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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - Tomé-Açu


Curso: Engenharia Agrícola
Disciplina: Armazenamento de Produtos Agrícolas
Professora: Arlindo Modesto Antunes
Aluno: Benedito Quintino Demetrio Gaia

ATIVIDADE 1 - Atividade das aulas 1 e 2

Descrição: Atividade referente aos métodos para determinação do teor de água nos
produtos agrícolas. Período: Inicia em 22/11/2022 às 20h00 e finaliza em 23/11/2022
às 13h00. Descrever, de forma discursiva, sobre os métodos diretos e indiretos de
determinação de teor de água, citando artigos que comparem os métodos.

MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA DOS PRODUTOS


AGRÍCOLAS

Introdução

Os métodos para determinação do teor de água dos produtos agrícolas podem ser
classificados como métodos diretos ou básicos e os métodos indiretos. Os métodos
indiretos mais comuns são os de estufas e de destilação. Os métodos de destilação
mais usados são o método de Tolueno, o método de Brawn-Duvel, o EDABO e o
DUPEA.

Por sua vez, os métodos indiretos são baseados nas propriedades elétricas dos
grãos, que variam com o seu teor de água. Dessas propriedades elétricas, as mais
comuns usadas para a construção de determinadores do teor de água dos grãos são
a resistência elétrica e a propriedade dielétrica. Os métodos diretos devem ser
aferidos por um método direto padrão.
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Pelos métodos diretos, a massa de água extraída do produto é relacionada com a


massa de matéria seca (base seca – bs) ou com a massa total do material original
(base úmida – bu). Assim:

Ubs – teor de umidade em base seca (%)


Ubu – teor de umidade em base úmida (%)
mt – massa total da amostra (g)
ma – massa de água da amostra (g)
ms – massa seca da amostra (g)

Apesar de serem considerados métodos padrão, os métodos indiretos exigem muito


tempo e trabalho meticuloso para sua execução e são normalmente usados em
laboratórios de análise de controle de qualidade. Comercialmente devemos usar um
método indireto calibrado com um método padrão.

Método da Estufa

A determinação do teor de água pelo método padrão de estufa, sob pressão


atmosférica ou a vácuo, é feita com base na secagem de uma amostra de grãos de
massa conhecida, calculando se o teor de umidade através da massa perdida na
operação de secagem.

O teor de água em percentagem base úmida é calculado segundo a equação:

U = (Pa / Pt) . 100

O tempo de secagem e a temperatura da estufa são variáveis dependentes do tipo e


das condições do produto e da estufa utilizada. Para a utilização do método padrão
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o leitor deve consultar o manual Regras para Análise de Sementes, editado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Método da Estufa

Para determinação do teor de água pelo padrão de estufa em uma etapa devemos
proceder da seguinte maneira:

1 - Pesar pelo menos três amostras de 25 a 30 gramas do produto e colocá-lo estufa


a 105 ºC por determinado período, segundo as Regras de Análise de Sementes.

2 – Retirar as amostras e colocá-las em um dessecador até que sua temperatura


entre em equilíbrio com a temperatura ambiente, pesando em seguida.

3 - A média das massas iniciais subtraída da média das massas finais das amostras
representa a massa média de água evaporada.

O método em duas etapas é utilizada para grãos com teor de umidade acima de
13% base úmida. Na primeira etapa, colocar amostras com 25 a 30 gramas de grãos
inteiros em estufa a 130 ºC até atingir teor de umidade em torno de 13% base
úmida. Na prática essa operação leva aproximadamente 16 horas.

Na segunda etapa, a amostra retirada da primeira etapa é pesada e moída e


separada em sua duas amostras de duas a três gramas. Em seguida, as duas
amostras são mantidas em estufa a 130 ºC durante uma hora e feita a pesagem
conforme explicação anterior. Tanto na primeira como na segunda etapa é
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necessário levar as amostras para um dessecador, para que atinjam a temperatura


ambiente.

Método por Destilação

No processo de destilação, a umidade é removida pela fervura dos grãos em banho


de óleo vegetal ou em tolueno, cujas temperaturas de ebulição são muito superiores
à da água. O vapor d'água oriundo da mostra é condensado recolhido e seu peso ou
volume determinado. Há dois métodos de destilação, para o caso de grãos: o
tolueno e o Brown-Duvel.

Método do Tolueno

Inicialmente a amostra moída e pesada de 5 a 20 gramas e destilada em tolueno a


temperatura de aproximadamente 110 ºC até perder toda água. Na prática, essa
operação dura cerca de duas horas. Em muitos casos o tolueno pode ser substituído
pelo chileno, cujo ponto de ebulição é de aproximadamente 138 ºC. Ambos, porém,
apresentam o inconveniente de serem inflamáveis.

Método do Tolueno e Método de Brown-Duvel

Método de Brown-Duvel

O Brown-Duvel é um dos métodos padrão nos Estados Unidos da América. O


aparelho pode ser constituído por vários módulos e o teor de água é determinado
pelo processo de destilação. Não há necessidade de moer a mostra. É muito
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semelhante ao método do tolueno. O tamanho da amostra, a temperatura e o tempo


de exposição variam com o tipo de grão. É aconselhável, portanto, consultar o
manual do aparelho antes de executar a determinação de umidade.

A água é removida pelo aquecimento, até o ponto de ebulição, de uma mistura de


grãos e óleo mineral. A temperatura de ebulição no óleo é superior à da água. O
vapor d'água oriundo da destilação é condensado e seu volume determinado.
Considerando a densidade da água como sendo um grama por metro cúbico. A
massa de água retirada é igual ao volume medido por meio de uma proveta.

O Brown-Duvel possui um sistema termométrico que desliga automaticamente a


fonte de aquecimento, quando o óleo a atingir uma temperatura específica para cada
tipo de produto.

Apesar dos vários tipos de determinadores de umidade, diretos ou indiretos,


disponíveis no mercado, eles são em geral de custos relativamente altos e, muitas
das vezes, os fornecedores não oferecem a devida assistência técnica.

Como os medidores indiretos necessitam de aferição ou calibração periódica e por


causa das dificuldades de operação e do custo de um sistema padrão, foi
desenvolvido o método de determinação EDABO.

Método EDABO

EDABO significa a evaporação direta da água em banho de óleo. O EDABO é uma


variação do método de destilação, tem baixo custo e, dependendo da montagem e
operação, os resultados são semelhantes aos da estufa ou do Brown-Duvel.

Para operar corretamente o EDABO é muito simples. o operador deve seguir os


seguintes passos: fazer uma amostragem representativa do lote e pesar 100 gramas
do produto; colocar a amostra em recipiente apropriado, com mais ou menos um litro
e inserir o termômetro; adicionar o óleo vegetal em quantidade suficiente para cobrir
as 100 gramas do produto; pesar o sistema (recipiente + produto + óleo +
termômetro) e registrar o peso inicial Pi; aquecer o sistema (recipiente + produto +
óleo + termômetro) de acordo com a tabela do sistema; pesar o conjunto novamente
e registrar o peso final Pf; finalmente, subtrair Pf do Pi e registrar o teor de umidade
diretamente em percentagem base úmida.
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Método EDABO

Para cada tipo de grão deve-se consultar a tabela de temperaturas para o EDABO,
com a finalidade de saber o ponto que deve ser eliminada a fonte de aquecimento
do método EDABO. Antecipando ou prorrogando o tempo de aquecimento, causará
erros na determinação do teor de água.

Tabela de temperaturas para EDABO

Método DUPEA

DUPEA significa determinação de umidade por equivalência em água. DUPEA


constitui-se de uma balança de precisão simples em que a diferença de peso e o
equilíbrio são determinados pela adição de um volume conhecido de água. Usa-se
100 ml de água para equilibrar os grãos e determinado volume de água para
equilibrar o sistema óleo – termômetro - copinho. A quantidade de água evaporada
deve ser adicionada ao copinho após o resfriamento do sistema e até atingir o
equilíbrio. O DUPEA foi antecessor do EDABO.

Como as balanças eletrônicas, a preços baixos, estão disponíveis no mercado, o


método EDABO tem sido mais utilizado em determinações de umidade em
fazendas.
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Método DUPEA

Embora consideradas como padrões primários ou secundários, os métodos diretos


de determinação de umidade estão sujeitos a grandes variações. Entre as principais
variações estão: secagem incompleta, oxidação do material, erro de amostragem,
erro de pesagem e erros de observação.

Métodos Indiretos

Nessa categoria de medidores estão, principalmente, os métodos elétricos. Os


equipamentos classificados deste grupo utilizam uma propriedade do grão que varia
com o seu teor de umidade e são sempre lembrados segundo um método direto
adotado como padrão oficial.

Em razão da rapidez na determinação do teor de umidade, os determinadores


elétricos ou eletrônicos são usados no controle da secagem, armazenagem e
transações comerciais.

Os determinadores diretos fornecem o valor do teor de umidade em base úmida, ou


seja, mostram a relação percentual entre a quantidade de água e a massa total da
amostra.
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Método com base na Resistência Elétrica

A condutividade elétrica de material varia com o seu teor de água. No caso de grãos,
o teor de água (U) é inversamente proporcional ao logaritmo da resistência que
estes oferecem à passagem de corrente elétrica.

U = K . (1 / log R)

Como se sabe da física, a resistência elétrica do material varia de acordo com a


temperatura do condutor e, ao contrário dos metais, o aumento da temperatura
promove a diminuição da resistência elétrica no carbono, que é o maior componente
dos grãos.

Determinador com Base na Resistência

Determinador de umidade tipo Universal

Portanto, ao determinar o teor de água, deve se tomar cuidados com a temperatura


da amostra ao usar um determinador com base na resistência elétrica. Assim, torna-
se necessário fazer a correção da temperatura segundo uma tabela que acompanha
o aparelho.

A resistência elétrica depende da pressão exercida pelos eletrodos sobre a amostra


de grãos. Quanto maior a pressão exercida sobre os grãos, menor será a resistência
elétrica e que poderá influenciar o valor correto da unidade. Assim, cada tipo de grão
no mesmo aparelho deverá ser submetido a uma prova específica. Recomenda-se
ler atentamente o manual do equipamento.
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Ao usar um equipamento que funcione com base na resistividade elétrica, os


seguintes pontos devem ser observados: consultar o manual do equipamento; as
técnicas de amostragem devem ser seguidas; observar frequentemente o estado de
limpeza dos eletrodos; ajustar periodicamente o sistema de compressão; as leituras,
em caso de amostras retiradas quentes do secador, poderão ser irreais; a leitura, em
caso de grãos com superfície molhada por condensação, ou que foram expostos à
chuva, mostrará o teor de umidade acima do real; os determinadores de umidade
devem ser avaliados periodicamente e, se necessário, devem ser novamente
calibrados com a utilização de um método direto.

Método à Base do Dielétrico

Nas propriedades dielétricas dos materiais biológicos depende, principalmente, de


seu teor de umidade. A capacidade de um condensador é influenciada pelas
propriedades dielétricas dos materiais colocados entre suas armaduras ou placas.

Assim, determinando a variação da capacidade dielétrica do condensador cujo


dielétrico é representado por uma massa de grãos pode se, indiretamente,
determinar o seu teor de umidade. A figura abaixo mostra um esquema básico de
determinadores de umidade que utilizam as propriedades dielétricas dos grãos.

A variação da capacidade dielétrica D e o teor de umidade U dos grãos são

dados pela equação:

U=D.C
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Para usar corretamente um aparelho com base no princípio dielétrico ou capacitivo,


o operador deve seguir as seguintes recomendações: o método permite determinar
o teor de umidade de grãos recém-saído do secador, porque o efeito da temperatura
é menor do que aquele observado no método de resistência elétrica; as técnicas de
amostragem devem ser seguidas; a correção adequada da temperatura é
necessária; a queda da amostra na câmara deve ser feita sempre de uma mesma
altura e com bastante cuidado. Existem aparelhos que são fabricados com
dispositivo automático; flutuações de voltagem na linha de distribuição podem

prejudicar a determinação da unidade recomendamos (ver o manual do


equipamento); os determinados de umidade devem ser avaliados periodicamente e,
se necessário, calibrados por meio de um método direto; para cada tipo de grão
existe uma tabela específica para determinação do teor de água; as instruções do
fabricante devem ser seguidas corretamente.

Referência

Silva, Juarez de Sousa e. Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas.


Departamento de Engenharia Agrícola/CBP&D-Café. Universidade Federal de
Viçosa/MG.

Operação realizada com sucesso!

COMPROVANTE DE ENVIO

SUBMISSÃO DA TAREFA REALIZADA COM SUCESSO.


COMPROVANTE DE SUBMISSÃO Nº 338176.

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