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Formação e Administração de Preços

Prof. Ronaldo Miranda Pontes

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. O papel do preço na estratégia comercial.

2. O ambiente de negócios.

3. Estratégia competitiva e objetivos empresariais.

4. Influência dos fatores mercadológicos na decisão de preços.

5. A importância dos custos na formação do preço.

6. Impacto dos custos financeiro e tributário sobre o preço.

7. Métodos de definição de preços.

8. Políticas e administração de preços.

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Formação e Administração de Preços

O modelo que iremos discutir e analisar é bastante


prático, permitindo avaliar corretamente:

 a) o Equilíbrio Operacional da Empresa;

 b) os preços de venda necessários para a obtenção


desse Equilíbrio;

 c) as Margens de Contribuição resultantes das


condições comerciais;

 d) os efeitos dos custos financeiros e dos prazos na


formação dos preços de venda;

 e) o Capital de Giro originado por cada produto


comercializado.

Volume Custo Variável Custo Fixo Preço


DRE
Receita 1.100.000,00 1.000.000,00 1.000.000,00 1.100.000,00
Custo Variável 660.000,00 540.000,00 600.000,00 600.000,00
Custo Fixo 200.000,00 200.000,00 180.000,00 200.000,00
Lucro 240.000,00 260.000,00 220.000,00 300.000,00
% crescimento 120% 130% 110% 150%
Dados
Preço R$ 10,00
Volume 100.000
custo variável R$ 6,00
custo fixo R$ 200.000,00
Resultado R$ 200.000,00 100%

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O papel do preço na estratégia comercial

Capítulo 1
4

IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA

A) A política de preços é a responsável pela


obtenção do equilíbrio operacional da empresa;
É o resultado de políticas mercadológicas,
tributárias e financeiras.

B) É fundamental definir:
 os níveis de preços necessários para a
obtenção desse equilíbrio;
 as Margens de Contribuição resultantes
das condições comerciais;
 os efeitos da inflação e dos prazos na
formação dos preços de venda;
 o Capital de Giro originado por cada
produto comercializado.

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Objetivos da Política de Preços

A. Proporcionar, a longo prazo, o


maior lucro possível.
B. Permitir a maximização
"lucrativa" da participação de
mercado.
C. Maximizar a capacidade
produtiva, evitando ociosidades
e desperdícios operacionais.
D. Maximizar o capital
empregado, para perpetuar os
negócios de modo auto
sustentado.

Objetivos da Política de Preços

O preço é um elemento
fundamental na estratégia de
marketing da empresa e define:

 tipo de cliente a ser atendido


 tipo de relacionamento.

Influencia diretamente os
resultados atuais e futuros da
empresa.

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Objetivos da Política de Preços

Com isso...
Na definição do preço devem ser considerados:
 os objetivos da empresa;
 as estratégias que serão usadas, e;
 o custo de produção.

Lembre-se
No limite, o preço será definido pelo mercado
que, a partir do valor percebido, vai estipular o
preço máximo que está disposto a pagar pelo
produto ou serviço.

Compete aos profissionais


de vendas e marketing:

 entender o mercado;
 sugerir preço a partir da
percepção de valor pelos clientes;
 gerar nível adequado de vendas;
 proporcionar lucro para a
empresa.

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O preço como indicador de qualidade

Mais caro melhor?

Carro de luxo X carro popular

funciona bem

Geladeiras com os mesmos recursos

nem tanto

Por pesquisas, existe essa relação,


porém é muito fraca ou inexistente

O preço como um elemento do posicionamento

Uma empresa obtém vantagem


competitiva quando cria
diferenciação em produtos,
serviços e marcas ou então
quando consegue operar com
menores custos em relação aos
concorrentes.

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Objetivos e estratégias de preço

1. Sobrevivência; Ponto de Equilíbrio

2. Maximização do lucro atual; Máximo lucro


corrente, ROI, FC

3. Maximização da participação de mercado;


Maior volume de venda e redução custos
unitários

4. Desnatação máxima de mercado


“Skimming”; Empresas da área de tecnologia
- Smartphones

5. Liderança na qualidade do produto. Produtos


de alta qualidade e status

O ambiente de negócios

Capítulo 2

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O ambiente de negócios
Antes de:
- lançar ou modificar um produto,
- realizar a comunicação e
- definir os canais de distribuição,
É preciso analisar o ambiente de
negócios, através de pesquisas e
diversas técnicas para melhor
conhecer as necessidades e os desejos
dos clientes.
Ou até “gerar necessidades”
MVP - Minimum Viable Product ou Produto minimamente viável.

PORÉM...
Preço não se baseia apenas nos
custos, é parte da estratégia de
marketing.

O ambiente de negócios

Clientes mais exigentes em qualidade


e preço.
Por isso, atrair e manter clientes é um
grande desafio.

Mas...

Como lidar com a realidade de preços


cada vez mais competitivos sem
comprometer a saúde financeira da
empresa e a qualidade dos produtos
ou serviços oferecidos?

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O Significado do Preço para o Comprador

O que define um preço como alto ou


baixo?

 Entender a percepção de valor


 Preço de referência

Durante a compra, o consumidor passa


por etapas de compreensão, percepção
e juízo de valor em relação a dois
pontos:
 o benefício ou experiência que ele
esta obtendo;
 e o custo da transação (dinheiro,
esforço e tempo).

Quanto vale essa garrafa de água?

Valor Entregue ao Cliente

Benefícios para o Custo total para o


cliente cliente

Valor do produto Custo monetário


Valor do serviço Custo de tempo
Valor pessoal Custo de energia
Valor de imagem Custo psicológico

Philip Kotler

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Fatores que afetam a sensibilidade ao preço

Exit

Comportamento de compra do consumidor


 Influenciado por fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos

 Estudos de sensibilidade ao preço -


Renda, número de pessoas na família

 Tipo de compra – Nível de


envolvimento - Produtos com maior
valor monetário. Ex: (carros, imóveis,
computadores, eletrodomésticos...)

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Matriz de Julgamento de Valor

Valor percebido relativo


Alto
Alto Módico
Módico Baixo
Baixo

00 (zero)
(zero) (-)
Preço percebido relativo
Alto (( -- )) Roubo
Roubo
Razoável
Razoável Caro demais
Módico

( + ) Vale o 00 (zero)
(zero) ( - ) Não vale o
dinheiro pago Razoável
Razoável dinheiro pago
Baixo

( + ) Ótimo (+) 00 (zero)


(zero)
negócio Pechincha Razoável
Razoável

Exit BARABBA, Vincent P.; ZALTMAN, Gerald. A voz do Mercado: a vantagem competitiva através da utilização criativa das informações do mercado. São Paulo: Makron, 1992.

Fatores que afetam a sensibilidade ao preço


Preço de referência
 Limites inferior e superior (associação com
qualidade) Restaurante do resort e praça de alimentação.

Dificuldade de Comparação
 Maior a comparabilidade Maior a
sensibilidade
Os compradores são menos sensíveis a preços quando não
podem facilmente comparar a qualidade dos concorrentes e
substitutos. Algumas empresas dificultam a comparação
entre produtos de forma proposital. Fazem pesos e
embalagens diferentes, para quando o cliente for comparar
com outros fornecedores em busca de um preço menor, a
companhias aéreas, que dificilmente dificuldade de avaliação
trocam de fabricante de avião, pois,
obviamente, este custo seria muito alto Custos de mudança
(manutenção, treinamento, peças de
reposição, etc.  Maior o custo adicional associado a mudança de
GOL – Boeing fornecedor Menor a sensibilidade. Contrato
TAM – Airbus
AZUL – Boeing, Embraer e Aerospatiale telefonia empresa

Exit

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Fatores que afetam a sensibilidade ao preço

Preço e Qualidade
 Maior a associação de preço a qualidade Menor a sensibilidade
As vezes, o preço do produto vale muito mais do que o dinheiro dado em troca para adquiri-lo. O preço é um
indicativo de qualidade, e quando o consumidor não conhece o produto ou serviço, o preço mais alto pode
significar uma qualidade superior.

Relevância do Gasto
 Maior o percentual do gasto sobre a renda total Maior a sensibilidade
Em pequenas compras por impulso, não existe quase nenhum esforço para verificar ou comparar se está sendo feito um
bom negócio

Benefício final
 Medida de retorno (mais aplicável a investimentos)
Quanto menor o dispêndio em relação ao benefício final, menor a sensibilidade do comprador em relação ao preço.

Exit

Fatores que afetam a sensibilidade ao preço


Custo compartilhado
 Maior o efeito direto sobre o próprio bolso maior a
sensibilidade a preço
Os compradores são menos sensíveis ao preço quando parte do custo é
assumida por terceiros. Gastos com viagem pela empresa. Dentistas e
médicos. Programa de fidelidade

Efeito justiça
 Faixa de preço subjetiva – esforço / recompensa
Os compradores são mais sensíveis ao preço quando o produto esta fora da faixa
que eles percebem como justa ou razoável, dado o contexto da compra. Preço
atual comparado com o preço anterior. Preços pagos por produtos similares ou
situações similares. Um amigo vai comprar cerveja para você se o local for no
supermercado ou na loja de conveniência qual o preço você estaria disposto a
pagar?

Efeito contexto
 Teoria da Perspectiva (Prospect Theory)
Os compradores são mais sensíveis a preços quando veem o preço como uma
perda, em vez de um ganho renunciado. Um posto vende gasolina a R$ 4,90 e
dá R$ 0,10 de desconto para pagamento à vista. Outro posto vende a R$ 4,80
e cobra R$ 0,10 se o pagamento for em cartão.
Exit

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Efeito contexto
Aumentando o ticket médio
Oferta A Preço Alunos Receita
Assinatura somente Web $ 59,00 68 $ 4.012,00
Assinatura Web + impressa $ 125,00 32 $ 4.000,00
Total 100 $ 8.012,00
Ticket Médio $ 80,12

Oferta B Preço Alunos Receita


Assinatura somente Web $ 59,00 16 $ 944,00
Assinatura somente impressa $ 125,00 $ -
Assinatura Web + impressa $ 125,00 84 $ 10.500,00
Total 100 $ 11.444,00
Ticket Médio $ 114,44

Crescimento de faturamento 42,8%

Fatores que afetam a sensibilidade ao preço

Efeito concepção (Framing)

 Para fazer os preços menos objetivos, faça deles


custo de oportunidade. Bancos – liberação de
taxas com saldo médio

 Se o produto tem diferentes preços para


pessoas e momentos, precifique pelo mais alto
e forneça a diferença como descontos. Escolas,
Hoteis, etc...

Exit

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Fatores que afetam a sensibilidade ao preço

Investimento reduzido
 Valor do produto frente ao gasto total
Os compradores são menos sensíveis ao preço quando o
produto é utilizado em conjunto com bens previamente
comprados. Iate x marina x manutenção x taxa capitania x
seguro.

Capacidade de estocar
 Quanto maior a capacidade de estocar -
maior a sensibilidade a preço

Exclusividade do produto
 Atributos percebidos pelo consumidor
(associado à estratégia de diferenciação) -
menor a sensibilidade a preço

Exit

Fatores que afetam a sensibilidade ao preço

 Dificuldade de Comparação Commodities x alta costura


 Custo da mudança Sistema Operacional MS
 Preço e Qualidade Mercedes, BMW
 Relevância do gasto Refrigerador x balas
 Benefício Final Potencial de Valorização do bem
 Custo compartilhado Milhagem de Cias Aéreas
 Efeito Justiça Preços diferentes por locais
 Efeito contexto Desconto x Multa
 Investimento reduzido Tubos Tigre
 Capacidade de estocar Cigarros
 Exclusividade do produto Relógios – Tag Heuer

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Estratégia competitiva e
objetivos empresariais

Capítulo 3

Estratégia Competitiva e Objetivos Empresariais

O preço pode ter caráter:

 1) Tático → manobras de curto prazo e


busca de resultado mais imediato;

 2) Estratégico → reforço do
posicionamento, market share e seleção
de segmentos-alvo.

As decisões de preço, como as outras


variáveis do Mix de Marketing, tem que
estar alinhadas e manter coerência com a
estratégia competitiva que a empresa
decidiu implementar.
Mix de marketing ou composto de marketing - Produto, Preço, Praça e Promoção – desde 50
“Havaianas eram um chinelo de pedreiro”? Só que, em 1994, a empresa lançou as Havaianas TOP.
https://youtu.be/Py_AJJl7KA8

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Modelo de Estratégias Competitivas Genéricas


As 4 estratégias genéricas
 Devemos buscar implementar uma das estratégias,
a fim de obter melhor resultado financeiro de longo
prazo.

Vantagem Competitiva
Custo mais
baixo Diferenciação
Âmbito Competitivo

Organização que não define


Liderança bem a estratégia:
Alvo em Diferenciação
Amplo custo
• não consegue maximizar
Todos sua lucratividade;
clientes • cultura organizacional não
fica delineada;
Enfoque Enfoque • conflitos nas decisões e na
Alvo em em eficiência de seus
Estreito Custo diferenciação
Segmento
processos;
Particular • dentre outros aspectos
Michael Porter negativos
Exit

Escolhendo o posicionamento estratégico

Perguntas a fazer:

 Existe um segmento demandando atributos exclusivos? Esse segmento é capaz


de pagar por isso?
 Nossa empresa possui capacidade e o reconhecimento como fabricante de um
produto diferenciado?
 O mercado é suficientemente sensível a preço para produzir economias de
escala significativas?
 Temos na empresa o comprometimento necessário para adotar e manter uma
estratégia de liderança em custo até que ela se pague?

 Como você classificaria a estratégia da sua Empresa?


 Como essa estratégia foi definida ?

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O Preço na Estratégia de Liderança em Custos

 O ponto central: custo total menor que o de seus concorrentes.


 Mecanismo de defesa da empresa contra seus concorrentes.
 Exige que a empresa domine uma alta parcela relativa do mercado, de
modo a garantir-lhe economias de escala.

A empresa pode praticar preços bem mais baixos que os


Alvo Amplo da concorrência, mas deve tomar cuidado para que seu
produto não seja percebido como de qualidade inferior.

O Preço na Estratégia de Diferenciação

 Pressupõe que a empresa ofereça um produto que seja


considerado único.
 A fidelidade e a diminuição da sensibilidade ao preço.
 Isolam em maior ou menor grau, a empresa da rivalidade de
seus concorrentes.
 Preço mais alto que o da concorrência (preço prêmio).

Alvo Amplo

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O Preço na Estratégia de Enfoque

Empresas que atendem o seu alvo


estratégico.
O alvo estreito para que a empresa
possa atende-lo mais eficientemente que
os concorrentes.
O alvo pode ser definido considerando:

Alvo Estreito  Tipo de clientes


Custo e/ou
diferenciação  Linhas de produtos

 Variedade de canal de distribuição

 Área geográfica

 Situações de consumo

Exit

Sinalização de Preços e de Valor

A sinalização de preço é quando empresas


divulgam:
 Duvidamos que alguém venda mais barato
 O menor preço ou a diferença de volta
 Cobrimos qualquer oferta da concorrência

Reduzindo os lucros em um período, a


empresa pode consolidar-se contra novos
concorrentes por meio de cortes de preço.
Desestimula a entrada de futuros desafiantes.

Exit

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Sinalização de Preços e de Valor

 A sinalização de valor – É como as


empresas influenciam os
consumidores a pagarem mais caro
pelo produto ou serviço.

 Os compradores pagarão pelo valor


percebido e não pelo valor real,
representado pelo conjunto de
benefícios que efetivamente lhe é
oferecido (difícil de avaliar).

Exit

Objetivos da Empresa
Alinhamento dos preços

 Maximização de lucratividade
Margem de lucro

 Maximização do faturamento
Valor nominal das vendas

 Maximização da participação de mercado


Comparar mercado (market share)

 Acompanhamento da Concorrência
Seguir o líder

 Aumento do Prestígio
Rolex, Ferrari

 Sobrevivência de curto prazo


Recuperação de custos
Exit

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A influência dos fatores mercadológicos


na decisão de preços

Capítulo 4

Influência do macroambiente

Fatores Externos

 Aspectos demográficos - Idade média, Sexo, Distribuição Geográfica


 Aspectos tecnológicos
 Aspectos econômicos - Renda, Inflação
 Aspectos ambientais
 Ambiente político-legal - Proteção à Concorrência, Consumidor
 Ambiente sociocultural - Nível Educacional

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Ciclo de Vida do Produto

Retorno do investimento

P&D

Investe

Tempo

Exit
Estratégias de Marketing

Ciclo de Vida do Produto

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Ciclo de Vida do Produto

Aplicação do Ciclo de Vida

Produto
 Máquina de escrever
 Celulares analógicos – Dominância Motorola
 Pagers

Estilos
 Van, Off Road
 Lojas de departamento
 Cigarros full flavor (sabor completo) x Cigarros light

Marca
 ???

Exit

Fase de Introdução

 O produto está sendo lançado e a


empresa deve apresentá-lo e
promover a experimentação.

 A sensação de novidade e
exclusividade atrai consumidores
com perfil inovador.

• Baixa taxa de crescimento


• Baixo nº de consumidores
• Poucos concorrentes
• Lucros baixos
• Preços elevados
• Altos custos de investimentos, distribuição
e promoção
• Produtos em versões básicas

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100

Fase de Crescimento

 Compras repetidas começam a se intensificar.


 Valor é entendido pelo consumidor.
 Difusão da informação atrai novos clientes.
 A taxa de crescimento das vendas é alta.
 Surgem concorrentes (cresce a concorrência).
 Muitas empresas promovem melhorias nos
produtos e lançam novos modelos.
 Custos e despesas fixas são diluídos com o
maior volume.
 Preço tende a cair à medida que a
concorrência e a demanda crescem e os
custos de produção diminuem.

Da fase crescimento - fase de maturidade

 No crescimento o lucro vem do aumento de volumes.

 Na maturidade o lucro vem da exploração de todas as


dimensões da vantagem competitiva.

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101

Fase de Maturidade

 Redução na taxa de crescimento das


vendas.
 A demanda estabiliza-se e a
concorrência fica mais acirrada.
 Os preços caem com o passar do tempo.
 As lideres de mercado trabalham com
altos volumes e baixos custos.
 Outras ocupam segmentos ou nichos
específicos.
 Lançamento de novos versões de
produtos com o objetivo de conquistar
novos clientes.

Fase de Declínio

 As vendas dos produtos declinam,


com maior ou menor velocidade.

 Grande parte das empresas


reduzem a variedade de produtos e
baixa o preço, ou simplesmente
interrompem a produção.

 Outras encontram nichos


específicos e mantem os preços.

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102

Fase de Declínio

 Taxa de crescimento negativa


 Venda em declínio
 Lucros em declínio
 Excesso de capacidade
 Preço promocional
 Concorrentes abandonando
 Tecnologia do produto ultrapassada
 Redução significativa das versões do produto
 Redução significativa das alternativas de distribuição

Alternativas estratégicas no declínio

Defesa: reduz e especializa em focos/nichos


 Precifica para defender áreas de maior
competitividade.

Consolidação: investe para sair


fortalecido
 Precifica para defender volume (cresce
share).

Colheita: trabalha para sair do segmento


 Precifica para maximizar lucro no curto
prazo.

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Análise da Concorrência
Interação entre Oferta e Demanda
Mercados competitivos: muitas empresas vendem os mesmos tipos de produtos e
serviços, criando uma alta concorrência e a impossibilidade de uma única companhia influenciar
os preços.

Mercados concentrados: ofertantes ou demandantes - algum poder.

Estruturas de Mercado:
 Número de empresas no mercado
 Tipo de produtos – idênticos ou diferenciados
 Barreiras de entrada – existe ou não

Mercado é o conjunto de compradores e vendedores que interagem entre si.


Estruturas de mercado são as características de cada mercado em função do número de
compradores e vendedores e da diferenciação ou homogeneidade dos produtos transacionados.
Exit

Análise da Concorrência Concorrência Perfeita

Aspectos concorrenciais

 Concorrência perfeita – existem muitos compradores e vendedores,


logo nenhum individualmente tem influência sobre o preço.

 Total comparabilidade entre bens.


 Fluxo de informação amplo e equilibrado.
 Muito fácil determinar os preços e o lucro de cada concorrente.
 Todos os concorrentes são conhecidos.

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Análise da Concorrência – Monopólio


Concorrência imperfeita

Aspectos concorrenciais

Monopólio – Único fornecedor, sem substituto


• Regulamentação é fundamental
• Pouco incentivo a eficiência

Análise da Concorrência - Concorrência Monopolista


Concorrência imperfeita

 Vários fornecedores de uma


determinada categoria. Cada um
com monopólio sobre sua marca.
• Diferenças entre produtos limitam
a comparação e escolha.
• Marca, design, funcionalidade,
qualidade, tecnologia...

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Análise da Concorrência Oligopólio


Concorrência imperfeita

Aspectos concorrenciais

 Oligopólio – poucos produtores dividindo o mercado, sem predominância


individual.

 Possibilidade de acordo de preços.

Análise da Concorrência - Mercado Monopsônio

Aspectos concorrenciais

Único comprador e muitos vendedores


 Centrais de compras.
 Compras governamentais.
 Pregões, Licitações

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106

A importância dos custos na


formação do preço

Capítulo 5

A importância dos custos na formação do preço

 Conhecer os custos de seus produtos e


serviços facilita a definição dos preços e
avaliação das margens de lucros.

Os gestores não precificam somente a


partir dos custos. É preciso que os clientes
percebam:
 o valor do conjunto de benefícios
esperados;
 o posicionamento das ofertas dos
concorrentes.

Exit

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107

A Importância dos Custos na Formação do Preço

 Preço baseado em custo (Cost Based Pricing)

Produto Custo Preço Valor Cliente

 Preço baseado em valor (Value Based Pricing)


Cliente Valor Preço Custo Produto

 Preço baseado na concorrência


Produto Concorrente Preço Valor Cliente

Enfoque Gerencial X Enfoque Contábil-Fiscal

 Sistemas projetados para atender exigências


contábeis e fiscais pode levar as empresas a alocar
capital de maneira inadequada.

 Falta de sistemas gerenciais de custos – geram


estimativas imprecisas. Empresas não conseguem
fazer gestão de custos.

 Métodos obsoletos – prática de preços alto demais


em alguns casos e baixos demais em outros.

Exit

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108

Evolução do processo de custos

Antigamente Preço = Custo + Lucro CONTABILIDADE

Ontem Lucro = Preço - Custo CONTROLE

Hoje Custo = Preço - Lucro Gerenciamento

Contabilidade gerencial
Nasce com a evolução da contabilidade de
custos.

Custos como instrumento de administração.

Surge na 1ª Grande Guerra e ganha


modernas técnicas após a 2ª Grande Guerra.

A moderna contabilidade gerencial aparece


nos Estados Unidos, com a indústria de
armas e as fábricas de tecidos.

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109

Objetivos:
Avaliação de inventários e
determinação de resultados

Planejamento e controle das


atividades empresariais

· Preparação de orçamentos
· Determinação de preços
· Análise do comportamento dos custos
· Determinação do volume de produção
· Determinação de responsabilidades

Tomadas de decisões

· Fabricar ou sub-contratar

· Eliminação e/ou agregação de linhas


de produtos

· Aceitar ou rejeitar pedidos especiais

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110

PROCESSO DE APURAÇÃO DE CUSTOS NA INDÚSTRIA

Materiais Diretos
consumidos =
+ Mão de Obra
Direta (MOD) + Gastos Gerais
de Fabricação
Estoque inicial + compras –

-
Estoque Final (GGF)
Custo de

+
Produção do

Estoque Inicial Período (CPP) Estoque Final de

-
de Produtos em Produtos em
Elaboração (EIPE) Custo dos Elaboração (EFPE)

+
Produtos Acabados
Estoque Inicial no período (CPA) Estoque Final

dos Produtos dos Produtos

Acabados (EIPA) Custo dos Produtos Acabados (EFPA)


Vendidos no
Período (CPV)

Exit

O custo é o
termômetro para
avaliar a
eficiência e o
desempenho
das empresas.

O custo tem que ser


planejado e não
somente controlado
ou contabilizado

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111

Gestão de Custo

As empresas não fazem


contabilidade de custos, mas
sim contabilidade de gastos.
Sabem quanto gastou, mas
não sabem onde ou porque
gastou. Com a globalização
as empresas precisam
enxugar as gorduras.

Produção de panelas na China


Produção de sapatos na Índia

PROBLEMÁTICA ATUAL
Produto alfa: 1h/unidade (padrão eficiente)
Mão-de-obra: 10,00/hora – 8h/dia – 80,00/dia
Materiais diretos: 5,00 / unidade
Medição da produção de um dia
Produção do dia: 5 unidades
Tempo de trabalho: 6 horas
Materiais diretos: 30,00

Análise Convencional
“CUSTO”= 110,00 = 22,00/unidade alfa
5

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112

Análise necessária
Custo Mão de obra: 1h x 10,00/hora
Custo Material: 1 x 5,00/unid.

Custo de produção 5 x 15,00 = 75,00

Ineficiência (6hs – 5hs) (1 x 10,00) = 10,00

Ociosidade (8hs – 6hs) (2 x 10,00) = 20,00

Perda (5 x 5,00=25,00) – 30,00 = 5,00 .


110,00

CONCLUSÃO

O custo do
produto Alfa
poderá ficar
entre R$ 15,00
e R$ 22,00

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Lógica da Melhoria
Eliminar as causas
Lógica da melhoria

Identificar os problemas

Perda, Perda,
Ineficiência
Ineficiência e ociosidade
ociosidade

Gestão de Custo

Terminologia

Gasto :Sacrifício financeiro


para obtenção de
um bem ou serviço
(à vista ou a prazo).
Gasto com compra de matéria-prima;
Gasto com mão-de-obra;
Gasto com compra de um imobilizado.

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Gestão de Custo

Terminologia
Custo :Gasto relativo a um
bem ou serviço
utilizado na
produção de outros
bens ou serviços.
Matéria-prima;
Mão-de-obra;
Energia elétrica.

Gestão de Custo
Terminologia

Despesa:Gasto relativo a bens não


correlacionados com a
produção. Podem ser
Administrativas, de
Vendas ou Comerciais
financeiras
Comissão do vendedor;
Juros;
Salários da administração.

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Gestão de Custo

Terminologia

Investimento :Gastos com bens ou serviço


ativado em função de sua vida
útil ou de benefícios atribuíveis
a períodos futuros.

Aquisição de móveis, imóveis,


equipamentos etc.

Gestão de Custo

Terminologia

Perda :redução do patrimônio sem qualquer


valor compensatório

Perda com incêndio;


Quebras, refugos e defeitos.

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116

Gestão de Custo

Perdas da atividade produtiva normal

Relativa à Matéria-prima:
Sobras: aparas, retalhos etc.
Quebras (desaparece no
manuseio): ácido, combustível etc.

Relativa ao processo:
Refugo: quando não atende a qualidade, não recuperável.
Unidades defeituosas: não atende a qualidade, são
recuperáveis - RETRABALHO

Gestão de Custo

Desembolso :pagamento resultante da


aquisição de um bem ou
serviço.
Saída de dinheiro.

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117

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTOS DIRETOS
São os custos que
podem ser
diretamente
apropriados aos
produtos fabricados.
Ex.: Matéria Prima;
Mão-de-obra Direta;

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTOS INDIRETOS:
São os custos que beneficiam toda
a produção, mas não são
identificados com cada produto.

Ex.: Podem ser todos os custos de produção exceto MP, MOD:


Depreciação, Aluguéis, Supervisão, Energia elétrica,
etc.

Formação e Administração de Preços


118

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTOS E DESPESAS FIXAS:


Independem do volume de produção ou vendas.
VALOR

1100
900
800
700 Ex.: Aluguel, supervisão, segurança.
600
500
400
300
200
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80
QUANTIDADE

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS:


São aqueles que são relacionados (variam)
diretamente com o volume de produção e vendas.
VALOR

1100 Ex.: Mat. Diretos,


900
800 M.O.Direta, Comissão
700 Vendedores.
600
500
400
300
200
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80
QUANTIDADE

Formação e Administração de Preços


119

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTO TOTAL: Representa a somatória dos custos Fixos e Variáveis

900
Participaçã
800 o do custo

CUSTO TOTAL
700 variável
600
500
400
Participaçã
300
o do custo
200 fixo
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 quantidades

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO:

Representa o custo
incorrido para
transformação da
matéria prima em
produto.

Custo de Transformação = MOD + CIF

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120

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTO PRIMÁRIO:

Representa o
custo de
matéria prima e
de mão de obra
direta.

Custo Primário = MP + MOD

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

CUSTOS DE PRODUÇÃO:

Representa o
custo de
matéria prima,
mão de obra
direta e custos
indiretos de
fabricação.

Custo de Produção = MP + MOD + CIF

Formação e Administração de Preços


121

Resumo das Classificações dos Gastos

diretos
produto
indiretos
GASTOS
custos
Volume de fixos
produção
variáveis

administrativas
despesas vendas
financeiras

investimentos
perdas

Métodos de custeio
CUSTEIO POR ABSORÇÃO OU
CUSTEIO PLENO

Consiste na apropriação de todos


os custos de produção aos produtos
elaborados de forma direta ou
indireta.

Apuração de resultado contábil

Obrigatório em termos fiscais, trata-se


de método essencialmente contábil (fins
legais).

Formação e Administração de Preços


122

Métodos de custeio
CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL
No custeio direto ou variável somente são alocados aos
produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e
considerados como despesas do período.
Precificação curto prazo
tomada de decisão

• Aumenta consideravelmente a competitividade dos


produtos e serviços.

• Método gerencial, não permitido em demonstrativos


contábeis formais.

• Permite a apuração da margem de contribuição.

• MC = PV – Custos e Despesas Variáveis.

• MC% = (Margem Contribuição / PV) x 100.

Análise da Relação Custo/Volume/Lucro

 Consiste na comparação dos diversos resultados que um


empreendimento pode apresentar

 Estudo dos vários níveis da atividade para poder identificar a


alternativa mais viável e responder às perguntas:
 O empreendimento é viável?
 Qual o produto mais rentável?
 Qual o produto mais lucrativo?
 Qual o ponto de equilíbrio do produto?
 Quais as consequências de suspender-se a fabricação de um
determinado produto?
 Variando um tipo de custo para mais ou para menos, quais
são as consequências para os resultados da empresa?
 Quando se fabricam diversos produtos em proporções
diferentes, quais as consequências para o ponto de
equilíbrio?

Formação e Administração de Preços


123

ESQUEMA APURAÇÃO DE CUSTOS

1 Separação de Custos e Despesas;

2 Apropriação dos Custos Diretos;

3 Rateio e apropriação dos Custos Indiretos;

4 Apuração do custo da produção acabada;

5 Apuração do custo dos produtos em elaboração;

6 Apuração do custo dos produtos vendidos;

7 Apuração do resultado.

Veja um exemplo

ESQUEMA APURAÇÃO DE CUSTOS


COMISSÕES DE VENDEDRORES R$ 80.000,00
SALÁRIOS DA FÁBRICA R$ 120.000,00
MATÉRIA-PRIMA CONSUMIDA R$ 350.000,00
SALÁRIOS DA ADMINISTRAÇÃO R$ 90.000,00
DEPRECIAÇÃO DA FÁBRICA R$ 60.000,00
SEGUROS DA FÁBRICA R$ 10.000,00
DESPESAS FINANCEIRAS R$ 50.000,00
HONORÁRIOS DA DIRETORIA R$ 40.000,00
MATERIAIS DIVERSOS – FÁBRICA R$ 15.000,00
ENERGIA ELÉTRICA – FÁBRICA R$ 85.000,00
MANUTENÇÃO – FÁBRICA R$ 70.000,00
DESPESAS DE ENTREGA R$ 45.000,00
CORREIOS, TELEFONE E FAX R$ 5.000,00
MATERIAL DE ESCRITÓRIO R$ 5.000,00
TOTAL GASTOS / SETEMBRO R$ 1.025.000,00

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124

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

1º passo Separação de Custos e Despesas

Custos de Produção:
Salários da Fábrica R$ 120.000,00
Matéria-Prima Consumida R$ 350.000,00
Depreciação da Fábrica R$ 60.000,00
Seguros da Fábrica R$ 10.000,00
Materiais Diversos – Fábrica R$ 15.000,00
Energia Elétrica – Fábrica R$ 85.000,00
Manutenção – Fábrica R$ 70.000,00
Total R$ 710.000,00
(Estes integrarão o Custo dos Produtos)

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Despesas Administrativas:
Salários da Administração R$ 90.000,00
Honorários da Diretoria R$ 40.000,00
Correios, Telefone e Fax R$ 5.000,00
Material de Escritório R$ 5.000,00
Total R$ 140.000,00
Despesas de Venda:
Comissões de Vendedores R$ 80.000,00
Despesas de Entrega R$ 45.000,00
Total R$ 125.000,00
Despesas Financeiras: R$ 50.000,00

Formação e Administração de Preços


125

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS


2º passo Apropriação dos custos diretos

A empresa fabrica 3 A B C
produtos: A, B e C.
Suponha que os
custos diretos sejam:

Matéria-prima;
Mão-de-obra Direta;
Energia Elétrica.

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Matéria-Prima:
Através das requisições do almoxarifado,
verificou-se a seguinte distribuição:

Produto A R$ 75.000,00
Produto B R$ 135.000,00
Produto C R$ 140.000,00

TOTAL R$ 350.000,00

Formação e Administração de Preços


126

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Mão-de-obra Direta:
Através de tais apontamentos e calculados
os valores, tem-se:
Mão-de-obra indireta R$ 30.000,00
Mão-de-obra direta
Produto A R$ 22.000,00
Produto B R$ 47.000,00
Produto C R$ 21.000,00 R$ 90.000,00
TOTAL R$120.000,00

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Energia Elétrica
Na fabricação dos produtos consumiu-se diretamente R$
45.000,00 e R$ 40.000,00, só serão alocáveis por critério de
rateio.

Energia elétrica indireta R$ 40.000,00


Energia elétrica direta
Produto A R$ 18.000,00
Produto B R$ 20.000,00 R$ 45.000,00
Produto C R$ 7.000,00
TOTAL R$ 85.000,00

Formação e Administração de Preços


127

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Do total de custo de produção: R$ 485.000,00 são diretos e já estão alocados. R$ 225.000,00


precisam ser apropriados.

Diretos (R$) Indiretos TOTAL


A B C (R$) (R$)

Matéria-prima 75.000,00 135.000,00 140.000,00 350.000,00

Mão-de-obra 22.000,00 47.000,00 21.000,00 30.000,00 120.000,00

En. Elétrica 18.000,00 20.000,00 7.000,00 40.000,00 85.000,00

Depreciação 60.000,00 60.000,00

Seguros 10.000,00 10.000,00

Mat. diversos 15.000,00 15.000,00

Manutenção 70.000,00 70.000,00

TOTAL 115.000,00 202.000,00 168.000,00 225.000,00 710.000,00

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

3º passo Apropriação dos custos indiretos

Custos Indiretos: R$ 225.000,00


Critérios de Rateios:
Custos Diretos Totais
Mão-de-Obra
Matéria Prima
Energia Elétrica

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128

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Rateio pelos custos diretos totais

CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS


TOTAL
R$ % % R$

A 115.000,00 23,71 23,71 53.351,00 168.351,00

B 202.000,00 41,65 41,65 93.711,00 295.711,00

C 168.000,00 34,64 34,64 77.938,00 245.938,00

TOTAL 485.000,00 100,00 100,00 225.000,00 710.000,00

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Rateio pela Mão-de-obra


CUSTOS INDIRETOS CUSTOS
MOD DIRETOS
TOTAL
R$ % % R$ R$

A 22.000,00 24,4 24,4 55.000,00 115.000,00 170.000,00

B 47.000,00 52,2 52,2 117.500,00 202.000,00 319.500,00

C 21.000,00 23,3 23,3 52.500,00 168.000,00 220.500,00

TOTAL 90.000,00 100,0 100,0 225.000,00 485.000,00 710.000,00

Formação e Administração de Preços


129

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS


Rateio

Mão-de-obra x Custos diretos totais


%
TOTAL % TOTAL
%

A 23,9 170.000,00 1,0 168.351,00 23,7

B 45,0 319.500,00 7,4 295.711,00 41,7

C 31,1 220.500,00 (11,5) 245.938,00 34,6

TOTAL 100,0 710.000,00 EM RELAÇÃO 710.000,00 100,0

Mão-de-obra custos diretos totais

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Conclusão:
Os custos totais dos
produtos serão diferentes
dependendo do critério de
rateio utilizado.
Não há uma forma perfeita
de se distribuir os custos
indiretos; deve-se procurar
entre as alternativas a que
traz consigo menor grau de
arbitrariedade.

Formação e Administração de Preços


130

ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS

Custos Vendas

Indiretos Diretos
Despesas
Produto A
Rateio
Estoque
Produto B

Produto C Custo Produtos


Vendidos

Resultado

Impacto dos custos financeiro e


tributário sobre o preço

Capítulo 6
67

Formação e Administração de Preços


131

A Influência do Custo do Financiamento

 O Custo de Capital de uma organização


 Decisões de capital - Estrutura de capital – Fontes de recursos
 Investimentos - Aplicações de recursos

Capital de Giro

 Investimentos em capital de giro:

CAIXA Fornecedores

 Estoques
 Produtos acabados e matérias primas.
 Impacto do mix de produtos na gestão
Duplicatas
 Contas a receber Estoques
a receber
 Crédito aumenta venda?
 Quanto custa o crédito concedido?

Vendas

Formação e Administração de Preços


132

Conceitos Fundamentais
Entendendo o negócio:
Os fluxos financeiros surgem a partir das relações ilustradas na figura:

Matéria-Prima Produtos ou serviços


Empresa:
• Estoque
Fornecedores • Equipamentos Clientes
• Funcionários

Contas a pagar Contas a receber

•A matéria-prima (ou produto ou serviço) é fornecida à empresa, gerando contas a


pagar.

•A empresa a processa e vende aos clientes, surgindo as contas a receber.

•Temos principais políticas na empresa: Política de compras, política de


estocagem e política de vendas.

Conceitos Fundamentais

Indicadores de Prazos Médios


PME - Prazo médio de estoque - Exprime o número de
dias, em média, em que os estoques são renovados (ou
vendidos).

PMR – Prazo médio de recebimento - indica o tempo


decorrido entre a venda de seus produtos e o efetivo
ingresso de recursos.

PMC – Prazo médio de compras - exprime o prazo obtido


dos fornecedores para pagamentos das compras de
matérias-primas e/ou mercadorias.

CO – Ciclo Operacional - tempo decorrido entre a


aquisição das matérias-primas/mercadorias e o
recebimento do dinheiro relativo às vendas.

CF – Ciclo financeiro - tempo decorrido entre o


pagamento aos fornecedores e o recebimento do dinheiro
relativo às vendas.

Formação e Administração de Preços


133

Ciclo Operacional – CO

É o tempo decorrido entre a aquisição das matérias-


primas/mercadorias e o recebimento do dinheiro
relativo às vendas.

CO = PME + PMR
Graficamente, assim pode ser representado:

Ciclo Operacional – CO

PME + PMR
85 + 26 = 111 dias
0 DIAS
85 DIAS
30 DIAS 111 DIAS
COMPRA 60 DIAS
90 DIAS

VENDE 120 DIAS

RECEBE

Formação e Administração de Preços


134

Ciclo Financeiro - CF

É o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos


fornecedores pelas mercadorias adquiridas e o recebimento
pelas vendas efetuadas. É o período em que a empresa
necessita ou não de financiamento do seu ciclo operacional.

CF = PME + PMR – PMC


ou
CF = CO – PMC

Ciclo Financeiro - CF

0 DIAS
PME + PMR - PMC
PME = 71 + 14 = 85 CO - PMC
PMR = 26
CO = 111 dias
71
14
30 DIAS
60 DIAS
26
PMC = 71 90 DIAS
VENDE 120 DIAS
PAGA RECEBE
COMPRA

C ICLO FINANCEIRO DE 40 DIAS

Formação e Administração de Preços


135

Conceitos Fundamentais

Os recursos necessários para equilibrar os recebimentos e


pagamentos de curto prazo tem o nome de capital de giro.

Para atingir esse objetivo, é necessário o


acompanhamento dos resultados, por meio de
demonstrativos financeiros.

As principais fontes de informações para a


tomada de decisão é o balanço patrimonial e a
demonstração do resultado do exercício.

Conceitos Fundamentais
O balanço é um retrato instantâneo da situação contábil da
empresa.

ATIVO
APLICAÇÃO DE RECURSOS
Ativo (Bens e Direitos)

Ativo circulante
Passivo (Obrigações)

Passivo circulante
Curto Prazo

passivo
Bens e Direitos
• Caixa • Salários
Capital de Terceiros

• Aplicações financeiras • Contas a pagar


• Contas a receber no (Fornecedores)
curto prazo (Clientes) • Impostos
• Estoques • Dividendos a pagar
ORIGEM DE RECURSOS
Ativo não circulante Passivo não circulante
Obrigações
• Ativo Realizável Longo
Longo Prazo

prazo Obrigações a longo prazo


• Empréstimos
• Investimentos
• Imobilizados Patrimônio líquido
Próprio
Capital

• Intangível • Capital próprio dos


acionistas
• Reservas de lucro
Total Ativo Total Passivo

Fonte: FGV Management Viabilidade Econômica Financeira de Projetos – Pág. 21

Formação e Administração de Preços


136

Conceitos Fundamentais

Capital de giro
Capital circulante líquido (CCL) ou capital de giro líquido (CGL)

CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

APLICAÇÃO DE RECURSOS ORIGEM DE RECURSOS

• Caixa e bancos • Salários


• Aplicações • Fornecedores
financeiras • Impostos e taxas
• Contas a receber Capital • Dividendos
de Giro
• Estoques • Empréstimos

Constitui a parte dos ativos circulantes financiada com recursos de


longo prazo. Ele existe para equilibrar as contas de curto prazo.

Exit

Conceitos Fundamentais

ORIGEM DE RECURSOS

Capital de giro próprio e/ou de terceiros

As empresas devem dimensionar seu capital de giro para não


necessitarem de financiamentos de curto prazo devido ao custo do
capital.

No longo prazo, os recursos de terceiros podem financiar a empresa ou


projeto. Isso pode alavancar tanto os ganhos, quanto as perdas.

Outra forma de financiamento é por meio da obtenção de


capital próprio pela emissão de ações.

Formação e Administração de Preços


137

NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO (NLCG)

As aplicações cíclicas são valores do Ativo financiados pela empresa até


sua realização (ligadas à operação).

As fontes cíclicas são valores financiados por terceiros ligados à área


operacional.

NLCG é a diferença entre as aplicações cíclicas (Ativo Circulante Cíclico


- ACC) e as fontes cíclicas (Passivo Circulante Cíclico - PCC).

O ideal seria que a empresa utilizasse os recursos de terceiros para


cobrir suas aplicações.

Quando isso não acontece, há necessidade de se recorrer a fontes não


diretamente ligadas à atividade e onerosas.

NLCG = ACC - PCC


Exit

NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO (NLCG)


APLICAÇÕES CÍCLICAS – Ativo Circulante Cíclico
É o somatório das contas:
• duplicatas a receber (menos PECLD – Perdas estimadas de crédito de liquidação duvidosa);
• estoques;
• adiantamentos a fornecedores;
• despesas antecipadas.
FONTES CÍCLICAS – Passivo Circulante Cíclico
Corresponde ao somatório das contas:
• fornecedores (de matéria-prima/mercadorias);
• salários a pagar;
• comissões a pagar;
• encargos sociais a recolher (INSS, FGTS);
• imposto de renda retido na fonte (sobre a folha de pagamento);
• contas a pagar (referentes a despesas operacionais: água, energia elétrica,
aluguel, telefone etc.);
• adiantamento de clientes;
• impostos a pagar.

Formação e Administração de Preços


138

NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO (NLCG)

Aplicações -
Fontes = POSITIVA
Cíclicas Cíclicas NCG

Aplicações - Fontes = NEGATIVA


Cíclicas Cíclicas NCG

Quando POSITIVA, significa que a empresa apresenta Necessidade


de Capital de Giro, que deverá ser obtido junto a seus proprietários ou
junto a terceiros (onerosos).

Quando NEGATIVA, significa que a empresa dispõe de sobra de


recursos para o giro, que poderá ser destinada a aplicação no mercado
financeiro.

NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO (NLCG)

Exemplo:

A partir das informações dos balanços de uma empresa obtivemos os


seguintes dados:

Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

Duplicatas a Receber 1.349 1.416 1.486 1.561


Ativo circulante
cíclico (+) Estoques 1.162 1.221 1.282 1.346
(Aplicações)
(=) TOTAL (ACC) 2.511 2.637 2.768 2.907
Passivo
Fornecedores 1.014 922 969 1.020
circulante
cíclico (=)TOTAL (PCC) 1.014 922 969 1.020
(Fontes)
NLCG 1.497 1.715 1.799 1.887
Variação da NLCG 218 84 88

Formação e Administração de Preços


139

NECESSIDADE LÍQUIDA DE CAPITAL DE GIRO (NLCG)

Decisões que afetam as Necessidades Líquidas de Capital de Giro


(NLGC)

Decisões NLCG
Diminuição Prazo Médio Recebimento Vendas Diminui

Aumento Prazo Médio Recebimento Vendas Aumenta

Diminuição Prazo Médio Rotação de Estoques Diminui

Aumento Prazo Médio Rotação de Estoques Aumento

Diminuição Prazo Médio Pagamento Fornecedores Aumento

Aumento Prazo Médio Pagamento Fornecedores Diminui

Obs: A variação da receita operacional bruta do negócio também influi


no aumento ou diminuição das NLCG

Impacto dos Tributos na Composição dos Custos


na Formação dos Preços

 Os tributos, por reduzirem


o valor do faturamento e o
lucro da empresa, devem
ser considerados na
formação de preços

Formação e Administração de Preços


140

Tributos no Brasil

 Código Tributário Nacional


Impostos, Contribuições e Taxas
Federais, Estaduais e Municipais
 Impostos e Contribuições sobre Faturamento/Receitas
IPI, ICMS, ISS, PIS e COFINS
SIMPLES
 Impostos e Contribuições sobre a Renda e lucro
Imposto de Renda – IR, Contribuição Social sobre o
Lucro – CSL
 Impostos sobre a propriedade e sua transmissão
IPVA, IPTU, ITBI, ITR
 Contribuição sobre a folha de pagamento
INSS, PIS/PASEP
 Outros Impostos e Contribuições
IOF

Característica dos Principais Tributos

Tributo Competência Fato Gerador Base de cálculo Cumulativo Alíquotas Incidência


Estados e Distrito Circulação de Indústria e
ICMS Valor da operação Não 7 a 19%
Federal mercadorias Comércio

Prestação de Varia de acordo com


ISS Municipal Valor da operação Sim Serviços
serviços o município 2 a 5%

Obtenção de Lucro real. Industria,


15% + 10%
IRPJ Federal resultados Presumido ou Sim comércio e
adicional
positivos arbitrado serviços
Obtenção de Indústria,
CSLL Federal resultados Resultado positivo Sim 9% comércio e
positivos serviços
Venda de
Variadas (cf.
IPI Federal produtos Valor da operação Não indústria
produto)
industrializados
Sim Presumido - 3% Indústria,
Geração de
COFINS Federal Receitas geradas comércio e
receitas Não Lucro Real - 7,60% serviços
Sim Presumido - 0,65% Indústria,
Geração de
PIS Federal Receitas geradas comércio e
receitas Não Lucro Real - 1,65% serviços
Indústria,
Geração de
Simples Federal Receita bruta Sim Variadas comércio e
receitas
serviços

Formação e Administração de Preços


141

Métodos de definição de preços

Capítulo 7
81

Método de Definição de Preços

1. Baseados em custos
a) Acréscimos ao custo;
b) Análise do ponto de equilíbrio;

c) Taxa de retorno

2. Baseados na demanda
a) Análise do ponto de equilíbrio
b) Estimativa da demanda

3. Baseados na concorrência

Formação e Administração de Preços


142

Baseados em Custo

Fixação de preços baseada no Custo

Produto Custo Preço Valor Cliente

Métodos utilizados:
a) Acréscimo ao custo (Mark-up)
b) Análise do Ponto de Equilíbrio
c) Taxa de retorno

Embora não seja o método mais indicado, é muito utilizado.

Determinação de Preços através do Mark-up

 No conceito de mark-up, marcamos o


preço em função dos custos, de acordo
com um percentual calculado.

 Mark-up é muito adotada por varejistas


e revendedores.

Exit

Formação e Administração de Preços


143

Exemplo de Cálculo do Preço Venda

Compra de dois tipos de mercadorias:


1º) 100 calças ao preço unitário de R$ 20,00
totalizando R$ 2.000,00;
2º) 150 camisas ao preço unitário de R$ 18,00
totalizando R$ 2.700,00.
Valor total da compra = R$ 4.700,00.
IMPOSTOS E FRETE:
- IPI = 10%;
- ICMS 17%, e;
- Frete de R$ 300,00.

Exemplo de Cálculo do Preço Venda

Para cálculo do Custo de Aquisição da Mercadoria vamos utilizar a


seguinte fórmula:

CAM = PUC + IPI + Frete – ICMS

Onde:
• CAM =Custo de Aquisição de Mercadoria
• PUC = Preço Unitário de Compra
• IPI =Imposto s/ Produtos Industrializados
• ICMS =Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços

Formação e Administração de Preços


144

Produto PUC IPI Frete Soma ICMS CAM


Calça 20,00 2,00 1,20 23,20 3,74 19,46
Camisa 18,00 1,80 1,20 21,00 3,37 17,63
10% do preço de compra
20,00 + 2,00 = 22,00 x 17% = 3,74
300,00 (frete) / 250un (100 calças e 150 camisas) = 1,20

Os custos variáveis de venda (CVV):


ICMS 17,00%
PIS 0,65%
COFINS 3,00%
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 1,08%
IRPJ (Lucro Presumido) 1,20%
COMISSÃO 3,00%
Soma 25,93%

Custos Indiretos / Fixos


Custo fixo total médio nos últimos 6 meses = R$ 1.850,00, e, no mesmo período
auferiu uma receita bruta média = R$ 18.500,00.
Apurar a relação entre o custo fixo médio e a receita bruta média, utilizando a
seguinte fórmula:
CF% = (CFM / RBM) x 100
Onde:
CF% = percentual do custo fixo em relação a receita bruta;
CFM = Custo Fixo Médio;
RBM = Receita Bruta Média

Logo temos: CF% = (R$ 1.850,00 / R$ 18.500,00) x 100


CF% = 10%

CF% = 10% significa que cada mercadoria vendida deverá suportar 10% dos custos
fixos, através de suas vendas.

Formação e Administração de Preços


145

Determinação de Preços através do Mark-up


Margem de Lucro = ML
É o lucro esperado depois de pago todos os
custos.

Para fixação da ML a empresa deverá ficar atenta,


e verificar também o preço praticado pelo
mercado.

Vamos utilizar para as duas mercadorias uma ML


de 10%.

Agora já temos todos os elementos para calcular o


preço de venda da mercadoria, assim, vamos
encontrar a Taxa de Marcação ou Mark Up.

O Mark Up é o fator que vai definir o preço de


venda da mercadoria.

Fórmula para calcular o Mark-up

100
Mark Up =
100 - (CF% + CVV + ML)
Onde:
CF% = custo fixo médio percentual em relação à receita bruta média – 10%
CVV = custos variáveis de venda – 25,93%
ML = margem de lucro – 10%

Agora, vamos executar a fórmula aplicando os índices encontrados anteriormente:

100 100
Mark Up = Mark Up = = 1,85
100 - (10 + 25,93 + 10) 54,07

Formação e Administração de Preços


146

Com o Mark Up de 1,85, vamos calcular o preço de venda das mercadorias


aplicando a fórmula:

PV = CAM x Mark Up
Onde:
CAM = Custo de Aquisição da Mercadoria, e;
Mark Up = Taxa de Marcação.

Assim, temos:
Calça: PV = R$ 19,46 x 1,85 = R$ 36,00
Camisa: PV = R$ 17,63 x 1,85 = R$ 32,62

É importante verificar o
regime tributário para o cálculo
das alíquotas dos impostos e
contribuições, assim, é
recomendável consultar o
contador.

Preços através do Mark-up nos Serviços

Formação e Administração de Preços


147

Custos e Mark Up na prestação de serviços Serviços de terceiros


Cálculo do custo bruto dos serviços

Custo de Mão de obra própria + encargos


(-) Impostos Recuperáveis
PIS (apenas em serviços com Lucro Real) impostos dos serviços de terceiros
COFINS (apenas em serviços com Lucro Real)
1. = Custo bruto dos serviços

Cálculo do Mark Up ou Taxa de Marcação - TM


2. Custos Fixos (CF% - percentual do custo fixo em relação a receita bruta)
(+) outros custos da prestação de serviços (Fixos) CF% = (CFM / RBM) x 100
Administração (água, luz, aluguel, etc..) Onde:
Treinamento CF% = percentual do custo fixo em relação a
Custos financeiros receita bruta;
Custos comerciais CFM = Custo Fixo Médio;
Outros custos RBM = Receita Bruta Média
3. Margem de Lucro
(+) margem de lucro % da margem de lucro
4. Custos Variáveis sobre a venda
(+) Impostos incluídos no preço de venda Lucro Presumido
- PIS 1,65% Lucro Real ou 0,65% Lucro presumido 0,65% + 3% + 5% + 10% = 18,65%
- COFINS 7,6% Lucro Real ou 3% no Lucro presumido
- ISS de 2% a 5% dependendo do município Lucro Real
- Comissão (exemplo com comissão de 10%) 1,65% + 7,6% + 5% + 10% = 24,25%

5.

Preço dos serviços => Custo Bruto dos serviços x Mark Up ou TM

Determinação de Preços através da Análise do Ponto de Equilíbrio

A análise de ponto de equilíbrio é um método para se definir o número mínimo de


unidades que tem que ser vendidas, a um determinado preço, de forma a cobrir todos os
custos (fixos mais variáveis).

R$ RECEITAS
Ponto de equilíbrio TOTAIS

p
CUSTOS VARIÁVEIS CUSTOS
TOTAIS
CUSTOS FIXOS

q Quantidade

Formação e Administração de Preços


148

Determinação de Preços através da Análise do Ponto de Equilíbrio

Ponto de equilíbrio em quantidade

RT = GT
GT = GVT + GF
GVT = GV x q
RT = GV x q + GF
RT = p x q
p x q = GV x q + GF
p x q - GV x q = GF
q = GF .

q (p-Gv) = GF P - GV. v

Determinação de Preços através daPonto


Análise dode equilíbrio
Ponto de Equilíbrio

PONTO DE EQUILÍBRIO EM REAIS = q x p

IMC = ÍNDICE MARGINAL


DE CONTRIBUIÇÃO

Formação e Administração de Preços


149

Determinação de Preços através da Análise do Ponto de Equilíbrio

Determinação de preço de venda para atingir o ponto de


equilíbrio CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO

UMA EMPRESA APRESENTA OS SEGUINTES DADOS:

CUSTOS VARIÁVEIS: R$ 6,00/U

CUSTOS FIXOS: R$ 40.000,00/ANO

PREÇO: R$ ?????

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: R$ 100.000,00

TX. MÍNIMA DE RETORNO: 10% AO ANO

DEPRECIAÇÃO: R$ 8.000,00/ANO

VOLUME ESTIMADO: 10.000 UNID/ANO

Determinação de preço de venda para atingir o


ponto de equilíbrio CONTÁBIL

• CUSTOS VARIÁVEIS: R$ 6,00/U q = CF .


• CUSTOS FIXOS: R$ 40.000,00/ANO
• VOLUME ESTIMADO: 10.000/U
P - Cvv

40.000 40.000 PV - 6 = 4 PV = R$ 10,00


10.000 = PV - 6 =
PV - 6 10.000

Receita R$ 100.000,00
Custos Variáveis R$ 60.000,00
Custos Fixos R$ 40.000,00
Resultado R$ -

Formação e Administração de Preços


150

Determinação de Preços em função da Taxa de Retorno

 custo de capital, ou seja, o retorno


(rentabilidade) mínimo exigido sobre os
investimentos realizados – sendo tal retorno
definido como a razão entre lucro e ativos.

 Esse método de definição de preço é um


caso particular do cálculo do ponto de
equilíbrio com uma meta de lucro definida:

 Lucro meta = Investimento no produto x Taxa


de retorno exigida pelo acionista

Determinação de preço de venda para atingir o


ponto de equilíbrio Econômico

Um resultado contábil nulo significa que,


economicamente, a empresa está perdendo (pelo
menos o juro do capital próprio investido).

q = CF + CO .
P - Cvv
Onde:
CO = Custo de oportunidade

Formação e Administração de Preços


151

Determinação de preço de venda para atingir o


ponto de equilíbrio Econômico

CUSTOS VARIÁVEIS: R$ 6,00/U


CUSTOS FIXOS: R$ 40.000,00/ANO
q = CF + CO
VOLUME ESTIMADO: 10.000/U . P - Cvv
CUSTO DE OPORTUNIDADE: R$ 10.000,00

40.000 + 10.000 50.000


10.000 = PV - 6 = PV - 6 = 5
PV - 6 10.000

PV = 11,00

Receita R$ 110.000,00
Custos Variáveis R$ 60.000,00
Custos Fixos R$ 40.000,00
Resultado R$ 10.000,00

Determinação de preço de venda para atingir o ponto de


equilíbrio Financeiro

O PEF aponta a quantidade para cobrir somente as


necessidades de caixa.

q = CF – gastos não financeiros


. P - Cvv

Gastos não financeiros = depreciação, juros apropriados


e não pagos e etc.

Formação e Administração de Preços


152

Determinação de preço de venda para atingir o ponto de


equilíbrio Financeiro

CUSTOS VARIÁVEIS: R$ 6,00/U


CUSTOS FIXOS: R$ 40.000,00/ANO
q = CF + CO
VOLUME ESTIMADO: 10.000/U . P - Cvv
DEPRECIAÇÃO: R$ 8.000,00

40.000 - 8.000 32.000


10.000 = PV - 6 = PV - 6 = 3,20
PV - 6 10.000

PV = 9,20

Receita R$ 92.000,00
Custos Variáveis R$ 60.000,00
Custos Fixos R$ 40.000,00
Resultado R$ - 8.000,00

Métodos Baseados na Demanda


Análise do ponto de equilíbrio modificada

Estimativa da demanda

 Elasticidade preço da demanda


• Mensuração do comportamento da demanda ante variações nos
níveis de preços.
• E= - (%variação quantidade / % variação preço)
• Demanda Elástica: E > 1
• Demanda Inelástica: E < 1

 Metodologias de mensuração da elasticidade


• Julgamento de especialistas
• Entrevistas com consumidores
– Perguntas diretas com preço
– Questões combinadas
• Experimentos com preço
• Análise de dados históricos

Formação e Administração de Preços


153

Estimativa da Demanda
 A elasticidade preço da demanda indica o efeito nos volumes, a partir de
variações no nível de preço de um produto
E= %variação quantidade
% variação preço

E= 100% = 4 E= 5 % = 0,2
25% 25%
Demanda Elástica: E > 1 Demanda Inelástica: E < 1
Preço Preço

20,00 20,00

15,00 15,00

Quantidade Quantidade
100 200 100 105

Demanda Elástica Demanda Inelástica


Exit

Estimativas da Demanda

 Determinantes da Elasticidade

 Disponibilidade de substitutos - quanto


maior, mais elástica é a demanda.

 Quanto mais supérfluo, mais elástica é


a demanda.

 Proporção do orçamento pessoal gasto


no item quanto maior, mais elástica é a
demanda.

Exit

Formação e Administração de Preços


154

Estimativa da Demanda

Receita = Q x P

 Demanda elástica: quando a EPD > 1,0:

 P aumenta 10%, Q demandada diminui mais de 10%


 Neste caso a receita da empresa diminui.

 Demanda inelástica: quando a EPD < 1,0:

 P aumenta 10%, Q demandada diminui até 10%


 Neste caso a receita da empresa aumenta.

Exit

Análise do Ponto de Equilíbrio Modificada

 Incorpora considerações sobre demanda ao modelo tradicional;


 A vantagem da utilização do modelo é que o profissional passa a
ponderar se os consumidores estariam dispostos a comprar a
quantidade necessária para se atingir o ponto de equilíbrio ao preço
determinado;
 O modelo também deixa claro que nem sempre maiores quantidades
de venda levam a maiores lucros, caso o estímulo ao aumento de
vendas advenha de uma redução de preços;
 Esse modelo não leva em conta de forma precisa a reação da
concorrência, que pode também baixar ou aumentar os preços ou
realizar ações de marketing e assim alterar a expectativa de
quantidades a serem vendidas pela empresa.

Formação e Administração de Preços


155

Preço 15 10 9 8 7
Quant. Vendida * 2.500 10.000 13.000 14.000 15.000
Receitas Receita Total 37.500 100.000 117.000 112.000 105.000
Custo Fixo Total 40.000 40.000 40.000 40.000 40.000
Custo Variável unitário 5 5 5 5 5
Custo Variável Total 12.500 50.000 65.000 70.000 75.000
Custos Custo Total 52.500 90.000 105.000 110.000 115.000
Ponto de Equilíbrio ** 4.000 8.000 10.000 13.333 20.000
Lucro ou Prejuízo - 15.000 10.000 12.000 2.000 - 10.000

** Quantidade de produtos no ponto de equilíbrio


* Expectativa de vendas com o preço dado

Análise do Ponto de Equilíbrio Modificada


15.000 12.000 Lucro ou Prejuizo Preço 20
10.000
10.000
5.000 2.000 15
15
-
10
-5.000 10 7
9 8
-10.000 -15.000 5
-15.000 -10.000
-20.000 -
1 2 3 4 5

Métodos Baseados na Concorrência

 Uma política robusta de fixação de preços não pode


ignorar os preços cobrados pela concorrência;

 O consumidor avalia a relação custo/benefício dos


produtos concorrentes ou substitutos;

 Em um mercado de (Commodities), ou decisão de


compra se baseia no preço, então a melhor pratica é
efetivamente cobrar preços na média da concorrência;

 Nas indústrias em que existe um líder (Coca-Cola,


Unilever, etc), frequentemente as empresas
estabelecem seus preços como um desconto em relação
aos preços praticados pelo líder.

Exit

Formação e Administração de Preços


156

Políticas e administração de preços

Capítulo 8
97

Políticas Gerais de Preço

A. A política de preços é a responsável pela


obtenção do equilíbrio operacional.
Resultado de políticas mercadológicas,
tributárias e financeiras.

B. É fundamental definir:
 os níveis de preços necessários para a
obtenção desse Equilíbrio.
 as Margens de Contribuição
resultantes das condições comerciais.
 os efeitos da inflação e dos prazos na
formação dos preços de venda.
 o Capital de Giro originado por cada
produto comercializado.

Formação e Administração de Preços


157

Políticas Gerais de Preço

 A política de preços é parte do planejamento estratégico.

 Entender o presente, Antecipar o Futuro e Extrair o melhor


dos dois.

 Contribui para o posicionamento estratégico da empresa e


seus produtos, reforçando os atributos da marca/produto.

Políticas Gerais de Preço

 Ao posicionar um produto ou
serviço que tem concorrentes
ou substitutos, a empresa pode
escolher entre três políticas de
posicionamento que associam o
preço à qualidade do produto:

 Preço Premium;
 Preço baseado na concorrência;
 Preço de economia.

Formação e Administração de Preços


158

Políticas de Preços para Novos Produtos

 Ao estabelecer o preço de um novo


produto ou serviço, considera-se
escolher entre três políticas de
preços:

 Desnatação de Mercado;
 Penetração de Mercado;
 Recuperação rápida do
investimento.

Políticas de Preços para Novos Produtos

Preço Inicialmente alto, para recuperar rapidamente os


custos de desenvolvimento de um novo produto, será
baixado gradativamente depois.
Preço de Desnatamento (Skimming)

Políticas de Preços para Novos Produtos


230 Penetração Desnatamento
180 175 170 180
180 160
138 135 130
130 110 115 110
100 129 130 135 100
80
1 trimestre 2 trimestre 3 trimestre 4 trimestre 1 trimestre 2 trimestre 3 trimestre 4 trimestre

Preço Baixo que visa atrair o mercado alvo para um novo


produto.
Preço de Penetração

Formação e Administração de Preços


159

Políticas de Preços para Novos Produtos

 Recuperação rápida do
investimento
 É utilizada no lançamento de
produtos com ciclo de vida curto
e com características de agora ou
nunca (one shot sale), como
filme e livros;
 Pode-se adotar esta política
quando não há barreiras à
entrada de novos concorrentes e
quando há baixa fidelidade dos
consumidores ou baixo custo de
mudança.
Exit

Preço de Serviços

A maior parcela dos custos dos serviços


advém dos custos fixos, ou seja, do custo
de tornar o serviço disponível ao
consumidor.

Ao precificar o preço dos serviços, deve-se


levar em consideração alguns aspectos:

 Intangibilidade;
 Customização;
 Qualidade;
 Variabilidade nos custos;
 Influência do tempo;
 Elevada proporção de custos fixos.

Formação e Administração de Preços


160

Preço do Composto de Produtos

 As empresas oferecem uma variedade


de produtos ou serviços. Podem
adotar estratégias e políticas de preços
diferenciadas para cada produto, mas
sempre buscando atingir o objetivo de
lucro com o mix de produtos:

 Preços para uma linha de produtos;


 Preço do produto cativo;
 Preço para “pacote”;
 Preço de subprodutos.

Adequação de Preços
As empresas devem fixar e periodicamente adequar os preços dos
bens ou serviços às situações específicas de venda. Conforme seus
objetivos de:
 posicionamento,
 sazonalidades,
 público-alvo,
 área geográfica,
 canal de distribuição,
 política de crédito e cobrança,
 reação dos consumidores e da
concorrência,
 circunstâncias gerais do
macroambiente.

Formação e Administração de Preços


161

Adequação de Preços

diversas práticas usuais das empresas


como resposta a essas situações:

 Preços psicológico;
 Preço de referência;
 Preço isca;
 Preço a prazo;
 Preço com desconto;
 Preços geográficos;
 Preços diferenciados;
 Preço de transferência.

Variações de Preços

Reduções de preços:

 Excesso de capacidade de produção;


 Maior participação no mercado;
 Reação à concorrência.

Aumento de preços:

 Inflação de custos;
 Realinhamento de preços;
 Demanda aquecida.

Formação e Administração de Preços


162

Variações de Preços

 As empresas preferem reajustar os seus


preços gradativamente, em vez de promover
aumentos substanciais, que são percebidos
como abusivos pelos consumidores.

 Alternativamente adotam outras técnicas com


o intuito de manter ou mesmo aumentar as
suas margens de lucro:

 Redução do tamanho do produto;


 Simplificação das características do produto;
 Substituição de componentes;
 Supressão de serviços agregados.

Reações às Variações de Preços

Reações dos clientes


 Sensíveis às variações de preços quando o produto ou serviço é
de uso habitual, quando seu valor unitário é elevado; e quando
existem substitutos próximos no mercado.

Reações dos concorrentes


 Quanto mais homogêneo o produto e quanto menor o numero
de concorrentes, maior a tendência de que haja reação dos
concorrentes às variações nos preços promovidas pela
empresa.

Reações da empresa
 Nem sempre a empresa deve acompanhar as reduções de
preços dos concorrentes. Antes de retaliar, ela deve considerar
seu objetivo de longo prazo e examinar até que ponto uma
guerra de preços pode piorar sua situação e a da indústria.

Formação e Administração de Preços

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