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O reino Costa… ou o declínio Costa

Portugal e António Costa estão em decisão sobre o seu futuro. Portugal, no que lhe concerne,
tem que escolher entre a continuidade de políticas degradadas e a renovação do Estado. Já
Costa é muito simples: sobrevive ou sai do xadrez. Como Medina saiu de Lisboa pelas razões
mais óbvias que podemos encontrar, não será difícil dizer que o Partido Socialista desta vez
não está seguro e, mesmo que ainda mantenha algum poder, já não é com a mesma força.
Convém dizer que já não são os portugueses que estão cansados de todo este
conservadorismo sem sentido. A própria geringonça já nem deve conseguir ouvir o nome
Costa. Não obstante, o caso de Eduardo Cabrita, os problemas que ainda não foram resolvidos
na educação e o escasso crescimento e desenvolvimento da própria economia demonstram
como práticos daquilo que o governo fez desde 2015. De facto, existe uma gigante falta de
inovação, competitividade, planeamento e união para ultrapassar as problemáticas não só aqui
citadas, mas também aquelas que vivem connosco no quotidiano e devem ser solucionadas.
Já nem basta criticar as políticas socialistas. Sem demagogias, é notável ver como o
tovarishch Costa e seus camaradas estão aflitos em ganhar e persistir na mesma bola e, quem
diria, no esgotamento tão visível que constantemente define a marca do centro-esquerda para
a esquerda. Além do mais, trata-se de arrogância política. Pensar que o Bloco e o Comunista
Português vão puxar os socialistas é puramente arrogância e isso confirma-se aquando da
reprovação do Orçamento de Estado para 2022.
E ainda como se não bastasse, Costa propõe colocar Fernando Medina como ministro das
finanças. Isto já não é normal, e esta hipótese só aprofunda toda esta série fora do comum. O
Medina, corrido em Lisboa pela sua falta de ação estratégica em desenvolver e fazer crescer o
concelho, se virasse ministro das finanças é desta que Portugal estaria mais baixo do que já
está.
Bem, com isto, só resta dizer que é de chocar em ver como ainda existem pessoas que apoiam
tão firmemente o desgaste evidente do Governo. Mesmo que a atual oposição de direita não
esteja unida entre partidos, a escolha não pode repetir-se desta forma. As alternativas estão à
porta e bater na parede de betão mais de cem vezes adormece as energias que podiam ser
aproveitadas para levantar esta nação e fazer cumprir um projeto modernizado e que se
compromete com a democracia.
Acresce que não podemos esperar pelo futuro pensando que talvez um qualquer, por boas
razões, comece a reformar isto tudo como se tal coerência fosse possível. A realidade de
Portugal não é pessimista, mas compreende-se minimamente que o regresso à estabilidade só
poder ser feito com garantias se andarmos para a frente e não na reserva. Em contrapartida, o
progresso para ser valorizado precisa de uma condução diferente e que retrate projetos e não
alegorias.
Consequentemente, só as legislativas decidirão os rumos, pois como a situação pública de
Covid-19 já nos mostrou os erros cometidos, agora é a vez de assumir um compromisso e de
dar a palavra a quem traduz seguramente resultados no sentido de relançar Portugal na Europa
e no mundo. Trata-se de competência, determinação e força para acabar com as apropriações
do aparelho Estado.
De resto, o recado está dado pelas evidências. Só mesmo o voto vai dizer o enquadramento
mais eficaz para combater a corrupção e afirmar o investimento e a qualidade de vida baseada
na educação, saúde e mobilidade. Já dizia Gandhi que o que destrói a democracia é a política
sem princípios. E onde estão os princípios em Portugal? Temos o exemplo de Lisboa que com
o presidente Carlos Moedas a gestão pública está bem mais organizada, demonstrando
compromisso em potenciar as suas qualidades. Agora, isto é como quem diz: já está no ponto,
agora é só passar à Pólis.

António Manuel Batista Martins

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