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LIBERAIS:

o liberalismo nasceu na Inglaterra, alguns teóricos vão falar de pensamentos liberais na idade
média, mas é só no período moderno que os liberais vão poder teorizar com mais liberdade. o
que eu quero dizer com isso? o pensamento liberal vai ganhar força legal (de lei) só na idade
moderna.

depois da bíblia de Gutenberg, vocês sabem, ocorreram algumas revoluções na Europa.


Ocorreram as revoltas protestantes. Na leitura usual da história se diz que essas revoluções
foram iniciadas por Lutero e Calvino e etc., dando início a um período de muitos conflitos
internos no continente.

na França, por exemplo, teve um rei católico que mandou perseguir os protestantes, matar
eles. Esse episódio ficou conhecido como a noite de são Bartolomeu. De 5 a 30 mil pessoas
foram mortas num período de 24h. Data desse acontecimento: 1572.

na Inglaterra aconteceu uma coisa parecida, na revolução gloriosa, 1688.

Na Inglaterra os protestantes também eram perseguidos, tinham conflitos sangrentos entre o


estado e a população civil, mas lá os protestantes conseguem tomar o poder (por um breve
tempo): episódio que aqui no brasil chamamos de revolução gloriosa. Nesse episódio da
história da Inglaterra, Cromwell, um protestante, vira lord protetor da Inglaterra (algo parecido
com presidente super poderoso), mas revolução não dá certo e em seguida tudo volta ao
normal

um filósofo importante que surge nesse período, de conflitos civis na inglaterra, é o thomas
hobbes (1651) que vai falar do leviatã, do medo da morte violenta, o homem é o lobo do
homem, vai defender que monopólio da violência tem que pertencer ao estado. Só que como
ele não fala muito do progresso, podemos entender ele como um filósofo conservador
(embora a intenção dele era falar da importância do estado na sociedade, e não do progresso
na história e na sociedade).

como pensavam os protestantes da época? MERITOCRACIA. E o que marca o período de


transição da idade média para a idade moderna na política? Presença da burguesia né?
Ganhando espaço na política.

os liberais nesse período justificam de certa maneira a presença da burguesia na política, e não
da igreja ou da família rela. Eles vão chamar atenção da política dos absolutistas para a
economia, e não só para o território. A Inglaterra, ainda estava muito preocupada naquela
época se a França invadir seu território. Nesse contexto, os liberais vão ajudar o governo a
pensar mais sobre política econômica, e não em guerra por território.

Todo aquele papo de colônias, indústria, e administração delas começa a ser interpretado de
outra maneira pelos liberais. E quais são as ideias dos liberais?

O imperador e o rei. Mauá.

Locke, foi um dos nomes mais importantes do surgimento do liberalismo. Eu vou falar dele
agora como um filósofo da política, embora ele também tivesse ideias importantes de teoria
do conhecimento. Alguém sabe dizer qual é? Empirista né, e para ele o homem seria uma
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tábula rasa (uma página em branco), e todas as ideias viriam dos sentidos, segundo ele. Mas
essa ideia dele não é muito importante para a gente agora.

Quando ele estava se graduando em Oxford, ele achava o currículo da


universidade dull and unstimulating. It was still largely that of the medieval
university, focusing on Aristotle (especially his logic) and largely ignoring
important new ideas about the nature and origins of knowledge that had been
developed in writings by Francis Bacon (1561–1626), René Descartes (1596–
1650), and other natural philosophers.

então locke também queria romper com os clássicos e pensar a realidade dele de maneira
mais autônoma, mais livre. Beleza.

E aí quando uma guerra civil na Inglaterra deu trégua, locke começou a defender que o
governo nao devia se importar com a fé das pessoas (e por isso ele foi considerado uma
anarquista, i.e., por defender liberdade religiosa). Ele percebeu que o governo provocava
muitos conflitos por tentar ter apenas uma única religião como religião oficial. Locke foi
defende que essa ideia do governo gerava muitos problemas. De certa forma ele estava
pregando uma laicização do estado inglês (o Maquiavel já tinha feito, mais ou menos na
política italiana). Ou seja, ambos, Maquiavel e Locke, entendiam que uma única moral
religiosa, a cristã ou protestante, não seria suficiente para se gerir uma sociedade: seria
necessário pensar economicamente e politicamente independente da religão.

mas locke não parou nessa defesa de laicização.

Para ele o governo deveria remove the obstacles that stand in the way of individual freedom.

Um exemplo que ele dá para dizer que seria natural um governo ser assim é o caso das
pilhagens dos soldados depois de um conflito. Na época, as pilhagens dos soldados e
mercenários não deveria ser confiscada pelo governo, pelo exército (e isso era até um
incentivo para as atividades dos soldados, inclusive).

locke vai defendendo asism o direito a propriedade privada de forma parecida como a gente
vai ver em marx: no seguinte sentido: o que é seu deveria ser produto do seu trabalho. A
gente vai chegar lá, e a gente vai ver como marx inverte isso: para locke se você trabalhou para
conquistar alguma coisa, essa coisa é sua (isso que marca o seu direito a propriedade), e para
Marx é o trabalho que dá valor as coisas, e se você trabalhou, você desempenhou a função
mais importante para ter os direitos de venda, ou do lucro sobre aquela coisa.

o segundo liberal importante que aparece nesse período (idade moderna) é o adam smith (ele
vem um pouco depois). É dele que vem a alegoria fundamental do pensamento liberal, a ideia
de uma "mão invisível" que regularia o mercado, mesmo que cada um aja pensando somente
em lucros pessoais, ou seja, somente nos próprios interesses.

Não existem também só esses dois, outros pensadores modernos são interpretados como
liberais:

alexis de tocquenville (1805)


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francês, fez o trabalho meio que de um jornalista.

ALICE NAS CIDADES

os franceses queriam saber como foi a revolução no estados unidos contra a inglaterra, os
franceses inclusive ajudaram os americanos a conquistarem a independencia (marcando o
início de uma boa relação diplomatica com os estados unidos). A estatua da liberdade,
inlclusive é um presente da frança para os estados unidos (1876).

Independencia dos eua: 1776.

Rev. Francesa: 1789.

tocqueville warned against the dangers of individualism, which could only be averted through
the formation of civic associations. He saw democracy as an equation that balanced liberty and
equality, concerned for both the individual as well as the community. He warned that radical
social egalitarianism would eventually lead to social isolation, greater government
intervention, and less individual liberty.

Tocqueville believed that association, the coming together of people for common purposes,
would bind Americans to an idea of common nationhood which would be greater than the sum
of its individuals acting in self-interest.

As a supporter of colonialism, Tocqueville also endorsed the common racist views of his epoch,
and identified the white or European man as superior, and the “Negro” and “Indian” as
inherently inferior.

Algumas frases dele:

“The whole life of an American is passed like a game of chance, a revolutionary crisis, or a
battle.”

“Despotism may govern without faith, but Liberty cannot.”

Agora que a gente está se aproximando de Marx, vou explicar uma coisa para vocês. A forma
como se divide a história, em cada disciplina é diferente.

Na disciplina de história o período moderno termina com a rev. Francesa.

Na Filosofia não. É Nietzsche, o último moderno, ou o primeiro contemporâneo.

Então, antes da gente chegar em Marx, só para justificar para vocês por que ele é um moderno
eu vou falar do Thomas More, que já defendia algumas coisas que Marx vai defender mais
tarde. Vocês, inclusive, se estiverem preocupados com a estigmatização em relação a Marx,
você pode citar Thomas More, sem se preocupar em ser chamado de vagabundo ou sei lá.

thomas more (1478)

criou, digamos assim, uma ficção cientifica. Imaginou uma ilha onde toda lei seria
racionalmente justificada, e não apenas ordens reais, ou divinas. Nesse lugar seria um crime
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não ter religião nenhuma, haveria sempre uma preocupação com o bem comum, teria uma
divisão do trabalho, e respeito a propriedade privada individual mas com alguns limites.

"É minha convicção firme que uma distribuição segundo critérios de equidade ou uma
planificação justa das coisas humanas não é possível sem eliminar totalmente a propriedade
privada. Enquanto ela subsistir, estou convencido de que há de continuar sempre a haver,
entre grandíssima parte da humanidade e entre a melhor parte dela, o fardo angustiante e
inelutável da pobreza e da miséria.” (MORVS, 2006, p. 479)."

"Se todos trabalhassem, a carga horária diminui para todos. Havendo seis horas apenas para
trabalhar, [...] esse tempo é suficiente para produzir bens abundantes que bastem para as
necessidades e que cheguem não apenas para remediar, mas até sobrem” (MORVS, 2006, p.
507)."

Morreu defendendo a liberdade religiosa. Morreu condenado por não concordar com o
rompimento com a igreja católica na Inglaterra.

HEGEL:

Então a gente vai falar agora sobre Hegel. Eu falo com as pessoas do primeiro ano sobre “ética,
metafísica, um pouco de estética, epistemologia”. Com o segundo ano eu discuto também
bastante ética, filosofia política e epistemologia, e só agora, no terceiro ano, final da filosofia
moderna que a gente vai ver essa outra disciplina extremamente comum nos cursos de
filosofia que é a “filosofia da história”; o surgimento dessa disciplina se deve a influência de
Hegel no mundo moderno.

O que estuda a filosofia da história? Ela estuda as seguintes questões: Que narrativa devemos
ter sobre a história da humanidade? Devemos contar a história de acordo com o que contam
os vencidos? ou de acordo com o que contam os vencedores? O que move a história da
humanidade? Tem gente no primeiro ano que acha que é a busca pelo conhecimento.
Ingênuos, não? Mas dá para contar a história da humanidade a partir do progresso científico
né? Só que às vezes o progresso dá pra trás. Alguns anos atrás a invenção mais consumida no
mundo era o pau de selfie. As lâmpadas hoje tem uma durabilidade menor do que algumas
lâmpadas usadas no século passado.

Vocês já ouviram de obsolescência programada?

Bom, mas o foco aqui é que a ideia de progresso, e se o progresso é possível e como ele é
possível, é uma questão trabalhada pela disciplina “filosofia da história” também.

Uma linguagem mais recente para descrever o progresso científico vem de um cara de
chamado Thomas Kuhn, ele fala de como a ciência caminha de paradigma em paradigma. Ou
seja essa disciplina, na qual a gente pode incluir o Thomas Kuhn, a disciplina da filosofia da
história, está buscando tecnologias linguísticas conceituais para entender o fenômeno da
história.

Mias um exemplo:

Uma coisa muita famosa sobre Hegel: quando ele viu napoleão passando na frente da porta da
casa ele, ele disse: que viu o espírito do tempo em busca de reconhecimento.
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O que ele quer dizer com isso?

Mais tarde a tradição marxista vai emitir pensamentos parecidos, Lênin diz: “tem décadas em
que nada acontece, e semanas em que décadas acontecem”

Então Hegel é um filósofo da história (vai tentar entender narrativas para se entender a
história, e do ponto de vista dele isso é bem difícil), ele é adepto da dialética (que é uma das
noções chaves para ele).

Dialética é usada para falar se entender de Heráclito, EXPLIQUE POR QUE.

“Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos.“ Heráclito.

“Não compreendem como o divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões


contrárias, como de arco e lira.” Heráclito.

“o contrário é convergente e dos divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a
discórdia.” Heráclito

o método socrático (maiêutica e ironia)

Em Hegel a dialética vai ganhar um outro uso (mas que também lida com a ideia de oposição,
ou de contrários). O movimento dialético da história seria dividido em três etapas. Tese,
antítese, síntese. “A história de repete: primeiro como tragédia, e depois como farsa.”

Uma outra frase de um teórico marxista, que de certa forma está repetindo Hegel com outras
palavras (está fazendo paráfrase): O velho mundo agoniza, enquanto um novo mundo tarda a
nascer, e, nesse claro-escuro, vive-se um mundo de monstros. Gramsci.

Na época de Hegel, a filosofia se questionava muito ainda sobre as relações entre o:

Mundo numênico (da coisa em si)

Mundo fenomênico (mundo das aparências)

Mente.

Quem começou com isso na europa foi Descartes né (embora platão já desconfiasse do mundo
dos sentidos). Kant dá uma solução, através da filosofia transcendental. Um filosofia inspirada
na física newtoniana. Mas a solução de Hegel vai ser a seguinte: a subjetividade e o mundo
fenomênico é que importam (dane-se o numênico).

Ele usa uma frase para zoar quem ainda estava discutindo mundo numênico:

de noite todas as vacas são pretas

pouco importa as coisas em si, vamos ver como funciona a nossa mente e os fenômenos.

Principal obra dele: a fenomenologia do espírito.

Espírito: explique abertamente.

Separei aqui passagens do livro que eu achei mais útil para essa introdução a Hegel, vou tentar
ler traduzindo do inglês p vocês:
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The purest form in which the Idea reveals itself is thought itself, and it is thus that the Idea is
regarded in logic. Mundo numênico.

Another form is that of physical nature

, and finally the third is spirit in general. Mundo da mente (o mundo da razão).

Of the Absolute it must be said that it is essentially a result, that only in the end is it what it
truly is; and precisely in this consists its nature, viz. to be actual, subject, the spontaneous
becoming of itself” mas o absoluto seria encontrado nos resultados (nas mudanças)

A free and realized individual, Hegel argued, is one who has emerged from such a process of
historical development to achieve a kind of unity or identification with his or her social world
and the norms that govern it. In this kind of unity, individuals understand themselves as free
precisely because they conform to norms that reflect the value of the free individual.
(napoleão)

This realized condition, the Absolute, the end or goal of both philosophy and history, Hegel
calls “Spirit’s self-realization.” To Rousseau’s question of when and how human beings can be
said to be free even as they live under social norms, Hegel’s answer is: when Spirit has come to
know itself. Ou seja, alguém poderia dizer hoje em dia… anita…

E o que seria liberdade para vocês?

Para Platão é isso....

Para Rousseau é isso...

For Kant (…) to judge freely is to impose a kind of publicly legislative structure on the world.

For Hegel, by contrast, all free acceptance means is that you identify with the norm. Still, you
have to identify with it in the right way; not all identifications, and thus not all norms, count as
freely accepted. But what Hegel means by free acceptance does not require any act of
legislation: all it requires is that you can find a real coherence between your own history and
the history of the norm, such that your identification with it makes rational sense. In this
sense, Hegel’s account is closer to Descartes’ than to Kant’s: the goal is to acquire a kind of
knowledge of oneself, not to do anything in the world.

Subjectivismo, Descartes, Platão x sofistas.

A sua subjetividade é a sua história. E não haveria nada de relativismo nisso. Alguns de vocês
acham que subjetividade é algo que qualquer um pode ter, e seria de cada um e dane-se mas é
algo que pode ser estudado, tem uma história (se tem uma história pode ser estudado, talvez
explicado). Isso fica mais claro aqui em Hegel do que em Descartes, eu acho.

it then makes sense for Hegel to go on to argue that a truly rational identification of individuals
with norms consists of both those individuals and those norms sharing not just any common
history, but a particular common history, one in which both the individual and his or her
culture became aware of their true nature as subjects: that is, as retrospective self-knowers
(veja uma racionalidade, uma identificação).

Ser livre seria se sentir sujeito de seu tempo. Que você pertence ao seu tempo.
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Então, ser um homem muito a frente do seu tempo lhe tornaria um infeliz, uma pessoa muito
longae da liberdade.

Hegel’s task to show that the essential nature of subjectivity, what it means to be a free and
rational being, is not, as Kant thought, to actively engage in public legislation, but rather to
engage in a process of retrospective self-discovery through reflection on one’s own history.

Subjectividade, essa é a forma como ele relaciona liberdade e subjetividade. De certa forma
teria então uma batalha de tribos, digamos assim, na história né. Qual é a mais livre, de
repente. Existem muitas pessoas diferentes não é mesmo? O que explicaria uma pessoa fazer
mais sucesso do que outra?

Since Rousseau, I have argued in this chapter, the philosophical problem of modern freedom
has been to somehow reconcile the free judgments of the individual with the socially imposed
judgments of collective norms. The most important solution to this problem was Kant’s claim
that we should see justified norms as the product of the individual’s own commitment to
public legislation.

Uso publico e uso privado da razão e o progresso humano.

Then the problem became to ground this commitment to public legislation in the self’s own
nature, without simply celebrating the freedom of the individual to impose any structure it
wants on the world.

Obedecer a lei é obedecer a vontade de um só. Heráclito.

Hegel’s own response is to abandon the legislative or form-giving conception of freedom for an
alternative, contemplative picture of freedom of judgment as grounded in retrospective self-
understanding.

Abrace a mudança, e faça história da mudança.

philosophy is concerned with the subject and not with objects external to the subject. Rather,
philosophy must be simply the expression of the subject itself. But what kind of expression?
What exactly is the subject, and how must its nature be manifested in philosophy itself?

É aqui que marx e Hegel se dividem.

Um vai dizer que você precisa encontrar o espírito do tempo, e ser um homem do seu tempo
(e que eventualmente isso pareceria óbvio, e muito possivelmente superado no futuro).

E o outro vai dizer outra coisa. Muito mais objetiva, materialista, e ainda vai dizer que existe
progresso na humanidade sim, e que ele sabe o sentido do progresso.
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ONDE QUE MARX VAI ENTRAR NISSO?

Os oprimidos são sujeitos da história.

A filosofia só tem interpretado a história, quando na verdade deveria tentar mudá-la.

Frase do Russel.

Vejam o filme biográfico do marx. É bom.

Vão ter falhas no pensamento liberal: fale de greves.

O que são problemas sociais x problemas econômicos.

O SISTEMA MARXISTA:

Materialismo histórico-dialético: o que é?

O que importa são as condições materiais. É um discurso sobre economia. Rejeição do


idealismo infértil. E Dialético, significa que a história é contada a partir dos conflitos. Para
Marx, o conflito principail se dá entre opressores e oprimidos, senhor e escravo, burguês e
proletário. E também, para ele, a melhor forma de entender uma sociedade é através das
relações de produção, e portanto, é uma análise materialista, um juízo sobre a organização
econômica (organização da produção de riqueza), da sociedade.

Infraestrutura e superestrutura:

Infra-> base material, concreta, da sociedade. Instituições, relações de produção.

Super-> são os juízos de valor, as ideias, as ideologias de uma sociedade.

Isso vai dar margem para no marxismo você usar bem um tipo de falácia. FALÁCIAS: burguês,
operário, presidiário, e etc. Mas funciona bem.

Ad hominem, terceira via, ad baculum, apelar para emoções, e etc.

Luta de classes (e não luta de tribos)

Relações de produção (relações de trabalho): essa é a ótica marxista, e existem outras.

E a teoria do valor? Preço x valor.

Esse é um calcanhar de aquiles da teoria marxista. A teoria do valor. Para marx o valor é
gerado pelo trabalho (isso vem de um economista chamado Ricardo). É o trabalho que seria o
elemento mais importante da produção de alguma coisa. Mas e a escassez? E o valor social de
determinado produto? Na índia tal coisa tem mais valor, aqui outra.

Uma coisa é o valor, outra é o preço, o marxista diria. Mas ele vai se enrolar nisso. Ideias como
de especulação, raridade de um produto, essas coisas não necessariamente implicam num
trabalho humano colocando valor nas coisas. E é aí que o marxista se perde. Marx também não
era tão ingênuo. Ao ir percebendo alguns ruídos na sua própria filosofia Marx então vai dizer
que ele começou um trabalho. Os comunistas de todo o mundo deveriam continuar a
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desenvolver essa ciência imortal do povo trabalhador (ciência imortal do povo trabalho seria
sinônimo de comunismo).

A ÓTICA HEGELIANA DIFERENTE DA DE MARX

Seria possível ter outra ótica? Sim, a de Fukuyama, por exemplo. Ele utiliza o conceito de fim
da história para dizer que o liberalismo aos moldes do praticado pelos EUA não tem como ser
superado, o liberalismo para ele seria bom, e é assim que vai ser para sempre daqui em diante,
segundo ele. Mas percebam que a todo momento alguém pode chegar e dizer que “vivemos o
fim da história”. De certa forma, aquela frase de Hegel se aplica aqui: de noite todas as vacas
são pretas. As, de qualquer forma, ele dá as justificativas dele. Para o Fukuyama as joias do
liberalismo são: imprensa livre, democracia, e outras coisas que ele cita como bem últimos da
história. E no marxismo isso não existe? Imprensa livre e democracia?

Primeiro, Marx utiliza de um truque difícil. Como filósofo da história, e dizendo que sabe qual o
sentido do progresso humano, digamos assim, ele tenta prever o futuro. Só que olha o truque.
Ele tenta prever, e ao mesmo tempo tenta ser o futuro. É como se ele dissesse “ali vai ser
construída uma ponte” e aí ele vai lá e faz de tudo para construir a ponte. Lembra aquela frase
dele: “a filosofia tem se limitado a interpretar o mundo quando na verdade deveria mudá-lo”.
Faz parte do truque.

Bom. Marx tenta dizer que é inevitável a construção do comunismo pela classe trabalhadora, e
aí esse regime da classe trabalhadora ele chama de “ditadura do proletariado”.

Mas por que ele chama de ditadura? A classe trabalhadora não é maioria? Então não seria um
regime democrático?

Meu palpite é que ele veste uma carapuça, e ele usa esse termo porque ele está também
bastante determinado na tarefa de construir um regime comunista.

Como assim veste a carapuça? De certa forma, ideais de “liberdade” burgueses seriam
violados no comunismo. Como o direito a propriedade privada ilimitada, promessa de ficar rico
sem regras para a obtenção de lucros (práticas como Cartel, superexploração do trabalhador e
etc), vários partidos dividindo as decisões do estado. Cada empresa escolhendo com muita
autonomia como vai fazer para se colocar no mercado.

De certa forma, algumas pessoas vão falar que no capitalismo também tem formas de limitar
riqueza como através de impostos. Pra que que vocês acham que serve o imposto?

Voltando ao assunto sobre liberdades políticas no comunismo. Como assim, professor? No


comunismo só existe um partido? Não, mas como Marx via o comunismo como a “ciência
imortal do trabalhador”, as escolhas comunistas não variariam muito (porque seria uma
ciência). Teriam que ser uma só, ou muito próximas entre si. De quatro em quatro anos, na
democracia, o governo pode mudar, e outras pessoas podem ser beneficiadas com a troca de
governo, e no comunismo, em tese isso aconteceria pouco. Mas isso não deixa de acontecer
trocas de governo (veja a história da união soviética), não deixa de haver voto, e etc. É
democrático, mas é ciência, então não é bagunça, mas ao mesmo tempo os cientistas podem
errar.
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Agora, isso é um malabarismo que eu estou fazendo para não deixar o comunismo assustar
vocês. O termo ditadura no sentido histórico para o comunista, de vestir uma carapuça seria
esse aqui. Vou resumir com uma frase do Marx:

“quando chegar a nossa vez não haverá justificativas para o terror.”

Marx terrorista? Terror da burguesia. Acredita na luta de classes. Para ele os opressores na
história da humanidade nunca cederam o poder. Sempre foi necessário tirá-lo a força.

Ver. Francesa. Vingança. Filosofia da dialética, do conflito.

Então vocês podem imaginar que o marxista de opõe a ideia de conciliação de classes.

O Marxista não vai dizer: ah, vamos ficar aqui conversando para a gente ver se a gente se
entende. Não! Vamo pro pau. Luta de classes.

Algumas pessoas vão dizer que o comunista corta caminho. O que isso quer dizer?

PASSAR O FILME DO MARX E EXPLICAR MAIS VALIA.

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