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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE

Laboratório de Eletrônica Industrial 26/09/2022


Prática No 04
Prof. René P. T. Bascopé
Grupo:
1.- Vinícius Rebouças Cortêz - 399754
2.- Vinícius Vasconcelos do Rêgo - 475196
3.- Pedro Herysson Almeida da Silve - 472178

ENSAIO DE SENSOR DE CORRENTE DE EFEITO HALL

1. Introdução

Nas aplicações práticas são usados dois tipos de sensores de corrente, uma de
característica resistiva e a outra de efeito HALL. Normalmente, o material dos sensores
resistivos é o CONSTANTAN que resulta de uma liga metálica composta por cobre, níquel e
manganês, e tem como características a pouca influência da temperatura na sua resistência,
onde tais sensores são mostrados na Figura 1(a). O segundo tipo, chamado de efeito HALL,
usa o princípio eletromagnetismo e tem como característica principal seu isolamento
galvânico entre o circuito de potência e o circuito de saída. Para ilustrar, são mostrados
sensores de corrente dos fabricantes LEM e ALLEGRO MicroSystems, ilustrado nas Figuras
1(b) e 1(c).

(a) (b) (c)

Fig. 1. Sensores de corrente, (a) Resistivos, (b) e (c) efeito HALL da LEM e da ALLEGRO.

2. Objetivos

O objetivo da prática é mostrar o princípio de funcionamento de um sensor de corrente


de efeito HALL após sua correta polarização. Nesta prática será mostrada a corrente de
entrada de um retificador monofásico de onda completa de diodos de silício.

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3. Procedimento de Montagem do Circuito

(A) Materiais e Instrumentos

Para esta prática são necessárias, um variador de tensão alternada (Figura 2(a)) e uma
fonte de alimentação de tensão contínua para polarizar o sensor de corrente (Figura 2(b)).

(a) (b)
Figura 2. (a) Fonte de alimentação, (b) bateria.

Os materiais e instrumentos necessários para a prática são:

1 variador de tensão alternada


1 fonte de alimentação de tensão contínua
1 osciloscópio
1 ponte retificadora a diodos
1 capacitor eletrolítico
1 módulo de carga resistiva
1 sensor de efeito HALL da Allegro Micro System
1 voltímetro de tensão alternada
1 voltímetro de tensão contínua

(B) Procedimento de Montagem

O circuito de montagem é mostrado na Figura 3.

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(a)

(b)
Figura 3. (a) Circuito de montagem, e (b) tensão de saída do sensor em função da
corrente de entrada.

Passo 1. Antes de iniciar a montagem, a tensão nos terminais do variador deve ser
zero e o disjuntor em circuito aberto;
Passo 2. Montar o circuito de potência da Figura 3(a). Recomenda-se ter muito
cuidado com a montagem do capacitor eletrolítico tocante a sua polaridade;
Passo 3. Polarizar o sensor ACS752SCA-050 usando uma fonte de tensão CC
conforme o circuito da Figura 3(a);
Passo 4. Sob tensão zero nos terminais do variador, fechar o disjuntor;
Passo 5. Logo subir a 10 V rms, e usando uma ponteira de corrente do osciloscópio,
verificar a circulação de corrente de entrada;
Passo 6. Uma vez identificado o crescimento da corrente, aumentar a tensão de
entrada até 110 V rms. Nesta situação, a corrente pulsada de entrada deve atingir um
pico em torno de 15 A;
Passo 7. Logo, usando osciloscópio fazer a medição tensão de saída do sensor. O
valor de pico de tensão de saída do sensor deve obedecer a curva mostrada na Figura
3(b).

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Passo 8. O formato do sinal de tensão de saída do sensor deve ser similar ao formato
da corrente de entrada. Neste sensor, para uma corrente de 0 A (corrente nula) a
tensão de saída do sensor já é 2,5 V (offset), aproximadamente.

4. Conclusões

(a) Explicar a importância da prática considerando suas aplicações do sensor.


Esta prática é de extrema importância para aplicações em eletrônica de potência, pois
existem muitos casos em que não deseja-se apenas uma malha de controle de tensão, mas
também do controle de corrente como por exemplo em carregadores de bateria, em que a
corrente de carga limitada em um certo valor estipulado pelo fabricante para que esta não se
danifique.
Em aplicações em que deseja-se injetar potência na rede elétrica, uma malha de
corrente também faz-se necessária a fim de obter-se o fluxo de energia desejado. Todas estas
aplicações necessitam de um sensor de corrente.
Sendo assim, compreender como obter esta medição é de fundamental importância em
muitas aplicações em eletrônica de potência e esta prática foi deveras importante.

(b) Comentar as dificuldades da montagem.


Por conta do modelo de sensor utilizado ter dois terminais de potência (mais espessos)
e três terminais de sinal bem mais finos, realizar a montagem em bancada com as ferramentas
disponíveis apresentou um certo grau de complexidade.
Primeiro, foi necessário soldar nos terminais de potência dos sensores, cabos
unipolares com conectores olhal em sua outra extremidade para interfaceamento com as
placas de ensaio disponíveis. Além disso, utilizou-se uma protoboard para conectar os pinos
de sinal, fazendo com que o sensor fique com uma certa torção, o que com falta de cuidado
poderia vir a quebrar um dos pinos.
Quanto ao circuito elétrico, foi orientado pelo professor utilizar um filtro na saída de
leitura do sensor para filtrar qualquer ruído, ajustar estes valores de filtro foi uma outra
dificuldade, mas com o auxílio do professor acabou dando certo.

(c) Em aplicações com controle analógico a tensão de offset de saída (2,5 V) é


problemática, porém, é possível eliminar usando um regulador TL431 e um circuito
amplificador de diferenças. Recomendo simular o circuito citado e mostrar resultados.
Para poder retirar o offset de 2,5V foi usado um regulador shunt TL431, que quando
recebe corrente contínua e sofre de realimentação, tende a deixar a tensão de referência em
2,496V, como mostra a imagem abaixo:
Figura 4: Regulador Shunt.

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Fonte: Própria autoria.
Além disso foi usado um circuito de amplificador operacional somador subtrator,
demonstrado abaixo:
Imagen XX: Amplificador Subtractor.

Fonte: Udesc.
Com base nesses dois circuitos podemos criar uma solução para remover o offset
gerado pelo sensor Hall utilizado na prática, para isso basta utilizamos como Vb a tensão de
saída do sensor Hall, como Va a tensão de referência do regulador Shunt, e utilizarmos todos
os resistores do circuito subtrator do amplificador operacional sendo iguais, porém para evitar
distorções na tensão de referencia do regulador Shunt, vamos adotar valores de resistência de
ordem maior que 1kΩ para garantir a não interferencia de Va em Vb, escolhendo no caso
resistorres de 100kΩ, seguindo essas especificações teremos que a tensão de saída do circuito
subtrator Vout será dada por:
100𝑘 100𝑘 + 100𝑘 100𝑘
𝑉𝑂𝑈𝑇 = 100𝑘 100𝑘 + 100𝑘 𝑉𝑏 − 100𝑘 𝑉𝑎 = 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 𝑉𝐻𝐴𝐿𝐿 − 𝑉𝑅𝑒𝑓 = 𝑉𝐻𝐴𝐿𝐿 − 2, 496𝑉

Com base nesses cálculos teóricos foi montado e simulado esse circuito no PSIM e foi
obtido as seguintes formas de onda:
Figura 5: Circuito compensador de offset simulado.

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Fonte: Própria autoria.

Figura 6: Circuito compensador de offset simulado.

Fonte: Própria autoria.


Pelas formas de ondas simuladas acima podemos perceber que o circuito
compensador de offset foi um sucesso, pois mantivemos a mesma forma de onda do sensor
Hall porém com um offset reduzido, pois esta está centrada em 0 e mantendo a mesma
amplitude e momento dos picos de tensão demonstrados na prática.
Além disso uma coisa que deve ser levada em consideração é que o simulador durante
a simulação teve uma certa distorção do esperado nos primeiros momentos, isso ocorre
devido ao regime transitório do circuito, que foi inicializado com condições iniciais nulas,
porém após esse regime o sistema entra em regime permanente e apresenta os valores
esperados.
5. Referências Bibliográficas
[1] Allegro MicroSystems. “Fully Integrated, Hall Effect-Based Linear Current Sensor IC
with 3 kVRMS Voltage Isolation and a Low-Resistance Current Conductor”, Catálogo. 2022.

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[2]Udesc.br-
https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/9731/AMPLIFICADOR_OPERACIONAL_
05_18_15641494552497_9731.pdf
Acessado dia 03/10/2022 - 20:27.

Anexos

Eletrônica Industrial

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