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CURSO DE LETRAS
Nome:Antonia Viviam Da Silva Rodrigues
8. A pedagogia de Rousseau
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante intelectual do século XVIII para se pensar
na constituição de um Estado como organizador da sociedade civil assim como se conhece hoje.
Para Rousseau, o homem nasceria bom, mas a sociedade o corromperia. Da mesma forma, o
homem nasceria livre, mas por toda parte se encontraria acorrentado por fatores como sua própria
vaidade, fruto da corrupção do coração. O indivíduo se tornaria escravo de suas necessidades e
daqueles que o rodeiam, o que em certo sentido refere-se a uma preocupação constante com o
mundo das aparências, do orgulho, da busca por reconhecimento e status. Mesmo assim, acreditava
que seria possível se pensar numa sociedade ideal, tendo assim sua ideologia refletida na
concepção da Revolução Francesa ao final do século XVIII. A questão que se colocava era a
seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o
bem-estar da vida em sociedade? Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único
móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia
fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros
momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse
contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre
todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito à vontade particular, a vontade do cidadão
(daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um
interesse no bem comum. Este pensador acreditava que seria preciso instituir a justiça e a paz para
submeter igualmente o poderoso e o fraco, buscando a concórdia eterna entre as pessoas que
viviam em sociedade. Um ponto fundamental em sua obra está na afirmação de que a propriedade
privada seria a origem da desigualdade entre os homens, sendo que alguns teriam usurpado outros.
A origem da propriedade privada estaria ligada à formação da sociedade civil. O homem começa a
ter uma preocupação com a aparência. Na vida em sociedade, ser e parecer tornam-se duas coisas
distintas. Por isso, para Rousseau, o caos teria vindo pela desigualdade, pela destruição da piedade
natural e da justiça, tornando os homens maus, o que colocaria a sociedade em estado de guerra.
Na formação da sociedade civil, toda a piedade cai por terra, sendo que “desde o momento em que
um homem teve necessidade do auxílio do outro, desde que se percebeu que seria útil a um só
indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a igualdade, a propriedade se introduziu, o
trabalho se tornou necessário”. Daí a importância do contrato social, pois os homens, depois de
terem perdido sua liberdade natural (quando o coração ainda não havia corrompido, existindo uma
piedade natural), necessitariam ganhar em troca a liberdade civil, sendo tal contrato um mecanismo
para isso. O povo seria ao mesmo tempo parte ativa e passiva deste contrato, isto é, agente do
processo de elaboração das leis e de cumprimento destas, compreendendo que obedecer a lei que se
escreve para si mesmo seria um ato de liberdade. Dessa maneira, tratar-se-ia de um pacto legítimo
pautado na alienação total da vontade particular como condição de igualdade entre todos. Logo, a
soberania do povo seria condição para sua libertação. Assim, soberano seria o povo e não o rei
(este apenas funcionário do povo), fato que colocaria Rousseau numa posição contrária ao Poder
Absolutista vigente na Europa de seu tempo. Ele fala da validade do papel do Estado, mas passa a
apontar também possíveis riscos da sua instituição. O pensador avaliava que da mesma forma
como um indivíduo poderia tentar fazer prevalecer sua vontade sobre a vontade coletiva, assim
também o Estado poderia subjugar a vontade geral. Dessa forma, se o Estado tinha sua
importância, ele não seria soberano por si só, mas suas ações deveriam ser dadas em nome da
soberania do povo, fato que sugere uma valorização da democracia no pensamento de Rousseau.
A proposta de Rousseau, de uma educação de acordo com a natureza, foi considerada inovadora
e revolucionária, pois ele se opõe a educação do seu tempo e a formação humana em geral proposta
pela educação de sua época. Dessa forma, apresenta uma proposta que valoriza a liberdade, bem
como o desenvolvimento das faculdades das crianças. Deste modo, preconizando a educação
conforme a natureza, Rousseau quer que o homem seja educado para si mesmo. Assim ver-se-á
necessidade de se repensar a educação, considerando para tanto uma nova forma de compreender a
infância, a adolescência e a fase adulta. A partir disto chega-se aos diferentes modos de educar
segundo as diferentes etapas de formação humana, conforme o proposto por Rousseau.
Para Rousseau,o ser humano consiste na mais bela obra de arte da natureza. Por isso, ele sugere
um processo formativo sem a imposição das instituições, permitindo que a vida social seja
constituída com simplicidade e respeito. Nessa perspectiva, ele preza pela liberdade na formação,
que possibilite um sobressalto da sensibilidade e da dimensão humana,por meio de uma relação em
razões e emoções. A educação proposta por rousseau ganhou notoriedade por apresentar uma
determinada pedagogia.A pedagogia de Rousseau ficou conhecida como “Pedagogia Negativa”.
A pedagogia negativa é marcada não por uma imposição daquilo que Rousseau chamava de
“intelectualismo” por parte do professor ao aluno, mas por uma abordagem que permitia os
instintos naturais, que seriam naturalmente bons, florescessem no aluno.
Deste modo, Rousseau marca a pedagogia por um minimalismo: cabia ao professor não tanto
educar, mas sim não “deseducar” o aluno, que, conduzido por seus próprios instintos, chegaria ao
bem.
Para Rousseau, filosofo iluminista francês, a educação deveria ser livre e universal.