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Políticas Públicas e

Financiamento (Painel III)

Seminário Construções Sustentáveis

Maria Salette Weber


Câmara dos Deputados, 24 de junho de 2010
01
Ministério das Cidades
Criação:
O Ministério das Cidades foi instituído em 1º de janeiro de 2003, através da Medida
Provisória nº 103, depois convertida na Lei nº 10.683, de 28 de maio do mesmo ano.

Secretarias:
 Secretaria Nacional de Habitação – SNH: responsável por acompanhar e avaliar,
além de formular e propor os instrumentos para a implementação da Política Nacional
de Habitação.
 Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA: responsável pelo
planejamento, formulação e implementação da política setorial, e pela identificação de
novas fontes de financiamento que assegurem a contínua elevação dos investimentos
no setor.
 Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana – SeMob:
responsável por formular e implementar a política de mobilidade urbana sustentável
 Secretaria Nacional de Programas Urbanos – SNPU: responsável por implantar o
Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001), através de ações diretas, com transferência
de recursos do OGU e ações de mobilização e capacitação.
02

1
Dimensionamento do problema
03
Déficit Habitacional no Brasil

9.000.000 - O Déficit habitacional é


7.902.699 7.934.719
8.000.000
7.804.619 calculado segundo a
7.222.645
metodologia que inclui o
7.000.000
7.287.551 total das famílias
6.000.000
6.272.645 conviventes e exclui os
5.000.000 domicílios alugados com
4.000.000 adensamento excessivo.
3.000.000 - No cálculo do déficit
2.000.000 habitacional o componente
1.000.000
coabitação familiar inclui
apenas as famílias
0
2000 2004 2005 2006 ¹ 2007 (PARA ² 2007 conviventes que declararam
COMPARAÇÃO) METODOLOGIA
NOVA intenção de constituir novo
domicílio
Fonte - Dados básicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) 2007
04
Déficit Habitacional no Brasil
Quantitativo

1 SM = US$ 271,61

Fonte: Fundação João Pinheiro/IBGE – PNAD 2007


05
Déficit Habitacional no Brasil
Qualitativo
O déficit qualitativo leva em conta a necessidade de melhoria em
unidades habitacionais existentes, não pressupondo a
construção de novas Unidades Habitacionais.
10.454.947

1.879.907 1.500.709
928.777
543.066

Inadequação Domicílio sem Carência de Adensamento Cobertura


Fundiária Banheiro Infraestrutura Excessivo Inadequada

Fonte: Fundação João Pinheiro/IBGE – PNAD 2007


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Assentamento Precário
Definição
Todo aglomerado que possua algumas ou todas as características abaixo:

- irregularidade fundiária ou urbanística;


- deficiência de infra-estrutura;
- áreas sujeitas a alagamentos, deslizamentos ou outros tipos de risco;
- altos níveis de densidade dos assentamentos e das edificações;
- precariedade construtiva das unidades habitacionais;
- enormes distâncias entre moradia e o trabalho;
- sistemas de transportes insuficientes, caros e com alto nível de desconforto e
insegurança;
- inexistência ou deficiência dos serviços públicos (saneamento, educação e
saúde);
- conjunto de problemas sociais que configuram situações de extrema
vulnerabilidade;
- domínio por uma “ordem” baseada na violência
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2
Desafios da Sustentabilidade
no Setor Habitacional

O MCidades deve fomentar a produção de cidades sustentáveis, entendendo o


combate das desigualdades urbano-ambientais como o caminho mais efetivo para o
alcance desse objetivo.
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Desafio da Sustentabilidade

Inclusão Social
e
Meio-ambiente
Desenvolvimento
Urbano

Viabilidade
econômica

sustentabilidade

Habitação e sustentabilidade: a busca de um equilíbrio entre proteção


ambiental, justiça social e viabilidade econômica no combate ao déficit
habitacional e na requalificação dos centros urbanos
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Desafio da Sustentabilidade na
Construção Civil

 Reduzir os resíduos oriundos da atividade de construção e de posteriores


reformas

 Reduzir a emissão de CO2 ao longo da cadeia produtiva

 Diminuir a extração de matérias primas:


- aumentar a eficiência dos materiais construtivos
- aplicar soluções e sistemas construtivos mais eficientes
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Desafio da Sustentabilidade na
Construção Civil
 Reduzir o impacto no ciclo hidrológico:
- diminuir a impermeabilização do solo, que impede a reposição do lençol freático
- racionalizar as canalizações e os pavimentos que provocam aumento na velocidade
de vazão superficial da água, promovendo enchentes urbanas
- racionalizar o consumo urbano, evitando desperdícios no processo distributivo e no uso
inadequado da água
- aumentar o número de domicílios urbanos atendidos por esgotos sanitários, evitando que
dejetos sem tratamento sejam lançados nos cursos hídricos ou no solo, podendo gerar
contaminação e doenças

Promover a economia de energia em edifícios, reduzindo a necessidade de


geração de energia, e seu impacto no meio ambiente
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MINHA CASA, MINHA VIDA
DESAFIOS PARA SUSTENTABILIDADE
Aspectos para a sustentabilidade de Empreendimentos sustentáveis

Um empreendimento habitacional planejado e construído segundo


princípios de sustentabilidade deve ter as seguinte características:

 apresentar conformidade com a legislação que regulam o uso e


ocupação do solo, aspectos ambientais e com as normas de
edificação;
 prever integração com a comunidade do seu entorno;
 atender à necessidade de conservação do meio ambiente;
 garantir a qualidade de vida de seus usuários atuais e futuros;
 buscar valorizar a sua auto-estima e conferir aos usuários uma
condição mais digna e respeitosa junto ao seu meio social e
comunitário.
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MINHA CASA, MINHA VIDA
DESAFIOS PARA SUSTENTABILIDADE
Aspectos de inserção urbana para a sustentabilidade

 Integração com o bairro e localidade


 Integração com as centralidades urbanas, providas de infra-estrutura
econômica e social (escolas, hospitais, transporte público, praças)
 Moradia e áreas comuns: Instalações e unidades habitacionais construídas
com:

- ventilação adequada,
- conforto térmico e acústico,
- iluminação com máximo aproveitamento da luz solar e reaproveitamento da água
proveniente das chuvas,
- pavimento mais permeável com redução da área impermeabilizada.
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MINHA CASA, MINHA VIDA
DESAFIOS PARA SUSTENTABILIDADE
Aspectos de gerenciamento e de construção para a sustentabilidade

 Compromisso dos agentes (projetistas, executores, empreendedores


e usuários) com a operação das unidades.
 Monitoramento das ações em projeto, canteiro e gestão
 Controle de Materiais, adotando, para tanto, as medidas preventivas e
mitigadoras necessárias quanto a:

- reutilização de elementos, diminuição na geração de resíduos e


reciclados dos materiais;
- presença de materiais potencialmente danosos ao homem ou ao
ambiente
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3
Respostas do Ministério das
Cidades

MCidades como formulador e gestor da Política


Habitacional Sustentável
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MINHA CASA, MINHA VIDA
LICENCIAMENTO AMBIENTAL – REDUÇÃO DE PRAZO E
PROCEDIMENTO

Condições para o licenciamento:

 preservação de Áreas de Proteção Permanente – APP

 supressão da vegetação somente com o início das obras civis e


nos limites autorizados pelo órgão ambiental

 empreendimento não pode estar localizado em áreas de risco ou


naquelas com outras características ambientalmente sensíveis e

 infraestrutura de saneamento ambiental, acesso à água, etc.


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Urbanização de Assentamentos
Precários
OBJETIVOS

 Garantia do princípio da função social da propriedade, respeitando-se o direito


da população de permanecer nas áreas dos assentamentos precários ou em
áreas próximas, que estejam adequadas ambiental e socialmente, preservando
seus vínculos sociais com o território;
 Adoção de medidas efetivas para estabilizar a expansão do assentamento
precário;
 Adequação ou melhoria das relações funcionais da área de intervenção em
relação ao tecido urbano em que se insere;
 Eliminação de riscos, desadensamento com reordenamento da ocupação;
 Implantação de melhoria e produção habitacional, de saneamento básico, infra-
estrutura, equipamentos públicos, recuperação ambiental e inclusão social.
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PAC 1 (Habitação)

URBANIZAÇÃO DE ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS


 2006 - destinação de R$ 1 bi com prioridade para urbanização de
palafitas (construções precárias em beira de rio);
 2007 – de forma inédita, o tema da urbanização de assentamentos
precários foi considerado como um dos eixos fundamentais para o
desenvolvimento econômico e social do país ao ser incluída no
Programa de Aceleração do Crescimento;
 2007 e 2010 - previsão de R$ 13 bi para urbanização de assentamentos
precários.
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PAC 2
Lançado em março de 2010

PAC Cidade Melhor


Enfrentar os principais desafios
das grandes aglomerações
urbanas, propiciando melhor
qualidade de vida

PAC Comunidade Cidadã


Presença do Estado nos bairros
populares – aumentando a
cobertura de serviços

PAC Habitação
Redução do déficit habitacional,
dinamizando o setor de
construção civil e gerando
trabalho e renda
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PAC 2 - Cidade Melhor
Saneamento – Diretrizes
Expansão da coleta e do tratamento de esgoto
Redes coletoras, estações elevatórias, interceptores, emissários
e estações de tratamento

 Aumento da cobertura de coleta e tratamento PREVISÃO PRELIMINAR DE INVESTIMENTO


 Proteção dos mananciais e despoluição de cursos d’água R$ bilhões
 Redução de doenças causadas pela falta de saneamento EIXOS 2011-2014
básico
SANEAMENTO 22,1

Ampliação do tratamento de resíduos sólidos PREVENÇÃO EM ÁREAS DE RISCO 11,0


Aterros sanitários, modernização tecnológica, em especial
através de consórcios intermunicipais MOBILIDADE URBANA 18,0

PAVIMENTAÇÃO 6,0
 Ampliação da destinação final adequada
 Redução dos impactos ambientais TOTAL 57,1
 Prevenção de doenças
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PAC 2 – Minha Casa Minha Vida
Urbanização de Assentamentos Precários

Produção e melhorias habitacionais


Água, esgoto, drenagem, viário e iluminação
Saúde, educação, esporte, lazer e cultura
Regularização fundiária PREVISÃO PRELIMINAR DE INVESTIMENTO
Transformação de favelas em bairros populares R$ bilhões
Melhoria da qualidade de vida da população EIXOS 2011-2014

URBANIZAÇÃO DE
30,5
ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

 Fomento ao uso de energia solar térmica em substituição aos FINANCIAMENTO SBPE 176,0
chuveiros elétricos nas unidades construídas pelo programa,
além incentivar o reaproveitamento de água, sistemas de coleta, MINHA CASA, MINHA VIDA 71,7
tratamento de esgoto e a utilização de madeira de origem
certificada TOTAL 278,2
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Construções Sustentáveis

Papel do Ministério das Cidades como articulador, indutor e


regulador do setor, fomentando:

 Integração do edifício ao entorno  Edifícios que gerem a energia que


 Projeto baseado em desempenho consomem

 Maior qualidade dos edifícios  Pesquisa, desenvolvimento e


inovação tecnológica
 Ferramentas de avaliação de
impacto das decisões de projeto  Custo operacional como parâmetro
essencial
 Industrialização
 Obras de infraestrutura
 Uso total e gestão de resíduos
 Certificações
 Materiais mais ecoeficientes
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Construções Sustentáveis
Diretrizes do PBQP-H

 A sustentabilidade na construção das cidades


requer a qualificação de todos os atores.
Ações:
 Melhoria do Planejamento e do  Gestão do canteiro de obras
Projeto – PBPQ-H (SiAC) –PBPQ-H (SiAC)
 Redução de perdas – PBPQ-H  Homogeneização dos Códigos de
(SiAC) Práticas e Referenciais
 Diminuição dos resíduos (SiNAT) tecnológicos – PBPQ-H (SiMaC,
SiNAT)
 Seleção dos Fornecedores –
PBPQ-H (SiMaC)
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Eixos de atuação do Mcidades para
a sustentabilidade na construção
 Água - PEAMSS – Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em
Saneamento;
 Materiais - PBQP-H / SiMaC – Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes
e Sistemas Construtivos;
 Processo Construtivo - PBQP-H / SiAC – Sistema de Avaliação da Conformidade
de Serviços e Obras;
 Mão de Obra - PBQP-H / SiCAP – Sistema de Capacitação e Certificação
Profissional na Construção Civil
 Inovação - PBQP-H / SiNAT – Sistema Nacional de Avaliação Técnica
 Diretrizes para a elaboração e implementação das políticas públicas de
habitação
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Construções Sustentáveis
Normas Técnicas:
Desempenho com Durabilidade

 Durabilidade;  Consumo de recursos


naturais (energia,
 Redução de perdas; combustível, madeira, água);
 Salubridade;  Utilização de substâncias
 Desempenho. nocivas (metais pesados,
VOC, etc).

Meio ambiente:
Produtos e processos não
agressivos
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4
Ações integradas

Iniciativas do MCidades com demais instituições


governamentais
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MCidades e Caixa Econômica
Federal

Exigência para que as empresas que executarem obras no âmbito

dos Programas Habitacionais e de Infra-Estrutura, geridos pelo

MCIDADES e operados pela CAIXA, apresentem a documentação

necessária relativa aos materiais, componentes e sistemas

construtivos que comprove o devido atendimentos às Normas

Técnicas Brasileiras.
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MCidades e Caixa Econômica Federal –


incentivo à construções sustentáveis
PROGRAMAS HABITACIONAIS - Recomendações em Normativos:

 Coleta seletiva nos empreendimentos


 Aquecimento solar de água (MCMV)
 Uso de (sombreamento) venezianas
 Paisagismo – plantio de árvores
 Bacia com válvula de descarga de duplo acionamento
 Medição individual de água e gás
 Uso de lâmpadas econômicas ou sensores de presença nas áreas comuns
 Gestão de RCD na obra
 Aproveitamento de águas pluviais - reuso
 Atendimento às diretrizes do PBQP-H
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MCidades/MCT/Finep

 Objetivo: Selecionar propostas para apoio financeiro a projetos de pesquisa


científica, tecnológica e inovação nas áreas de Saneamento Ambiental e de
Habitação, por meio da formação de Redes Cooperativas de Pesquisa, com
ênfase nas questões relativas à sustentabilidade.

 Esta parceria dá continuidade às ações do Programa de Pesquisa em


Saneamento Básico (Prosab) e do Programa de Tecnologia de Habitação
(Habitare), operados pelo MCT/FINEP
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MCidades/MTE
Sistema Nacional de
Atuação na formação e Capacitação e
aperfeiçoamento da cadeia Certificação
produtiva: Profissional (SICAP)

 Acordo de Cooperação com Ministério do Trabalho e


Emprego - MTE, entidades do setor e trabalhadores, com
vistas a capacitação e certificação profissional.

 Integrar com o PlanSeQ da Construção Civil que visa a


capacitação dos trabalhadores egressos do Bolsa Família
para obras do PAC.
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Acordos Setoriais

Acordos setoriais para


implementação das diretrizes do
PBQP-H em obras públicas nos
Estados da Federação

Acordo Setorial Nacional

Sensibilização: 27 Estados
Termo de Adesão: 24 Estados
Termo de Adesão: 8 Municípios
Decreto: 15 Estados
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5
Mecanismos Financeiros

Iniciativas para fomento de iniciativas


sustentáveis por meio de instrumentos de
financiamentos
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BNDES

BNDES CONSTRUÇÃO CIVIL - R$ 1 bilhão

 Construção Industrializada: promover investimentos em alternativas construtivas de


menor custo, redução do prazo de entrega e do impacto ambiental, garantindo maior
qualidade construtiva

 Qualidade da Construção: levar o patamar de qualidade das construtoras,


fornecedoras de materiais, componentes e sistemas construtivos, em conformidade
com o PBQP-H

 Cartão BNDES especial para Construção Civil: financiar materiais, componentes e


sistemas para micro, pequenas e médias empresas
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Parceria com a FINEP

Chamada Pública (2009):


CT&I nas área de Saneamento Ambiental e Habitação (PAC e PMCMV);
• R$ 40 milhões.

Chamada Pública (2010):


Saneamento e Habitação – PAC e MCMV;
• R$ 40 milhões.

Apoio ao SiNAT /PBQP-H


Capacitação em gestão;
• R$ 2 milhões.

Infraestrutura laboratorial;
• R$ 18 milhões.
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Informações

- www.cidades.gov.br
- www.minhacasaminhavida.gov.br
- www4.pbqp-h.gov.br

Contato
- snh@cidades.gov.br

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