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OITO QUESTÕES DE SOCIOLOGIA E FILOSOFIA

1 -(Uel 2015) Leia os textos a seguir.


A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo
facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma
aparição. Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da
Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.
O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado. Adaptado
de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova
Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os Pensadores”.
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em
Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo
particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos
representados quanto às ideias universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam
perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista
um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos
existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função
caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz
passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de
recriação das coisas segundo uma nova dimensão
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música,
o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no
espectador

2 -(Unesp) Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas
próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O
entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na
mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse
imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia
de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que
um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons. (John
Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se
a) da reminiscência de ideias originalmente transcendentes
b) da combinação de ideias metafísicas e empíricas
c) de categorias a priori existentes na mente humana
d) da experiência com os objetos reais e empíricos.
e) de uma relação dialética do espírito humano com o mundo

3 - (ENEM MEC/2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade


pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua
pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não
são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão
amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso,
conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor
para o bem comum seja mentir. ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São
Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).
O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na
distinção entre
a) objetividade e subjetividade do conhecimento
b) verificabilidade e possibilidade da verdade
c) ilegalidade e legitimidade do governante
d) nulidade e preservabilidade da liberdade
e) idealidade e efetividade da moral.

4 - (UECE/2020) “Toda a obra de Francis bacon se destina a substituir uma cultura


do tipo retórico-literário por uma do tipo técnico-científico. Bacon está
perfeitamente consciente de que a realização deste programa de reforma comporta
numa ruptura com a tradição. De que tal ruptura diz respeito não só ao modo de
pensar, mas também ao modo de viver dos homens. O tipo de discurso filosófico
elaborado no mundo clássico pressupõe, segundo Bacon, a superioridade da
contemplação sobre as obras, da resignação diante da natureza sobre a conquista da
natureza, da reflexão acerca da interioridade sobre a pesquisa voltada para os fatos
e as coisas.” ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas:1400-700. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989, p.75/adaptado.
A passagem acima expõe a relação entre o pensamento filosófico moderno,
representado por Francis Bacon, e o pensamento filosófico clássico. Sobre essa
relação, é correto afirmar que

a) não houve nenhuma mudança substantiva entre a forma como os modernos


pensavam o mundo e a forma como os antigos interpretavam a realidade, a
não ser no aspecto da adoção de um processo metodológico diferenciado do
pensamento
b) a filosofia dos modernos buscava compreender a forma do pensamento e a
partir de um raciocínio dedutivo, ao contrário dos antigos que baseavam o
pensamento na forma indutiva e experimental de abordagem da realidade
c) a mudança da maneira com que os filósofos da modernidade passaram a
pensar a realidade foi radical em relação aos antigos, representando uma
ruptura com um tipo de saber retórico e a adoção de um pensamento focado
na pesquisa sobre os fatos e as coisas.
d) embora ancorada em raciocínio lógico e em um método mais preciso de
análise, a filosofia dos modernos mostrava-se inferior ao pensamento antigo,
em decorrência tanto de sua dependência excessiva da experiência, como do
abandono do raciocínio

5 - (ENEM 2019) TEXTO I


Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo
e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma
superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida.
TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São
Paulo: Cia. das Letras, 1998.
TEXTO II Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um
enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em
tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha
fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre
verdadeiro em todas as ocasiões. ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante
solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.
Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem
uma experiência
a) lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade
b) místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade
c) sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização
d) naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação
e) estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.

6 - (ENEM 2020) Por força da industrialização da cultura, desde o começo do filme


já se sabe como ele termina, quem é recompensado e, ao escutar a música, o ouvido
treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o
desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto.
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos
filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
A crítica ao tipo de criação mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte,
a:
a) burocratização do processo de difusão
b) valorização da representação abstrata
c) padronização das técnicas de composição.
d) sofisticação dos equipamentos disponíveis
e) ampliação dos campos de experimentação

7 - (ENEM 2020) Uma civilização é a entidade cultural mais ampla. As aldeias, as


regiões, as etnias, as nacionalidades, os segmentos religiosos, todos têm culturas
distintas em diferentes níveis de heterogeneidade cultural. A cultura de um vilarejo
no sul da Itália pode ser diferente da de um vilarejo no norte da Itália, mas ambos
compartilharam uma cultura italiana comum que os distingue de vilarejos alemães.
As comunidades europeias, por sua vez, compartilharão aspectos culturais que as
distinguem das comunidades chinesas ou hindus. HUNTINGTON, S. P. O choque
de civilizações. Rio de Janeiro: Objetiva,1997.
De acordo com esse entendimento, a civilização é uma construção cultural que se
baseia na
a) atemporalidade dos valores universais
b) globalização do mundo contemporâneo
c) fragmentação das ações políticas
d) centralização do poder estatal
e) identidade dos grupos sociais.

(UNICENTRO 2018) Segundo Durkheim, “Mesmo estando de acordo com


sentimentos que me são próprios, sentindo-lhes interiormente a realidade, esta não
deixa de ser objetiva; pois não fui eu quem os criou, mas recebi-os através da
educação [...]. Assim também o devoto, ao nascer, encontra prontas as crenças e as
práticas da vida religiosa; existindo antes dele, é porque existem fora dele. ”No
trecho de “As Regras do Método Sociológico”, esse autor explica a exterioridade do
fato social.
Sobre o papel da sociedade no processo educacional, a partir das análises desse autor,
é correto afirmar:
a) ação individual, quando engajada, não corresponde aos costumes e modos do
ser social de um período e lugar, já que a estatística constata que o fato social
não é explicável por manifestações particulares
b) educação produz, em cada pessoa, o ser social, combinando os estados
mentais próprios de uma pessoa única às ideias e aos hábitos próprios do
grupo a que pertence.
c) A socialização faz parte de um mecanismo de conservação da sociedade e a
educação faz parte dos processos de modificação da cultura herdada
d) O fato social se opõe a um processo educativo por ser exterior e coercitivo
1: A
2: D
3: E
4: C
5: E
6: C
7: E.
8: B.

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