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-Bad Liar

Era mais um dia em Islândia. O sol batia no meu


rosto logo pela manhã, mas claramente isso não me
incomodava. Alguns empregados tentavam me
acordar, porém eu fingia não dar ouvido.
-Vamos, Caroline. Temos visitas importantes, os
filhos do Einar estão no reino. - Gustaf disse
enquanto me balançava na cama.
-Apenas 5 minutos, eu juro. – Resmunguei
sonolenta.
-Levante logo! – Ele terminou de dizer e saiu do
quarto.
Me levantei cambaleando e pude ver Asta me
encarando da porta.
-Bom dia, flor do dia. – Asta disse com um lindo
sorriso.
-Você e Gustaf estão me perseguindo agora? –
Bocejei enquanto desmanchava a trança do meu
cabelo.
-Papai está eufórico, disse que devemos estar bonitas
para quando os filhos do Einar chegarem. – Ela disse
e se jogou na minha cama.
Acabei rindo dela quando a mesma quase caiu no
chão, em seguida me levantei.
-Vou ao lago. – Disse enquanto a observava na
minha cama.
-Seja rápida pelo menos.
Dei a língua a Asta e segui meu caminho. O lago
era um lugar que eu considerava só meu em todo o
reino. Nenhum dos empregados, ou meus irmãos e
nem mesmo meu pai ia até aquele lugar. Cheguei lá
e tirei meu vestido deixando meu corpo
completamente nu e comecei a me banhar
tranquilamente. Quando estava quase terminando o
meu banho, ouvi passos vindo na minha direção e
tentei me esconder na água.
-Quem está ai? Saia de onde está agora! – Disse bem
alto.
De repente um homem que eu nunca havia visto
saiu de trás dos arbustos e ficou me observando de
longe.
-Quem é você e por que estava me observando? –
Perguntei ainda na água.
-Estou perdido, queria saber como chego no salão de
jantar do Rei Sven. – O homem disse ainda me
olhando.
-Era só seguir o caminho com flores e continuar
reto. – Respondi brava.
-Obrigado, Senhorita..?
Não queria e nem iria dizer quem eu realmente era
para um estranho, principalmente caso esse tipo de
situação chegasse aos ouvidos do meu pai.
-Freyja.
-Obrigado, Senhorita Freyja. Espero vê-la
novamente. – Ele acenou e saiu.
-Não espero o mesmo. – Bufei sozinha.
Acabei percebendo que havia perdido meu tempo
falando com um estranho, então me troquei
rapidamente e fui correndo para o salão de jantar.
Pelo horário vi que todos já estavam lá, menos eu..
-Finalmente! – Meu pai falou quando me sentei ao
seu lado na mesa.
-Perdoe-me pai. – Disse de cabeça baixa.
-Bom, já que estamos todos aqui. Ian e Eldur é
muito bom termos vocês aqui conosco. – Meu pai
disse alegre.
Levantei meu rosto para ver quem era e fiquei
surpresa por ver o homem que me observava, era um
dos filhos de Einar. Maldito Viking.
-Princesa Caroline. – Ian disse sorrindo
debochadamente.
-Vejo que conhece minha irmã. – Gustaf disse
puxando assunto.
-Na verdade, não tivemos o prazer de nos conhecer.
– Disse cortando o assunto.
-Caroline é bem famosa entre nossas terras, dizem
que é a melhor arqueira que já existiu. – Eldur disse
enquanto comia.
-Caroline é extremamente boa com o arco, mata tão
rápido quanto um furacão! – Asta falou empolgada.
-Não sejam exagerados.. – Respondi tímida.
-Espero um dia ver a princesa em ação. – Ian disse,
mas não o respondi.
Depois que o jantar acabou, meu pai foi comigo,
Gustaf e os filhos de Einar para seu escritório. Ian e
Eldur nos contaram sobre a morte de Einar e sobre
querer nossa ajuda em uma vingança. Meu pai e
Einar eram grandes amigos e eu sabia que ele nunca
negaria ajudar a Einar ou a qualquer um dos seus
gilhos.
-Se o meu pai concorda, eu também vou. – Disse
enquanto os olhava séria.
-Em 3 dias partiremos para Rivers of Meara com
vocês. – Meu pai disse com um sorriso fraco no
rosto, estava abalado com a morte do amigo.
-Enquanto isso, se sintam a vontade no nosso reino,
vocês estão em casa. – Falou Gustaf e se retirou com
meu pai.
-Eldur, como é bom te ver de novo, depois de tantos
anos. – O abracei pela primeira vez desde que ele
havia chegado.
-Nem parece que brincávamos enquanto nossos pais
lutavam juntos nas guerras. –Ele disse e riu.
-Como anda Onduce e Laris? – Perguntei curiosa.
-Laris continua com o mesmo gênero forte e minha
mãe está bem.
-Fico feliz em saber que todos estão bem, minha
mãe era muito amiga de Onduce e eu de Laris. –
Disse e me retirei depois de me despedir de Eldur.
Algumas boas lembranças voltaram a minha mente,
poucas pessoas me chamavam de Carol, minha mãe
me apelidou assim antes de morrer. Ela morreu
quando eu tinha 4 anos, logo após dar a luz a Asta.
Não lembro de muitos detalhes dela comigo, apesar
de ouvir sua voz me chamando as vezes.. Decidi dar
uma volta no jardim sozinha, ignorei algumas
pessoas que estavam ali e segui meu caminho. Fui
novamente até o lago, mas fiquei apenas deitada na
grama observando o sol se pôr. Aquela era a
paisagem mais bonita que já vi em toda minha vida.
Ouvi alguém se aproximando de mim, nem tive o
desprazer de ver quem era por já imaginar quem
seria.
-Está me seguindo ou perdeu algo por aqui? – Disse
sem olhar para ele.
-Gostei desse lugar e aparentemente gostei de olhar
para você também. – Ele sorriu.
-Eu conheço homens iguais a você e todos são
iguais. – Me virei para que pudesse olhar para ele.
-Como assim? – Ian perguntou confuso.
-Acham que todas as mulheres do mundo estão afim
de vocês, como se fossem o centro do universo. –
Respondi e bufei baixo.
-Bom, a mulher que eu gosto, nesse momento, é
casada com meu irmão mais velho e até então não
tenho ninguém, assim como você princesa.
-Quem disse que eu não tenho ninguém? – Perguntei
séria.
-Foi só uma dedução. Sua beleza é falada por
diversos reinos e cidades, com certeza você deve ter
um escolhido. – Ele se deitou agora olhando para o
sol.
Voltei a olhar pro sol, que agora estava realmente
indo embora. Ele estava certo, eu não tinha ninguém.
Não era algo que me incomodava, até por que sendo
uma princesa eu sabia que a qualquer momento eu
teria um casamento arranjado com um rei qualquer.
-Quer ir a cidade?
-Até que enfim algo de bom. Vamos! – Ele se
levantou e começou a me seguir pelo caminho.

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