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eceber o atendimento em saúde é direito de toda pessoa.

De acordo com o Ministério da


Saúde, Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017:

TÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS DA SAÚDE

[...]

Art. 3º Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços ordenados e organizados para
garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e recuperação da saúde. (Origem:
PRT MS/GM 1820/2009, Art. 2º).

[...]

Art. 4º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver o seu
problema de saúde. (Origem: PRT MS/GM 1820/2009, Art. 3º) [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2017, [n. p.], grifo da publicação).

Ainda, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:

[...]

CAPÍTULO II

DA SEGURIDADE SOCIAL

[...]
SEÇÃO II

DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, [n.
p.], grifos da publicação e nossos).

Neste sentido, todo atendimento prestado no âmbito do SUS é gratuito para o


usuário/paciente e financiado pelo Estado, nas suas três esferas (municipal, estadual e
federal).

De maneira resumida, o Estado, para garantir a prestação de serviços de saúde à população,


utiliza-se de estabelecimentos de saúde, que podem ser públicos ou privados.

O gestor do SUS nos estados e municípios (Secretaria Municipal e/ou Estadual de Saúde) tem
como uma de suas atribuições a alimentação dos Bancos de Dados Nacionais dos sistemas de
saúde. O Artigo 294, da Seção II, do Capítulo III da Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de
setembro de 2017, menciona que:

[...] Fica definida a obrigatoriedade de alimentação mensal e sistemática dos Bancos de Dados
Nacionais dos Sistemas: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), Sistema de
Informação Ambulatorial (SIA/SUS), Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), Comunicação
de Internação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA), Serviço de Atendimento Médico de Urgência
(SAMU), Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), Sistema de Informação em
Saúde para a Atenção Básica (SISAB) e Conjunto Mínimo de Dados (CMD). (Origem: PRT
MS/GM 3462/2010, Art. 2º) (com redação dada pela PRT MS/GM 2148/2017) [...].
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.]).

Desta forma, cabe aos estabelecimentos de saúde o registro da produção assistencial


decorrente dos atendimentos assistenciais prestados à população para posterior envio ao
gestor do SUS nos estados e/ou municípios que, por sua vez, disponibilizarão esses dados ao
Ministério da Saúde.
A seguir, citamos alguns elementos importantes que justificam a necessidade da
disponibilização de dados da produção assistencial ao Ministério da Saúde, inclusive para os
estados, municípios e o Distrito Federal:

disponibilizar informações que permitirão a realização de avaliação da assistência à saúde no


Brasil;

permitir o conhecimento do perfil nosológico e epidemiológico da população do País;

comprovar o atendimento assistencial prestado aos usuários do SUS;

permitir ao governo conhecer as necessidades de saúde, gerais e/ou específicas, de uma


região;

permitir dimensionar os repasses federais fundo a fundo para os gestores estaduais e


municipais com o correto registro da produção assistencial;

contribuir para a elaboração de políticas públicas de saúde mais assertivas;

converter em valores financeiros os procedimentos realizados;

garantir aos estados, municípios e ao Distrito Federal a manutenção dos repasses financeiros
mensais pelo Ministério da Saúde.

As informações necessárias para o registro da produção assistencial nos sistemas de captação


são extraídas dos laudos para solicitação de autorização de procedimentos no SUS e dos
registros realizados pela equipe multiprofissional de saúde nos formulários que compõem o
Prontuário do Paciente.

Os procedimentos passíveis de registro nos sistemas de captação do SUS estão contemplados


no Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS
(SIGTAP), que está disponível na opção Web ou Desktop, trazendo os atributos de cada
procedimento, como por exemplo, a descrição, os valores, Habilitação, CBO, CID etc. Os itens
passíveis de registro estão organizados em oito grupos no citado sistema, conforme demonstra
a Figura 3 abaixo:

Figura 3 - Grupos SIGTAP


Fonte: Ministério da Saúde/SIGTAP – Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos,
Medicamentos e OPM do SUS (2021).

O gestor do SUS e as instituições de saúde definem, por meio de instrumento formal de


contratualização, as regras e metas qualitativas e quantitativas para a prestação dos serviços
relacionados a atendimentos de usuários do SUS. Essas instituições podem ser públicas ou
privadas.

Desta forma, as instituições de saúde que prestam serviços ao SUS devem promover o registro
da produção assistencial nos sistemas de captação de dados do Ministério da Saúde com a
observância das regras estabelecidas:

nos instrumentos formais de contratualização;

nos manuais técnicos operacionais dos sistemas de captação de dados assistenciais do


Ministério da Saúde;

no Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS


(SIGTAP);

no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

A área responsável por registrar a produção assistencial nos estabelecimentos de saúde é o


setor de Registro da Produção Assistencial.

eceber o atendimento em saúde é direito de toda pessoa. De acordo com o Ministério da


Saúde, Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017:

TÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS DA SAÚDE

[...]
Art. 3º Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços ordenados e organizados para
garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e recuperação da saúde. (Origem:
PRT MS/GM 1820/2009, Art. 2º).

[...]

Art. 4º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para resolver o seu
problema de saúde. (Origem: PRT MS/GM 1820/2009, Art. 3º) [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2017, [n. p.], grifo da publicação).

Ainda, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:

[...]

CAPÍTULO II

DA SEGURIDADE SOCIAL

[...]

SEÇÃO II

DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, [n.
p.], grifos da publicação e nossos).
Neste sentido, todo atendimento prestado no âmbito do SUS é gratuito para o
usuário/paciente e financiado pelo Estado, nas suas três esferas (municipal, estadual e
federal).

De maneira resumida, o Estado, para garantir a prestação de serviços de saúde à população,


utiliza-se de estabelecimentos de saúde, que podem ser públicos ou privados.

O gestor do SUS nos estados e municípios (Secretaria Municipal e/ou Estadual de Saúde) tem
como uma de suas atribuições a alimentação dos Bancos de Dados Nacionais dos sistemas de
saúde. O Artigo 294, da Seção II, do Capítulo III da Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de
setembro de 2017, menciona que:

[...] Fica definida a obrigatoriedade de alimentação mensal e sistemática dos Bancos de Dados
Nacionais dos Sistemas: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), Sistema de
Informação Ambulatorial (SIA/SUS), Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), Comunicação
de Internação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA), Serviço de Atendimento Médico de Urgência
(SAMU), Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), Sistema de Informação em
Saúde para a Atenção Básica (SISAB) e Conjunto Mínimo de Dados (CMD). (Origem: PRT
MS/GM 3462/2010, Art. 2º) (com redação dada pela PRT MS/GM 2148/2017) [...].
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.]).

Desta forma, cabe aos estabelecimentos de saúde o registro da produção assistencial


decorrente dos atendimentos assistenciais prestados à população para posterior envio ao
gestor do SUS nos estados e/ou municípios que, por sua vez, disponibilizarão esses dados ao
Ministério da Saúde.

A seguir, citamos alguns elementos importantes que justificam a necessidade da


disponibilização de dados da produção assistencial ao Ministério da Saúde, inclusive para os
estados, municípios e o Distrito Federal:

disponibilizar informações que permitirão a realização de avaliação da assistência à saúde no


Brasil;

permitir o conhecimento do perfil nosológico e epidemiológico da população do País;

comprovar o atendimento assistencial prestado aos usuários do SUS;


permitir ao governo conhecer as necessidades de saúde, gerais e/ou específicas, de uma
região;

permitir dimensionar os repasses federais fundo a fundo para os gestores estaduais e


municipais com o correto registro da produção assistencial;

contribuir para a elaboração de políticas públicas de saúde mais assertivas;

converter em valores financeiros os procedimentos realizados;

garantir aos estados, municípios e ao Distrito Federal a manutenção dos repasses financeiros
mensais pelo Ministério da Saúde.

As informações necessárias para o registro da produção assistencial nos sistemas de captação


são extraídas dos laudos para solicitação de autorização de procedimentos no SUS e dos
registros realizados pela equipe multiprofissional de saúde nos formulários que compõem o
Prontuário do Paciente.

Os procedimentos passíveis de registro nos sistemas de captação do SUS estão contemplados


no Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS
(SIGTAP), que está disponível na opção Web ou Desktop, trazendo os atributos de cada
procedimento, como por exemplo, a descrição, os valores, Habilitação, CBO, CID etc. Os itens
passíveis de registro estão organizados em oito grupos no citado sistema, conforme demonstra
a Figura 3 abaixo:

Figura 3 - Grupos SIGTAP

Fonte: Ministério da Saúde/SIGTAP – Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos,


Medicamentos e OPM do SUS (2021).

O gestor do SUS e as instituições de saúde definem, por meio de instrumento formal de


contratualização, as regras e metas qualitativas e quantitativas para a prestação dos serviços
relacionados a atendimentos de usuários do SUS. Essas instituições podem ser públicas ou
privadas.
Desta forma, as instituições de saúde que prestam serviços ao SUS devem promover o registro
da produção assistencial nos sistemas de captação de dados do Ministério da Saúde com a
observância das regras estabelecidas:

nos instrumentos formais de contratualização;

nos manuais técnicos operacionais dos sistemas de captação de dados assistenciais do


Ministério da Saúde;

no Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS


(SIGTAP);

no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

A área responsável por registrar a produção assistencial nos estabelecimentos de saúde é o


setor de Registro da Produção Assistencial.

Mauriz et al. (2012, [n. p.]) comentam acerca da importância do Faturamento Hospitalar como
sendo uma das:

[...] funções de maior importância na Administração Financeira de um hospital, sendo ele


público ou privado, pois traduz em moeda corrente todas as operações de prestação de
serviços assistenciais em saúde do indivíduo, da comunidade ou de populações. O
desenvolvimento da área hospitalar, nestes últimos cinco anos, tem se caracterizado por
muitas mudanças que aproximam cada vez mais as técnicas de gerenciamento de recursos na
área hospitalar com as utilizadas nas empresas industriais e comerciais. Compete ao
Faturamento apresentar ao Sistema Único de Saúde (SUS) informações relacionadas a
atendimento e procedimentos realizados no âmbito da internação Hospitalar e ambulatorial,
utilizando-se do sistema de Informações Hospitalares (SIH) e o Sistema de Informações
Ambulatoriais (SIA) do Sistema Único de Saúde para gerenciar tais informações, como também
outras atividades.
[...] No Setor de Faturamento, a captura de dados para cobrança é feita diretamente do
prontuário do paciente, essa é uma das formas mais antigas usadas pelos hospitais e clínicas
médicas que se apresenta de forma adequada, dependendo de seu volume e do porte do
hospital. Deve estar em constante aperfeiçoamento o processo de trabalho para que haja
fluidez das informações das equipes multiprofissionais, facilitando o fechamento da fatura;
quando não é aperfeiçoado constantemente, perde-se a velocidade dessa captura e, também,
de dados, causados por diversas interferências, como exames laboratoriais, medicamentos etc.
O processo tem início quando o paciente é recepcionado no hospital, originando diversos
procedimentos de atendimento às suas necessidades de saúde, sendo minuciosamente
documentado no Prontuário oriundo de procedimentos realizados.

Assim, tem-se como objetivo central do setor de Registro da Produção Assistencial o seguinte:
registrar a produção assistencial para envio ao gestor local do SUS e, na sequência, ao
Ministério da Saúde, comprovando os atendimentos prestados aos pacientes. Além disso, são
objetivos complementares:

registrar corretamente, nos sistemas de captação de dados, a produção assistencial, nos


prazos oficiais previamente estabelecidos;

proporcionar a melhoria dos processos internos do hospital, a partir da identificação e


comunicação das falhas verificadas nos documentos utilizados para o registro da produção
assistencial aos setores envolvidos;

subsidiar a organização da oferta de serviços da instituição de saúde à comunidade em que


está inserida, a partir da produção assistencial registrada;

contribuir para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa, a partir do adequado registro da


produção assistencial;

fornecer informações para o planejamento assistencial da instituição de saúde, a partir do


adequado registro da produção assistencial;

contribuir para que os recursos provenientes do Governo Federal, aos estados e municípios,
sejam mantidos, por meio da demonstração da produção assistencial realizada;

contribuir, a partir do adequado registro da produção assistencial, para a elaboração de


programas e políticas de saúde que objetivem o atendimento das necessidades de saúde da
população e a repactuação dos contratos.

A Figura 4 apresenta, de forma sistêmica, o fluxo do atendimento e registro da produção


assistencial até a disponibilização das informações assistenciais ao Ministério da Saúde,
indicando alguns benefícios como manutenção dos recursos financeiros e implementação de
políticas públicas de saúde mais assertivas.

Figura 4 - Visão sistêmica do registro e processamento da produção assistencial hospital

Fonte: ICSF (2020).

Assim, podemos observar a importância estratégica do Setor de Registro da Produção


Assistencial em um estabelecimento de saúde, pois ele contribui diretamente para a
sustentabilidade da organização de saúde.

Organização do Setor de Registro da Produção Assistencial

O Setor de Registro da Produção Assistencial pode estar organizado por subsetores ou


equipes, que são responsáveis pelo registro da produção assistencial nos sistemas de captação
de dados do Ministério da Saúde. Esses subsetores ou equipes, em geral, estão assim
organizados:

Recepção de documentos;

Registro da produção ambulatorial proveniente do Serviço de Ambulatório;

Registro da produção ambulatorial proveniente do Serviço de Urgência e Emergência


Hospitalar;

Registro da produção do Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT);

Registro da produção de Internação.

Os subsetores ou equipes citados acima trabalham articulados para concluir com qualidade o
registro da produção assistencial nos sistemas de captação. É importante que todas as
atividades atribuídas a cada subsetor ou equipe estejam claras e, preferencialmente,
registradas em forma de rotina operacional de acordo com o padrão institucional. A
padronização das atividades, fluxos e atribuições permite a velocidade e a efetividade da
produção assistencial.
Geralmente os profissionais que compõem o Setor de Registro da Produção Assistencial são:

responsáveis pelo setor (gerente, coordenador, supervisor, encarregado ou chefe);

auxiliares administrativos ou de faturamento;

assistentes Administrativos;

digitadores;

faturistas;

analistas de Faturamento.

Subsetores e atividades

Figura 5 - Subsetores do Setor de Registro da Produção Assistencial

Fonte: Freepik (2020).

A seguir, apresentamos os subsetores do Setor de Registro da Produção Assistencial e as


principais atividades desempenhadas por cada um deles:

a) Recepção de Documentos

A área Recepção de Documentos é responsável pelo recebimento, organização e distribuição


de toda a documentação para os demais subsetores. Essa área exerce um papel importante
para acelerar o registro da produção assistencial nos sistemas de captação, pois exige uma
forte organização para distribuir os documentos (Prontuários) aos demais subsetores.

b) Registro da Produção Ambulatorial Proveniente do Serviço de Ambulatório

A produção ambulatorial é decorrente dos atendimentos prestados na modalidade


Ambulatorial. Um dos setores responsáveis por prestar atendimentos nessa modalidade é o
Serviço de Ambulatório, no qual são realizados procedimentos tais como:
i. consultas eletivas (consulta agendada com cardiologista, consulta agendada com
dermatologista, consulta agendada com nutricionista etc.);

ii. pequenos procedimentos eletivos (retirada de gesso, exérese de tumor de pele e


anexos/cisto sebáceo/lipoma etc.).

c) Registro da Produção Ambulatorial Proveniente do Serviço de Urgência e Emergência


Hospitalar

Outro setor responsável pelos atendimentos ambulatoriais é o Serviço de Urgência e


Emergência Hospitalar, que realiza procedimentos tais como:

i. consultas em caráter de urgência (consulta com clínico geral devido a um quadro de dor
aguda etc.);

ii. pequenos procedimentos (sutura, imobilização, sondagem vesical de alívio);

iii. exames solicitados pelo médico durante a consulta em caráter de urgência


(eletrocardiograma, hemograma etc.).

d) Registro da Produção do SADT

O registro da produção dos atendimentos vinculados ao SADT nos sistemas de captação está
relacionado a procedimentos tais como:

i. exames por análises clínicas (dosagem de ácido úrico, contagem global de células no
líquor etc.);

ii. exames por radiologia (radiografia de coluna toraco-lombar, radiografia de braço etc.);
iii. exames por ultrassonografia (ultrassonografia de abdômen total, ultrassonografia
obstétrica etc.);

iv. exames por tomografia (tomografia computadorizada do crânio, tomografia


computadorizada da coluna cervical com ou sem contraste etc.);

v. exame por ressonância magnética (ressonância magnética de tórax, ressonância


magnética de crânio etc.);

vi. exame por endoscopia (laringoscopia, esofagogastroduodenoscopia etc.);

vii. exames por radiologia intervencionista (arteriografia pélvica, aortografia abdominal


etc.);

viii. exames por anatomia patológica e citopatologia;

ix. exames por medicina nuclear.

e) Registro da Produção de Internação

Corresponde ao subsetor ou equipe responsável pelo registro da produção de internação. De


acordo com a Portaria nº 312, de 30 de abril de 2002, que estabelece a Padronização da
Nomenclatura do Censo Hospitalar, o termo Internação Hospitalar representa: “Pacientes que
são admitidos para ocupar um leito hospitalar por um período igual ou maior a 24 horas.”
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 11).

São alguns exemplos de internações:


i. Internação Clínica de um paciente com queixa de dor lombar intensa, que necessite de
internação para a realização de tratamento;

ii. Internação Cirúrgica de uma paciente para a realização do procedimento cirúrgico de


herniorrafia umbilical em ambiente hospitalar.

Registro e Processamento da Produção Assistencial

No SUS, o processamento da produção assistencial ocorre em etapas, dentro e fora do hospital


(no hospital e na secretaria de saúde – gestor local do SUS).

Para o registro e processamento da produção assistencial deve ser observado o cronograma


anual disponibilizado pela Coordenação Geral de Gestão de Sistemas de Informações em
Saúde (CGSI), vinculada ao Ministério da Saúde.

De forma resumida, apresentamos as tarefas (etapas) para a realização do registro e


processamento da produção assistencial:

a) As unidades assistenciais:

i. realizam os atendimentos assistenciais;

ii. registram as informações assistenciais nos documentos que compõem o Prontuário do


Paciente, observando as regras estabelecidas pelos Conselhos de Classe dos profissionais de
saúde e pela instituição;

iii. encaminham o Prontuário do Paciente para o Setor de Registro da Produção Assistencial.


b) O Setor de Registro da Produção Assistencial:

i. recepciona o Prontuário do Paciente e as demais documentações necessárias ao registro


da produção assistencial (que são enviadas por vários setores do hospital);

ii. analisa as informações constantes do Prontuário do Paciente;

iii. realiza a codificação dos procedimentos realizados;

iv. registra a produção assistencial nos sistemas informatizados;

v. executa o primeiro ciclo de validação e consistências das informações assistenciais


registradas;

vi. envia a produção assistencial para a Secretaria de Saúde (gestor local do SUS).

c) A Secretaria de Saúde:

i. recepciona a produção assistencial das instituições de saúde;

ii. executa as tarefas internas pertinentes;

iii. executa o segundo ciclo de validação e consistências das informações assistenciais


registradas;

iv. transmite a produção assistencial para o Ministério da Saúde.

A Figura 6 a seguir representa o fluxo operacional acima descrito.


Figura 6 - Registro e processamento da produção assistencial hospitalar

Fonte: ICSF (2021).

Setor de Registro da Produção Assistencial X Áreas Produtivas

Para realizar o registro de um procedimento vinculado a um atendimento hospitalar são


necessários vários elementos e informações que, durante a assistência, comporão a conta do
paciente, por exemplo:

medicamentos especiais utilizados (Metilprednisolona 500 mg Injetável, Alteplase 10mg


Injetável etc.);

procedimentos decorrentes da assistência prestada a um paciente (procedimento cirúrgico,


assistência fisiátrica, curativo etc.);

Órteses, Próteses e Materiais Especiais – OPME utilizados (Parafuso Canulado 7,0 mm, Stent
Farmacológico para Artéria Periférica etc.).

Desta forma, são muitos os profissionais e setores que contribuem para a qualidade do
registro da produção assistencial.

A qualidade e a efetividade da produção assistencial estão diretamente ligadas ao


cumprimento das atividades por cada profissional nos diversos setores hospitalares; assim, é
imprescindível uma forte integração com as várias áreas que fornecem os insumos para o
Setor de Registro da Produção Assistencial cumprir o seu papel. Apresentamos alguns
exemplos da integração entre o Setor de Registro da Produção Assistencial e as áreas e/ou
profissionais:

o cadastro do paciente no sistema de gestão integrado e informatizado realizado pelo


profissional da Recepção servirá como base para o registro da produção assistencial;

os registros assistenciais realizados pela equipe multiprofissional de saúde servirão para o


registro da produção assistencial;

o lançamento dos materiais e medicamentos dispensados pelo setor de Farmácia, no sistema


de gestão integrado e informatizado, para consumo durante o atendimento do paciente,
comporão a produção assistencial a ser registrada pelo Setor de Registro da Produção
Assistencial, quando permitido.
Cabe salientar que ao realizar rotineiramente suas atividades os profissionais das diversas
áreas geram produtos que também servirão para compor a produção assistencial. A Figura 7
apresenta exemplos de áreas hospitalares que possuem interação direta com o Setor de
Registro da Produção Assistencial.

Figura 7 - Interação do Setor de Registro da Produção Assistencial com as demais áreas


produtivas

Fonte: ICSF (2021).

Integração do Setor de Registro da Produção Assistencial com as unidades hospitalares

Em geral, o Setor de Registro da Produção Assistencial interage de forma mais efetiva com as
seguintes áreas hospitalares:

Recepções de Atendimento ao Usuário (Paciente);

Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar;

Serviço de Ambulatório;

Laboratório de Análises Clínicas;

Laboratório de Patologia;

Diagnóstico por Imagem;

Serviço de Clínica Médica;

Serviço de Cirurgia Geral;

Serviço de Clínica Pediátrica;

Unidade de Terapia Intensiva;

Unidade de Atenção à Saúde da Mulher;

Serviço de Centro Obstétrico;

Serviço de Centro Cirúrgico;

Gestão de OPME;

Setor de Auditoria de Contas Hospitalares.


Figura 8 - Algumas áreas hospitalares

Fonte: Freepik (2019).

Essa interação pode ser visualizada em duas principais atividades:

disponibilização de documentos com as informações assistenciais e outros documentos


necessários para a efetivação do registro da produção assistencial (documentos do prontuário,
laudos, notas fiscais de OPME etc.) para o Setor de Registro da Produção Assistencial;

interação do Setor de Registro da Produção Assistencial com as áreas citadas para providências
de correção de inconsistências identificadas nos documentos.

Perdas (rejeições/glosas)

Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra glosa vem do latim glossa,
significando "Cancelamento ou recusa, parcial ou total, dum orçamento, conta, verba, por
ilegais ou indevidos” (FERREIRA, 2010, p. 1036). Nesse sentido, a glosa de contas hospitalares
representa a rejeição total ou parcial do pagamento de uma conta.

As glosas/rejeições são decorrentes de inconsistências. De forma ampla, podemos afirmar que


as glosas ocorrem por motivos de inconsistências administrativas ou técnicas.

São exemplos de inconsistências administrativas que resultam em rejeições da produção


assistencial no SUS:

falha no registro do código de um procedimento no sistema de captação de dados pelo


profissional do Setor de Registro da Produção Assistencial;

ausência ou falha no preenchimento dos laudos para solicitação de autorização de


procedimentos;

falha na atualização do SCNES.

São exemplos de inconsistências técnicas que resultam em glosas/rejeições da produção


assistencial no SUS:
ausência do registro de um procedimento especial no Prontuário do Paciente;

utilização de uma OPME não compatível com o procedimento realizado.

No registro e processamento da produção assistencial, a glosa/rejeição pode ocorrer em vários


momentos do processo, conforme listamos a seguir:

na liberação da vaga de internação pela Central de Regulação de Leitos;

na análise presencial do Prontuário do Paciente e dos demais documentos pelo Auditor do


SUS;

nos sistemas utilizados para o registro da produção assistencial (captação): BPA, APAC,
SISAIH01 etc.;

nos sistemas em que são processados os registros da produção assistencial para envio ao
Ministério da Saúde: SIA e SIHD2.

Mauriz et al. (2012, [n. p.]) comentam acerca da importância do Faturamento Hospitalar como
sendo uma das:

[...] funções de maior importância na Administração Financeira de um hospital, sendo ele


público ou privado, pois traduz em moeda corrente todas as operações de prestação de
serviços assistenciais em saúde do indivíduo, da comunidade ou de populações. O
desenvolvimento da área hospitalar, nestes últimos cinco anos, tem se caracterizado por
muitas mudanças que aproximam cada vez mais as técnicas de gerenciamento de recursos na
área hospitalar com as utilizadas nas empresas industriais e comerciais. Compete ao
Faturamento apresentar ao Sistema Único de Saúde (SUS) informações relacionadas a
atendimento e procedimentos realizados no âmbito da internação Hospitalar e ambulatorial,
utilizando-se do sistema de Informações Hospitalares (SIH) e o Sistema de Informações
Ambulatoriais (SIA) do Sistema Único de Saúde para gerenciar tais informações, como também
outras atividades.
[...] No Setor de Faturamento, a captura de dados para cobrança é feita diretamente do
prontuário do paciente, essa é uma das formas mais antigas usadas pelos hospitais e clínicas
médicas que se apresenta de forma adequada, dependendo de seu volume e do porte do
hospital. Deve estar em constante aperfeiçoamento o processo de trabalho para que haja
fluidez das informações das equipes multiprofissionais, facilitando o fechamento da fatura;
quando não é aperfeiçoado constantemente, perde-se a velocidade dessa captura e, também,
de dados, causados por diversas interferências, como exames laboratoriais, medicamentos etc.
O processo tem início quando o paciente é recepcionado no hospital, originando diversos
procedimentos de atendimento às suas necessidades de saúde, sendo minuciosamente
documentado no Prontuário oriundo de procedimentos realizados.

Assim, tem-se como objetivo central do setor de Registro da Produção Assistencial o seguinte:
registrar a produção assistencial para envio ao gestor local do SUS e, na sequência, ao
Ministério da Saúde, comprovando os atendimentos prestados aos pacientes. Além disso, são
objetivos complementares:

registrar corretamente, nos sistemas de captação de dados, a produção assistencial, nos


prazos oficiais previamente estabelecidos;

proporcionar a melhoria dos processos internos do hospital, a partir da identificação e


comunicação das falhas verificadas nos documentos utilizados para o registro da produção
assistencial aos setores envolvidos;

subsidiar a organização da oferta de serviços da instituição de saúde à comunidade em que


está inserida, a partir da produção assistencial registrada;

contribuir para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa, a partir do adequado registro da


produção assistencial;

fornecer informações para o planejamento assistencial da instituição de saúde, a partir do


adequado registro da produção assistencial;

contribuir para que os recursos provenientes do Governo Federal, aos estados e municípios,
sejam mantidos, por meio da demonstração da produção assistencial realizada;

contribuir, a partir do adequado registro da produção assistencial, para a elaboração de


programas e políticas de saúde que objetivem o atendimento das necessidades de saúde da
população e a repactuação dos contratos.

A Figura 4 apresenta, de forma sistêmica, o fluxo do atendimento e registro da produção


assistencial até a disponibilização das informações assistenciais ao Ministério da Saúde,
indicando alguns benefícios como manutenção dos recursos financeiros e implementação de
políticas públicas de saúde mais assertivas.

Figura 4 - Visão sistêmica do registro e processamento da produção assistencial hospital

Fonte: ICSF (2020).

Assim, podemos observar a importância estratégica do Setor de Registro da Produção


Assistencial em um estabelecimento de saúde, pois ele contribui diretamente para a
sustentabilidade da organização de saúde.

Organização do Setor de Registro da Produção Assistencial

O Setor de Registro da Produção Assistencial pode estar organizado por subsetores ou


equipes, que são responsáveis pelo registro da produção assistencial nos sistemas de captação
de dados do Ministério da Saúde. Esses subsetores ou equipes, em geral, estão assim
organizados:

Recepção de documentos;

Registro da produção ambulatorial proveniente do Serviço de Ambulatório;

Registro da produção ambulatorial proveniente do Serviço de Urgência e Emergência


Hospitalar;

Registro da produção do Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT);

Registro da produção de Internação.

Os subsetores ou equipes citados acima trabalham articulados para concluir com qualidade o
registro da produção assistencial nos sistemas de captação. É importante que todas as
atividades atribuídas a cada subsetor ou equipe estejam claras e, preferencialmente,
registradas em forma de rotina operacional de acordo com o padrão institucional. A
padronização das atividades, fluxos e atribuições permite a velocidade e a efetividade da
produção assistencial.
Geralmente os profissionais que compõem o Setor de Registro da Produção Assistencial são:

responsáveis pelo setor (gerente, coordenador, supervisor, encarregado ou chefe);

auxiliares administrativos ou de faturamento;

assistentes Administrativos;

digitadores;

faturistas;

analistas de Faturamento.

Subsetores e atividades

Figura 5 - Subsetores do Setor de Registro da Produção Assistencial

Fonte: Freepik (2020).

A seguir, apresentamos os subsetores do Setor de Registro da Produção Assistencial e as


principais atividades desempenhadas por cada um deles:

a) Recepção de Documentos

A área Recepção de Documentos é responsável pelo recebimento, organização e distribuição


de toda a documentação para os demais subsetores. Essa área exerce um papel importante
para acelerar o registro da produção assistencial nos sistemas de captação, pois exige uma
forte organização para distribuir os documentos (Prontuários) aos demais subsetores.

b) Registro da Produção Ambulatorial Proveniente do Serviço de Ambulatório

A produção ambulatorial é decorrente dos atendimentos prestados na modalidade


Ambulatorial. Um dos setores responsáveis por prestar atendimentos nessa modalidade é o
Serviço de Ambulatório, no qual são realizados procedimentos tais como:
i. consultas eletivas (consulta agendada com cardiologista, consulta agendada com
dermatologista, consulta agendada com nutricionista etc.);

ii. pequenos procedimentos eletivos (retirada de gesso, exérese de tumor de pele e


anexos/cisto sebáceo/lipoma etc.).

c) Registro da Produção Ambulatorial Proveniente do Serviço de Urgência e Emergência


Hospitalar

Outro setor responsável pelos atendimentos ambulatoriais é o Serviço de Urgência e


Emergência Hospitalar, que realiza procedimentos tais como:

i. consultas em caráter de urgência (consulta com clínico geral devido a um quadro de dor
aguda etc.);

ii. pequenos procedimentos (sutura, imobilização, sondagem vesical de alívio);

iii. exames solicitados pelo médico durante a consulta em caráter de urgência


(eletrocardiograma, hemograma etc.).

d) Registro da Produção do SADT

O registro da produção dos atendimentos vinculados ao SADT nos sistemas de captação está
relacionado a procedimentos tais como:

i. exames por análises clínicas (dosagem de ácido úrico, contagem global de células no
líquor etc.);

ii. exames por radiologia (radiografia de coluna toraco-lombar, radiografia de braço etc.);
iii. exames por ultrassonografia (ultrassonografia de abdômen total, ultrassonografia
obstétrica etc.);

iv. exames por tomografia (tomografia computadorizada do crânio, tomografia


computadorizada da coluna cervical com ou sem contraste etc.);

v. exame por ressonância magnética (ressonância magnética de tórax, ressonância


magnética de crânio etc.);

vi. exame por endoscopia (laringoscopia, esofagogastroduodenoscopia etc.);

vii. exames por radiologia intervencionista (arteriografia pélvica, aortografia abdominal


etc.);

viii. exames por anatomia patológica e citopatologia;

ix. exames por medicina nuclear.

e) Registro da Produção de Internação

Corresponde ao subsetor ou equipe responsável pelo registro da produção de internação. De


acordo com a Portaria nº 312, de 30 de abril de 2002, que estabelece a Padronização da
Nomenclatura do Censo Hospitalar, o termo Internação Hospitalar representa: “Pacientes que
são admitidos para ocupar um leito hospitalar por um período igual ou maior a 24 horas.”
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 11).

São alguns exemplos de internações:


i. Internação Clínica de um paciente com queixa de dor lombar intensa, que necessite de
internação para a realização de tratamento;

ii. Internação Cirúrgica de uma paciente para a realização do procedimento cirúrgico de


herniorrafia umbilical em ambiente hospitalar.

Registro e Processamento da Produção Assistencial

No SUS, o processamento da produção assistencial ocorre em etapas, dentro e fora do hospital


(no hospital e na secretaria de saúde – gestor local do SUS).

Para o registro e processamento da produção assistencial deve ser observado o cronograma


anual disponibilizado pela Coordenação Geral de Gestão de Sistemas de Informações em
Saúde (CGSI), vinculada ao Ministério da Saúde.

De forma resumida, apresentamos as tarefas (etapas) para a realização do registro e


processamento da produção assistencial:

a) As unidades assistenciais:

i. realizam os atendimentos assistenciais;

ii. registram as informações assistenciais nos documentos que compõem o Prontuário do


Paciente, observando as regras estabelecidas pelos Conselhos de Classe dos profissionais de
saúde e pela instituição;

iii. encaminham o Prontuário do Paciente para o Setor de Registro da Produção Assistencial.


b) O Setor de Registro da Produção Assistencial:

i. recepciona o Prontuário do Paciente e as demais documentações necessárias ao registro


da produção assistencial (que são enviadas por vários setores do hospital);

ii. analisa as informações constantes do Prontuário do Paciente;

iii. realiza a codificação dos procedimentos realizados;

iv. registra a produção assistencial nos sistemas informatizados;

v. executa o primeiro ciclo de validação e consistências das informações assistenciais


registradas;

vi. envia a produção assistencial para a Secretaria de Saúde (gestor local do SUS).

c) A Secretaria de Saúde:

i. recepciona a produção assistencial das instituições de saúde;

ii. executa as tarefas internas pertinentes;

iii. executa o segundo ciclo de validação e consistências das informações assistenciais


registradas;

iv. transmite a produção assistencial para o Ministério da Saúde.

A Figura 6 a seguir representa o fluxo operacional acima descrito.


Figura 6 - Registro e processamento da produção assistencial hospitalar

Fonte: ICSF (2021).

Setor de Registro da Produção Assistencial X Áreas Produtivas

Para realizar o registro de um procedimento vinculado a um atendimento hospitalar são


necessários vários elementos e informações que, durante a assistência, comporão a conta do
paciente, por exemplo:

medicamentos especiais utilizados (Metilprednisolona 500 mg Injetável, Alteplase 10mg


Injetável etc.);

procedimentos decorrentes da assistência prestada a um paciente (procedimento cirúrgico,


assistência fisiátrica, curativo etc.);

Órteses, Próteses e Materiais Especiais – OPME utilizados (Parafuso Canulado 7,0 mm, Stent
Farmacológico para Artéria Periférica etc.).

Desta forma, são muitos os profissionais e setores que contribuem para a qualidade do
registro da produção assistencial.

A qualidade e a efetividade da produção assistencial estão diretamente ligadas ao


cumprimento das atividades por cada profissional nos diversos setores hospitalares; assim, é
imprescindível uma forte integração com as várias áreas que fornecem os insumos para o
Setor de Registro da Produção Assistencial cumprir o seu papel. Apresentamos alguns
exemplos da integração entre o Setor de Registro da Produção Assistencial e as áreas e/ou
profissionais:

o cadastro do paciente no sistema de gestão integrado e informatizado realizado pelo


profissional da Recepção servirá como base para o registro da produção assistencial;

os registros assistenciais realizados pela equipe multiprofissional de saúde servirão para o


registro da produção assistencial;

o lançamento dos materiais e medicamentos dispensados pelo setor de Farmácia, no sistema


de gestão integrado e informatizado, para consumo durante o atendimento do paciente,
comporão a produção assistencial a ser registrada pelo Setor de Registro da Produção
Assistencial, quando permitido.
Cabe salientar que ao realizar rotineiramente suas atividades os profissionais das diversas
áreas geram produtos que também servirão para compor a produção assistencial. A Figura 7
apresenta exemplos de áreas hospitalares que possuem interação direta com o Setor de
Registro da Produção Assistencial.

Figura 7 - Interação do Setor de Registro da Produção Assistencial com as demais áreas


produtivas

Fonte: ICSF (2021).

Integração do Setor de Registro da Produção Assistencial com as unidades hospitalares

Em geral, o Setor de Registro da Produção Assistencial interage de forma mais efetiva com as
seguintes áreas hospitalares:

Recepções de Atendimento ao Usuário (Paciente);

Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar;

Serviço de Ambulatório;

Laboratório de Análises Clínicas;

Laboratório de Patologia;

Diagnóstico por Imagem;

Serviço de Clínica Médica;

Serviço de Cirurgia Geral;

Serviço de Clínica Pediátrica;

Unidade de Terapia Intensiva;

Unidade de Atenção à Saúde da Mulher;

Serviço de Centro Obstétrico;

Serviço de Centro Cirúrgico;

Gestão de OPME;

Setor de Auditoria de Contas Hospitalares.


Figura 8 - Algumas áreas hospitalares

Fonte: Freepik (2019).

Essa interação pode ser visualizada em duas principais atividades:

disponibilização de documentos com as informações assistenciais e outros documentos


necessários para a efetivação do registro da produção assistencial (documentos do prontuário,
laudos, notas fiscais de OPME etc.) para o Setor de Registro da Produção Assistencial;

interação do Setor de Registro da Produção Assistencial com as áreas citadas para providências
de correção de inconsistências identificadas nos documentos.

Perdas (rejeições/glosas)

Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra glosa vem do latim glossa,
significando "Cancelamento ou recusa, parcial ou total, dum orçamento, conta, verba, por
ilegais ou indevidos” (FERREIRA, 2010, p. 1036). Nesse sentido, a glosa de contas hospitalares
representa a rejeição total ou parcial do pagamento de uma conta.

As glosas/rejeições são decorrentes de inconsistências. De forma ampla, podemos afirmar que


as glosas ocorrem por motivos de inconsistências administrativas ou técnicas.

São exemplos de inconsistências administrativas que resultam em rejeições da produção


assistencial no SUS:

falha no registro do código de um procedimento no sistema de captação de dados pelo


profissional do Setor de Registro da Produção Assistencial;

ausência ou falha no preenchimento dos laudos para solicitação de autorização de


procedimentos;

falha na atualização do SCNES.

São exemplos de inconsistências técnicas que resultam em glosas/rejeições da produção


assistencial no SUS:
ausência do registro de um procedimento especial no Prontuário do Paciente;

utilização de uma OPME não compatível com o procedimento realizado.

No registro e processamento da produção assistencial, a glosa/rejeição pode ocorrer em vários


momentos do processo, conforme listamos a seguir:

na liberação da vaga de internação pela Central de Regulação de Leitos;

na análise presencial do Prontuário do Paciente e dos demais documentos pelo Auditor do


SUS;

nos sistemas utilizados para o registro da produção assistencial (captação): BPA, APAC,
SISAIH01 etc.;

nos sistemas em que são processados os registros da produção assistencial para envio ao
Ministério da Saúde: SIA e SIHD2.

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