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GIGANTES NA TERRA

“Ora, naquele tempo havia gigantes (nefilim) na Terra” (Gn. 6:4)

Os israelitas tinham várias tradições acerca dos nativos de seu país. Estavam
convencidos de que estes tinham sido homens de tamanho gigantescos e lhes davam
diversos nomes: nefilim, refaím, os descendentes de Anac, os emim e zuzim,
descendentes de zamzummim. Os emim e zuzim moravam às margens do rio Jordão,
enquanto os filhos de Anac acreditavam ter sido moradores nas proximidades de
Hebrom. Og, rei de Basán, a oeste do mar da Galiléia, era considerado um dos últimos
da linhagem dos refaím; sua famosa cama de ferro, segundo os israelitas, media 4
metros de comprimento e 1,80 de largura, conforme Deuteronômio 3:11. Os espias
israelitas enviados por Moisés desde o deserto para que fizessem um reconhecimento
da “terra que mana leite e mel”, voltaram com um terrível relatório: “a terra que
cruzamos e exploramos é uma terra que devora seus habitantes; o povo é de grande
estatura. Vimos ali os filhos de nefilim, filhos de Anac: nós parecíamos gafanhotos
perto deles e assim também como tal eles nós viam” (Números 13:32).
A Arqueologia, até a presente data, não encontrou nenhuma evidência da
existência de tais gigantes, exceto, talvez, uma exceção. Se trata dos filhos de Anac.
Foram encontrados no Egito, um grande número de fragmentos de cerâmica datados
depois do ano 2000 a.C. que citam os nomes dos inimigos do faraó. Esta lista estava
escrita sobre recipientes de argila que eram quebrados em pedaços, logo depois. A
prática tinha objetivo ritualístico, pois do mesmo modo que os vasilhames eram
quebrados, os rebeldes, segundo a crença dos Egípcios, seriam derrotados. Entre os
vários nomes destes “rebeldes”, está mencionado uma tribo palestina cujo nome
coincide praticamente com Anac e devia compreender pelo menos três clãs, uma vez
que citava nomes de três líderes. Não é seguro, no entanto, afirmar cientificamente
que haja uma relação entre os anaquitas e os citados na Bíblia, pois se trata da única
descoberta que se relacionam com os nomes dos nativos da terra dos israelitas.
Sobre a existência de gigantes sobre a Terra, ainda não há evidências
próximas ao Oriente que tivessem existido ali pessoas com estatura acima dos
padrões normais para nós, apesar de que temos conhecimento algumas razões para o
surgimento dessas crenças e, posteriormente, tradições. Os espias de Moisés
relataram que as cidades dos países eram muito grandes e que seus muros
“alcançavam os céus” (Dt. 1:28; Nm. 13:28). Hoje sabemos que eles não exageravam.
Era lógico que falassem de gigantes depois de haverem vivido a simples existência
nômade no deserto de Sinai-Midiã e encontrassem de frente à cidades cananeas,
geralmente construídas sobre os montes. Pois estas cidades possuíam muralhas de
espessura que podia chegar a 4,50 metros e uma altura máxima de 15 metros. Muitas
vezes eram construídas de blocos enormes. Não é de se estranhar que aqueles
homens se sentiam como “gafanhotos”. Os israelitas não eram os únicos neste
sentido. Os antigos gregos tinham os mesmos pensamentos acerca de gigantes. Ao
contemplarem as muralhas de antigas cidades, chegaram a conclusão que só podia
ser obras de gigantes; em conseqüência, circulava entre eles a tradição de que tais
muralhas haviam sido construídas pelos ciclopes, uma raça de homens com um olho
apenas relatado por Homero, sendo artífices de estatura gigantesca vindos da Ásia
Menor. Disso se derivou o termo conhecido como ciclópeo.

Referência Utilizada:
WRIGHT, George Ernest. Arqueologia Bíblica. Editora Cristiandad: Madrid, 2002. p.
125-6 Disponível em: <
http://books.google.com/books?id=oFx516yFWAsC&lpg=PP1&ots=IyADwrsIRK&dq=ar
queologia%20b%C3%ADblica&pg=PP1#v=onepage&q=&f=false> Acesso em: 6 ago.
2009. Traduzido por Hugo Hoffmann.

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