Você está na página 1de 13

2ª SÉRIE ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROFª.

GISÉLY DAMASCENO

1. Organização da equipe, distribuição dos temas e estudo em grupo.


2. Produção de um Resumo topicalizado (entregar em uma folha de papel destacada com nomes dos membros da
equipe, usando caneta azul ou preta, quaisquer outras cores, apenas para destaque).
3. Apresentação da equipe sobre os temas a partir do resumo topicalizado (obrigatório a participação de todos).
TEMAS CONTEXTUALIZAÇÃO/APRESENTAÇÃO
REVOLUÇÃO FRANCESA FRANÇA, RELACIONAR COM A INCONFIDÊNCIA
MINEIRA
REVOLUÇÃO AMERICANA 13 COLÔNIAS, RELACIONAR COM A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR BRASIL I REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO
CABANAGEM BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
SEGUNDA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA
FARROUPILHA BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA E A
REVOLUÇÃO AMERICANA
REVOLUÇÃO PRAIEIRA BRASIL II REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO

A Revolução Francesa, iniciada no dia 17 de junho de O iluminismo se propagou entre os burgueses e


1789, foi um movimento impulsionado pela burguesia e propulsionou o início da Revolução Francesa.
contou com a participação dos camponeses e das classes Este movimento intelectual fazia duras críticas às
urbanas que viviam na miséria. práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e
Em 14 de julho de 1789, os parisienses tomaram a prisão aos direitos concedidos ao clero e à nobreza.
da Bastilha desencadeando profundas mudanças no Seus autores mais conhecidos foram Voltaire,
governo francês. Montesquieu, Rousseau, Diderot e Adam Smith.
Contexto histórico Crise econômica e política
No final do século XVIII, a França era um país agrário, A crítica situação econômica, às vésperas da revolução
com a produção estruturada no modelo feudal. Isso de 1789, exigia reformas, mas gerava uma crise política.
significava que existiam impostos e licenças que só eram Esta se agravou quando os ministros sugeriram que a
válidos para determinadas regiões. O poder político nobreza e o clero deveriam pagar impostos.
estava concentrado no rei e num pequeno número de Pressionado pela situação, o rei Luís XVI convoca os
auxiliares. Estados Gerais, uma assembleia formada pelos três
Por isso, para a burguesia e parte da nobreza era preciso estamentos da sociedade francesa:
acabar com o poder absoluto do rei Luís XVI. • Primeiro Estado - composto pelo clero;
Enquanto isso, do outro lado do Canal da Mancha, a • Segundo Estado - formado pela nobreza;
Inglaterra, sua rival, desenvolvia o processo de • Terceiro Estado - composto por todos aqueles
Revolução Industrial. que não pertenciam ao Primeiro nem ao
Fases da Revolução Francesa Segundo Estado, no qual se destacava a
Para fins de estudo, a Revolução Francesa é dividida em burguesia.
três fases: O Terceiro Estado, mais numeroso, pressionava para
• Monarquia Constitucional (1789-1792); que as votações das leis fossem individuais e não por
• Convenção Nacional (1792-1795); Estado. Somente assim, o Terceiro Estado poderia
• Diretório (1795-1799). passar normas que os favorecessem.
Causas da Revolução Francesa No entanto, o Primeiro e o Segundo Estado recusaram
A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a esta proposta e as votações continuaram a ser realizadas
indústria no país, queria acabar com as barreiras que por Estado.
restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta Desta forma, reunidos no Palácio de Versalhes, o
forma, era preciso que se adotasse na França, segundo a Terceiro Estado e parte do Primeiro Estado (baixo clero)
burguesia, o liberalismo econômico. se separam da Assembleia. Em seguida, declaram-se os
A burguesia exigia também a garantia de seus direitos legítimos representantes da nação, formando a
políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer
que o clero e a nobreza estavam livres de pagar reunidos até que ficasse pronta a Constituição.
impostos. Monarquia constitucional (1789-1792)
Apesar de ser a classe social economicamente No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela
dominante, sua posição política e jurídica era limitada. Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão.
Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, • congelamento de preços de produtos básicos
da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” como o trigo;
- lema da Revolução), além do direito à propriedade. • instituição do Tribunal Revolucionário para
A recusa do rei Luís XVI em aprovar a Declaração julgar os inimigos da Revolução.
provocam novas manifestações populares. Os bens do As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois
clero foram confiscados e muitos padres e nobres aconteciam diversas vezes ao dia num ato público. Para
fugiram para outros países. A instabilidade na França era os ditadores eram uma forma justa de acabar com os
grande. inimigos, porém essa atitude causava medo na
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. população que se voltou contra Robespierre e o acusou
Dentre os artigos podemos destacar: de tirania.
• o governo foi transformado em monarquia Nessa sequência, após ser detido, Robespierre foi
constitucional; executado e este fato ficou conhecido como “Golpe do 9
• o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo Termidor”, em 1794.
legislativo, constituído pela Assembleia; Diretório (1794-1799)
• os deputados teriam mandato de dois anos; A fase do Diretório dura cinco anos e se caracteriza pela
• instituído o voto censitário (só seria eleitor quem ascensão da alta burguesia, os girondinos, ao poder.
tivesse uma renda mínima); Recebe este nome, pois eram cinco diretores que
• suprimiram-se os privilégios e as antigas ordens governavam a França.
sociais; Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas
• confirmaram-se a abolição da servidão e a as medidas que eles haviam feito durante sua legislação.
nacionalização dos bens eclesiásticos; No entanto, a situação era delicada. Os girondinos
• manteve-se a escravidão nas colônias. atraíram a antipatia da população ao anular o
Convenção Nacional (1792-1795) congelamento de preços.
A Assembleia Legislativa foi substituída, através do Vários países, como a Inglaterra e o Império Austríaco,
sufrágio universal masculino, pela Convenção Nacional, ameaçavam invadir a França a fim de conter os ideais
que aboliu monarquia e implantou a República. Os revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família
jacobinos eram a maioria neste novo parlamento. real no exílio buscavam organizar-se para restaurar o
O rei Luís XVI foi julgado e sentenciado culpado por trono.
traição, sendo condenado à morte por guilhotina e Diante desta situação, o Diretório recorre ao Exército, na
executado em janeiro de 1793. Meses depois, a rainha figura do jovem general Napoleão Bonaparte para
Maria Antonieta teria o mesmo destino. conter os ânimos dos inimigos.
Internamente, as opiniões divergentes de como Desta maneira, Bonaparte dá um golpe - o 18 Brumário -
deveriam ser conduzida a revolução, começavam a onde instaura o Consulado, um governo mais
provocar divisão entre os próprios revolucionários. centralizado que traria paz ao país por alguns anos.
Existiam basicamente dois grupos: Consequências da Revolução Francesa
Os girondinos - representantes da alta burguesia, Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por
defendiam posições moderadas e a monarquia profundas modificações políticas, sociais e econômicas.
constitucional. A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios,
Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e libertando os camponeses dos laços que os prendiam
da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, aos nobres e ao clero. Desapareceram as amarras
sob a liderança de Maximilien Robespierre. Queriam a feudais que limitavam as atividades da burguesia e criou-
instalação de uma república e um governo popular. se um mercado de dimensão nacional.
O Terror (1793-1794) A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França
Dentro do período da Convenção Nacional existe um do estágio feudal para o capitalista e mostrou que a
ano extremamente violento, onde as pessoas suspeitas população era capaz de condenar um rei.
de serem contrarrevolucionárias eram condenadas à Igualmente, instalou a separação de poderes e a
guilhotina. Este período ficou conhecido como "terror". Constituição, uma herança deixada para várias nações
Isto foi possível graças a aprovação da Lei dos do mundo.
Suspeitos que autorizava a prisão e morte dos Em 1799, a alta burguesia aliou-se ao general Napoleão
considerados antirrevolucionários. Nessa mesma altura, Bonaparte, que foi convidado a fazer parte do governo.
as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a Sua missão era recuperar a ordem e a estabilidade do
deixar seus conventos. Aqueles que recusavam a jurar a país, proteger a riqueza da burguesia e salvá-los das
Constituição Civil do Clero eram executados. Além da manifestações populares.
guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire. Por volta de 1803 têm início as Guerras Napoleônicas,
A ditadura jacobina introduziu novidades na conflitos revolucionários imbuídos dos ideais da
Constituição como: Revolução Francesa que teve como protagonista
• voto universal e não censitário; Napoleão Bonaparte.
• fim da escravidão nas colônias;
2ª SÉRIE ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROFª. GISÉLY DAMASCENO

1. Organização da equipe, distribuição dos temas e estudo em grupo.


2. Produção de um Resumo topicalizado (entregar em uma folha de papel destacada com nomes dos membros da
equipe, usando caneta azul ou preta, quaisquer outras cores, apenas para destaque).
3. Apresentação da equipe sobre os temas a partir do resumo topicalizado (obrigatório a participação de todos).
TEMAS CONTEXTUALIZAÇÃO/APRESENTAÇÃO
REVOLUÇÃO FRANCESA FRANÇA, RELACIONAR COM A INCONFIDÊNCIA
MINEIRA
REVOLUÇÃO AMERICANA 13 COLÔNIAS, RELACIONAR COM A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR BRASIL I REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO
CABANAGEM BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
SEGUNDA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA
FARROUPILHA BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA E A
REVOLUÇÃO AMERICANA
REVOLUÇÃO PRAIEIRA BRASIL II REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO

A Independência dos Estados Unidos, também sem representação). A reclamação, contudo, foi
chamada de Revolução Americana, foi declarada no dia ignorada pelos ingleses.
4 de julho de 1776. A partir deste momento, a Inglaterra Em 1770, ocorreu o Massacre de Boston, uma briga
deixou de comandar os destinos dos americanos. entre colonos e soldados ingleses que terminou com a
Inicialmente, de 1776 a 1787, os Estados Unidos ficaram morte de cinco colonos americanos. O fato rapidamente
sob o regime de Confederação, onde não havia um se tornou em um ato de propaganda contra os ingleses
governo central e cada estado era soberano. e animou ainda mais os colonos que desejavam a
Posteriormente, em 1787, foi promulgada a separação da Inglaterra.
Constituição, que uniu os territórios sob o regime de Três anos mais tarde, em dezembro de 1773, como
república presidencialista. protesto pela Lei do Chá, vários colonos invadiram
Antecedentes da Independência dos Estados navios que estavam ancorados no porto de Boston e
Unidos jogaram o carregamento de chá ao mar. O episódio ficou
Após a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o Parlamento conhecido como “Festa do Chá de Boston”.
inglês decidiu aumentar as taxas nas 13 Colônias para Em represália, em 1774, o governo inglês decretou os
cobrir os custos do conflito. Os colonos também teriam Atos Intoleráveis (ou Leis Intoleráveis), que atingiam,
que arcar com a construção de fortes, manter os especialmente, os habitantes de Massachustes. Os Atos
soldados deslocados para o território americano e foram Intoleráveis fecharam o porto de Boston até ser paga a
proibidos de atravessar os Montes Apalaches. Desta indenização pelo chá destruído, se proibiram as
maneira, George Grenville, primeiro-ministro britânico, reuniões, manifestações públicas contra o rei da
enviou uma força militar de 10 mil homens, para a Inglaterra, entre outros.
América. Um terço das despesas seria abonado com dois Guerra de Independência dos Estados Unidos
novos impostos: a Lei do Açúcar (Sugar Act) e a Lei do Indignados com as Leis Intoleráveis, representantes dos
Selo (Stamp Act). colonos reuniram-se no Primeiro Congresso Continental
A Lei do Açúcar (1764) estabelecia novas taxas da Filadélfia, realizado em setembro de 1774. Nele,
alfandegárias sobre grandes quantidades deste produto. resolveram enviar ao governo inglês um pedido para que
No ano seguinte, foi aprovada a Lei do Selo, que fossem revogados os Atos Intoleráveis.
obrigava o uso de uma estampa em documentos, livros, A resposta inglesa foi negativa e ingleses e colonos se
jornais, baralhos etc. Esta lei foi tão impopular e enfrentaram nas batalhas de Lexington e Concord. Ante
aconteceram tantos protestos, que o governo inglês a as hostilidades, em 1775, os delegados dos estados
revogou. voltaram a se reunir no Segundo Congresso Continental
Em 1767, diante de novas taxas sobre vidros, papéis, da Filadélfia onde declararam guerra à Inglaterra.
tintas e a Lei do Chá (Tea Act), que dava o monopólio Nesta mesma ocasião, George Washington foi nomeado
desse comércio à Companhia das Índias Ocidentais, a comandante das forças americanas e Thomas Jefferson
crise eclodiu. Descontentes, os colonos argumentaram ficou encarregado de redigir a Declaração de
que as leis eram ilegais. Afinal, eles faziam parte do Independência. Esta foi aprovada no dia 4 de julho de
Reino, mas não tinham representantes no Parlamento na 1776, colocando fim à dominação da Inglaterra no
metrópole. Este sentimento foi resumido no slogan “no território americano.
taxation without representation” (nenhuma tributação
Como era de se esperar, a Inglaterra enviou milhares de
soldados para recuperar a região e o conflito se
estenderia até 1783. Durante a luta pela Independência,
os colonos contaram com a ajuda militar da Espanha,
Holanda e França.
A Inglaterra foi derrotada e reconheceria a
independência dos Estados Unidos através do Tratado
de Paris, em 1783.
Consequências da Revolução Americana
A Revolução Americana separou os Estados Unidos da
Inglaterra e inspiraria movimentos como a Revolução
Francesa e as independências das colônias da América
Latina. Também foi a primeira vez que se colocaram em
prática os princípios do Iluminismo, como a separação
de poderes, a garantia à liberdade individual e à
igualdade social. Uma vez conquistada a independência,
os colonos americanos começaram a expandir-se para o
Oeste onde chocariam com os espanhóis, os nativos
americanos e a questão da escravidão.
2ª SÉRIE ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROFª. GISÉLY DAMASCENO

1. Organização da equipe, distribuição dos temas e estudo em grupo.


2. Produção de um Resumo topicalizado (entregar em uma folha de papel destacada com nomes dos membros da
equipe, usando caneta azul ou preta, quaisquer outras cores, apenas para destaque).
3. Apresentação da equipe sobre os temas a partir do resumo topicalizado (obrigatório a participação de todos).
TEMAS CONTEXTUALIZAÇÃO/APRESENTAÇÃO
REVOLUÇÃO FRANCESA FRANÇA, RELACIONAR COM A INCONFIDÊNCIA
MINEIRA
REVOLUÇÃO AMERICANA 13 COLÔNIAS, RELACIONAR COM A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR BRASIL I REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO
CABANAGEM BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
SEGUNDA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA
FARROUPILHA BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA E A
REVOLUÇÃO AMERICANA
REVOLUÇÃO PRAIEIRA BRASIL II REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO

A Confederação do Equador foi um movimento Contudo, o Nordeste não aceitaria a centralização do


revolucionário que se iniciou em Pernambuco e logo poder político de forma passiva. Os pernambucanos
alcançou outras províncias vizinhas. Os revoltosos se decidiram pegar em armas para lutar contra o
levantaram contra o governo central por causa do autoritarismo do governo central.
autoritarismo de Dom Pedro I ao fechar a Assembleia O Nordeste atravessava um momento crítico nos
Constituinte de 1823 e impor uma Constituição, no ano primeiros anos do Brasil independente. Desde a crise do
seguinte, que lhe assegurou poderes absolutistas. Além açúcar, logo após a expulsão dos holandeses, no século
dessa oposição ao arbítrio do imperador, a confederação XVII, que a economia da região não conseguia se
pretendia implantar o regime republicano. As tropas desenvolver plenamente como nos tempos coloniais. A
imperiais conseguiram abafar o movimento e matar seus crise econômica se associou aos problemas sociais e
líderes. disputas de poderes dentro das províncias. A alta carga
O que foi a Confederação do Equador? tributária também desagradou aos nordestinos.
A Confederação do Equador foi um movimento Enquanto o Brasil se tornava uma monarquia, as antigas
revolucionário iniciado em Pernambuco, em 1824, e que colônias espanholas se tornavam republicanas, tal qual
se espalhou para outras províncias nordestinas, como os Estados Unidos, que haviam se tornado referência no
Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Os revoltosos se processo emancipatório. Ao seguir o caminho oposto,
opuseram à forma autoritária com que a Constituição de alguns grupos das províncias decidiram organizar
1824 fora elaborada e publicada pelo imperador Dom movimentos armados para derrubar o monarca
Pedro II. Além disso, a Confederação pretendia autoritário e implantar a república no Brasil. Contudo, o
implantar o regime republicano. governo central estava decidido a enviar suas tropas e
Antecedentes da Confederação do Equador usar todas as forças disponíveis para abafar essas
Logo após a proclamação da independência do Brasil, revoltas.
foi convocada uma Assembleia Constituinte, em 1823, Motivos da Confederação do Equador
com o intuito de elaborar a primeira Constituição Os motivos da Confederação do Equador foram:
brasileira. Na abertura dos trabalhos da assembleia, o Crise econômico-social;
imperador Dom Pedro I fez um discurso e afirmou que a Altos impostos;
Constituição deveria ser “digna do Brasil e de mim Autoritarismo de Dom Pedro.
mesmo”, uma clara demonstração de que o texto Os principais líderes da Confederação do Equador
constitucional deveria seguir as vontades do monarca. foram:
Ao votarem os poderes do imperador, os Constituintes Frei Caneca - Frei Joaquim do Amor Divino, mais
decidiram pela limitação, o que provocou violenta conhecido como Frei Caneca, foi o líder mais conhecido
reação de Dom Pedro, ordenando o fechamento da da revolta. Nascido em 20 de agosto de 1779, no Recife
Assembleia e a prisão dos constituintes. (PE), ele participou tanto da Confederação do Equador
Em 1824, Dom Pedro I outorgou a Constituição do como da Revolução Pernambucana, em 1817, na qual os
império brasileiro que lhe garantiu amplos poderes por pernambucanos se levantaram contra a presença da
meio da criação do Poder Moderador. Ao fechar a família real portuguesa no Rio de Janeiro. Frei Caneca
assembleia e elaborar uma Constituição sem nenhuma era jornalista e fundou o periódico Tiphys
discussão, ele mostrou os perigos do seu autoritarismo. Pernambucano, que divulgou os ideais dos revoltosos.
As tropas imperiais o prenderam e ele foi julgado e
condenado à morte, apesar dos apelos para que se
preservasse a sua vida. No dia 13 de janeiro de 1825, Frei
Caneca estava no Forte das Cinco Pontas para ser
enforcado, porém os três carrascos se recusaram a
executar o líder rebelde. A Comissão Militar ordenou
então o seu fuzilamento. Seu corpo foi deixado em frente
ao Convento das Carmelitas, dentro de um caixão de
pinho. Os padres o recolheram e enterraram.
Cipriano Barata - Cipriano Barata foi jornalista e um
dos líderes da Confederação do Equador.
Tal qual Frei Caneca, Cipriano Barata também foi
jornalista e colaborou na divulgação dos ideais da
Confederação do Equador. Nascido em Salvador, em 26
de setembro de 1762, Barata esteve presente nas
revoltas ocorridas no Brasil durante o período anterior à
independência, como a Conjuração Baiana (1798) e a
Revolução Pernambucana (1817). Ele se uniu a Frei
Caneca e se tornou um dos líderes da Confederação do
Equador. Ao contrário do religioso, Barata foi preso na
Fortaleza do Brum, no Recife, em 1825. Ele foi solto e
manteve sua atividade jornalística até sua morte, em 1º
de julho de 1838.
A Confederação do Equador
O autoritarismo de Dom Pedro I se mostrou na outorga
da Constituição de 1824 e, em Pernambuco, na
deposição do governador da província Manuel de
Carvalho Paes. Essa deposição foi o estopim para que as
lideranças do movimento iniciassem a revolta contra o
governo central. Logo outras províncias nordestinas,
como Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, aderiram à
Confederação do Equador. O nome era uma referência
à linha imaginária homônima que passava próxima à
região do conflito.
Enquanto lutavam contra o império, os revoltosos não se
mostraram dispostos a nenhuma negociação e
implantaram um novo governo que aboliu a escravidão
e criou uma Constituição liberal republicana. O
movimento rachou quando algumas lideranças se
afastaram por causa da radicalização das medidas
adotadas pelo poder estabelecido. Frei Caneca e
Cipriano Barata eram entusiastas da ampliação dos
direitos políticos e de reformas sociais, o que contrariava
interesses das demais lideranças.
Dom Pedro I pediu empréstimos à Inglaterra para
financiar as tropas que lutaram contra a Confederação
do Equador. As discordâncias entre seus líderes fizeram
com que o movimento se enfraquecesse, facilitando a
vitória das tropas imperiais. Os revoltosos foram presos,
condenados e alguns executados, como Frei Caneca.
Consequências da Confederação do Equador
Com a derrota da Confederação do Equador, Dom
Pedro I conseguiu impor sua força nas províncias
nordestinas, mas não o suficiente para pacificar a região,
pois os ideais republicanos ainda permaneceriam e
motivariam outras revoltas durante o Período Regencial.
A revolta em Pernambuco mostrou também que a
imprensa tinha poder de difundir ideias e motivar
rebeliões contra o império.
2ª SÉRIE ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROFª. GISÉLY DAMASCENO

1. Organização da equipe, distribuição dos temas e estudo em grupo.


2. Produção de um Resumo topicalizado (entregar em uma folha de papel destacada com nomes dos membros da
equipe, usando caneta azul ou preta, quaisquer outras cores, apenas para destaque).
3. Apresentação da equipe sobre os temas a partir do resumo topicalizado (obrigatório a participação de todos).
TEMAS CONTEXTUALIZAÇÃO/APRESENTAÇÃO
REVOLUÇÃO FRANCESA FRANÇA, RELACIONAR COM A INCONFIDÊNCIA
MINEIRA
REVOLUÇÃO AMERICANA 13 COLÔNIAS, RELACIONAR COM A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR BRASIL I REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO
CABANAGEM BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
SEGUNDA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA
FARROUPILHA BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA E A
REVOLUÇÃO AMERICANA
REVOLUÇÃO PRAIEIRA BRASIL II REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO

A Cabanagem foi uma revolta que aconteceu na Causas da Cabanagem


província do Grão-Pará, entre os anos de 1835 e 1840, As principais causas da Cabanagem foram:
durante o Período Regencial. Logo após a abdicação de crise política e econômica no Grão-Pará;
Dom Pedro I e enquanto se aguardava Dom Pedro II autoritarismo do governo local nomeado pelos regentes;
atingir a maioridade, o império brasileiro foi governado camadas populares exigiam melhores condições de vida
por regentes. Esse período foi marcado por revoltas e o fim da escravidão;
provinciais, e no Grão-Pará aconteceu a Cabanagem, disputas entre brasileiros e portugueses.
uma das mais violentas desse período. As causas da Estouro da Cabanagem
revolta foram a grave situação econômica e social da Desde a independência do Brasil, em 1822, a província
região e a disputa pelo poder na província. Os principais do Grão-Pará enfrentava conflitos políticos entre
líderes eram indígenas, negros e pobres, mortos pelas brasileiros e portugueses. A população local se
tropas regenciais. organizou para expulsar os portugueses, que desejavam
Contexto da Cabanagem manter a colonização brasileira.
Dom Pedro I abdicou do trono do império brasileiro em Desde 1832, os governantes nomeados pelos regentes
1831. Seu herdeiro, Dom Pedro II, tinha apenas cinco não eram aceitos pelo povo. A chegada de Bernardo
anos de idade e não poderia sucedê-lo. Enquanto se Lobo de Sousa para governar a província desencadeou
aguardava a maioridade do futuro imperador, o Brasil foi uma revolta armada. Sua forma autoritária e repressiva
governado por regentes. Em 1834, foi publicado o Ato de governar o Grão-Pará fez com que os revoltosos
Adicional que concedia relativa autonomia às províncias. fizessem um levante para derrubá-lo do poder e
O Período Regencial foi marcado por agitações políticas definitivamente expulsar os portugueses que
e revoltas em várias províncias brasileiras. controlavam o comércio da região.
O Brasil seguiu o caminho inverso das antigas colônias Em 1835, começava a Revolta da Cabanagem, fruto da
espanholas, que, logo após a independência, resistência do Grão-Pará contra as péssimas condições
transformaram-se em repúblicas. O ideal republicano sociais, a presença portuguesa e o autoritarismo dos
esteve na pauta de várias revoltas regenciais. Para governantes enviados pela regência. O nome da revolta
derrotar essas revoltas e manter a unidade territorial do é uma referência ao termo como os revoltosos foram
império brasileiro, o governo regencial não poupou chamados: cabanos, que moravam em palafitas, também
esforços em enviar tropas e derrotar os líderes das conhecidas como cabanas.
revoltas. Em vários casos, usou-se da violência para que Félix Clemente Malcher e Francisco Vinagre prenderam
servisse de exemplo e evitar novas revoltas. e mataram o governador Bernardo Lobo de Sousa e
O Grão-Pará era uma província que se localizava no instalaram um novo governo no Grão-Pará, liderado por
Norte do Brasil e muito distante do Rio de Janeiro, Malcher. Porém, como aconteceu em várias revoltas
capital do império. Isso fez com que a província tivesse provinciais, os integrantes do novo governo entraram
mais proximidade com Portugal do que o governo em conflito por conta dos diversos interesses que
imperial. As forças portuguesas tinham influência na entraram em choque.
região e entraram em conflito com as forças brasileiras, Francisco Vinagre se desentendeu com Félix Malcher e,
que estavam em ascensão logo após a independência do como liderava as tropas, tentou derrubar o novo
Brasil, em 1822. governante, mas acabou preso. Seu irmão, Antônio
Vinagre, assassinou Melcher e empossou Francisco Província do Grão-Pará
como governador do Grão-Pará. A Província do Grão-Pará era uma das maiores em
Outro líder que começou a se destacar na Cabanagem extensão territorial. Localizada no Norte do Brasil, seu
foi Eduardo Angelim, muito popular na camada mais território ocupava as regiões onde hoje são Amazonas,
pobre. Angelim liderou as tropas revoltosas contra o Pará, Amapá, Rondônia e Tocantins.
ataque do almirante britânico John Taylor, que chefiou Por conta da sua posição geográfica, a província estava
os soldados imperiais no combate aos cabanos. Apesar isolada do Rio de Janeiro, capital do Brasil na época, e
de Taylor ter ocupado a capital Belém, as tropas de bem mais próxima de Portugal. Por isso, a influência
Angelim conseguiram reverter a situação, expulsar o portuguesa era mais forte na região do que as decisões
almirante e assumir o comando da capital, proclamando vindas do governo central brasileiro. Logo após a
um governo republicano. independência brasileira, a população do Grão-Pará se
Eduardo Angelim se tornou o novo governador do Grão- mobilizou para expulsar os portugueses e aderir ao
Pará e decidiu fazer um governo voltado às questões império brasileiro.
sociais e econômicas que tanto afligiam as camadas mais Consequências da Cabanagem
pobres da província. Apesar de ter apoio popular, A Cabanagem acabou em 1840 e demonstrou para o
Angelim não tinha apoio político, o que não garantiu a governo central a necessidade de se apressar a coroação
estabilidade do governo republicano recém-instalado. de Dom Pedro II. O golpe da maioridade ganhou força e
As investidas dos soldados imperiais contra os o herdeiro do trono brasileiro se tornou imperador do
revoltosos foram um sucesso, e Angelim foi deposto e Brasil com apenas 15 anos de idade. A presença de um
preso. A capital retornou para a administração regencial novo imperador no comando do império aquietou as
e os cabanos se refugiaram para o interior da província, revoltas provinciais.
na última tentativa de resistir aos ataques militares dos
soldados imperiais.
Entre 1837 e 1840, a luta entre revoltosos e governo
regencial se deu de forma violenta. A Cabanagem saiu
derrotada, mas entrou para a história como sendo a
única revolta em que representantes das camadas
populares assumiram o poder em uma província.
Os principais líderes da Cabanagem foram:
Felix Clemente Malcher - Nascido em 1772, na cidade
paraense de Monte Alegre, Francisco Clemente Malcher
foi militar e se tornou o primeiro governante a assumir o
poder no Grão-Pará, logo após a eclosão da Revolta da
Cabanagem. Porém, como governador, Malcher se
afastou das reivindicações da revolta e começou a
perseguir seus antigos companheiros de luta. Ele
declarou sua fidelidade à Dom Pedro II e prometeu ficar
no poder até a maioridade do futuro imperador. Em 20
de fevereiro de 1835, Malcher foi deposto e morto pelos
integrantes da Cabanagem.
Francisco Vinagre - Logo após a deposição e morte de
Félix Clemente Malcher, quem assumiu o poder do
Grão-Pará foi Francisco Vinagre. Nascido em Belém, no
ano de 1793, Vinagre era chefe das tropas da
Cabanagem enquanto Malcher era governador.
Desentendimentos entre os dois fizeram com que o
governo cabano se desestabilizasse. Vinagre foi preso,
mas seu irmão, Antônio Vinagre, matou Malcher e o
libertou, empossando-o como novo governador. Tal qual
o primeiro governante da Cabanagem, Francisco
Vinagre foi acusado de traição e de se aliar aos regentes.
Eduardo Angelim - Eduardo Angelim nasceu em 1814,
foi lavrador e um dos líderes da Cabanagem. Desde a
juventude, participou ativamente da política no Grão-
Pará. Foi o último governante da província e tentou fazer
um governo voltado para as questões sociais. A falta de
apoio político desestabilizou seu governo, o que
favoreceu a retomada do poder regencial.
2ª SÉRIE ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROFª. GISÉLY DAMASCENO

1. Organização da equipe, distribuição dos temas e estudo em grupo.


2. Produção de um Resumo topicalizado (entregar em uma folha de papel destacada com nomes dos membros da
equipe, usando caneta azul ou preta, quaisquer outras cores, apenas para destaque).
3. Apresentação da equipe sobre os temas a partir do resumo topicalizado (obrigatório a participação de todos).
TEMAS CONTEXTUALIZAÇÃO/APRESENTAÇÃO
REVOLUÇÃO FRANCESA FRANÇA, RELACIONAR COM A INCONFIDÊNCIA
MINEIRA
REVOLUÇÃO AMERICANA 13 COLÔNIAS, RELACIONAR COM A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR BRASIL I REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO
CABANAGEM BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
SEGUNDA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA
FARROUPILHA BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A
PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA E A
REVOLUÇÃO AMERICANA
REVOLUÇÃO PRAIEIRA BRASIL II REINADO, RELACIONAR COM O
ILUMINISMO

A Guerra dos Farrapos, também conhecida como entanto, outras razões ajudam a entender o início dessa
Revolta dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, foi uma revolta:
das revoltas provinciais que aconteceram no território Insatisfação com a taxação sobre o gado na fronteira
brasileiro durante o Período Regencial. Ela ganhou Brasil–Uruguai;
notoriedade pelo maior tempo de duração (10 anos), e, Insatisfação com a criação da Guarda Nacional;
além disso, foi uma das que apresentaram maior ameaça Insatisfação com a negativa do governo em assumir os
à integridade territorial brasileira. prejuízos causados por uma praga de carrapatos que
Organizada como um movimento da elite gaúcha, a atacou o gado na região em 1834;
Guerra dos Farrapos encerrou-se após a negociação de Insatisfação com a centralização do governo e a falta de
paz dos estancieiros gaúchos com o governo. Os termos autonomia da província;
da rendição ficaram conhecidos como Tratado do Circulação dos ideais federalistas e republicanos na
Poncho Verde. região.
Causas A soma desses fatores levou os gaúchos a rebelarem-se
Em setembro de 1836, os farrapos declararam a contra o governo central em 20 de setembro de 1835.
separação do Rio Grande do Sul do Brasil e a fundação Em um primeiro momento, a revolta não tinha caráter
da República de Piratini. de separatismo, mas, à medida que a situação avançou,
A Guerra dos Farrapos aconteceu, principalmente, por a saída separatista ganhou força.
causa da insatisfação dos estancieiros gaúchos com a Como vimos, a revolta realizada pelos farrapos iniciou-
política fiscal do governo brasileiro. No século XIX, a se em 20 de setembro de 1835 e espalhou-se por parte
província do Rio Grande do Sul tinha como principal considerável do território do Rio Grande do Sul.
produto o charque (carne-seca), que era vendido como Entretanto, o anúncio da separação da província só
principal alimentação dos escravos no Sudeste e aconteceu em setembro de 1836, dando origem à
Nordeste do Brasil. República Rio-Grandense, também conhecida como
O charque era produzido pelos charqueadores, que República de Piratini.
compravam a carne bovina dos estancieiros, os A Guerra dos Farrapos teve como líder o estancieiro
criadores de gado do Rio Grande do Sul. A grande Bento Gonçalves, que, inclusive, foi o presidente da
insatisfação destes estava relacionada com a cobrança República Rio-Grandense por algum tempo. Outros
de impostos realizada pelo governo sobre a produção de nomes importantes foram o do italiano Giuseppe
charque da região. O charque gaúcho recebia uma Garibaldi e o do militar brasileiro David Canabarro.
pesada taxa de cobrança, enquanto o que era produzido Ambos foram responsáveis por levar a guerra contra o
pelos uruguaios e argentinos tinha uma taxação império para a província de Santa Catarina, fundando lá
diminuta. a República Juliana, em julho de 1839.
Esse quadro tornava o produto gaúcho menos Giuseppe Garibaldi foi um dos grandes nomes da Guerra
competitivo, uma vez que seu preço era maior. A dos Farrapos e teve papel expressivo na fundação da
principal exigência dos estancieiros era que o charque República Juliana, em 1839.
estrangeiro fosse taxado para tornar a concorrência A República Juliana, no entanto, teve curta duração, pois
entre o produto nacional e o estrangeiro mais justa. No essa região foi retomada pelo governo imperial em
novembro do mesmo ano. A Guerra dos Farrapos,
apesar da sua longa duração e da sua extensão para muitos desses escravos também aderiram à luta dos
outra província do Sul do Brasil, teve, em geral, estancieiros por (falsas) promessas de liberdade que lhes
combates de baixa intensidade. Isso é perceptível, pois, haviam sido feitas.
ao longo de 10 anos, cerca de três mil pessoas morreram A revolta realizada pelos farrapos não era um
(a Cabanagem, por exemplo, em cinco anos, resultou em movimento de caráter abolicionista, uma vez que muitos
30 mil mortos). dos estancieiros e charqueadores possuíam uma grande
Um ponto importante é que não há consenso entre os quantidade de trabalhadores escravos, e, portanto, para
historiadores sobre se os farrapos queriam de fato eles a abolição não era economicamente viável. Havia,
separar-se do Brasil ou se apenas queriam garantir mais sim, farrapos que defendiam o abolicionismo, mas o
autonomia para sua província. Outro ponto que merece movimento em si não tinha em sua pauta promover a
ser considerado é que a luta dos farrapos não contou abolição da escravidão, caso fossem vitoriosos.
com o apoio de toda a população gaúcha (a cidade de Essa questão é elucidada principalmente por Juremir
Porto Alegre, por exemplo, não os apoiou), pois, Machado da Silva, que afirma que parte da Guerra dos
conforme afirma Boris Fausto: Farrapos foi financiada com a venda de escravos no
[…] a revolta não uniu todos os setores da população Uruguai|3|. Outra grande polêmica que divide a
gaúcha. Ela foi preparada por estancieiros da fronteira e historiografia foi o acontecimento da Batalha de
algumas figuras da classe média das cidades, obtendo Porongos, em 14 de novembro de 1844.
apoio principalmente nesses setores sociais. Os A Batalha de Porongos aconteceu durante as
charqueadores que dependiam do Rio de Janeiro — negociações de paz, e, nela, o grupamento de lanceiros
maior centro consumidor brasileiro de charque e de negros das tropas de David Canabarro foi atacado
couros — ficaram ao lado do governo central|1|. supostamente de surpresa pelas tropas imperiais
Os combates concentraram-se em confrontos de lideradas por Moringue. No entanto, alguns
cavalaria, dos quais pode-se destacar a vitória dos historiadores apontam evidências de que esse ataque
farrapos na Batalha de Seival. No entanto, à medida que tenha sido acordado entre os líderes farrapos e o
a reação imperial consolidava-se, os farrapos perderam governo.
força e partiram para a guerra de guerrilha. O professor Esse ataque, segundo essa interpretação, foi a forma de
e jornalista gaúcho Juremir Machado da Silva afirma que colocar fim em uma polêmica que emperrava as
os farrapos assumiram essa estratégia a partir de 1842, negociações, uma vez que o governo imperial negava-se
quando, segundo ele, o conflito já estava liquidado a a conceder a liberdade para os escravos fugidos que
favor do Império Brasileiro. haviam aderido à revolta, pois isso seria um precedente
Para conter a revolta na província do Rio Grande do Sul, que poderia incentivar fugas e revoltas de escravos em
o governo brasileiro nomeou Luís Alves de Lima e Silva, outras partes do Brasil. O “ataque surpresa” tinha o
o Barão de Caxias (futuro Duque de Caxias). A ação de objetivo de liquidar os negros e foi, então, a forma
Caxias à frente de 12 mil homens foi muito eficiente, pois encontrada para lidar com essa questão.
conseguiu sufocar os farrapos com ações militares
estratégicas e, com a diplomacia, levá-los à negociação.
Fim da Guerra dos Farrapos
A paz foi assinada no Tratado de Poncho Verde, em que
os farrapos colocaram fim na revolta e, na condição de
derrotados, aceitaram os termos propostos pelo
governo.
O acordo realizado entre o governo brasileiro e os
farrapos estipulou:
Taxação em 25% sobre o charque estrangeiro;
Anistia para os envolvidos com a revolta;
Incorporação dos militares dos farrapos ao exército
imperial, mantendo sua patente;
Os provincianos teriam direito de escolher o próprio
presidente de província (entretanto, isso não foi
cumprido);
Os escravos que lutaram do lado dos farrapos seriam
alforriados (item também não cumprido).
Acesse também: 15 de novembro – dia de comemoração
da Proclamação da República
Os farrapos eram abolicionistas?
Os historiadores sabem atualmente que, ao lado dos
farrapos, houve grande participação de escravos e
negros libertos. Tal participação ocorreu pela habilidade
de muitos deles em funções importantes. No entanto,
2ª SÉRIE ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROFª. GISÉLY DAMASCENO

1. Organização da equipe, distribuição dos temas e estudo em grupo.


2. Produção de um Resumo topicalizado (entregar em uma folha de papel destacada com nomes dos membros da
equipe, usando caneta azul ou preta, quaisquer outras cores, apenas para destaque).
3. Apresentação da equipe sobre os temas a partir do resumo topicalizado (obrigatório a participação de todos).
TEMAS CONTEXTUALIZAÇÃO/APRESENTAÇÃO
REVOLUÇÃO FRANCESA FRANÇA, RELACIONAR COM A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
REVOLUÇÃO AMERICANA 13 COLÔNIAS, RELACIONAR COM A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR BRASIL I REINADO, RELACIONAR COM O ILUMINISMO
CABANAGEM BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A SEGUNDA FASE DA
REVOLUÇÃO FRANCESA
FARROUPILHA BRASIL REGENCIAL, RELACIONAR COM A PRIMEIRA FASE DA
REVOLUÇÃO FRANCESA E A REVOLUÇÃO AMERICANA
REVOLUÇÃO PRAIEIRA BRASIL II REINADO, RELACIONAR COM O ILUMINISMO

A Revolução Praieira ocorreu de 1848 a 1850 e foi escravidão). Os dois grupos diferenciavam-se em
motivada pelas disputas entre os praieiros e os poucos aspectos.
conservadores. Os principais combates travados nessa Recife foi palco de tensão entre praieiros e
revolução aconteceram no interior da província de conservadores na década de 1840.
Pernambuco, embora um grande ataque tenha sido Os primeiros anos do Segundo Reinado ficaram
liderado por Pedro Ivo contra Recife. Os praieiros saíram marcados pelo revezamento desses partidos no poder.
derrotados, e os conservadores permaneceram no Essa disputa acontecia no Parlamento, mas também se
poder. dava nas províncias brasileiras e, no caso
Contexto da Revolução Praieira - A província de pernambucano, foi crucial para que a Revolução Praieira
Pernambuco vivia grandes tensões na década de 1840, acontecesse. No contexto da província de Pernambuco,
fruto, sobretudo, dos diferentes interesses econômicos, essa disputa se deu entre o Partido Praieiro e o Partido
das dificuldades impostas à população mais carente e Conservador.
das disputas pelo poder. Essas questões convergiram de O Partido Praieiro surgiu como uma dissidência nascida
forma a fazer com que essa província sediasse a última no interior do Partido Liberal por causa da influência que
rebelião provincial do Brasil no Segundo Reinado. a família Cavalcanti tinha entre liberais e conservadores
Nessa década, a província de Pernambuco vivia as em Pernambuco. O Partido Praieiro levou esse nome
tensões causadas pela disputa de mão de obra, afinal, a porque os seus membros se reuniam em um jornal que
partir de 1845, com o início do Bill Aberdeen, a obtenção publicava as ideias deles: o Diário Novo, localizado em
de escravos tornou-se mais complexa, fazendo com que Recife, na Rua da Praia.
as próprias elites disputassem entre si o acesso dessa Essa disputa dos praieiros contra os conservadores,
mão de obra. sobretudo como oposição aos Cavalcanti, ganhou um
Além disso, havia a decadência da economia açucareira, novo contorno a partir de 1845. Nesse ano, o gabinete
que afetava a economia pernambucana como um todo, ministerial passou para as mãos dos liberais, e os
mas que no povo se refletia em maiores dificuldades, praieiros, aproveitando-se da sua proximidade com um
pois o custo de vida se encarecia. Para agravar a dos nomes que formavam o gabinete – Aureliano de
situação, havia uma insatisfação muito forte porque o Souza Coutinho –, conseguiram a nomeação de Antônio
comércio a retalho (varejo) estava nas mãos dos Pinto Chichorro para a presidência da província.
estrangeiros, sobretudo de ingleses e portugueses e, A partir daí, os praieiros começaram a realizar uma série
frequentemente, Recife ficava desabastecido, o que de intervenções, que tinham como objetivo entregar
dificultava o acesso à comida. cargos de influência da província para pessoas que os
A insatisfação popular foi canalizada pelos interesses apoiassem. Assim, diversas pessoas que tinham ligações
políticos que estavam em disputa em Pernambuco e com os Cavalcanti e com os conservadores começaram
muitas vezes resultou em violência popular. O a ser desligadas de seus cargos, e praieiros foram
historiador Marcus de Carvalho define que as classes nomeados no lugar.
populares pernambucanas estavam imprensadas entre o A ação dos praieiros para destituir os aliados dos
desemprego, o latifúndio e a escravidão|1|. conservadores resultou na demissão de cerca de 650
Por fim, há a questão política, o grande motivador da pessoas de cargos como os de delegados e outras
Revolução Praieira e que veremos com mais detalhes. funções importantes no interior da Polícia Civil e da
Política em Pernambuco - A política brasileira durante Guarda Nacional, por exemplo. Aliados dos praieiros do
o Segundo Reinado foi uma grande disputa entre liberais campo e das cidades começaram a ocupar esses lugares.
e conservadores, dois grupos políticos que tinham a Além disso, os praieiros começaram a desarmar os
mesma origem social e que muitas vezes mantinham aliados dos conservadores. Isso se explica porque,
posições parecidas (como na questão da manutenção da quando os conservadores estavam à frente da província,
seus aliados que ocupavam cargos na polícia e na Pereira de Moraes reagiu à tentativa de tropas dos
Guarda Nacional recebiam armas do governo conservadores de desarmá-lo. Os principais conflitos
pernambucano. Os praieiros se aproveitaram que a força entre praieiros e conservadores espalharam-se por toda
policial estava em suas mãos agora para desarmar os a província de Pernambuco e estenderam-se de
conservadores. novembro de 1848 a fevereiro de 1849, embora conflitos
Assim, autoridades praieiras começaram a invadir localizados tenham acontecido na província até 1850.
propriedades de conservadores e aliados dos Cavalcanti Um dos nomes mais importantes do Partido Praieiro foi
para apreender armas do Estado, prender criminosos Pedro Ivo, um arrendatário que esteve à frente de um
que se escondiam nesses locais e capturar escravos que grupo de populares que moravam no interior de
tinham sido furtados de outros engenhos. Isso começou Pernambuco. Ele liderava 1600 homens e atraiu forças
a gerar pequenos conflitos, uma vez que aqueles que do Exército para o interior e, logo em seguida, levou os
tinham suas propriedades invadidas começaram a se seus homens para a capital, Recife.
defender. Em Recife eles encontraram a cidade protegida por
Além disso, os conservadores e aliados dos Cavalcanti tropas da Guarda Nacional. Iniciou-se, então, uma
começaram a se utilizar de jornais locais para denunciar batalha que durou 12 horas e resultou na morte de 200
a ação dos praieiros, principalmente porque essas ações dos homens que formavam a tropa de Pedro Ivo. Do lado
só eram realizadas nas propriedades de opositores dos da Guarda Nacional, houve cerca de 90 mortos|4|.
praieiros. Nessa batalha, um dos nomes mais expressivos dos
Na questão popular, os praieiros começaram a organizar praieiros morreu: o deputado Nunes Machado. Esse
eventos públicos com uma retórica mais popular e que ataque aconteceu em 2 de fevereiro de 1849 e a derrota
fazia uma grande defesa da nacionalização do comércio praieira enfraqueceu severamente o movimento.
a retalho, isto é, do comércio a varejo. Na época, essa Enquanto os combates ainda aconteciam no interior de
atividade era dominada por portugueses e ingleses, e a Pernambuco, um nome expressivo na província aderiu à
população recifense, insatisfeita com o alto desemprego luta dos praieiros. Borges da Fonseca era um liberal
e com o encarecimento do custo de vida, viu nessa radical que, durante os anos de governo dos praieiros,
questão uma solução imediata para os seus problemas. tinha sido perseguido e preso, mas com o início do
Os praieiros chegaram a levar essa pauta para a Câmara conflito, viu nele uma possibilidade de realizar uma
dos Deputados, e essa questão do comércio a retalho transformação na província.
começou a radicalizar a população recifense contra os Borges da Fonseca representou o lado nativista e com
estrangeiros. Tanto que, entre 1845 e 1848, foram maior apelo popular da Revolução Praieira. Esse liberal
comuns ataques da população contra estrangeiros e suas escreveu um manifesto, que foi apoiado por muitos
lojas. Esses ataques receberam o nome de “mata- senhores de engenho defensores dos praieiros. Esse
marinheiros” e, no mata-marinheiro de julho de 1848, manifesto ficou conhecido como Manifesto ao Mundo e
cinco portugueses morreram espancados. trazia algumas reivindicações que ecoavam ideias
Estopim da Revolução Praieira - Podemos perceber, manifestadas pelas classes populares europeias e que
portanto, que havia um cenário explosivo em eram muito influenciadas pelo socialismo utópico.
Pernambuco. As disputas intraoligárquicas estavam com O Manifesto de Borges da Fonseca continha as seguintes
contornos bastante violentos, e a população urbana de exigências:
Recife estava sendo radicalizada por conta de sua 1. voto livre e universal; 2. liberdade de imprensa; 3.
insatisfação com o custo de vida e a falta de empregos trabalho como garantia de vida dos brasileiros; 4.
(causada em grande parte pelos próprios praieiros). Essa nacionalização do comércio a retalho; 5. independência
situação saiu do controle quando uma reviravolta dos poderes; 6. extinção do Poder Moderador; 7.
política aconteceu. implantação do federalismo; 8. reforma do Judiciário; 9.
No começo de 1848, os liberais perderam o controle do fim do recrutamento militar; 10. fim da lei de juro
gabinete ministerial, sendo substituídos pelos convencional.
conservadores. Isso fez com que os conservadores Desfecho - Depois que Nunes Machado morreu, Borges
recuperassem o poder na província de Pernambuco e, da Fonseca seguiu na liderança do movimento. A luta
então, deram início à sua vingança. Os praieiros que seguiu no interior de Pernambuco (na região da Zona da
haviam sido nomeados para a Polícia Civil e a Guarda Mata) por meio de uma guerrilha e só foi contida
Nacional de 1845 em diante começaram a ser demitidos. definitivamente em 1850. Grande parte dos senhores de
Os conservadores realizaram o mesmo que haviam engenho que se envolveram na luta recebeu anistia.
sofrido: demissões de seus opositores, nomeações de A Revolução Praieira foi a última rebelião de caráter
aliados e o desarmamento dos praieiros. Entretanto, os liberal no Nordeste e marcou também a derrocada dos
praieiros começaram a resistir às ações dos liberais. Com sua reputação manchada pelo
conservadores. Marcus de Carvalho fala que cerca de 40 envolvimento na luta em Pernambuco, esse partido só
proprietários rurais ligados aos praieiros não aceitaram retomou o poder no Parlamento em 1864.
entregar os seus cargos e nem a devolver as suas armas.
Os historiadores consideram que a Revolução Praieira se
iniciou quando um dono de engenhos chamado Manoel

Você também pode gostar