serviços.
missos assumidos anteriormente.

1rli
.LUI
~
~
c) estruturação da conta de rendas de forma a eviden- 40. (Sefaz-RJ/Fiscal de Rendas/2009) Supondo que a eco-
ciar as receitas e despesas geradas por cada uma das nomia se encontre num ponto de equilíbrio de curto
modalidades de ativos e passivos externos contidas e longo prazo, segundo o modelo clássico de nível de
na conta financeira. preços, o efeito da emissão de moeda na economia é
d) inclusão da "conta financeira", em substituição à caracterizado por:
antiga conta de capitais. a) no curto prazo, haver um aumento da demanda
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, agregada, levando a um PIB real superior ao de
inclusive bônus, notes e commercial papers, para a equilíbrio, que ao longo do tempo é ajustado via
conta de investimento em carteira. aumento dos salários nominais.
b) no longo prazo, o efeito nos salários nominais
A Oferta e a Demanda Agregadas deslocar a curva de oferta de curto prazo para a
direita, num novo equilíbrio onde o PIB real é igual
36. (Analista do Banco Central do Brasi1/2010) No modelo ao anterior à mudança, mas sob um nível de preços
macroeconômico clássico, as variações na oferta mone- superior.
tária, decorrentes da atuação do Banco Central, teem c) um novo equllíbrlo da economia em que o PIB real é
consequências, a curto prazo, apenas sobre o(a) superior ao anterior à mudança, apesar de implicar
a) nível geral de preços. um nível de preços superior.
b) produto real da economia. d) no longo prazo, haver uma redução da demanda
c) utilização da capacidade ociosa. agregada, levando a um PIB real inferior ao de equi-
d) taxa de desemprego. líbrio, que ao longo do tempo é ajustado via redução
e) taxa de câmbio. dos salários nominais. O novo equilíbrio da economia
é tal que o PIB real é inferior ao anterior à mudança,
37. (STN/Analista de Finanças e Controle/2008) John M. com um nível de preços superior.
Keynes, em sua Teoria Geral do Emprego, do Juro e da e) no curto e no longo prazo, não haver efeito sobre a
fv10edü (Abril cuttura', Coleção "Os Econormstas", 1983)J demanda agregada, apenas um ajuste dos salários
procurou analisar e sistematizar os pressupostos da nominais, que perdem seu poder de compra.
Economia Clássica. Considerando a interpretação dada
por Keynes à Teoria Clássica, não pode ser considerado Julgue o item que se segue.
como hipótese da Teoria Clássica: 41. (Economista da Prefeitura de Rio Branco - AC/2007)
a) não existe o que se chama de desemprego involun- Aumentos nos preços das matérias-primas conduzem a
tário no seu sentido estrito. inflações induzidas pelos custos e deslocam a curva de
b) o salário real é igual à desutílldade marginal do oferta agregada da economia para cima e para a esquerda.
trabalho existente.
c) o produto marginal do trabalho é zero para qualquer 42. (Técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA/2004)
nível de produção e de emprego. Considere um modelo de oferta e demanda agrega-
d) a oferta cria a sua própria procura. das supondo as seguintes hipóteses: curva de oferta
e) o preço da procura agregada é igual ao preço da agregada de curto prazo positivamente inclinada em
oferta agregada para todos os níveis de produção e decorrência da existência de rigidez de preços e salários
de emprego. no curto prazo; curva de oferta agregada de longo prazo
vertical no nível de pleno emprego; curva de demanda
38. (Economista do Ministério do Trabalho e Empre- agregada definida a partir do modelo IS/LM; preços
gO/2008) Julgue os itens a seguir. e salários flexíveis no longo prazo. Com base nessas
I - Considerando que as empresas exportadoras bra- informações, é incorreto afirmar que
sileiras dependam fortemente de linhas de crédito a) na ocorrência de choques de oferta, a autoridade
internacionais para viabilizar suas vendas externas, econômica pode-se utilizar de políticas monetária
então a contração desse tipo de crédito desencadeada e fiscal para minimizar os custos do desemprego.
pela atual crise norteamericana desloca a curva de b) o equilíbrio de longo prazo pode ser definido pela
demanda agregada da economia brasileira para baixo interseção entre a curva de demanda agregada e as
e para a esquerda. curvas de oferta agregada de curto e longo prazo.
11- A forte redução do preço do petróleo nos mercados c) no longo prazo, a política monetária só altera o nível
internacionais, ocorrida recentemente, desloca a curva geral de preços.
de oferta agregada da economia brasileira para baixo,
d) Uma política fiscal expansionista tende a elevar o
contribuindo, assim, para elevar a produção e reduzir
nível geral de preços no longo prazo.
a taxa de inflação.
e) uma política monetária contracionista tende a elevar
111- No modelo clássico, aumentos da taxa de inflação
o nível geral de preços no curto prazo.
geram excesso de demanda de trabalho, elevam o
salário nominal e, consequentemente, os custos das
43. (Sefaz-RJ/Fiscal de Rendas/2009) Um trabalhador esco-
empresas, porém, não alteram os níveis de longo prazo
lhe livremente entre horas de lazer e de trabalho num
da produção e do emprego.
mercado sem obrigações contratuais. Com relação à
teoria clássica de oferta de trabalho, que relaciona horas
39. (Vunesp/Consultor Legislativo da Câmara Municipal de
trabalhadas com salário/hora pago, assinale a afirmativa
SP/2007) Em uma economia concorrencial, se houver
correta quanto às suas hipóteses e conclusões.
rigidez nos salários, a oferta agregada será
« a) totalmente inelástica.
a) O trabalhador não escolhe livremente entre horas
de trabalho e de lazer.
b) infinitamente elástica.
~ b) Quanto maior o salário/hora, menor a oferta de
c) negativamente inclinada.
O trabalho.
Z d) positivamente inclinada.
O
u e) inexistente.
w

108
~
~
c) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do
salário até um dado nível w*, reduzindo para níveis
de salário superiores a w*.
I (Economista do Ministério do Trabalho e Emprego/2008)
Julgue o item a seguir.
I 48. Políticas fiscais expansionistas baseadas em redução
d) Obrigações contratuais incentivam rápidos ajustes de impostos elevam mais a demanda agregada do que
às variações de salários. aquelas que implicam aumentos equivalentes dos gas-
e) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do tos públicos e esses aumentos serão maiores, quanto
salário. menor for a propensão marginal a poupar da economia.

Julgue o item seguinte, relativos às contas nacionais. 49. (Câmara Municipal-SP/Consultor Legislativo/2007) Em um
44. (Auditor de Controle Externo do TC-DF/2012) A redução modelo keynesiano simples, para uma economia fechada,
do déficit orçamentário causa redução do produto e da a propensão marginal a consumir é 0,8 e a carga tributá-
taxa de juros da economia no curto prazo. No médio ria é 25. üm aumento dos gastos do governo em 100
prazo, a reduzida taxa de juros permite que haja retorno unidades monetárias levará a um aumento na renda de:
do produto ao nível anterior. a) 100 unidades monetárias.
b) 75 unidades monetárias.
45. (Economista da FUNA1/2009) São características de um c) 500 unidades monetárias.
modelo de Demanda Agregada: d) 250 unidades monetárias.
a) A taxa dejuroestar no mesmo nível da taxa de câmbio. e) 200 unidades monetárias.
b) A taxa de investimento estar no mesmo nível da taxa
de câmbio. A respeito de macroeconomia, julgue o item subsequente.
c) A taxa de juros estar no mesmo nível da taxa de 50. (Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do
investimento. DF/2012) Em uma economia hipotética, cuja propen-
d) O nível de renda ser determinado pelo investimento. são marginal a consumir seja igual a 0,6, se o governo
e) A oferta agregada determinar a demanda agregada. ampliar o crédito de tal forma que o consumo aumente
em R$ 1 bilhão, o produto dessa economia aumentará
Determinação da Renda e do Produto de em R$ 2,5 bilhões.
Equilíbrio nos Quatro Setores Econômicos e
51. (Economista do BNDES/2011) Qual das seguintes
Política Fiscal. Papel dos Gastos Públicos. Políticas estáticas comparativas está de acordo com o modelo
de Estabilização keynesiano simples com consumo e investimento?
a) Um aumento do nível de poupança representa uma
46. (Antaq/Agente de Regulação/2009) Em relação aos injeção de renda, elevando a demanda agregada,
conceitos básicos de Macroeconomia, julgue os itens a provocando um aumento do nível de produto de
seguir. equilíbrio.
I - Se a produção de determinada economia nacional
b) Um aumento da propensão marginal a consumir ele-
está abaixo do seu ponto de equllíbrío, a eventual ex-
va o nível do produto (V), pois a demanda agregada
pansão da produção se dará associada a um aumento
(DA) sofre um deslocamento paralelo para cima no
não intencional dos estoques das empresas.
plano (V, DA).
11- O consumo independente da renda, também cha-
c) Quando o nível de produção se anula, o consumo
mado de consumo autônomo, determina o ponto em
autônomo passa a ser financiado por um nível de
que a curva de consumo agregado corta o eixo das
poupança positiva.
ordenadas de um gráfico do tipo consumo versus nível
d) Um aumento no investimento autônomo é a única
de renda nacional.
maneira de aumentar tanto a renda como a poupan-
111- Se o grupo responsável pela reforma tributária que
ça de equilíbrio.
ainda se encontra em discussão no Congresso Nacional
optasse pelo aumento dos impostos indiretos no Brasil, e) Um aumento na taxa de poupança induz a uma
redução do nível de investimento de equilíbrio.
permanecendo constantes os demais impostos, deve-
riam ser observadas alterações nas propensões médias
A respeito de rnacroeconomía, julgue o item subsequente.
a consumir da população, embora a propensão marginal
52. (Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do
a consumir não fosse afetada.
DF/2012) Em uma economia hipotética, cuja propen-
IV - A relação entre o nível de taxa real de juros e a
são marginal a consumir seja igual a 0,6, se o governo
propensão a poupar das famílias é sempre diretamente
ampliar o crédito de tal forma que o consumo aumente
proporcional.
em R$ 1 bilhão, o produto dessa economia aumentará
em R$ 2,5 bilhões.
47. (STN/Analista de Finanças e Controle/2008) Considere
o seguinte modelo keynesiano: V = C + 10 + G; C = a +
53. (Engenheiro do BNDES/2011) A curto prazo, para ex-
=
b.Y, onde O < b < 1; Y Produto Agregado; C = consumo
pandir a demanda agregada e a renda de um país, uma
agregado; "a" uma constante positiva; 10 = investimentos
política fiscal expansiva
autônomos; e G = gastos do governo. Com base neste
a) aumentaria os impostos e o superávit orçamentário
modelo, é incorreto afirmar que:
do setor público.
a) V = A/(1- b), onde A = (10 + G)/a.
b) aumentaria os impostos para repagar a dívida exter-
b) b.Y/b.G = b.Y/b.a.
c) dado que O < b < 1, o multiplicador keynesiano é
c) aumentaria os gastos públicos financiados pela
maior do que 1.
venda de títulos do Tesouro.
d) um aumento do consumo autônomo aumenta o nível d) reduziria, no mesmo valor, os gastos públicos e as
do produto. importações.
e) b.Y/b.G = b.Y/b.lo'
e) reduziria o gasto público e a emissão monetária
usada para financiá-Io.

lÕ9
<>
~
54. (Economista do BNDES/2011) Qual das seguintes I 58. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Gover-
estáticas comparativas está de acordo com o modelo namental/2009) Considere os seguintes coeficientes
keynesiano simples com consumo e investimento? de comportamento monetário: Ml = meios de paga-
a) Um aumento do nível de poupança representa uma mento; c = (papel-moeda em poder do público/Ml);
injeção de renda, elevando a demanda agregada, d = (depósitos a vista nos bancos comerciais/M1);
provocando um aumento do nível de produto de =
R (encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos a
equilíbrio. vista nos bancos comerciais). Considerando que c = d/3
b) Um aumento da propensão marginal a consumir ele- e R = 0,3, o valor do multiplicador da base monetária
va o nível do produto (V), pois a demanda agregada será de, aproximadamente,
(DA) sofre um deslocamento paralelo para cima no a) 2,990
plano (V, DA). b) 2,105
c) Quando o nível de produção se anula, o consumo c) 1,290
autônomo passa a ser financiado por um nível de d) 1,600
poupança positiva. e) 3,103
d) Um aumento no investimento autônomo é a única
59. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
maneira de aumentar tanto a renda como a poupan-
ça de equilíbrio. mental/2009) Em relação aos conceitos relacionados a
e) Um aumento na taxa de poupança induz a uma uma economia monetária, é incorreto afirmar que:
redução do nível de investimento de equilíbrio. a) um banco cria meios de pagamentos quando compra
bens ou serviços do público pagando com moeda
corrente.
55. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/2009) Considere o
b) os bancos podem alterar o multiplicador bancário
modelo de determinação da renda com as seguintes
alterando os seus recolhimentos voluntários junto
informações, em unidades monetárias (quando for o
ao Banco Central.
caso): C = 100 + O,8.Y; M = 50 + m.Y; X = 100; G = 100; ! '"
c) alterando os recolhimentos compulsórios, o Banco
200, onde: V = produto agregado; C = consumo agrega-
Central consegue controlar os coeficientes de com-
do; G = gastos do governo; I = investimento agregado; X portamento bancário "c" e "d".
= exportações; M = importações; e "rn" uma constante d) o valor do multiplicador da base monetária pode
positiva. Considerando uma renda agregada de equilí- se alterar independente das intenções do Banco
brio igual a 900, a propensão marginal a importar será Central.
igual a: e) quanto maior o coeficiente "papel moeda em poder
a) 0,15 do público/Ml", menor será o multiplicador da base
b) 0,50 monetária.
c) 0,20
d) 0,30 60. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Gover-
e) 0,25 namental/2008) Considerando a definição de meios de
pagamentos adotada no Brasil, é incorreto afirmar que:
Moeda: Conceito, Funções, Características, o a) o Ml engloba o papel-moeda em poder do público.
Papel do Sistema Financeiro, Criação e Destruição b) o M2 engloba os depósitos para investimento e as
emissões de alta liquidez realizadas primariamente
de Moeda, Contas do Sistema Monetário,
no mercado interno por instituições depositárias.
Multiplicação e Controle dos Meios de c) o papel-moeda em poder do público é resultado da
Pagamento. Instrumentos de Gestão da Política diferença entre papel-moeda emitido pelo Banco
Monetária: Operações de Mercado Aberto, Central do Brasil e as disponibilidades de caixa do
Redesconto Bancário, Reservas do Bacen. Bancos sistema bancário.
d) o M3 inclui as captações internas por intermédio
Comerciais e a Oferta de Moeda: o Multiplicador
dos fundos de renda fixa.
Bancário
e) o M3 engloba os títulos públicos de alta liquidez.

56. (Banco Central do BrasiI/Analista/20l0) As instituições (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
61.
financeiras não monetárias mental/2008) Conforme definição adotada pelo Banco
a) incluem os bancos comerciais. Central do Brasil, as contas analíticas do setor bancário
b) incluem as cooperativas de crédito. são o resultado da consolidação das contas analíticas do
c) incluem as caixas econômicas. Sistema Monetário (Autoridade Monetária mais os Bancos
d) captam recursos através da emissão de títulos. Criadores de Moeda) e das outras instituições bancárias.
e) captam recursos através de depósitos à vista. As informações são reagrupadas e apresentadas em dois
grupos: ativo e passivo. Não é componente do ativo:
57. (Banco Central do BrasiI/Analista/2010) Entre as várias a) os ativos externos líquidos.
ações do Banco Central que resultam numa política b) o crédito ao governo federal [liquido).
monetária expansionista, não se encontra a c) as obrigações por títulos do Banco Central do Brasil.
a) compra de moeda estrangeira no mercado cambial. d) o crédito a governos estaduais e municipais.
b) compra de títulos federais no mercado aberto. e) o crédito a empresas públicas não financeiras.
::5 c) venda de títulos federais no mercado aberto.
2 d) redução do percentual de recolhimento compulsório 62. (Escriturário do Banco do Brasil/2013) Presente no
O
z dos bancos ao Banco Central. ambiente regulatório dos negócios bancários, tem
O
u e) redução da taxa de juros dos empréstimos de llqui- merecido destaque para contribuir com a redução da
w taxa de juros:
dez do Banco Central aos bancos.

110
~
~
a) restrição à entrada de novos bancos estrangeiros no dos Déficits Orçamentários do Governo sobre a
País. Taxa de Juros de Equilíbrio, o Efeito Expulsão e o
b) limitação de empréstimos para aquisição de veículos
Multiplicador Keynesiano
novos.
c) atuação conjunta do Banco do Brasil com o Banco 67. (MDA/Economista/2009) A política monetária refere-se
Central no crédito consignado. basicamente aos mecanismos de controle creditício e
d) determinação para financiamentos bancários sem liquidez do sistema econômico. Um aumento na oferta
garantia. de moeda na economia (política monetária )
e) portabilidade do crédito. provoca nos juros, incentivando __ investi-
mento privado e público, a demanda agregada
63. (Economista do BNDES/2011) Em relação ao tema de e o desemprego. A sequência de palavras
agregados monetários, considere as seguintes siglas: que completa adequadamente o trecho acima é:
PMC = Papel-moeda em circulação; CBCOM = Encaixe a) expansionista/queda/mais/ampliando/combatendo.
em moeda mantido pelo sistema bancário (Caixa dos b) expansionista/queda/menos/reduzindo/gerando.
Bancos Comerciais); CBACEN = Caixa do Banco Central; c) expansionista/queda/menos/reduzindo/combatendo.
DVBCOM = Depósitos à vista nos bancos comerciais; d) contracionista/aumento/menos/reduzindo/gerando.
PMPP = Papel-moeda em poder do público; PME :: e) contracionista/aumento/menos/ampliando/gerando.
Papel-moeda emitido; TPP5P = Títulos públicos em
poder do setor privado; TEID :: Títulos emitidos por 68. (Analista de Transportes Urbanos/Economista/DF-
instituições depositárias. A definição de meios de pa- Trans/2008) A curva 15 (investment-saving) mostra as
gamento (Mi) é dada por condições de equilíbrio no mercado de bens e a curva
=
a) Ml PMC - CBCOM - CBACEN + DVBCOM LM (Iiquidity-money) representa o equilíbrio no merca-
b) Ml :: PME - CBACEN - CBCOM + DVBCOM do de ativos. No que concerne a esses conceitos, julgue
c) Ml = PMPP + TPPSP os itens a seguir.
d) Ml :: PMPP + DVBCOM + TEID a) Quanto maior for a propensão marginal a consumir,
e) Ml = PMPP + PMC - PME + DVBCOM menor será a inclinação da curva IS.
b) Pontos à direita da curva :5 correspondern a situa-
64. (Consultor Legislativo da Câmara Municipal de 5P/2007) ções de excesso de demanda de bens.
Constituem políticas monetárias expansionistas: c) Implicitamente, a curva LM considera a oferta e
a) aumento na taxa de redesconto e diminuição das a demanda de moeda levando em conta a lei de
reservas compulsórias. Walras do mercado de ativos.
b) diminuição na taxa de redesconto e compra de tí!os d) Pontos à esquerda e acima da curva LM representam
no mercado aberto. uma situação de excesso de demanda por moeda.
c) diminuição na taxa de redesconto e venda de títulos e) Desconsiderando-se situações extremas, o au-
no mercado aberto. mento da oferta de moeda provoca aumento do
d) diminuição dos impostos e aumento das reservas investimento e consequente aumento da renda da
compulsórias. economia.
e) diminuição dos impostos e diminuição das reservas
com pulsórias. 69. (STN/Analista de Finanças e Controle/2008) Considere
o modelo IS/LM e o de oferta e demanda agregada.
A respeito da compreensão dos fenômenos macroeconômi- Supondo que a curva de oferta agregada de curto prazo
cos nas economias modernas, julgue o item que se segue. é positivamente inclinada, é correto afirmar que:
65. (Agente de Regulação da Antaq/2009) O aumento da a) a partir do equilíbrio de longo prazo, no modelo de
oferta monetária pela via do câmbio, seja por meio do oferta e demanda agregada, um aumento da base
aumento das exportações, seja pela colocação de títulos monetária eleva a taxa de juros e reduz o nível de
no exterior, facilita o controle de juros no mercado interno. atividade econômica no curto prazo.
66. (Agente de Regulação da Antaq/2009) Um dos instrumen- b) é possível construir, com o modelo IS/LM, uma
tos de política monetária que podem ser utilizados em teoria para a demanda agregada. A partir dessa
situações de grave crise de crédito, como a que tem sido teoria, pode-se avaliar os efeitos, por exemplo, de
observada nos últimos meses em todo o mundo, consiste uma política monetária expansionista no modelo de
no redesconto de títulos dos bancos comerciais a uma taxa oferta e demanda agregadas.
prefixada, embora as instituições financeiras somente c) no equilíbrio de longo prazo, um aumento da de-
utilizem esse tipo de operação como último recurso. manda agregada não provoca inflação.
d) a partir do equilíbrio de longo prazo, uma política
fiscal expansionista, quando eleva o nível do produto
Política Monetária e Fiscal. As Curvas 15 e
de curto prazo, não provoca alterações no nível geral
lM. Efeitos das Políticas Fiscal e Monetária. O de preços.
Equilíbrio no Mercado Monetário, Determinação e) somente a política fiscal pode elevar o produto de
da Taxa de Juros da Economia. A Curva LM, Taxa equilíbrio de longo prazo sem causar inflação.
de Juros Real e Taxa de Juros Nominal.
O Modelo IS-lM: A Relação entre o Mercado 70. (Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do
de Bens e o Mercado Financeiro. Política DF/2012) A respeito de macroeconomia, julgue os itens
su bseq uentes.
Fiscal: Instrumentos de Política Fiscal. Política
I - De acordo com o modelo 15-LM, um apolítica mo-
I\i!onetária: Instrumentos de Política IV!onetária. netária expansionista associada a uma política fiscal
o Modelo de Oferta e Demanda Agregada e contracionista determina um crescimento econômico
sua Interação com o Modelo IS-LM. O Efeito com redução das taxas de juros.

111
~
~
11- Qualquervariável- excetuando-se o nível de preços- Teoria da Inflação: definição, Principais Efeitos,
que desloque a curva 15 ou a curva LM também deslocará Causas. Relação entre Inflação e Desemprego:
a curvaz de demanda agregada.
a Curva de Phillips. Expectativas Racionais.
111 - Qualquer ponto sobre a curva IS demonstra impli-
citamente que o mercado de bens está em equilíbrio,
Metas de Inflação. Inflação: Conceitos e Formas
eqnautno qualquer ponto sobre a curva LM demonstra de Mensuração. Choques de Oferta e suas
implicitamente que os mercados financeiros estão em Implicações para o Nível de Inflação. Política
equilíbrio. Cambial e Inflação: Bens Comercializáveis
(Tradebles) e Bens não Comercializáveis (Non
71. (Administrador do BNDES/2011) Um aumento dos gastos Tradebles)
em bens e serviços por parte do governo, financiado pela
emissão de títulos públicos e causando um aumento das 77. (Banco Central do BrasiI/Analista/2010) Com as cons-
taxas de juros na economia, é uma política: tantes inovações financeiras, tem-se tornado mais difícil
a) de redução da demanda agregada. a administração da política monetária por causa do
b) monetária expansiva. surgimento de ativos financeiros com elevada liquidez
c) orçamentária contracionista. (quase moeda). Isso tem conduzido os responsáveis
d) macroeconômica fiscal expansiva. por política monetária, nos mais variados países, a
e) financeira sem efeitos reais na economia. concentrar a administração monetária, na taxa básica
de juros. O regime de metas para a inflação tem essa
característica. Assim, é por meio da taxa básica de juros
72. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasilj2009)
que a estabilidade de preços é administrada pelo Banco
Considere o modelo ISjLM sem os casos clássico e da
Central.
armadilha da liquidez. É incorreto afirmar que:
a) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por Sobre o regime de metas para a inflação, analise as
moeda. afirmações a seguir.
b) um aumento da base monetária reduz a taxa de I - O sucesso dessa forma de promover a estabilidade
juros. de preços depende da credibilidade do Banco Central
c) uma política fiscal expansionista reduz a demanda junto aos agentes econômicos, sendo que metas muito
por moeda. ambiciosas e pouco prováveis de serem atingidas podem
d) quanto maior a renda, maior a demanda por moeda. representar fracasso da política, com consequências
e) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de danosas à estabilidade de preços.
juros. II - Definida a meta para a inflação, para um período
de tempo não muito longo ou excessivamente curto, o
A respeito de moeda e inflação, julgue. Banco Central só precisa acompanhar a taxa básica de
73. (Analista Judiciário do Tribunal de Justiça-ES!2011) Caso juros, uma vez que ela regula a liquidez do sistema, o
a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa que torna a política monetária transparente, pois a taxa
de juros seja infinita, um aumento da renda somente básica de juros é amplamente divulgada.
será alcançado por meio de uma política fiscal expan- 111 - Um aspecto negativo do regime de metas para a
sionista. inflação é que os agentes econômicos antecipam a di-
reção da política e, portanto, não havendo o elemento
Julgue o item subsequente. surpresa, ela não atingirá seus objetivos.
74. (Perito em Economia do MPU!201O) Modificações no
Está correto apenas o que se afirma em:
consumo autônomo, devido a mudanças no estado de
a) I.
confiança dos consumidores, podem levar a desloca-
b)11.
mentos da curva IS.
c)lell.
c) I e 111.
A respeito da compreensão dos fenômenos macroeconômi-
d) II e 111.
cos nas economias modernas, julgue o item que se segue.
75. (Agente de Regulação da Antaq!2009) Em uma econo- 78. (Banco Central do BrasiI/Analista!2010) Os economistas
mia cuja produção se encontra abaixo do nível de pleno utilizam, com muita frequência, construções teóricas
emprego, a política monetária não é capaz de levar a com o objetivo de analisar situações reais e dinâmicas,
produção ao pleno emprego, objetivo que somente com simplicidade. Longo prazo x curto prazo, produto
pode ser atingido por meio de uma política fiscal ex- potencial e taxa natural de desemprego são alguns exem-
pansionista. plos. Nesse contexto, analise as proposições a seguir.
I - O produto potencial corresponde ao potencial de
76. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil/2009) produto de uma economia, dadas suas instituições
Considere o modelo ISjLM sem os casos clássico e da sociais, a disponibilidade de recursos produtivos e a
armadilha da liquidez. É incorreto afirmar que: tecnologia; por isso, produto potencial corresponde
a) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por ao conceito de curva de possibilidades de produção.
moeda. 11- Além dos mercados de bens e serviços, de recursos
b) um aumento da base monetária reduz a taxa de juros. produtivos, de ativos financeiros e de moeda estran-
c) uma política fiscal expansionista reduz a demanda geira (câmbio) usados na caracterização do modelo de
s~ por moeda. demanda e oferta agregadas, os economistas utilizam o
O d)quanto maior a renda, maior a demanda por moeda. conceito de produto potencial para caracterizar a oferta
z
O e} um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de agregada de longo prazo.
v 111- A Curva de Phillips, originariamente percebida como
w juros.
uma regularidade estatística, pode ser interpretada

112
~
~
como a oferta agregada de curto prazo, enquanto que Acerca da teoria macroeconômica, julgue o item subsequente.
sua versão de longo prazo à Ia Friedman-Phelps pode 82. (Analista Administrativo da Anac/2012) A senhoriagem,
ser interpretada como oferta agregada de longo prazo. receita obtida por emissão de moeda para financiamento
de gastos públicos, funciona como imposto inflacionário.
Está(ão) correta(s) aís) proposição(ões):
(Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do
a) I, apenas.
DF/2012) Acerca da teoria macroeconômica, julgue os itens
b) 111, apenas. subsequentes.
c) I e 11, apenas. 83. Conforme a curva de Phillips aumentada de expecta-
d) " e 111, apenas. tivas, se a taxa de inflação é igual à taxa de inflação
e) I, 11 e 111. esperada, o desemprego é nulo.
84. Segundo a curva de Phi!!ips, no curto prazo, a inflação
79 (Analista do Banco Central do Brasi1/2010) O gráfico e a taxa de desemprego estão relacionadas positiva-
. abaixo mostra Curvas de Phillips para uma determinada mente.
economia. Analisando o gráfico, conclui-se que a 85. (Economista do BNDES/2009) Para a orientação da polí-
a) taxa natural de inflação é igual a n*. tica monetária de um país, o uso de metas de expansão
b) taxa natural de desemprego é igual a u". monetária, expressas em a.a.,
c) curva Ai reflete expectativas de inflação mais eleva- a) enfrenta a dificuldade de definição e escolha do
das que A2• agregado monetário relevante.
d) curva B é de curto prazo, inelástica. b) é uma indicação de economistas da escola Keyne-
e) demanda agregada da economia é representada por B.
siana.
Taxa de ,t.. c) deve ser complementado com um regime cambial
inflação T
fixo entre os países que adotam estas metas.
d) leva a taxas de juros reais negativas.
e) seria possível somente se o orçamento do governo
estivesse equilibrado.
,,
* 86. (Fiscal da Receita do Estado do Acre/2009) Os diversos
tipos de inflação historicamente registrados estão
A, associados a diferentes teorias e apresentam causas e
características próprias. A inflação inercial, por exem-
plo, caracteriza-se por uma
o •u Taxa de a) flexibilidade permanente no processo de alta de
desemprego preços.
b) perda progressiva da memória inflacionária.
80 (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa- c) tentativa contínua de manutenção dos preços relativos.
. mental/2008) Considere a seguinte equação para a d) desindexação sistemática dos contratos e obrigações
em geral.
inflação: nt '" ne - 13. (u - un) + E, onde nt=; inflação em t;
ne=; inflação esperada; u = taxa de desemprego Julgue o item a seguir.
efetiva; 87. (Especialista em Regulação da Antaq/2009) Há alguns
u = taxa natural de desemprego; E = choques de oferta; anos, o Brasil encontrava-se em uma situação que
enJ3 = uma constante positiva. Com base neste modelo combinava alta inflação, bem acima dos níveis inter-
de inflação, é incorreto afirmar que se rr = a.nt_i, onde nacionais, com déficit cambial. Nessas circunstâncias, a
n"i representa a inflação passada, se a = 1, J3 = opção por uma política de desvalorização cambial pode-
Oe E= ria compensar os efeitos nocivos na balança comercial
O, a inflação será essencialmente inercial. provocados pela inflação, mas acabaria realimentando o
81. (Economista da Eletrobrás/2007) A Curva de Phillips foi
Taxaprocesso
de Câmbio: Definição,
inflacionário Regimes
por meio Cambiais,
da pressão dos custos.
um instrumento importante na discussão das alternati-
vas de política econômica com que se defrontavam os
Taxa Nominal e Real, Teoria da Paridade
policy-makers durante o período da Golden Age. Em do Poder de Compra. Macroeconomia das
relação à Curva de Phillips, é incorreto afirmar que: Economias Abertas: Taxa de Câmbio Nominal,
a) na versão de Friedman, só existiria o trade-off entre Real e Efetiva e Paridade do Poder de Compra.
inflação e desemprego no curto-prazo. O Comportamento da Balança Comercial e do
b) de acordo com os autores que usam o modelo de Fluxo de Capitais como Determinantes da Taxa de
expectativas racionais, o trade-offentre desemprego Câmbio
e inflação não existiria nem no curto-prazo.
c) uma curva de Phillips negativamente inclinada A respeito da compreensão dos fenômenos macroeconômi-
significaria que um corte de tributos aumentaria a cos nas economias modernas, julgue o item que se segue.
88. (Antaq/Agente de Regulação/2009) Há alguns anos,
demanda agregada, diminuindo o desemprego, mas
o Brasil encontrava-se em uma situação que combinava
elevando a taxa de inflação.
alta inflação, bem acima dos níveis internacionais, com
d) o aumento da taxa de inflação necessária a redução
déficit cambial. Nessas circunstâncias, a opção por uma
do desemprego seria tanto menor quanto maior
política de desvalorização cambial poderia compensar
fosse a capacidade ociosa da economia.
os efeitos nocivos na balança comercial provocados
e) a versão aceleracionista da Curva de Phillips foi
pela inflação, mas acabaria realimentando o processo
desenvolvida por autores keynesianos.
inflacionário por meio da pressão dos custos.

113
<
> 89. (RefapjAnalista de Comércio e Suprimento Júniorj Julgue o item que se segue.
~ 93. (Consultor Legislativo do Senado Federalj2002)
2007) No caso de um regime cambial flutuante, o banco
central do país: O desequilíbrio das contas públicas reduz a poupança
a) necessita manter vultosas reservas internacionais. doméstica, aumenta as taxas de juros e deprecia a
b) impede a entrada de capitais de longo prazo, sobre- moeda nacional, produzindo, assim, déficit externos
tudo especulativos. recorrentes.
c) intervém continuamente no mercado de câmbio.
d) fixa a taxa de câmbio por lei. 94. (Controlador da Arrecadação Municipal do Rio de Ja-
e) preocupa-se com a influência da taxa de câmbio neiroj2002) A situação que caracteriza oferta de divisas
sobre a inflação. menor que a demanda é
(Analista de Finanças e Controle da STNj2005) Consi- a) exportações maiores que as importações.
90.
dere um regime de câmbio fixo. Seja a taxa de câmbio b) entradas de capitais maiores que as saídas de capitais.
representada pela letra "e" e considere o conceito de c) despesas de serviços maiores que as receitas de
taxa de câmbio utilizada no Brasil. Suponha que o Banco serviços.
Central fixe a taxa de câmbio em "e l", Com base nessas d) rendas recebidas do exterior maiores que as rendas
informações, é correto afirmar que: enviadas ao exterior.
a) o Banco Central é obrigado a comprar qualquer
demanda por moeda estrangeira no mercado à taxa 95. (Papiloscopista Policial Federal/2000) Julgue os itens
"e l", mas pode vender moeda estrangeira a uma abaixo.
taxa menor do que "e l", a) Em regime de taxas de câmbio flutuantes, uma ex-
b) não é possível utilizar a política fiscal. pansão da demanda por dólares norte-americanos
c) se existem pressões no mercado de câmbio para no Brasil aumentará a oferta de reais, provocando,
uma taxa maior do que "e l", o Banco Central deverá assim, uma apreciação da moeda nacional.
vender a moeda estrangeira à taxa {fel". b) Um excesso de demanda por um determinado bem,
d) o Banco Central não precisa intervir no mercado ao preço internacional, indica que o país possui van-
cambial, uma vez que o regime de câmbio fixo é tagens comparativas na produção dessa mercadoria.
determinado por lei.
e) se o mercado sinaliza para uma taxa maior do que 96. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/2000) Considere que
"e l", o Banco Central deve emitir moeda para man- tenha ocorrido uma desvalorização nominal da taxa de
ter a taxa fixa. câmbio de 10 num determinado período. Consideran-
do o conceito de taxa de câmbio utilizado no Brasil e o
91. (Analista de Planejamento e Orçamentoj2005) Conside- conceito de câmbio real que leva em conta a inflação
rando "E" = taxa real de câmbio calculada considerando interna e externa, pode-se afirmar que:
os índices de preços interno e no estrangeiro; e "eu = a) se a inflação externa foi de 10 no período e a
taxa nominal de câmbio segundo conceito utilizado no inflação interna foi de 25 no período, houve uma
Brasil, é incorreto afirmar que: desvalorização real da taxa de câmbio.
a) uma valorização da moeda nacional em relação à b) se a inflação externa foi de 20 no período e a
moeda estrangeira significa uma redução no valor inflação interna foi de 5 no período, houve uma
valorização real da taxa de câmbio.
b) uma elevação no nível de preços no estrangeiro c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram
maior do que a elevação no nível de preços internos de 5 no período, não houve alteração na taxa de
tende a reduzir o valor de "E". câmbio real.
c) a inflação doméstica tende a reduzir o valor de "EU. d) se a inflação externa foi de 15 no período e a
d) é possível uma queda de "e" junto com uma elevação inflação interna foi de 30 no período, houve uma
em "E". desvalorização real da taxa de câmbio.
e) é possível uma elevação de "e" junto com uma queda e) se a inflação externa foi de 5 e a inflação interna
em "EU. foi de 20 no período, houve uma valorização real
da taxa de câmbio.
92. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Gover-
namental/2003) Considere que as exportações brasi-
97. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/2000) A política
leiras dependam da taxa de câmbio real calculada a
cambial está fundamentalmente baseada na adminis-
partir da relação entre o real e o dólar e considerando
tração da taxa ou taxas de câmbio e no controle das
as taxas de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.
operações cambiais; embora indiretamente ligada à
É correto afirmar que:
política monetária, destaca-se desta por atuar mais
a) a inflação americana tende a desestimular as expor-
diretamente sobre todas as variáveis relacionadas às
tações brasileiras.
transações econômicas do País com o exterior. Acerca
b) tudo mais constante, a inflação brasileira tende a
estimular as exportações brasileiras. do conceito e da política cambial, assinale, dentre as
c) tudo mais constante, uma desvalorização do dólar opções abaixo, a afirmava incorreta.
frente ao real tende a estimular as exportações a) A taxa de câmbio é o preço de uma moeda em ter-
brasileiras. mos de outra.
« b) A curva de demanda de exportações é crescente em
d) tudo mais constante, uma desvalorização do real
relação ao preço ou à taxa de câmbio.
frente ao dólar tende a desestimular as exportações
~ brasileiras.
c) Os ofertantes de divisas são exatamente os exportado-
o res que receberam, em troca de suas vendas, moedas
e) tudo mais constante, a inflação americana tende a
z estrangeiras que não poderão ser usadas no país.
estimular as exportações brasileiras.
O
u
w
114
~
~
d) A demanda de divisas é constituída por importadores Na situação representada no gráfico, aio)
que necessitam de moedas estrangeiras para efetuar a) política monetária é impotente.
suas compras. b) política fiscal é impotente.
e) Quanto maior a taxa de câmbio, maior o volume que c) taxa de desemprego é elevada.
as empresas desejam exportar. d) mobilidade internacional do capital financeiro é
reduzida.
Políticas Monetária e Fiscal nos Regimes Cambiais e) balanço comercial é superavitário.
Fixo e Flutuante (Modelo Mundell-Fleming). a
101. (Consultor Legislativo da Câmara Municipal de SP/
Curva Bp. Efeitos da Política Monetária sobre
2007) Em uma economia aberta com regime de taxa
a Taxa de Câmbio em um Regime de Câmbio de câmbio fixa e perfeita mobilidade de capital, uma
Flutuante. Regimes de Câmbio: Câmbio Flutuante expansão na oferta monetária
x Flutuação Suja a) diminuirá o produto.
b) aumentará a taxa de juros.
98. (Banco Central do BrasiI/Analista/2010) Considerando c) não terá efeito no produto e na taxa de juros.
o Modelo Mundell-Fleming, analise as proposições a
d) aumentará o produto e a taxa de juros.
seguir.
e) aumentará o produto e diminuirá a taxa de juros.
1- A política fiscal não exerce influência sobre a renda
agregada quando a taxa de câmbio é flutuante. 102. (Economista da Eletrobrás/2007) O modelo Mun-
11 - A política monetária não exerce influência sobre a dell-Fleming tenta analisar o impacto de diferentes ins-
renda agregada quando a taxa de câmbio é flutuante. trumentos de política econômica sobre economias de
111- Um aumento do prêmio pelo risco país eleva a taxa tamanhos diferentes submetidas a diferentes regimes
doméstica de juros e desvaloriza a moeda local. cambiais. No caso de uma pequena economia aberta,
analise as afirmativas a seguir:
É (São) correta(s) ais) proposição (ões): 1- Uma política monetária expansionista em regime de
a) I, apenas. câmbio fixo tenderia a gerar um aumento da renda.
b) 111, apenas. 11- Uma política monetária expansionista em regime de
c) I e 'li, apenas. taxas de câmbio flutuante tenderia a gerar um aumento
de renda.
d) " e lll, apenas.
e) I, li e 111. 111- Uma política comercial que restringisse as importa-
ções em regime de taxas de câmbio flutuante tenderia
99. (Banco Central do BrasiI/Analista/2010) Em uma econo- a aumentar as exportações líquidas.
mia aberta com taxa de câmbio flexível, se o governo IV - Uma política comercial que restringisse as impor-
adotar uma política fiscal expansionista, incorrendo em tações em regime de taxas de câmbio fixas tenderia a
um déficit fiscal financiado pela venda de títulos de dí- aumentar as exportações líquidas.
vida pública, com relação ao impacto sobre a demanda
agregada, verifica-se que: É/São incorreta(s) somente ais) afirmativa(s):
a) este será dado por kD, onde k é o multiplicador key- a) I.
nesiano dos gastos autônomos e D o déficit público. b) 1 e 111.
b) este, pelo efeito crowdinq-out, será inferior ao im- c) 11 e IV.
plicado pelo modelo keynesiano básico, porque a d) I, li, 111 e IV.
equivalência ricardiana não opera plenamente. e) nenhuma.
c) o efeito crowding-out será mitigado pelo influxo
de capitais estrangeiros, entretanto, a valorização 103. (Economista do BNDES/2009) Numa situação de mobi-
da moeda local reduzirá as exportações líquidas e, lidade imperfeita do capital financeiro internacional, a
consequentemente, reduzirá o impacto do déficit combinação das políticas monetária restritiva e fiscal
sobre a demanda agregada. expansiva, em certo país com regime de câmbio fixo,
ocasionaria, necessariamente, um(a)
d) o efeito crowdinq-out será neutralizado pelo influxo
de capital estrangeiro atraído pelas altas taxas do- a) aumento da taxa de desemprego.
mésticas de juros. b) redução da taxa de inflação.
e) o efeito crowding-out será nulo, caso valha a equi- c) queda no produto da economia.
valência ricardiana e, portanto, o impacto sobre d) perda de reservas em divisas internacionais.
a demanda agregada será o previsto pelo modelo e) subida da taxa de juros.
keynesiano básico.
104. (Analista do Banco Central do Brasil/201O) Quanto à
100. (Banco Central do BrasiI/Analista/201O) O gráfico abaixo flexibilidade de taxas, é correto afirmar que no regime
ilustra o modelo IS/LM/BP, representando uma econo- cambial de taxa
mia em regime de taxa de câmbio fixa. a) flexível, a política monetária torna-se endógena,
de modo que a autoridade monetária perde sua
capacidade de definir que política monetária adotar.
Ta~.' ... ! .. I •... d.· .... e t b) flexível, com perfeita mobilidade de capitais, as dife-
JIII}'" I "<, .- Llv[
renças entre as taxas de juros internas dos diversos

,,1*
1./ .~ 15
países devem refletir expectativas de desvalorização
ou valorização cambial das moedas desses países.
c) flexível, a taxa de câmbio varia conforme a demanda
e a oferta de moeda estrangeira, mantendo, dessa
r~s:!·1
c:::

~~
forma, a paridade entre os preços dos bens impor- _
• tados e os preços dos bens domésticos.

--------------------------------------------------------------------------------------------~r__
115
~
~
d) fixa, uma política fiscal expansionista aumenta o b) se os mercados forem de concorrência perfeita e
superávit comercial. o produto final for obtido a custos crescentes, um
e) fixa, a autoridade monetária fixa a taxa de câmbio aumento na demanda do produto final provocará
da moeda nacional em relação a uma moeda es- aumento no valor da produtividade físico-marginal
trangeira, aceita internacionalmente (US dólar, por desse fator, deslocando a curva de demanda por
exemplo), e com isso mantém o poder de controlar esse fator para a direita.
a oferta monetária. c) se o recurso produtivo for adquirtdo por um
monopsonista que opera em um mercado de
105. (Analista do Banco Central do BrasiI!2010) Em uma concorrência perfeita, o valor da produtividade
economia aberta, com taxa de câmbio flexível, o Banco físico-marginal desse recurso será irrelevante na
Central muda sua política monetária comprando títulos determinação do preço desse recurso produtivo.
públicos do setor privado. Como resultado dessa polí- d) em um mercado em competição perfeita, a demanda
tica, pode-se antecipar que, no curto prazo, por um recurso produtivo é negativamente inclinada,
1- tanto os investimentos quanto o consumo correntes porque a demanda pelo bem final, cuja produção
serão estimulados, porquanto os gastos presentes se requer o uso desse recurso, é negativamente
tornaram mais baratos que os gastos futuros; inclinada.
11 - pode ocorrer uma saída de capital para o exterior, e) a elasticidade preço da demanda por um recurso
causando uma desvalorização da moeda local, a qual produtivo é tão mais elevada, em valor absoluto,
deverá estimular a demanda agregada pelo aumento quanto menor a participação dos custos com esse
das exportações líquidas; recurso nos custos totais de produção.
111- os preços dos ativos serão pressionados para cima
(ações, habitações etc.), o que estimulará a demanda 109. (Perito em Economia do MPU/2010) Julgue os itens
agregada. subsequentes.
a) A curva da demanda de uma empresa competitiva
Como resultado dessa nova política monetária, não é ao mesmo tempo sua curva de receita marginal e
antecipada pelos agentes econômicos, pode-se afirmar do custo marginal.
que é(são) correta(s) as proposição(ões) b) Uma empresa competitiva pode continuar funcio-
a) 11, apenas. nando mesmo que o preço de mercado seja menor
b) I e 11, apenas. do que o custo total médio.
c) I e 111, apenas. c) Em uma empresa competitiva, quando todos os
d) II e 111, apenas. custos fixos são irreversíveis, a curva de oferta no
e) 1,11 e 111. curto prazo corresponde à curva de custo marginal
acima da curva de custo total médio.
106. (Engenheiro do BNDES/2011) Se a taxa de juros do-
d) A regra de que o lucro é maximizado quando a receita
méstica brasileira aumentasse substancialmente, em
marginal é igual ao custo marginal é válida para todas
relação às taxas de juros no exterior, isso tenderia a
as empresas, sejam competitivas ou não.
a) promover a entrada de capitais financeiros externos
no país.
110. (Perito em Economia do MPU/2010) Considere que o
b) reduzir as importações brasileiras de bens de con-
custo de produção de uma empresa monopolista seja
sumo.
C(Q) = 50 + Q2e que a curva de inversa de mercado seja
c) desvalorizar a moeda brasileira, no caso de regime
P(Q) = 40 - Q, em que Q é a quantidade demandada e
cambial flutuante.
P(Q) é o preço. Com base nessas informações, julgue
d) expandir a demanda agregada doméstica brasileira.
os itens que se seguem.
e) reduzir o déficit em conta corrente do balanço de
a) O lucro será maximizado quando Q = 10 e P = 30.
pagamentos.
b) O lucro máximo será de 200 unidades monetárias.
Acerca da teoria macroeconômica, julgue o item subsequente. c) O lucro médio será de 20 unidades monetárias por
107. (Analista Administrativo da ANAC/2012) Em um peque- unidade produzida.
no país com regime de câmbio fixo e perfeita mobilida-
de de capitais, uma política monetária contracionista 111. (Perito em Economia do MPU/2010) Acerca da deter-
provoca redução do estoque de moeda estrangeira em minação de preços e poder de mercado, julgue os itens
a seguir.
poder do Banco Central.
a) Caso a elasticidade da demanda seja grande, é
correto afirmar que o poder de monopólio da
Estruturas de Mercado: Concorrência Perfeita,
empresa será pequeno.
Monopólio, Concorrência Monopolista e b) Toda empresa que apresenta custo médio e custo
Oligopólio. O Significado Econômico de marginal decrescentes para toda a sua produção é
Lucro Zero. Modelos de Cournot, Bertrand e considerada um monopólio natural.
Stackelberg. Mercado de Fatores de Produção c) Uma empresa monopolista que discrimina preços
de acordo com a quantidade consumida da mesma
108. (Analista do Banco Central do BrasiI!2010) Em um mercadoria/serviço pratica discriminação perfeita
contexto de curto prazo, com relação ao mercado de de preço de primeiro grau.
um recurso produtivo
ss a) se o mercado do produto final for dominado por 112.(Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
um monopolista, o preço do recurso produtivo será mental do MPOG/2009) É correto afirmar que:
o
z determinado pela oferta desse recurso e, portanto, a) se um equilíbrio é obtido com todas as empresas
8 igual ao valor de sua produtividade físico-marginal. de um mercado em concorrência perfeita obtendo

l1J

116
I
lucro econômico negativo, então esse equilíbrio é ~
b)
de curto prazo.
não é possível que, no equilíbrio de longo prazo,
alguma empresa opere com lucro econômico nulo,
'
Vestcon

visto que, nesse caso, ela optaria por encerrar suas a) caso a empresa seja tomadora de preço e o preço
operações. de seu produto seja de R$ 10,00 por unidade, ela
c) no horizonte de curto prazo, não é possível que uma deverá produzir 5 unidades mensais.
empresa opere com lucro negativo, visto que ela b) caso a empresa seja tomadora de preço e o preço
sempre pode optar por encerrar suas atividades. de seu produto seja de R$ 10,00 por unidade, seu
d) a condição para que uma empresa opte por produzir lucro será de R$ 20,00 mensais.
uma quantidade não nula de seu produto é que o c) caso se trate de uma empresa monopolista e a
preço do mesmo seja superior ao custo fixo médio função de demanda de seu produto seja dada pela
de produção. expressão q=20- p, na qual q é a quantidade deman-
e) a condição para que uma empresa opte por produzir dada em unidades ao mês e p o preço do produto em
uma quantidade não nula de seu produto é que a R$ por unidades; então a empresa deverá produzir
margem sobre o custo médio de produção seja de 2,5 unidades ao mês.
aproximadamente 10. d) caso se trate de uma empresa monopolista e a
função de demanda de seu produto seja dada pela
113. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa- =
expressão q 20 - p, na qual q é a quantidade deman-
mental do MPOG/2009) Assinale a opção correta. dada em unidades ao mês e p é o preço do produto
em R$ por unidades, então a empresa deverá obter
a) A determinação, por parte de um órgão regulador,
um lucro de R$ 20,00 mensais.
de um limite superior ao preço a ser cobrado pelo
monopolista, certamente implicará em uma redução e) a função de custo dessa empresa é tal que não há
no nível de produção desse monopolista. nível de produção que maximize seu lucro caso ela
seja uma empresa tomadora de preços.
b) Independentemente das condições de custo de produ-
ção, do ponto de vista social, é sempre preferível que
um produto seja ofertado por mais de uma empresa. 116. (Consultor Legislativo da Câmara Municipal de SP/2007)
c) Um monopolista com capacidade de discriminar Uma empresa monopolista atua em um mercado em
preços produz uma quantidade inferior à que ele que a demanda é dada por QD = 90 - 0,2P e os seus
produziria caso não pudesse discriminar preços. custos são dados por C = 20Q2, onde QD é a quantidade
demandada; P é o preço do bem; C é o custo total de
d) A determinação, por parte de um órgão regulador,
produção; e Q é a quantidade total produzida. O preço
de um limite superior ao preço a ser cobrado pelo
praticado e a quantidade produzida por essa empresa
monopolista, pode induzir esse monopolista a au-
são, correta e respectivamente,
mentar a quantidade que ele oferta de seu produto.
a) 400 e 10.
e) Apenas empresas de grande porte podem ter algum
b) 405 e 9.
poder de monopólio.
c) 200 e 50.
114. (Analista de Transportes Urbanos/Economista-DF- d) 450 elO.
Trans/2008) Julgue os itens seguintes. e) 100 e 70.
a) Em um mercado concorrente perfeito, os empre-
sários têm lucro zero no curto prazo e, portanto, 117. (Economista da Eletrobrás/2007) Com relação à teoria
estão sempre insatisfeitos, o que força o governo a do monopólio, é correto afirmar que:
subsidiar esses empresários. a) o ônus resultante do monopólio mede o valor da
b) Entre duas empresas de transporte urbano (líder e produção perdida mediante o cálculo do valor de
seguidora), o equilíbrio de Stackelberg se dá onde cada unidade da produção perdida, ao preço que os
a curva de reação da empresa líder tangencia a sua consumidores estariam dispostos a pagar por ela.
curva de isolucro mais baixa. b) o monopólio natural irá produzir uma quantidade
c) O monopolista será sempre ineficiente, já que seus tal que o preço será igual ao custo marginal.
preços serão sempre superiores aos praticados em c) na discriminação de preços de terceiro grau, o mer-
um mercado de concorrência perfeita. cado com a maior elasticidade-preço da demanda
d) A concessionária de uma rodovia que está em um terá o preço mais elevado.
mercado do tipo monopólio natural, para que não d) o monopólio natural somente se verifica se a função
haja desestímulo ao empresário do setor, não pode de produção apresentar retornos decrescentes de
ter seus preços regulados por meio da equiparação escala em toda a escala relevante de produção.
dos preços com seus custos marginais. e) o monopolista pratica discriminação de preços de
e) A prática de discriminação de preços dentro de um terceiro grau quando ele não consegue identificar
mesmo ônibus, como a prática de preços diferencia- grupos diferentes de consumidores e vender a cada
dos para idosos e estudantes em relação aos demais grupo por um preço diferente.
usuários, poderia minimizar as perdas de eficiência
geradas por um monopolista. Economia Brasileira e Economia Internacional

115. (Analista de Finanças e Controle da STN/2008) Uma em- 118. (Analista do Banco Central do Brasil/2010) A crise
presa é capaz de produzir numa quantidade mensal y de
seu único produto a um custo totai mínimo dado pela
econômica decorrente do grande aumento dos preços r~QII
do petróleo em 1973, teve como resposta, no Brasil, ""
expressão C( y) = y2 na qual C( y) é o custo de produção a adoção do 11 Plano Nacional de Desenvolvimento (11
em R$/mês. Nessas condições, pode-se afirmar que: PND). A execução de tal plano ~~
a)freou o crescimento da economia brasileira para _
reduzir as importações de petróleo.

11
7
b) aumentou a demanda interna por bens de consumo, a) o Plano significou uma alteração completa nas prio-
ao redistribuir a renda para as classes mais pobres. ridades da industrialização brasileira do período do
c) reduziu o endividamento externo do Brasil por meio "Milagre" econômico.
de uma política de diminuição das importações. b) a dívida externa cresceu rapidamente no período
d) causou um impacto deflacionário sobre a economia 74/79, pois a busca por recursos externos também
brasileira, provocado pela forte recessão doméstica. serviu para cobrir o "hiato de divisas" existente na
e) buscou superar a dependência externa, investindo execução do Plano.
na ampliação da produção doméstica de bens de c) para realizar o 11 PND, o Estado foi assumindo um
capital e de petróleo. passivo, para manter o crescimento econômico e o
funcionamento da economia.
119. (Analista do Banco Central do Brasil/201O) O Plano Real d) a meta do 11 PND era manter o crescimento econômi-
de estabilização da economia brasileira, de 1994, levou co em torno de 5 a.a., com crescimento industrial
inicialmente ao (à) em torno de 6 a.a.
a) congelamento geral de preços e salários. e) o Plano propunha uma alteração na estrutura pro-
b) congelamento da taxa de câmbio R$ / US$. dutiva brasileira de modo que, a longo prazo, dimi-
c) estabelecimento de metas de inflação para o Banco nuísse a necessidade de importações e fortalecesse
Central do Brasil. a capacidade de exportar de nossa economia.
d) valorização do real em relação ao dólar americano.
e) forte expansão das exportações. 123. (Sefaz-RJ/Fiscal de Rendas/2009) As dificuldades finan-
ceiras da década de 80 impediram que o Brasil obtivesse
120. (Economista do Ministério do Desenvolvimento Agrá- recursos no mercado internacional para financiar os
rio/2009) Com relação ao plano econômico de estabi- gastos do governo. Uma das soluções encontradas pelo
lização conhecido como Plano Real implementado em governo, à época, foi o recurso ao imposto inflacionário.
1993 pelo ministro da Economia do governo Itamar A respeito das implicações da política adotada, analise
Franco, Fernando Henrique Cardoso, é correto afirmar as afirmativas a seguir:
que: 1- A intensidade do uso desse instrumento foi um dos
a) da mesma maneira que os planos econômicos an- determinantes da hiperinflação observada no país à
teriores, foi incluído o congelamento de preços. época.
b) foi implementado em três etapas: a primeira foi 11 - O recurso ao imposto inflacionário teve efeitos
o Programa de Ação Imediata (PAI), a segunda, a distributivos na economia, pois corroeu o poder de
criação da Unidade Real de Valor (URV) e a última, compra dos mais ricos.
a emissão de uma nova moeda nacional com poder 111- Para fugir da corrosão do poder de compra derivada
aquisitivo estável, o real. do processo inflacionário, foi adotado, entre outras
c) foram feitas reformas profundas, de âmbito estru- medidas, o gatilho salarial, que corrigia os salários
tural, envolvendo as áreas fiscal-tributária, patri- nominais segundo um índice inflacionário.
monial, financeira e administrativa que garantiram
a retomada do crescimento sustentável. Assinale:
d) na fase pós-real, a inflação caiu e a capacidade ins- a) se somente a afirmativa I estiver correta.
talada cresceu quanto deveria atendendo qualquer b) se somente as afirmativas I e 111 estiverem corretas.
movimento de crescimento de consumo. c) se somente as afirmativas I e 11 estiverem corretas.
e) em 1997, a sobrevalorização cambial aliada à d) se somente as afirmativas 11 e 111 estiverem corretas.
abertura da economia incentivou o aumento das e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
exportações e a redução das importações. Como
consequência, aumentou-se o superávit das transa- 124. (Antaq/Agente de Regulação/2009) A análise da evo-
ções correntes do Balanço de Pagamentos do Brasil. lução histórica da economia brasileira é essencial não
apenas para a compreensão dos fenômenos cotidianos
que a atingem, mas também, e sobretudo, para a per-
121. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-
cepção de suas vulnerabilidades. Acerca desse assunto,
mental do MPOG/2009) A análise das causas da queda
julgue os itens a seguir.
da inflação no período 1995/1998 no Brasil está ligada
à combinação dos seguintes elementos, exceto: a) O acúmulo de saldos positivos na balança comercial
a) a fase de transição representada pelos quatro meses brasileira, no início dos anos 40 do século passado,
de convivência da população com a URV (Unidade resultante da situação criada pela Segunda Guerra
Real de Valor). Mundial, foi essencial para o processo de industria-
b) o papel de âncora cambial como balizador de expec- lização brasileiro.
tativa. b) O período compreendido entre 1968 e 1973, ficou
c) o maior grau de abertura da economia. conhecido como o do "milagre brasileiro" por causa
d) o excepcional nível de reservas cambiais. das altas taxas de crescimento econômico combina-
e) as baixas taxas de juros praticadas durante toda a das com índices de inflação relativamente baixos,
segunda metade da década de 1990. que vigoravam à época.

125. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governa-


c:(
122. (Especialista em Políticas Públicas e Gestão Gover-
mental/2008) A criação da Taxa Referencial de Juros
namental/2009) Em fins de 1974, o Governo Federal
â lançou o II Plano Nacional de Desenvolvimento (11 PND).
(TR), de acordo com a metodologia divulgada pelo Con-
O
:2 selho Monetário Nacional (CMN), como instrumento de
O Com relação ao referido Plano, não se pode dizer que:
U remuneração das aplicações financeiras de curto prazo,
LU foi realizada no:
a) "Plano Collor 11".

118
n

b) "Plano Collor I".


c) "Plano Bresser".
d)"Plano Verão".
GABARITO

11. c
65. E
@
e} "Plano Real". 66.C
2. E, E, C
67.a
3. C, E, E
126. (Analista de Finanças e Controle da STN/2008) Entre 68. C, E, C, E, C
4.c
1967 e 1973, o Brasil obteve elevadas taxas de cresci- 69.b
5.e
mento econômico, de modo que o período ficou conhe- 70. E, C, C
6.d
cido, no país, como o "período do milagre econômico"; 71.d
7.c
sobre este período, pode-se afirmar que: 72. c
8.d
73.C
a) apesar das taxas elevadas de crescimento econô- 9.e
74.C
mico, não se pode dizer que o bem-estar tenha 10.b
5. c 75. E
melhorado no período, pois as taxas de crescimento
6. E, C 76. c
populacional foram ainda superiores às do cresci-
77. a
mento do PIB. 7. c
78.e
b) o crescimento no período é explicado pelo mercado 8.c
79.b
interno, especialmente pelos setores de bens de 15.b
80.e
consumo durável; as exportações, por sua parte, 16. c
81. e
apresentaram queda no período. 17.E
18.C 82.C
c) a inflação, no período, apresentou forte aceleração, 83.E
atingindo, no final do período, a taxa de 100 ao
9. E
84. E
ano. 10. E
85.a
11. b
d} a política monetária implementada por Delfim Netto, 86. c
22.b
como Ministro da Fazenda, buscava ampliar as 87.C
taxas 23. E 88.C
de juros da economia, de modo a aumentar o ren- 24.E
89.e
25.C
dimento dos poupadores e estimular o 90. c
26.d
crescimento 91. b
27.e
econômico. 92.e
28.E
e) o crescimento econômico do período veio acom- 93.E
25. E 94. c
panhado de elevação da dívida externa do país,
26.E
especialmente pela captação do setor privado. 95. E,E
31.b
96.e
32.a
127. (Analista de Transportes Urbanos/Economista/DF- 97.b
33.a
Trans/2008) Quanto aos planos de crescimento e 98. c
34. c
desenvolvimento econômicos no pós-guerra, julgue os 99.c
35.a 100. a
itens a seguir (E= errado; C= certo).
a} O Plano de Metas proposto pelo presidente Juscelino
36.a 101. c
37. c 102. c
Kubitschek é considerado um ambicioso conjunto
38.C,C,C 103. e
de medidas setoriais para o controle inflacionário
39.d 104. b
da época.
40.a
b) O sucesso do Plano PAEG (1964-67) está mais asso- 105. e
41. C
ciado ao conjunto de transformações institucionais 106. a
42.e
impostas ao país do que ao controle inflacionário. 107. E
43.c
c) O milagre econômico brasileiro (1968-1973), apesar 108.b
44. C 109. E,C,E,C
de proporcionar um crescimento econômico signi- 45.d
110. C, E,E;
ficativo, levou ao agravamento da concentração de 46. E, C, C, E 111. C, C, E
renda e à deterioração de importantes indicadores 47.a 112. a
de bem-estar social. 48.C 113. d
d) O II Plano Nacional de Desenvolvimento (IIPND), 49.d 114. E, E, E, E, C
que priorizou investimentos no setor agrícola com 50. C
 objetivo de ampliar as exportações, é considerado
115. a
51. d 116. b
 início da revolução agrícola brasileira. 52.C 117. a
e) A década de 80 do século XX, chamada década 53.c 118. e
perdida, caracterizou-se pela queda do crescimento 54.d 119.d
econômico e pela aceleração inflacionária, apesar do 55.d
controle dos gastos públicos.
120.b I
56.d
121. e
f} Entre as medidas adotadas pelo Plano Cruzado
(1986), estava a implantação de uma escala móvel
57. c
58.b
122.d
1'''' h
.L'&"j.U
II
de salários (gatilho) a cada vez que o aumento ,59. c 124. E, C
I
acu-
mulado no nível de preços ao consumidor atingisse
20, e essa medida foi a grande responsável pelo
fracasso do Plano.
g) Pode-se dizer que, uma das medidas de sucesso do
60. e
61. c
62.e
63. b
64.b
125. a
126. e

127. E, C, C, E, E, C, C
I
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Piano Reai (í994) para o controie inflacionário foi a
política cambial adotada, que gerava redução dos
saldos da balança comercial. 1
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