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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CURSO: SERVIÇO SOCIAL


DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DAS JUVENTUDES
DOCENTE: TERESA CRISTINA ESMERALDO BEZERRA
DISCENTE: ANA ÉRICA ARAÚJO FERRO 
RESENHA: LA JUVENTUD ES MÁS QUE UNA PALABRA!
Assim como mostrado também pelos autores anteriores, Margulis e Urresti nos
traz que a idade e sexo são bases de classificação e estruturação sociais. No entanto, é
sabido que os conceitos classificatórios de idade são ambíguos e difíceis de definir,
infância e juventude por vezes são categorias dúbias. Sendo assim, é necessário
acompanhar as referências de juventude com as múltiplas situações sociais que se
desenvolvem nesse período da vida.

A juventude se apresenta na cultura atual como uma estética da vida cotidiana,


uma construção desvinculada das condições materiais e históricas que lhe dão
significado. Assim como qualquer outra categoria socialmente constituída, a juventude
também tem sua dimensão simbólica. No entanto, quando se foca principalmente nesse
aspecto significativo pode ocorrer a desmaterialização do conceito de juventude. É
necessário levar em consideração toda a sua totalidade, os aspectos fáticos, materiais,
histórico e político que se desenvolvem em toda produção social.

Uma forma de mostrar a importância de observar fatores para além da faixa


etária, é o que o autor chama de Moratória. Durante os séculos XVIII e XIX, a
juventude na sociedade ocidental, passa a ser classificada como um período de
permissividade, onde se goza de privilégios, sem que precise se preocupar com certas
responsabilidades. Porém, nem todas as juventudes têm essa possibilidade.

A Moratória é um privilégio que apenas jovens de uma determinada classe social


possuem, jovens que têm uma boa posição econômica podem priorizar e se dedicar
apenas aos estudos. No entanto, há uma outra parcela de jovens que precisam dividir seu
tempo entre trabalho e estudo; muitas vezes não sendo possível conciliar, precisam
priorizar o que lhes garantem os meios de subsistência.

A simbolização das condições externas da juventude pode se transformar em


produto/objeto de estética, no qual pode ser consumido por adultos a fim de prolongar
esse status e essa imagem de juventude. Essa valorização externa pode empobrecer o
uso da noção de juventude, transformando uma categoria que tem diversas variáveis, em
um reduzido setor social.

O “ser jovem” vai depender principalmente da idade, geração, classe social,


gênero, crédito vital e estrutura institucional. Pois não se manifestará da mesma forma
se compararmos jovens da classe popular e jovens com poder econômico; ou homens e
mulheres, visto que as responsabilidades são colocadas desde muito cedo sobre o sexo
feminino. Existem variáveis que devem ser levadas em consideração quando se trata de
juventudes, visto que são mistas e heterogêneas.

REFERÊNCIA

MARGULIS, Mario; URRESTI, Marcelo. La juventude es más que una palabra. In:
MARGULIS, Mario (editor). La juventudes más que una palabra: ensayos sobre cultura y
juventud. 3ª.ed. Buenos Aires: Biblos, 2008, p.13-30. Disponível em:
https://perio.unlp.edu.ar/teorias/index_archivos/margulis_la_juventud.pdf.

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