Você está na página 1de 17

1 de 17

Armazenamento de Produtos Agrícolas


Resumo Nap1

Aula 1 - Qualidade dos Produtos Agrícolas - Prof. Dr. Arlindo Modesto Antunes

Qualidade quer dizer conformidade com as exigências.


A qualidade de um alimento corresponde a três aspectos fundamentais nutricional,
sensorial e microbiológico.

Como mensurar a qualidade dos produtos armazenados?


• Teste de Viabilidade de Sementes;
• Analise Sensorial do Café;
• Outros testes usados para Avaliação da Qualidade; e
• Legislação para Classificação de Produtos Agrícolas.

Teste de Viabilidade de Sementes

Teste de Germinação
• Potencial Germinativo da Semente; e ou
• Qualidade do grão.
• Em geral, sementes que apresentam alto poder germinativo também apresentam alta
qualidade.
• Não perderam compostos químicos importantes.

Teste de vigor
• Envelhecimento acelerado modificado em substrato.
• Envelhecimento acelerado entre papeis.

Condutividade Elétrica e Lixiviação de Potássio


• Existe uma correlação com o estado de estruturação das membranas celulares com a
qualidade:
Grãos e Sementes:
• Quantidade de íons exsudados
• Integridade das membranas fosfolipídicas
• Alteração da qualidade dos grãos e sementes

Análise Sensorial do Café


• Avalia um produto através de percepções, sensações e reações;
• “Prova de Xícara”;
• Subjetiva.
• Instrução normativa nº 8.
• Não atribui notas.
• Existem Vários Métodos para classificação sensorial do café.
• SCAA - Specialty Coffee Association of America
2 de 17

Associação Americana de Cafés Especiais (São atribuídas notas, no intervalo de 0 a 10


pontos, para cada um dos seguintes atributos:
• Fragrância (proveniente do pó seco) & Aroma (após hidratado e pós quebra da crosta)
• Uniformidade (5 xícaras, cada qual correspondendo estatisticamente a 20 da amostra)
• Ausência de Defeitos (fermentações indesejáveis, amargor indesejável)
• Doçura (referência 0 5 m/v)
• Sabor
• Acidez (tipo da acidez, intensidade e qualidade)
• Corpo (intensidade e qualidade)
• Finalização (persistência e qualidade residual)
• Equilíbrio (interação entre Sabor, Corpo e Acidez)
• Defeitos
• Avaliação Geral

Composição Química
• Açúcares totais, açúcares redutores e não redutores:
• Conferem doçura e participam de reações químicas que podem originar outros
compostos desejáveis.
• Café: cor, sabor e aroma.

Fatores Físicos e de Contaminação


Danos internos e externos; Grãos ardidos; e Presença de micotoxinas.

Legislação para Classificação de Produtos Agrícolas


Objetivos da Legislação
Classificação: visa determinar a qualidade de um produto, mediante análises específicas,
definidas por padrões oficiais;
RAS – Regras Para Análise de Sementes.

Vantagens da Classificação
Seleção de produtos para diferentes usos, em função da qualidade;
Facilita a fixação de preços mínimos e as operações de financiamento de produtos;
Identifica os fatores de importância econômica aos processadores;
Permite o controle efetivo da matéria-prima e do processo;
Facilita a rápida comparação de preços dos produtos em diferentes mercados;
Permite a comercialização sem o exame prévio do produto;
Facilita a realização de negócios nas bolsas; e
Evita a comercialização de produtos inadequados ao consumo.

Legislação de Alimentos: proteção do consumidor; proteção aos produtores, fabricantes e


comerciantes, e garantia à liberdade de escolha.
Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS) – MAPA: compete normatizar e supervisionar
as atividades de inspeção e defesa sanitária animal e vegetal;
3 de 17

Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – MS: compete normatizar e


supervisionar as atividades de produção e comércio de alimentos e medicamentos.

Levantamento das leis e normas brasileiras sobre alimentos:


• SISLEGIS MAPA; www.agricultura.gov.br
• E-LEGIS ANVISA; www.anvisa.gov.br
• ABIC; www.abic.com.br/serv_legislacao.html
• Sabe-se que cada vez mais o que importa não é quantidade e sim a qualidade do
produto produzido, seja este técnico ou científico.
• As normas técnicas foram produzidas para que produtor e consumidor se sintam mais
seguros diante do mercado globalizado.
• À medida que as tecnologias avançam, novas normas serão criadas e as antigas serão
adequadas à nova realidade, sempre com o efeito de proporcionar ao produto final a
qualidade almejada.
• Como a competição está mais acirrada e os consumidores mais exigentes, a criação das
leis surge da necessidade de se ter uma melhor solução para os problemas em todos os
níveis.

Aula 2 - insetos do armazenamento de produtos agrícolas

Grão/Semente → Armazenamento (Vida latente) → Respiração → Germinação

Propriedades para a avaliação da qualidade:


Teor de água adequado (baixo e uniforme);
Baixo teor de impurezas (material estranho);
Baixo porcentual de grãos danificados (descoloridos, quebrados, ardidos e trincados);
Baixa suscetibilidade à quebra;
Elevada qualidade de moagem;
Elevado teor de proteína, óleo e nutricional;
Elevada viabilidade de sementes;
Baixo teor de substâncias carcinogênicas e
Baixa incidência de ataque de insetos e fungos.

Quantitativo (grau de hidratação) → Teor de água → Expressões:


Base seca (bs) Produção científica: U (bs) = Ma / Mms (g/g)
Base úmida (bu) Produção comercial: U (bu) = 100 Ma / (Ma + Mms) (%)
Ubs = Ubu/(100 Ubu)
Ubu = (Ubs /(1 + Ubs))

Principais métodos de determinação


Diretos

Secagem em estufa
Destilação
4 de 17

Extração por solvente


Indiretos
Resistência
Capacitância

Atribui se o aumento do teor de água → Relação direta → Atividade respiratória (grão e


microflora)

Massa específica:
Massa específica aparente ou granular → ρap = m / V
Massa específica real ou unitária → ρ = mp / Vp
Massa / Volume ocupado(Kg/m³)

Métodos de determinação de ρap e ρ:

ρap: Picnômetro e Peso Hectolítrico (PH)

ρ: Método do deslocamento de líquidos

A massa específica aparente de grãos agrícolas cresce, geralmente, com a diminuição do


teor de água do produto. O crescimento depende da porcentagem de grãos danificados,
do teor de água inicial, da temperatura alcançada durante a secagem, do teor de água
final e da variedade do grão.

2.3 Teor de proteína, óleo, açúcares, amido e outros componentes químicos


Grãos (característica porosa):
Componentes orgânicos + Oxigênio (O) → Reação de oxidação → (CO 2) + (H2O) + Calor
Resultado = perda de material orgânico, peso volumétrico, matéria seca e valor comercial
e nutricional.

Lipídios:
Fácil degradação química (Conservabilidade) → (Odor e sabor indesejáveis)
Fácil degradação química → U%,°C e tempo de armazenamento.

Período de armazenamento → Teor de proteína

Proteína bruta (Fonte Preliminar) → Crescimento e metabolismo dos fungos


Proteína bruta → Proteólise
Crescimento e metabolismo dos fungos → Aminoácidos (Nutrientes)
Aumento do teor de proteína bruta → Proteína bruta = (Proteína do grão + Proteína
fúngica)

Lipídio
5 de 17

Efeitos de processo de secagem e tempo de armazenamento na qualidade tecnológica de


trigo.
Resultado = Diminuição no teor de lipídios com o aumento do tempo de armazenamento.
Lipídios → Hidrólise → Respiração (grão) → Oxidação (Ação de enzimas)

Suscetibilidade à quebra
Definida como potencial de fragmentação ou quebra do grão quando sofre força de
impacto.
Ocorrência: Transporte e manipulação dos canais de comercialização; Influenciada
(Genótipo); danos na colheita mecânica e processo de secagem.
Maior o teor de água na colheita + alta temperatura do ar secagem = Maior suscetibilidade
à quebra.

Aula 3 - Mudanças bioquímicas, nutritivas e funcionais dos produtos armazenados

Armazenamento + circulação e distribuição dos produtos → Perdas de 6% ao ano.


Principais causas: infestação por insetos, microrganismos, roedores e pássaros.
Causa secundária: respiração.

Respiração:
Oxigênio (O2)→ Grão → Gás Carbônico (CO2), Água (H2O) e Calor

Fatores que afetam a intensidade da respiração


De forma geral, a respiração dos grãos é regulada por fatores como temperatura,
umidade, estágio de maturação, condições de transporte e pós colheita, uso (ou não) de
aeração bem como características físicas do grão e da massa, dentre outros.

FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DE PRODUTOS ARMAZENADOS


Variáveis Físicas: temperatura, teor de água, propriedades físicas da massa de grãos,
estrutura do armazém e variáveis meteorológicas.
Variável Química: disponibilidade de oxigênio no ar intersticial.
Variáveis Biológicas Internas: respiração, maturidade pós colheita e germinação.
Variáveis Biológicas Externas: fungos, leveduras, bactérias, insetos, ácaros, roedores e
pássaros.

Respiração: Através do processo respiratório, os grãos ficam sujeitos a pequenas, mas


contínuas transformações.

Respiração Aeróbica (Oxidação)


C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + calor (667,2 Kcal)
Coeficiente Respiratório = CO2 / O2 ≈ 1 alto teor de carboidratos
Coeficiente Respiratório = CO2 / O2 < 1 alto teor de lipídios
6 de 17

Respiração Anaeróbica (intra oxidação → fermentação)


C6H12O6 → 2C2H5OH + 2CO2 + calor (22 cal)
2C2H5OH → Aldeído, Corpos cetônicos, Aminas (Odor) e Amidas

Condições de Armazenamento
Determinação da atividade metabólica: a produção gasosa de dióxido de carbono (CO 2)
pode ser determinada laboratorialmente por um equipamento nomeado de respitômetro
microcomputadorizado, cujo equipamento mede volumes de captação ou produção de
O2/CO2 com precisão de até 0,2 x 10 -6 L/h.
Os fatores que afetam a taxa de respiração dos grãos, que serão abordados, são a
temperatura, o teor de água dos grãos, condição dos grãos e a composição do ar.

Temperatura
A cada 10 ºC de aumento de temperatura as reações sofrem acelerações de 2 a 3X.
Aumento da temperatura acelera as atividades metabólicas até que:
Inativação térmica das enzimas envolvidas;→ 40 ºC
Exaustão do substrato;
Limitação no suprimento de oxigênio;
Acúmulo de concentração inibitória do dióxido de carbono.
O aumento da temperatura é diretamente proporcional ao aumento da respiração.
As atividades respiratória e enzimática constituem indicativos da perda de qualidade de
sementes e podem ser utilizadas para a identificação de parâmetros relacionados à
deterioração de sementes.

Controle do Aquecimento da Massa de Grãos: faz-se com a instalação de sistemas de


termometria, as quais são constituídos por uma rede de sensores de temperatura,
dispostos de forma regular nas células de armazenamento dos silos.

Umidade relativa
UR (%) = (Pv / Pvs) . 100
Pv ar < Pv grão → Dessorve
Pv ar > Pv grão → Adsorve
Pv ar = Pv grão → Equilíbrio Higroscópico
7 de 17

Razão CO2 O2:

Condição dos Grãos: MATURIDADE


Quando a colheita é realizada na época correta (depois da maturação dos grãos) é
possível melhorar a estabilidade do armazenamento e a manutenção da qualidade do
grão.
Os efeitos diretos da respiração dos grãos e de grãos quebrados são a perda de peso e o
ganho de teor de água do grão, aumento do nível de dióxido de carbono no ar e aumento
da temperatura da massa de grãos.

Fatores Biológicos:
Perdas Qualitativas
Perdas Quantitativas

Pássaros:
Iniciam no campo
Atraídos por farelos e restos que caem ao chão
Hospedeiros de piolhos e ácaros
Ninhos servem como abrigo para insetos praga
Consomem na ordem de 1% do total armazenado
As fezes, as penas e os restos de pássaros mortos em decomposição → contaminação.

Ácaros:
São conduzidos por roedores, aves e insetos
São capazes de destruir completamente os grãos
Diminuem o valor nutritivo em vitaminas do complexo B e Ferro
Diminuem o poder germinativo das sementes
Seu ataque causa odores estranhos
Causam: Dermatites e Doenças gastrintestinais, principalmente, disenterias
Favorece o desenvolvimento de ácaros:
Falta de limpeza dos depósitos
Umidade relativa (superior a 60%, ideal de 70 a 90%)
Temperatura (ideal 25 ºC)
Infestação de insetos
8 de 17

Roedores
Dystra (1954) demonstrou que apenas 2 ratos, vivendo em um celeiro, consumiram 14 kg
de cereais durante seis meses. No entanto, o mais grave, foi a quantidade de excremento
expelido pelos dois ratos 25000 cápsulas (matérias fecais) e 5,5 litros de urina. Além dos
milhares de pelos perdidos, os quais contaminam seriamente os alimentos que parasitam.

Armadilhas com substâncias esterilizantes, anticoagulantes ou raticidas de ação rápida.

RESPIRAÇÃO E PERDA DE MATÉRIA SECA


A perda de matéria seca está associada à atividade respiratória dos grãos e pode estar
intimamente relacionada à sua perda qualitativa.

Quebra Técnica
Conceito: é a perda de massa seca que os grãos apresentam durante o armazenamento.
Levando em conta experiências práticas em unidades de armazenamento, foi
estabelecido, no Brasil, um índice oficial de quebra técnica de 0,15% por quinzena de
armazenamento.

Fatores que aumentam a porcentagem de quebra técnica:


Desenvolvimento fúngico
Altas temperaturas e altos teores de água
Ataque de insetos, pássaros e roedores.

Bolsões de Calor
Causas:
Ataque de insetos ou microrganismos (intensa respiração);
Intensa respiração dos grãos;
Má condutibilidade térmica dos grãos;
Obstruções à movimentação do ar.
9 de 17

MUDANÇAS BIOQUÍMICAS

Conceito: São as alterações que ocorrem nos processos químicos dos produtos
armazenados
Eventos bioquímicos, como oxidação, degradação e inativação de enzimas, redução da
atividade respiratória e perda da integridade das membranas celulares, são algumas das
alterações relacionadas ao processo de deterioração.
A temperatura é um dos principais fatores que interferem na qualidade dos grãos durante
o armazenamento, acelerando as reações bioquímicas e metabólicas dos grãos pelas
quais reservas armazenadas no tecido de sustentação são desdobradas, transportadas e
ressintetizadas no eixo embrionário.

Mudanças Bioquímicas nos Carboidratos


Em níveis mais altos de teores de água, pode ocorrer a fermentação de carboidratos,
como resultado tem-se a produção de álcool ou ácido acético e os odores característicos
de fermentação.

Mudanças Bioquímicas nos Lipídios:


Oxidativas: resultando em sabores e odores rançosos típicos
Hidrolíticas: resultando na produção de ácidos graxos livres.

Mudanças Bioquímicas nas Proteínas


Dentre as alterações enzimáticas mais frequentes durante o processo de deterioração
destacam se mudanças na atividade de enzimas respiratórias, o que acarreta problemas
à respiração e atividades gerais de síntese, provocando, consequentemente, problemas
na germinação e no vigor.

MUDANÇAS NUTRITIVAS

A perda do valor nutritivo é diretamente proporcional aos processos respiratórios:


Intensa atividade metabólica:
Redução de carboidratos, proteínas, lipídios e vitaminas
10 de 17

Perda de material orgânico


Mudança no conteúdo da massa específica e de matéria seca
Perdas de qualidade nutricional e valor dos grãos.

Mudanças Nutritivas nos Minerais


Raramente sofrem alterações no armazenamento, porém a disponibilidade de fósforo
tende a aumentar no armazenamento (Ação da enzima Fitase).

Mudanças Nutritivas nas Proteínas


Ocorre aumento no teor total de proteínas devido ao consumo de carboidrato durante o
armazenamento.

Mudanças Nutritivas nos Carboidratos


Os carboidratos dos grãos são diretamente consumidos pelo próprio metabolismo e de
microrganismos associados, por isso há decréscimo do seu conteúdo total durante a
armazenagem.

Mudanças Nutritivas nas Vitaminas


Grãos são fontes de: Tiamina, Niacina, Piridoxina, Inositol, Biotina e Vitamina E.
Nos grãos intactos armazenados em boas condições comerciais, as perdas de vitaminas
são pequenas. Já a infestação de insetos, aumenta consideravelmente as perdas nos
teores vitamínicos.

MUDANÇAS QUE OCORREM NA QUALIDADE SOB CONDIÇÕES FAVORÁVEIS DE


ARMAZENAMENTO

Trigo
A qualidade de panificação do trigo ou da farinha de trigo recém-colhidos, tende a
melhorar com o tempo, dependendo das condições do produto e das condições de
armazenamento.

Arroz
O arroz fresco é dito conter uma α-amilase ativa que faz com que o arroz fique pegajoso
quando cozido. Esta amilase se torna parcialmente inativada durante o armazenamento.

MUDANÇAS DETERIORATIVAS

São causadas pela interação entre as variáveis.


Físicas
Químicas
Biológicas
Quanto maior a intensidade, maior a deterioração.
11 de 17

Aparência e Odor
Grãos deteriorados (Grãos amarelos, fermentados e ardidos, Grãos mofados e
germinados, Grãos danificados por insetos ou doenças de campo).
Inspeções dos grãos avariados através da classificação dos grãos devem ser realizadas
ao longo do armazenamento. Odores causados por fermentação e desenvolvimento
fúngico impedem a comercialização dos produtos agrícolas pois grãos são
desclassificados.

Diminuição do Poder Germinativo


A intensa atividade respiratória altera as enzimas respiratórias, que acarretam perda do
potencial de germinação e vigor. Infestação de insetos, fungos e ácaros reduzem o poder
germinativo.

Acidificação
A deterioração em grãos e produtos moídos de grãos armazenados é acompanhada por
um aumento na acidez A concentração de íons de hidrogênio tende a aumentar com a
idade, mas devido à ação tampão das proteínas e outros constituintes de grãos,
mudanças marcantes na concentração de íons de hidrogênio geralmente não ocorrem até
que a deterioração esteja razoavelmente avançada.

Aula 04 - Armazenamento de Produtos Agrícolas

Produção de Grãos
Campo de Produção → Colheita e Transporte → Secagem → Beneficiamento →
Armazenamento → Transporte e Comercialização.

Armazenamento
Obs: Etapa Final: Requer cuidados

Objetivos:
• Manutenção da qualidade física, nutricional e sanitária
• Regulação do mercado
• Adequada distribuição do produto ao longo do ano.

Rede Armazenadora:
Importante meio de distribuição dos produtos
Tem por finalidade receber os grãos
Conserva os produtos e redistribui.

Instrução normativa Nº 29 de 8 de junho de 2011 do MAPA (Ministério da Agricultura,


Pesca e abastecimento), ao qual divide em quatro níveis, sendo eles:
Unidade Armazenadora em “nível de fazenda”
Unidades Coletoras (Urbanas ou Rurais)
12 de 17

Unidades Intermediárias
Unidades Terminais e Subterminais

Unidade Armazenadora em “nível de fazenda”:


Na unidade armazenadora em “nível de fazenda”, a estrutura armazenadora está
localizada na própria propriedade (empresa agrícola), é dimensionada de forma a
atender a capacidade de produção do próprio produtor rural.

Unidades Coletoras:
Localizadas em área urbana ou rural, normalmente em regiões de grande produção dos
grãos a que se interessa armazenar. Apresentam grande capacidade estática e atendem
muitos produtores. As unidades armazenadoras coletoras podem oferecer serviços de
limpeza, secagem e beneficiamento dos grãos agrícolas.

Unidade Intermediária
São pontos de convergência em locais planejados para a recepção de produtos vindos de
fazendas e unidades coletoras, de modo a facilitar o escoamento da safra, servindo como
ponto intermediário entre os locais de produção, comercialização e processos
subsequentes de industrialização.

Unidades Terminais e Subterminais


Unidade armazenadora localizada junto aos grandes centros consumidores ou nos portos,
dotada de condições para a rápida recepção e o rápido escoamento do produto,
caracterizada como unidade armazenadora de alta rotatividade.

Logística de Escoamento
Em diversas situações, os pontos de produção e consumo em uma cadeia de suprimentos
se encontram geograficamente muito dispersos, exigindo que os produtos sejam
transportados por longas distâncias, sendo necessário um estudo aprofundado para a
logística do escoamento, evitando possíveis prejuízos financeiros e danos na qualidade
dos produtos.

Maneiras de analisar e quantificar as variáveis de logística: Prazos; Destino; Origem;


Trajeto; Modalidade; Embalagem; Perdas; Características técnicas dos veículos.

Métodos de Armazenamento:
• Armazém Convencional;
• Armazéns a Granel.

Armazém Convencional:
Vantagens
1. Permite manipular pequenas quantidades;
2. Em caso de deterioração localizada, permite remoção sem remanejar o lote;
3. Menor gasto inicial.
13 de 17

Desvantagens
1. Elevado custo da sacaria;
2. Elevado custo de movimentação;
3. Demanda muita mão de obra.

Tipos de Armazém Convencional


• Armazéns Infláveis: Estruturas de vinil ou polipropileno.
Desvantagens: Custo de Instalação; Expõe o produto a Variações Climáticas.
• Galpões ou Depósitos: Outro tipo de estrutura que é usada com intuito emergencial, ao
qual não apresentam características técnicas para garantir um armazenamento segura,
sendo utilizados por períodos curtos.
• Armazéns Estruturais: Possuem o mesmo material que os armazéns infláveis, porém
sem o uso de ventiladores e assim eliminando a desvantagem de expor o produto as
variações climáticas. Podem ter o caráter de emergência ou definitivo.
• Armazéns Convencionais: Os armazéns convencionais são projetados e construídos
para uma boa armazenagem por longos períodos, seguindo recomendações técnicas
para que ocorra uma construção de forma adequada e garanta uma armazenagem segura
e com qualidade.

Armazéns Convencionais
• Pé direito tenha altura de 6 m;
• Colocação de aberturas laterais de ventilação;
• Utilização de telhas transparentes;
• Que o piso seja impermeável, de concreto;
• Instalação de sistema de prevenção e combate a incêndios.

Armazéns Gerais
• De acordo com o próprio conceito apresentado pela lei (Art 1 º do Dec nº 1.102 de 21/11/
1903, podemos definir os Armazéns Gerais como empresas que tem por finalidade a
guarda e conservação de mercadorias e a emissão de títulos especiais que as
representem.
• É interessante considerar que a expressão “Armazém Geral” não significa,
obrigatoriamente, que o armazém deva receber mercadorias de diversas espécies. Ele
pode receber apenas um tipo de mercadoria.

Termos Utilizados em Armazéns Gerais:


• Área - é todo o espaço ocupado pelo armazém;
• Área Útil: relativa à área aproveitável para a acomodação das mercadorias;
• Área Inaproveitável: representada pela área ocupada com balanças, recepção,
ruas para trânsito no interior do armazém, etc.
• Divisão: variável com a arquitetura do armazém, com a disposição de suas portas e
colunas de sustentação;
• Coxias: representa a área interna do armazém correspondente à projeção
horizontal de cada uma das “águas” da cobertura sobre o piso.
14 de 17

• Quadras: são as divisões das coxias baseadas na localização das colunas de


sustentação do telhado, na distribuição das travessas e das ruas transversais ao eixo
longitudinal do armazém.
• Ruas: são os corredores que podem separar as coxias e algumas quadras.

• Demarcação do armazém: a demarcação do armazém é a delimitação dos espaços


correspondentes à área inaproveitável.
• Lotes: sob o ponto de vista físico, lote é um conjunto de mercadorias de uma mesma
espécie, pertencentes a determinado depositante.
• Lastro: é a formação básica para a disposição dos sacos no ato do empilhamento e
caracterização de uma pilha.
• Pilha: conjunto formado pela sobreposição das sacarias armazenadas num determinado
lastro.
• Fiel: é o encarregado do armazém propriamente dito.
• Furador: é o funcionário responsável pela extração ou tiragem das amostras, bem como
pela classificação dos produtos.
• Chapa: Operário que faz o transporte braçal das mercadorias.

Cálculo da Capacidade do Armazém


• A capacidade de um armazém é função da área disponível do piso, bem como, da altura
a que poderão ser elevadas as pilhas.
• Por questão de iluminação e movimento de operadores, a altura de uma pilha deve ser
de 1,0 a 1,5 m inferior à altura do pé direito, que, em geral, tem altura igual a 6,0 m.

Fórmula usada pelo extinto IBC (Instituto Brasileiro de Café):


CE = 1,6 x A x NF
Em que:
CE - capacidade estática (em sacos de 60 kg);
NF - número de fiadas;
1,6 - coeficiente referente ao valor de 60 kg/m² útil;
A - área útil do armazém.

Fórmula utilizada pela CONAB:


CE = V x 0,75 x N
Em que:
CE - capacidade estática (em sacos de 60 kg);
V - Volume total do armazém, desconsiderando 1m abaixo do pé direito;
0,75 - coeficiente ao qual indica os descontos dos espaçamentos entre ruas, paredes,
pilhas e limitação de altura;
N - número de sacos/m3 ou ton/m3.

Armazenamento a Granel
• Rede armazenadora de grão somente é projetada tecnicamente
à base de silos.
15 de 17

Vantagens
1. Dispensa o uso de embalagem;
2. Facilita o controle dos efeitos de temperatura;
3. Utiliza menor espaço;
Desvantagens
1. Elevado custo Inicial;
2. Dificulta identificação de diferentes materiais.

Classificação Geral dos Silos


• Os silos podem ser construídos de concreto armado, concreto protendido, chapas
metálicas (corrugadas e trapezoidais), madeira, alvenaria, argamassa armada, fibras,
plástico entre outros.

Classificação Geral dos Silos


Segundo Weber (2005), os silos podem ser classificados tomando como parâmetro
diversas características:
• Por entidade mantenedora:
Unidades governamentais;
Unidades cooperativas;
Condomínios;
Produtores rurais;
Unidades particulares.

• Quanto à localização geográfica:


Unidades em nível de fazenda;
Unidades coletoras;
Unidades subterminais;
Unidades terminais.

• Relativo à sua principal dimensão


Silos verticais;
Silos horizontais

• Quanto ao projeto e edificação:


Silos de tela;
Silos tipo paiol;
Silos tipo bolsa;
Armazéns granelizados ;
Silos graneleiros de fundo plano, fundo “V”, fundo semi “V”, fundo “W”;
Silos metálicos;
Silos de concreto.

• Silos quanto à aplicação:


Silo armazenador;
16 de 17

Silo secador;
Silo de espera / pulmão;
Silo de expedição.

•Silo quanto à hermeticidade


Silo hermético;
Silo não hermético.

Tipos de Fluxo
• A determinação do tipo de fluxo deve ser realizada enquanto o silo está sendo projetado.
O tipo de fluxo pode ser estimado usando o gráfico abaixo de acordo com o tipo de
tremonha, onde a região de transição mostrada no gráfico representa condições que o
tipo de fluxo pode mudar abruptamente entre fluxo de massa e fluxo de funil.

Silos Verticais
Vantagens
• Redução da mão de obra;
• Possibilita uma maior facilidade no transporte do produto;
• Possibilita o controle de temperatura;

Desvantagens
• Elevado custo de instalação;
• Necessita de um projeto bem elaborado a fim de evitar problemas estruturais;

Silos Horizontais ou Armazéns Graneleiro


Vantagens
• Menor custo e rapidez na construção;
Desvantagens
• Dificuldade para instalação de sistema eficiente de termometria;
• Dificultoso para prática do expurgo;
• Risco de deterioração do produto em razão da elevada massa.

Variações do Teor de água e Temperatura em Grãos Armazenados a Granel:


• Temperatura e Umidade Relativa

• Respiração - T ºC aumenta e UR% aumenta;


• Atividade de insetos e fungos - T ºC aumenta e UR% aumenta;
• Bolsões de calor - T ºC aumenta e UR% aumenta.

Migração de Umidade

Operações que Minimizam os Efeitos da Migração de Umidade


• Transilagem - processo que consiste em movimentar a massa de grãos de um silo para
outro, ocorrendo uma areação pela movimentação dos grãos através do ar ambiente.
17 de 17

• Aeração - A aeração é realizada pela circulação forçada do ar ambiente através da


massa de grãos.

Objetivos da Aeração
• Resfriamento da massa de grãos;
• Uniformizar a temperatura na massa de grãos;
• Prevenir o aquecimento e regular o estado de umidade do produto;
• Promover a secagem, dentro de certos limites;
• Promover a remoção de odores.

Termometria

Considerações Finais
• O armazenamento de produtos agrícolas é uma etapa importante na cadeia produtiva e
responsável pela garantia de estoques controladores. Sendo assim, observa-se que tal
etapa inclui diversos custos, sendo o transporte um grande entrave no Brasil.
• Diversas soluções para o problema da logística de escoamento estão presentes na
literatura e cabe ao governo brasileiro tomar medidas o mais rápido possível, como por
exemplo o investimento em ferrovias e estradas de melhor qualidade.
• Tanto no armazenamento convencional como a granel é muito importante garantir que o
produto seja armazenado de forma segura a manter toda a qualidade do grão,
observando que o país necessita de aumentar a quantidade e qualidade dos seus
armazéns, principalmente as unidades de armazenamento em nível fazenda.

Você também pode gostar