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Objetivo Geral
Identificar riscos ambientais que se encontram dentro de uma oficina mecânica, e verificar
como é feito o correto descarte de materiais e resíduos gerados dentro de uma oficina
conforme legislação.
Objetivo Específico
Gerar indicadores que sinalizam substâncias químicas que possuem impacto ambiental
dentro de uma oficina mecânica, analisar os riscos ambientais existentes nas atividades
realizadas em uma oficina mecânica e como estes riscos podem ser controlados ou
minimizados com o uso dos métodos corretos, sejam eles APRs responsáveis pela análise
preliminar de riscos, normas regulamentadoras como a NR-9 (Programa de prevenção de
riscos ambientais) e a NR-25(Resíduos Industriais), e as normas ABNT ISO 14000 e 14001.
1. Introdução
A partir do ano de 1892 HENRY FORD começa a fabricar carros, assim grande parte
das concessionárias foram criadas e nessa época era preciso ir até elas para fazer
manutenções. A história só passou a mudar nos anos 20, quando os mecânicos passara a
abrir suas próprias oficinas.Porém, nos anos 60 e 70 as fábricas japonesas chegam na
américa do norte e assim explode-se o mundo das oficinas mecânicas, as manutenções
ficaram ainda mais diferenciadas e com custos mais baixos (FIBGE,1955).
Ainda nos anos 80, as oficinas não possuíam uma boa popularidade. A oficina não
tinha perfil de qualidade, não tinha preocupação com o ambiente de trabalho, muito menos
com a natureza. Além disso, não havia equipamentos sofisticados para detectar falhas, tudo
era feito na base da tentativa e da eliminação. (PALÁCIO, 2015). Com o crescimento
contínuo e acentuado do mercado automotivo, as oficinas tiveram o mesmo rumo, com
expansão de mercado e otimização dos serviços.
O aumento do tráfego rodoviário faz com que o crescimento dos níveis de poluição
comecem também a sair de controle, principalmente os de resíduos gerados pelos
automóveis, que junto com a indústria são os maiores responsáveis pela poluição
atmosférica e destruição da camada de ozônio (FILHO, 1889). A partir desse momento ficou
claro que as demandas ambientais precisavam entrar em foco e o mundo precisava de
legislações e práticas necessárias para reduzir a geração de resíduos, gases e partículas
poluidoras. Os problemas relacionados à poluição do ar não são recentes. ‘’Apesar da
poluição atmosférica ser reconhecida como um dos dilemas ambientais mais importantes e
controvertidos dos tempos modernos, também é um dos problemas mais antigos’’ (MILLER,
1989).
Atualmente existem cerca de 121 mil oficinas mecânicas no brasil. As mais de 121
mil oficinas no Brasil são divididas por serviços da seguinte forma: 69.381 são mecânicas,
borracharia 7.609, colisão 13.954, veículos pesados 6.938 e convertedora GNV 588, em
2015 era catalogado que este segmento empregava cerca de 680 mil funcionários, e esse
número vem crescendo cada vez mais.(Sindirepa, 2020).
Resíduos gerados pelas mecânicas são prejudiciais ao meio ambiente, tal como
óleo, borrachas, peças de metal, latas de plástico, combustível entre outros são prejudiciais
ao meio ambiente e a sociedade, trazendo risco a vida de moradores. Nos dias de hoje
ainda não há lugares ideais para o descarte desses materiais, onde boa parte dos
municípios do Brasil não cumprem a lei "agenda 21" que diz que os municípios são
responsáveis pela destinação final dos resíduos, alegando a falta de recursos financeiros.
(Filho e Freitas, 2017).
Parte da culpa da contaminação dos solos, ambientes e rios vem do fato que
pessoas que trabalham nessa área e não tem conhecimento suficiente de como os itens
devem ser descartados e limpos, e aqueles que possuem conhecimento não o efetivam por
não existir uma lei tão rigorosa em cima dessas empresas. Um ambiente mal projetado para
esses serviços também devem ser levados em consideração, pois a falta de estrutura
adequada muitas vezes é fonte de vazamento de vários tipos de óleo pelo solo.
Grande parte dos problemas poderiam ser resolvidos caso houvesse lugares
adequados para fazer o descarte de forma correta. Atualmente empresas investem em
matérias menos poluentes ao meio ambiente e em materiais recicláveis. A gestão ambiental
é de extrema importância no dia a dia de uma mecânica e é extremamente necessário esse
comprometimento com o meio ambiente para que possamos ter um futuro melhor e mais
saudável. A gestão do risco de segurança é uma importante área de tomada de decisão nas
empresas. Isso torna possível antecipar a aparência de erros que podem causar danos
físicos e de capital. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou-se e na análise dos riscos
existentes nas atividades de uma oficina e como eles podem ser controlados ou
minimizados.
Este trabalho teve como objetivo mapear os riscos ambientais, por meio visual e de
fácil entendimento através de um mapa de risco, que tem a função de reunir informações
necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho.
O mapa de risco possibilita em sua fase de concepção, divulgação e troca de informação
por parte dos colaboradores, além de estimular a participação destes nas atividades de
prevenção de acidentes.
Será abordado também, os efeitos que uma oficina mecânica pode causar no meio
ambiente e o que pode ser feito para que os efeitos negativos no planeta sejam
minimizados. Mesmo que uma oficina mecânica seja considerada um ambiente de baixa
poluição, com o volume que temos atualmente e considerando as projeções de crescimento
futuras isso já é se tornará algo cada vez mais expressivo e problemático.
2. Referencial Teórico
A segurança no trabalho vem sendo um fator com muito destaque nas empresas. De acordo
com Perez (2017), a busca em prol da segurança e saúde do trabalhador deve ser parte
das prioridades em qualquer ramo organizacional., apud BARSANO; BARBOSA, 2018).
A partir desse artigo deduzimos que os trabalhadores estão sujeitos à vários agentes
agressores à saúde, sejam eles físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e de acidentes,
sendo assim de extrema importância a realização de um levantamento e análise de riscos
ocupacionais em todas as oficinas mecânicas, evitando colocar seus trabalhadores em
risco.
MEDIDAS PREVENTIVAS/
ATIVIDADE
Tabela 2 POTENCIAL RISCO RECOMENDAÇÕES DE SETOR
EXERCIDA
SEGURANÇA
Treinamento; o responsável
Transporte do
deve possuir habilitação; Usar o
7 veículo até o local Acidente de trajeto.
cinto de segurança; Respeitar a
de lavagem
sinalização.
Manuseio de produtos
químicos; Queda em Usar protetor auricular, Usar
mesmo nível; Lesões nos óculos de proteção; Usar
8 Lavagem
olhos por produtos avental; Usar máscara Lavagem
químicos; Inalação de respiratória.
produtos tóxicos.
Postura incorreta;
Treinamento; Usar protetor
Manuseio de produtos
auricular; Usar luvas; Verificar
9 Limpeza interna químicos; Cortes e
condições dos equipamentos
arranhões; Choque
elétricos utilizados.
elétrico.
Postura incorreta no
Treinamento e orientação para o
transporte de peso;
Posicionamento da levantamento de peso; Manter o
11 Lesão nas mãos e
peça local de trabalho limpo Pintura
braços; Queda de
organizado e desimpedido.
material.
Usar protetor
auricular;Treinamento para a
Ruído; Queda do mesmo atividade; Verificar as condições
nível; Choque elétrico; da máquina politriz, o estado da
Lesões causadas pela boina e os cabos elétricos, Fazer
14 Polimento Polimento
politriz; Manuseio de pausas para aliviar as
produtos químicos; articulações das vibrações
Poeiras e lesões nos geradas pela máquina; Usar
olhos. máscara respiratória; Usar
óculos de proteção.
Como visto na tabela acima, é possível analisar todos os riscos que estão presentes na
rotina das oficinas. Tem-se como principal risco para os colaboradores durante suas
atividades, o ergonômico, visto que em diversos momentos, o indivíduo exige realizar um
grande esforço físico repetitivo, podendo manter sua coluna e membros superiores numa
posição desfavorável e que trazem futuros danos, muitas vezes irreversíveis.
Em seguida, temos os riscos físicos com ruídos, também presentes as atividades dos
operadores na oficina, neste ponto, temos os compressores de ar, muito utilizados na
aplicação de produtos e para a bomba d’água, esta ferramenta gera um som intenso e
este ruído tem grandes chances de afetar a audição e causar fortes dores de cabeça ao
funcionário.
Logo após uma análise preliminar dos riscos envolvidos, mantendo o foco principalmente
aos impactos ambientais, pode-se observar que as atividades exigem contato direto com
produtos químicos de natureza corrosiva, presentes nos processos de preparação e
pintura, o empregado utiliza diversas substâncias, que de acordo com a temperatura no
local, pode gerar vapores que agridem o sistema respiratório e tem grande influência no
desgaste físico e mental do funcionário. Em casos de mau uso de substâncias químicas
corrosivas, podem gerar graves lesões e desencadear doenças do aparelho respiratório,
doenças de pele, irritações nos olhos, fadiga, dores de cabeças, náuseas e várias outras
consequências Martins (2010).
Os riscos químicos estão presentes em ambos os processos das oficinas, tornando desta
forma essencial o uso de EPI’s (Equipamento de proteção individual) visto que existem
riscos extremamente prejudiciais a saúde dos colaboradores, tornando os ainda mais
perigosos e intensos ao se tratar de um ambiente fechado e em muitos casos com
ventilação reduzida. Semelhante ao estudo de Graciano (2013), o funcionário analisado
não recebeu o treinamento adequado para as operações, e como na maior parte das
vezes as oficinas de pequeno e médio porte não possuem um programa de capacitação,
os funcionários não recebem as orientações de segurança no trabalho.
Após observar os riscos presentes nas operações da empresa, foi possível apresentar a
tabela 2, que indica todos os riscos levantados nos ambientes de trabalho, relacionando
cada risco com sua natureza, e com isso indicar o uso correto de EPIs e EPCs
(Equipamentos de Proteção Coletiva) necessários para aquela área, juntamente com as
medidas de controle e mitigação dos riscos
Risco físico Queda; Ruído; Vibrações; Calor. Protetor auricular; Luvas anti
vibração; Máscara para solda;
Sistema de ventilação.
Riscos físicos: representado na cor verde, o agente provocador modifica o espaço físico do
ambiente, causando lesões aos colaboradores expostos;
Riscos químicos: representado na cor vermelha, tem como habilidade modificar o espaço
químico do ambiente, com a possibilidade de atingir colaboradores que não estão em
contato direto;
Riscos biológicos: representado na cor marrom, ocorre quando seres vivos como
microrganismos, no ambiente onde está o colaborador e o processo está ativo.
Cada resíduo sólido que é gerado na oficina possui uma forma correta de manuseio,
acondicionamento, armazenamento e descarte por meio de empresas licenciadas, então o
descarte inadequado de resíduos sólidos encaminhado por empresas coletoras que não
tenham a respectiva documentação ambiental é correr o risco de sanções ambientais.
Porém, não realizar a devida separação dos resíduos gerados aumenta o custo para o
descarte destes resíduos misturados, principalmente os contaminados com óleo lubrificante,
pois estes deverão ser destinados para aterros industriais ou para o coprocessamento.
Os restos são armazenados em galões e então o descarte deste resíduo é usado para
reciclagem, através da logística reversa.
As embalagens ficam impregnadas de óleo então não podem ser descartadas em qualquer
coletor de resíduos, então o descarte é feito através da coleta pública de resíduos sólidos.
Estopas com óleo lubrificante são destinadas como resíduo contaminado, portanto a
empresa paga para o correto descarte.
Geralmente empresas têm logística mensal para a coleta das toalhas sujas e entrega de
toalhas limpas.
· Pneus usados
A empresa que fornece os pneus é responsável por sua coleta e destinação final, também a
empresas que compram os pneus, porém o valor é irrisório.
· Peças mecânicas
A melhor opção é a reciclagem, a empresas coletoras de metais que irão remunerar estas
peças mecânicas e as destinarão para a indústria da reciclagem.
· Resíduos contaminados
Todos os resíduos contaminados com óleo lubrificante e/ou de difícil separação devem
obrigatoriamente ser destinados para um aterro industrial ou para o coprocessamento.
· Resíduos recicláveis
· Resíduos especiais
Os seguintes resíduos são categorizados como especiais: lâmpadas e seus reatores, fios e
cabos elétricos, isopor, banners e lonas, bitucas de cigarro, remédios, aparelhos eletrônicos
e de informática, pilhas e baterias de eletrônicos, EPIs e outros.
Estes resíduos são gerados em menor quantidade e devem ser coletados e descartados de
forma especial, como as lâmpadas que precisam de cuidados para não sofrer quebra e
deverão passar por processo para reter gases e retirada de substâncias especiais, busque
no mercado por empresas qualificadas para atender a sua empresa.
A Norma NR25 prevê Resíduos Industriais. Os resíduos industriais constituem riscos para
os colaboradores e para o meio ambiente. São classificados resíduos industriais aqueles
que são provenientes de processos industriais, sejam eles na forma sólida, líquida ou
gasosa.
“25.3 Os resíduos industriais devem ser eliminados dos locais de trabalho através de
métodos, equipamentos ou medidas adequadas, sendo proibido o lançamento ou a
liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a
segurança e saúde dos trabalhadores, sob a forma de matéria ou energia, direta ou
indiretamente. (Redação alterada pela Portaria SIT 253/2011.)”
Portanto é essencial colocar em prática todas essas normas juntas para reduzir os riscos no
ambiente de trabalho que comprometem a segurança dos trabalhadores com a NR9,
descartando corretamente os resíduos industriais químicos, físicos e biológicos com a
NR25, e avaliando de forma sistemática as mudanças ambientais causadas por elementos
de produtos, serviços ou atividade da organização com a ISO 14000.
2.5 DESAFIOS NO SETOR
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Im
agem: Oficina Fictícia
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
1-https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2014/V-009.pdf
2-http://www.engenhariaambiental.unir.br/uploads/65413365/arquivos/
TCC_DOUGLAS_LUIS_CENCI_511987759.pdf
3-https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/1087/1/
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4-https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/120448/paulino_pf_tcc_rcla.pdf?
sequence=1
5-http://blogs.unigranrio.br/bibliotecavirtual/files/2020/03/PROPOSTA-DE-MELHORIA-DE-
LAYOUT-PARA-REPARA%C3%87%C3%83O-AUTOMOTIVA-CARFLEX.pdf
6-https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/ELABORACAO%20DE%20UM
%20PLANO%20DE%20GERENCIAMENTO%20DE%20RESIDUOS%20SOLIDOS
%20PARA%20UMA%20OFICINA%20MECANICA%20DE%20RIO%20VERDE
%20GOIAS.pdf
7-https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/1012/o/LEVANTAMENTO_DE_RISCOS_AMBIENTAI-
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8- 33 Cartilha-Indústria-Reparacao-Automotiva.pdf
10-http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/10408/1/IGOR%20BRUNO
%20MACHADO%20DOS%20ANJOS%20-%20TCC%20-%20ENGENHARIA
%20AMBIENTAL%202019.pdf
14 - Saiba como foi a evolução das oficinas mecânicas - Engecass Elevadores Automotivos
15- GRATIERI, Carla Durigon FACULDADE ANGLICANA DE TAPEJARA - FAT:
DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS GERADOS EM UMA OFICINA MECÂNICA: ESTUDO DE
CASO
17 - http://bropenbadge.com/blog/normas-tecnicas
18 - https://www.scielo.br/pdf/csp/v20n1/39.pdf
19 - https://www.prometalepis.com.br/blog/o-que-diz-a-nr-25-sobre-residuos-industriais/
20 - http://www.qualidade.esalq.usp.br/fase2/iso14000.htm