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Prof. Me. José Plínio Vicentini
Diretor de Graduação
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Alves da Silva
www.unifcv.edu.br/
Caro(a) acadêmico(a), tenho o propósito de, juntamente com você, construir nosso
conhecimento sobre a biossegurança, bem como compreender os principais conceitos e
definições. Objetivamos também, ao longo de nossa jornada, explorar as diversas compe-
tências e normas relacionadas ao tema, de forma a colaborar com o aperfeiçoamento dos
conhecimentos sobre o assunto.
Na Unidade I começaremos a nossa jornada pelas noções gerais de biossegu-
rança, conceituando primeiramente o tema, para depois tratar a respeito da biossegurança
em estabelecimentos de saúde. Em seguida, entraremos no assunto referente às infecções
hospitalares e o respectivo controle, fechando com as vias de transmissão e a ação da
biossegurança neste contexto.
Já na Unidade II, após evidenciado na Unidade I o que é a biossegurança e a intro-
dução ao tema, vamos tratar do amparo legal e os órgãos responsáveis pela normatização.
Buscar compreender qual a legislação pertinente ao assunto é o foco da Unidade II.
Posteriormente, na Unidade III, vamos tratar da biossegurança e a saúde ambien-
tal. Temos como um dos objetivos relacionar a sustentabilidade com a biossegurança, visto
que a mesma tem papel fundamental no ambiente em que vivemos. Ainda, outro objetivo é
trabalhar a diferença dos conceitos de biossegurança e biosseguridade, e deixar claro para
você, leitor(a), como se distinguem.
Por fim, na Unidade IV, abordaremos a saúde do trabalhador e a segurança no
trabalho. Essa unidade envolve assuntos como equipamentos de segurança individual e
coletivos, bem como acidentes de trabalho e mapa de risco. Além disso, trata sobre o
controle de infecção no suporte nutricional em estabelecimentos de saúde.
Reforço o convite a você, acadêmico(a), para que possamos trilhar essa jornada
juntos e ampliar os conhecimentos sobre os temas de nosso material da disciplina, de
forma que consigamos contribuir com o crescimento profissional e pessoal.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Noções Gerais de Biossegurança
UNIDADE II.................................................................................................... 19
Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
UNIDADE III................................................................................................... 35
Biossegurança e Saúde Ambiental
UNIDADE IV................................................................................................... 49
Saúde do Trabalhador e Segurança no Trabalho
UNIDADE I
Noções Gerais de Biossegurança
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
Plano de Estudo:
● Introdução, conceitos Básicos, importância e terminologia;
● Biossegurança em estabelecimentos de saúde;
● Infecções Hospitalares e Controle;
● Biossegurança e vias de transmissão;
● Estabelecimento de um meio ambiente biologicamente seguro e a educação permanente.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar biossegurança;
● Compreender a importância da biossegurança em estabelecimentos de saúde;
● Compreender a importância de um meio ambiente biologicamente seguro;
● Compreender a relevância que a Educação Permanente possui frente à Biossegurança;
● Entender a importância de se estabelecer o controle de infecções hospitalares.
3
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
1.2 Importância
Assim como já destacado no início deste capítulo, a biossegurança está inserida
em um contexto envolvendo meio ambiente, qualidade de vida e meio ambiente. Ainda, o
assunto se estende à ética profissional, tendo em vista que tal tema envolve uma série de
protocolos a serem seguidos, códigos de ética a serem cumpridos, bem como o dia-a-dia
do profissional envolvido.
A preocupação em se evitar riscos sempre existiu, e como falado anteriormente,
ganha ainda mais importância a partir de alguns marcos da humanidade, como por exemplo,
a peste negra, no século XVII. Em um contexto mais recente, podemos citar doenças como
a AIDS e a hepatite B, que impulsionaram e movimentaram ainda mais a preocupação de
contaminação.
Ainda, para Stapenhorst et al. (2018), a biossegurança tem papel fundamental na
promoção à saúde, haja vista que envolve o controle de infecções para a proteção dos
trabalhadores, dos pacientes e do meio ambiente, de forma a reduzir os riscos à saúde,
objetivando criar um ambiente de trabalho com a contenção de riscos aos envolvidos.
De acordo com Hinrichsen (2018), consolidou-se a ideia de que qualquer paciente,
independentemente do tipo de doença e/ou riscos que pudesse representar para a comu-
nidade e ambiente, poderia ser assistido em instituições de saúde/hospitais, desde que
1.3 Terminologia
Interessante trazer a abordagem de Hinrichsen (2018) neste tópico, que trata da
biossegurança em três vertentes, são elas:
● Como módulo, porque não tem identidade própria, não sendo, portanto, uma
ciência, mas sim, uma interdisciplinaridade que se expressa nas matrizes cur-
riculares dos seus cursos e programas, e esses conhecimentos diversos ofere-
cem à biossegurança uma diversidade de opções pedagógicas, que a tornam
extremamente atrativa
● Como processo, porque é uma ação educativa, representada por um sistema
de ensino-aprendizagem, uma atividade que foca a aquisição de conteúdos e
habilidades, com o objetivo de preservação da saúde do Homem, das plantas,
dos animais e do meio ambiente
● Como conduta, como um somatório de conhecimentos, hábitos, comportamentos
e sentimentos, que devem ser incorporados ao homem, para que este desen-
volva, de maneira segura, sua atividade, estando incorporado à comunicação e
à percepção do risco nos diversos segmentos sociais.
REFLITA
Ainda, a autora destaca que para definir e classificar a origem do processo infec-
cioso relacionado à assistência à saúde é necessário identificar, em cada paciente, o que
o levou a adquirir a infecção, quais os fatores de risco preexistentes, quais os sintomas
e quando se iniciaram, quais os procedimentos realizados e se houve intercorrências e
qual o tipo de ferida cirúrgica. Toda uma conjuntura deve ser analisada para identificar o
processo e suas causas.
Apesar de todos os temas envolvidos e as particularidades de cada local exposto à
riscos, a higienização das mãos ainda é considerada o método mais importante na redução
da transmissão de doenças infectocontagiosas, sendo este um método individual simples e
barato para a prevenção (STAPENHORST ET AL., 2018).
Neste tópico falaremos a respeito das vias de transmissão, no que diz respeito à
biossegurança. Segundo a Norma Regulamentadora nº 32, publicada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego pela Portaria MTE nº 485 em 11 de novembro de 2005, as vias de
transmissão podem ser divididas entre direta e indireta (NR 32 MTE, 2005).
A NR nº 32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implemen-
tação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em
geral (NR 32 MTE, 2005).
Segundo a NR nº 32, as vias de transmissão são definidas como o percurso feito
pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro, podendo ser de forma
direta, quando há a transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou
vetores, e de forma indireta, quando há transmissão por intermédio de algum veículo, ou
vetor (NR 32 MTE, 2005).
Como exemplos de transmissão direta podemos citar a transmissão por gotículas e
contato com a mucosa dos olhos, e como exemplos de transmissão indireta a transmissão pe-
las mãos, por meio de luvas, roupas, instrumentos perfurocortantes, água, entre outras formas.
Ainda, a NR nº 32 define também as vias de entrada, e é pertinente tratarmos tam-
bém neste tópico. As vias de entrada são definidas como tecidos ou órgãos por onde um
agente penetra em um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por
via cutânea (por contato direto com a pele), percutânea (através da pele), parenteral (por
inoculação intravenosa, intramuscular, subcutânea), por contato direto com as mucosas,
por via respiratória (por inalação) e por via oral (por ingestão) (NR 32 MTE, 2005).
Bons estudos!
LIVRO
Título: Biossegurança
Autor: Amanda Stapenhorst, Érica Ballestreri, Fernanda Stape-
nhorst e Ana Paula Aquistapase Dagnio.
Editora: Sagah.
Sinopse: Este livro traz a história e a legislação da biossegurança,
em âmbitos internacional e nacional, explica sobre os possíveis
riscos existentes em um laboratório, sejam eles físicos, químicos,
biológicos ou ergonômicos, como os riscos de acidentes. A obra
também apresenta os organismos geneticamente modificados, os
níveis de biossegurança em laboratórios – medidas de segurança,
equipamentos de proteção individual e coletiva.
FILME/VÍDEO
Título: O Contágio
Ano: 2011
Sinopse: A comunidade médica mundial inicia uma corrida con-
tra o tempo no longa Contágio. Isso porque um vírus altamente
transmissível se espalha pelo ar, multiplicando rapidamente os
contagiados que morrem em poucos dias, sem chances de cura.
Mais rápido do que o vírus, o pânico toma conta de toda população
que luta para sobreviver numa sociedade que está desmoronando.
Plano de Estudo:
● Conceito, objetivo e aplicabilidade;
● Legislação Brasileira de Biossegurança;
● Validação de equipamentos de segurança;
● Órgãos responsáveis pela normatização e controle.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as normas legais relacionadas à biossegurança;
● Tratar sobre os equipamentos de segurança;
● Tratar sobre a legislação brasileira referente à biossegurança;
● Entender a importância dos órgãos responsáveis pela
normatização e controle.
19
INTRODUÇÃO
REFLITA
Fonte: o autor.
SAIBA MAIS
Após falarmos da legislação geral no tópico anterior, trataremos agora sobre outro
assunto muito importante para a disciplina de Biossegurança: os equipamentos de segu-
rança e proteção individual e coletiva, e quais as normativas relacionadas ao tema.
Em ambientes hospitalares e também laboratoriais, as substâncias ou os organismos
manuseados e os tipos de equipamentos operados podem resultar em acidentes, como por
exemplo, intoxicações, envenenamentos, queimaduras térmicas e químicas, contaminação
por agentes biológicos, incêndios, explosões e outros. Esses acidentes podem ser evitados
ou minimizados pelo uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) de
forma correta (HIRATA et al., 2017).
O funcionamento dos equipamentos de proteção coletiva (EPC) deve ser verificado
periodicamente. Além disso, devem ser selecionados equipamentos de proteção individual
(EPI) de boa qualidade, e que possuam certificados de aprovação do Ministério do Trabalho
e Emprego (HIRATA et al., 2017).
Esses equipamentos têm como objetivo proteger o trabalhador nas operações que
oferecem riscos de exposição a produtos químicos ou biológicos perigosos e situações de
acidentes com perfurocortantes. Os equipamentos de proteção individual (EPI) são, portanto,
destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador (HIRATA et al., 2017).
A cada dois anos, a comissão atualiza a lista de Classificação de Risco dos Agentes
Biológicos que é uma publicação normativa de referência nacional para instituições públicas
e privadas que desenvolvem atividades com agentes biológicos de risco, especialmente os
da área da saúde, visando assegurar a informação necessária para orientar medidas de
biossegurança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
O Ministério da Saúde também trata de outra atribuição de biossegurança, não me-
nos importante, que cabe ser destacada e é de responsabilidade da SCTIE/MS, decorrente
do Decreto nº 6.925, de 6 de agosto de 2009 e do Decreto nº 5.705, de 16 de fevereiro de
2006, que promulgou o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre
Diversidade Biológica.
Pelo Decreto nº 6.925, de 6 de agosto de 2009, o Ministério da Saúde foi desig-
nado como uma das Autoridades Nacionais Competentes para implementar o Art. 19 do
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre Diversidade Biológica
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019), decreto este que falaremos mais a respeito na leitura
complementar desta unidade.
Os integrantes da CBS desempenham papel estratégico na articulação, consolida-
ção e fortalecimento da biossegurança e bioproteção no âmbito do Ministério da Saúde e
no país, sobretudo, contribuem para os importantes avanços em qualidade e segurança na
área da saúde no Brasil. E é nesse sentido que a CBS tem pautado suas ações, incluindo
a realização de eventos anuais de biossegurança e bioproteção, com foco na melhoria da
capacidade de biossegurança e bioproteção em saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
Bons estudos!
Nesta leitura complementar, vamos trabalhar com esse importante protocolo: Pro-
tocolo de Cartagena sobre Biossegurança.
Em 29 de janeiro de 2000, a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversi-
dade Biológica (CDB) adotou seu primeiro acordo suplementar conhecido como Protocolo
de Cartagena sobre Biossegurança. Este Protocolo visa assegurar um nível adequado de
proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos
vivos modificados (OVMs) resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos
adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em conta
os riscos para a saúde humana, decorrentes do movimento transfronteiriço.
O Protocolo entrou em vigor em 11 de setembro de 2003, noventa dias após a en-
trega do 50º instrumento de ratificação. Até junho de 2006, 132 instrumentos de ratificação
já haviam sido depositados na Secretaria Geral das Nações Unidas.
A adoção do Protocolo pelos Países-Partes da Convenção constitui-se em um
importante passo para a criação de um marco normativo internacional que leva em conside-
ração as necessidades de proteção do meio ambiente e da saúde humana e da promoção
do comércio internacional. Cria uma instância internacional para discutir os procedimentos
que deverão nortear a introdução de organismos vivos modificados em seus territórios e
estabelece procedimento para um acordo de aviso prévio para assegurar que os países
tenham as informações necessárias para tomar decisões conscientes antes de aceitarem
a importação de organismos geneticamente modificados (OGMs) para seu território.. Neste
contexto, cabe salientar que o Protocolo incorpora em artigos operativos o Princípio da
Precaução, um dos pilares mais importantes desse instrumento e que deve nortear as
ações políticas e administrativas dos governos.
O Protocolo reflete o equilíbrio entre a necessária proteção da biodiversidade e
a defesa do fluxo comercial dos OVMs. Instrumento essencial para a regulação do co-
mércio internacional de produtos transgênicos em bases seguras. Trata-se, portanto, de
um instrumento de direito internacional que tem por objetivo proteger os direitos humanos
fundamentais, tais como a saúde humana, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico do meio
ambiente, sem os quais ficam prejudicados os direitos à dignidade, à qualidade de vida, e
à própria vida, direitos consagrados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da
Organização das Nações Unidas, de 1948.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em:https://antigo.mma.gov.br/
biodiversidade/conven%C3%A7%C3%A3o-da-diversidade-biol%C3%B3gica/protocolo-de-
-cartagena-sobre-biosseguranca.html
LIVRO
Título: Biossegurança.
Autor: Amanda Stapenhorst, Érica Ballestreri, Fernanda Stape-
nhorst e Ana Paula Aquistapase Dagnio.
Editora: Sagah.
Sinopse: Este livro traz a história e a legislação da biossegurança,
em âmbitos internacional e nacional, explica sobre os possíveis
riscos existentes em um laboratório, sejam eles físicos, químicos,
biológicos ou ergonômicos, como os riscos de acidentes. A obra
também apresenta os organismos geneticamente modificados, os
níveis de biossegurança em laboratórios – medidas de segurança,
equipamentos de proteção individual e coletiva.
FILME/VÍDEO
Título: Patch Adams – O Amor é Contagioso
Ano: 1998
Sinopse: Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin
Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar
outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar
as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade
de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam ini-
cialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com
exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo,
apesar dele ser o primeiro da turma.
Plano de Estudo:
● Biossegurança e a sustentabilidade, saúde ambiental no
contexto atual e novas perspectivas;
● Biossegurança e Biosseguridade.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender e enfatizar a importância que a biossegurança
possui para a sustentabilidade;
● Compreender a importância do controle sanitário para a
alimentação e saúde da população;
● Trabalhar a relação existente entre a Biossegurança e Biosseguridade.
35
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
Neste primeiro tópico da unidade III, trataremos a respeito deste assunto tão im-
portante para a população e a sua relação com a biossegurança. Estamos falando aqui da
sustentabilidade. As unidades I e II já nos trouxeram bastante coisa a respeito desta relação,
porém, nesta unidade em específico, falaremos mais a fundo acerca deste conteúdo.
A biossegurança é primordial para a proteção da vida humana e do meio ambiente,
sendo esta uma área que ajuda a diminuir os riscos de contaminação, tanto de pessoas
quanto dos recursos naturais envolvidos.
Está relacionada às ações que devem ser tomadas para proteção da vida tanto dos
pacientes quanto dos profissionais, principalmente por pessoas que atuam na área da saú-
de, em hospitais, laboratórios etc. São procedimentos essenciais para prevenir infecções e
também contaminações, como por exemplo, a correta esterilização de instrumentos.
Mas a preocupação com a biossegurança vai além dos locais relacionados à área
da saúde, como foram citados os hospitais e laboratórios. Outros locais também devem
estar atentos à biossegurança, como por exemplo, empresas que lidam com tecnologia e
com a manipulação de elementos químicos. Indústrias e universidades fazem parte desse
grupo, na qual deve ter preocupação constante com a biossegurança, visando a proteção
do meio ambiente.
SAIBA MAIS
REFLITA
Fonte: o autor.
Os autores tratam que a avaliação de risco é uma ação, ou uma série de ações, que
objetiva o reconhecimento ou a identificação dos agentes de risco, a probabilidade do dano
proveniente da exposição acidental, da liberação acidental e uso indevido desses agentes,
levando em consideração, também, a severidade de suas consequências.
Deste modo, estabeleceram a figura abaixo, evidenciando a avaliação de riscos
tanto para a Biossegurança quanto para a Biosseguridade.
Nota-se que as medidas a serem tomadas para ambos os casos partem da ava-
liação de riscos prévia, examinando as características fundamentais existentes, além das
possibilidades existentes.
Especificamente para Biosseguridade, os parâmetros para a avaliação de risco
devem ser analisados sob a perspectiva de uso indevido e dizem respeito aos aspectos
relacionados às consequências, aos impactos econômicos, e ao potencial do agente para
ser utilizado na fabricação de armas de destruição em massa (CARDOSO et al., 2012).
No Brasil, a biosseguridade é aplicada na produção de animais, principalmente
na indústria avícola e suinícola, por meio de normas e procedimentos técnicos sanitários,
programas e controles estabelecidos, bem como na qualidade da alimentação e água e
descarte de resíduos e animais mortos.
Deste modo, é errado interpretar e utilizar o termo biossegurança em substituição
ao termo biosseguridade. Como vimos neste tópico, se tratam de temas diferentes, porém,
possuem objetivos similares, visto que ambos têm como intuito principal a prevenção.
Ainda, deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano,
uma análise global do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais para avaliação do seu
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas
e prioridades.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá estar descrito num docu-
mento-base contendo todos os aspectos estruturais listados anteriormente, e este documen-
to-base e suas alterações e complementações deverão ser apresentados e discutidos na
CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a Norma Regulamentadora NR-5, sendo
sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão (a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA é assunto para a leitura complementar da unidade IV do nosso material).
LIVRO
Título: Biossegurança – estratégias de gestão de riscos, doenças
emergentes e reemergentes: impactos na saúde pública.
Autores: Telma Abdalla de Oliveira Cardoso; Nery Cunha Vital;
Marli B. M. de Albuquerque Navarro.
Editora: Santos.
Sinopse: No mundo contemporâneo o fenômeno da globalização
é traduzido também pela complexidade dos riscos, destacando-se
o risco ao ambiente e a saúde humana. Esta realidade faz com que
o campo de conhecimento da Biossegurança avance no sentido
de ampliar suas ações a fim de elaborar procedimentos eficazes
no enfrentamento dos contextos de risco, destacando-se o risco
biológico, expressos nas doenças emergentes e reemergentes,
no bioterrorismo, na predação ambiental, no comprometimento do
patrimônio ecológico do planeta e de seu equilíbrio. Os desafios
colocados à saúde pública pela emergência e reemergência das
doenças infecciosas vêm sendo discutidos amplamente, posto
que, em termos das preocupações globais, são fatores que con-
figuram a construção de situações de calamidade mundial. Os
conteúdos, ora desenvolvidos neste livro, representam uma impor-
tante contribuição para as aplicações da Biossegurança, a partir
de proposições reflexivas que estão no campo da complexidade
do risco no mundo atual.
FILME/VÍDEO
Título: A Lei da Água – Novo Código Florestal
Ano: 2015
Sinopse: O longa “A Lei da Água: Novo Código Florestal” é um
documentário realizado sem fins lucrativos, com financiamento
coletivo e parcerias entre o Instituto Socioambiental (ISA), WW-
F-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e
Sustentabilidade (IDS) e Bem-Te-Vi Diversidade. O documentário
brasileiro retrata a importância das florestas para a conservação
das águas, explicando a relação do novo Código Florestal e a crise
hídrica brasileira. As florestas são importantes para a preservação
da água, do solo e também para a produção de alimentos que
necessitam da ação de polinizadores, como o café, o milho e a
soja. O filme esclarece as mudanças promovidas pelo novo Códi-
go Florestal e a polêmica sobre a sua elaboração e implantação. O
documentário mostra como a lei impacta diretamente a floresta e,
assim, a água, o ar, a fertilidade do solo, a produção de alimentos
e a vida de cada cidadão. Produzida ao longo de 16 meses, a
obra baseia-se em pesquisa e 37 entrevistas com ambientalistas,
ruralistas, cientistas e agricultores. Retrata ainda casos concretos
de degradação ambiental e técnicas agrícolas sustentáveis que
podem conciliar os interesses de conservação e produção da
sociedade.
Plano de Estudo:
● Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo;
● Acidentes de trabalho e mapa de risco;
● Controle de infecção no suporte nutricional, enteral e parenteral.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar sobre os acidentes de trabalho e a importância de um mapa de risco;
● Compreender sobre os acidentes com perfurocortantes e o risco
de transmissão de doenças por esse motivo;
● Entender a importância dos equipamentos de proteção individual e coletivo;
● Compreender a importância do controle de infecção no
suporte nutricional, enteral e parenteral;
● Evidenciar as recomendações para profissionais de saúde
que tem exposição a agentes biológicos.
49
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
SAIBA MAIS
Deste modo, lesões e doenças causadas pelo exercício da função são considera-
das acidentes de trabalho. Ainda, a mesma lei retrata que a empresa é responsável pela
adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do
trabalhador, inclusive as medidas de proteção individual e coletiva tratamos em outro tópico.
Nestes últimos pontos citados, ressalta-se mais uma vez que os acidentes sofridos
no trajeto para o trabalho também são considerados acidentes de trabalho, respeitados os
incisos trazidos acima.
Ainda, a RDC 306 também trata sobre os resíduos perfurocortantes que são gera-
dos nos próprios domicílios, como por exemplo, agulhas para aplicação de insulina. Estas
também devem ser acondicionadas e recolhidas por profissionais treinados e, posterior-
mente, encaminhados para as empresas terceirizadas que realizam o descarte final do
material (BRASIL, 2004).
Uma empresa deve contar com uma CIPA quando ela apresenta um quadro de
funcionários com mais de 20 trabalhadores, como consta no quadro I anexo a Norma Re-
guladora NR5.
LIVRO
Título: Manual de Biossegurança.
Autor: Hirata, Mario Hiroyuki; Hirata, Rosario Dominguez Crespo;
Filho, Jorge Mancini.
Editora: Manole.
Sinopse: A premissa da obra é difundir conceitos de biossegu-
rança no sentido amplo (humana, animal e vegetal), estimular a
conscientização e a responsabilidade sobre a segurança, em di-
ferentes ambientes de trabalho, assim como promover a uniformi-
zação de procedimentos para garantir a qualidade dos resultados
de pesquisas e atividades e a saúde dos operadores. Esta obra
contribui para a atualização e estimula a educação continuada,
na área de biossegurança, pela difusão de práticas seguras em
atividades de pesquisa e ensino, no ambiente de trabalho e na
atuação profissional.
FILME/VÍDEO
Título: Tempo de despertar
Ano: 1990
Sinopse: Williams interpreta o Dr. Malcolm Sayer, um tímido médi-
co pesquisador que usa uma droga experimental para “despertar”
as vítimas catatônicas de uma rara doença. De Niro coestrela como
Leonard, o primeiro paciente a receber o controvertido tratamento.
Seu despertar, cheio de alegria e entusiasmo, determina também
um renascimento para Sayer, com o paciente descobrindo as coi-
sas simples da vida – em sua indizível doçura – e revelando-as ao
introvertido doutor. Encorajado pela recuperação impressionante
de Leonard, Sayer administra a droga para outros pacientes. A
história de sua amizade durante esta emocionante jornada é um
testamento da ternura do coração e a força da alma humana.
BRASIL. CIBio - UFSC. Disponível em: https://cibio.ufsc.br/cnbs/. Acesso em: 10 maio 2021.
69
BRASIL. Lei nº 8.974, de 5 de Janeiro de 1995. (1995). Regulamenta os incisos II e V
do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas para o uso das técnicas
de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente mo-
dificados, autoriza o Poder Executivo a criar, no âmbito da Presidência da República, a
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, e dá outras providências. Disponível em:
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=8974&ano=1995&ato=23cQ-
TVE5UeJpWTeab. Acesso em: 12 jul. 2021.
70
HINRICHSEN, Sylvia Lemos. Biossegurança e controle de infecções : risco sanitário hospi-
talar. 3. Ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018.
HIRATA, Mario Hiroyuki; MANCINI FILHO, Jorge; HIRATA, Rosario Dominguez Crespo.
Manual de biossegurança. 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2017.
71
CONCLUSÃO GERAL
72