A3 - PS 3
Marcos E. G. Alves1
Daniel Carrijo Polonio Araujo*1
Hirokazu T. B. Ito1
Rafael P. Fehlberg1
1Treetech Sistemas Digitais Ltda.
Brasil
RESUMO
O atual cenário dos mercados de energia elétrica no Brasil e no mundo tem levado as
empresas do setor a operar em um contexto de alta competitividade, induzindo a uma busca
constante por maior eficiência, melhor qualidade de fornecimento e menores custos. Seguindo
essa tendência geral, tem ocorrido uma migração da manutenção preventiva para a
manutenção preditiva de forma on-line e contínua, o que só é possível com a aplicação de
sensoriamento associado a sistemas de monitoração on-line.
Por esses motivos, diversas empresas do setor elétrico têm sido pioneiras na prospecção,
especificação e aplicação dos sistemas de monitoramento on-line para disjuntores em
subestações, possuindo uma larga experiência prática que será compartilhada neste artigo.
Tirando proveito dessas experiências, neste artigo serão relatadas as análises práticas de
desempenho do sistema de monitoramento on-line de disjuntores. Serão detalhados os tipos
de diagnóstico, seus objetivos e os tipos de falhas que eles podem prevenir, além dos desafios
enfrentados, lições aprendidas e sugestões de aperfeiçoamentos.
PALAVRAS CHAVE
INTRODUÇÃO
Com base nas experiências de grandes empresas do setor elétrico brasileiro e do exterior na
utilização e testes dos sistemas de monitoramento de disjuntores foram desenvolvidos
equipamentos aptos a monitorar as principais grandezas responsáveis para um diagnóstico
*
Autor Principal: Daniel Carrijo Polonio Araujo, daniel.carrijo@treetech.com.br R:1.00
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mais preciso do estado dos disjuntores de energia.(1) Neste artigo apresentaremos a aplicação
dos equipamentos de monitoramento de disjuntores SDX/IDX em subestações diversas e com
características distintas, tanto de especificação como de usabilidade.
DESENVOLVIMENTO
Nos disjuntores com extinção de arco que utilizam gás SF6, o monitoramento da densidade e
temperatura do gás permite também detectar variações na pressão e, portanto, a redução da
capacidade de interrupção do disjuntor.
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Além disto, a supervisão das tensões de alimentação do mecanismo de acionamento e dos
circuitos de controle do painel de comando permitem identificar sobretensões ou subtensões
originadas por falhas no banco de baterias ou no próprio mecanismo de acionamento. Assim
como evitar uma possível falha das bobinas de abertura e fechamento, devido a alarmes
quando em operação fora da faixa aceitável, em níveis críticos. Estas vaiáveis são bem
relevantes visto que a maioria das falhas nos disjuntores está associada aos componentes do
mecanismo de operação dos disjuntores (3).
Figura 1 - Monitoramento das tensões de comando e das bobinas durante manobra do disjuntor.
Pode-se também realizar a análise dos tempos de fechamento ou abertura dos disjuntores,
através da oscilografia das correntes das fases, correntes das bobinas de fechamento ou
abertura e percurso dos contatos principais.
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Figura 2 - Contatos DJA, DJB e deslocamento do contato principal do disjuntor.
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Experiência concessionária 1
Nesta aplicação foram utilizados sensores para monitoramento do gás SF6 (densidade e
temperatura), encoder para monitoramento do deslocamento, velocidade e aceleração do
contato principal e TCs para monitoramento das correntes de linha. Adicionalmente foram
monitorados os sinais de tensão de comando, tensões e correntes das bobinas, tensão e
corrente do motor de carregamento da mola ou bomba hidráulica, além do monitoramento dos
contatos auxiliares DJA e DJB. O monitoramento dos painéis dos disjuntores foi realizado
através do monitoramento das resistências de aquecimento.
Através dos equipamentos e sensores instalados é possível acompanhar online tanto o tempo
de abertura e fechamento das manobras, como acompanhar o estado atual do equipamento
através do cálculo de pressão do gás SF6, número de manobras e cálculo de desgaste dos
contatos.
Experiência concessionária 2
Nesta aplicação foram utilizados sensores para monitoramento do gás SF6 (densidade,
temperatura e umidade), encoder para monitoramento do deslocamento, velocidade e
aceleração do contato principal e TCs para monitoramento das correntes de linha.
Adicionalmente foram monitorados os sinais de tensão de comando, tensões e correntes das
bobinas, tensão e corrente do motor de carregamento da mola, além do monitoramento dos
contatos auxiliares DJA e DJB. O monitoramento dos painéis dos disjuntores foi realizado
através do monitoramento das resistências de aquecimento.
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possível analisar os tempos dos movimentos das bobinas de abertura e fechamento (tempo de
reação da armadura e tempo de reação do mecanismo).
Experiência concessionaria 3
Nos disjuntores de 72,5kV e 17,5kV são medidas correntes de linhas utilizando TCs, bem
como as grandezas elétricas de tensão e corrente das bobinas de abertura e fechamento são
monitoradas. No sistema de acionamento, monitora-se tensão e corrente do motor de
carregamento de mola e os contatos auxiliares dos disjuntores. Temperaturas também são
monitoradas com o uso de sensores Pt100s.
Como o monitoramento destes disjuntores foi instalado em campo, optou-se por não realizar o
monitoramento das variáveis mecânicas, ou seja, sem instalação de encoder ou sensores de
gás SF6.
CONCLUSÕES
Através das distintas aplicações do monitoramento online de disjuntores nestes três clientes
pode-se observar a escalabilidade e adaptabilidade do sistema para os diversos disjuntores
encontrados. As aplicações foram personalizadas em função da necessidade e características
de cada instalação.
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Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois permitirá às equipes de engenharia de
manutenção, que realizem um estudo aprofundado da operação e do diagnóstico dos
equipamentos monitorados. Com a instalação em mais de um equipamento da mesma família
é possível realizar comparações através dos bancos de dados obtidos com o monitoramento,
possibilitando encontrar desvios no funcionamento normal de cada equipamento.
BIBLIOGRAFIA
[2] GOTO, K. et al. On-Line Monitoring and Diagnosis of Gas Circuit Breakers. IEEE Transactions on Power
Delivery. 01 de 1989, Vol. 4, 1, pp. 375-381.