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Resumos PP2

PERTURBAÇÕES DE ANSIEDADE - PA
[DSM-5]
Perturbação de Ansiedade de Separação:
 Mutismo Seletivo
 Fobia Específica
 Perturbação de Ansiedade Social (Fobia Social)
 Perturbação de Pânico
 Agorafobia
 Perturbação de Ansiedade Generalizada
 Perturbação de Ansiedade Induzida por Substância/Medicamento
 Perturbação de Ansiedade Devida a Outra Condição Médica (e.g.,
hipertiroidismo)
 Perturbações de Ansiedade com Outra Especificação
 Perturbação de Ansiedade não Especificada

[PERTURBAÇÕES DE ANSIEDADE]
 Partilham características de
 medo e ansiedade excessivos e
 b) alterações do comportamento relacionadas.
 O medo e a ansiedade são estados que se sobrepõem, mas que também
divergem.

Medo: resposta emocional a uma ameaça iminente real ou percebida; associado a


picos de excitação autonómica necessários à luta ou fuga, pensamentos de perigo
imediato e comportamentos de fuga.
Ansiedade: antecipação de uma ameaça futura; mais associada à tensão muscular e a
estados de vigilância em preparação para perigos futuros e comportamentos
cautelosos e de evitamento.

SINTOMAS DE ANSIEDADE]
Físicos:
 Sudação
 Aperto no peito
 Aumento da tensão muscular
 Respiração rápida ou falta de ar
 Taquicardia, etc.
Cognitivos
 Antecipação do sofrimento
 Exagero do perigo
 Problemas de concentração, hipervigilância
 Preocupação, ruminação
 Medo de perder o controlo, medo de morrer
 Desrealização
Comportamentais
 Fuga
 Evitamento
 Controlo
 Verificação
 Tranquilização, etc
 Emocionais
 Receio, temor
 Terror
 Inquietação
 Irritabilidade

PA diferem entre si:


 tipos de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade ou comportamentos
de evitamento;
 e na ideação cognitiva associada

PA VS medo ou ansiedade ‘normal’/ transitórios


 Excessivas ou persistem para lá dos períodos do desenvolvimento adequados;
Persistentes (tipicamente >6m; critério geral).
 Em geral, desenvolvem-se na infância - persistem se não tratadas;
 2:1 (M:H).

FOBIA ESPECÍFICA]
[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO – DSM-5]
 A. Medo ou ansiedade marcados em relação a um objeto ou situação específicos
(e.g., viajar de avião, alturas, animais, ver sangue, levar uma injeção). Nota: Nas
crianças, o medo e a ansiedade podem ser expressos por choro, birras,
imobilidade ou ficar colado às pessoas.
 B. O objeto ou a situação fóbicos quase sempre provocam medo ou ansiedade
imediatos.
 C. O objecto ou a situação fóbicos são ativamente evitados ou enfrentados com
medo e ansiedade intensos.
 D. O medo e a ansiedade são desproporcionais ao perigo real que o objeto ou a
situação específicos colocam e ao contexto sociocultural.
 E. O medo, a ansiedade ou o evitamento são persistentes, durando tipicamente 6
meses ou mais.
 F. O medo, a ansiedade ou o evitamento causam malestar clinicamente
significativo ou défice social, escolar, ocupacional ou noutras áreas importantes
do funcionamento.
 G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outra perturbação
mental, incluindo medo, ansiedade e evitamento de situações associadas a
sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia);
objetos e situações relacionados com obsessões (como na POC); recordações de
acontecimentos traumáticos (como na PTSD); separação de casa ou das figuras
de vinculação (como na PA de Separação); ou situações sociais (como na PA
Social).

 Especificar se:
 Código baseado no estímulo fóbico:
 Animal (e.g., aranhas, insectos, cães)
 Ambiente natural (e.g., alturas, tempestades, água)
 Sangue-injeções-ferimentos (e.g., agulhas, procedimentos médicos
invasivos)
 Situacional (e.g., aviões, elevadores, espaços fechados)
 Outro (e.g., situações que possam provocar asfixia ou vómito; nas
crianças, por exemplo, sons altos ou figuras mascaradas).

 É comum que os indivíduos tenham múltiplas fobias específicas.


 Média individual = 3 objetos ou situações
 75% - medo de 1> situações/objetos
 Múltiplos DX de Fobia Específica

CARACTERÍSTICAS DE DX]
Um indivíduo que se torna ansioso apenas ocasionalmente (em cada 5 viagens de avião,
fica ansioso 1) não deve ser DX com Fobia Específica.
Evitamento ativo – comporta-se intencionalmente no sentido de prevenir ou minimizar
o contacto com o objeto ou situação fóbicos – úteis na confirmação do DX.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DX]


 Aumento da excitabilidade fisiológica em antecipação ou durante a exposição.
 A resposta fisiológica varia: nas fobias específicas situacional, ambiente natural
e animal propensão para alterações do SNA; fobia específica sangue-
injeçõesferimentos têm uma reação vasovagal (SNP).

[PREVALÊNCIA]
 a 12m (na comunidade): 6% (Europa); 7-9% EUA.
 5% em crianças pequenas; 16% dos 13-17 anos; 3-5% em indivíduos mais
velhos.
 2:1 (M:H)

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Na sequência de um AV traumático, observação de outros a passarem por um
AV traumático, transmissão informativa (e.g., TV).
 Muitos indivíduos são incapazes de se lembrar da razão específica que
desencadeou a(s) fobia(s).
 Início: 7-11 anos; X=10 anos.
 Pode-se desenvolver em qualquer idade.
 Improvável que as fobias que persistem na idade adulta remitam.
 Em crianças – importante recolher informação junto dos pais, professores, etc.

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: Afetividade negativa (N) ou inibição comportamental.
 Ambientais: proteção parental excessiva, perda ou separação parental ou abusos
físico e sexual, AV negativos ou traumáticos.
 Genéticos e fisiológicos: familiar em 1º grau.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Incapacidade no funcionamento psicossocial;
 Diminuição da qualidade de vida (défices no funcionamento ocupacional e
interpessoal).

[COMORBILIDADES]
 Raramente ocorre sem comorbilidade.
 Depressão (em adultos)
 Risco > de desenvolver outras PERT (e.g., PA, depressiva, de
personalidade/dependente; PERT de uso de substâncias).
 Probabilidade 60%> de tentativas de suicídio VS sem dx.
[PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL)]
 A. Medo ou ansiedade marcados de uma ou mais situações sociais em que o
indivíduo está exposto ao possível escrutínio dos outros. Os exemplos incluem
interações sociais (como uma conversa, encontro com pessoas desconhecidas),
ser observado (e.g., a comer ou a beber) e em situações de desempenho perante
os outros (e.g., falar em público). Nota: em crianças, a ansiedade tem de estar
presente com os pares e não apenas durante a interação com adultos.

 B. O indivíduo teme comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade que possam


ser avaliados negativamente (i.e., que seja humilhante ou embaraçoso; que leve à
rejeição ou ofensa dos outros).

 C. As situações sociais provocam quase sempre medo ou ansiedade. Nota: Em


crianças, o medo e a ansiedade podem ser expressos por choro, birras,
imobilidade, colar-se aos outros, retraimento ou incapacidade de falar em
situações sociais.

 D. As situações sociais são evitadas ou enfrentadas com intenso medo ou


ansiedade.

 E. O medo ou a ansiedade são desproporcionados relativamente ao perigo real


que a situação social pressupõe e ao contexto sociocultural.

 F. O medo, a ansiedade ou o evitamento são persistentes, com uma duração


típica de 6 ou mais meses.

 G. O medo, a ansiedade ou o evitamento causam malestar clinicamente


significativo ou um défice social, escolar, ocupacional ou noutras áreas
importantes do funcionamento.

 H. O medo, a ansiedade e o evitamento não são atribuíveis aos efeitos


fisiológicos de uma substância ou outra condição médica.

 I. O medo, a ansiedade ou o evitamento não são mais bem explicados por


sintomas de outra perturbação mental, tal como perturbação de pânico,
perturbação dismórfica corporal ou perturbação do espectro do autismo.

 J. Se outra condição médica (e.g., Parkinson, obesidade, desfiguração provocada


por queimaduras ou lesões) está presente, o medo, a ansiedade ou o evitamento
não estão claramente relacionados ou são excessivos.

 Especificar se:
 Apenas de desempenho: se o medo se restringe a falar ou a situações de
desempenho em público.
[CARACTERÍSTICAS DE DX]
 Receio de parecer ansioso, fraco, aborrecido, etc.
 De não estar à altura da situação e ver o seu papel pessoal diminuído.
 De atrapalhar-se nas palavras, de corar, transpirar, tremer – de modo a ser
julgado negativamente pelos outros.
  Se fica ansioso apenas ocasionalmente em situações sociais não deve ser dx com
PA Social.
 O grau e o tipo de medo e ansiedade pode variar (e.g., ansiedade antecipatória,
ataque de pânico).
 O evitamento pode ser abrangente (não ir a festas, recusar-se a ir à escola) ou
subtil (limitar o contacto visual, desviar a atenção para outros).

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DX]


 Podem ser inadequadamente assertivos ou demasiado submissos; muito
controladores da conversa;
 Postura corporal excessivamente rígida ou contacto ocular inadequado, ou falar
com uma voz demasiado suave.
 Podem ser tímidos ou evitantes, pouco abertos em conversas e revelar pouco
sobre si. Podem procurar empregos que não exijam interação social, podem
viver muito tempo em casa.
 H: podem protelar o casamento ou ter uma família.
 M: podem viver a vida como domésticas e mães.
 A automedicação com substâncias é comum (e.g., beber antes de ir a uma festa).

[PREVALÊNCIA]
 12m: 7% (EUA); 2,3% (Europa).
 12m (idosos): 2-5%
 >M; 1,5/2,2 população geral
 + pronunciada nos adolescentes e jovens adultos.

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Idade X de aparecimento (EUA): 13 anos.
 Início na idade adulta é raro (AV stressante ou humilhante, novos papéis sociais
– promoção no emprego)

[FR E DE PROGNÓSTICO]
 Temperamentais: inibição do comportamento e medo de avaliações negativas.
 Ambientais: maus-tratos na infância ou outras adversidades psicológicas de
início precoce (a relação não é causal).
 Genéticos e fisiológicos: hereditária (familiares 1º grau 2-6 vezes >).

[ASPETOS DX E GÉNERO]
 M: > número de medos sociais e PERT depressiva, bipolar e da ansiedade
comórbidas.
 H: > probabilidade de recear namorar, ter PERT desafiante de oposição ou
PERT do comportamento ou uso de álcool e drogas ilícitas. Parurese.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Taxas elevadas de abandono escolar e diminuição do bemestar, emprego,
produtividade no local de trabalho, estatuto socioeconómico e qualidade de vida.
 Ser-se solteiro, ou divorciado e sem filhos, particularmente entre os H.
 Impede atividades de lazer.

[PERTURBAÇÃO DE PÂNICO]
[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO DSM-5]
 A. Ataques de pânico inesperados recorrentes. O ataque de pânico é um período
abrupto de medo ou desconforto intensos que atinge um pico em minutos e
durante o qual 4 (ou mais) dos seguintes sintomas se desenvolvem: Nota: o
período abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado
ansioso.

1. palpitações, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado


2. suores
3. estremecimentos ou tremores
4. sensações de falta de ar ou de respirar
5. sensação de asfixia
6. desconforto ou dor no peito
7. náuseas ou mal-estar abdominal
8. sensação de tontura, desequilíbrio, de cabeça vazia ou de desmaio
9. sensação de frio ou de calor
10. parestesias (sensação de entorpecimento ou formigueiros)
11. desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se
desligado de si próprio)
12. medo de perder o controlo ou de ‘enlouquecer’
13. medo de morrer

 B. Pelo menos um dos ataques foi seguido por 1 mês ou mais de um ou de


ambos os seguintes:
1. preocupação persistente acerca de ter novos ataques de pânico ou das
suas consequências (e.g., perder o controlo, ter um ‘ataque cardíaco’ ou
‘enlouquecer’).
2. uma alteração significativa mal-adaptativa relacionada com os ataques
(e.g., comportamentos dirigidos a evitar os ataques de pânico, tais como
evitamento da prática de exercício ou situações desconhecidas).

 C. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância


(e.g., droga de abuso, medicamento) ou outra condição médica (e.g.,
hipertiroidismo).

 D. A perturbação não é mais bem explicada por outra perturbação mental (e.g.,
os ataques não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas; em
resposta a objetos ou situações fóbicas específicas, em resposta a recordações de
acontecimentos traumáticos).

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
Frequência dos ataques de pânico:
 Ataques moderadamente frequentes (1/semana, com regularidade durantes
meses);
 Surtos curtos mais frequentes (diários) separados por semanas ou meses sem
ataques;
 Ataques menos frequentes (2/mês, durante muito anos.
Gravidade dos ataques de pânico:
 Ataques com sintomas completos (4> sintomas)
 Ataques com sintomas limitados (<4 sintomas)
 Para diagnóstico de PERT de Pânico: mais do que 1 ataque de pânico inesperado
completo!
As preocupações acerca dos ataques de pânico ou das suas consequências
relacionam-se habitualmente com aspectos:
1. físicos (presença de doença ameaçadora);
2. sociais (embaraço ou medo de ser julgado negativamente pelos outros devido
aos sintomas de pânico observáveis);
3. funcionamento mental (medo de enlouquecer e perder o controlo).

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DIAGNÓSTICO]


 Tipo de ataque de pânico inesperado: ataque de pânico noturno (acordar num
estado de pânico).
 Muitos indivíduos descrevem sensações constantes ou intermitentes de
ansiedade que estão amplamente relacionadas com a saúde e saúde mental.
[PREVALÊNCIA]
 12m - EUA e Europa: 2-3% em adultos e adolescentes.
 2:1(M:H)
 <14 anos: 0,4%
 >64 anos: 0,7%

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Idade média (EUA): 20-24 anos.
 Se não tratada – curso crónico, com períodos recorrentes de melhoria e
agravamento.
 Curso complicado por PERT depressivas, de ansiedade e de uso de substâncias.

[FATORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: Afetividade negativa (N) e sensibilidade à ansiedade
(tendência para acreditar que os sintomas de ansiedade são perigosos).
 Ambientais: abuso sexual e físico, tabagismo, stress.
 Genéticos e fisiológicos: genes específicos – desconhecidos; risco aumentado se
com pais com PA, depressiva bipolar.

[RISCO DE SUICÍDIO]
  > taxa de tentativas de suicídio ou ideação suicida nos últimos 12m.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Níveis elevados de incapacidade social, ocupacional e física;
 Custos económicos elevados e > número de consultas médicas;
 Faltas ao trabalho – desemprego; faltas à escola – abandono escolar.

[COMORBILIDADES]
 Raramente ocorrem em contextos clínicos na ausência de outra psicopatologia.
 PA (sobretudo agorafobia), depressão major, PERT bipolar, PERT de uso de
álcool.

[ESPECIFICADOR DO ATAQUE DE PÂNICO]


 Um ataque de pânico não é uma PERT mental e não pode ser codificado.
 Ocorrem no contexto de qualquer outra PA ou outras PERT mentais e algumas
condições médicas.
 Quando se identifica a presença de 1 ataque de pânico deve ser anotado como
um especificador (e.g., PTSD com ataques de pânico).
  Um período abrupto de medo ou desconforto intensos que atinge um pico em
minutos e durante o qual 4 (ou +) dos seguintes sintomas ocorrem:
(os mesmos que na PERT de Pânico)
 Nota: o período abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou ansioso.

[PREVALÊNCIA]
 12m: 11,2% adultos (EUA)
  > M
 Podem ocorrer na infância, mas são relativamente raros até à puberdade, idade
em que as taxas aumentam.
 Diminuem nos mais velhos.

[FATORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: Afectividade negativa (N) e sensibilidade à ansiedade.
 Ambientais: tabagismo, stress.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
No contexto de PERT concomitantes, os ataques estão associados a:
 aumento da gravidade dos sintomas;
 taxas mais elevadas de comorbilidade e suicídio e pior resposta ao tratamento.

[COMORBILIDADES]
 Probabilidade aumentada de PA, depressivas, bipolares, controlo dos impulsos
ou uso de substâncias.

[PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE GENERALIZADA – PAG]

[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO – DSM-5]


 A. Ansiedade e preocupação excessivas (apreensão expectante) que
ocorrem em mais de metade dos dias durante pelo menos 6 meses, sobre
vários acontecimentos ou atividades (e.g., desempenho laboral ou
escolar).
 B. O indivíduo tem dificuldade em controlar a preocupação.
 C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com 3 (ou mais) dos 6
sintomas seguintes (com pelo menos alguns sintomas presentes em mais
de metade dos dias durante 6 meses: Nota: nas crianças é requerido
apenas 1 item.

1. agitação, nervosismo ou tensão interior


2. fadiga fácil
3. dificuldades de concentração ou mente vazia
4. Irritabilidade
5. tensão muscular
6. perturbações do sono (dificuldade em adormecer ou permanecer a
dormir ou sono insatisfatório)

 D. A ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam mal-estar


clinicamente significativo ou défice no funcionamento social,
ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento.
 E. A PERT não é atribuível a efeitos fisiológicos de uma substância ou
outra condição médica.
 F. A PERT não é mais bem explicada por outra PERT mental.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS]
 Tremores, espasmos, sensação de estar trémulo e dores musculares.
 Sudorese, náuseas, diarreia.
 Resposta exagerada ao susto.
 Menos proeminentes sintomas de hiperexcitabilidade autonómica (tonturas,
frequência cardíaca aumentada, etc.).

[PREVALÊNCIA]
 12m (EUA) – 0,9% adolescentes e 2,9% comunidade geral.
 Outros países: 0,4-3,6%
 2:1- M:H

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Idade X início: 30 anos.
 Raramente ocorre antes da adolescência.
 Sintomas tendem a ser crónicos (agravamento e melhoria).
 O conteúdo das cognições é adequado à idade.
 Quanto mais precoce > a comorbilidade e a incapacidade.
[FACTORES DE RISCO]
 Temperamentais: Inibição comportamental, afetividade negativa (N) e
evitamento de danos.
 Ambientais: adversidade da infância e proteção parental (associações!).
 Genéticos e fisiológicos: 1/3 do risco é genético

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 A preocupação excessiva diminui a capacidade para fazer coisas rápida e
eficientemente, em casa ou no trabalho. Tira tempo e energia.
 Pode diminuir a capacidade para estimular a confiança nos filhos.

[OUTRAS PERT. DE ANSIEDADE]


 PERT de Ansiedade Induzida por Substância/ Medicamento
 PERT de Ansiedade devida a outra Condição Médica
 PERT de Ansiedade com Outra Especificação* - opta por comunicar a razão
específica pela qual a apresentação não preenche os critérios de nenhuma PA
específica
 PERT de Ansiedade Não Especificada* - opta por não especificar a razão
 [* causam mal-estar ou défice, mas não preenchem os critérios completos]

POC E PERTURBAÇÕES RELACIONADAS]


PERT Obsessivo-Compulsiva (POC):
 PERT Dismórfica Corporal
 PERT de Acumulação
 Tricotilomania
 PERT de Escoriação
 POC induzida por substância/medicamento e PERT relacionadas
 POC e PERT relacionadas devida a outra condição médica
 POC e PERT relacionadas com Outra Especificação
 POC e PERT relacionadas Não Especificadas

[PERT. OBSESSIVOCOMPULSIVA
[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO]
 A. Presença de obsessões, compulsões OU ambas:
 As obsessões são definidas por (1) e (2):
1. pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que,
em algum período da PERT, são experienciados como intrusivos
ou indesejados e que na maioria dos indivíduos causa ansiedade
ou mal-estar marcados.
2. 2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos,
impulsos ou imagens OU neutralizá-los com algum outro
pensamento ou ação (isto é, realizando uma compulsão).

 Compulsões são definidas por (1) e (2):


1. comportamentos repetitivos (e.g., lavagem de mãos, ordenação,
verificação) OU atos mentais (e.g., rezar, contar, repetir palavras
silenciosamente) que o indivíduo se sente compelido a realizar
em resposta a uma obsessão OU de acordo com regras que têm
de ser aplicadas rigidamente.
2. Os comportamentos ou atos mentais têm como objetivo prevenir
ou reduzir a ansiedade ou mal-estar ou prevenir acontecimentos
ou situações temidas; no entanto, estes comportamentos ou atos
mentais não estão ligados de forma realista com o que pretendem
neutralizar ou prevenir OU são claramente excessivos. Nota:
crianças pequenas podem não ser capazes de enunciar os
objectivos desses comportamentos ou atos mentais.

  B. As obsessões ou compulsões consomem tempo (e.g., levam +1h/dia) OU


causam mal-estar clinicamente significativo, ou causam défice social,
ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento.
 C. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância ou
outra condição médica.
 D. A PERT não é mais bem explicada pelos sintomas de outra perturbação.
Especificar se:
 Com insight bom ou razoável: o indivíduo reconhece que as crenças da POC são
definitiva ou provavelmente falsas ou que podem ou não ser verdadeiras.
 Com insight pobre: o indivíduo pensa que as crenças da POC são provavelmente
verdadeiras.
 Com insight ausente/crenças delirantes: o indivíduo está completamente
convencido de que as crenças da POC são verdadeiras.
 Relacionada com tiques. O indivíduo tem história atual ou passada de uma
PERT de tiques.

[ESPECIFICADORES]
 Muitos têm crenças disfuncionais que podem incluir: sentido de
responsabilidade exagerado e tendência para sobrestimar a ameaça,
perfeccionismo e intolerância à incerteza;
 Atribuir uma importância excessiva aos pensamentos (acreditar que ter um
pensamento proibido é tão mau como agir de acordo com ele) e à necessidade de
os controlar.
 O insight pode variar no curso da doença.
 A maioria tem insight bom ou razoável, alguns têm insight pobre e poucos (4%)
têm insight ausente/crenças delirantes.
 < Insight =pior prognóstico.
 Até 30% tem PERT de Tiques ao longo da vida.

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 A maioria tem obsessões e compulsões.
 A frequência e gravidade variam (sintomas ligeiros a moderados: 1-3h/dia com
OC, ou praticamente constantes).

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DX]


 O conteúdo específico das O e C varia entre indivíduos.  
 Temas comuns:
 Limpeza (O contaminação, C limpeza);
 Simetria (O simetria, C repetição, ordenação e contagem).
 Pensamentos proibidos ou tabu (O agressivas, sexuais ou religiosas, C
relacionadas);
 Violência (medo de fazer mal a si próprio ou a alguém, C de verificação).
 Alguns podem ter dificuldades em descartar objetos e acumulam-nos como
consequência das O e C (medo de fazer mal aos outros).
Espectro de respostas afectivas:
 Ansiedade marcada (ataques de pânico recorrentes)
 Fortes sentimentos de desgosto
 Sensação angustiante de incompletude ou apreensão
 Evitamento (pessoas, locais e coisas)

[PREVALÊNCIA]
 12m (EUA e internacionalmente): 1,2%-1,8%
 > nas M.
 H mais afectados na infância.

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
  Idade X de início: 19,5 anos (25% aos 14 anos)
 >35 anos: pouco frequente
 H com idade de início < às M (25% antes dos 10 anos).
 Início gradual.
 Se não tratada – curso crónico (melhoria/agravamento).
 O início na infância ou na adolescência pode levar a uma POC para toda a vida
(40% podem remitir).
 Complicada pela comorbilidade.

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: > número de sintomas internalizados, afectividade negativa e
inibição comportamental na infância.
 Ambientais: abuso sexual e físico na infância e outros AV stressantes ou
traumáticos.  
 Genéticos e fisiológicos: taxa em familiares em 1º grau 2x + elevada; taxa
aumenta 10x se início na infância ou adolescência. Disfunções córtex orbito
frontal – tomada de decisão, córtex cingulado - emoções.

[RISCO DE SUICÍDIO]
 Em cerca de metade ocorrem, em algum momento, pensamentos suicidas.
 ¼ tentativas de suicídio.
 > risco de PERT depressiva major comórbida.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Qualidade de vida reduzida.
 Níveis elevados de comprometimento social e ocupacional.
 Vários domínios da vida – gravidade dos sintomas.
 Dificuldades desenvolvimentais (infância e adolescência).

[COMORBILIDADES]
 76% PA (Pânico, PA Social, PAG, Fobia específica)
 ou PERT depressiva ou bipolar (63%)
 ou PERT Obsessivo-Compulsiva da Personalidade (23%)

[PERT. DE ACUMULAÇÃO]
[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO]
 A. Dificuldade persistente em descartar ou separarse dos seus bens,
independentemente do seu valor real.
 B. A dificuldade é devida a uma necessidade percebida de guardar itens e
ao mal-estar associado a descartá-los.
  C. A dificuldade em descartar bens resulta na acumulação de bens que
congestionam e desarrumam áreas úteis ativas e comprometem
substancialmente o uso para o qual foram projetadas. Se as áreas não
estão desarrumadas é apenas pela intervenção de terceiros (e.g., membros
da família, empregados de limpeza, autoridades).
 D. A acumulação causa mal-estar clinicamente significativo ou défice
social, ocupacional ou noutras áreas importantes do funcionamento
(incluindo a manutenção de um ambiente seguro para o próprio e para os
outros).
 E. A acumulação não é atribuível a outra condição médica.
 F. A acumulação não é mais bem explicada pelos sintomas de outra
perturbação mental.

Especificar se:
 Com aquisição excessiva: se a dificuldade em descartar os bens é acompanhada
de aquisição excessiva de itens que não são necessários e para os quais não há
espaço disponível.
 Com insight bom ou razoável: o indivíduo reconhece que as crenças e os
comportamentos relacionadas com a acumulação (no que diz respeito a
possibilidade em descartar, desarrumar ou adquirir excessivamente) são
problemáticos.
 Com insight pobre: está em grande medida convencido de que as crenças e os
comportamentos relacionadas com a acumulação não são problemáticos apesar
de existir evidência em contrário.
 Com insight ausente/crenças delirantes: o indivíduo está completamente
convencido de que as crenças e os comportamentos relacionadas com a
acumulação não são problemáticos apesar de existir evidência em contrário.

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Utilidade percebida, valor estético ou forte ligação sentimental.
 Medo de perder informação importante (jornais, revistas, livros, correio, etc.).
 Itens inúteis ou de valor limitado + itens valiosos.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DX]


 Indecisão, perfecionismo, evitamento, procrastinação, dificuldades no
planeamento e organização de espaços e distratibilidade.
 Alguns vivem sem condições sanitárias.
 Acumulação de animais (nutrição, higiene e cuidados veterinários) e
incapacidade de providenciar níveis mínimos de nutrição, higiene e cuidados
veterinários.

[PREVALÊNCIA]
 Pontual: 2-6% inquéritos comunitários (EUA e Europa).
 3x mais prevalente em adultos mais velhos.

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Pode começar em fases iniciais da vida, estendendo-se a fases mais tardias.
 Sintomas podem emergir aos 11-15 anos.
 A gravidade aumenta com cada década de vida.
 Curso da acumulação é muitas vezes crónico.

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: indecisão (também nos familiares em 1º grau).
 Ambientais: AV ansiogenos e traumáticos a preceder ou a exacerbar.
 Genéticos ou fisiológicos: é familiar (50%).

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 A desarrumação compromete as AVD.
 Electrodomésticos avariados, água ou eletricidade desligados.
 Qualidade de vida muito comprometida.
 Risco de incêndio, queda, saneamento insuficiente.
 Comprometimento ocupacional, saúde física diminuída.
 Relações familiares sob grande tensão.
 Conflitos com vizinhos e autoridades locais

[COMORBILIDADES]
 75% PERT de humor ou de ansiedade
 PERT depressiva major (50%)

[TRICOTILOMANIA]
[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO]
 A. Arrancamento recorrente do próprio cabelo/pelo, resultando em perda
capilar/pilosa.
 B. Tentativas repetidas de diminuir ou de parar o arrancamento de
cabelo/pelo.
 C. O arrancamento de cabelo/pelo causa mal-estar clinicamente
significativo ou défice social, ocupacional ou noutras áreas importantes
do funcionamento
 D. O arrancamento ou perda de cabelo/pelo não é atribuível a outra
condição médica (e.g., condição dermatológica).
 E. O arrancamento de cabelo/pelo não é mais bem explicado pelos
sintomas de outra perturbação mental (e.g., PERT dismórfica corporal).

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Pode ocorrer em qualquer parte do corpo.
 Sítios + comuns: couro cabeludo, sobrancelhas e pálpebras.
 Podem variar ao longo do tempo.
 Podem ocorrer em episódios breves dispersos ao longo do dia ou durante horas
durante períodos menos frequentes.
 Não relatam dor!

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DX]


O arrancamento pode:
 ser acompanhado de rituais (e.g., enrolar, engolir)
 ser precedido ou acompanhado de vários estados emocionais (ansiedade, tédio,
tensão, alívio, gratificação, prazer).
 envolver vários estados de consciência (atenção mais focada VS comportamento
automático).
  Zonas de alopecia completa ou densidade capilar/pilosa diminuída.
 O arrancamento não ocorre na presença de outros indivíduos, excepto familiares
imediatos.
 A maioria também tem um ou mais comportamentos repetitivos focados no
corpo, incluindo escoriação, roer as unhas e morder os lábios.

[PREVALÊNCIA]
 1-2% em adultos e adolescentes.
 1:10 (H:M)

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 O início coincide ou acompanha o início da puberdade.
 Curso crónico (melhoria e agravamento) se não tratada

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Genéticos e fisiológicos: evidência de vulnerabilidade genética.
 Mais comum em indivíduos com POC e seus familiares de 1º grau.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Mal-estar, défices sociais e ocupacionais.
 Pode haver danos irreparáveis do crescimento e qualidade capilar/pilosa.

[COMORBILIDADES]
 PERT Depressiva Major
 PERT de Escoriação

[PERT. DA ALIMENTAÇÃO E DA INGESTÃO]


 Pica
 Mericismo (PERT de Ruminação)
 PERT de Ingestão Alimentar Evitante/Restritiva
 Anorexia Nervosa
 Bulimia Nervosa
 PERT de Ingestão Alimentar Compulsiva
 PERT da Alimentação e da Ingestão com outra Especificação
 PERT da Alimentação e da Ingestão Não Especificada
[ANOREXIA NERVOSA]

[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO – DSM-5]


 A. Restrição do consumo de energia relativamente às necessidades, conduzindo
a um peso significativamente baixo para a idade, sexo, trajetória de
desenvolvimento e saúde física. O peso significativamente abaixo é definido
como um peso corporal abaixo do nível normal mínimo ou, para crianças e
adolescentes, abaixo do peso mínimo esperado.
 B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar OU comportamentos
persistentes que interferem com o ganho de peso, mesmo quando tem um peso
significativamente baixo.
 C. Perturbação na própria aceitação do peso ou forma corporal, influência
indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação, OU ausência de
reconhecimento persistente da gravidade do baixo peso atual.

Especificar se:
 Tipo restritivo: durante os últimos 3m, o indivíduo não recorreu a episódios de
ingestão alimentar compulsiva OU comportamentos purgativos recorrentes
(vómito, uso de laxantes, diuréticos ou enemas).
 Este subtipo descreve as formas clínicas nas quais a perda de peso se consegue
principalmente com dieta, jejum e/ou exercício físico excessivo.
 Tipo ingestão compulsiva/purgativo: durante os últimos 3m, o indivíduo
recorreu a episódios de ingestão compulsiva OU a comportamentos purgativos
recorrentes (vómito, mau uso de laxantes, diuréticos ou enemas).
 Em remissão parcial: após terem estado preenchidos os critérios de dx para AN,
o critério A (baixo peso corporal) já não se encontra presente durante um longo
período de tempo, mas ainda está presente o critério B (medo intenso de ganhar
peso ou de engordar ou comportamentos persistentes que interferem com o
ganho de peso) OU o critério C (alteração na apreciação do próprio peso ou
forma corporal).
  Em remissão completa: após terem estado preenchidos os critérios de dx para
AN, nenhum dos critérios se encontra presente durante um longo período de
tempo.

Especificar a gravidade:
 Adultos: IMC - calculado como o peso em kg dividido pelo quadrado da altura
em metros (e.g., 65Kg/1.672).
 Limite inferior usado pela OMS e pelos Centros de Controlo e Prevenção de
Doenças >=18.5 Kg/m2
 Crianças e adolescentes: percentil de IMC - percentil 5: sugestivo de peso abaixo
do nível normal.
Especificar a gravidade atual:
 Ligeira: IMC>17 Kg/m2
 Moderada: IMC 16-16,99 Kg/m2
 Grave: IMC 15-15,99 Kg/m2
 Extrema: IMC <15 Kg/m2

Importa considerar:
 desenvolvimento corporal do indivíduo;
 história ponderal e
 alterações fisiológicas.

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Em geral, o medo de ganhar peso não é atenuado pela perda de peso.
 Podem reconhecer que estão magros, mas mantêm-se preocupados com certas
partes do corpo (abdómen, pernas, nádegas).
 Pesagens repetidas, medição obsessiva de certas partes e exposição persistente
ao espelho.
 Autoestima depende muito do seu peso e forma corporais.
 Perda de peso=feito impressionante e sinal extraordinário de autodisciplina.
 Ganho de peso= falhanço inaceitável do autocontrolo.
 Negam tipicamente as sérias implicações médicas do seu estado de desnutrição.
  São os familiares em geral que procuram ajuda ou os próprios quando existe
mal-estar devido a sequelas somáticas e fisiológicas do jejum.
 É raro queixarem-se do emagrecimento!
 Em regra não têm consciência do problema ou negam-no.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DX]


 Comprometimento nutricional – alterações fisiológicas (amenorreia, alteração
dos sinais vitais, perda da densidade mineral óssea).
 Peso gravemente baixo=sintomas depressivos, isolamento, irritabilidade, insónia
e diminuição do interesse sexual.
 AN tipo ingestão compulsiva/purgativo: taxas de impulsividade mais elevadas e
> probabilidade de abusar de álcool ou de outras drogas.
 Níveis excessivos de atividade física.
 Uso incorreto de medicamentos (diabetes mellitus – omitir ou reduzir as doses
de insulina – reduzir o metabolismo dos hidratos de carbono).
[PREVALÊNCIA]
 12m: 0,4% (M jovens)
 M:H (10:1) em populações clínicas

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Início: adolescência ou jovem adulto
 Raramente antes da puberdade ou >40 anos
 Início associado a AV stressante (e.g., sair de casa para ir para a faculdade)
 Curso e prognóstico: altamente variáveis.
  Maioria: remissão nos 5 anos após o início.
 Hospitalização (restabelecer peso e tratar complicações médicas)
 Morte!

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: PA ou traços obsessivos na infância > probabilidade.
 Ambientais: magreza valorizada culturalmente (moda, alta competição > risco).
 Genéticos e fisiológicos: familiares em 1º grau.

[MARCADORES DE DIAGNÓSTICO]
 Hematologia: leucopenia (leucócitos – GB/defesa), com de todos os tipos
celulares, ligeira anemia (GV e hemoglobina/oxigénio para os tecidos),
trombocitopnia (plaquetas/coagulação sanguínea) e problemas hemorrágicos.
 Bioquímica: nível aumentado de ureia no sangue; hipercolesterolemia, função
hepática elevada, hipomagnesiemia, hipozincemia, hipofosfatemia, etc.
 Endocrinologia: níveis de tiroxina (T4) no limite inferior, níveis de
triodotironina (T3) níveis baixos de estrogénio/testosterona.
 Electrocardiografia: bradicardia sinusal (frequência cardíaca baixa em repouso,
arritmias (alterações elétricas/ ritmo cardíaco), etc.
 Massa óssea: baixa densidade mineral óssea (osteoporose), risco de fraturas SIG
elevado.
 Electroencefalografia: alterações difusas – encefalopatia metabólica (substâncias
tóxicas no sangue/ PERT função cerebral), alterações hidroeletrolíticas.
 Sinais e sintomas físicos: amenorreia, atraso da menarca, obstipação, dor
abdominal, intolerância ao frio, letargia/inação e excesso de energia.
 Lanugo, amarelecimento da pele, erosão do esmalte dentário, cicatrizes ou
calosidades no dorso das mãos, etc.
[RISCO DE SUICÍDIO]
 Taxas elevadas
 12 por 100 000/ano
 Avaliação ideação e tentativas prévias!

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Alguns permanecem ativos no funcionamento social e profissional,
 Outros, isolamento social significativo e/ou fracasso na realização do potencial
académico ou profissional.

[COMORBILIDADES]
 PERT Bipolares, Depressivas e de Ansiedade
 POC
 PERT do uso de álcool
 PERT do uso de substâncias

[BULIMIA NERVOSA]

[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO]
 Episódios recorrentes de ingestão alimentar compulsiva. Um episódio é
caracterizado pelos 2 critérios seguintes:
1. Comer, num período curto de tempo (e.g., até 2h), uma quantidade de
alimentos que é sem dúvida superior à que a maioria dos indivíduos
comeria num período de tempo semelhante e nas mesmas circunstâncias.
2. 2. Sensação de perda de controlo sobre o ato de comer durante o episódio
(e.g., sentimento de incapacidade para parar de comer ou controlar a
quantidade e qualidade dos alimentos).

 B. Comportamento compensatório inapropriado recorrente para impedir o ganho


ponderal, tal como indução de vómito, mau uso de laxantes, diuréticos, enemas
ou outros medicamentos; jejum ou exercício físico excessivo.
  C. A ingestão compulsiva de alimentos e os comportamentos compensatórios
inapropriados ocorrem ambos, em média, pelo menos 1 vez por semana durante
um período de 3m.
 D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pelo peso e forma corporais.
 E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante os episódios de AN.
Especificar se:
 Em remissão parcial: após terem estado preenchidos os critérios de dx para BN,
alguns critérios, mas não a totalidade deles, encontram-se presentes durante um
longo período de tempo.
 Em remissão completa: após terem estado preenchidos os critérios de dx para
BN, nenhum dos critérios se encontra presente durante um longo período de
tempo.

Especificar a gravidade atual:


 Ligeira: em média, 1-3 episódios de comportamentos compensatórios
inapropriados por semana.
 Moderada: em média, 4-7episódios de comportamentos compensatórios
inapropriados por semana.
 Grave: em média, 8-13 episódios de comportamentos compensatórios
inapropriados por semana.
 Extrema: em média, 14 ou mais episódios de comportamentos compensatórios
inapropriados por semana.

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Contexto da ingestão (refeição típica VS festiva).
 O episódio de ingestão pode ocorrer em mais de 1 local (começar num
restaurante e continuar em casa).
 ≠ de petiscar contínuo ao longo do dia!
 Tendem a consumir alimentos que de outra forma tenderiam a evitar.
 O episódio pode ser planeado.
 Ocorre em segredo ou sem dar nas vistas.
 Ocorre até a pessoa sentir desconforto/dolorosamente ‘cheia’.
 Afectividade negativa – antecedente + comum.
 Vergonha associada e ocultação dos sintomas.
 Vários métodos - vómito – comportamento compensatório + comum (alívio do
desconforto físico e diminuição do medo de engordar).

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE SUPORTAM O DIAGNÓSTICO]


 Têm um peso normal ou ligeiramente acima do padrão normal (IMC=>18.5 e
<30).
 Entre os episódios – restringem o consumo calórico e preferem alimentos
dietéticos.
 Irregularidades menstruais e amenorreia.
 Alterações hidroelectrolíticas (vómito) graves.
  Complicações raras, mas fatais: varizes esofágicas, ruptura gástrica e arritmias
cardíacas, prolapso retal etc

[PREVALÊNCIA]
 12m: 1-1,5% (mulheres jovens).
 M:H (10:1)

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Pico no final da adolescência e início da idade adulta.
 Os episódios começam em regra durante ou após uma DIETA de
emagrecimento!
 AV stressante – precipitante.
 Comportamento alimentar perturbado persiste por vários anos.
 Curso crónico ou intermitente (remissão VS ingestão alimentar compulsiva).
 Períodos de remissão >1 ano= melhor prognóstico.
 Risco de mortalidade elevado (2%/década).
 10-15% - mudança de BN para AN.

[FATORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: preocupações com o peso, baixa autoestima, sintomas
depressivos, Fobia Social e excesso de ansiedade na infância (associações!).
 Ambientais: internalização do ideal de corpo magro, abuso sexual ou físico na
infância.
 Genéticos e fisiológicos: obesidade infantil, maturação pubertária precoce.
Transmissão familiar/vulnerabilidade genética.

[MARCADORES DE DIAGNÓSTICO]
 Não há teste diagnóstico específico!
 Podem ocorrer alterações nas análises laboratoriais: alterações
hidroelectrolíticas, alcalolose gástrica (vómito/perda do suco gástrico), acidose
metabólica (desidratação/laxantes e diuréticos).
 Perda significativa e permanente do esmalte dentário. Dentes lascados e
irregulares. Aumento de cáries.
 Glândulas salivares aumentadas.
 Calosidades ou cicatrizes no dorso da mão.
 Miopatias cardíacas e musculares graves.
[RISCO DE SUICÍDIO]
 Risco elevado.
 Avaliação da ideação e comportamentos suicidários.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Variedade de limitações funcionais.
 Minoria: comprometimento grave no funcionamento (social mais afetado).

[COMORBILIDADES]
 PERT Depressivas e Bipolares
 Sintomas Depressivos
 Sintomas de Ansiedade
 Uso de Substâncias

[PERT. RELACIONADAS COM SUBSTÂNCIAS E PERT. ADITIVAS]

 PERT Relacionadas com Álcool (PERT de Uso de álcool, Intoxicação pelo


álcool, Abstinência de álcool, outras PERT induzidas pelo álcool, PERT
relacionada com o álcool não especificada)
 PERT Relacionadas com a Cafeína (Intoxicação pela cafeína, Abstinência de
cafeína, outras PERT induzidas pela cafeína, PERT relacionadas com a cafeína
não especificadas)
 PERT Relacionadas com Opióides (ópio - e.g. heroína, morfina, etc.)
 PERT Relacionadas com Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos
 PERT Relacionadas com Estimulantes (e.g., tipo-anfetaminas, cocaína)
 PERT Relacionadas com Cannabis
 PERT Relacionadas com Alucinogénios (e.g., LSD)
 PERT Relacionadas com Inalantes
 PERT Relacionadas com Tabaco
 PERT Relacionadas com Outras Substâncias (ou desconhecidas)

[ALTERAÇÕES NEUROBIOLÓGICAS]
 Ativação do sistema de recompensa do cérebro (dopaminérgico)

 Efeitos prazerosos e agradáveis

 Aumenta a probabilidade da repetição do comportamento que levou ao abuso.


Na presença de substâncias o aumento da dopamina é exagerado e a comunicação é
alterada.

[PERT. DE USO DE ÁLCOOL]

[CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO]
 Padrão problemático de uso de álcool que conduz a mal-estar ou défices
clinicamente significativos, manifestados por pelo menos 2 dos seguintes,
ocorrendo num período de 12m:
1. o álcool é muitas vezes consumido em quantidades superiores ou por um
período de tempo mais longo do que pretendia.
2. existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos para diminuir ou
controlar o uso de álcool.
3. é gasta uma grande quantidade de tempo em atividades necessárias à
obtenção de álcool, uso de álcool ou a recuperar dos seus efeitos.
4. craving ou um forte desejo ou impulso pelo uso de álcool.
5. uso de álcool recorrente resultando na incapacidade de cumprir
obrigações importantes no trabalho, escola ou em casa.
6. uso de álcool continuado apesar de ter problemas sociais ou interpessoais
persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos do
álcool.
7. desistência ou diminuição da participação em importantes atividades
sociais, ocupacionais ou recreativas devido ao uso de álcool.
8. uso de álcool recorrente em situações em que é fisicamente perigoso.
9. o uso de álcool é continuado apesar de saber ter um problema persistente
ou recorrente, físico ou psicológico que provavelmente foi causado ou
exacerbado pelo álcool.
10. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes:
a. Uma necessidade de quantidades acentuadamente crescentes de
álcool para atingir a intoxicação ou o efeito desejado.
b. Diminuição acentuada do efeito com o uso continuado da mesma
quantidade de álcool.
11. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes:
a. Uma síndrome de abstinência característica do álcool (critérios A
e B do conjunto de critérios para Abstinência de Álcool).
b. O álcool (ou outra substância intimamente relacionada, tal como
a benzodiazepina) é consumido para aliviar ou evitar os sintomas
de abstinência.
A. Cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de álcool. B. Dois
(ou mais) dos seguintes, que se desenvolvem entre várias horas a poucos
dias após: hiperatividade autonómica, tremor das mãos aumentado,
insónia, náuseas ou vómitos, alucinações ou ilusões visuais, tácteis ou
auditivas transitórias, agitação psicomotora, ansiedade, convulsões
tónico-clónicas generalizadas.
Especificar se:
 Em remissão precoce: após terem sido previamente cumpridos todos os critérios
para PERT de uso de álcool, nenhum critério para PERT de uso de álcool foi
preenchido durante um período mínimo de 3m mas < que 12m (com exceção do
critério A4 ‘craving ou um forte desejo ou impulso pelo uso de álcool’ que pode
ser cumprido).
 Em remissão mantida: após terem sido previamente cumpridos todos os critérios
para PERT de uso de álcool, nenhum critério para PERT de uso de álcool foi
preenchido em qualquer altura durante um período de 12m> (com exceção do
critério A4 ‘craving ou um forte desejo ou impulso pelo uso de álcool’ que pode
ser cumprido).
 Em ambiente controlado: este especificador adicional é utilizado se o indivíduo
está num ambiente onde o acesso ao álcool é restrito

Codificar com base na gravidade atual:


 Ligeira: presença de 2-3 sintomas
 Moderada: presença de 4-5 sintomas
 Grave: presença de 6 ou mais sintomas.

[ESPECIFICADORES]
A gravidade também pode ser medida através:
 da frequência (dias de uso/mês) e/ou dose de álcool usada
 do autorrelato, relato de outras pessoas, observações clínicas ou testes biológicos
(e.g., elevações nos testes sanguíneos).

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Sintomas comportamentais e físicos (abstinência, tolerância e craving)
 Abstinência: sintomas desenvolvem-se ± 4-12h após a redução do consumo.
 Craving: forte desejo para beber que torna difícil pensar noutras coisas.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS]
 Problemas de comportamento, depressão, ansiedade e insónia – precedem e
acompanham o consumo pesado.
 Álcool: substituto ou meio para aliviar os efeitos negativos de outras drogas
quando estas não estão disponíveis.
 Ingestão repetida pode afetar quase todos os sistemas (e.g., gastrointestinal,
cardiovascular, SNC).
 Efeitos:
 Gastrite, úlceras gástricas ou duodenais, cirrose hepática e/ ou pancreatite,
cancro do esófago/estômago, hipertensão, cardiomiopatia.
 Défices cognitivos, défices graves de memória e alterações degenerativas no
cerebelo, PERT NC induzida por substância (síndrome de Wernicke-Korsakoff
– amnésia persistente induzida pelo álcool).
 Taxa aumentada de comportamento suicida e suicídio consumado.

[PREVALÊNCIA]
 PERT comum.
 12m (EUA): 4,6% (12-17 anos) e 8,5% (>18 anos)
 12,4% H; 4,9% M
 + elevada entre 18-29 anos (16,2%)

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 1º episódio de intoxicação pelo álcool: meio da adolescência
 Idade de início de uso (2+ critérios): 18-35 anos.

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Ambientais: atitudes culturais, disponibilidade de álcool (preço), experiências
pessoais adquiridas com álcool, stress.
 Genéticos e fisiológicos: ocorre em famílias (40-60%), 3-4 x> em parentes
próximos; > em MZ vs DZ; 3-4 x> mesmo que adoptados por famílias sem esta
PERT.
 Modificadores do curso: > impulsividade – PERT + precoce e grave.

[ASPECTOS DE DX RELACIONADOS COM A CULTURA E GÉNERO]


 Álcool: substância + utilizada para a intoxicação
 M: níveis + elevados de alcoolemia (<peso, + gordura, <água corporais, <
metabolização do álcool pelo estômago e esófago).
 Mais vulneráveis a consequências físicas (e.g., hepáticas/ fígado).

[MARCADORES DE DIAGNÓSTICO]
 Concentração de álcool no sangue.
 Testes laboratoriais: Gama-glutamiltranspeptidase (CGT): moderada elevação
ou níveis no limite > do normal (<35 unidades) – indica consumo pesado de
álcool; Transferência deficiente em hidratos de carbono (CDT) – níveis 20>
unidades, etc.
 Marcadores adicionais: dispepsia (indigestão), náusea, enfartamento (gastrite);
hepatomegalia (fígado inchado), varizes esofágicas - fígado).
 Tremor, marcha vacilante.
 Insónia e disfunção eréctil.
Consumo pesado e crónico:
 H: diminuição do tamanho testicular e efeitos feminilizantes associados à
redução dos níveis de testosterona.
 M: irregularidades menstruais, aborto espontâneo e síndrome fetal alcoólica.
 Abstinência:
  Náuseas, gastrite, hematemeses, boca seca.
 Compleição ruborizada e inchada e edema periférico ligeiro.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Condução, escola, trabalho, relações e comunicações interpessoais e saúde.
 Absentismo laboral, baixa produtividade e acidentes laborais (operação de
maquinaria).
 > risco de acidentes, violência e suicídio.

[INTOXICAÇÃO PELO ÁLCOOL]

[CRITÉRIOS]
 A. Ingestão recente de álcool.
 B. Alterações comportamentais e psicológicas problemáticas clinicamente
significativas (e.g., comportamento agressivo ou sexual inapropriado, labilidade
do humor, discernimento comprometido) que se desenvolveram durante ou
pouco tempo depois da ingestão de álcool.
 C. Um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas que se desenvolveram durante
ou pouco depois do uso de álcool:
1. discurso empastado
2. Descoordenação
3. marcha instável
4. nistagmo (oscilações rítmicas, repetidas e involuntárias de um ou
ambos os olhos)
5. défices da atenção ou memória
6. estupor ou coma
 D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica ou não são
mais bem explicados por outra PERT mental, incluindo intoxicação por outra
substância.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS]
 Associada a amnésia (blackouts) no decurso da intoxicação.
 Loquacidade, sensação de bem-estar, humor expansivo e vivo VS
progressivamente deprimido, retraído, cognitivamente perturbado.
 Alcoolemia muito elevada: adormecimento e 1ª fase de anestesia.
 Inibição da pulsação e da respiração – morte.
 Duração da intoxicação depende da quantidade ingerida.
 Contribuinte importante para comportamento suicidário.

[PREVALÊNCIA]
 Intoxicação até certo grau num determinado momento da vida.
 70% estudantes universitários
 44% estudantes ensino secundário
 Idade X 1ª intoxicação: 15 anos (EUA)
 > 18-25 anos

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Quanto mais precoce > probabilidade de PERT de uso de álcool.

[FR E DE PROGNÓSTICO]
 Temperamentais: Procura de sensações e impulsividade.
 Ambientais: ambientes de consumos pesados de álcool.

[ASPECTOS DE DX RELACIONADOS COM A CULTURA]

[ASPECTOS DE DX RELACIONADOS COM O GÉNERO]


  > aceitação do consumo e da embriaguez nos H.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Condução em estado de embriaguez, tempo perdido na escola ou no trabalho,
conflitos interpessoais e confrontos físicos.
[MARCADORES DE DX]
 Observação do comportamento.
 Hálito alcoólico
[ABSTINÊNCIA DE ÁLCOOL]

[CRITÉRIOS]
 A. Cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de álcool.
 B. Dois (ou mais) dos seguintes, que se desenvolvem entre várias horas a poucos
dias após a cessação (ou redução) do uso de álcool descrita no critério A:
1.  hiperatividade autonómica (e.g., sudorese ou pulsação >110pm
versus 60-100)
2. tremor das mãos aumentado
3. insónia
4. náuseas ou vómitos
5. alucinações ou ilusões visuais, tácteis ou auditivas transitórias
6. agitação psicomotora
7. ansiedade
8. convulsões tónico-clónicas generalizadas (movimentos
involuntários/contração súbita dos músculos)
  C. Os sinais ou sintomas do critério B causam malestar clinicamente
significativo ou défices social, ocupacional ou noutras áreas importantes do
funcionamento.
 D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica e não são
mais bem explicados por outra PERT mental, incluindo intoxicação ou
abstinência de outra substância.

Especificar se:
 Com PERT. da percepção: este especificador aplicase nos casos raros em que
ocorrem alucinações (em regra visuais ou tácteis) com teste da realidade intacto
(consciência clara) ou ilusões auditivas, visuais ou tácteis que ocorrem na
ausência de delirium.

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Abstinência tipicamente 4-12h após a cessação ou redução do uso de álcool.
 Pico de intensidade no 2º dia de abstinência.
 Depois da abstinência aguda (4-5 dias), os sintomas (insónia, disfunção
autonómica, ansiedade) podem persistir em níveis de intensidade menores por
até 3-6m.
[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS]
 Pode ocorrer delirium de abstinência de álcool (presença de outra condição
médica clinicamente relevante?).
 Alucinações visuais e tácteis são raras; alucinações auditivas (delirium
tremens/perturbação profunda da consciência – complicação do alcoolismo,
pode progredir para colapso cardiovascular).
 Condição médica relevante (e.g., falência hepática, hemorragia gastrintestinal,
etc.).

[PREVALÊNCIA]
 50% dos indivíduos com PERT de uso de álcool já experimentaram síndrome de
abstinência de álcool completa

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Rara em indivíduos com <30 anos.
 O risco e gravidade aumentam com a idade.

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Ambientais: aumenta com a quantidade e frequência do consumo, história
familiar de abstinência, abstinências prévias, consumo de drogas sedativas,
hipnóticos ou ansiolíticos.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
  > comprometimento funcional e pior prognóstico.
 Desintoxicação – supervisão médica – perda da produtividade laboral.
 Sintomas de abstinência podem levar ao consumo (recaída).

[COMORBILIDADES]
 PERT do Comportamento
 PERT Antissocial da Personalidade

[PERT DE USO DE CANNABIS]


 Critérios (DSM-5)
 Especificadores: remissão parcial, remissão mantida, em ambiente controlado e
gravidade atual.

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Cannabis – termo genérico para as substâncias psicoativas derivadas da planta -
Haxixe (extracto concentrado/ resinas); Marijuana (flores secas, sementes e
folhas)
 Fumada (e.g., cachimbos, cachimbos de água, cigarros),
 Vaporizada (aquecimento do material da planta e posterior inalação),
 Ingerida oralmente (misturada com comida).
A redução abrupta do uso diário ou quase diário resulta muitas vezes no aparecimento
da síndrome de abstinência de cannabis:
 irritabilidade, raiva ou agressão, humor deprimido, inquietação, dificuldades em
dormir, diminuição do apetite ou perda de peso.

[PREVALÊNCIA]
 Substância psicoativa mais amplamente usada
 12m – 3,4% (12-17 anos)
 1,5% >18 anos

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Início durante a adolescência ou início da idade adulta.
 Uso de início precoce (<15 anos) preditor robusto de desenvolvimento de PERT
de uso de cannabis e de PERT de uso de substâncias de outros tipos e outras
PERT mentais, em adultos jovens.

[FACTORES DE RISCO]
 Temperamentais: PERT do comportamento na infância ou adolescência e PERT
antissocial.
 PERT de exteriorização ou interiorização na infância ou adolescência.
 Ambientais: insucesso escolar, tabagismo, situação familiar instável, abuso, uso
de cannabis entre os membros da família imediata, facilidade na obtenção, etc.
 Genéticos: 30-80% para a variação total do risco.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Comprometimento de áreas do funcionamento psicossocial, cognitivo e da
saúde.
 Redução da atividade pró-social dirigida a um objectivo (desempenho escolar
pobre e problemas laborais).
 Doenças respiratórias – fumo – compostos cancerígenos.
 Factor causal na Esquizofrenia e outras PERT psicóticas!

[INTOXICAÇÃO POR CANNABIS]

[CRITÉRIOS]
 A. Uso recente de cannabis.
 B. Alterações comportamentais ou psicológicas problemáticas clinicamente
significativas (e.g., défice da coordenação motora, euforia, ansiedade, sensação
de lentificação do tempo, alterações do juízo crítico, isolamento social) que se
desenvolveram durante ou pouco depois do uso de cannabis.
  C. Dois (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas que se desenvolve, nas 2h
após o uso de cannabis:
1. conjuntivite
2. aumento do apetite
3. boca seca
4. 4. Taquicardia
 D. Os sinais e sintomas não são atribuíveis a outra condição médica ou não são
mais bem explicados por outra PERT mental, incluindo intoxicação por outra
substância.

Especificar se:
 Com alterações da percepção – alucinações com teste da realidade intacto ou
ilusões auditivas, visuais ou tácteis que ocorrem na ausência de delirium.
 Ausência de teste da realidade intacto – PERT psicótica induzida por
substância/medicamento?

[CARACTERÍSTICAS DE DIAGNÓSTICO]
 Intoxicação inicia-se tipicamente com euforia.
 Riso inapropriado e grandiosidade, sedação, letargia, défices da memória a curto
prazo, dificuldade em executar processos mentais complexos, comprometimento
do juízo crítico, distorções das percepções sensoriais, sensação de que o tempo
passa devagar).
 Ocasionalmente ocorre ansiedade, disforia e isolamento social.
  Efeitos 3-4h; duração mais longa quando a substância é ingerida oralmente.
 Lipossolúvel – os efeitos podem ocasionalmente persistir ou reaparecer por 12-
24h (libertação lenta das substâncias psicoativas pelo organismo).

[PREVALÊNCIA]
 Desconhecida (DSM-5).
 III Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas (2012) – Portugal
 Cannabis – substância ilícita que registou > prevalência de consumo ao longo da
vida.

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Disfunções laborais/escolares
 Indiscrições sociais
 Acidentes de viação, sexo desprotegido.
 Psicose.

[INTOXICAÇÃO POR ESTIMULANTES]


 A. Uso recente de substância tipo anfetaminas, cocaína ou outro estimulante.
 B. Alterações comportamentais ou psicológicas problemáticas clinicamente
significativas (e.g., euforia, embotamento afetivo, alterações na sociabilidade,
hipervigilância, sensibilidade interpessoal, ansiedade, tensão ou raiva,
comportamentos estereotipados, comprometimento do juízo crítico) que se
desenvolveram durante ou pouco depois do uso de estimulantes.
 C. Dois (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas que se desenvolveram
durante ou pouco depois do uso de estimulantes:
1. taquicardia ou bradicardia
2. dilatação pupilar (midríase)
3. tensão arterial aumentada ou diminuída
4. sudação ou calafrios
5. náuseas ou vómitos
6. evidência de perda de peso
7. agitação ou lentificação psicomotora
8. fraqueza muscular, depressão respiratória, dor torácica ou arritmias
cardíacas
9. confusão, convulsões, discinesias (movimentos repetidos
involuntários, distonias (paragem brusca do movimento) ou coma.
 D. Os sinais e sintomas não são atribuíveis a outra condição médica e não são
mais bem explicados por outra PERT mental, incluindo intoxicação por outra
substância.
  Especificar o intoxicante específico

 Especificar se:
 Com alterações da percepção – alucinações com teste da realidade intacto ou
ilusões auditivas, visuais ou tácteis que ocorrem na ausência de delirium.
[OPIOIDES]
 Derivam do ópio.
 Ação de analgesia e efeito hipnótico – narcóticas.
  Naturais (não sofrem qualquer modificação): morfina, codeína.
 Semisintéticos (modificações parciais das substâncias naturais): heroína.
 Sintéticos: metadona.

[INTOXICAÇÃO POR OPIOIDES]


 A. Uso recente de opioides.
 B. Alterações comportamentais ou psicológicas problemáticas clinicamente
significativas (e.g., euforia, inicial seguida de apatia, disforia, agitação ou
lentificação psicomotora, comprometimento do juízo crítico) que se
desenvolvem durante ou pouco depois do uso de opioides.
 C. Constrição pupilar (ou dilatação pupilar devida à anóxia de overdose grave) e
um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas que desenvolveram durante ou
pouco depois do uso de opioides:
1. sonolência ou coma
2. discurso arrastado
3. défices da atenção ou da memória

Especificar se:
 Com alterações da percepção – situações raras em que ocorrem alucinações com
teste da realidade intacto ou ilusões auditivas, visuais ou tácteis na ausência de
delirium.

[JOGO PATOLÓGICO]

[CRITÉRIOS]
 Comportamento problemático, persistente e recorrente, em relação ao jogo que
conduz a malestar e défices clinicamente significativos, tal como indicado pela
exibição pelo indivíduo de 4 (ou mais) dos seguintes critérios durante um
período de 12m.
1. Necessidade de jogar com quantias de € crescentes de modo a atingir
a excitação desejada.
2. Inquietação ou irritabilidade quando tenta reduzir ou parar de jogar.
3. Esforços mal sucedidos de controlar, reduzir ou parar de jogar.
4. Preocupação frequente com o jogo (e.g., pensamentos persistentes de
reviver experiências prévias com o jogo, desvantagens ou
planeamento dos próximos jogos, pensar em formas de obter dinheiro
para jogar).
5. jogo frequente quando se sente angustiado (sentimento de desespero,
culpabilidade, ansiedade, depressão).
6. após perdas de € no jogo, regressa muitas vezes noutro dia para as
recuperar.
7. mentir para dissimular a extensão de envolvimento com o jogo.
8. prejudicou ou perdeu relações significativas, emprego ou
oportunidades de carreira ou académicas devido ao jogo.
9. depende de terceiros para obter o € para aliviar as situações
financeiras desesperadas causadas pelo jogo.
 B. O comportamento face ao jogo não é mais bem explicado por um episódio
maníaco.

Especificar se:
 Episódico: cumpre os critérios de dx em mais do que um momento, com
diminuição dos sintomas entre os episódios de JP durante pelo menos vários
meses.
 Persistente: experiência de sintomas de forma contínua, cumprindo os critérios
de dx por múltiplos anos.
 Em remissão precoce: após terem sido previamente cumpridos todos os critérios
para JP, nenhum critério para JP foi preenchido durante um período mínimo de
3m mas <12m.
 Em remissão mantida: cumpre os critérios de dx em mais do que um momento,
com diminuição dos sintomas entre os episódios de JP durante pelo menos
vários meses.

Especificar a gravidade atual:


 Ligeira: presença de 4-5 critérios.
 Moderada: presença de 6-7 critérios.
 Grave: presença de 8-9 critérios.

[CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS]
 Podem apresentar distorções do pensamento (e.g., negação, superstição,
sensação de poder).
 Metade com ideação suicida; 15% tentaram suicídio.
 Impulsivos, enérgicos, inquietos, depressivos, solitários.

[PREVALÊNCIA]
 0.4-1% ao longo da vida
 0.2% M; 0.6% H

[DESENVOLVIMENTO E CURSO]
 Início variável: adolescência, início idade adulta – H; meia-idade até à idade
avançada - M.
 M: > probabilidade de apresentar depressão, ansiedade e Pert. bipolar.
 Em geral desenvolve-se por um período de anos.
 A progressão parece ser mais rápida nas M.
 O jogo pode aumentar com períodos de stress ou depressão e durante períodos
de uso de substâncias ou abstinência.
 Aumento da frequência e da quantidade de apostas.
 Um ou 2 tipos de jogos como mais problemáticos.

[FACTORES DE RISCO E DE PROGNÓSTICO]


 Temperamentais: relacionado com PERT antissocial da personalidade, PERT
depressivas e bipolares e outras PERT relacionadas com o Uso de Substâncias
(uso de álcool).
 Genéticos e fisiológicos: pode ocorrer em famílias (> em gémeos MZ; > em
familiares em 1º grau de indivíduos com PERT de uso de álcool moderadas a
graves)

[CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS]
 Funcionamento das áreas psicossocial, saúde e saúde mental.
 Prejuízo ou perda de relações importantes com membros da família ou amigos.
 Emprego ou atividades educativas.
 Absentismo ou baixo rendimento no trabalho ou escola.

[COMORBILIDADES]
 Saúde em geral pobre.
 PERT de uso de substâncias, PERT depressivas, PERT de ansiedade e PERT da
personalidade.

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