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Atividade de Fórum 03- Estudo Dirigido II

Nomes: Emilly Thaís Souza Ribeiro, Rubia Padilha Lima, Luiza Eduarda Menezes e Emanuela Sofia
Silva de Jesus.

QUESTÃO 01

Discuta como o método científico foi compreendido pelos empiristas ingleses e quais são as
principais críticas que Popper faz a essa escola de pensamento. Na sua discussão, refira-se ao
conceito de “falseamento”.

Os empiristas inglês, compreendia o método científico por meio da indução empírica ( feita pela
observação) como um critério de distinção entre o que seria ou não ciência, junto a isso, o
positivismo inglês enfatiza a ciência e o método científico como única fonte do conhecimento.

Em contrapartida, Popper crítica o indutivismo, que, pra ele, recai inevitavelmente numa regressão
ao infinito, mas ele afirmava seu método hipotético-dedutivo. Além disso, acreditava que para ter
um método científico era necessário ter princípio fundamental do seu falsificacionismo a partir do
qual se poderia determinar a cientificidade de uma proposição: uma proposição só pode considerar-
se científica, se dela for possível deduzir um conjunto de enunciados de observação que possam
falsificá-la, ainda que não a falsifiquem necessariamente. É o fato de uma teoria científica poder ser
teoricamente falsificável que determina a sua cientificidade, é esse fato que permite avaliar o seu
grau de verossimilhança e que, em última análise, a afasta e demarca de teorias pseudo-científicas,
como a Astrologia.

QUESTÃO 02

Como as escolas formalista (Positivismo/Neopositivismo) e historicista (Kuhn) se distinguem nas


suas concepções de como “funciona” a ciência? Em sua discussão, lembre-se de utilizar os
conceitos de “ciência normal” e “paradigma” de Kuhn.

Estas duas correntes, que formam as escolas formalistas, pregam que a ciência é completamente
racional, controlada e linear. Isso significa que a evolução científica é constante e regular. Ao
contrário do pensamento de ciência linear das escolas formalistas, Kuhn defende que a ciência é
formada por paradigmas.

Ao contrário do pensamento de ciência linear das escolas formalistas, Kuhn defende que a ciência é
formada por paradigmas.

O paradigma é a resposta aceita pelos demais em relação a um determinado problema, esse


momento de aceitação é chamado por ele de ciência normal. Porém com o tempo surgem novos
conhecimentos, novos estudos, aparecem novas contradições e inconsistências, então o paradigma
é refutado.

Sem a crença naquele paradigma e resposta parente ao problema, a ciência entra em crise,
buscando uma nova resposta, até que surge um novo paradigma aceito por todos.

Sendo assim, eventualmente esse processo se repete, onde podemos entender que a ciência de
Kuhn é cíclica, seguindo sempre este modelo.
QUESTÃO 03

Em seu livro “Um discurso sobre as ciências”, Boaventura Santos defende que a ideia de que
estaria para ocorrer uma transição de paradigma na ciência contemporânea, levando a uma
aproximação entre as diferentes disciplinas científicas e entre a ciência com o senso comum. Quais
são os principais argumentos que ele utiliza para defender seu ponto de vista?

Boaventura vai defender em sua obra que estamos em um momento de transição por onde se
remete uma crise final do positivismo e das ciências naturais, levando a centralização das ciências
sociais e a busca de um novo senso comum, além disso ele apresenta críticas a ciências sociais e
naturais.

-"Todo conhecimento é total e local." para Boaventura na modernidade os cientistas não conciliam
as ciências, no entanto, elas não possuem uma ligação gerando consequências ruins para o
conhecimento e o cientista. Entretanto no paradigma emergente a ciência é compartilhada.

-"Todo conhecimento científico natural também é científico social." Boaventura vai explicar que a
diferença na modernidade entre ciências naturais e sociais não existem mais. Ele diz que nenhuma
ciência se sobrepõem, e sim, fazem parte uma da outra.

QUESTÃO 04

Apresente os principais argumentos expostos no primeiro capítulo do livro Metodologia das


Ciências Sociais (1986) por Silva e Pinto quando defendem que as Ciências Sociais fazem três
rupturas em relação ao senso comum: natureza x cultura, indivíduos x sociedade e nós x os outros.
Em sua resposta, dê exemplos que explicitem as posições dos autores, mas que já não tenham
sido utilizados por eles, por favor.

O conhecimento de senso comum é aquele criado e estabelecido pelos indivíduos de uma


sociedade, este pode ser hereditário, cultural, étnico etc. As ciências sociais agrupam um conjunto
de áreas humanas capazes de estabelecerem conexão entre si com intuito de compreender e
estudar os muitos aspectos aos quais uma sociedade agrupa. Silva e Pinto afirmam que as ciências
sociais realizaram rupturas após estabelecerem seus métodos de análise próprios. No que diz
respeito à natureza x cultura os autores trazem algumas nomenclaturas que traduzem essa “junção”
por outra perspectiva, o biologismo, por exemplo, tende a analisar a relação do homem com a
cultura e o homem enquanto indivíduo pela mesma ótica que avaliam o comportamento animal,
sabe-se que essas teorias têm embasamento nas afirmativas darwinistas, e, que, atualmente não
mais são utilizadas nas ciências sociais, a não ser para comparação e/ou afirmações de outras
pesquisas, como o darwinismo social. As ciências sociais entendem que vários âmbitos incutem na
biologia, sendo também transformada pela sociedade: “a ação do homem está em permanente
tensão com as suas bases e limites biológicos.” (SILVA E PINTO, 1989, p. 33). Outro fator, a geografia,
também transformou-se, não mais se estuda apenas aquilo que diz respeito a regionalidade de um
espaço físico ou o sistema que constitui a demografia, mas , também as especificidades daqueles
que estão presentes nestes meios sociais. Um exemplo dessa transformação social, é o fato de que
existem meios sociais comuns a certos grupos, que não o são a outros, a possibilidade de se
encontrar pessoas pretas em cargos de liderança e prestígio, são bem menores que a mesma
situação com pessoas brancas, isso diz muito sobre o tipo de sociedade que estamos construindo. A
respeito de indivíduo x sociedade, têm uma análise no que tange às especificidades da
individualização das pessoas em contraponto com o todo que abrange a sociedade. O indivíduo,
apesar de ser um só, é capaz de transitar no meio em que vive, recebendo e “dando” informações,
experiência etc. Os autores chamam a atenção para os líderes, que, por serem parte importante na
construção de um grupo devem ter em mente tal responsabilidade sobre as ações dos outros.
Estamos designados a reproduzir ações, pensamentos etc. Um exemplo possível seria o fato de
certos indivíduos ocuparem a mesma vaga em determinado setor de uma empresa, e um destacar-
se mais que o outro. Se ambos detém dos mesmos meios para realizarem certa atividade,
racionalmente deveriam ter o mesmo desempenho mas isso não acontece, isso pode ocorrer devido
a muitos fatores, a maneira que o indivíduo se relaciona com o meio social, entre outros. A respeito
da ruptura de “nós e os outros", diz sobre nós, enquanto pertencentes a um mesmo grupo, os
comuns, e os outros, justamente aqueles que se distanciam e se diferem de “nós”, por diversos
fatores. Pode-se chamar essa relação de etnocentrismo, quando observa-se uma cultura/povo da
ótica de sua própria cultura/povo. Existem formas etnocêntricas que baseiam-se no preconceito,
racial, ideológico etc. Existe uma dificuldade com relação a este fato quando esse etnocentrismo
vem velado e oculto. O que será comum à natureza humana?! Um exemplo que pode clarear essa
divergência etnocêntrico, é o modo de se fazer ciência na antiguidade e o modo que vemos e a
praticamos atualmente, é divergente, porém, não podemos dizer que em todas as vezes que se
tentou ou se concluiu de fato uma pesquisa científica, essa não acatou a realidade. Contudo, o
objetivo das ciências sociais não é o de destruir ou retirar a relevância com a qual o senso comum
carrega, mas, deixar claro as diferenças existentes.

QUESTÃO 5

A partir do texto de Minayo discuta as semelhanças e as diferenças entre as teorias de Marx e


Durkheim e Weber em relação a cada um dos itens abaixo:

1. Objetividade e à neutralidade do método científico nas Ciências Sociais

Acerca da neutralidade científica para Durkheim, assim como Weber, acreditava que o pesquisador
pudesse afastar-se de suas concepções de mundo (ideologias), se calar diante de suas paixões e se
isentar de seus “preconceitos”. Durkheim pregava a objetividade na análise dos fatos sociais. Para
ele, ao analisar uma sociedade, o pesquisador deve manter certa distância de seu objeto, ocorrendo
com isso a neutralidade científica.O positivismo de Durkheim diz que existe uma distinção
fundamental entre fato é valor: a ciência se ocupa do fato e deve buscar se livrar do valor. O que
significa tratá-los objetivamente, longe de suas pré-noções, separando eles de suas manifestações
individuais, para assim poderem ser representadas com neutralidade e objetividade.

Weber defende a neutralidade axiológica afirmando, quase sempre, que o abandono dos valores
pessoais é factível no âmbito científico. A neutralidade do valor para ele é que os indivíduos ao
darem sentindo as suas ações tem que evitar juízo de valor, junto a isso, Weber apresenta o
princípio sobre a “construção do tipo ideal”, o qual consiste na ideia de um instrumento que
orientará a investigação. Sua abordagem também se difere da positivista em relação a objetividade
do pesquisador, pois para ele não há uma análise puramente objetiva dos fenômenos sociais. Já a
objetividade para Weber nas Ciências Sócias, não é alcançada quando o cientista se “livra de todas
as pressuposições” pois isso é impossível. O cientista de forma consciente deve incorporar todos os
valores às pesquisas, porque são estes que guiam a escolha de certo objeto de pesquisa pelo
cientista. A partir daí, ele definirá uma certa direção para sua explicação e os limites da cadeia causal
que ela é capaz de estabelecer, ambos orientados por valores.

O marxismo traz o conceito de práxis, onde a partir dele surge uma teoria capaz de capturar a
sociedade em seu movimento real e os direcionamentos para a ação imediata prática em prol da
transformação do mundo. Disserta também sobre, um conhecimento que não é revolucionário, que
não induz um indivíduo da classe dominada, a ir contra aquilo que não os favorecem, não é
conhecimento, este conhecimento só neutraliza as opressões sofridas. Para Marx a neutralidade
científica, é inalcançável, na medida em que o objeto de estudo difere das ciências naturais, situa-se
no campo das relações sociais e é estado sob concepções de sociedade diversas e antagônicas. Esse
filósofo afirma que nenhum conhecimento é neutro, pois é sempre produzido a partir de uma
perspectiva de classe. Só o conhecimento que é produzido a partir do ponto de vista de classe
dominada é que pode ser considerado objetivo, pois desnaturaliza a verdadeira natureza opressora
das relações sociais de produção.

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