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INSETOS DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA:

guia ilustrado para identificação de famílias


INSETOS DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA:
guia ilustrado para identificação de famílias

Maria Christina de Almeida


Edson Luiz Lopes Baldin
Ricardo Toshio Fujihara
Luiz Carlos Forti

Editores:
Ricardo Toshio Fujihara
Luiz Carlos Forti
Maria Christina de Almeida
Edson Luiz Lopes Baldin

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Insetos de Importância Econômica: Guia Ilustrado para Identificação de Famílias

Ricardo Toshio Fujihara


Luiz Carlos Forti
Maria Christina de Almeida
Edson Luiz Lopes Baldin

EDITORA FEPAF 2011

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01
MORFOLOGIA EXTERNA DOS
INSETOS ADULTOS
Maria Christina de Almeida, Ricardo Toshio Fujihara, Luiz
Carlos Forti e Isabela Maria Piovesan Rinaldi

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Morfologia Externa dos Insetos Adultos

Os termos utilizados na presente obra são comuns nos diferentes tipos de publicações entomológicas
e seus respectivos significados encontram-se descritos abaixo:

Apêndices: projeções da parede corporal adaptadas a diferentes funções; nos artrópodes são
caracteristicamente articuladas, isto é, formadas por segmentos articulados entre si.
Apódema: invaginação da parede do corpo, formando, internamente, um processo rígido que
serve para inserção muscular e para reforço da parede do corpo.
Apófise: invaginação da cutícula, somente interna; externamente, pode ser evidenciada por
um orifício (fundo cego).
Ecdise: etapa final do processo de muda, com o descarte do que sobrou da cutícula velha,
que é a exúvia.
Endoesqueleto: esqueleto ou estrutura de sustentação no interior do corpo, formado pelo
conjunto de apódemas e apófises internos.
Esclerito: qualquer área ou região endurecida do exoesqueleto de um artrópode. Os escleritos
podem estar marginados por sulcos, suturas ou áreas membranosas. Nos insetos, em cada segmento
do tórax e do abdome, o exoesqueleto compreende a superfície dorsal, denominada noto (segmento
torácico) ou tergo (segmento abdominal); a superfície ventral é denominada esterno; e duas superfícies
laterais, pleuras. Os escleritos que formam um tergo são os tergitos; os escleritos que formam um esterno
são os esternitos; e os escleritos que formam as pleuras são os pleuritos.
Exoesqueleto: esqueleto ou estrutura de sustentação na parte externa do corpo dos insetos.
Metameria: (metamerismo ou segmentação), na definição de HYMAN (1951), é a divisão
do corpo, ao longo do eixo anteroposterior, em uma série de segmentos sucessivos, cada qual contendo
órgãos ou sistemas idênticos ou similares. Nos insetos, essa organização ocorre durante o período de
desenvolvimento embrionário. Posteriormente, com a fusão de um número maior ou menor de metâmeros,
perda ou modificação dos mesmos, torna-se difícil reconhecer o número de metâmeros no adulto. Na
forma de organização de determinados sistemas, principalmente a do sistema nervoso, com um cérebro
dorsal anterior e dois cordões nervosos ventrais com gânglios segmentares, é onde o metamerismo é mais
evidente.
Metâmero: anel, somito ou segmento primário do corpo; usualmente se refere ao embrião.
Muda: processo complexo, sob ação de hormônios, da troca do exoesqueleto, que possibilita o
crescimento e mudanças de forma no corpo dos insetos.
Segmentação: metameria.
Segmento: o mesmo que metâmero; ou termo reservado aos distintos estágios do desenvolvimento
pós-embrionário dos insetos. Uma unidade do corpo serialmente repetida, semi-independente; subdivisão
do corpo ou de um apêndice, entre as articulações.
Sulco: sulco externo marcado na cutícula, que neste ponto é mais mole; internamente marca
uma ponte interna ou trabécula, à qual músculos se unem; frequentemente confundido com sutura.
Sutura: linha ou cicatriz que separa dois escleritos adjacentes da parede do corpo (exoesqueleto)
ou dos apêndices; ou uma área membranosa estreita entre dois ou mais escleritos; linha de “costura”
entre escleritos, marcando um dobramento interno da parede do corpo.
Tagmatização ou Tagmose: especialização regional determinada pela fusão de segmentos do corpo;
tendência de agrupamento de determinados segmentos, que frequentemente são de morfologia diferente
de outros agrupamentos, e especializados para realizar determinadas funções. A tagmose é um processo
morfogenético, no qual genes homeóticos estabelecem identidades regionais ou segmentares no plano corporal;
ela é a chave para o entendimento da diversificação dos artrópodes. Cada conjunto de segmentos forma um
Tagma (plural tagmata ou tagmas). Nos insetos há a formação de três tagmas: cabeça, tórax e abdome.

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Morfologia Externa dos Insetos Adultos

e estão localizados ventrolateralmente ao ânus. Há dois cercos, estruturas sensoriais sobre os


paraproctos, que são apêndices do décimo primeiro segmento. Em machos de gafanhotos, fechando
a porção final do abdome, há a placa subgenital; e nas fêmeas, dois pares de valvas, um dorsal
e um ventral, formando o ovipositor. Alguns apêndices ocorrem apenas nos insetos atuais mais
primitivos, como os estilos abdominais (ventrais), encontrados nas traças-dos-livros (auxiliam na
locomoção e sustentam o abdome), e o filamento mediano que, em conjunto com os dois cercos,
são denominados filamentos caudais (ver Capítulo 4, Figura 4.1). Em pulgões existe um par de
apêndices dorsais, denominados sifúnculos ou cornículos, os quais podem liberar feromônio de
alarme (ver Capítulo 7, Figura 7.22).

O abdome pode ser classificado em três tipos, dependendo de sua ligação com o tórax:
Séssil ou aderente: o abdome se liga ao tórax por toda sua extensão. Encontrado em baratas,
gafanhotos, besouros etc. (ver Capítulo 4, Figura 4.14).
Livre: constrição (estrangulamento) pouco pronunciada na união do abdome com o tórax.
Típico de moscas, borboletas etc. (ver Capítulo 4, Figura 4.14).
Pedunculado: grande constrição no primeiro segmento abdominal, que pode se apresentar
de forma tubular. Há insetos em que o 1º ou 1º e 2º segmentos abdominais, observados externamente,
formam uma constrição mais ou menos tubular pronunciada e muito evidente. Presente em vespas
esfecídeas, abelhas e formigas (ver Capítulo 4, Figura 4.13).

1.4. Referências

CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. 4th ed. Cambridge: Cambridge University
Press, 1998. 788 p.

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

GILLOTT, C. Entomology. 3rd ed. Dordrecht: Springer, 2005. 831 p.

GULLAN, P. J.; CRASTON, P. S. The insects: an outline of entomology. London: Chapman & Hall,
1994. 491 p.

HYMAN, L. H. The invertebrates: Platyhelminthes and Rhynchocoela. Nova York: McGraw Hill,
1951. v. 2, 550 p.

KLOWDEN, M. J. Physiological systems in insects. 2nd ed. New York: Academic Press, 2007. 668 p.

YOUDEOWEI, A. The dissection of the variegated grasshopper Zonocerus variegates (L.). Ibadan:
Oxford University Press, 1974. 101 p.

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Morfologia Externa dos Insetos Adultos

VISTA FRONTAL
(ANTERIOR) flagelo

antena
pedicelo

escapo
sutura ocular
sutura antenal olho composto

sutura frontal

sutura pós-genal

sutura epistomal
ou frontoclipeal clípeo

sutura clípeolabral mandíbula

labro

palpos

VISTA POSTERIOR

pós-mento
cardo

mento estipe

pré-mento gálea
maxila
lábio
glossa

paraglossa
palpo
maxilar

palpo
labial

Figura 1.3. Cabeça de esperança (Orthoptera: Tettigoniidae), vista anterior e posterior,


e estruturas associadas.

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Morfologia Externa dos Insetos Adultos

Hipognata Prognata Opistognata


Figura 1.4. Tipos de cabeça de acordo com a orientação das peças bucais em
relação ao eixo longitudinal do corpo. Hipognata (esquerda, acima e abaixo),
prognata (centro, acima e abaixo) e opistognata (direita, acima e abaixo).

A B C D E F G

H I J K L

M M N O O
Figura 1.5. Principais tipos de antenas. A) Filiforme. B) Moniliforme. C) Clavada.
D) Capitada. E) Imbricada. F) Fusiforme. G) Serreada. H) Estiliforme. I) Flabelada.
J) Plumosa. K) Setácea. L) Pectinada. M) Lamelada. N) Geniculada. O) Aristada.

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Morfologia Externa dos Insetos Adultos

olho
labro composto
palpo
maxilar
antenas

maxila
palpos
maxilares labro
lacínia labelo mandíbula
lábio hipofaringe
mandíbula gálea
palpo maxila D
labial hipofaringe

B
olho
composto clípeo
antena
genicu- palpo
lada maxilar
clípeo
labro labro
mandíbula
lábio = rostro
palpo
maxilar
labelo
E
gálea
(maxila)
palpo
labial antena
glossa
flabelo
olho
C composto

ocelo palpos gáleas


olhos compostos labiais (espirotromba) F

antenas
antenas
olho
labro composto
estiletes
1o segmento labro
2o segmento estilete
estiletes mandibular
lábio = maxilares maxila
rostro palpo
3o segmento maxilar
lábio
4o segmento
palpos labiais G

Figura 1.6. Principais tipos de aparelhos bucais. A) Mastigador. B) Mastigador-


lambedor. C) Sugador-picador (Hemiptera). D) Sugador-picador (dípteros
hematófagos). E) Sugador-lambedor. F) Sugador-maxilar (Lepidoptera). G)
Sugador-picador (Thysanoptera).

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