Centro de Ciências Humanas e da Educação – CCHE/CJ
Campus de Jacarezinho
Curso: PEDAGOGIA Modalidade: Licenciatura
Disciplina: FUNDAMENTOS TEÓRICO–METODOLÓGICOS EM HISTÓRIA E
GEOGRAFIA
Docente: Profa. Ma. Luciana Helena de Oliveira Viceli
Atividade avaliativa - Valor 2,0
Data final para entrega: 31/10/2022 - via Classroom
Atividade pode ser respondida em dupla.
Acadêmica(as): Amanda Grasielle Moreira e Nathalia Maria R. Mecias
Faça uma síntese respondendo a seguinte problemática:
QUAL O PAPEL DAS POLÍTICAS CURRICULARES NA ORGANIZAÇÃO DO
PROCESSO EDUCACIONAL E COMO SÃO PROCESSADAS EM ÂMBITO NACIONAL?
A princípio vale frisar que todas as reformas e politicas educacionais e
curriculares refletem interesses políticos, econômicos e socioculturais moldados nas relações de poder pelas políticas partidárias e seus envolvidos. Atualmente houve e se implementa uma reforma curricular de governo que pretende se instituir enquanto política de estado. O documento Base Nacional Comum Curricular foi consolidado em 2017, no intuito de homogeneizar os conhecimentos essenciais que todo aluno deve aprender na rede básica de ensino, na primícia de “[...] superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação” (BRASIL, 2017, p. 8). O documento se apresenta de ordem normativa, obrigatória, na necessidade de superar a fragmentação de conhecimentos pelo território nacional, a grande problemática é os interesses e os ideias trazidos e a forma como foi elaborado este currículo, além da ideia falsa de homogeneidade, já que cada aluno em seu contexto local tem suas vivencias e experiencias que se configuram nos saberes já assimilados, além das condições socioeconômicas e culturais de cada região que influencia no ensino- aprendizagem, pois casa ser humano é único. A BNCC tendo por finalidade nortear dos conteúdos, objetos de conhecimento e aprendizagem essenciais que todos os alunos tem o direito de aprender na Educação Básica, assegurando o desenvolvimento de competências (conhecimentos e técnicas) e habilidades primordiais (práticas socioemocionais e cognitivas envolvendo atitudes e valores) na aprendizagem das diferentes áreas do conhecimento (BRASIL, 2017). Assim, se tem um esvaziamento de um currículo enciclopédico (conhecimentos históricos acumulados) para a implementação de um currículo por competências e habilidades que devem ser desenvolvidas. Fica claro aqui, o perfil de sujeito que quer formar, no aperfeiçoamento de habilidades para logo o mercado de trabalho, no aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser. Esta politica curricular de governo traz interesses socioeconômicos de partidos neoliberais, influenciados por instituições internacionais, gerados pela globalização. Percebe-se uma educação mercadológica, de logica empresarial, na submissão da educação ao mundo produtivo, avançando a um currículo de formação competências expressando um hibridismo, no controle de metas e eficiência educacional. O currículo, mas que um documento norteador de conhecimentos acumulados historicamente é uma “arma” ideológica que pode tanto emancipar quanto regular o aluno aos interesses de mercado, assim, se faz necessário “[...] produzir novos sentidos para as políticas curriculares, valorizando o currículo como espaço da pluralidade de saberes, de valores e de racionalidades” (LOPES, 2004, p. 116). Portanto, o papel das políticas curriculares na organização do processo educativo, tem como objetivo um direcionamento do andamento dos conteúdos que serão trabalhados pelos professores, refletindo que perfil de aluno/ sujeito quer formar para a sociedade. O currículo tem por objetivo uma certa "padronização", essas políticas tem um interesse de garantir que todos tenham acesso aos conteúdos considerados importantes e essenciais no processo de ensino aprendizagem. No entanto os professores que ficam responsáveis pela transmissão desse conhecimento previamente definido, ficam reféns destas políticas, a uma ideologia, interesses econômicos e sociais por trás dessas políticas de currículo, o que acaba tirando um pouco da autonomia educacional do educador. Essas políticas educacionais estão ligadas diretamente com o governo regente, sendo elas propostas de políticas de governo, a LDB. 9394/96 é uma política de estado, ou seja, não pode ser retirada apenas acrescentada. As políticas de governo se modificam, transmitindo seus ideais de acordo com a política em andamento, nesse contexto então que são direcionadas as políticas educacionais e quais devem ser seguidas. Conclui-se a educação como um ambiente de conflitos e resistência, na formação de sujeitos históricos e culturais de ação social e transformadora na realidade em que esta, desta maneira, os professores devem ter a dimensão do currículo e das politicas que o envolvem, para não se alienar em práticas de reprodução e sem significado. Mas conhecer o currículo e o ressignificar, politizando na emancipação e empoderamento do aluno para ocupar lugares que foram negados a ele e que só alcançara pela educação, na apropriação do conhecimento, assim, é preciso entender a educação como produção cultural de pessoas concretas e singularidades capazes de se constituírem em sujeitos globais e locais na resistência contra as desigualdades ( LOPES, 2004). REFERÊNCIA BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2017.
LOPES, Alice Casimiro. Políticas curriculares: continuidade ou mudança de rumos?.
Racionalidade e Projeto Político-pedagógico: um olhar a partir do Currículo e do relato das Práticas Docentes de professores do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará