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Assim é que, em geral, estabelece o art. 94 do CPC que será competente o juízo localizado no
foro do domicílio do réu. Outras regras de distribuição da competência por critérios
territoriais devem ser levados em conta. Nos termos do art. 95 do CPC é competente o juízo
do foro da situação da coisa para os processos em que se discutem direitos reais sobre
imóveis. Importante, também, a regra do art. 96, que fixa a competência do foro do último
domicílio no Brasil do autor da herança para inventário e partilha de seus bens, assim como
para todos os processos ligados à sua sucessão, e ainda para todos aqueles em que for
demandado o seu espólio.
10- Na análise dos critérios de fixação de competência a primeira questão a ser resolvida é a
da chamada competência internacional que vem estipulada pelos arts. 88 e 89 do Código de
Processo Civil. O art. 88 dispõe sobre a competência internacional concorrente e o art. 89
sobre a competência internacional exclusiva. Verificada a competência internacional, e sendo
certo que a demanda pode ser ajuizada perante autoridade judiciária brasileira, passa-se a
análise da competência interna. A competência é fixada no momento da propositura da ação,
pelas regras vigentes nesta data, pouco importando alterações de fato ou de direitos
supervenientes. É o princípio da perpetuatio iurisdictionis, consagrado no artigo 87 do CPC.
11- Segundo Cintra, Grinover e Dinamarco, a prorrogação da competência pode ser legal, ou
seja, prevista em lei, como se dá nos casos em que há conexão ou continência entre duas
ações (arts. 102 e 104 do CPC), como também pode ser voluntária, isto é, decorrente de
vontade das partes. A prorrogação voluntária da competência, por sua vez, divide-se em
expressa ou tácita. A expressa dá-se nas hipóteses de eleição de foro (art. 111 do CPC) e a
tácita quando a parte ré deixa de opor exceção de incompetência relativa no prazo legal
(art. 114 do CPC).
12- Sendo que conforme o Artigo 64 do CPC tanto a competência relativa e absoluta será
alegada como questão preliminar de contestação, in verbis: Artigo 64 do CPC - A
incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
Assim, conforme manifestação da parte contrária, o juiz decidira alegação de incompetência,
caso seja acolhida os autos serão remetidos ao juízo competente, nos termos do §§2º e 3º do
Artigo 64 do CPC. Exceto as questões do § 4º do Artigo 64 do CPC: § 4º - Salvo decisão
judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
13- O §1 o esclarece que a incompetência absoluta poderá ser alegada em qualquer tempo e
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício pelo juiz, mas, em qualquer caso, a decisão
sempre será tomada após ouvir a manifestação da parte contrária, seguindo o § 2º do
artigo 64 do Novo CPC. Acolhida a alegação de incompetência, os autos serão remetidos ao
juízo competente e conservar-se-ão os efeitos das decisões proferidas pelo juízo incompetente
até que outra seja proferida, salvo decisão em sentido contrário, na forma dos §§ 3º e 4º
do Novo CPC. Já o artigo 65 do Novo CPC dispõe que em caso de incompetência relativa, se
o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação, será prorrogada a
competência do juízo. E o seu parágrafo único deixa claro que o Ministério Público é parte
legítima para alegar a incompetência, nas causas em que atuar, é claro.
14- A conexão é uma relação de semelhança entre demandas distintas. Assim, duas ou mais
ações serão conexas quando lhes for comum o pedido e a causa de pedir (art. 55, caput, do
CPC/15). Dessa forma, enxergadas as semelhanças presentes no dispositivo, a conexão tem o
condão de modificar a competência, reunindo as ações conexas em um único juízo. Sendo
assim, a modificação da competência pela conexão tem por objetivo promover a eficiência
processual e evitar a prolação de decisões conflitantes, contraditórias. Portanto, o §1º do art.
55 do CPC/15 traz a determinação de que as causas conexas serão reunidas para decisão
conjunta. Ressalte-se que esta norma é cogente, logo sua observância é obrigatória. Além
disso, há a possibilidade de que ações sejam conexas ainda que não haja semelhança entre o
pedido e a causa de pedir. É o caso expresso no §3º do art. 55, quando dois processos tiverem
vínculo entre os objetos litigiosos, que correm risco de obterem decisões conflitantes. O
conceito de continência está inserido no de conexão, uma vez que para ocorrer o fenômeno, é
necessária a identidade entre as causas de pedir. Nesse sentido, nada nos impede de afirmar
que continência é uma forma de conexão. O Conceito está previsto no caput do art. 56 do
CPC, que diz: “Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das
demais.” Dessa forma, haverá continência quando o pedido de uma ação englobar o pedido de
outra ação, ou seja, o pedido desta contém o daquela.
Sendo atribuída por determinado juiz ou órgão jurisdicional a competência a outro juiz,
caberá a este último, caso não aceite a competência que lhe tenha sido imputada e não
indique um terceiro juízo como competente, a suscitação do conflito de competência
(art. 66 do NCPC, parágrafo único).