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EMEi23 – Mecânica dos Fluidos

Capítulo 6 – Escoamento viscoso


em Dutos
Aula 19
Prof. Fábio Santos Nascimento
Universidade Federal de Itajubá, campus de Itabira

EMEi23 – Mecânica dos Fluidos - Prof. Fábio Santos Nascimento


Conteúdo da aula anterior
Foi feito 2 exercício do conteúdo aprendido na aula 18.

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Conteúdo da aula de hoje
6.1 - Introdução;
6.2 - Regime de número de Reynolds;
6.3 – Escoamento Viscosos.

Será feito 1 exercício do conteúdo aprendido na aula 19.

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6.1 – Introdução

O capítulo é dedicado ao estudo de esc. em dutos a várias:


• velocidades,
• fluidos e
• formatos de tubos.
Existe um pequeno volume de teoria e uma grande quantidade de
prática.
O problema básico das tubulações é fornecida:
• a geometria dos tubos,
• seus componentes adicionais (válvulas, curvas e difusores),
• vazão desejada para o escoamento e,
• as propriedades do fluido.
Qual é a queda de pressão necessária para se manter o escoamento?
6.2 – Regime de número de Reynolds
O comportamento do fluido sofre uma mudança profunda e instigante
para número de Reynolds moderados.
Escoamento devido ao número de Reynolds (Re):
• Reynolds baixo ⇒ Escoamento Laminar. Pequenas perturbações naturais
que são amortecidas rapidamente.

• Reynolds médio ⇒ Escoamento de transição. Rajadas intermitentes de


turbulência (causa uma instabilidade do esc. laminar). Re de transição para
tubos é de 2300 para outras geometrias como placas, aerofólios, cilindros e
esferas, apresentam Re de transição completamente diferentes.
Reynolds alto ⇒ Escoamento turbulento. Torna-se flutuante e agitado.
Irá flutuar continuamente. As flutuações variam de 1 a 20%.

Dessa forma se faz com que não exista uma análise geral do
escoamento do fluido e, sim, várias soluções particulares.

A turbulência é detectada através de instrumento sensível e


pequeno (anemômetro de fio). O escoamento surgirá permanente em
média, com flutuações rápidas e aleatórias.
Equação do número de Reynolds.
𝜌𝑈𝐿 𝑈𝐿
𝑅𝑒 = =
𝜇 ν
U ≡ velocidade média da corrente, L ≡ espessura transversal da camada de cisalhamento,
ou seja, para tubos de seção circular é o diâmetro interno da tubulação.

Têm-se:
• 0 < Re < 1: movimento linear altamente viscoso,
• 1 < Re < 100: laminar, forte dependência do Re,
• 100 < Re < 103: laminar, teoria de camada limite é útil,
• 103 < Re < 104: transição para escoamento turbulento,
• 104 < Re < 106: escoamento turbulento, dependência moderado do Re,
• 106 < Re < ∞: turbulento, fraca dependência do Re.

Essas faixas são representativas e podem variar com:


• Geometria do escoamento;
• Rugosidade superficial;
• Número de flutuações na corrente de entrada.
6.3 – Escoamentos viscosos
Os escoamentos podem ser internos limitados por paredes, ou
externos não limitados.
Um escoamento interno é restringido pelas paredes-limite e os
efeitos viscosos irão crescer, encontrar-se e permear todo o
escoamento.
A jusante de x = Le:
• perfil de velocidade é cte,
• tensão cisalhante na parede é
cte
𝑄= 𝑢𝑑𝐴 = 𝑐𝑡𝑒 • pressão cai linearmente com x.

Tanto para esc. laminar como


para esc. turbulento.
A análise dimensional mostra que Re é o único parâmetro que afeta o
comprimento de entrada,
𝐿𝑒 = 𝑓(d,V,ρ,μ) No escoamento turbulento,
as camadas-limite crescem
Então: mais rapidamente, e Le é
𝐿𝑒 𝜌𝑉𝑑 relativamente menor, de
=𝑔 = 𝑔 𝑅𝑒 acordo com a aproximação
𝑑 𝜇 para paredes lisas:
𝐿𝑒
• Para escoamento laminar: ≈ 0,06𝑅𝑒
𝑑
𝐿𝑒
• Para máximo comprimento de entrada laminar, Red,crítico = 2300: = 138
𝑑
𝐿𝑒 1 6
• Para escoamento turbulento em paredes lisas: ≈ 4,4𝑅𝑒𝑑
𝑑
𝐿
As aplicações típicas em tubo estão na ordem de ≥ 1000, ou seja,
𝑑
assim o efeito de entrada pode ser desprezado e uma análise de totalmente
desenvolvido pode ser feito. Isso também é possível para esc. laminar e esc.
turbulento que inclui paredes rugosas e seções transversais não-circulares.
Exercício 1:
Um tubo para água de 13 mm de diâmetro tem 18,3 m de
comprimento e fornece água a 18,93 L/min a 20 °C. Qual fração desse
tubo é tomado pelo comprimento de entrada?

Solução:
𝑑 = 13 𝑚𝑚
𝐿 = 18,3 𝑚
Dados do problema: 𝑄 = 18,93 𝑙/𝑚𝑖𝑛
𝐿𝑒 = ?
Calcular Re do escoamento:
𝑉𝐿
𝑅𝑒 =
ν
Para a água a 20 °C e 1 atm, tem-se: ν = 1,005x10-6 m2/s (Tabela A.1,
White, 6ª ed.)
Exercício 1 - Solução:

𝐿 1 𝑚𝑖𝑛 1 𝑚3
𝑄 18,93 𝑚𝑖𝑛 ∗ 60 𝑠 ∗ 1000 𝐿
𝑉= = 𝜋 = 2,38 𝑚/𝑠
𝐴 ∗ 0,0132
4
Assim:
2,38 ∗ 0,013
𝑅𝑒 = −6
= 30786
1,005𝑥10
Como o Re encontrado é maior do que 4000 o escoamento é
considerado turbulento e deve ser utilizado a seguinte equação para
definir o comprimento de entrada:
1
𝐿𝑒 1
≈ 4,4𝑅𝑒𝑑6 = 4,4 ∗ 307866 = 24,6
𝑑
𝐿𝑒 = 24,6 ∗ 0,013 = 0,32 𝑚
Exercício 1 - Solução:
A fração do comprimento de entrada em relação ao tubo é:

𝐿𝑒 0,32
= = 0,0175 = 1,75%
𝐿 18,3

Essa é uma porcentagem muito pequena, de modo que é razoável


tratar esse escoamento em tubo como totalmente desenvolvido.
Contato: fabiosn@unifei.edu.br

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