Você está na página 1de 28

OP-081AB-20

CÓD.: 7891182032452

Carreiras Bancárias
A APOSTILA PREPARATÓRIA É ELABORADA
ANTES DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL OFICIAL COM BASE NO EDITAL
ANTERIOR, PARA QUE O ALUNO ANTECIPE SEUS ESTUDOS.
Conhecimentos bancários

Sistema Financeiro Nacional. 1.1 Instituições do Sistema Financeiro Nacional — tipos, finalidades e atuação.
1.2 Banco Central do Brasil e Conselho Monetário Nacional — funções e atividades. 1.3 Bancos comerciais;
caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos
de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento 1.4 sociedades corretoras de
títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; sociedades de crédito
imobiliário; associações de poupança e empréstimo. 1.6 Bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros.
1.7 Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC).1.8 Central de Liquidação Financeira e de Custódia de
Títulos (CETIP). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2 Operações de Crédito Bancário. 2.1 Cadastro de pessoas físicas. 2.2 Cadastro de pessoas jurídicas. 2.2.1 Tipos
e constituição das pessoas. 2.2.2 Composição societária/acionária. 2.2.3 Forma de tributação. 2.2.4 Mandatos
e procurações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
2.3 Fundamentos do crédito.2.3.1 Conceito de crédito. 2.3.2 Elementos do crédito. 2.3.3 Requisitos do
crédito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4 Riscos da atividade bancária.2.4.1 De crédito.2.4.2 De mercado. 2.4.3 Operacional. 2.4.4 Sistêmico. 2.4.5 De
liquidez. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.5 Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. 2.5.1 Clientes.2.5.2 Operação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.6 Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos, financiamentos e adiantamentos). . . . . . . 19
2.7 Operações de Crédito Geral. 2.7.1 Crédito pessoal e Crédito Direto ao Consumidor. 2.7.2 Desconto de
duplicatas, notas promissórias e cheques pré-datados. 2.7.3 Contas garantidas. 2.7.4. Hot money 2.7.5 Capital
de giro. 2.7.6 Cartão de crédito. 2.7.7 Microcrédito urbano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.8 Operações de Crédito Especializado. 2.8.1 Crédito Rural 2. 8.1.1 Conceito, beneficiários, preceitos e funções
básicas; 2.8.1.2 Finalidades: operações de investimento, custeio e comercialização.2.8.1.3 Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação,
condições.2.8.2 Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito,
finalidades (investimento fixo e capital de giro associado), beneficiários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.9 Recursos utilizados na contratação de financiamentos. 2.9.1 Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste (FNE): base legal, finalidades, regras, administração. 2.9.2 BNDES/FINAME: base legal, finalidade,
regras, forma de atuação. 2.9.3 Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma
de atuação. 2.10 Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3 Serviços bancários e financeiros. 3.1 Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento, pagamento,
devolução de cheques e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). 3.2 Depósitos à vista. 3.3 Depósitos
a prazo (CDB e RDB). 3.4 Fundos de Investimentos. 3.5 Caderneta de poupança. 3.6 Títulos de capitalização.
3.6.1 Sociedades de capitalização3.7 Planos de aposentadoria e de previdência privados.3.8 Seguros. 3.8.1
Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar 3.8.2 Conselho Nacional de Seguros Privados.
3.8.3 Superintendência de Seguros Privados. 3.8.4 Conselho de Gestão da Previdência Complementar. 3.8.5
Secretaria de Previdência Complementar. 3.8.6 Instituto de Resseguros do Brasil3.8.7 Sociedades seguradoras.
3.9 Corretoras de seguros. 3.10 Sociedades administradoras de seguro saúde3.11 Convênios de arrecadação/
pagamentos (concessionárias de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clientes). 3.12
Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. 3.13 Cobrança.3.14 Sistema de Pagamentos Brasileiro
(SPB). 3.15 Home/office banking, remote banking, banco virtual, dinheiro de plástico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4 Mercado de câmbio. 4.1 Instituições autorizadas a operar. 4.2 Operações básicas. 4.3 Características dos
contratos de câmbio.4.4 Taxas de câmbio. 4.5 Remessas. 4.6 SISCOMEX. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5 Aspectos jurídicos. 5.1 Noções de direito aplicadas às operações de crédito. 5.1.1 Sujeito e Objeto do Direito.
5.1.2 Fato e ato jurídico.5.1.3 Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação dos
contratos; contratos nominados, contratos de compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais
e informais. 5.2 Instrumentos de formalização das operações de crédito. 5.2.1 Contratos por instrumento
público e particular. 5.2.2 Cédulas e notas de crédito. 5.3 Garantias. 5.3.1 Fidejussórias: fiança e aval. 5.3.2
Reais: hipoteca e penhor5.3.3 Alienação fiduciária de bens móveis. 5.4 Títulos de Crédito — nota promissória,
duplicata, cheque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Legislação

Resolução CMN nº 3.849/2010 – Dispõe sobre a instituição de componente organizacional de ouvidoria pelas
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. . . . . . . 01
Lei nº 8.078/1990 – Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências – Código de Defesa do
Consumidor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Decreto Lei nº 6.523/2008 – Regulamenta a Lei nº 8.078/1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de
Atendimento ao Consumidor –SAC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Resolução CMN nº 3.694/2009 – Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na
prestação de serviços por parte de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Código de Defesa do Consumidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Bancário. Lei nº 10.048/2000 – Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras
providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Lei nº 10.098/2000 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. . . . . . . . . . . . . . . . 20
Decreto nº 5.296/2004 – Regulamenta a Lei nº 10.048/2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que
especifica Temática de gênero, raça e etnia, conforme Decreto nº 48.598, de 19 de novembro de 2011. . . . . . . . . . 24
Estatuto Nacional da Igualdade Racial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Lei nº 9.613/98 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Carta-Circular Bacen 3.542/12. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

Ética

Conceito de ética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .01


Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
noções de ética empresarial e profissional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
A gestão de ética nas empresas públicas e privadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Atendimento

Qualidade no atendimento ao público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Trabalho em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Postura profissional e relações interpessoais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Comunicação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Satisfação, valor e retenção de clientes Telemarketing. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico. . . . . . . . . 06
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Sistema Financeiro Nacional. 1.1 Instituições do Sistema Financeiro Nacional — tipos, finalidades e atuação. 1.2 Banco Central do Brasil e
Conselho Monetário Nacional — funções e atividades. 1.3 Bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos comer-
ciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento 1.4 socieda-
des corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; sociedades de crédito imobiliário;
associações de poupança e empréstimo. 1.6 Bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros. 1.7 Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (SELIC).1.8 Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2 Operações de Crédito Bancário. 2.1 Cadastro de pessoas físicas. 2.2 Cadastro de pessoas jurídicas. 2.2.1 Tipos e constituição das pessoas.
2.2.2 Composição societária/acionária. 2.2.3 Forma de tributação. 2.2.4 Mandatos e procurações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
2.3 Fundamentos do crédito.2.3.1 Conceito de crédito. 2.3.2 Elementos do crédito. 2.3.3 Requisitos do crédito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4 Riscos da atividade bancária.2.4.1 De crédito.2.4.2 De mercado. 2.4.3 Operacional. 2.4.4 Sistêmico. 2.4.5 De liquidez. . . . . . . . . . . 16
2.5 Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. 2.5.1 Clientes.2.5.2 Operação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.6 Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos, financiamentos e adiantamentos). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.7 Operações de Crédito Geral. 2.7.1 Crédito pessoal e Crédito Direto ao Consumidor. 2.7.2 Desconto de duplicatas, notas promissórias e
cheques pré-datados. 2.7.3 Contas garantidas. 2.7.4. Hot money 2.7.5 Capital de giro. 2.7.6 Cartão de crédito. 2.7.7 Microcrédito urba-
no. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.8 Operações de Crédito Especializado. 2.8.1 Crédito Rural 2. 8.1.1 Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; 2.8.1.2 Finalida-
des: operações de investimento, custeio e comercialização.2.8.1.3 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF):
base legal, finalidades, beneficiários, destinação, condições.2.8.2 Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de
serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e capital de giro associado), beneficiários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.9 Recursos utilizados na contratação de financiamentos. 2.9.1 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal,
finalidades, regras, administração. 2.9.2 BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação. 2.9.3 Fundo de Amparo ao Tra-
balhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação. 2.10 Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação. . . . . . . 30
3 Serviços bancários e financeiros. 3.1 Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de cheques e cadas-
tro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). 3.2 Depósitos à vista. 3.3 Depósitos a prazo (CDB e RDB). 3.4 Fundos de Investimentos.
3.5 Caderneta de poupança. 3.6 Títulos de capitalização. 3.6.1 Sociedades de capitalização3.7 Planos de aposentadoria e de previdência
privados.3.8 Seguros. 3.8.1 Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar 3.8.2 Conselho Nacional de Seguros Privados. 3.8.3
Superintendência de Seguros Privados. 3.8.4 Conselho de Gestão da Previdência Complementar. 3.8.5 Secretaria de Previdência Comple-
mentar. 3.8.6 Instituto de Resseguros do Brasil3.8.7 Sociedades seguradoras. 3.9 Corretoras de seguros. 3.10 Sociedades administradoras
de seguro saúde3.11 Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento
de clientes). 3.12 Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. 3.13 Cobrança.3.14 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). 3.15
Home/office banking, remote banking, banco virtual, dinheiro de plástico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4 Mercado de câmbio. 4.1 Instituições autorizadas a operar. 4.2 Operações básicas. 4.3 Características dos contratos de câmbio.4.4 Taxas
de câmbio. 4.5 Remessas. 4.6 SISCOMEX. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5 Aspectos jurídicos. 5.1 Noções de direito aplicadas às operações de crédito. 5.1.1 Sujeito e Objeto do Direito. 5.1.2 Fato e ato jurídi-
co.5.1.3 Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação dos contratos; contratos nominados, contratos de compra
e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e informais. 5.2 Instrumentos de formalização das operações de crédito. 5.2.1
Contratos por instrumento público e particular. 5.2.2 Cédulas e notas de crédito. 5.3 Garantias. 5.3.1 Fidejussórias: fiança e aval. 5.3.2
Reais: hipoteca e penhor5.3.3 Alienação fiduciária de bens móveis. 5.4 Títulos de Crédito — nota promissória, duplicata, cheque . . . . 54
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
- Bancos Regionais de Desenvolvimento
1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. - Banco Nacional da Habitaçäo (BNH)
1.1 INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - Caixa Econômica Federal (CEF)
— TIPOS, FINALIDADES E ATUAÇÃO. - Caixas Econômicas Estaduais
1.2 BANCO CENTRAL DO BRASIL E CONSELHO MONE- - Sociedades de Crédito Imobiliário
TÁRIO NACIONAL — FUNÇÕES E ATIVIDADES. - Associaçöes de Poupança e Empréstimo
1.3 BANCOS COMERCIAIS; CAIXAS ECONÔMICAS; CO- - Cooperativas Habitacionais
OPERATIVAS DE CRÉDITO; BANCOS COMERCIAIS COO- - Soc. de Créd. Financ. e Investimento
PERATIVOS; BANCOS DE INVESTIMENTO; BANCOS DE - Bancos de Investimento
DESENVOLVIMENTO; SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINAN- - Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC)
CIAMENTO E INVESTIMENTO - Cooperativas de Crédito
1.4 SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALO- - Bolsas de Valores
RES MOBILIÁRIOS; SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE - Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS; SOCIEDADES DE - Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
CRÉDITO IMOBILIÁRIO; ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E - Seguradoras
EMPRÉSTIMO. - Outras Instituiçöes
1.6 BOLSAS DE VALORES; BOLSAS DE MERCADORIAS E
DE FUTUROS. Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, desde então,
1.7 SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA o Conselho Monetário Nacional. Abaixo, encontram-se o Banco
(SELIC). Central do Brasil e a Comissäo de Valores Mobiliários (criada pela
1.8 CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUS- Lei n. 6.385, de 07.12.76). Esses órgäos normativos regulam, con-
TÓDIA DE TÍTULOS (CETIP). trolam e fiscalizam as instituiçöes de intermediaçäo, disciplinando
todas as modalidades de operaçöes de crédito, ativas e passivas,
O Sistema Financeiro Nacional está presente na vida de muitos assim como a emissäo e distribuiçäo de valores mobiliários.
brasileiros, porém, poucos compreendem a sua função. Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relaçöes estreitas
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) diz respeito ao conjunto de entre o subsistema normativo e os agentes especiais do subsistema
instituições, públicas e privadas, que compõem o mercado financeiro de intermediaçäo, porque a regulaçäo e o controle do subsistema
brasileiro. O SFN possui como principal função realizar a ligação entre de intermediaçäo näo se realizam apenas por meio das normas le-
agentes deficitários da economia, que precisam de recursos empres- gais expedidas pelas autoridades monetárias, mas também “pela
tados, e os agentes superavitários, que dispõe de recursos para em- oferta seletiva de crédito, levada a efeito pelo Banco do Brasil e pelo
prestar. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social” (Barbosa,
Esse sistema é dividido entre dois principais tipos de instituições, op.cit. Lopes e Rossetti).
as normativas e as operadoras. As demais instituições de intermediaçäo, bancárias, näo bancá-
- As normativas possui como principal função estabelecer regras e rias e auxiliares, passaram a operar em segmentos específicos dos
diretrizes para o bom funcionamento do mercado. mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial, subordinan-
- As operadoras diz respeito às instituições que de fato operam do-se às normas emanadas dos órgäos superiores.
ativamente no mercado. Muitas delas empresas privadas que buscam Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Financeiro Na-
o lucro, como bancos e corretoras. cional está composta na forma apresentada a seguir, conforme o
site do Banco Central do Brasil na internet.
Além das instituições financeiras os próprios investidores inte-
gram o SFN. Afinal, os investidores são uma peça crucial no mercado
financeiro brasileiro. Órgãos Normativos
Percebe-se, portanto, que o sistema financeiro é um conceito am- Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom
plo, e que envolve vários participantes. funcionamento do Sistema Financeiro Nacional.

A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 foi a Conselho Monetário Nacional - CMN
seguinte: Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP
Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC
Sistema Financeiro Nacional:
- Autoridades Monetárias Entidades Supervisoras
- Autoridades de Apoio Banco Central do Brasil – Bacen e Comissão de Valores Mobiliá-
- Instituições Financeiras rios – CVM (vinculados ao CMN)
Superintendência de Seguros Privados – Susep (vinculados ao
Autoridades Monetárias: CNSP)
- Conselho Monetário Nacional: Comissöes Consultivas Superintendência Nacional de Previdência Complementar –
- Banco Central do Brasil PREVIC (vinculada ao CNPC)

Autoridades de Apoio: Operadores (Supervisionados pelo Bacen)


- Comissäo de Valores Mobiliários
- Banco do Brasil S/A Bancos Múltiplos (inclusive o Banco do Brasil)
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Bancos Comerciais
Caixa Econômica Federal
Instituições Financeiras: Cooperativas de Crédito e Bancos Cooperativos
- Bancos Comerciais Públicos e Privados Administradoras de Consórcio
- Bancos Estaduais de Desenvolvimento

1
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Corretoras e Distribuidoras (Dependendo de suas atividades - executor da política monetária;
corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM). - determinação da taxa Selic;
Instituições de Pagamento - controle dos meios de pagamento (liquidez do mercado);
Demais instituições não bancárias - orçamento monetário, instrumentos de política monetária;

Operadores (Supervisionados pela CVM) - banco emissor de moeda;


Bolsas de Mercadorias e de Futuros - emissão do meio circulante;
Bolsas de Valores - saneamento do meio circulante;

Operadores (Supervisionados pela Susep) - banqueiro do governo;


Sociedades Seguradoras - financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e venda de
Sociedades de Capitalização títulos públicos);
Entidades Abertas de Previdência Complementar - administração da dívida pública interna e externa;
- gestor e fiel depositário das reservas internacionais do país;
Operadores (Supervisionados pela PREVIC) - representante, junto às intituições financeiras internacionais,
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de do Sistema Financeiro Nacional;
Pensão)
- centralizador do fluxo cambial;
BANCO CENTRAL DO BRASIL - normas, autorizações, registros, fiscalização, intervenção.
O Banco Central do Brasil (BC) é o responsável pelo controle
da inflação no país. Ele atua para regular a quantidade de moeda O BC é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fa-
na economia que permita a estabilidade de preços. Suas atividades zenda, e foi criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964, que estabelece as
também incluem a preocupação com a estabilidade financeira. Para suas competências e atribuições.1
isso, o BC regula e supervisiona as instituições financeiras.
Missão do BC - Assegurar a estabilidade do poder de compra da
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.
O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela
Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por
O BC executa as orientações do Con-
expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN.
selho Monetário Nacional (CMN).
Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Minis-
tro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco
Além disso, conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de
Central do Brasil.
relações financeiras com o exterior; a regulação e da supervisão do
Dentre suas funções estão:
Sistema Financeiro Nacional (SFN); a administração do Sistema de
Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio circulante. - adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessi-
dades da economia;
Dentre as suas principais atribuições estão: - regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do
- emitir papel-moeda e moeda metálica; balanço de pagamentos;
- executar os serviços do meio circulante; - orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
- receber recolhimentos compulsórios e voluntários das insti- - propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumen-
tuições financeiras; tos financeiros;
- realizar operações de redesconto e empréstimo às institui- - zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
ções financeiras; - coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e
- regular a execução dos serviços de compensação de cheques da dívida pública interna e externa.
e outros papéis; Compete ao Conselho Monetário Nacional:
- efetuar operações de compra e venda de títulos públicos fe- a) Autorizar as emissões de papel-moeda;
derais; b) Aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco
- exercer o controle de crédito; Central;
- exercer a fiscalização das instituições financeiras; c) Fixar as diretrizes e normas da política cambial;
- autorizar o funcionamento das instituições financeiras; d) Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as ope-
- estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos rações;
de direção nas instituições financeiras; e) Coordenar a política de investimentos do Governo Federal;
- vigiar a interferência de outras empresas nos mercados finan- f) Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
ceiros e de capitais e exercerem atividades subordinadas a esta;
- controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. g) Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e
Resumo: serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
O Bacen pode ser considerado como: Central da República do Brasil.
h) Determinar a percentagem máxima dos recursos que as
- banco dos bancos; instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou
- depósitos compulsórios; grupo de empresas;
- redescontos de liquidez; i) Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem
observadas pelas instituições financeiras.2
- gestor do Sistema Financeiro Nacional;
1 Fonte: www.bcb.gov.br
- normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
2 Fonte: www.bcb.gov.br/www.topinvest.com.br

2
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Organograma do CMN

Os Bancos Comerciais
Atuam em captações e aplicações de recursos financeiros em operações de curto e médio prazo, assim como, nas prestações de serviços
de pagamentos e recebimentos ao público em geral.
Atividades desenvolvidas:
a) descontar títulos;
b) realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente (contas garantidas);
c) realizar operações especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio internacional;
d) captar depósitos à vista e a prazo e recursos nas instituições oficiais, para repasse aos clientes;
e) obter recursos externos para repasse; e
f) efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante convênio com outras instituições.

A captação de depósitos à vista (contas correntes livremente movimentáveis) é a atividade básica dos bancos comerciais, configurando-
-os como instituições financeiras monetárias.
Essa captação de recursos, junto com a captação via CDB e RDB, cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas públicas, permite
aos bancos repassar tais recursos aos seus clientes, em especial às empresas, sob a forma de empréstimos.

Caixas Econômicas
As caixas econômicas são instituições de cunho eminentemente social, concedendo empréstimos e financiamentos a programas e proje-
tos de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo seu único representante, hoje, a Caixa Econômica
Federal, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes.
A CEF é uma instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para habitação popular e sanea-
mento básico, caracterizando-se cada vez mais como o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda.
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades relativas a bancos comerciais, sociedades de crédito imobiliário e de saneamento e
infraestrutura urbana, além de prestação de serviços de natureza social, delegada pelo Governo Federal.
Suas principais atividades estão relacionadas com a captação de recursos em cadernetas de poupança, em depósitos judiciais e a prazo,
e sua aplicação em empréstimos vinculados, preferencialmente à habitação. Os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço-FGTS são direcionados, quase na sua totalidade, para as áreas de saneamento e infraestrutura urbana.
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos e de programas, entre os quais destacavam-se o FGTS, o Fundo de Compensação de
Variações Salariais-FCVS, o Programa de Integração Social-PIS, o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social-FAS e o Fundo de Desenvolvi-
mento Social-FDS.

Cooperativas de Crédito
Atividade decorrente das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas
entre si, desde que reconhecido o seu interesse público, e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas.
Podem ser:
- singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas
jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;
- centrais de cooperativas ou federações de cooperativas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares, podendo, excepcionalmente,
admitir associados individuais.
Quanto aos tipos de operações a que estão autorizadas, as cooperativas de crédito podem:
- na ponta da captação:
a) captar depósitos, somente de associados, sem emissão de certificado;
b) obter empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras;
c) receber recursos oriundos de fundos oficiais e recursos, em caráter eventual, isentos de remuneração, ou a taxas favorecidas, de qual-
quer entidade, na forma de doações, empréstimos ou repasses;

3
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
- na ponta de empréstimos: Tem por objetivos:
a) conceder créditos e prestar garantias, inclusive em opera- a) impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país;
ções realizadas ao amparo da regulamentação do crédito rural, em b) fortalecer o setor empresarial nacional;
favor de produtores rurais, somente a associados; c) atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos de
b) aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depó- produção;
sitos à vista e a prazo, com ou sem a emissão de certificado, obser- d) promover o desenvolvimento integrado das atividades agrí-
vadas eventuais restrições legais e regulamentares específicas de colas, industriais e de serviços;
cada aplicação; e) promover o crescimento e a diversificação das exportações.

- na ponta de serviços: Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento


a) prestar serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos Atendem à demanda de crédito a prazos médio e longo, gerada
e pagamentos por conta de terceiros, sob convênio com instituições pela implantação de novos setores industriais, produtores de bens
públicas e privadas; de capital e de bens duráveis de consumo. Atualmente, as socieda-
b) prestar serviços de correspondente no país, nos termos da des de crédito, financiamento e investimento estão, em sua maio-
regulamentação em vigor. ria, integradas em bancos múltiplos.

Bancos Comerciais Cooperativos Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários


O Banco Central, através da Resolução 2.193/95, autorizou a São instituições do mercado financeiro, sendo supervisionadas
constituição de bancos comerciais na forma de sociedades anôni- pelo Banco Central do Brasil, que atuam na bolsa de valores e de
mas de capital fechado, com participação exclusiva de cooperativas mercadorias, comprando, vendendo e administrando esses valores
de crédito singulares, exceto as do tipo admitem a participação de como representante dos investidores.
não-cooperados e centrais de cooperativas, bem como de fede- Dentre seus aspectos podemos destacar:
rações e confederações de cooperativas de crédito, com atuação - Operam com compra, venda e distribuição de títulos e valores
restrita à Unidade da Federação de sua sede, cujo Patrimônio de mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros;
Referência-PR deverá estar enquadrado nas regras do Acordo de - Constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.) ou por
Basiléia. quotas de responsabilidade limitada (LTDA);
O Banco Central deu autorização para que as cooperativas de - A constituição e o funcionamento dependem de autorização
crédito abrissem seus próprios bancos comerciais, podendo fazer do BACEN;
tudo o que qualquer outro banco comercial faz: ter talão de che- - O exercício de sua atividade depende de aprovação da CVM;
ques, emitir cartão de crédito, fazer a compensação de documentos
e, principalmente, passar a administrar a carteira de crédito antes Essas sociedades tem como atividades:
sob responsabilidade das cooperativas. - Operar em bolsas de valores, subscrever emissões de títulos e
Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC renovou as valores mobiliários no mercado;
regras para a constituição de bancos cooperativos, cuja atuação - Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta pró-
deve observar no cálculo do patrimônio líquido exigido os mesmos pria e de terceiros;
fatores e parâmetros estabelecidos pela regulamentação em vigor - Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de
para os bancos comerciais e múltiplos. títulos e valores mobiliários;
- Exercer funções de agente fiduciário; instituir, organizar e ad-
Bancos de Investimento ministrar fundos e clubes de investimento;
Trabalham com recursos de médio e longo prazo para o supri- - Emitir certificados de depósito de ações e cédulas pignoratí-
mento de capital fixo ou de giro das empresas privadas cias de debêntures;
A seguir as operações ativas que esse tipo de banco pode pra- - Intermediar operações de câmbio;
ticar: - Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes;
a) empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financiamen- - Praticar operações de conta margem;
to de capital fixo; - Realizar operações compromissadas;
b) empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para financiamen- - Praticar operações de compra e venda de metais preciosos,
to de capital de giro; no mercado físico, por conta própria e de terceiros;
c) aquisição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos e - Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta pró-
valores mobiliários, para investimento ou revenda no mercado de pria e de terceiros.
capitais (operações de underwriting);
d) repasses de empréstimos obtidos no exterior; Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
e) prestação de garantia em empréstimos no país ou prove- Autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e pela
nientes do exterior; CVM, atuando na intermediação de títulos e valores mobiliários.
f) gestão de fundos de investimentos. Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras de Valo-
res cobram taxas e comissões por seus serviços.
Banco de Desenvolvimento São constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.) ou
Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda existentes, são por quotas de responsabilidade limitada (LTDA);
instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e des- Em sua denominação social deve constar a expressão “Distri-
tinadas ao fornecimento de crédito de médio e longo prazo às em- buidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
presas localizadas nos respectivos estados. Normalmente operam Dentre suas atividades temos:
como órgãos financeiros repassadores de recursos do BNDES. - Intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valo-
O BNDES é responsável pela política de investimentos de longo res mobiliários no mercado;
prazo do Governo Federal e é a principal instituição de fomento do - Administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mo-
país. biliários;

4
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
- Instituem, organizam e administram fundos e clubes de investi- O SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesou-
mento; ro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa condição processa,
- Operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distri- relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos
buindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por con- juros e a custódia.
ta de terceiros; Além do sistema de custódia de títulos e de registro e liquidação
- Fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercado- de operações, integram o Selic os seguintes módulos complementares:
rias; a) Oferta Pública (Ofpub);
- Efetuam lançamentos públicos de ações; b) Oferta a Dealers (Ofdealers);
- Operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câm- c) Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e
bio. d) Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação).
Sociedades de crédito imobiliário (SCI) Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP)
Trata-se de instituições financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de
Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma companhia
agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional.
de capital aberto que oferece produtos e serviços de registro, custódia,
É uma entidade com fins lucrativos, constituídas sob a forma de
negociação e liquidação de ativos e títulos. Por meio de soluções de
sociedade anônima (S.A.) e tem sua denominação social a expressão
tecnologia e infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e transpa-
“Crédito Imobiliário”;
Atua com operações passivas e ativas. Entre as primeiras temos rência para as operações financeiras, contribuindo para o desenvolvi-
os depósitos de poupança, emissão de letras e cédulas hipotecárias e mento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. A empresa
depósitos interfinanceiros. Já como ativas temos as operações de fi- é, também, a maior depositária de títulos privados de renda fixa da
nanciamento para construção de habitações, abertura de crédito para América Latina e a maior câmara de ativos privados do país.
compra ou construção de casa própria e financiamento de capital de
giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de mate- Participantes
rial de construção. Fundos de investimento; bancos comerciais, múltiplos e de inves-
timento; corretoras e distribuidoras; financeiras, consórcios, empresas
Associações de poupança e empréstimo (APE) de leasing e crédito imobiliário; cooperativas de crédito e investidores
São constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de proprie- estrangeiros; e empresas não financeiras, como fundações, concessio-
dade comum de seus associados. nárias de veículos e seguradoras.
Trata-se de Sociedade civil (os poupadores são proprietários da as-
sociação), sendo essa sem finalidade de lucro e cuja remuneração da Organização
poupança funciona com dividendos. A Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos é uma so-
Suas operações ativas são os financiamentos imobiliários (Sistema ciedade anônima de capital aberto, cuja instância máxima de decisões
Financeiro da Habitação) e as passivas são as emissões de letras e cédu- é a Assembleia de Acionistas.
las hipotecárias, os depósitos de cadernetas de poupança, os depósitos
interfinanceiros e os empréstimos externos. Custódia
A custódia de todos os ativos registrados na Cetip é feita de forma
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros escritural, desmaterializada e segregada, por meio de registro eletrôni-
A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA) foi co, em conta aberta em nome do titular.
criada em maio de 2008 com a integração da Bolsa de Mercadorias &
Futuros (BM&F) e da Bovespa Holding. Juntas, essas companhias origi- Liquidação Financeira
naram uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado.
Compensação multilateral entre todas as instituições participan-
tes;
Negociações
Compensação bilateral (entre dois participantes);
- Compra e venda de ações (empresas de sociedade aberta: Pe-
Valor bruto de cada operação realizada, lançada diretamente nas
trobrás);
- Ouro; contas dos bancos no STR;
- Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto); Book transfer, transferência entre contas, quando estiverem sob
- Ativos (títulos públicos federais); um mesmo banco liquidante.3
- Fundos (imobiliários);
- Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo de Desenvol-
2. OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO.
vimento Limpo);
2.1 CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS.
- Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps (mercadoria
ou ativo financeiro);
2.2 CADASTRO DE PESSOAS JURÍDICAS.
- Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, milho); 2.2.1 TIPOS E CONSTITUIÇÃO DAS PESSOAS.
2.2.2 COMPOSIÇÃO SOCIETÁRIA/ACIONÁRIA.
Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC) 2.2.3 FORMA DE TRIBUTAÇÃO.
Trata-se de um sistema informatizado que se destina à custódia de 2.2.4 MANDATOS E PROCURAÇÕES.
títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao regis-
tro e à liquidação de operações com esses títulos, sendo esse sistema Operação de crédito é quando uma instituição financeira, como
gerido pelo Banco Central do Brasil. bancos, emprestam dinheiro ou financiam alguma compra para seus
As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do mecanis- clientes.
mo de entrega contra pagamento (Delivery versus Payment — DVP), Essas operações de crédito tem juros e taxas que variam de acor-
que opera no conceito de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), do com o tipo de crédito que a pessoa usufrui e de acordo com as
sendo as operações liquidadas uma a uma por seus valores brutos em regras de cada instituição financeira.
tempo real.
3 Fonte: www.cetip.com.br

5
LEGISLAÇÃO
Resolução CMN nº 3.849/2010 – Dispõe sobre a instituição de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Lei nº 8.078/1990 – Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências – Código de Defesa do Consumidor. . . . . . . . . . . 03
Decreto Lei nº 6.523/2008 – Regulamenta a Lei nº 8.078/1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor
–SAC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Resolução CMN nº 3.694/2009 – Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na prestação de serviços por parte de
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Código de Defesa do Consumidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Bancário. Lei nº 10.048/2000 – Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Lei nº 10.098/2000 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Decreto nº 5.296/2004 – Regulamenta a Lei nº 10.048/2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica Temática de
gênero, raça e etnia, conforme Decreto nº 48.598, de 19 de novembro de 2011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Estatuto Nacional da Igualdade Racial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Lei nº 9.613/98 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Carta-Circular Bacen 3.542/12. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO III
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849/2010 – DISPÕE SOBRE A DA ORGANIZAÇÃO
INSTITUIÇÃO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL
DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na-
DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces-
PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL. sos e sistemas de cada instituição.
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com-
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in-
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849, DE 25 DE JULHO DE 2010 (RE- teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades de negociação
VOGADA) de produtos e serviços, da unidade responsável pela gestão de ris-
cos e da unidade executora da atividade de auditoria interna.
Documento normativo revogado pela Resolução nº 4.433, de Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria nos se-
27/7/2015. guintes casos:
I - instituição que integre conglomerado composto por pelo
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE 2015 menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil, podendo ser constituída a ouvidoria em qualquer das ins-
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente tituições autorizadas a funcionar;
organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais II - instituição que não integre conglomerado composto por
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. pelo menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, Central do Brasil, podendo ser constituída a ouvidoria:
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- a) em empresa ligada, conforme definição constante do art. 1º,
rio Nacional, em sessão realizada em 23 de julho de 2015, com base § 1º, incisos I e III, da Resolução nº 2.107, de 31 de agosto de 1994; e
no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va-
lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de
RESOLVEU mercadorias e futuros nas quais realize operações;
III - cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa central,
CAPÍTULO I podendo ser constituída a ouvidoria na respectiva cooperativa cen-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO tral, confederação de cooperativas de crédito ou banco do sistema
cooperativo; e
IV - cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona-
central, podendo ser constituída a ouvidoria em cooperativa cen-
mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui-
tral, federação de cooperativas de crédito, confederação de coope-
ções que especifica.
rativas de crédito ou associação de classe da categoria.
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser
§ 1º O disposto no inciso II, alínea “b”, não se aplica a bancos
constituído pelas instituições financeiras e demais instituições
comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, sociedades de
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que tenham
crédito, financiamento e investimento, associações de poupança e
clientes pessoas naturais ou pessoas jurídicas classificadas como
empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que realizem
microempresas e empresas de pequeno porte, conforme a Lei Com- operações de arrendamento mercantil financeiro.
plementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. § 2º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV somente se apli-
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os ca a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética ou
bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a instituição
bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer- tenha aderido.
cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de
liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos CAPÍTULO IV
agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas. DO FUNCIONAMENTO
CAPÍTULO II Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
DAS ATRIBUIÇÕES vidades:
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
Art. 3º São atribuições da ouvidoria: e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
I - prestar atendimento de última instância às demandas dos viços;
clientes e usuários de produtos e serviços que não tiverem sido so- II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
lucionadas nos canais de atendimento primário da instituição; mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação previsto;
de conflitos; e IV - manter o conselho de administração ou, na sua ausência,
III - informar ao conselho de administração ou, na sua ausência, a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e deficiên-
à diretoria da instituição a respeito das atividades de ouvidoria. cias detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre o re-
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri- sultado das medidas adotadas pelos administradores da instituição
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou para solucioná-los; e
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o V - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê de
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre- auditoria, quando existente, e ao conselho de administração ou, na
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008. sua ausência, à diretoria da instituição, ao final de cada semestre,
relatório quantitativo e qualitativo acerca das atividades desenvol-
vidas pela ouvidoria no cumprimento de suas atribuições.

1
LEGISLAÇÃO
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria: § 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta
I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre-
qual deve ser fornecido ao demandante; vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela
II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando instituição que constituir a ouvidoria.
realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico, § 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em
arquivada a respectiva documentação; e decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem
III - pode abranger: ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu-
a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial- nião de diretoria realizada após tal decisão.
mente pelos canais de atendimento primário; e Art. 10. As instituições referidas no art. 2º devem designar pe-
b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil, rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor
por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas. responsável pela ouvidoria.
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas- § 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar
sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de
forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú- diretor de administração de recursos de terceiros.
mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas § 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas
no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
prorrogação. associações de poupança e empréstimo e sociedades de arrenda-
Art. 7º A instituição deve manter sistema de informações e de mento mercantil que realizem operações de arrendamento mer-
controle das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a: cantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de cons-
I - registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza- tituição de comitê de auditoria, na forma da Resolução nº 3.198,
das na análise e as providências adotadas; e de 27 de maio de 2004, o ouvidor não poderá desempenhar outra
II - controlar o prazo de resposta. função, exceto a de diretor responsável pela ouvidoria.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo devem § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi-
permanecer registradas no sistema pelo prazo mínimo de cinco dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de
anos, contados da data da protocolização da ocorrência. interesses ou de atribuições.
Art. 8º A instituição deve: § 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e
I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, suas ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos atualizados em sistema
atribuições e forma de acesso, inclusive nos canais de comunicação de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central do Brasil.
utilizados para difundir os produtos e serviços; e Art. 11. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o
II - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao
ouvidor deve:
atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in-
I - responder por todas as instituições que compartilharem a
clusive por telefone, cujo número deve ser:
ouvidoria; e
a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público
II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria.
no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres-
Art. 12. Para cumprimento do disposto no caput do art. 10, nas
pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições devem:
internet, acessível pela sua página inicial;
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni-
cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
documentos que se destinem aos clientes e usuários; e II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor
c) registrado e mantido permanentemente atualizado em sis- da associação de classe, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e
tema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central do futuros ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros, entidade ou
Brasil. empresa que constituir a ouvidoria.

CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Art. 9º O estatuto ou o contrato social das instituições referidas Art. 13. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re-
no art. 2º, conforme a natureza jurídica da sociedade, deve dispor, latório semestral referente às atividades desenvolvidas pela ouvido-
de forma expressa, sobre os seguintes aspectos: ria, nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
I - as atribuições e atividades da ouvidoria; Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en-
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
tempo de duração de seu mandato; e existente, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à
III - o compromisso expresso da instituição no sentido de: diretoria da instituição.
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido- Art. 14. As instituições devem divulgar semestralmente, nos
ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên- respectivos sítios eletrônicos na internet, as informações relativas
cia, independência, imparcialidade e isenção; e às atividades desenvolvidas pela ouvidoria.
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias Parágrafo único. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, o conteúdo mínimo das informações de que trata o caput.
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e Art. 15. O Banco Central do Brasil estabelecerá o conteúdo, a
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de informa-
de suas atribuições. ções relativos às atividades da ouvidoria.
§ 1º As exigências previstas no caput devem ser incluídas no
estatuto ou contrato social da instituição na primeira alteração que
ocorrer após a constituição da ouvidoria ou após o início da vigência
desta Resolução.

2
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO VII
DA CERTIFICAÇÃO LEI Nº 8.078/1990 – DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO DO
CONSUMIDOR E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS – CÓDIGO
Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi- DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi-
dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên-
técnica. cias. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
relacionados à ética, aos direitos e defesa do consumidor e à me-
diação de conflitos. TÍTULO I
§ 2º A designação dos integrantes da ouvidoria referidos no DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de CAPÍTULO I
certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re- DISPOSIÇÕES GERAIS
solução.
§ 3º As instituições referidas no art. 2º são responsáveis pela Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
atualização periódica dos conhecimentos dos integrantes da ouvi- defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos ter-
doria. mos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali- e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor. Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
classe, entidade e empresa que realize as atividades mencionadas pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
no art. 6º. ções de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
CAPÍTULO VIII privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersona-
DISPOSIÇÕES FINAIS lizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, cria-
ção, construção, transformação, importação, exportação, distribui-
Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas com- ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
plementares necessárias à execução do disposto nesta Resolução. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
Art. 18. Os relatórios e a documentação relativa aos atendi- imaterial.
mentos realizados, de que tratam os arts. 6º, inciso V e § 1º, 7º e 13, § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
bem como a gravação telefônica do atendimento, devem permane- consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá-
cer à disposição do Banco Central do Brasil na sede da instituição ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re-
pelo prazo mínimo de cinco anos. lações de caráter trabalhista.

QUESTÕES CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
1-Um banco que vem atuando autonomamente sem vincula-
ção a qualquer conglomerado financeiro poderá, nesse caso, nos Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
termos da Resolução CMN n° 4.433/2015, compartilhar ouvidoria objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o res-
com a seguinte instituição: peito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus inte-
A Órgão autorizado a funcionar pelo Banco Central. resses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
B Sociedade de capital aberto autorizada pela Comissão de Va- a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
lores Mobiliários. seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
C Associação de classe à qual seja filiado. I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer-
D Banco vinculado a qualquer grupo financeiro nacional. cado de consumo;
E Sociedade especializada em relações com terceiros. II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente
Resposta: C o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações
representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa-
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela-
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco-
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na bo-
a-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer-
cado de consumo;

3
LEGISLAÇÃO
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, as- deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
sim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
consumo; (Vigência)
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamen-
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos tos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem
aos consumidores; como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; costumes e eqüidade.
VIII - estudo constante das modificações do mercado de con- Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res-
sumo. ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de normas de consumo.
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, CAPÍTULO IV
entre outros: DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVEN-
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para ÇÃO E DA REPARAÇÃO DOS DANOS
o consumidor carente; SEÇÃO I
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu- DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA
midor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi- Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consu-
mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; mo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
Especializadas para a solução de litígios de consumo; sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu res-
peito.
Associações de Defesa do Consumidor.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
§ 1° (Vetado).
prestar as informações a que se refere este artigo, através de im-
§ 2º (Vetado).
pressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação
dada pela Lei nº 13.486, de 2017)
CAPÍTULO III
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensí-
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
lios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou coloca-
dos à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (In-
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro- cluído pela Lei nº 13.486, de 2017)
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
derados perigosos ou nocivos; nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de ma-
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos neira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri-
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual- culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em
dade nas contratações; cada caso concreto.
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes pro- Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con-
dutos e serviços, com especificação correta de quantidade, carac- sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente
12.741, de 2012) Vigência à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé- periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata-
todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e anúncios publicitários.
serviços; § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo ante-
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su- fornecedor do produto ou serviço.
pervenientes que as tornem excessivamente onerosas; § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
morais, individuais, coletivos e difusos; União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor-
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com má-los a respeito.
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, Art. 11. (Vetado).
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, ad-
ministrativa e técnica aos necessitados; SEÇÃO II
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a SERVIÇO
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossu-
ficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es-
IX - (Vetado); trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis-
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi-
geral. dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,

4
LEGISLAÇÃO
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona- § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança perfeitas condições de uso;
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
circunstâncias relevantes, entre as quais: atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
I - sua apresentação; III - o abatimento proporcional do preço.
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
III - a época em que foi colocado em circulação. do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de ou- sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
tro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
não será responsabilizado quando provar:
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício,
I - que não colocou o produto no mercado;
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defei-
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
to inexiste;
produto essencial.
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
do artigo anterior, quando: poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di-
puderem ser identificados; ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabri- 1° deste artigo.
cante, produtor, construtor ou importador; § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi- quando identificado claramente seu produtor.
cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon- § 6° São impróprios ao uso e consumo:
sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente- II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria-
mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saú-
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, de, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas re-
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua gulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
fruição e riscos. III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança quados ao fim a que se destinam.
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví-
as circunstâncias relevantes, entre as quais: cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia-
I - o modo de seu fornecimento; ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
III - a época em que foi fornecido. ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter-
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de nativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
novas técnicas.
II - complementação do peso ou medida;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
quando provar:
marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
apurada mediante a verificação de culpa. § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
Art. 15. (Vetado). pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido
Art. 16. (Vetado). segundo os padrões oficiais.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu- Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qua-
midores todas as vítimas do evento. lidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
SEÇÃO III indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, poden-
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO do o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
SERVIÇO I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
cabível;
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con- III - o abatimento proporcional do preço.
sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque-
consumidor exigir a substituição das partes viciadas. les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.

5
ÉTICA
Conceito de ética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
noções de ética empresarial e profissional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
A gestão de ética nas empresas públicas e privadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
ÉTICA
A ética passa por certa evolução natural através da história,
CONCEITO DE ÉTICA. mas uma breve observação do ideário de alguns pensadores do
passado permite perceber que ela é composta por valores co-
A ética é composta por valores reais e presentes na sociedade, a muns desde sempre consagrados.
partir do momento em que, por mais que às vezes tais valores apare- Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a
çam deturpados no contexto social, não é possível falar em convivência Moral e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas apenas parte
humana se esses forem desconsiderados. Entre tais valores, destacam- dela. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referin-
-se os preceitos da Moral e o valor do justo (componente ético do Di- do-se exclusivamente ao regramento que determina a ação do
reito). indivíduo.
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transforma- Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela
ções sofridas pela sociedade através dos tempos provocaram uma Moral ser apenas uma parte da Ética, mas principalmente por-
variação no conceito de ética, por outro, não é possível negar que as
que enquanto a Moral é entendida como a prática, como a rea-
questões que envolvem o agir ético sempre estiveram presentes no
lização efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como
pensamento filosófico e social.
Aliás, uma característica da ética é a sua imutabilidade: a mesma uma “filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral.
ética de séculos atrás está vigente hoje. Por exemplo, respeitar o próxi- Moral é ação, Ética é reflexão.
mo nunca será considerada uma atitude antiética. Outra característica No início do pensamento filosófico não prevalecia real dis-
da ética é a sua validade universal, no sentido de delimitar a diretriz tinção entre Direito e Moral, as discussões sobre o agir ético
do agir humano para todos os que vivem no mundo. Não há uma ética envolviam essencialmente as noções de virtude e de justiça,
conforme cada época, cultura ou civilização. A ética é uma só, válida constituindo esta uma das dimensões da virtude. Por exemplo,
para todos eternamente, de forma imutável e definitiva, por mais que na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com
possam surgir novas perspectivas a respeito de sua aplicação prática. variações de abordagem, o conceito de ética aparece sempre li-
É possível dizer que as diretrizes éticas dirigem o comportamento gado ao de virtude.
humano e delimitam os abusos à liberdade, estabelecendo deveres e Aristóteles4, um dos principais filósofos deste momento his-
direitos de ordem moral, sendo exemplos destas leis o respeito à dig- tórico, concentra seus pensamentos em algumas bases:
nidade das pessoas e aos princípios do direito natural, bem como a a) definição do bem supremo como sendo a felicidade, que
exigência de solidariedade e a prática da justiça1. necessariamente ocorrerá por uma atividade da alma que leva
Outras definições contribuem para compreender o que significa ao princípio racional, de modo que a felicidade está ligada à vir-
ética: tude;
- Ciência do comportamento adequado dos homens em socie- b) crença na bondade humana e na prevalência da virtude
dade, em consonância com a virtude.
sobre o apetite;
- Disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las
c) reconhecimento da possibilidade de aquisição das vir-
e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às pessoas os valores e princípios
que devem nortear sua existência. tudes pela experiência e pelo hábito, isto é, pela prática con-
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que tem por stante;
objetivo realizar este valor. d) afastamento da ideia de que um fim pudesse ser bom se
- Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom e o mau, o utilizado um meio ruim.
bem e o mal, o correto e o incorreto, o certo e o errado.
- Fornece as regras fundamentais da conduta humana. Delimita o Já na Idade Média, os ideais éticos se identificaram com os
exercício da atividade livre. Fixa os usos e abusos da liberdade. religiosos. O homem viveria para conhecer, amar e servir a Deus,
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que o visa re- diretamente e em seus irmãos. Santo Tomás de Aquino5, um dos
alizar. principais filósofos do período, lançou bases que até hoje são
“Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendida invocadas quanto o tópico em questão é a Ética:
como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. a) consideração do hábito como uma qualidade que deverá
Envolve, pois, os estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos determinar as potências para o bem;
homens e a consideração de valor como equivalente de uma medição b) estabelecimento da virtude como um hábito que sozinho
do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas”2. é capaz de produzir a potência perfeita, podendo ser intelectual,
É difícil estabelecer um único significado para a palavra ética, mas moral ou teologal - três virtudes que se relacionam porque não
os conceitos acima contribuem para uma compreensão geral de seus basta possuir uma virtude intelectual, capaz de levar ao conheci-
fundamentos, de seu objeto de estudo.
mento do bem, sem que exista a virtude moral, que irá controlar
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas vo-
a faculdade apetitiva e quebrar a resistência para que se obe-
gais para pronunciar e grafar a vogal e, uma breve, chamada epsílon, e
uma longa, denominada eta. Éthos, escrita com a vogal longa, significa deça à razão (da mesma forma que somente existirá plenitude
costume; porém, se escrita com a vogal breve, éthos, significa caráter, virtuosa com a existência das virtudes teologais);
índole natural, temperamento, conjunto das disposições físicas e psí- c) presença da mediania como critério de determinação do
quicas de uma pessoa. Nesse segundo sentido, éthos se refere às ca- agir virtuoso;
racterísticas pessoais de cada um, as quais determinam que virtudes e d) crença na existência de quatro virtudes cardeais - a
que vícios cada indivíduo é capaz de praticar (aquele que possuir todas prudência, a justiça, a temperança e a fortaleza.
as virtudes possuirá uma virtude plena, agindo estritamente de manei-
2005.
ra conforme à moral)3.
4 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução Pietro Nassetti. São
1 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. Paulo: Martin Claret, 2006.
26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. 5 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo
2 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Vannucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Rodríguez. Coor-
Atlas, 2010. denação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edição Joaquim Pereira. São
3 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, Paulo: Loyola, 2005. v. IV, parte II, seção I, questões 49 a 114.

1
ÉTICA
No Iluminismo, Kant6 definiu a lei fundamental da razão pura prá- Assim, a concepção de uma base ética objetiva no comporta-
tica, que se resume no seguinte postulado: “age de tal modo que a mento das pessoas e nas múltiplas modalidades da vida social foi
máxima de tua vontade possa valer-te sempre como princípio de uma esquecida ou contestada por fortes correntes do pensamento mo-
legislação universal”. Mais do que não fazer ao outro o que não gostaria
derno. Concepções de inspiração positivista, relativista ou cética
que fosse feito a você, a máxima prescreve que o homem deve agir de
e políticas voltadas para o homo economicus passaram a descon-
tal modo que cada uma de suas atitudes reflita aquilo que se espera de
todas as pessoas que vivem em sociedade. O filósofo não nega que o siderar a importância e a validade das normas de ordem ética no
homem poderá ter alguma vontade ruim, mas defende que ele racio- campo da ciência e do comportamento dos homens, da sociedade
nalmente irá agir bem, pela prevalência de uma lei prática máxima da da economia e do Estado.
razão que é o imperativo categórico. Por isso, o prazer ou a dor, fatores No campo do Direito, as teorias positivistas que prevaleceram
geralmente relacionados ao apetite, não são aptos para determinar a partir do final do século XIX sustentavam que só é direito aquilo
uma lei prática, mas apenas uma máxima, de modo que é a razão pura que o poder dominante determina. Ética, valores humanos, justiça
prática que determina o agir ético. Ou seja, se a razão prevalecer, a são considerados elementos estranhos ao Direito, extrajurídicos.
escolha ética sempre será algo natural. Pensavam com isso em construir uma ciência pura do direito e
Quando acabou a Segunda Guerra Mundial, percebeu-se o quão garantir a segurança das sociedades.10
graves haviam sido as suas consequências, o pensamento filosófico ga- Atualmente, entretanto, é quase universal a retomada dos
nhou novos rumos, retomando aspectos do passado, mas reforçando a estudos e exigências da ética na vida pública e na vida privada,
dimensão coletiva da ética. Maritain7, um dos redatores da Declaração na administração e nos negócios, nas empresas e na escola, no
Universal de Direitos Humanos de 1948, defendeu que o homem ético esporte, na política, na justiça, na comunicação. Neste contexto,
é aquele que compõe a sociedade e busca torná-la mais justa e ade- é relevante destacar que ainda há uma divisão entre a Moral e o
quada ao ideário cristão. Assim, a atitude ética deve ser considerada de Direito, que constituem dimensões do conceito de Ética, embora
maneira coletiva, como impulsora da sociedade justa, embora partindo a tendência seja que cada vez mais estas dimensões se juntem,
da pessoa humana individualmente considerada como um ser capaz
caminhando lado a lado.
de agir conforme os valores morais.
Dentro desta distinção pode-se dizer que alguns autores, en-
Já a discussão sobre o conceito de justiça, intrínseca na do concei-
to de ética, embora sempre tenha estado presente, com maior ou me- tre eles Radbruch e Del Vechio são partidários de uma dicotomia
nor intensidade dependendo do momento, possuiu diversos enfoques rigorosa, na qual a Ética abrange apenas a Moral e o Direito. Con-
ao longo dos tempos. tudo, para autores como Miguel Reale, as normas dos costumes
Pode-se considerar que do pensamento grego até o Renascimen- e da etiqueta compõem a dimensão ética, não possuindo apenas
to, a justiça foi vista como uma virtude e não como uma característica caráter secundário por existirem de forma autônoma, já que fa-
do Direito. Por sua vez, no Renascimento, o conceito de Ética foi bifur- zem parte do nosso viver comum.11
cado, remetendo-se a Moral para o espaço privado e remanescendo Para os fins da presente exposição, basta atentar para o bi-
a justiça como elemento ético do espaço público. No entanto, como nômio Moral-Direito como fator pacífico de composição da Ética.
se denota pela teoria de Maquiavel8, o justo naquele tempo era tido Assim, nas duas posições adotadas, uma das vertentes da Ética é a
como o que o soberano impunha (o rei poderia fazer o que bem enten- Moral, e a outra é o Direito.
desse e utilizar quaisquer meios, desde que visasse um único fim, qual Tradicionalmente, os estudos consagrados às relações entre
seja o da manutenção do poder). o Direito e a Moral se esforçam em distingui-los, nos seguintes
Posteriormente, no Iluminismo, retomou-se a discussão da justi- termos: o direito rege o comportamento exterior, a moral enfatiza
ça como um elemento similar à Moral, mas inerente ao Direito, por a intenção; o direito estabelece uma correlação entre os direitos
exemplo, Kant9 defendeu que a ciência do direito justo é aquela que se e as obrigações, a moral prescreve deveres que não dão origem a
preocupa com o conhecimento da legislação e com o contexto social direitos subjetivos; o direito estabelece obrigações sancionadas
em que ela está inserida, sendo que sob o aspecto do conteúdo seria
pelo Poder, a moral escapa às sanções organizadas. Assim, as prin-
inconcebível que o Direito prescrevesse algo contrário ao imperativo
cipais notas que distinguem a Moral do Direito não se referem
categórico da Moral kantiana.
Ainda, Locke, Montesquieu e Rousseau, em comum defendiam propriamente ao conteúdo, pois é comum que diretrizes morais
que o Estado era um mal necessário, mas que o soberano não possuía sejam disciplinadas como normas jurídicas.12
poder divino/absoluto, sendo suas ações limitadas pelos direitos dos Com efeito, a partir da segunda metade do século XX (pós-
cidadãos submetidos ao regime estatal. -guerra), a razão jurídica é uma razão ética, fundada na garantia
Tais pensamentos iluministas não foram plenamente seguidos, de da intangibilidade da dignidade da pessoa humana, na aquisição
forma que se firmou a teoria jurídica do positivismo, pela qual Direito da igualdade entre as pessoas, na busca da efetiva liberdade, na
é apenas o que a lei impõe (de modo que se uma lei for injusta nem realização da justiça e na construção de uma consciência que pre-
por isso será inválida), que somente foi abalada após o fim trágico da serve integralmente esses princípios.
2ª Guerra Mundial e a consolidação de um sistema global de proteção Assim, as principais notas que distinguem Moral e Direito são:
de direitos humanos (criação da ONU + declaração universal de 1948). a) Exterioridade: Direito - comportamento exterior, Moral -
Com o ideário humanista consolidou-se o Pós-positivismo, que junto comportamento interior (intenção);
consigo trouxe uma valorização das normas principiológicas do orde- b) Exigibilidade: Direito - a cada Direito pode se exigir uma
namento jurídico, conferindo-as normatividade. obrigação, Moral - agir conforme a moralidade não garante direi-
6 KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução Paulo tos (não posso exigir que alguém aja moralmente porque também
Barrera. São Paulo: Ícone, 2005. agi);
7 MARITAIN, Jacques. Humanismo integral. Tradução Afrânio 10 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução João
Coutinho. 4. ed. São Paulo: Dominus Editora S/A, 1962. Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
8 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. 11 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
São Paulo: Martin Claret, 2007. 2002.
9 KANT, Immanuel. Doutrina do Direito. Tradução Edson Bini. 12 PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria Ermantina
São Paulo: Ícone, 1993. Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

2
ÉTICA
c) Coação: Direito - sanções aplicadas pelo Estado; Moral - san- É inegável que o Direito possui forte cunho axiológico, diante
ções não organizadas (ex: exclusão de um grupo social). Em outras da existência de valores éticos e morais como diretrizes do orde-
palavras, o Direito exerce sua pressão social a partir do centro ati- namento jurídico, e até mesmo como meio de aplicação da nor-
vo do Poder, a moral pressiona pelo grupo social não organizado. ma. Assim, perante a Axiologia, o Direito não deve ser interpretado
ATENÇÃO: tanto no Direito quanto na Moral existem sanções. Elas somente sob uma concepção formalista e positivista, sob pena de
somente são aplicadas de forma diversa, sendo que somente o Di- provocar violações ao princípio que justifica a sua criação e estru-
reito aceita a coação, que é a sanção aplicada pelo Estado. turação: a justiça.
O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e caso Neste sentido, Montoro15 entende que o Direito é uma ciência
ele se encontre transposto para uma norma jurídica, gera coação normativa ética: “A finalidade do direito é dirigir a conduta humana
(espécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar uma lei éti- na vida social. É ordenar a convivência de pessoas humanas. É dar
ca não significa excluir a sua validade. Por exemplo, matar alguém normas ao agir, para que cada pessoa tenha o que lhe é devido. É,
não torna matar uma ação correta, apenas gera a punição daquele em suma, dirigir a liberdade, no sentido da justiça. Insere-se, por-
que cometeu a violação. Neste sentido, explica Reale13: “No plano tanto, na categoria das ciências normativas do agir, também deno-
das normas éticas, a contradição dos fatos não anula a validez dos minadas ciências éticas ou morais, em sentido amplo. Mas o Direito
preceitos: ao contrário, exatamente porque a normatividade não se se ocupa dessa matéria sob um aspecto especial: o da justiça”.
compreende sem fins de validez objetiva e estes têm sua fonte na A formação da ordem jurídica, visando a conservação e o pro-
liberdade espiritual, os insucessos e as violações das normas con- gresso da sociedade, se dá à luz de postulados éticos. O Direito
duzem à responsabilidade e à sanção, ou seja, à concreta afirmação criado não apenas é irradiação de princípios morais como também
da ordenação normativa”. força aliciada para a propagação e respeitos desses princípios.
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, mas Um dos principais conceitos que tradicionalmente se relaciona
a primeira é mais abrangente que a segunda, porque pode abarcar à dimensão do justo no Direito é o de lei natural. Lei natural é aque-
outros elementos, como o Direito e os costumes. Todas as regras la inerente à humanidade, independentemente da norma imposta,
éticas são passíveis de alguma sanção, sendo que as incorporadas e que deve ser respeitada acima de tudo. O conceito de lei natural
pelo Direito aceitam a coação, que é a sanção aplicada pelo Estado. foi fundamental para a estruturação dos direitos dos homens, fican-
Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas são com- do reconhecido que a pessoa humana possui direitos inalienáveis e
postas por postulados morais, isto é, envolvem os mesmos valores imprescritíveis, válidos em qualquer tempo e lugar, que devem ser
e exteriorizam os mesmos princípios. respeitados por todos os Estados e membros da sociedade.16
O Direito natural, na sua formulação clássica, não é um conjun-
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTU- to de normas paralelas e semelhantes às do Direito positivo, mas
DES; é o fundamento do Direito positivo. É constituído por aquelas nor-
mas que servem de fundamento a este, tais como: “deve se fazer
o bem”, “dar a cada um o que lhe é devido”, “a vida social deve
A área da filosofia do direito que estuda a ética é conhecida ser conservada”, “os contratos devem ser observados” etc., normas
como axiologia, do grego “valor” + “estudo, tratado”. Por isso, a essas que são de outra natureza e de estrutura diferente das do Di-
axiologia também é chamada de teoria dos valores. Daí valores e reito positivo, mas cujo conteúdo é a ele transposto, notadamente
princípios serem componentes da ética sob o aspecto da exterio- na Constituição Federal.17
rização de suas diretrizes. Em outras palavras, a mensagem que a Importa fundamentalmente ao Direito que, nas relações so-
ética pretende passar se encontra consubstanciada num conjunto ciais, uma ordem seja observada: que seja assegurada individual-
de valores, para cada qual corresponde um postulado chamado mente cada coisa que for devida, isto é, que a justiça seja realizada.
princípio. Podemos dizer que o objeto formal, isto é, o valor essencial, do di-
De uma maneira geral, a axiologia proporciona um estudo dos reito é a justiça.
padrões de valores dominantes na sociedade que revelam princí- No sistema jurídico brasileiro, estes princípios jurídicos funda-
pios básicos. Valores e princípios, por serem elementos que per- mentais de cunho ético estão instituídos no sistema constitucional,
mitem a compreensão da ética, também se encontram presentes isto é, firmados no texto da Constituição Federal. São os princípios
no estudo do Direito, notadamente quando a posição dos juristas constitucionais os mais importantes do arcabouço jurídico nacio-
passou a ser mais humanista e menos positivista (se preocupar mais nal, muitos deles se referindo de forma específica à ética no setor
com os valores inerentes à dignidade da pessoa humana do que público. O mais relevante princípio da ordem jurídica brasileira é
com o que a lei específica determina). o da dignidade da pessoa humana, que embasa todos os demais
Os juristas, descontentes com uma concepção positivista, esta- princípios jurídico-constitucionais (artigo 1°, III, CF).
dística e formalista do Direito, insistem na importância do elemento Claro, o Direito não é composto exclusivamente por postulados
moral em seu funcionamento, no papel que nele desempenham a éticos, já que muitas de suas normas não possuem qualquer cunho
boa e a má-fé, a intenção maldosa, os bons costumes e tantas ou- valorativo (por exemplo, uma norma que estabelece um prazo de
tras noções cujo aspecto ético não pode ser desprezado. Algumas 10 ou 15 dias não tem um valor que a acoberta). Contudo, o é em
dessas regras foram promovidas à categoria de princípios gerais boa parte.
do direito e alguns juristas não hesitam em considerá-las obrigató- A Moral é composta por diversos valores - bom, correto, pru-
rias, mesmo na ausência de uma legislação que lhes concedesse o dente, razoável, temperante, enfim, todas as qualidades esperadas
estatuto formal de lei positiva, tal como o princípio que afirma os daqueles que possam se dizer cumpridores da moral. É impossível
direitos da defesa. No entanto, a Lei de Introdução às Normas do esgotar um rol de valores morais, mas nem ao menos é preciso:
Direito Brasileiro é expressa no sentido de aceitar a aplicação dos
15 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito.
princípios gerais do Direito (artigo 4°).14
26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
13 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 16 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um
2002. diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
14 PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria Ermantina 17 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito.
Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

3
ÉTICA
basta um olhar subjetivo para compreender o que se espera, num caso Ética, Moral, Direito, princípios, virtudes e valores são elemen-
concreto, para que se consolide o agir moral - bom senso que todos tos constantemente correlatos, que se complementam e estrutu-
os homens possuem (mesmo o corrupto sabe que está contrariando o ram, delimitando o modo de agir esperado de todas as pessoas na
agir esperado pela sociedade, tanto que esconde e nega sua conduta, vida social, bem como preconizando quais os nortes para a atuação
geralmente). Todos estes valores morais se consolidam em princípios, das instituições públicas e privadas. Basicamente, a ética é compos-
isto é, princípios são postulados determinantes dos valores morais con- ta pela Moral e pelo Direito (ao menos em sua parte principal), sen-
sagrados. do que virtudes são características que aqueles que agem conforme
Segundo Rizzatto Nunes18, “a importância da existência e do cum- a ética (notadamente sob o aspecto Moral) possuem, as quais exte-
primento de imperativos morais está relacionada a duas questões: a) riorizam valores éticos, a partir dos quais é possível extrair postula-
a de que tais imperativos buscam sempre a realização do Bem - ou dos que são princípios.
da Justiça, da Verdade etc., enfim valores positivos; b) a possibilidade
de transformação do ser - comportamento repetido e durável, aceito
amplamente por todos (consenso) - em dever ser, pela verificação de NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL.
certa tendência normativa do real”.
Quando se fala em Direito, notadamente no direito constitucio- A ética está presente em todas as esferas da vida de um indi-
nal e nas normas ordinárias que disciplinam as atitudes esperadas da víduo e da sociedade que ele compõe e é fundamental para a ma-
pessoa humana, percebem-se os principais valores morais consolida- nutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos grande
dos, na forma de princípios e regras expressos. Por exemplo, quando parte deles) obedeçam aos ditames éticos consolidados. A obediên-
eu proíbo que um funcionário público receba uma vantagem indevida cia à ética não deve se dar somente no âmbito da vida particular,
para deixar de praticar um ato de interesse do Estado, consolido os mas também na atuação profissional, principalmente se tal atuação
valores morais da bondade, da justiça e do respeito ao bem comum, se der no âmbito estatal. Inclusive, atualmente a ação conforme a
prescrevendo a respectiva norma. ética não é só esperada dos indivíduos nas esferas privada e profis-
Uma norma, conforme seu conteúdo mais ou menos amplo, pode sional, mas das próprias empresas e do Estado.
refletir um valor moral por meio de um princípio ou de uma regra. Houve um tempo em que o objetivo de obter lucro por parte
Quando digo que “todos são iguais perante a lei [...]” (art. 5°, caput, CF) das empresas era tão predominante que eram ultrapassados to-
exteriorizo o valor moral do tratamento digno a todos os homens, na dos os limites éticos. De início, retomando a Revolução Industrial,
forma de um princípio constitucional (princípio da igualdade). Por sua notam-se cenários de desmazelo para com os trabalhadores, ora
vez, quando proíbo um servidor público de “Solicitar ou receber, para si submetidos a jornadas intermináveis e perigosas, sem qualquer di-
ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou reito para o caso de imprevistos e acidentes. Daí terem surgido os
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar direitos sociais, que colocaram o primeiro limite à atuação das em-
promessa de tal vantagem” (art. 317, CP), estabeleço uma regra que presas, demonstrando que mesmo elas deveriam respeitar alguns
traduz os valores morais da solidariedade e do respeito ao interesse ditames éticos.
coletivo. No entanto, sempre por trás de uma regra infraconstitucional Em outros aspectos alheios à relação de emprego, por muito
haverá um princípio constitucional. No caso do exemplo do art. 317 do tempo predominou o poderio econômico das empresas em detri-
CP, pode-se mencionar o princípio do bem comum (objetivo da Repú- mento do bem comum social. Fala-se nas áreas de direitos difusos e
blica segundo o art. 3º, IV, CF – “promover o bem de todos, sem pre- coletivos, notadamente direito ambiental e direito do consumidor.
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas Antes, era aceito que em nome do lucro as empresas poluíssem à
de discriminação”) e o princípio da moralidade (art. 37, caput, CF, no vontade o planeta, bem como violassem os direitos dos consumido-
que tange à Administração Pública). res de seus produtos e serviços. Com o desenvolvimento da tutela
Conforme Alexy19, a distinção entre regras e princípios é uma dis- dos direitos difusos e coletivos ficou ainda mais evidente a dimen-
tinção entre dois tipos de normas, fornecendo juízos concretos para o são ética inerente às empresas.
dever ser. A diferença essencial é que princípios são normas de otimi- No contexto em que as empresas começaram a se fortalecer
zação, ao passo que regras são normas que são sempre satisfeitas ou no mundo clamava-se pela liberdade de contratação, de compra e
não. Se as regras se conflitam, uma será válida e outra não. Se princí- venda de produtos, sem se preocupar muito com as consequências
pios colidem, um deles deve ceder, embora não perca sua validade e que isto traria para o outro e para o mundo. Trata-se da política do
nem exista fundamento em uma cláusula de exceção, ou seja, haverá liberalismo, pela qual o particular poderia fazer o que bem enten-
razões suficientes para que em um juízo de sopesamento (ponderação) desse sem a intervenção do Estado. Após, compreendeu-se que o
um princípio prevaleça. Enquanto adepto da adoção de tal critério de Estado não poderia se manter alheio a este contexto, de modo que
equiparação normativa entre regras e princípios, o jurista alemão Ro- deveria garantir a liberdade das empresas, mas em contrapartida
bert Alexy é colocado entre os nomes do pós-positivismo. estas deveriam respeitar os ditames éticos, ou seja, cumprir com
Em resumo, valor é a característica genérica que compõe de al- sua responsabilidade social.
guma forma a ética (bondade, solidariedade, respeito...) ao passo que Um regime de completa liberdade para uma nova ordem na
princípio é a diretiva de ação esperada daquele que atende certo valor qual a liberdade das partes importa responsabilidade, devendo ins-
ético (p. ex., não fazer ao outro o que não gostaria que fosse feito a pirar-se em princípios éticos, abandonando-se a igualdade formal
você é um postulado que exterioriza o valor do respeito; tratar a todos para atender às situações respectivas dos contratantes, ou seja, à
igualmente na medida de sua igualdade é o postulado do princípio da igualdade material.
igualdade que reflete os valores da solidariedade e da justiça social). Logo, ética empresarial é o comportamento da empresa en-
Por sua vez, virtude é a característica que a pessoa possui coligada a tendida lucrativa quando age de conformidade com os princípios
algum valor ético, ou seja, é a aptidão para agir conforme algum dos morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade. Ética
valores morais (ser bondoso, ser solidário, ser temperante, ser mag- empresarial diz respeito a regras, padrões e princípios morais sobre
nânimo). o que é certo ou errado em situações específicas.
O comportamento ético é a única maneira de obtenção de lu-
18 NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual de introdução ao cro com respaldo moral. A sociedade tem exigido que a empresa
estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. sempre vele pela ética nas relações com seus clientes, fornecedo-
19 ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução res, competidores, empregados, governo e público em geral.
Virgílio Afonso da Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.

4
ÉTICA
As empresas precisam ter um comportamento ético tanto den-
tro quanto fora da empresa, com isso é possível que os produtos
fiquem mais baratos sem que se perca em qualidade. Além disso,
evidenciam o comportamento ético da empresa o não pagamento
de subornos ou de compensações indevidas.
O importante é que se uma empresa age de forma ética, pode
estabelecer normas de condutas para que seus dirigentes e empre-
gados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação, isto é, que res-
peitem os preceitos éticos.
Agir de acordo com a ética profissional é a obrigação que a em-
presa assume com a sociedade, que inclui responsabilidades econô-
micas e legais. As responsabilidades éticas são definidas como com-
portamento ou atividades que a sociedade espera das empresas. As regras éticas do setor público são mais do que regulamentos
A responsabilidade social é também aplicada à gestão dos ne- morais, são normas jurídicas e, como tais, passíveis de coação. A deso-
gócios e se traduz como um compromisso ético voltado para a cria- bediência ao princípio da moralidade caracteriza ato de improbidade
ção de valores para todos os públicos com os quais a empresa se administrativa, sujeitando o servidor às penas previstas em lei. Da mes-
relaciona: clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, acio- ma forma, o seu comportamento em relação ao Código de Ética pode
nistas, governo, meio ambiente. A responsabilidade social empre- gerar benefícios, como promoções, e prejuízos, como censura e outras
sarial é um movimento crescente no Brasil e no mundo, que tem na penas administrativas. A disciplina constitucional é expressa no senti-
adesão voluntária das empresas a sua maior força. do de prescrever a moralidade como um dos princípios fundadores da
A empresa socialmente responsável é aquela que possui a ca- atuação da administração pública direta e indireta, bem como outros
pacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, princípios correlatos. Logo, o Estado brasileiro deve se conduzir moral-
funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, mente por vontade expressa do constituinte, sendo que à imoralidade
comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los administrativa aplicam-se sanções.
no planejamento de suas atividades, buscando atender às deman- Assim, tem-se que a obediência à ética não deve se dar somen-
das de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. te no âmbito da vida particular, mas também na atuação profissional,
A empresa possui um valor ético devido à ética empresarial, de principalmente se tal atuação se der no âmbito estatal, caso em que
modo que sua atuação deve se guiar pela moral idônea. Mas não haverá coação. O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade
é propriamente a empresa que será aética, porque ela é composta de fins gerais que permite o desenvolvimento, em seu seio, das indi-
por pessoas. Assim, falta ética ou não aos homens que a compõem vidualidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares.
e escolhem as políticas e diretrizes que serão por ela seguidas. Ou O Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado pelos
seja, o bom comportamento profissional do funcionário é uma homens para organizar a sociedade de disciplinar o poder visando que
questão ligada à ética empresarial, pois se os homens que com- todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finalidades par-
põem a estrutura da empresa tomam uma atitude correta perante ticulares.20
os ditames éticos há uma ampliação e uma consolidação do valor O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve se
ético da instituição. O mesmo vale para o Estado. guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado que é aéti-
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exercem, co, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou não aos
o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos de homens que o compõe. Ou seja, o bom comportamento profissional
Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso das do funcionário público é uma questão ligada à ética no serviço público,
profissões relacionadas à esfera pública, esta exigência se amplia. pois se os homens que compõe a estrutura do Estado tomam uma ati-
Quando se fala em ética na função pública, não se trata do sim- tude correta perante os ditames éticos há uma ampliação e uma con-
ples respeito à moral social: a obrigação ética no setor público vai solidação do valor ético do Estado.
além e encontra-se disciplinada em detalhes na legislação, tanto na Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas dentro da
esfera constitucional (notadamente no artigo 37) quanto na ordiná- administração pública, passando a desempenhar um papel de funda-
ria (em que se destaca a Lei n° 8.429/92 - Lei de Improbidade Admi- mental interesse para o Estado. Quando estiver nesta condição, mais
ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado é responsável
nistrativa, a qual traz um amplo conceito de funcionário público no
pela manutenção da sociedade, que espera dele uma conduta ilibada
qual podem ser incluídos os servidores do Banco do Brasil). Ocorre
e transparente.
que o funcionário de uma instituição financeira da qual o Estado
Quando uma pessoa é nomeada como servidor público, passa a
participe de certo modo exterioriza os valores estatais, sendo que o
ser uma extensão daquilo que o Estado representa na sociedade, de-
Estado é o ente que possui a maior necessidade de respeito à ética.
vendo, por isso, respeitar ao máximo todos os consagrados preceitos
Por isso, o servidor além de poder incidir em ato de improbidade
éticos.
administrativa (cível), poderá praticar crime contra a Administração
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exercem, o
Pública (penal). Então, a ética profissional daquele que serve algum qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos de Ética di-
interesse estatal deve ser ainda mais consolidada. versos atribuídos a cada categoria profissional. No caso das profissões
Se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao menos dois na esfera pública, esta exigência se amplia.
elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso da disciplina da Ética Não se trata do simples respeito à moral social: a obrigação ética
no Setor Público a expressão é adotada num sentido estrito - ética no setor público vai além e encontra-se disciplinada em detalhes na
corresponde ao valor do justo, previsto no Direito vigente, o qual é legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente no artigo 37)
estabelecido com um olhar atento às prescrições da Moral para a quanto na ordinária (em que se destacam o Decreto n° 1.171/94 - Có-
vida social. Em outras palavras, quando se fala em ética no âmbito digo de Ética - a Lei n° 8.429/92 - Lei de Improbidade Administrativa - e
dos interesses do Estado não se deve pensar apenas na Moral, mas a Lei n° 8.112/90 - regime jurídico dos servidores públicos civis na
sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam, o que permi- esfera federal).
te a aplicação de sanções. Veja o organograma:
20 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Pau-
lo: Método, 2011.

5
ATENDIMENTO
Qualidade no atendimento ao público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Trabalho em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Postura profissional e relações interpessoais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Comunicação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Satisfação, valor e retenção de clientes Telemarketing. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
ATENDIMENTO
em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
para causar uma boa primeira impressão.
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
recebe a mensagem através de seu emissor. uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
mento. possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o seu público.
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape-
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e
mensagem e a empatia para com o outro. confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es-
COMUNICABILIDADE tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância
Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta
que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos, como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo.
transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo
que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for- ATENÇÃO
ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos
expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite, abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer
ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian-
correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa- te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem- relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente
com quem convivemos de forma natural e cotidiana. durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar
A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co- interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que
municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que
clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi- ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu
do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem publico espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se
em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida. está comunicando.
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento- Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da
nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co- mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um
nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran-
mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni- te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito
cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente
falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne-
um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda- cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades
de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador
língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada- de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma
mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não importância.
usado de maneira adequada.
Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex- CORTESIA
tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu- A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza-
nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como
comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi- um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens
co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa- sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es-
ções, bem como a clareza e concisão do que recebe. colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões,
APRESENTAÇÃO a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um
Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo excelente profissional.
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex- Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem
colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên- mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em-

1
ATENDIMENTO
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês, ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger tolerante e respeitoso.
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para
INTERESSE ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como
nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é
uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro, possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com
você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con-
postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de- flitos desnecessários onde eles se veem iminentes.
nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive DISCRIÇÃO
com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so- Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente,
bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce-
descontentamento. dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são
O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado
quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios, do público, por sua vez, também existem informações e dados dos
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo
são importantes para a evolução da empresa como um todo. De- uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten-
monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um dente o mediador desta relação.
desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte- CONDUTA
resse no que seu público precisa e deseja. Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra-
PRESTREZA balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa.
Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o
quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem- funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não
pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone- está adequada ao que a empresa espera dele.
mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o
má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real
comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou- de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um
ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim
vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo. e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio-
EFICIÊNCIA nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e
Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro- fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade,
dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não
o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex- agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma
ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá- respeitosa.
tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa- OBJETIVIDADE
bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente. Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva
A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a
uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta- comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é
refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter- uma característica que deve estar presente durante o atendimento
valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo.
eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação
e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para
profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja
vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento, expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des-
preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa
eficiente e ágil são muito maiores. intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro-
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a
TOLERÂNCIA empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação
A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a e seu sucesso.
respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade
a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas, enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição
opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera- da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo
mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni- mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido,
cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen- prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar

2
ATENDIMENTO
de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden- mover a inclusão de todos durante rodas de conversas, discussões
tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência importantes e compartilhamento de opiniões e ideais, de forma
não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um respeitosa e humana.
grupo de profissionais.
SERVIDOR E OPINIÃO PÚBLICA
Muitas vezes a opinião pública sobre o funcionário público é
estereotipada, pois parte do princípio do negativo, focando naqui-
lo que se observa de longe sobre alguns funcionários do Estado
TRABALHO EM EQUIPE que ficam em evidência, como vereadores e deputados. Este tipo
de visão faz com que a população não se atente à outros tipos de
Bem como lidar com o público, lidar com a equipe interna de funções exercidas por servidores públicos que podem e devem ser
uma empresa também não é tarefa simples. Seres humanos são avaliadas e observadas pelo povo com lentes renovadas.
complexos e possuem peculiaridades, diferentes personalidades, A população tem o direito de opinar sobre o trabalho realizado
pelos servidores públicos, fóruns, enquetes, votações e reclama-
se comportam de maneiras distintas e até se comunicam de diver-
ções podem ser realizadas através dos sites governamentais oficias.
sos jeitos. Ainda assim, quanto mais uma equipe trabalha, pensa e
Estas informações se tornam relatórios que são enviados para os
se move em prol dos objetivos de maneira homogênea e unânime,
responsáveis diretores e presidentes de cada órgão, a fim de que
maior a probabilidade do sucesso de uma empresa. Para tal, é pre- eles ou até mesmo seus superiores realizem as devidas alterações e
ciso levar em consideração alguns pontos a serem desenvolvidos mudanças cabíveis, como destituição de cargos, alterações hierár-
em equipe, confira. quicas, aberturas ou fechamentos de órgãos e ministérios.
Este recurso é um benefício democrático que apenas uma pe-
PERSONALIDADE E RELACIONAMENTO quena parcela da população costuma se interessar, mas que pode
O modo como os relacionamentos se estabelecem no trabalho fazer toda a diferença na vida da população que usufrui de serviços
devem ser exclusivamente profissionais, mas isto não significa que públicos como hospitais, creches, cartórios, entre outros. O servi-
uma equipe não pode ser amigável ou ter qualquer tipo de proximi- dor, por sua vez, está sujeito à opinião pública tanto quanto um
dade amigável dentro dos padrões éticos de cada órgão, corporação funcionário de uma empresa está sujeito a opinião de um cliente.
ou instituição. A realidade é que é fácil fazer amizade e integrar-se Algumas profissões tem esse tipo de interação mais presente, como
com aqueles com quem possuímos mais afinidade, por questões de no caso de freelancers, prestadores de serviços, que trabalham di-
personalidade e interesses em comum, cujas raízes costumam estar retamente com o cliente. Desse modo, a fim de proporcionar o me-
em aspectos de fora do próprio trabalho, o que não necessariamen- lhor serviço possível à população, os servidores precisam combinar
te seria capaz fomentar e incentivar o trabalho em equipe em prol forças para que, em conjunto, possam ouvir, aprender e colocar em
dos objetivos da empresa. prática planos de ação capazes de fortalecer a equipe e proporcio-
Personalidade é um aspecto da individualidade de cada pes- nar melhores serviços aos usuários.
soa responsáveis por caracterizar suas ações e reações, seu humor,
sua forma de se falar, seu temperamento e questões ligadas à au- O ÓRGÃO E A OPINIÃO PÚBLICA
toestima, extroversão ou introversão. Existem muitos tipos de per- A fim de aperfeiçoar o trabalho dos órgãos governamentais, a
sonalidades em uma empresa; indivíduos mais tímidos e quietos, opinião pública é de suma importância. Desde 1991, uma ação efe-
outros mais falantes e ativos; alguns mais sérios, reservados; outros tiva foi implantada a fim de desburocratizar e melhorar a gestão pú-
mais engraçados e explosivos; são diversas as combinações, e nem blica, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização.
sempre a personalidade de um integrante da equipe é equivalente Além de incentivar maior participação dos cidadãos nas decisões
a de outro, um fato que pode explicar a origem de conflitos e de- públicas, ele foi capaz de melhorar a transparência dos serviços re-
alizados através de relatórios disponíveis para toda a população.
savenças, que surgem quando questões pessoais são colocadas em
Um dos recursos utilizados para incentivar o avanço das me-
primeiro plano em detrimento ao objetivo comum de uma equipe.
lhorias do serviço público é o Instrumento Padrão de Pesquisa de
Casa indivíduo possui características únicas e exclusivas capa-
Satisfação (IPPS), uma pesquisa de opinião que coleta dados sobre
zes de enriquecer equipes e fortalece-la usando os pontos positivos o índice de satisfação dos usuários com o serviço público. Este tipo
e fortes de cada um em seu benefício. Um bom relacionamento em de relação fomenta a democratização do país, o que é importante
equipe, ainda que ele não seja de maneira íntima do lado de fora para ambas as partes, pois oferece conhecimento à população so-
do trabalho, pode incentivar e motivar colaboradores e trazer bons bre o que o Estado e seus órgãos tem feito em prol dela e de que
resultados para a empresa, fazendo com que ela se beneficie desta maneira ela tem se beneficiado do que os órgãos públicos de cada
relação. estado oferecem.

EFICÁCIA NO COMPORTAMENTO INTERPESSOAL FATORES POSITIVOS DO RELACIONAMENTO


As mesmas regras que se aplicam ao atendimento ao cliente, Em questão de trabalho em equipe, alguns fatores positivos
podem ser aproveitadas para explicar como garantir a eficácia das podem ser observados na relação em conjunto. O ato de comuni-
relações interpessoais. Cada indivíduo tem competências singula- car, dialogar e debater soluções diariamente com uma equipe ajuda
res que se combinadas podem trazer sucesso. Enquanto isso é uma a desenvolver habilidades interpessoais e comunicativas que serão
verdade, deve-se ter em mente que para realizar essa combinação úteis em todas as áreas da vida, além de proporcionar aprendiza-
de forma eficaz é preciso saber se relacionar com as pessoas. gem àqueles que ainda não possuem suas habilidades comunicati-
O comportamento interpessoal é algo que deve ser exercita- vas bem desenvolvidas com a ajuda de outros membros do grupo.
do pois nem sempre é natural para alguns (os mais introvertidos) e Além disso, quando em conjunto se busca soluções para um mesmo
muitas vezes precisa ser podado ou lapidado para outros (os mais problema, com a combinação das diversas habilidades e formações
extrovertidos). Desenvolver a empatia, saber se colocar no ligar do dos membros de um time, diferentes ideias e soluções surgem, in-
outro é um dos comportamentos mais necessários para estabelecer clusive em maior quantidade, o que pode agilizar a resolução do
boas relações interpessoais, bem como saber escutar o outro e pro- problema.

Você também pode gostar