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UNIDADE CURRICULAR: Metodologia das Ciências Sociais - 

Métodos
Qualitativos
CÓDIGO: 41038

DOCENTE: Ana Paula Cordeiro

A preencher pelo estudante

NOME: Diana Carla Silva Gomes

N.º DE ESTUDANTE: 700912

CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 16/11/2018

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

“A problemática sobre os refugiados é relevante na ordem internacional na medida em


que a proliferação de conflitos étnicos e as violações de direitos humanos qualificam
cada vez mais pessoas como refugiadas. A partir da realização de estudos qualitativos,
estes apontam para tendências e lacunas do conhecimento produzido sobre essa temática
e identificar temas e ou áreas prioritários de investigação.”

“Nos últimos anos, os estudos evidenciaram temas como: a diversidade cultural, a


importância da família e das redes de apoio, a atuação dos profissionais envolvidos com
estes grupos, a presença ou não de doença mental, as intervenções e o
comprometimento com os direitos humanos.”

Assim sendo, a metodologia qualitativa vai ganhando importância no campo das


ciências sociais, é um conjunto de estratégias e métodos de investigação .Consideram-se
técnicas qualitativas, aquelas que não envolvem pesquisas estatísticas, científicas e
números. A investigação qualitativa usa diferentes modalidades de investigação, são
exemplos disso: as entrevistas, observação, análise de documentos, questionários,
formulários, etc.

O objectivo deste tipo de metodologia consiste em descrever e compreender o


comportamento humano na sua complexidade, este método utiliza-se essencialmente em
investigações de foro social, relações sociais, interacções e processos socioculturais,
(como verificamos que acontece com a situação apresentada para pesquisa, acolhimento
de refugiados).

Na metodologia qualitativa o objecto de estudo é o fator determinante na escolha do


método a utilizar; e o campo de estudo são interações e práticas dos sujeitos na vida
quotidiana, o objectivo da investigação é descobrir teorias novas.

Outro aspeto importante da metodologia qualitativa, é o investigador, este faz parte da


produção do saber, através da interação com os sujeitos “estudados”, das suas reflexões
e observações no campo de estudo.

Atendendo a estes aspectos todos, podemos concluir que o uso da metodologia


qualitativa se adequa ao estudo de todas as problemáticas inerentes ao tema do
acolhimento de refugiados.

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As vantagens do uso deste método são: permite entender aspectos mais pormenorizados
na investigação, ou seja maior profundidade e detalhe visto que são utilizadas técnicas
mais pessoais; permite uma maior flexibilidade nas respostas e assuntos abordados,
principalmente atendendo a esta problemática (refugiados), que requer a abordagem de
vários aspectos; permite uma visão mais ampla da realidade; permite o contato direto
(interação) com os indivíduos; oferece uma abordagem mais próxima realidade, porque
na interação compreende melhor as diferenças culturais, as vivências, os medos e
angústias daquelas pessoas e o que elas viveram e presenciaram.

Por sua vez, este tipo de metodologia também tem as suas limitações, e a este respeito
pode dizer-se que os resultados e conclusões finais dependem muito da preparação do
investigador; as conclusões podem ser afetadas pela visão, cultura e crenças do
observador; estas investigações normalmente demoram muito tempo, porque as técnicas
utilizadas são mais pessoais e finalmente os sujeitos “estudados” são em menor
quantidade, o que torna mais difícil de generalizar as conclusões.

A teoria enraizada pode assumir um papel importante no estudo e na investigação do


tema acolhimento de refugiados, na medida em que é uma metodologia sistemática
das ciências sociais que envolve a construção de teorias por meio da coleta e análise
metódica de dados, é uma metodologia de pesquisa que opera indutivamente, em
contraste com a abordagem hipotético-dedutiva . Um estudo usando a teoria enraizada
provavelmente começa com uma pergunta, ou apenas com a coleta de dados
qualitativos. Assim, a teoria enraizada é bem diferente do modelo tradicional de
pesquisa (linearidade), onde o pesquisador escolhe um alicerce ou ideia teórica
existente, e só depois recolhe dados para mostrar como a teoria se aplica ou não ao
fenómeno em estudo. Quando bem realizada permite alargar a compreensão da
existência humana. Dá preferência ao dados e ao campo de estudo, o processo de
produção da teoria evolui durante a própria investigação, havendo uma relação dinâmica
e contínua entre análise e recolha de dados.

Dentro desta teoria, englobamos dois conceitos particulares: a linearidade e a


circularidade.

A linearidade é uma versão tradicional das Ciências Sociais tradicionais, ou seja é um


modelo em que o ponto de partida do investigador é o conhecimento teórico obtido na

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literatura ou dos resultados dos estudos anteriores. Aqui as teorias e métodos são
anteriores ao objecto de investigação, mas só depois testados e comprovados. A
linearidade funciona pelas seguintes etapas: Teoria → Hipóteses → Operacionalização
→ Amostragem → Coleta de dados → Interpretação dos dados → Validação

A circularidade por sua vez, é um processo permanente do investigador, ao longo de


toda a investigação. A circularidade é uma característica fundamental da abordagem da
Teoria enraizada. Existem hipóteses preliminares, mas esta obriga o investigador a uma
reflexão permanente sobre o processo de investigação, em cada um dos seus passos.

Relativamente à aplicação destes conceitos à investigação proposta, penso que este dois
complementam-se, na medida em que linearidade nos permite levar as bases iniciais
para o inicio da investigação, enquanto que a circularidade permite ao investigador o
“alargar” dos horizontes. O não contentar-se com as primeiras recolhas e permitir o
avanço na investigação e conhecer novas teorias, conhecimentos e resultados.

Bibliografia:

Flick, U, 2005, Métodos Qualitativos na Investigação Cientifica, Lisboa, Monitor

Carmo, Hermano; Ferreira, Manuela Malheiro, 2008, Metodologia da Investigação,


Edição e-book

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