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Revisão Textual:
Caique Oliveira dos Santos
Resistências e Leis de Ohm
• Circuito Elétrico;
• Resistência Elétrica;
• Primeira Lei de Ohm;
• Segunda Lei de Ohm;
• Relação Entre Resistência e Temperatura;
• Multímetros.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar os conceitos fundamentais das Leis de Ohm e suas importantes características;
• Abordar sobre as resistências e suas funções no campo da elétrica e da eletrônica, abordan-
do, ainda, o uso de um essencial instrumento de medição: o multímetro.
UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
Contextualização
O bom entendimento dos princípios físicos que ocorrem nos sistemas elétricos e ele-
trônicos é fundamental não apenas para evitar danos a equipamentos ou à segurança
e à integridade mas também para haver sempre um funcionamento adequado dos siste-
mas, sem sobrecargas elétricas ou outras intercorrências.
Bons estudos!
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Circuito Elétrico
De forma geral, um circuito elétrico é composto de uma fonte de energia, fios con-
dutores e carga, que pode ser um ou mais resistores. Em geral, os circuitos elétricos
também possuem uma chave para ligar ou desligar o circuito. Quando a chave estiver
ligada, o circuito estará fechado e a energia passará por todos os componentes, colo-
cando o circuito em operação. Se a chave estiver desligada, o circuito estará aberto e,
portanto, não estará em funcionamento. Além disso, podem ser utilizados disjuntores,
relés ou outro dispositivo com a função de ligar ou desligar o circuito. O desligamento
pode ser automático ou manual.
A fonte de energia pode ser a obtida pela rede pública de alimentação ou uma bateria
ou pilha. Os fios condutores, por seu turno, servem para transportar a energia elétrica
e oferecem baixa resistência a essa passagem. Já o resistor ou a carga é um dispositivo
que utiliza a energia elétrica para funcionar, como uma lâmpada, um liquidificador, um
motor elétrico, entre outros. Em um circuito elétrico, pode haver um ou mais resistor ou
carga. A Figura 1 mostra a representação gráfica de um circuito com apenas um resistor.
+
Fonte de energia Resistor ou carga
ou bateria -
Resistência Elétrica
A corrente elétrica sempre encontra alguma dificuldade para se movimentar através
da estrutura atômica dos materiais. Essa oposição à passagem da corrente elétrica que os
materiais oferecem é chamada de resistência elétrica. Ela é representada pela letra R, e
a sua unidade de medida é o ohm (Ω). Os fios condutores são fabricados em material de
alta condução elétrica, em geral, o cobre. Apresentam baixa resistência elétrica, despre-
zível para os nossos cálculos.
No caso dos resistores, tais como lâmpadas, chuveiro elétrico, entre outros, apresen-
tam alta resistência à passagem da corrente elétrica, entrando em funcionamento para
o qual foram projetados. Essa resistência é ocasionada pela fricção dos elétrons livres
e gera calor. As resistências elétricas podem ser representadas graficamente de duas
maneiras, conforme a Figura 2.
R R
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UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
Como exemplo, ao ligar um chuveiro elétrico, a corrente elétrica passa por um resis-
tor (que chamamos popularmente de resistência) que é fabricado em cromo ou níquel.
Esse resistor se aquece ao oferecer resistência à passagem da corrente elétrica. A água
é aquecida ao passar por ele. O mesmo princípio vale para um aquecedor de ar ou um
fogão elétrico. Na Figura 3, podemos observar o resistor aquecido.
V V
=I =ou R = ou V R× I
R I
Onde:
• I = corrente elétrica (A);
• V = tensão (V);
• R = resistência (Ω).
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Exemplo 1
Calcular a corrente elétrica I que uma lâmpada elétrica de resistência igual a 100 Ω
consome quando alimentada por uma tensão de 110 V.
Solução
V 110
I= →I = → I = 1,1 A
R 100
Exemplo 2
Calcular a resistência R para uma tensão de 220 V e corrente elétrica de 22 A.
Solução
V 220
R= →R= → R = 10 Ω
I 22
Exemplo 3
Calcular a tensão V quando uma corrente elétrica I de 5,5 A passa por uma resistên-
cia R de 22 Ω.
Solução
V =I × R → V =5,5 × 22 → V =121V
Cada material oferece uma resistividade ρ (letra grega rô), cuja unidade de medida é
(Ω × m) – ohm × metro. As dimensões do material são o seu comprimento L, em m, e
a área da seção transversal A, em m2, conforme mostrado na Figura 4.
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UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
L
R=ρ
A
Onde:
• R = resistência (Ω);
• ρ = resistividade do material (Ω × m);
• L = comprimento do condutor (m);
• A = área da seção transversal do condutor (m2).
Cada metal condutor usado na fabricação dos resistores possui uma classificação e
apresenta valores diferentes para sua resistividade. A Tabela 1 mostra os valores de re-
sistividade para alguns materiais à temperatura de 20°C, que é muito próxima da nossa
temperatura ambiente. Para outras temperaturas, será necessário o cálculo diferenciado,
que será visto adiante.
Observa-se, pela tabela, que o cobre é um bom condutor de eletricidade, pois apre-
senta o menor valor de resistividade. A prata é até melhor, porém é um material bem
mais caro. Vale lembrar que, em grandes distâncias, a resistência ficaria com um valor
suficientemente grande para atenuar o sinal sendo transmitido.
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mostra o esquema de funcionamento de um potenciômetro e a representação gráfica
utilizada em diagramas.
Exemplo 4
Um engenheiro eletricista encarregado pelo setor de implantação de redes em uma
grande operadora de telecomunicações precisa saber qual a resistência de um cabo
telefônico de cobre de 4 mm de diâmetro e comprimento de 5 km, para verificar se
está dentro dos limites de resistência para não afetar o sinal transmitido, à temperatura
ambiente de 20°C.
Solução
Antes de aplicarmos a fórmula, devemos observar que o comprimento L precisa estar
em m e a área da seção transversal do condutor precisa estar em m2. Portanto, vamos
fazer as conversões necessárias.
• Comprimento do condutor: L = 5 km = 5.000 m = 5 × 103 m.
• Diâmetro do condutor: d = 4 mm = 0,004 m = 4 × 10–3 m.
( )
2
d2 4 ×10−3
A =π → A =π × → A =π × 4 ×10−6 → A =1, 257 ×10−5 m 2
4 4
L 5 ×103
R= ρ → R = 1, 7 ×10−8 → R = 6, 76 Ω
A 1, 257 ×10−5
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UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
Exemplo 5
Calcular a resistência de um fio de alumínio de 8 mm de diâmetro e comprimento de
1 km, à temperatura ambiente de 20°C.
Solução
Antes de aplicarmos a fórmula, devemos observar que o comprimento L precisa estar
em m e a área da seção transversal do condutor precisa estar em m2. Portanto, vamos
fazer as conversões necessárias.
• Comprimento do condutor: L = 1 km = 1.000 m = 103 m.
• Diâmetro do condutor: d = 8 mm = 0,008 m = 8 × 10–3 m.
( )
2
d2 8 ×10−3
A =π → A =π × → A =π ×1, 6 ×10−5 → A = 5, 03 ×10−5 m 2
4 4
L 103
R= ρ → R = 2,8 ×10−8 → R = 0,557 Ω
A 5, 03 ×10−5
Exemplo 6
Determinar a resistência elétrica de um fio condutor de cobre de 3.500 m de compri-
mento, com área transversal de 6 mm².
Solução
Neste caso, o comprimento já está em metros. Já foi dada a área (e não o diâmetro)
da seção transversal do fio e, portanto, não será necessário calcular. Porém, será neces-
sário converter essa área de mm2 para m2, para depois aplicar a fórmula.
• Área da seção transversal do fio: A = 6 mm2 = 0,000006 = 6 × 10–6 m2.
Com a área da seção transversal do fio convertida em m2, podemos aplicar a Segun-
da Lei de Ohm, substituindo os valores na fórmula:
L 3500
R= ρ → R = 1, 7 ×10−8 → R = 9,917 Ω
A 6 ×10−6
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Exemplo 7
Considerar os mesmos dados do exemplo 6, porém o comprimento do fio condutor
de cobre agora é de 5.000 metros.
Solução
Basta apenas aplicar a fórmula da Segunda Lei de Ohm.
L 5.000
R= ρ → R = 1, 7 ×10−8 → R = 14,167 Ω
A 6 ×10−6
Exemplo 8
Considerar novamente os mesmos dados do exemplo 6, porém a área da seção
transversal do fio condutor de cobre agora é de 9 mm2.
Solução
Convertendo a área da seção transversal do fio de mm2 para m2:
• Área da seção transversal do fio: A = 9 mm2 = 0,000009 = 9 × 10–6 m2.
L 3.500
R= ρ → R = 1, 7 ×10−8 → R = 6, 611Ω
A 9 ×10−6
Comparando mais uma vez o resultado com o do exemplo 6, observamos que, uti-
lizando o mesmo material do fio condutor, no caso, o cobre, e aumentando o diâmetro
do fio e mantendo o comprimento, a resistência diminui.
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UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
ρ= ρ0 × (1 + α × ∆T ) e R= R0 × (1 + α × ∆T )
Onde:
• ρ = resistividade do material (Ωm) à temperatura T;
• ρ 0 = resistividade do material (Ωm) a uma temperatura de referência T0;
• R = resistência do material (Ω) à temperatura T;
• R0 = resistência do material (Ω) a uma temperatura de referência T;
• α = coeficiente de temperatura dos materiais condutores (°C–1);
• ∆T = T – T0 = (TFinal – TInicial) = variação da temperatura (°C).
Exemplo 9
Um aquecedor possui uma resistência de fio de níquel-cromo e vale R0 = 12 Ω à
temperatura de 20°C. Quando o aquecedor está ligado em 127 V, a sua temperatura
estabiliza em 700°C. Qual a resistência do aquecedor quando está em operação?
Solução
Conforme a Tabela 2, o coeficiente de temperatura do níquel-cromo é:
α = 0,00017 (°C–1)
∆T = T − T0 → ∆T = 700 − 20 = 680°C
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Exemplo 10
Calcular a resistência de uma lâmpada com filamento de tungstênio cuja resistência
R0 é de 10 Ω à temperatura de 20°C, considerando que a lâmpada atinge a temperatura
de 1.000°C durante sua operação.
Solução
Conforme a Tabela 2, o coeficiente de temperatura do tungstênio é:
α = 0,0048 (°C–1)
Cálculo da variação de temperatura entre o aparelho desligado e em operação:
∆T = T − T0 → ∆T = 1.000 − 20 = 980°C
Multímetros
Multímetros são instrumentos de medição utilizados para medir tensão, corrente e
resistência elétrica. Eles recebem esse nome justamente porque são capazes de medir
várias grandezas elétricas, bastando apenas ajustar o aparelho para o que se deseja
medir e efetuar a leitura. Basicamente, existem dois tipos de multímetros, ambos com a
mesma função, os analógicos, que possuem um ponteiro que se desloca sobre as escalas
a serem medidas, e os digitais. As Figuras 6 e 7 mostram os dois tipos de multímetro.
Observa-se, pelas figuras, que dois cabos (em geral, um preto e outro vermelho) devem
ser conectados ao multímetro. Esses cabos são posicionados sobre o circuito elétrico a ser
medido, efetuando-se, assim, a leitura no aparelho, seja analógico, com o ponteiro, seja
digital. Esse procedimento deve ser adotado para efetuar a medição de qualquer uma das
grandezas que o multímetro puder medir.
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UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
Para medir tensão em corrente contínua, o multímetro deve ser ajustado para a esca-
la DC e, em seguida, conectam-se as pontas de prova “em paralelo”.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Me Salva! CRC01 – Introdução ao curso e Lei de Ohm
https://youtu.be/JFUBx2QsEhg
2ª Lei de Ohm – Resistividade elétrica do condutor
https://youtu.be/jBErpjIx7n0
Como Utilizar o Multimetro – HD
https://youtu.be/7qntlsNa8iI
Como conectar e como funciona um potenciômetro
https://youtu.be/ZRAZAWDDxRk
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UNIDADE Resistências e Leis de Ohm
Referências
ALBUQUERQUE, R. O. Análise de circuitos em corrente contínua. 21. ed. São
Paulo: Érica, 1997. 192 p.
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