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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

METROLOGIA
DIMENSIONAL
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

METROLOGIA
DIMENSIONAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


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Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

METROLOGIA
DIMENSIONAL
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA

S491m

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Metrologia dimensional / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2015.
69 p. il. (Série Refrigeração e climatização).

ISBN 978-85-7519-933-6
1. Metrologia 2. Refrigeração I. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina II. Título III. Série

CDU: 006.91

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Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações

Figura 1 -  Polegada...........................................................................................................................................................17
Figura 2 -  Pé.........................................................................................................................................................................18
Figura 3 -  Jarda...................................................................................................................................................................19
Figura 4 -  Côvado..............................................................................................................................................................19
Figura 5 -  Metro.................................................................................................................................................................22
Figura 6 -  Conversão do metro.....................................................................................................................................23
Figura 7 -  Conversão da área.........................................................................................................................................25
Figura 8 -  Ampulheta.......................................................................................................................................................26
Figura 9 -  Conversão do tempo...................................................................................................................................26
Figura 10 -  Termômetro..................................................................................................................................................27
Figura 11 -  Comparação dos termômetros em escalas diferente....................................................................28
Figura 12 -  Escala em milímetros.................................................................................................................................34
Figura 13 -  Escala em polegada...................................................................................................................................34
Figura 14 -  Desenho com ajuda da régua................................................................................................................35
Figura 15 -  Trena................................................................................................................................................................36
Figura 16 -  Trena com fita de fibra de vidro.............................................................................................................36
Figura 17 -  Paquímetro analógico...............................................................................................................................37
Figura 18 -  Paquímetro analógico e digital..............................................................................................................38
Figura 19 -  Realização de medições...........................................................................................................................39
Figura 20 -  Medição na parte interna........................................................................................................................39
Figura 21 -  Micrômetro...................................................................................................................................................40
Figura 22 -  Micrômetro analógico...............................................................................................................................41
Figura 23 -  Micrômetro digital......................................................................................................................................41
Figura 24 -  Medindo a espessura de uma engrenagem.....................................................................................42
Figura 25 -  Relógio comparador com base magnética.......................................................................................43
Figura 26 -  Partes do relógio comparador...............................................................................................................44
Figura 27 -  Relógio comparador analógico.............................................................................................................44
Figura 28 -  Relógio comparador digital....................................................................................................................45
Figura 29 -  Realizando a pré-carga.............................................................................................................................45
Figura 30 -  Folga axial e radial de um rolamento..................................................................................................46
Figura 31 -  Goniômetro..................................................................................................................................................47
Figura 32 -  Goniômetro de 180º..................................................................................................................................47
Figura 33 -  Cálibre de lâminas......................................................................................................................................48
Figura 34 -  Escala danificada.........................................................................................................................................49
Figura 35 -  Calibrando o micrômetro........................................................................................................................50
Figura 36 -  Erro de paralaxe – ângulo de visão......................................................................................................51
Figura 37 -  Travamento do bico móvel do paquímetro......................................................................................52
Figura 38 -  Formas de uso do paquímetro ..............................................................................................................52
Figura 39 -  Aconselhando a compra de um aparelho..........................................................................................54

Quadro 1 - Grandezas.......................................................................................................................................................22
Quadro 2 - Múltiplos e submúltiplos do metro.......................................................................................................23
Quadro 3 - Figuras irregulares ......................................................................................................................................24
Sumário
1 Introdução........................................................................................................................................................................11

2 Conceitos e terminologia.............................................................................................................................................15
2.1 Sistema internacional de unidades de medidas...............................................................................16
2.1.1 Polegada.......................................................................................................................................17
2.1.2 Pé.....................................................................................................................................................18
2.1.3 Jarda...............................................................................................................................................19
2.1.4 Côvado...........................................................................................................................................19
2.1.5 Toesa...............................................................................................................................................20
2.1.6 Metro .............................................................................................................................................20
2.1.7 Comprimento..............................................................................................................................23
2.1.8 Área.................................................................................................................................................24
2.1.9 Tempo............................................................................................................................................26
2.1.10 Temperatura termodinâmica..............................................................................................27

3 Instrumentos de medição...........................................................................................................................................33
3.1 Escala: tipos, características e utilização .............................................................................................34
3.2 Trena: tipos, características e utilização ..............................................................................................35
3.3 Paquímetro: tipos, características e utilização ..................................................................................37
3.4 Micrômetro: tipos, características e utilização .................................................................................39
3.5 Relógio comparador: tipos, características e utilização.................................................................43
3.6 Goniômetro: tipos, características e utilização .................................................................................46
3.7 Verificador de folgas: tipos, características e utilização ................................................................48
3.8 Conservação e manutenção dos instrumentos ...............................................................................49
3.9 Erros e confiabilidade em metrologia..................................................................................................51
3.10 Comportamento ético profissional....................................................................................................53

Referências...........................................................................................................................................................................59

Minicurrículo.......................................................................................................................................................................61

Índice......................................................................................................................................................................................63
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular Metrologia Dimensional. Este material didático apre-
senta informações significantes que visam contribuir para sua formação na área de refrige-
ração e climatização, de forma que você possa atuar com profissionalismo e qualidade. Para
isso, você estudará a utilização da metrologia, definições, história, conceitos e terminologias
empregadas.
Por meio desta unidade curricular, você aprenderá a aplicar o Sistema Internacional de Uni-
dades, que são as unidades de medidas do sistema métrico decimal, bem como estudará o
Sistema Inglês de medidas, além de aprender a realizar medições e conversões.
No prosseguimento dos estudos, você aprenderá sobre funcionamento, características, ti-
pos e aspectos de utilização de instrumentos de medição importantes na área de refrigeração
e climatização. Entre estes instrumentos pode-se destacar a escala, a trena, o paquímetro, o
micrômetro, o relógio comparador, o goniômetro e o verificador de folgas (cálibre de lâminas).
Você conhecerá quais são os tipos de escalas e como é realizada a leitura em cada instrumento
de medição. Na sequência, você aprenderá sobre erros de medição e confiabilidade na metro-
logia.
Com esses conhecimentos, você desenvolverá capacidades como:
a) identificar e aplicar o Sistema Internacional de Unidades em trabalhos de instalação e
manutenção de sistema de refrigeração e climatização;
b) realizar conversões do sistema inglês para o métrico, quando se fizer necessário;
c) realizar adequadamente a medição em componentes de sistemas de refrigeração e cli-
matização;
d) selecionar sistemas de medição com base em sua capacidade.
É importante ressaltar que este material didático norteará seus estudos, mas você deve
complementá-lo pesquisando em outros livros, revistas técnicas e na internet. Assim, você es-
tará sempre atualizado em relação às novas tecnologias que surgem na área de refrigeração e
climatização.
REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
14

Agora é hora de trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste processo um momento de construção
de novos saberes, no qual a teoria e a prática devem estar alinhadas para seu desenvolvimento profissional.
Bons estudos!
Conceitos e Terminologia

Você já parou para pensar como seria o mundo se não fosse possível medir e quantificar
produtos e processos? Em um mundo cada vez mais globalizado, a metrologia é fundamental
para dar qualidade a produtos e processos que exigem padronização de maneira a atender às
necessidades das pessoas.
O ato de medir possibilita descrever com exatidão o mundo em que se vive. Por isso, neste
capítulo você estudará as definições e a história da metrologia; conceitos e terminologia; o
Sistema Internacional de Unidades de Medida – SI; unidades de medidas do sistema métrico
decimal e do sistema inglês e a forma correta de fazer conversões do sistema inglês para o
sistema métrico.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) diferenciar as unidades de medida para cada aplicação;
b) converter as unidades de medidas;
c) identificar e aplicar as grandezas físicas.
Bons estudos.
METROLOGIA DIMENSIONAL
18

2.1 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES DE MEDIDAS

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro (2012), “a metrologia


é a ciência que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a
incerteza em qualquer campo da ciência ou tecnologia.” Quando os primeiros povos começaram a usar
algum tipo de instrumento para fazer medidas, a metrologia era tratada apenas como um domínio de co-
nhecimento dentro de outra ciência, como a instrumentação, mas a partir do século XVIII ela passou a ser
tratada como uma ciência.
A palavra metrologia tem origem no grego metron (medida) e logos (ciência), e há indícios de seu sur-
gimento desde o início da civilização, quando o homem se deparou com a necessidade de mensurar 1algo.
Você consegue perceber, então, como a necessidade de realizar medições é antiga? Pense na origem
das civilizações, como será que as pessoas faziam para comprar tecido, alimentos ou medir a quantidade
de água que cabe em um recipiente? As civilizações mais antigas utilizavam como instrumentos de medi-
ção as partes de seus corpos ou do corpo de seus reis, ou ainda objetos como varas, pedras e outros meios
que possibilitassem a existência de certo padrão, sempre pelo método de comparação da dimensão entre
o que seria medido e o instrumento que faria a medição.
Por muito tempo, cada povo criou e adotou seu próprio sistema de medidas, a partir de unidades im-
precisas. Entre estas principais unidades estão: a polegada, o pé, a jarda e o côvado, que você conhecerá
em seguida.
Diante disso, você pode imaginar como era difícil comprar e vender algo, pois uma região não conhecia
o sistema de medidas de outras regiões. Até aproximadamente a década de 1960, havia ainda vários siste-
mas de unidades de medida em todo o mundo, o que, de certa forma, atrapalhava o sistema de medidas,
já que eram diferentes em cada região. Visando eliminar essa diversidade de padrões e unidades, em 1960,
durante a 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM), foi criado o Sistema Internacional. (MARQUES,
2015).

O Sistema Internacional teve como propósito de sua criação a necessidade de um


sistema prático mundialmente aceito nas relações internacionais, no ensino e no
trabalho científico, sendo, naturalmente, um sistema que evolui de forma contínua
para refletir as melhores práticas de medição que são aperfeiçoadas com o decorrer do
tempo. (INMETRO, 2012, p. 06).

Ainda, de acordo com o Inmetro (2012, p. 16) “as grandezas de base usadas no Sistema Internacional
são: comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de substân-
cia e intensidade luminosa.” Estas são, por definição, consideradas como independentes. A CGPM escolheu
como unidades de base do SI o metro, kilograma, segundo, ampere, kelvin, mol e candela. (INMETRO, 2012).

1 Mensurar significa determinar a medida, calcular. É o mesmo que medir. Mensurável é aquilo que pode ser medido.
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
19

Mas, você sabe o que significa um sistema? Sistema é uma palavra que vem do grego e tem como signi-
ficado combinar, formar um conjunto, ajustar. Dito isto, pode-se deduzir que sistemas de medidas são um
conjunto de diferentes meios de medição e unidades de medida, podendo estas se relacionar umas com
as outras.
Na sequência, você conhecerá um pouco da história de algumas dessas unidades de medidas, inclusive
de unidades de medida fora do Sistema Internacional.

2.1.1 POLEGADA

A unidade de medida polegada é uma medida inglesa que foi criada pelo rei Eduardo I na Inglaterra, no
século XVI, segundo Noé (2014). Ela é baseada na distância entre a ponta do dedo polegar até a primeira
dobra; já em outras regiões essa mesma medida é considerada a largura do dedo polegar. Para tornar essa
medida mais precisa, foi determinado que uma polegada seria o equivalente a 2,54 centímetros, conforme
ilustra a figura a seguir.

Polegada (in), 2,54cm


Matheus Felipe Goedert (2015)

Figura 1 -  Polegada
Fonte: Thinkstock (2015)
METROLOGIA DIMENSIONAL
20

A polegada utiliza a sigla “in” que é uma abreviação de inch, que significa polegada em inglês. Esse é um
sistema de medida ainda utilizado pelos Estados Unidos da América, Mianmar e Libéria, e serve para medir
comprimento, espessuras e distâncias pequenas. Mundialmente, é utilizada para medir telas de compu-
tador, televisores e telas de celulares. É bom atentar que as medidas desses equipamentos são realizadas
na diagonal da tela. Vale ressaltar que o CIPM (Comitê Internacional de Pesos e Medidas) não vê qualquer
razão para que se continue utilizando essa unidade de medida em trabalhos científicos e técnicos moder-
nos, assim como o pé e a jarda (INMETRO, 2012, p. 42), que são os próximos assuntos a serem estudados.
Entretanto, historicamente, é importante conhecê-los.

2.1.2 PÉ

Segundo Noé (2014), a medida “pé” começou a se tornar padrão na Inglaterra no século XVI, e foi obtida
por meio da medição do pé do rei Henrique I, de tal forma que foi determinado que um pé seria a distância
em uma linha reta entre a ponta do calcanhar até a ponta do dedão, como pode ser visto na figura que
segue.
Matheus Felipe Goedert (2015)

m
,48c
t), 30
Pé(f

Figura 2 -  Pé
Fonte: Thinkstock (2015)

Ao converter essa medida para o sistema métrico decimal, foi padronizado que um pé é o equivalente
a 30,48 centímetros, e sua sigla é “ft”, que significa foot em inglês, ou pé, em português. Esta é uma medida
de altura muito utilizada na aviação, para determinar a altura de aeronaves durante os voos.
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
21

2.1.3 JARDA

A jarda, que se tornou uma medida padrão na Inglaterra no século XII, foi obtida do rei Henrique I e é
correspondente à distância entre o nariz, com a cabeça reta e olhando para frente, até a ponta do polegar,
com o braço esticado na horizontal, para a lateral do corpo, como você pode visualizar na figura que segue.

Jarda (yd), 91,44cm

Matheus Felipe Goedert (2015)


Figura 3 -  Jarda
Fonte: Thinkstock (2015)

Ao ser convertida para o sistema métrico decimal, a jarda é o equivalente a 91,44 centímetros, e sua
sigla é o “yd” que em inglês significa Yard, ou jarda, em português. (NOÉ, 2014). Esta unidade de medida é
utilizada principalmente nos Estados Unidos, em esportes (futebol americano) e para medição de piscinas.

2.1.4 CÔVADO

Não é possível determinar ao certo quando surgiu a unidade de medida côvado; porém, era bastante
utilizada por povos antigos como instrumento de medida. O côvado, também conhecido como cúbito, era
baseado no comprimento do antebraço, iniciando no cotovelo, até a ponta do dedo médio, em linha reta.
Veja essa medida na próxima figura.
Matheus Felipe Goedert (2015)

Côvado

Figura 4 -  Côvado
Fonte: Thinkstock (2015)
METROLOGIA DIMENSIONAL
22

Quando esses povos observaram que havia diferenças entre as medidas de côvado de cada pessoa,
resolveu-se padronizar esta medida utilizando uma pedra para servir como medida padrão. Também foi
utilizada uma madeira para servir de padrão; contudo, a madeira se desgasta com o tempo. Logo, foi de-
cidido que o côvado seria gravado nas paredes dos templos, com o intuito de que a população calibrasse
seus instrumentos de medição, e também que os comerciantes de outras localidades soubessem a medida
utilizada na região. Ao pesquisar a história do surgimento desta unidade de medida, observa-se que não
houve uma conclusão sobre qual é a medida exata do côvado.

Os primeiros esforços de unificação dos pesos e medidas datam de 1488, nas


CURIOSI Ordenações Manuelinas. O Livro I, Título 15, determinava que todas as medidas,
DADES varas e côvados do reino obedecessem aos padrões existentes em Lisboa, mantidos
pelo Almotacé-Mor. Fonte: Inmetro [2015].

2.1.5 TOESA

Além da Inglaterra, a França também foi uma das maiores responsáveis pela padronização e unificação
das unidades de medidas. Em meados do século XVII, os franceses surgiram com um novo padrão de medi-
da chamado “Toise” (Toesa, em português), que media aproximadamente 1,98 cm, e consistia em uma bar-
ra de ferro com pinos nas extremidades, chumbada na parede externa de um castelo denominado Grand
Chatelet, onde todos poderiam fazer a aferição de seus instrumentos de medida linear.
Observe, a seguir, a unidade de medida metro, sua história e suas definições, que serviram para deixar
o metro ainda mais preciso.

2.1.6 METRO

Desde a Revolução Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte daquele país ainda continuava a estu-
dar novas possibilidades de encontrar uma medida fácil de usar e de compreender por todos, ou seja, uma
medida padrão que não utilizasse partes do corpo humano, pois dependiam muito do tamanho do corpo
das pessoas locais.
Esse sistema foi definido pelo francês Talleyrand em um de seus projetos e transformou-se em lei em
1790. Esta nova unidade que surgiu chamava-se “metro” e sua primeira definição evocava que metro seria:
“uma fração da medida do quarto do meridiano terrestre (que liga Dunkerque, na França, à Barcelona, na
Espanha), ou seja, a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.” (ZUIN, 2007, p. 71).
Isto significa dizer que nada mais é do que dividir o meridiano em quarenta milhões de partes iguais. Essa
definição foi dada enquanto dois franceses trabalhavam medindo o arco meridiano, e para se tornar visível,
foi construída uma barra de platina pura representando o metro.
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
23

Após mais estudos e avanços da ciência, percebeu-se que o metro teria dimensões diferentes se o me-
ridiano fosse medido com mais precisão. Feito isto, surge então a segunda definição de metro em 1799,
assim como foi construído um novo metro padrão em platina. No entanto, nem todos os países adotaram
o metro como era esperado. A Inglaterra, por exemplo, o rejeitou. Conforme palavras de Zuin (2007, p. 77),
“Apenas em 1840 é que o metro se tornou definitivamente a medida oficial da França [...]”.
Em 1885, na chamada Convenção do Metro, foi discutida a construção de um novo metro. Logo após,
em 1889, foi pronunciada, sua terceira definição:

a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra do


padrão internacional depositado no Bureau Internacional des Poids et Mesures, conser-
vado a zero grau Celsius, a uma pressão atmosférica de 760 mmHg, apoiado sobre seus
pontos de mínima flexão. (ZUIN, 2007, p. 78).

O avanço de novas tecnologias de precisão na fabricação de instrumentos de aferição possibilitou ainda


uma quarta definição da unidade metro que foi adotada em 1960, substituída pela definição da 17ª CGPM
- Conferência Geral de Pesos e Medidas - de 1983, que preconiza que: “O metro é o comprimento do trajeto
percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 de segundo.” (INMETRO,
2012, p. 23).
Você pode observar que todas as definições do metro, ao longo dos tempos, são decorrentes de estudos
para uma melhor aproximação de uma unidade de medida que possibilitasse precisão e confiabilidade.
No Brasil, o metro já era utilizado; todavia, ele só foi implantado oficialmente em 26 de junho de 1862,
pela Lei Imperial nº 1157. E no ano de 1988, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Conmetro) determinou que seria obrigatório usar o Sistema Internacional de Unidades de Me-
dida em todo território nacional. (INMETRO, 1988).
Qualquer medição executada com um metro é realizada por comparação entre uma grandeza e outra
de mesma padronização, considerada como unidade. Suponha que uma escada de madeira tenha quatro
metros de comprimento, significa que nesta padronização de medida, utilizando a unidade metro, tem-se
o metro multiplicado quatro vezes.
Com as outras grandezas acontece o mesmo, ou seja, para medir uma área utiliza-se unidades de área
(km², hm², dam², m², dm², cm², mm²), e para medir volume utiliza-se suas unidades (km³, hm³, dam³, m³,
dm³, cm³, mm³ ou em litros).
METROLOGIA DIMENSIONAL
24

Cada grandeza possui a sua unidade apropriada e utilização específica, sendo assim, não se consegue
medir volume em metros lineares, mas uma possibilidade seria medir em metros cúbicos (m³).

Thinkstock ([20--?])
Figura 5 -  Metro
Fonte: Thinkstock (2015)

E você sabe o que é uma grandeza? É a propriedade de um corpo, fenômeno, ou substância que pode
ser expressa quantitativamente sob a forma de um número e de uma referência. Já referência pode ser uma
unidade de medida, um procedimento de medição, um material de referência ou uma combinação destes.
(INMETRO, 2009, p. 14).
Dessa maneira, para cada grandeza de base que você estudará, existe uma unidade associada. As uni-
dades de base podem ser associadas a outras grandezas derivadas.
Algumas grandezas utilizadas na área de refrigeração e climatização você vê no quadro a seguir.

GRANDEZAS UNIDADES FUNDAMENTAIS SÍMBOLO


comprimento metro m
massa quilograma kg
tempo segundo s
corrente elétrica ampere A
temperatura kelvin K
Quadro 1 - Grandezas
Fonte: adaptado de Anjos [2015]

A seguir, você estudará os múltiplos e submúltiplos do Sistema Métrico Decimal, de acordo com o SI e o
Sistema Inglês de Polegadas, utilizados na área de refrigeração e climatização. Essas unidades de medidas
podem mensurar distâncias, comprimentos, diâmetros, espessuras e áreas.
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
25

2.1.7 COMPRIMENTO

O comprimento é a grandeza física percorrida entre dois pontos, e pode ser medida de diversas formas.
Conheça-as em seguida.
A unidade fundamental do comprimento é o metro. Ele possui seus múltiplos e submúltiplos, que le-
vam os prefixos: quilo, hecto e deca; e deci, centi e mili, respectivamente, como você pode observar no
quadro a seguir.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
km hm dam m dm cm mm
1.000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Quadro 2 - Múltiplos e submúltiplos do metro
Fonte: adaptado de Doutores da Construção [200-]

Os múltiplos do metro podem ser utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos
medem distâncias pequenas.
Observe: para medidas milimétricas que exigem precisão, você pode utilizar o micro (µ) = 10-6 m, que
é igual a 0.000001m, que significa um número dividido em um milhão de partes iguais. Para realizar essa
conversão, basta multiplicar por 10, conforme mostra a figura a seguir.

x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10

km hm dam m dm cm mm
Julio Cesar Borchers (2015)

÷ 10 ÷ 10 ÷ 10 ÷ 10 ÷ 10 ÷ 10
5 km 50 km 500 dam 5.000 dam 5.000 m 500.000 cm 5.000.000 mm

Figura 6 -  Conversão do metro


Fonte: adaptado de Doutores da Construção [200-]

Também é possível realizar medidas em polegada milesimal, para isso é necessário saber que uma pole-
gada é equivalente a 2,54 centímetros ou 25,4 milímetros, como você já estudou anteriormente.
A leitura de medidas em unidades de polegadas exige que seja utilizado um instrumento calibrado e
graduado em polegadas, com suas divisões fracionárias.
Existem várias representações e formas de leitura de polegada. A mais conhecida é a polegada fracioná-
ria, na qual a leitura é realizada em forma de fração, conforme você pode observar na sequência:
METROLOGIA DIMENSIONAL
26

¼ (um quarto de polegada) = 1” (uma polegada) dividida em 4 partes iguais,


1/8 (um oitavo de polegada) = é uma 1 parte da polegada que foi dividida em 8 partes iguais.
Para converter a polegada inteira ou fracionária para milímetros basta multiplicar por 25,4mm, como
nos exemplos a seguir:

a) 2" = 2 x 25,4 = 50,8 mm



3" 3 x 25,4 76,2
b) = = = 9,525 mm
8 8 8


2.1.8 ÁREA

A área é a medida de uma superfície ou espaço definido. Pode ser realizada em metros quadrados (m²),
com seus múltiplos e submúltiplos, ou em metros cúbicos (m³) para calcular um espaço tridimensional. Se
você quiser saber a área de um determinado local para auxiliar nos cálculos da potência necessária em BTUs
(Unidade Térmica Britânica) do ar condicionado que será instalado, você deverá medir o comprimento e a
largura do ambiente e multiplicar um pelo outro, o que retornará um resultado em metros quadrados (m²).
Veja, a seguir, alguns modos de como medir a área de diversos formatos geométricos.

FIGURA ÁREA FIGURA ÁREA

b
Quadrado I
Trapézio h
I B

Retângulo
r
a
Circulo
b

Paralelogramo calcula-se a área


dividindo a figura
h em triângulos
b ou quadriláteros
Outro poligono
Julio Cesar Borchers (2015)

Triângulo calcula-se um valor


aproximado para a área
h usando papel quadriculado
ou milimetrado
b Figuras irregulares

Quadro 3 - Figuras irregulares


Fonte: adaptado de Doutores da Construção [200-]

Em formatos como o círculo, é necessário saber o valor de pi ( ) para calcular a área. Pi significa a
proporção numérica da relação entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro e equivale à
3,14159265359.
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
27

FIQUE Verifique sempre, antes de iniciar uma medição, qual é o formato do objeto ou
ALERTA área a ser medida, para que seja utilizado o instrumento específico, de forma que o
resultado seja correto.

Você pode ter a necessidade de converter alguns valores, dependendo do que está sendo mensurado.
Para tanto, você pode seguir a sequência da figura a seguir que contém os múltiplos (quilômetro quadrado
(km²), hectômetro quadrado (hm²), decâmetro quadrado (dam²)), e os submúltiplos (decímetro quadrado
(dm²), centímetro quadrado (cm²), milímetro quadrado (mm²)), utilizados no sistema métrico.

x 100 x 100 x 100 x 100 x 100 x 100

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²

Julio Cesar Borchers (2015)


÷ 100 ÷ 100 ÷ 100 ÷ 100 ÷ 100 ÷ 100
0,000002 km² 0,0002 hm² 0,02 dam² 2 m² 200 dm² 20.000 cm² 2.000.000 mm²

Figura 7 -  Conversão da área


Fonte: adaptado de Doutores da Construção [200-]

SAIBA Se você deseja saber como calcular outras formas de objetos, conheça o livro O Guia
Completo para Quem Não É C.D.F.: Cálculo, do autor W. Michael Kelley, da Editora
MAIS Alta Books.
METROLOGIA DIMENSIONAL
28

2.1.9 TEMPO

O tempo é uma palavra originada do latim tempus, cujo significado vem da grandeza física que mede a
duração de determinados eventos, sejam físicos, químicos ou de percepção (idade, por exemplo). Inúme-
ras grandezas de medidas dependem dessa junção da grandeza tempo (velocidade, aceleração, existência
de algo). (ZUIN, 2007).
A primeira forma de mensurar o tempo foi utilizando uma ferramenta denominada de ampulheta, cria-
da pelos antigos egípcios.
A ampulheta era formada por um recipiente de vidro com duas divisões e com certa quantidade de
areia no seu interior, conforme mostra a figura a seguir.

Koya 79 ([20--?])

Figura 8 -  Ampulheta
Fonte: Thinkstock (2015)

Com a evolução tecnológica, e pela necessidade de maior confiabilidade, foram criadas outras maneiras
mais precisas de realizar essa medida da grandeza do tempo. Essa grandeza tem por base a unidade do
segundo, e em forma cronológica, é possível datar os momentos em que ocorrem determinados aconteci-
mentos. Observe, na figura a seguir, como funciona essa relação temporal dentro de uma escala de equiva-
lência. Note que a cada hora tem-se 60 minutos e a cada 1 minuto tem-se 60 segundos.

60 60

1 1 0
Julio Cesar Borchers (2015)

1 1 0

60 60
Figura 9 -  Conversão do tempo
Fonte: Noé (2015)
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
29

Agora que você estudou algumas das unidades de medidas, você conhecerá a grandeza para mensurar
a temperatura termodinâmica, que também está ligada ao Sistema Internacional de Unidades de Medida
(SI).

2.1.10 TEMPERATURA TERMODINÂMICA

Segundo Cruz (2002 apud CRUZ, 2012), “Temperatura é a grandeza física que permite medir a energia
cinética das partículas de um corpo, a energia de movimento das partículas.”
A temperatura termodinâmica é dada pela energia cinética liberada pelos movimentos das moléculas
de um dado corpo ou substância, quanto maior for essa agitação, maior será a temperatura, ou quanto
menor a agitação, menor a energia cinética liberada, menor a temperatura. Fisicamente, esse fenômeno
tende a buscar um equilíbrio de energia entre as moléculas desses corpos ou substâncias, através do des-
locamento da energia térmica entre eles.
O equilíbrio será do mais energético (maior temperatura) para aquele com menor carga térmica (menor
temperatura), sendo que esta situação é determinada por quem recebe ou doa energia calorífica. Caso não
ocorra a transferência de calor, fica determinado que o corpo ou local se encontra em equilíbrio termodi-
nâmico, ou seja, os dois corpos ou locais estão com a mesma temperatura.
Segundo Russel (1994), calor é o nome que se dá à transferência de energia de um corpo a outro. É
energia em trânsito. Portanto, o método termodinâmico que é utilizado para especificar a temperatura
é baseado na medida da quantidade de calor que é transmitido de um corpo ou substância para outro.
Este método tem como suporte uma escala absoluta com zero absoluto de temperatura, no qual nenhum
corpo ou substância pode liberar calor, condição determinada pela parada total de suas moléculas, onde
estariam em uma condição de zero de energia.
Yellowpaul ([20--?])

Figura 10 -  Termômetro
Fonte: Thinkstock (2015)
METROLOGIA DIMENSIONAL
30

Para ter essa condição de zero absoluto, foi criada a escala em kelvin por William Tompson (conhecido
como Lord Kelvin), que estudou o comportamento dos gases e descobriu que a menor temperatura que
um corpo pode atingir seria equivalente a 273 K. Desta forma, Lord Kelvin determinou que este seria o pon-
to zero da sua escala. Essa escala é considerada uma escala absoluta por utilizar um fenômeno universal
(congelamento da água) como referência. Nesta escala, a água congela a 273 K e ferve a 373 K.
Pode-se, também, utilizar para medir a temperatura as unidades: graus Celsius (ºC) e graus Fahrenheit
(ºF). A escala em graus Celsius usa como base, assim como a escala kelvin, o elemento mais importante
para a vida no planeta terra, a água, e determina qual seu ponto de congelamento (a uma temperatura a
zero grau) e seu ponto de ebulição, que se dá a 100 graus. Esta escala é a mais usual no Brasil, inclusive para
mensurar as temperaturas nas áreas de refrigeração e climatização.

Você já ouviu falar em BTU? BTU significa Unidade Térmica Britânica. Essa unidade
mede a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um
CURIOSI ambiente, bem como, para determinar a potência necessária de um ar condicionado
DADES de maneira a refrigerar um ambiente. Essa unidade foi definida como a quantidade
de calor necessária para elevar a temperatura de 1 libra (0,45 kg) de água de 59,5 ºF
à 60,5 ºF, sob pressão constante de 1 atmosfera.

A escala em Fahrenheit foi criada por Daniel Gabriel Fahrenheit e determina que a água congela a 32º
Fahrenheit, e entra em ebulição a 212º Fahrenheit (SÓ BIOGRAFIAS, 2015).

°F °C °C K °F K

Ponto de ebulição da água 212 100 100 373,15 212 372

Temperatura do corpo humano 310,15 37 37 98,6 310,15 98,6


Temperatura ambiente 296,15 25 25 77 298,15 77
Julio Cesar Borchers (2015)

Ponto de congelamento 273,15 0 0 32 3,15 32

Zero absoluto 0 -273,15 -273,15 -459,67 0 -45

Figura 11 -  Comparação dos termômetros em escalas diferente


Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)
2 FUNDAMENTOS DA METROLOGIA
31

CASOS E RELATOS

Faltou parafuso!
Jonas é técnico em refrigeração e climatização e certo dia foi instalar um aparelho de ar condicio-
nado em uma empresa. Ao iniciar a fixação da unidade externa, ele percebeu que faltavam alguns
parafusos; então, Jonas rapidamente informou ao cliente que teria que comprar esses parafusos na
casa de ferragens mais próxima.
Ao chegar à loja, Jonas pede os parafusos e o vendedor questiona o tamanho, se poderia ser em
polegadas ou em milímetros. Jonas ficou pensando como eram graduadas as suas ferramentas,
mas ficou na dúvida, pois tinha comprado elas recentemente. Na dúvida, voltou à empresa do cli-
ente, verificou as ferramentas e foi, novamente, à loja para comprar os parafusos corretos.
Quando chegou à loja, procurou o mesmo vendedor e explicou a dúvida: se escolhesse os parafu-
sos em polegadas, poderia danificar os parafusos no momento de apertar, porque a chave que
estava utilizando era graduada em milímetros; logo, a chave deixaria folga no encaixe ou, então,
não permitiria encaixar o parafuso. Como suas ferramentas eram graduadas no sistema métrico
decimal, ele escolheu os parafusos em milímetros, para realizar o aperto sem danificá-los.
Jonas finalizou a compra e retornou aos trabalhos de instalação do ar condicionado. Ao concluir o
serviço, ficou satisfeito porque a instalação aconteceu dentro do esperado e seu cliente atestou a
qualidade do que foi realizado.

Você viu como é essencial a escolha certa dos componentes e a importância de saber qual unidade de
medida está sendo exigida pelas ferramentas e peças? Na situação exemplificada anteriormente, caso o
personagem escolhesse o parafuso com a unidade de medida diferente das ferramentas, poderia ter pre-
juízo pela possibilidade de espanar (estragar) os parafusos e ter que removê-los, o que não é uma tarefa
muito fácil. Adiciona-se a esse contexto o fato de ter que comprar novos parafusos, sem falar na perda de
tempo para executar o serviço.
METROLOGIA DIMENSIONAL
32

RECAPITULANDO

Nesse capítulo, você conheceu a história da metrologia e viu quando o Brasil adotou o Sistema
Internacional de Unidades. Relembrou, ainda, as principais unidades de medidas e suas grandezas,
como o comprimento, área e tempo. Estudou como é realizada a conversão de cada unidade de
diferentes escalas e como utilizar cada uma delas.
Você identificou, também, a importância do Sistema Internacional de Unidades de Medidas, como
padrão na realização de medidas de várias grandezas físicas, além de estudar os conceitos de tem-
peratura termodinâmica e as escalas utilizadas nas avaliações de temperaturas em trabalhos de
refrigeração e climatização. A seguir, você conhecerá os instrumentos de medição.
Bons estudos.
Instrumentos de Medição

Neste capítulo, você conhecerá os instrumentos de medição externa como a escala, a trena,
o paquímetro, o micrômetro, o goniômetro e o verificador de folgas. Você aprenderá sobre os
instrumentos de comparação utilizados na refrigeração e climatização, como o relógio com-
parador, e também as características e funções de cada instrumento. Estudará, ainda, algumas
possibilidades de utilização de cada instrumento e algumas dicas de manutenção e cuidados
básicos para as ferramentas.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os tipos, as funções e as características dos instrumentos;
b) utilizar os instrumentos de medição e comparação;
c) realizar manutenções e lubrificações nos instrumentos.
Bons estudos.
METROLOGIA
36

3.1 ESCALA: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

A escala é uma régua graduada1, normalmente confeccionada em aço inoxidável. As escalas de metal
são as mais resistentes e confiáveis. Sua função é medir distâncias, tamanhos de objetos e traçar linhas
retas.
Você poderá encontrar, também, a régua graduada em milímetros, conforme exemplificado na figura a
seguir.

Alexandre de Avila ([2015])


Figura 12 -  Escala em milímetros
Fonte: do Autor (2015)

Outro tipo de graduação da escala é em polegadas, do sistema inglês de medidas, para uso em ferra-
mentas e peças que utilizam essa unidade de medida, conforme a próxima figura.
Alexandre de Avila ([2015])

Figura 13 -  Escala em polegada


Fonte: do Autor (2015)

Já o terceiro tipo é o que gradua a escala tanto no sistema métrico, em um dos lados, quanto no siste-
ma inglês, no outro lado do instrumento; ambas as graduações na mesma face. Essa disposição de escalas
facilita a medição nas duas ocorrências e reduz os custos de aquisição.

1 Dividido em graus; marcado por uma sequência de traços ou degraus. Fonte: Michaelis (2009).
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
37

A utilização da escala, tanto em polegadas quanto em milímetros, vem da necessidade do trabalho a ser
realizado. Normalmente, é mais voltada para uso em situações onde a precisão não seja um fator prepon-
derante, “[...] tendo em vista as dificuldades de manter uma referência muito rigorosa dos pontos a serem
medidos.” (SILVA NETO, 2012, p. 38). Muitas vezes, seu uso se dá para um levantamento inicial das medidas,
no qual se busca uma informação geral de tamanho, para dar início às medições preliminares. Pode-se, por
exemplo, fazer um desenho com medidas gerais como fonte de informação preliminar.
Trata-se de um instrumento de poucos recursos de medição com precisão.

Pixland ([20--?])

Figura 14 -  Desenho com ajuda da régua


Fonte: Thinkstock (2015)

A escala, assim como outros equipamentos, necessita de cuidados especiais, como ser guardada sem-
pre limpa e em sua embalagem para que não amasse ou arranhe. (SILVA NETO, 2012). Conheça, a seguir, a
trena, outro instrumento utilizado para medidas lineares.

3.2 TRENA: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

A trena é um instrumento de medição linear utilizado na refrigeração e climatização. Ela é semelhante a


uma régua e possui graduação idêntica também, podendo seguir tanto o sistema métrico como o sistema
inglês, ou seja, ser graduada em polegadas. Pelas suas características de construção, permite certa flexibili-
dade, possibilitando inclusive realizar pequenas medidas em curva, sem muita precisão.
Você pode encontrar diversos modelos de trenas, de vários tamanhos diferentes, desde algumas com
3m até 50m, ou ainda maiores. Elas podem ser desenvolvidas, também, em vários materiais, como fibra,
tecido, fibra de vidro ou aço. Na sequência, você terá mais detalhes de duas delas.
a) Fita de aço flexível: é o modelo mais utilizado por ser mais resistente e mais compacta.
METROLOGIA
38

A leitura é feita em marcações na fita, que é fabricada em aço flexível e se retrai por meio de um meca-
nismo de molas internas, como pode ser visto na figura a seguir.

Suslik 83 ([20--?])
Figura 15 -  Trena
Fonte: Thinkstock (2015)

b) Fita de fibra de vidro: é resistente à ruptura e tração; normalmente é fabricada em fibra de vidro,
pois este material é muito resistente, e pode ser acoplada a um invólucro (ABNT – NBR 10124, 2014).
Os modelos mais comuns não possuem mecanismos de retração automático da fita, tendo que ser
utilizada uma manivela para rebobiná-la ao seu devido local.
Thinkstock ([20--?])

Figura 16 -  Trena com fita de fibra de vidro


Fonte: Thinkstock (2015)

As trenas, devido a sua facilidade de medição e manuseio, podem ser usadas em diversas situações,
como para medir a distância da evaporadora até a condensadora, ou também para dimensionar o espaço
de um ambiente de uma residência. Porém, elas não oferecem boa exatidão, segundo Silva Neto (2012).
Já existe no mercado uma trena com mira a laser para medições de até 50 metros ou mais. Para fazer
uma medição com este tipo de trena, é necessário apontar o laser para um ponto de referência e, em segui-
da, para outro. A medida entre os dois pontos aparecerá no visor da trena. Ela permite medições de área e
de volume. (SILVA NETO, 2012).
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
39

3.3 PAQUÍMETRO: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

É um instrumento de medição de uso geral, que serve para medir objetos com precisão e agilidade. Se-
gundo Silva Neto (2012, p. 41), “(o) nome paquímetro vem do grego paqui (“espessura”) e metro (“medida”).”.
Normalmente, é fabricado em aço e tem forma semelhante a uma régua graduada, porém possui um en-
costo fixo e um cursor móvel deslizando sobre a régua. Tem quatro bicos de medição, sendo dois deles para
medir objetos pela parte externa e os outros dois pela parte interna. Dois desses bicos são fixos à régua e
os outros dois deslizam junto com o cursor móvel. Também possui uma haste para medir profundidade.
(SECCO, VIEIRA & GORDO, 1996, p. 37).
Veja um modelo de paquímetro e suas partes, na figura a seguir.

3
1 5
2
4
6

12 14
Julio Cesar Borchers (2015)
13
11
8
7 10
9
Figura 17 -  Paquímetro analógico
Fonte: Teixeira (2014)

Como partes do paquímetro você encontra:


1) Orelha fixa.
2) Orelha móvel.
3) Nônio ou vernier (polegada).
4) Parafuso e trava.
5) Cursor.
6) Escala fixa.
7) Bico fixo.
8) Encosto fixo.
9) Encosto móvel.
10) Bico móvel.
METROLOGIA
40

11) Nônio ou vernier (milímetro).


12) Impulsor.
13) Escala fixa de milímetros.
14) Haste de profundidade.
Com o paquímetro, é possível obter medidas em polegadas, em milímetros e em centésimos de milí-
metro, conforme sua escala. Ele também possui uma haste que possibilita aferição em profundidade, com
total precisão.
O paquímetro pode ser encontrado em diversos modelos e tamanhos, no entanto, o mais comum é o
paquímetro analógico. Com o avanço da tecnologia de fabricação desses instrumentos, surgiram os paquí-
metros digitais, que possuem a medição mais prática, se comparada com a do paquímetro analógico, pois
representa os valores de medidas diretamente em um visor.
Antes de iniciar a medição com o paquímetro, confira a escala do nônio, que indica a resolução do pa-
químetro. Os mais comuns são os paquímetros de escalas 0,05mm, que possuem 20 divisões na escala do
nônio, os de 0,02mm, que possuem 50 divisões na escala do nônio. Nas figuras a seguir, você pode observar
as diferenças entre um paquímetro analógico e um digital.

Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 18 -  Paquímetro analógico e digital


Fonte: do Autor (2015)

O paquímetro é muito utilizado para verificar a espessura de componentes, tamanhos de parafusos,


profundidade de rebaixos, medição interna de um rolamento, entre outras medições.
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
41

Na próxima figura, você observa um paquímetro digital sendo usado para fazer a medição de partes
externas.

Alexsandr Basov ([20--?])


Figura 19 -  Realização de medições
Fonte: Thinkstock (2015)

E, na figura a seguir, observe como utilizar o paquímetro analógico para medir o diâmetro interno.

Ballun ([20--?])

Figura 20 -  Medição na parte interna


Fonte: Thinkstock (2015)

Como você pôde identificar durante seus estudos, o paquímetro pode ser usado na aferição de medi-
das, de diversas maneiras. A seguir, conheça o micrômetro, que é um instrumento de medição mais preciso
que o paquímetro.

3.4 MICRÔMETRO: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

O micrômetro é um instrumento utilizado na refrigeração e climatização por ter uma medição de maior
precisão para medidas externas, se comparado com o paquímetro. Segundo Silva Neto (2012), ele é fabri-
cado em aço e sua função é obter medidas lineares.
METROLOGIA
42

CURIOSI Na França, o micrômetro é mais conhecido como Palmer, em homenagem ao seu


DADES criador, o francês Jean Louis Palmer.

O princípio de medição do micrômetro se baseia no deslocamento axial de um parafuso micrométrico


com passo de alta precisão dentro de uma rosca ajustável. Quando o parafuso se desloca, cada volta cor-
responde ao passo da rosca. (SILVA NETO, 2012).
Na figura que segue, você visualiza as várias partes do micrômetro.

Face
fuso

Bainha

Catraca

Julio Cesar Borchers (2015)

Isolante térmico Arco Tambor

Figura 21 -  Micrômetro
Fonte: Teixeira (2014)

Observe, a seguir, os modelos dos micrômetros que podem ser utilizados em aferições de medições na
refrigeração e climatização. Eles diferem em tamanhos, formatos, precisão e forma de leitura das medidas.
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
43

Micrômetro analógico de 0 a 25mm: nele, a medida é realizada e lida diretamente no tambor gradu-
ado e na escala fixa.

Alexandre de Avila ([2015])


Figura 22 -  Micrômetro analógico
Fonte: do Autor (2015)

Micrômetro digital de 0 a 25mm: a leitura da medição é feita diretamente no visor do aparelho, tor-
nando a medição mais precisa e livre de erros, desde que bem calibrado e manuseado.
Alexandre de Avila ([2015])

Figura 23 -  Micrômetro digital


Fonte: do Autor (2015)
METROLOGIA
44

Você pode encontrar os micrômetros em tamanhos de medição entre 25 até 50mm, 50 até 75mm, 75 a
100mm, entre outros. Na maioria dos casos, o tamanho do micrômetro varia de 25mm em 25mm atingindo
medidas que chegam até 2000mm.
O micrômetro é um instrumento que permite medir as dimensões diretamente nas suas escalas, que
podem ter resolução em 0,01mm ou 0,001mm. Para realizar a medição, você deve segurar o instrumento
pelo isolante térmico, que fica normalmente localizado no centro do arco. Então, você gira o eixo do fuso
pela catraca até a face do encosto móvel tocar no objeto, que está em contato com o encosto fixo; ao ouvir
três cliques, você aciona a trava e realiza a leitura.

FIQUE É importante que você segure o micrômetro pelo isolante térmico, evitando que o
ALERTA calor das mãos dilate o instrumento.

Micha_h ([20--?])

Figura 24 -  Medindo a espessura de uma engrenagem


Fonte: Thinkstock (2015)

Segundo Silva Neto (2012, p. 56), “os procedimentos de medição com micrômetros exigem cuidados
especiais, porque esses instrumentos são muito sensíveis.” Quaisquer anormalidades no manuseio podem
afetar a exatidão desses instrumentos; por isso, eles não podem ser derrubados ou entrar em contato com
ferramentas.
Antes de realizar uma medição, é necessário verificar se o micrômetro está ajustado. Caso seja necessá-
rio, o operador poderá fazer o ajuste necessário, pois esse instrumento vem acompanhado de uma chave
de encaixe para ajustes.
Conheça, a seguir, o relógio comparador, que é um instrumento de medição e comparação.
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
45

3.5 RELÓGIO COMPARADOR: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

Segundo Secco, Vieira & Gordo (1996, p. 112),

o relógio comparador é um instrumento de medição e comparação de grande precisão


e sensibilidade, porém, ele é um instrumento que realiza uma medição indireta, ou seja,
ele mede a grandeza de uma peça por comparação, momento em que é determinada a
diferença da grandeza que existe entre ela e um padrão de dimensão pré-determinado.

Para isso, ele conta com dois ponteiros ligados por diversos mecanismos que se conectam a uma ponta
de contato. Quando a ponta de contato sofre uma pressão, o ponteiro gira em sentido horário e a diferença
é positiva, significando que o componente possui um ressalto, tornando a dimensão maior que a estabe-
lecida pelo fabricante da peça. Caso o ponteiro gire no sentido anti-horário, a diferença será negativa, isto
significa que a peça apresenta uma menor dimensão que a estabelecida.
O relógio comparador é fabricado em metal e, geralmente, é combinado com outro acessório, no mo-
mento da sua utilização, como uma base magnética, que é um suporte com um botão de acionamento
para o usuário ativar e desativar o ímã de fixação.
É utilizado para medir folgas axiais, radiais, folgas de dentes de engrenagens, medir diâmetros de cilin-
dros e tubos.
Alexandre de Avila ([20--?])

Figura 25 -  Relógio comparador com base magnética


Fonte: do Autor (2015)
METROLOGIA
46

Na figura seguinte, você pode identificar as partes do relógio comparador.

Capa
do Fuso
Parafuso de
Limitador de fixação do aro
tolerância
Contador
de voltas
Ponteiro
principal
Mostrador Limitador de
tolerância

Aro

Canhão

Julio Cesar Borchers (2015)


Fuso

Ponta de Contato

Figura 26 -  Partes do relógio comparador


Fonte: adaptado de Machado (2014)

Segundo Secco, Vieira & Gordo (1996), os modelos de relógio comparador mais utilizados são: o relógio
analógico, que possui um ponteiro principal de precisão que gira sobre uma escala dividida em 100 partes
iguais do milímetro, normalmente graduado em 0,01mm, e um ponteiro pequeno informando o número
de voltas dado pelo ponteiro principal (1mm inteiro), quando está sendo realizada a medida, conforme
mostrado na figura a seguir.
Machado (2015)

Figura 27 -  Relógio comparador analógico


Fonte: Machado (2014)
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
47

O outro modelo é o relógio comparador digital, que informa a medida ao usuário por meio de um
visor eletrônico, que pode ser analisado na próxima figura.

Figura 28 -  Relógio comparador digital Alexandre de Avila ([2015])


Fonte: do Autor (2015)

Antes de utilizar o relógio comparador, é muito importante que você dê a pré-carga, que nada mais é
do que forçar um pouco o relógio comparador contra o objeto a ser medido, para que ele tenha uma tole-
rância e possa medir os ressaltos e rebaixos precisamente.

90 1 0 9
8 10
2
3 7
4 5 6
80 20

70 30

60 40
50
Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 29 -  Realizando a pré-carga


Fonte: Stefanelli (2015)
METROLOGIA
48

Observe, na próxima figura, as folgas radial e axial existentes em um rolamento. Elas podem ser medidas
com um relógio comparador, após ele ter recebido uma pré-carga.

Julio Cesar Borchers (2015)


Folga Radial Folga Axial
Figura 30 -  Folga axial e radial de um rolamento
Fonte: do Autor (2015)

FIQUE É muito importante a pré-carga do relógio comparador, pois sem ela, você não terá a
ALERTA precisão necessária para medir rebaixos em uma peça, devido à falta de parâmetro.

Conheça, a seguir, as características do goniômetro.

3.6 GONIÔMETRO: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

Goniômetro é um instrumento de medida em formato semicircular graduado em 180º, ou circular, gra-


duado em 360º. É construído em metal e utilizado para medir ou construir ângulos e superfícies angulares.
(SILVA NETO, 2012). Em alguns casos, você pode encontrá-lo com a denominação de transferidor de ângu-
los ou transferidor de grau.
Existem alguns tipos de goniômetro, como o fabricado em plástico, que têm suas escalas pintadas no
instrumento.
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
49

Esse modelo é mais utilizado para desenhos, por exemplo.

Aleksander Krsmanovic ([20--?])


Figura 31 -  Goniômetro
Fonte: Thinkstock (2015)

Outro goniômetro que você pode encontrar é o modelo profissional, que é fabricado em aço e possui
suas escalas pintadas; porém, a função é a mesma de medir ou realizar ângulos.
Por ser mais resistente e possuir uma haste, você pode utilizá-lo para executar curvas em sifões de linhas
de refrigerantes, ou seja, nos tubos por onde passa o gás do ar condicionado. Alexandre de Avila ([2015])

Figura 32 -  Goniômetro de 180º


Fonte: do Autor (2015)

O goniômetro funciona como uma escala graduada; entretanto, em alguns modelos, ele está dividido
em 180 espaços, que também são conhecidos como graus, que são as 180 divisões de 1° (um grau) grava-
das no corpo do instrumento.
METROLOGIA
50

Ao girar a haste na articulação, ela forma os ângulos com a base do corpo. O ponteiro aponta para o ân-
gulo na escala, que é a medida correspondente formada pela lateral da lâmina e a base do corpo. O ângulo
formado pela outra lateral da lâmina e pela base do corpo é o ângulo complementar, cuja medida é obtida
pela subtração do ângulo correspondente de 180°.

SAIBA Para mais informações sobre ângulo, conheça o livro Introdução à Manufatura, escrito
MAIS por Michael Fitzpatrick, em 2013, da editora Bookman.

Em seguida, conheça o verificar de folgas.

3.7 VERIFICADOR DE FOLGAS: TIPOS, CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO

O cálibre de lâminas (verificador de folgas) é um instrumento utilizado para verificar folgas, conforme o
nome já sugere. Consiste em várias lâminas de aço temperado, cada uma com uma espessura diferente. As
espessuras vão aumentando em cada lâmina, e cada uma tem sua medida impressa na própria peça (SEC-
CO, VIEIRA & GORDO, 1996). Essa característica de impressão da folga a ser medida por cada lâmina pode
ser identificada na figura a seguir. Alexandre de Avila ([2015])

Figura 33 -  Cálibre de lâminas


Fonte: do Autor (2015)
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
51

CURIOSI Existe um instrumento que é baseado no cálibre de lâminas, que se chama cálibre
de rosca, e sua função é medir o passo de rosca de um determinado parafuso ou
DADES porca.

As lâminas do cálibre são fabricadas em aço e possuem várias graduações e modelos que podem ser:
0.02mm até 1.00mm, 0.05mm até 1.00mm e podem conter de 13 a 32 lâminas. Também é possível adquirir
as lâminas de forma unitária. Elas são empregadas para verificar folgas em engrenagens e desgaste de
alguns componentes que possibilitam uma determinada tolerância, sem comprometer o seu perfeito fun-
cionamento. Para utilizá-las, basta inserir uma lâmina para verificar a folga do componente.
A seguir saiba como manter os instrumentos de medição conservados e como fazer a manutenção dos
mesmos.

3.8 CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS INSTRUMENTOS

Os instrumentos de medição e comparação são equipamentos muito sensíveis e frágeis, mesmo que se-
jam fabricados em materiais de alta resistência, como aço inoxidável. Você deve sempre mantê-los em local
seguro e livre de qualquer possibilidade de danos por queda, umidade ou esmagamento por outro objeto.
Qualquer dano à integridade física do equipamento pode prejudicar a precisão das medidas, levando
o operador a erros nas informações desejadas com aquela aferição. Veja, na figura a seguir, o exemplo de
uma escala graduada danificada.
Freeimages (2015)

Figura 34 -  Escala danificada


Fonte: Freeimages (2015)
METROLOGIA
52

Ao ser manuseado com desleixo, o instrumento perde a confiabilidade e sua vida útil encurta de forma
significativa; por isso, os instrumentos de medição devem sempre ser mantidos dentro dos seus estojos.
Assim como, para evitar travamento em função de oxidação, é recomendado que, em caso de ocorrência
de grandes períodos de desuso, os instrumentos sejam lubrificados com uma fina camada de vaselina
líquida.
Antes de iniciar uma medição ou comparação, os instrumentos deverão estar limpos, incluindo suas
faces de contato, para obter uma medição precisa.
Alguns instrumentos, como o micrômetro, possuem no próprio estojo uma chave para realizar a manu-
tenção do instrumento, conforme você vê na figura a seguir, e também uma barra de calibração para os
micrômetros a partir de 25mm.

Bao (2015)

Figura 35 -  Calibrando o micrômetro


Fonte: Bao (2015)

Já outros instrumentos como o relógio comparador devem ser levados para uma empresa credenciada
pelo Inmetro para que sejam calibrados, lubrificados internamente, e atualizados para seu perfeito funcio-
namento.
Em seguida, conheça possíveis erros gerados pela má conservação dos instrumentos, entre outras cau-
sas, assim como algumas noções de confiabilidade.
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
53

3.9 ERROS E CONFIABILIDADE EM METROLOGIA

A confiabilidade metrológica está sempre sujeita a erros, pois existem diversos fatores que podem
influenciar os resultados. Dentre as várias possibilidades de erros, pode-se citar: erros de leitura, de
calibragem do instrumento, por uso do instrumento inadequado, por imperícia do executor, por tipo de
objeto e material mensurado, etc. “O fator mais crítico é a variação da temperatura ambiente, que provoca,
por exemplo, a dilatação das escalas dos instrumentos de medição.” (SILVA NETO, 2012, p. 144). A exatidão
dos micrômetros, por exemplo, pode ser afetada pelo meio ambiente; por isso, eles devem ser mantidos
sempre em seu estojo quando não estiverem sendo usados.
Alguns erros a serem destacados são:
a) Erro grosseiro: causado por falha humana na utilização e operação do instrumento, ou ser resultado
de interpretação errônea nos dados obtidos, como posição da escala;
b) Erro acidental: em função do mesmo operador não conseguir mensurar os mesmos resultados em
uma mesma medição;
c) Erro de inserção: ocorre na montagem de um sistema de medição, quando se utiliza mais de um
instrumento de avaliação, gerando acumulação de incertezas devido ao número excessivo de ma-
teriais;
d) Erro de paralaxe: ocorre devido à observação errada do valor, normalmente, em instrumentos com
escala analógica, resultado do ângulo de visão errado. Esse erro não ocorre em instrumentos de
leitura digital. (ESTATÍSTICA..., 2010)
Este último, erro de paralaxe, é ocasionado quando o observador desloca o ângulo de visão da posição
correta, ou seja, a posição perpendicular em relação ao ponto de medição, possibilitando a leitura errada.
Observe a figura a seguir.

a) a) Leitura maior que o correto

b) b) Leitura correta
Julio Cesar Borchers (2015)

c) c) Leitura menor que o correto

Figura 36 -  Erro de paralaxe – ângulo de visão


Fonte: adaptado de Ruiz Vassallo (2004, p. 41)
METROLOGIA
54

Dessa forma, ao iniciar a leitura no instrumento de medição, é preciso que você observe o ângulo corre-
to de visão da escala sobre o objeto que está sendo avaliado. Outro erro que é possível de acontecer é, na
hora de realizar uma medição, você forçar o instrumento, pressionando-o com muita força contra o objeto
a ser medido. Fechar o paquímetro contra uma peça com força, é outra possibilidade. Além de danificar o
instrumento, você fará uma leitura errada, pois estará forçando o instrumento contra o componente a ser
medido. Ainda com relação ao paquímetro, vale ressaltar que, no caso dos que têm indicação digital, “deve
ser dada atenção para os fatores ambientais, por exemplo, campos magnéticos, campo elétrico, umidade,
etc., os quais podem afetar as funções dos componentes eletrônicos do instrumento.” (ABNT – NBR NM 216,
2000, p. 13).
Você percebe que esses erros mencionados acima podem comprometer a avaliação e a confiabilidade
ou credibilidade da metrologia em mensurar determinadas grandezas de medidas. Em uma medição, a
credibilidade é fundamental para aceitação daquilo que foi levantado e, como você estudou anteriormen-
te, os dois fatores envolvidos nessa questão de confiabilidade são essenciais: instrumentos adequados e a
habilidade e experiência do próprio operador do instrumento.
Nas figuras que seguem, você vê exemplificado no uso do paquímetro situações corretas e procedimen-
tos errôneos, que possibilitam erros de medição.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

Julio Cesar Borchers (2015)

Certo Errado

Figura 37 -  Travamento do bico móvel do paquímetro


Fonte: adaptado de Kobayoshi (2012)

EXTERNAS INTERNAS

Errado Certo Errado Certo Errado


PROFUNDIDADES
Julio Cesar Borchers (2015)

Errado Certo
Figura 38 -  Formas de uso do paquímetro
Fonte: adaptado de Kobayoshi (2012)
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
55

Lembre-se, a correta medição produz confiabilidade e qualidade na execução do serviço de metrologia.


Conheça, a seguir, outro fator muito importante para a confiabilidade da medição: a ética do profissional
que presta o serviço.

3.10 COMPORTAMENTO ÉTICO PROFISSIONAL

Ao realizar um trabalho de medição de qualquer tipo, o executor deverá ter ética profissional, pois o
serviço deverá ser realizado com garantia e precisão. Mas, você já parou para pensar o que é ética? O que
seria um comportamento ético?
Esta palavra de origem grega, ethos, pode significar caráter, costumes ou conduta; tendo relação com
tudo que é bom ou moralmente aceito. (MOITA, 2008). Segundo o dicionário Michaelis (2009), ética é “parte
da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana.” Desta forma, quando
se diz que determinada pessoa está tendo um comportamento ético, ela está procedendo de forma a
não prejudicar o próximo, cumprindo com os valores estabelecidos pela sociedade em que vive. (GOLDIM,
2000).
A ética deve ser aplicada tanto no campo pessoal quanto no profissional. As decisões que são tomadas,
assim como as práticas adotadas por você, profissional, são a sua marca registrada. As pessoas se lembrarão
de você mais pelo seu comportamento e sua conduta, do que pelo serviço ou atendimento que foi presta-
do. Honestidade, responsabilidade e competência são elementos básicos na conduta profissional.
Empresas e profissões estabelecem códigos de ética profissional, descrevendo as normas éticas que
devem ser seguidas pelos seus colaboradores ou profissionais de determinadas classes. De acordo com o
site Ideas [2015], Código de ética é:

(o) conteúdo do código de ética é formado de um conjunto de políticas e práticas


específicas, abrangendo os campos mais vulneráveis. Este material é reunido em um
relatório de fácil compreensão para que possa circular adequadamente entre todos os
interessados. Uma vez aprimorado com sugestões e críticas de todos os envolvidos o
relatório dará origem a um documento que servirá de parâmetro para determinados
comportamentos, tornando claras as responsabilidade.

Ao analisar o conceito mencionado, você pode identificar que este conteúdo, depois de formalizado,
traduzirá parâmetros de condutas e relacionamentos, estabelecendo diretrizes para a boa convivência in-
terpessoal dentro de um grupo, seja entre colaboradores ou em uma relação de prestação de serviços e o
cliente.
METROLOGIA
56

É sempre bom reforçar: o profissional que trabalha respeitando os seus clientes, será um profissional
que conquistará o respeito daquele que o contrata.

Yamini Chao ([20--?])

Figura 39 -  Aconselhando a compra de um aparelho


Fonte: Thinkstock (2015)

Por último e não menos importante, para sua segurança, lembre-se de utilizar os equipamentos de pro-
teção individual (EPIs), tais como luvas de proteção, óculos de proteção, calçados fechados e abafadores
auriculares. Esses equipamentos são facilmente encontrados em casas especializadas em segurança do
trabalho. A importância na utilização dos EPIs se concentra na manutenção da saúde orgânica, mental e
física. A prevenção é a melhor tática na preservação do bem estar pessoal e coletivo.

CASOS E RELATOS

Sandro era funcionário de uma empresa de manutenção e instalação de sistemas de climatização


e refrigeração de grande porte, e foi encarregado de realizar a verificação no funcionamento ir-
regular do compressor de uma câmara fria do mercado Compre Sempre, que é cliente da empresa.
Como não tinha maiores informações sobre o que estava ocorrendo, foi até o local levando algu-
mas ferramentas e instrumentos, com a finalidade de dar uma solução rápida e eficiente ao incon-
veniente do cliente.
3 INSTRUMENTOS DE MEDIAÇÃO
57

Chegando no mercado, viu a necessidade de realizar algumas medições com o emprego do


paquímetro que, normalmente, estava dentro da caixa de ferramentas. Entretanto, ao pegar o in-
strumento, verificou que o mesmo estava solto no meio de todas as outras fermentas e, por esse
motivo, seu dispositivo de fixação da orelha móvel se encontrava danificado, possibilitando, com
isso, uma aferição errada da peça que queria medir.
Sandro concluiu que outra pessoa usou o ferramental e não teve o devido cuidado e zelo na pro-
teção do instrumento de medição de precisão e, por esse motivo, inutilizou o equipamento. Ele re-
tornou à empresa e relatou o fato ao seu superior imediato, solicitando novo instrumento, e pediu
para que todos fossem informados dos cuidados a serem tomados com instrumentos de medição
que necessitam ser confiáveis, para garantir o serviço ofertado ao cliente.
Para solucionar o problema do cliente, Sandro pediu o paquímetro de um colega emprestado e
voltou à empresa para fazer as medidas necessárias e diagnosticar e solucionar o problema.

RECAPITULANDO

Nesse capítulo, você estudou os instrumentos de medição externa e de comparação utilizados


na refrigeração e climatização, conheceu os tipos de instrumentos e características de cada um.
Você, também, identificou alguns exemplos de onde se pode utilizá-los, e estudou os cuidados de
manutenção e calibração que se deve ter com esses instrumentos de medição de precisão. Você
conseguiu, ainda, verificar que responsabilidade e ética profissional são itens importantes quando
se reportar ao uso de instrumentos de medição. Desta forma, você estará respeitando o cliente.
Com auxílio deste material didático, você adquiriu conhecimentos técnicos que lhe permitem re-
alizar medições, aferições e manutenções nos instrumentos e nos sistemas de refrigeração e clima-
tização, atendendo aos padrões de qualidade dos fabricantes.
Continue estudando e aprimorando-se, pois o mercado de refrigeração e climatização se amplia
constantemente, assim como o avanço tecnológico. Procure pesquisar técnicas e conceitos novos,
visto que o conhecimento é a base do sucesso.
REFERÊNCIAS

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fisica/grandezas-fisicas-unidades.htm>. Acesso em: 20 maio 2015.
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metrological requirements. NBRNM 216 – paquímetros e paquímetro de profundidade –
características construtivas e requisitos metrológicos. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2000. 15p.
______. NBR 10124 - Instrumento de medição e controle - Trena de fita de fibra - Requisitos. Rio de
Janeiro (RJ): ABNT, 2014. 9 p.
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ZUIN, E. S. L. Por uma nova Arithmetica: O sistema métrico decimal como um saber escolar
em Portugal e no Brasil oitocentistas. 2007. 320 f. Tese (Doutorado em Educação Matemática)
- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.
sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4943>. Acesso em: 02 jul. 2015.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

ALEXANDRE DE AVILA
Técnico em Manutenção Automotiva, formado pelo SENAI-SC. Realizou diversos cursos na área
de Manutenção Automotiva e trabalhou em oficinas de pequeno e médio porte, e em uma
grande concessionária, na parte mecânica, elétrica e tapeçaria. Atualmente é docente em cursos
de Qualificação Profissional ministrando aulas de mecânica automotiva e elétrica automotiva.
ÍNDICE
A
Analógico 5, 37, 38, 39, 41, 44, 63
Área 11, 21, 22, 24, 25, 30, 36, 61, 63
Axial 5, 40, 46, 63

B
Base Magnética 5, 43, 63
BTU 63

C
Calibrado 23, 41, 63
Calibrar 63
Cálibre De Lâminas 11, 48, 49, 63
Características 9, 11, 33, 34, 35, 37, 39, 43, 46, 48, 55, 59, 63
Celsius 63
Centímetro 23, 24, 25, 63
Cliente 29, 53, 54, 55, 63
Climatização 11, 22, 28, 29, 30, 33, 35, 39, 40, 54, 55, 63
Comparação 16, 21, 33, 42, 43, 49, 50, 55, 63
Comparadores 63
Comprimento 16, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 30, 63
Conmetro 63
Converter 15, 18, 24, 25, 63
Côvado 16, 19, 20, 63
Cuidados 33, 35, 42, 55, 63

D
Definição 16, 20, 21, 63
Digital 5, 38, 39, 41, 45, 51, 52, 63

E
Empenado 63
Energia 27, 28, 63
Epi 63
Equipamento 49, 55, 63
Escala 11, 26, 27, 28, 33, 34, 35, 38, 41, 44, 47, 48, 49, 51, 52, 63
Ética 53, 55, 59, 60, 64
Executado 63

F
Fahrenheit 60, 64
Ferramenta 26, 64
Fidelizando 64
Física 23, 26, 27, 49, 54, 64
Formatos 24, 40, 64
Fundamentais 59, 64
Fundamentos 64

G
Goniométrica 64
Goniômetro 11, 33, 46, 47, 59, 64
Grandeza 21, 22, 23, 26, 27, 43, 64
Graus 28, 34, 47, 64

H
Hora 12, 26, 52, 64

I
Inmetro 59, 64
Instalação 11, 29, 54, 64
Instrumentos 9, 11, 16, 20, 21, 30, 33, 38, 42, 49, 50, 51, 52, 54, 55, 60, 64
Internacional 9, 21, 59, 60, 64
Internos 64

J
Jarda 16, 18, 19, 64

K
Kelvin 16, 22, 28, 64

M
Manutenção 9, 11, 33, 49, 50, 54, 55, 61, 64
Medição 9, 11, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 25, 30, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 49, 50, 51,
52, 53, 55, 59, 60, 64
Medidas 9, 11, 15, 16, 17, 18, 20, 22, 23, 26, 27, 30, 34, 35, 38, 39, 40, 42, 46, 49, 52, 55, 64
Medidores 64
Metrologia 9, 11, 15, 16, 30, 51, 52, 53, 59, 60, 65
Micrômetro 6, 11, 33, 39, 40, 42, 50, 64
Milesimal 23, 24, 65
Milímetro 23, 25, 38, 44, 65
Múltiplos 22, 23, 24, 25, 65

O
Operações 65

P
Paquímetro 6, 11, 33, 37, 38, 39, 52, 55, 59, 65
Pé 16, 18, 65
Polegada 5, 16, 17, 18, 23, 24, 34, 37, 65
Potência 24, 28, 65
Precisão 21, 23, 35, 37, 38, 39, 40, 43, 44, 46, 49, 53, 55, 65
Profissional 9, 12, 47, 53, 54, 55, 60, 61, 65, 67

Q
Quilômetro 23, 25, 65

R
Radial 5, 46, 65
Refrigeração 11, 22, 28, 29, 30, 33, 35, 39, 40, 54, 55, 65
Régua Graduada 34, 37, 65
Relógio 5, 11, 33, 42, 43, 44, 45, 46, 50, 60, 65
Relógio Comparador 5, 11, 33, 42, 43, 44, 45, 46, 50, 65

S
Satisfeito 29, 64
Sequência 11, 17, 23, 24, 25, 34, 35, 65
Serviço 29, 53, 55, 65
Sistema 11, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 25, 29, 34, 35, 51, 59, 60, 64, 65
Submúltiplos 6, 22, 23, 24, 25, 64
Suporte 27, 43, 64

T
Temperatura 16, 22, 27, 28, 30, 51, 59, 65
Tempo 5, 16, 20, 21, 22, 26, 29, 30, 65
Termodinâmica 9, 16, 27, 30, 65
Termodinâmica 59
Tipos 9, 11, 33, 34, 35, 37, 39, 43, 46, 48, 55, 65
Toesa 65
Trabalhos 11, 18, 29, 30, 65
Trena 11, 33, 35, 36, 65
Trena 59

U
Unidades 9, 11, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 23, 27, 28, 30, 59, 60, 65
Utilização 9, 11, 22, 33, 34, 35, 37, 39, 43, 46, 48, 51, 54, 65

V
Volume 21, 22, 36, 66
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Alexandre de Ávila
Elaboração

Adair Teixeira
Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Coordenação do Projeto

Magrit Dorotea Döding


Design Educacional

Denise de Mesquita Corrêa


Revisão Ortográfica e Gramatical

Alexandre de Ávila
Evelin Lediani Bao
Morgana Machado
Fotografias

Julio Cesar Borchers


Matheus Felipe Goedert
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Thinkstock
Freeimages
Banco de imagens
Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro
Mauro Airoldi
Robson Ventura de Oliveira
Comitê Técnico de Avaliação

Ellen Cristina Ferreira


Diagramação

Denise de Mesquita Corrêa


Normalização

Taciana dos Santos Rocha Zacchi


CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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