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NATAL
2019
LUÍS CARLOS NORONHA E SOUSA
NATAL
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Nessa dissertação nós desenvolvemos um produto educacional que foi elaborado para ser
aplicado no Ensino Médio, servindo como alternativa de material acadêmico sobre o ensino do
tema de gravitação universal ao professor, em sala de aula. Tendo como objetivo facilitar a
aquisição de conceitos sobre esse tema bastante corriqueiro entre os alunos, para alcançarmos
esse objetivo, elaboramos uma Unidade de Ensino Potencialmente Significativa (UEPS),
constando de uma sequência didática (S.D), sobre o tema gravitação universal. A presente
UEPS adota como marco teórico a teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel, com
a filosofia da construção de uma UEPS, em que o ensino só ocorre quando há aprendizagem e
esta deve ser significativa; ensino é meio, aprendizagem significativa é o fim; materiais de
ensino devem ser potencialmente significativos. Portanto, não existem Sequências do Ensino e
Aprendizagem Significativas, nem Unidades de Ensino Significativas, são sempre
Potencialmente Significativas, no sentido que podem facilitar a captação e internalização
(mental) de significados compartilhados externamente, Marcos A. Moreira e Neusa T. Massoni.
A estrutura dessa UEPS sobre gravitação universal encontra-se detalhada no capítulo 1 dessa
dissertação, com seus princípios e estrutura. Já as etapas associadas a S.D que utilizamos, foram
desenvolvidas com a nossa experiência em sala de aula ao longo dos anos como educador.
Quanto a S.D, as etapas estão detalhada no capítulo 3 e um visão mais completa no produto
educacional em anexo, composta de 08 etapas, cada uma com um encontro, totalizando 08
encontros ou aulas, cada encontro sugerido, com duração de 50 minutos, sendo iniciada por um
questionário inicial; seguido de uma discussão em grupo; depois uma encenação teatral com
utilização da sala de aula invertida; aulas expositivas do tema pelo professor; leitura e
interpretação de alguns textos; e no último encontro, uma reaplicação do questionário inicial ,
adaptado com duas novas questões de avaliação da UEPS. Finalmente, verificamos que a UESP,
apresentou resultados positivos, melhorando a qualidade do ensino-aprendizagem, como pode
ser observado com os resultados obtidos e analisados, com os dados, inseridos no capítulo 4
desta dissertação. No capítulo 5, temos a nossa conclusão e perspectivas, no anexo temos um
produto educacional para o professor de Física utilizar no ensino médio, se desejar, em suas
aulas sobre esse tema de bastante curiosidade e interesse dos alunos. Além de produzir capítulos
que compõem um livro paradidático, de minha autoria, sobre o tema e assuntos correlacionados,
que pode ser útil como uma fonte de pesquisa, e também como forma de divulgação deste
produto educacional, inclusive os capítulos relacionados ao tema desta UEPS estão nos anexos.
1 CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO 08
1.1 INTRODUÇÃO 08
1.2 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS 10
1.3 PRINCÍPIOS E ESTRURURA DA UEPS 11
1.3.1 Filosofia 11
1.3.2 Marco teórico 11
1.3.3 Princípios 11
1.3.4 Estrutura 11
2 CAPÍTULO 2 – SOBRE GRAVITAÇÃO UNIVERSAL 14
2.1 A GRÉCIA ANTIGA 14
2.2 AS LEIS DE KEPLER 15
2.2.1 A Primeira Lei de Kepler 16
2.2.2 A Segunda Lei de Kepler 17
2.2.3 A Terceira Lei de Kepler 17
2.3 LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL DE NEWTON – LEI DO 18
INVERSO DO QUADRADO
2.4 DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE G 20
2.5 O CAMPO GRAVITACIONAL 20
2.6 LEIS DE KEPLER DERIVADAS DA TEORIA NEWTONIANA 22
2.6.1 Primeira Lei de Kepler 22
2.6.2 Segunda Lei de Kepler como sendo uma consequência da conservação do 23
momento angular para um sistema isolado
2.6.3 2.6.3 A Terceira Lei de Kepler a partir da lei do inverso do quadrado 24
para órbitas circulares
2.7 ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL 25
2.8 ESTUDO DOS SATÉLITES 26
2.8.1 Velocidade orbital de um satélite em torno da Terra 26
2.9 VELOCIDADE DE ESCAPE DE UM PLANETA 27
3 CAPÍTULO 3 – CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO DIDÁTICO 28
4 CAPÍTULO 4- METODOLOGIA 30
CAPÍTULO 1
1 APRESENTAÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
A Física através do seu ensino explica aos alunos(as) os fenômenos da natureza e faz
com que eles interpretem esses fatos, sendo muito relevantes os aspectos culturais e históricos
envolvidos. Acreditamos que essa UEPS, dará uma grande contribuição aos educandos na
construção do conhecimento sobre gravitação universal, já que percebemos ao longo dos
tempos a deficiência dos alunos em relação a esse conteúdo, principalmente num contexto
histórico. Uma das justificativas dessa deficiência é a falta de uma boa contextualização do
conteúdo nos livros didáticos e a pequena quantidade de aulas de física, carga horária, que está
cada vez menor, principalmente no ensino público.
Nosso mestrado profissional aborda aspectos conceituais e metodológicos na disciplina
de Física para melhoramento do ensino desta disciplina no ensino médio, que pode ser
encontrado no site (www.sbfisica.org.br/mnpef ), mostrando que o principal objetivo é
capacitar em nível de mestrado vários professores da Educação Básica quanto ao domínio de
conteúdos de Física e de técnicas metodológicas de ensino para aplicação em sala de aula.
Pesquisando assim um modo mais motivador, desafiador e facilitador para os alunos do
ensino médio, através de uma UEPS num processo de evolução dos modelos de universo até a
criação da lei da gravitação universal de Isaac Newton. Mostrando uma evolução inclusive com
rupturas, com caminhos diferentes adotados para atingir este conhecimento, apresentando
diversos modelos de universo, não prontos em definitivo, pelo contrário, sempre em evolução
ao longo dos tempos.
No Brasil, este programa do mestrado foi criado para estar sintonizado com os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs - 1999), que são as diretrizes elaboradas pelo
Governo Federal para orientar a educação em todo o território nacional. Nossa disciplina de
Física está contida na área de Ciências da Natureza, com um ensino contextualizado e útil na
escola, no seu dia a dia, na sua vida e no trabalho. Os PCNs solicitam também a
interdisciplinaridade, com a necessidade também de uma contextualização com as outras áreas
do conhecimento, de modo que o educador busque a interdisciplinaridade no seu planejamento
e plano de aula. Portanto, um conteúdo que envolva um processo histórico da Física é muito
bem-vindo neste contexto, já que a História da Física mostra todas essas dificuldades, os
raciocínios, as intuições, os erros e acertos, as expectativas, as conjecturas sociais e culturais
9
que levaram a construção das teorias físicas. Dessa forma, vê-se que as compreensões dos
modelos explicativos não são únicas e nem acabadas, mas sim uma construção coletiva e com
muitas dificuldades pelo caminho, nada de super-heróis ou grandes gênios ou de construção
individualizada e acabada.
No capitulo1 encontram-se nossos objetivos gerais e específicos sobre a intenção da
nossa UEPS, com sua estrutura e princípios, adequados ao programa nacional de pós-graduação
stricto sensu de caráter profissionalizante, organizado pela Sociedade Brasileira de Física (SBF)
e voltado a professores da educação básica que atuam no ensino médio e fundamental.
No capítulo 2, colocamos uma exposição sobre gravitação universal ao nível de terceiro
grau, curso superior. Abordamos a lei da gravitação universal de Isaac Newton com suas
consequências e ao mesmo tempo levando em conta ferramentas de cálculo diferencial para
considerar todas as partes de um planeta, mostramos também o experimento de Henry
Cavendish, que mediu a constante gravitacional, as leis de Kepler sobre o ponto de vista do
momento angular, e o campo gravitacional, energia potencial gravitacional, além das
considerações da energia no movimento dos planetas e satélites.
No capítulo 3, apresentamos a metodologia da aprendizagem significativa para uma
sequência didática, dividimos em alguns itens, como o referencial teórico, onde citamos Zabala
(1988), que diz que para uma sequência didática ser eficiente, para realizar objetivos
educacionais, se faz necessário um conjunto de atividades bem ordenadas, estruturadas e bem
articuladas, facilitando a consolidação do conhecimento que está sendo construído pelo aluno.
Agimos desta maneira na criação da nossa UEPS, já que a mesma necessita de uma S.D na sua
composição.
Quanto ao marco teórico, a UEPS utiliza fundamentalmente a teoria de David Ausubel,
com sua teoria da aprendizagem significativa. Ausubel era defensor da teoria cognitivista, que
prioriza a organização cognitiva dos conteúdos aprendidos de forma ordenada, possibilitando
ao aluno uma gama de opções de associações de conceitos que o leve a cristalização de um
novo aprendizado, com seus conhecimentos prévios, denominados subsunçores, primeiros
significados ou pontos básicos de ancoragem, como a base da construção do saber que o conduz
à consolidação de um novo aprendizado. Para Ausubel, a aprendizagem significativa se dá por
um processo de interação, entre um novo conteúdo e os conteúdos já existentes na mente do
aluno. Conteúdos adquirido através da vivência na comunidade, no cotidiano familiar, no
ambiente de trabalho, na sua escola e em outros grupos sociais aos quais pertença. Assim, esse
conhecimento constrói seu entendimento de mundo, o que chamaremos de conhecimento
prévio, concepção espontânea, pontos de básicos de ancoragem ou subsunçor, e que as vezes
10
1.3.3 Princípios
Entre os princípios que compõem a criação de uma UEPS, destacamos alguns abaixo:
A) A captura do conhecimento prévio.
B) O aluno como um ser ativo, ele que decide se quer aprender significativamente.
C) Criar situações-problema, em níveis crescentes de complexidade, que são as
responsáveis por dar sentido a novos conhecimentos.
D) Usar a linguagem e a interação social como fundamentais na captura dos significados.
E) Devemos levar em conta, sentimentos, pensamentos e ações do ser que aprende, e
integrá-las positivamente no processo ensino-aprendizado.
1.3.4 Estrutura
Nossa UPES foi planejada e desenvolvida em 6(seis) momentos, utilizando-se das
8(oito) etapas ou encontros estabelecidos na Sequencia Didática (S.D), bem detalhados no
capítulo 3 e completa no produto educacional em anexo. Após a definição do tópico a ser
abordado e definido os objetivos a serem alcançados, criamos os seguintes momentos.
avaliação da aprendizagem dos alunos será baseada por este questionário, avaliação somativa,
mais os outros trabalhos realizados pelos alunos, além das observações e anotações realizadas
pelo professor durante todos os momentos da UEPS, avaliação formativa.
CAPÍTULO 2
2 SOBRE GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
2.1 A GRÉCIA ANTIGA
O início do pensamento racional no ocidente começou com os primeiros filósofos, a
partir da observação à olho nu dos movimentos das estrelas, por volta de 600 a.C, na Grécia
Antiga. Esses filósofos propuseram modelos para explicar o universo, o primeiro modelo foi o
modelo geocêntrico, com a Terra no centro do Universo enquanto o Sol, a Lua e os planetas
(até então conhecidos) girariam em órbitas circulares ao redor da Terra, figura 1-a. O grande
pensador grego Aristóteles e outros filósofos reforçaram esse modelo. O Grego Ptolomeu
(figura 2), no declínio do império romano e início da era cristã, aperfeiçoou o modelo do
Geocentrismo, introduzindo epiciclos para explicar algumas imperfeições.
Porém, esse modelo começou a ser contestado, um grego de nome Aristarco,
contemporâneo de Aristóteles e ainda antes da era cristã, introduziu um segundo modelo com
o Sol no centro e a Terra com os outros planetas em movimento ao redor do Sol, figura 1-b.
Este modelo denominado heliocentrismo não foi bem aceito na época e ficou esquecido por
dezenas de séculos.
Só por volta do ano 1500, um cônego da Igreja Católica, o polonês Nicolau Copérnico
(1473 - 1543) propôs novamente um modelo com essas características, retornando o Sol no
centro do Universo, enquanto os planetas, inclusive a Terra, girariam, em órbitas circulares, em
torno do Sol.
Fonte: www.coladaweb.com.br
15
. Fonte: www.sitesgoogle.com
Desta forma, com a confiança nas ideias de Copérnico, Gilbert e Tycho Brahe, Kepler
lança o seu estudo com as suas três leis.
Fonte: www.sitesgoogle.com
Com relação as elipses, é bom lembrar que a observação do planeta Marte muito
contribuiu para esta análise, pois sua trajetória elíptica é menos difícil de ser observada, ou seja,
tem uma excentricidade (e) maior (4,5 vezes maior) que a excentricidade da Terra, vide tabela
01.
17
A Terra forma quase um caso particular da elipse, o círculo, o que dificultaria essa
observação por alguém fora da Terra.
Planeta Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno
Valor de e 0,2 0,07 0,02 0,09 0,05 0,06 0,05 0,009
Tabela 01: Valores das excentricidades dos planetas do nosso sistema solar.
Fonte: www.sitesgoogle.com
2.2.3 A Terceira Lei de Kepler
O quadrado do período “Ti” (onde o índice i refere-se ao planeta i-ésimo) de qualquer
planeta é proporcional ao cubo do semi-eixo maior “Ri “da sua órbita elíptica.
𝑇 𝑇
= =⋯
𝑅 𝑅
Obs:
1- O semi-eixo maior é a distância média entre o planeta e o sol, ou seja, a média
aritmética entre a distância do afélio ao Sol e a distância do periélio ao Sol.
2- O período é o tempo necessário para o planeta realizar uma volta em torno do Sol.
18
Onde: F é o módulo da Força de atração gravitacional entre duas massas, como dois
planetas, em newton, G é a constante denominada constante de gravitação universal e cujo
valor no Sistema Internacional de Unidades é,
𝐺 = 6,67𝑥10 .
19
Fonte: www.sitesgoogle.com
Fonte: www.sitesgoogle.com
Na equação que segue temos a força vetorial. Às vezes a equação apresenta um sinal
negativo para caracterizar como sendo uma força de atração entre os corpos.
( )
𝐹⃗ = 𝐺𝑚 𝑚 | |
.
Pela 3ª lei de Newton (para ação e reação), a força da massa 1 sobre massa 2 são iguais
em módulo e sentidos contrário, vide ilustração, Figura 8, que segue.
Fonte: www.sitesgoogle.com
20
opção para explicar essa atuação da força gravitacional é pensar a interação gravitacional como
um processo que envolve um campo gravitacional. Um corpo massivo “M”, como um planeta,
origina esse campo gravitacional g em todo o espaço ao seu redor e assim a força gravitacional
atua num outro corpo de massa “m” devido a existência desse enorme campo. Portanto, como
sintetizamos na fórmula abaixo, “O módulo do campo gravitacional num determinado local é
sempre igual ao módulo da aceleração de um corpo em queda livre no mesmo local”.
𝐹⃗
𝑔⃗ =
𝑚
Fonte: www.sitesgoogle.com
Os dados da tabela abaixo, mostram os módulos dos campos gravitacionais, em m/s2,
dos astros do nosso sistema solar.
Sol - 274;
Júpiter - 22,9;
Netuno - 11,0;
Terra - 9,8;
Saturno – 9,05;
Vênus - 8,6
Urano - 7,77;
Mercúrio - 3,78;
Marte - 3,72;
Lua - 1,67;
22
Plutão – 0,5.
Tabela 02: Valor da aceleração gravitacional dos planetas do sistema Solar.
A aceleração da gravidade também varia em um planeta com a altitude, conforme figura
abaixo. Assim, a aceleração da gravidade pode ser encontrada a uma certa distância h da
superfície de um astro, conforme expressão abaixo.
Figura 11 – A ilustração mostra a expressão para encontrar o valor do campo gravitacional a
uma distância h da superfície da Terra, que pode ser universalizada para outros astros.
Fonte: www.sitesgoogle.com
Fonte: www.sitesgoogle.com
2.6.2 Segunda Lei de Kepler como sendo uma consequência da conservação do momento
angular para um sistema isolado
A segunda Lei de Kepler, a lei das áreas, parte do fato que a força que o Sol exerce sobre
o planeta está sobre a linha que liga o planeta ao Sol, uma força central. Portanto, não exerce
torque em relação ao Sol, logo a quantidade de momento angular do planeta é constante. Por
conseguinte, a taxa na qual a área é varrida é a mesma para todas as partes da orbita.
Figura 13: Ilustra um modelo de uma trajetória de um planeta em torno do Sol.
𝜏⃗ = 𝑟⃑ × 𝐹⃑ = 𝑟⃑ × 𝐹 (𝑟)𝑟̂ = 0.
2.6.3 A Terceira Lei de Kepler a partir da lei do inverso do quadrado para órbitas
circulares
Considere um planeta de massa MP com velocidade orbital v em uma orbita circular de
raio r em torno do Sol de massa MS. Logo, a força de atração entre o planeta e o Sol será uma
força centrípeta, ou seja, a força gravitacional fornece a aceleração centrípeta do planeta que se
move em um círculo. Portanto, substituindo e fazendo as modificações chegaremos a terceira
lei de Kepler. Observe, no caso da terceira lei de Kepler, que Newton nos dá a constante
empírica em termos de G e da massa do corpo central em torno do qual se orbita.
Pela segunda lei de Newton, a equação fundamental da dinâmica, temos:
𝐺𝑀 𝑀 𝑀 𝑣
𝐹 =𝑀 𝑎→ =
𝑟 𝑟
𝐺𝑀 2𝜋𝑟
= 𝑇
𝑟 𝑟
4𝜋
𝑇 = 𝑟 =𝐾𝑟
𝐺𝑀
Observe, no caso da terceira lei de Kepler, que Newton nos dá a constante empírica em
termos de G e da massa do corpo central em torno do qual se orbita.
25
𝑊 = − ∫ 𝐹⃑ ∙ 𝑑𝑟⃑, mas
𝑓 ∙ 𝑑𝑟 = 𝐺 𝑑𝑟, integrando:
𝑚 𝑚
𝑈 = −𝐺 𝑑𝑟
𝑟
Figura 14: Ilustra um modelo da energia potencial da Terra em função da distância a ela.
𝑚𝑣 𝑀𝑚
=𝐺
(𝑅 + ℎ) (𝑅 + 𝑑)
𝑣 = 𝐺( )
𝑣 =
Podemos utilizar da equação deduzida acima, para orbitar um objeto em torno da Terra,
como satélites de comunicação ou satélites exploradores do espaço. Para sabermos a velocidade
“vorb” necessária para que permaneçam em órbita em torno da Terra, se faz necessário definir a
altura desejada. Hoje em dia, existem vários satélites em torno da órbita terrestre, como o
satélite Hubble, para que isso ocorra, um satélite que orbite a uma altitude h da superfície da
Terra, deve ser lançado a velocidade orbital de:
Figura 15: Ilustra um modelo de uma orbita de um satélite artificial em trono da Terra.
27
𝐺𝑀
𝑣 =
𝑅+𝑑
Fonte: www.sitesgoogle.com
𝑚𝑣 𝑀𝑚
+ −𝐺 =0
2 𝑅
2𝐺𝑀
𝑣 =
𝑅
CAPÍTULO 3
a peça teatral o professor poderá fazer uma síntese da defesa usada pelo personagem Galileu,
as perguntas feitas pelo personagem Aristóteles, que se encontra no roteiro da peça teatral.
Na quarta etapa ou encontro, teremos uma aula expositiva sobre gravitação universal.
Nesse encontro, ocorrerá uma aula expositiva pelo professor dos temas trabalhados em sala
seguindo o currículo existente no ensino médio e livros didáticos sobre o tema em questão,
preparando os alunos para uma melhor compreensão e motivação para os trechos de textos que
os alunos receberão para uma atividade numa próxima etapa. O Plano de aula está disponível
no produto educacional.
Na quinta etapa ou encontro, teremos uma aula expositiva sobre gravitação universal
(continuação), nesta aula o professor trabalhará temas em sala seguindo o currículo existente
no ensino médio e livros didáticos sobre o tema em questão, já preparando os alunos para uma
melhor compreensão e motivação para os trechos de textos que os alunos receberão para uma
atividade no próximo encontro. O Plano de aula está disponível no produto educacional.
Na sexta etapa ou encontro teremos uma aula onde o professor entregará alguns trechos
de textos de livros científicos, consta no produto educacional, aos alunos e solicitará que os
mesmos realizem uma leitura silenciosa. É importante que o professor acompanhe essa leitura
e que solicite aos alunos para extrair dos trechos do texto as palavras chaves. Transcorrido o
tempo de leitura, o professor explicará as palavras chaves e uma síntese de cada texto. O
professor deve aproveitar esse momento para explicar, a partir dos textos com fatos históricos,
a evolução das ideias de alguns pensadores gregos e da ciência moderna, deixando bem claro
para o aluno que esses conhecimentos não estão acabados, mas sim em constante mudanças.
Na sétima etapa ou encontro ocorrerá outra aula expositiva sobre gravitação universal,
nesta aula, o professor encerrará o assunto restante do conteúdo de gravitação universal através
de uma aula expositiva. O Plano de aula está disponível no produto educacional.
Na última etapa ou encontro uma sistematização do Conhecimento, a reaplicação do
questionário ou avaliação: Neste último encontro será entregue aos alunos o mesmo
questionário da primeira aula, em duas vias, acrescido de duas questões subjetivas sobre a
UEPS, acabado o tempo dado aos alunos para responderem, o professor receberá uma das vias
do questionário, para em outro momento corrigir e comparar com os gabaritos das respostas
iniciais dos alunos, como parte do processo avaliativo. Em seguida faremos a correção do
questionário com os devidos comentários para a turma, finalizando a UEPS em sala de aula.
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CAPÍTULO 4
4 METODOLOGIA
4.1 REFERENCIAL TEÓRICO
A metodologia empregada numa UEPS propõe uma S.D orientada por temas específicos
estabelecido pelo autor e tendo como base para seu sucesso, um marco teórico composto de
teorias de aprendizagens.
Nossa sequência didática, foi elaborada para que, através da sua aplicação possamos
num primeiro momento buscar e capturar os conhecimentos prévios ou concepções espontâneas
que os alunos possuem, para, em seguida, chegarmos ao sucesso do aprendizado do tópico
específico, no nosso caso, a gravitação universal. Conseguiremos esse sucesso, através dos
nossos encontros, onde aplicaremos todas as etapas da S.D estabelecida no nosso produto
educacional. É necessário revisões de tópicos de assuntos anteriores da disciplina de
matemática e da própria disciplina de física, inerentes ao tema gravitação universal,
promovendo assim no aluno um processo satisfatório de ensino-aprendizagem através do uso
desta UEPS.
Sobre a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel (1968,2000):
reforçar ou substituir seus conceitos do senso comum. Saber explorar as questões relativas ao
tema em questão, para o conteúdo ser apresentado sem conter impurezas para os alunos. Como
vimos, para que ocorra uma aprendizagem significativa é necessária a existência de um
conhecimento prévio que na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, recebe por vezes,
o nome de subsunçor.
O entendimento consiste em ensinar os novos conteúdos de forma objetiva para um
subsunçor específico, necessitando geralmente de uma revisão de conteúdo específico, que será
útil para a nova matéria a ensinar. Neste nosso tema de gravitação universal, identificamos a
necessidade de revisar tópicos como vetores, conceito de referencial, conceitos de repouso e
movimento, revisão de potência de dez e notação cientifica, força de atrito, movimento vertical,
as leis de Newton e força centrípeta.
Portanto, uma aprendizagem potencialmente significativa consiste em propiciar ao
aluno esses pontos de ancoragens, pois quando eles não o possuem – por exemplo, não conhecer
as regras do ‘VAR” (Vídeo Assistente) no jogo de futebol.
Por isso, a importância de num primeiro momento, tentar capturar o conhecimento
prévio do aluno e com o andamento da própria sequência didática, criar novos conceitos que
vão se tornando novos pontos de ancoragem na estrutura cognitiva do aluno, que quando
solidificado, passará a constituir um novo conjunto de conhecimentos prévios dos alunos ou
melhor novos subsunçores na mente do educando.
Para o teórico David Ausubel (1968,2000) , uma aprendizagem significativa diferencia
da aprendizagem mecânica, em que os alunos são capazes de absorver novas informações sem,
no entanto, interagir com conceitos anteriores já existentes na sua mente.
O novo problema com esses organizadores prévios é como identificá-los, por isso que
se torna necessária uma boa formação do docente. O professor tem que conhecer ou procurar
conhecer todos os pré-requisitos ou os principais pré-requisitos necessários de um novo assunto
da disciplina e obter seus subsunçores inicias. Portanto, uma sequência didática, acompanhada
de uma teoria da aprendizagem significativa é muito bem-vinda. Além disso, utilizamos como
já mencionamos no marco teórico as teorias de aprendizagem significativa crítica em visões
clássicas e contemporâneas de Moreira (2000,2005,2006) como complementação da construção
da sequência didática.
Desta forma, esperamos que após concluídos todos os momentos da nossa S.D,
tenhamos facilitado a consolidação do tema, que foi mediada pelo professor e construída no
aprendizado do discente. Esperamos assim que o sucesso estabelecido entre os conhecimentos
prévios dos discentes e os novos conteúdos adquiridos por eles, gere novos pontos de
32
IV. Kepler defendia a ideia de que os planetas giravam em torno do Sol, descrevendo
trajetórias elípticas, e o Sol estava situado em um dos focos dessas elipses.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
6- Em 1609, Galileu Galilei, apontou um telescópio para o céu. Em comemoração
aos quatrocentos anos desse feito, o ano de 2009 foi considerado pela ONU o Ano
Internacional da Astronomia. Entre suas importantes observações astronômicas, Galileu
descobriu que o planeta Júpiter tem satélites. Qual a importância histórica dessa
descoberta?
a) Permitiu a Johannes Kepler formular suas leis da mecânica celeste.
b) Comprovou a veracidade da Lei da Gravitação Universal de Isaac Newton.
c) Existem corpos celestes que não orbitam a Terra, o que implica que a Terra poderia
não ser o centro do Universo.
d) Existem corpos esféricos maiores que o Planeta Terra, o que implica que a Terra não
é o único corpo sólido do Universo.
7- Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (100-170 d. C.)
afirmou a tese do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo
que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de
Ptolomeu resolvia de modo razoável os problemas astronômicos da sua época.
Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-
1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do
heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do universo, com a
Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrônomo e
matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por
cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se
para os demais planetas.
A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que
a) Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo inspirado no contexto político do
Rei Sol.
b) Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser
testada e generalizada.
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c) Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente
incentivada pelas autoridades.
d) Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica
e científica da Alemanha.
8- Um satélite espacial encontra-se em órbita em torno da Terra e, no seu interior,
existe uma caneta flutuando. Essa flutuação ocorre porque:
a) há vácuo dentro do satélite;
b) a aceleração da gravidade local é nula;
c) a aceleração da gravidade, mesmo não sendo nula, é desprezível;
d) ambos, o satélite espacial e a caneta encontram-se em queda livre;
9- Sobre a trajetória elíptica realizada pela Terra em torno do Sol, conforme ilustração
abaixo, é correto afirmar que:
a) a força pela qual a Terra atrai o Sol tem o mesmo módulo da força pela qual o Sol
atrai a Terra.
b) o sistema mostrado na figura representa o modelo geocêntrico.
c) o período de evolução da Terra em torno do Sol é de aproximadamente 24 horas.
d) a velocidade de órbita do planeta Terra independe da sua posição em relação ao Sol
10- Leia atentamente o texto seguinte:
Entre 10 e 20 bilhões de anos atrás, sucedeu o Big Bang, o acontecimento que deu
origem ao nosso Universo. Toda a matéria e toda a energia que atualmente se encontram
no Universo estavam concentradas, com densidade extremamente elevada (superior a 5 ×
1016 kg.m-3) – uma espécie de ovo cósmico, reminiscente dos mitos da criação de muitas
culturas – talvez num ponto matemático, sem quaisquer dimensões. Nessa titânica
explosão cósmica, o Universo iniciou uma expansão que nunca mais cessou. À medida que
o espaço se estendia, a matéria e a energia do Universo expandiam-se com ele e
resfriavam-se rapidamente. A radiação da bola de fogo cósmica que então, como agora,
enchia o Universo, varria o espectro eletromagnético, desde os raios gama e os raios X à
luz ultravioleta e, passando pelo arco-íris das cores do espectro visível, até as regiões de
infravermelhos e das ondas de rádio. O Universo estava cheio de radiação e de matéria,
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sondagem. Antes mesmo de falar qualquer coisa sobre o tema, evitando assim influenciar as
respostas dos alunos. Este teste de sondagem será apresentado aos alunos em duas vias. As
respostas desse teste servirão para investigação das concepções espontâneas dos estudantes
sobre o Universo pelo professor; umas das vias respondida será entregue ao professor e a outra
permanecerá com o aluno para utilizar na sequência da atividade. Num segundo momento são
formados grupos de no máximo 5 alunos para analisar as respostas dos colegas.
2.Segunda etapa ou encontro (segunda aula): Após a apresentação das respostas
individuais dos alunos ao seu grupo, o grupo passará a discutir essas respostas e apresentará
uma única resposta do grupo, única redação, a cada pergunta do questionário inicial, que será
entregue uma cópia ao professor com a resposta do grupo. Caso um grupo não chegue a um
consenso nas respostas, poderá apresentar essas divergências. Nesse mesmo intervalo de tempo
acima, recomendamos ao professor analisar as respostas individuais dos alunos para um
conhecimento maior das concepções prévias de cada componente. Após a apresentação das
respostas individuais dos alunos ao seu grupo, o grupo passará a discutir essas respostas e
apresentará uma única resposta do grupo, única redação, a cada pergunta do questionário inicial,
que será entregue uma cópia ao professor com a resposta do grupo. Caso um grupo não chegue
a um consenso nas respostas, poderá apresentar essas divergências.
3. Terceira etapa ou encontro (terceira aula): Uma apresentação de uma peça teatral,
utilizando-se da sala de aula invertida. Os alunos apresentarão uma encenação teatral com
roteiro pré-estabelecido, existente no nosso produto educacional, em anexo, rico em detalhes
da física. Sugerimos a seguinte metodologia: primeiramente, verificado o desempenho dos
alunos no processo de discussão em grupos, o professor escolherá os possíveis atores,
entregando o roteiro da peça teatral para eles representarem. Solicitando ainda que os alunos,
seguindo o roteiro da peça, apresente também uma aula de física sobre o conteúdo do seu autor
ou do seu papel na peça, chamamos essa aula de sala invertida. O professor deve escolher os
alunos em função do desempenho deles na sala de aula, para representar os personagens que
constam no roteiro. Em vez da peça teatral o professor poderá escolher os alunos para
representar os personagens da sua própria carteira escolar, simplesmente fazendo a leitura do
seu personagem de acordo com o roteiro, em voz alta. O roteiro já pode ser entregue aos alunos
no final da segunda aula para uma leitura em casa.
4. Quarta etapa ou encontro (quarta aula): Uma aula expositiva sobre gravitação
universal. Nesse encontro, uma aula expositiva pelo professor dos temas trabalhados em sala
seguindo o currículo existente no ensino médio e livros didáticos sobre o tema em questão,
preparando os alunos para uma melhor compreensão e motivação para os trechos de textos que
38
os alunos receberão para uma atividade numa próxima etapa. Plano de aula disponível no
produto educacional.
5. Quinta etapa ou encontro (quinta aula): Uma aula expositiva sobre gravitação
universal (continuação), neste encontro, uma aula expositiva pelo professor dos temas
trabalhados em sala seguindo o currículo existente no ensino médio e livros didáticos sobre o
tema em questão, já preparando os alunos para uma melhor compreensão e motivação para os
trechos de textos que os alunos receberão para uma atividade no próximo encontro. Plano de
aula disponível no produto educacional.
6. Sexta etapa ou encontro (sexta aula): Nesta aula o professor entregará alguns trechos
de textos de livros científicos, consta no produto educacional, aos alunos e solicitará que os
mesmos realizem uma leitura silenciosa. É importante que o professor acompanhe essa leitura
e que solicite aos alunos para extrair dos trechos do texto as palavras chaves. Transcorrido o
tempo de leitura, o professor explicará as palavras chaves e uma síntese de cada texto. O
professor deve aproveitar esse momento para explicar, a partir dos textos com fatos históricos,
a evolução das ideias de alguns pensadores gregos e da ciência moderna, deixando bem claro
para o aluno que esses conhecimentos não estão acabados, mas sim em constante mudanças.
7. Sétima etapa ou encontro (sétima aula): Aula expositiva sobre gravitação universal,
nesta aula, o professor encerrará o assunto restante do conteúdo de gravitação universal através
de uma aula expositiva. Plano de aula disponível no produto educacional.
8. Oitava etapa ou encontro (oitava aula): Sistematização do Conhecimento, a
reaplicação do questionário ou avaliação: Neste último encontro será entregue aos alunos o
mesmo questionário da primeira aula, em duas vias, acrescido de duas questões subjetivas sobre
a UEPS, acabado o tempo dado aos alunos para responderem, o professor receberá uma das
vias do questionário, para em outro momento corrigir e comparar com os gabaritos das respostas
iniciais dos alunos, como parte do processo avaliativo. Em seguida faremos a correção do
questionário com os devidos comentários para a turma, finalizando a UEPS em sala de aula.
11- Com essa sequência de atividades que aplicamos em sala de aula, você
considera que elas facilitaram a sua aprendizagem, sobre o assunto de gravitação
universal?
12- Realizamos algumas atividades durante essa sequência didática, como a
discussão em grupo, a apresentação das respostas dos grupos para a turma, a peça teatral,
entre outras. Qual dessas atividades você mais gostou?
40
CAPÍTULO 5
Questão 2: Subjetiva
42
Questão 3: Objetiva
Questão 4: Objetiva
43
Questão 5: Objetiva
Questão 6: Objetiva
44
Questão 7: Objetiva
Questão 8: Objetiva
45
Questão 9: Objetiva
Questões finais: Questões para opiniões dos alunos sobre a sequência didática.
Questão11: Subjetiva
Análise:
A maioria errou a questão no pré-teste, e evoluímos muito na reaplicação. Observamos
que no pré-teste que os alunos não distinguiam muito bem os conceitos de gravidade,
aceleração, força-peso, campo gravitacional, atmosfera e força gravitacional. Entendemos,
como na primeira questão, que o professor terá que trabalhar com ênfase nesses conceitos no
decorrer da aplicação da sequência didática. Fazendo com que esse conhecimento prévio dos
alunos evolua e assim os alunos aprenderão a diferenciá-los, reformulando seus subsunçores.
Questão 3: Objetiva
Pré-teste:
Esta questão refere-se ao modelo do geocentrismo, a questão cita Aristóteles e
Ptolomeu, colocando a Terra no centro do universo, tendo como resposta certa a letra A, o
geocentrismo. Como vimos no gráfico, maioria errou, marcaram a letra C (43,75%), o Big-
Bang, seguida da letra B (31,25%), o heliocentrismo.
Pós-teste:
O pós-teste mostra que a sequência didática utilizada foi bem eficaz, apesar da pouca
dificuldade da questão, já que na reaplicação do questionário a maioria dos estudantes acertou,
chegando aos 81,25% de acerto.
Análise:
Observamos que a maioria marcou a opção do modelo big-bang como resposta correta
a pergunta, estranhamos essa associação de uma opção tão moderna, big-bang, com uma
pergunta que citava os filósofos gregos da antiguidade, como Aristóteles e Ptolomeu e a Terra
no centro do Universo. Começamos a perceber que acertamos ao colocar esse tema na
sequência didática, com os textos de livros paradidáticos com o tema Universo e também no
conteúdo sugerido para a primeira aula expositiva desta sequência de ensino. Acreditamos que
estes dispositivos muito contribuíram na forma de passar esse conteúdo para os alunos,
motivando-os ao querer aprender.
Questão 4: Objetiva
Pré-teste:
Esta questão refere-se ao modelo do heliocentrismo, as opções de respostas facilitaram
a questão e a maioria dos estudantes acertou.
Pós-teste:
A quantidade de acertos manteve-se no pós-teste, esperávamos mudar um pouco mais a
quantidade de acertos, mas salientamos que dos 16 alunos, 11 acertaram, o que nos deixou com
poucos alunos para mudanças.
49
Análise:
Uma questão não muito difícil, pois o próprio enunciado e as alternativas de respostas
muito contribuíram para o aluno ao realizar este questionário. Essa igualdade de porcentagem
de acertos no pré-teste e pós-teste, torna-se menos preocupante, a medida em que você verifica
que quase todos os alunos que acertaram no pré-teste, fixaram seu conhecimento.
Questão 5: Objetiva
Pré-teste:
Uma questão bem contextualizada, revisando os modelos do universo até Kepler. Tem
com opção correta a letra A, com apenas 18,75% de acertos.
Pós-teste:
A quantidade de acertos mudou consideravelmente no pós-teste, subindo para 56,25%.
Uma outra opção errada, que foi bem marcada, ficou om 37,25%, isso se deve ao fato desta
opção constar de duas afirmativas verdadeiras. Mas a questão mostra que existem três
afirmativas verdadeiras e não apenas duas.
Análise:
A opção de respostas traz como correta a letra A, onde consta que três das afirmações
citadas no corpo da questão são verdadeiras. Entendo que devemos alertar aos alunos, na
solução final do questionário, sobre uma outra alternativa, a letra D, que foi bem marcada por
eles no pré-teste e pós-teste. Nesta letra D, aparece como verdadeiras apenas duas afirmações,
acredito que o aluno ficou em dúvida se eram três alternativas verdadeiras, letra A, ou apenas
duas verdadeiras, letra D. O fato da dúvida da questão se fortalece, no meu entender, devido ao
corpo da questão usar em uma das afirmações verdadeiras, o modelo de Ptolomeu um modelo
menos vivenciado pelos docentes. Sugiro aqui um reforço nas aulas expositivas da sequência
didática sobre o modelo de Ptolomeu.
Questão 6: Objetiva
Pré-teste:
Esta questão refere-se ao pensador Galileu Galilei e exige dos alunos uma reflexão sobre
as observações realizadas por Galileu com o uso do telescópio, a maioria dos estudantes errou
a questão, mas tivemos uma boa percentagem de marcação na opção correta (31,25%).
Pós-teste:
Aumentamos o número de acertos no pós-teste, a quantidade de acertos passou de
31,25% de acertos, para 43,75% acertos.
Análise:
50
Uma questão que necessita de uma boa interpretação de texto, somado a uma exigência
de uma boa percepção e um bom entendimento da observação feita do evento, mencionado na
questão. A marcação correta exigia do estudante um bom alicerce do tema, já a segunda
alternativa mais marcada pelos estudantes, embora temporalmente descontextualizada,
acreditamos que se deu pela confusão feita do fenômeno exposto na questão com a
comprovação do heliocentrismo por Galileu na alternativa. Sugiro que na correção final pelo
professor, no último encontro da sequência didática, esse aspecto seja levantado.
Questão 7: Objetiva
Pré-teste:
A maioria dos alunos acertou a questão, no nosso entendimento o enunciado muito
contribuiu para esse acerto. A porcentagem de acerto foi de 50%, todas as outras opções
também foram marcadas.
Pós-teste:
O número de acertos aumentou, chegou aos 62,5% no pós-teste. A outra alternativa mais
marcada pelos alunos, deve ter sido em função da presença do nome do planeta Marte, pois esse
estava no enunciado da questão.
Análise:
O número de acertos aumentou, passou de 50% do pré-teste para 62,5% no pós-teste.
Acreditamos que a sequência contribuiu com o desenvolvimento intelectual do aluno,
alicerçando o conhecimento das leis cientificas, através das aulas expositivas, da encenação
teatral, da sala invertida e da leitura dos textos.
Questão 8: Objetiva
Pré-teste:
A maioria doa alunos errou, marcou como opção a gravidade nula, letra B, a
porcentagem atingiu 58,75%. Essa opção, de gravidade nula, é muito comum no pensamento
dos alunos.
Pós-teste:
Conservaram a alternativa B, gravidade nula, mas a porcentagem caiu para 37,5%. A
opção correta ficou em terceiro lugar com 25%.
Análise:
A UEPS com sua S.D utilizada, não foi capaz de modificar os subsunçores dos alunos,
por isso sugerimos ao professor a resolução do questionário ao final do último encontro da S.D,
51
como fase complementar, para tentar desta forma solidificar o novo conhecimento, já que
entendemos que uma avaliação não pose ser encarada como um processo final.
O texto descreve o modelo do big-bang, numa linguagem acessível para o ensino médio.
A alternativa correta exigia dos alunos uma interpretação de texto, sem algoritmo algum.
5.3.1 Aluno A1 - 01
a) Questionário respondido pelo aluno A1- 01 individualmente.
53
5.3.2 Aluno A1 - 03
a) Questionário respondido pelo aluno A1- 03 individualmente.
55
A foto abaixo, representa um cartaz utilizado por um aluno, durante a sala invertida.
61
A foto abaixo, mostra um aluno lecionando para a sua própria turma, sala invertida
62
CAPÍTULO 6
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em conta os objetivos gerais e específicos apresentado neste trabalho,
podemos contribuir com levantamentos importantes surgidos durante a aplicação das etapas da
sequência didática (SD) que compõem o produto educacional, servindo assim para uma melhor
aprendizagem potencialmente significativa através desta sequência.
. Certificamos, conforme a teorias de aprendizagem utilizada, que é necessário valorizar
os conhecimentos prévios dos alunos. Foi isso que buscamos com as etapas da sequência
didática, adquirindo na prática boa parte destes conhecimentos prévios, que valorizados,
revisados e até modificados, contribuíram em muito para obtermos uma aprendizagem
significativa. Além disso, com a prática do produto, nos foi mostrado a importante necessidade
de provocar e motivar o aluno, pois só com esse entusiasmo a aprendizagem pode ser
consolidada em sala de aula. Sendo assim, torna-se necessário buscar nessas etapas da
sequência didática agentes que reforcem essa vontade de aprender do aluno.
Portanto, o ensino de física por uma sequência didática serve como alicerce para um
bom ensino de Física no ensino médio, já que ela nos permitir aplicar a teoria de aprendizagem
que mencionamos na metodologia. Cabe ao professor esse papel de planejar os instrumentos a
serem utilizados numa sequência para atingir os pontos mencionados anteriormente, na
aplicação de um produto educacional. Procurando agir desta forma, estaremos dando ênfase a
uma cristalização do novo conteúdo abordado para o aluno, evidenciando a sua participação
ativa neste processo que se consolida, através das etapas que compõem a sequência, essas são
muito importante e permitirão, se bem aplicadas, o desenvolvimento de atitudes positivas nos
educandos, que servirá de uma nova base cognitiva no seu desenvolvimento intelectual. As
problematizações apresentadas nas etapas da sequência, como no questionário inicial, a
discussão em grupo, a sala invertida, a encenação teatral entre outras, serviram para aproximar
o docente dos discentes e os motivarem.
Para os professores do ensino médio que forem aplicar o produto, levantamos as
seguintes observações:
É necessário antes de aplicar o questionário no primeiro encontro ou aula, motivar o
aluno a escrever, sugerindo que a sua participação nesta sequência fará parte da sua avaliação
somativa para a nota do bimestre, independentemente de sua resposta ser certa ou errada. Desta
forma, acreditamos que o aluno ficará mais a vontade de explicitar seus conhecimentos prévios.
65
Na discussão em grupo, sugerimos que o professor alerte que a resposta do grupo não
necessita ser uma única resposta, caso os alunos não cheguem a um entendimento único da
questão, eles podem apresentar mais de uma resposta. A nossa intenção nesta etapa da
sequência é que os alunos socializem os seus conhecimentos prévios com os demais do grupo,
discutam e preparem sua ou suas repostas para uma apresentação no próximo encontro, para
socializar com a sala de aula.
Antes da encenação teatral, é importante que o professor, após perguntar quem quer
representar nossos filósofos ou pensadores constantes no roteiro da peça teatral, chamar um a
um, e mostrar materiais com os modelos ou as leis, para o aluno poder preparar uma aula sobre
o conteúdo do seu pensador escolhido, sala invertida.
Nas aulas expositivas sobre o tema Gravitação Universal, chamamos a atenção para uma
necessidade de uma contextualização histórica sobre o tema, algo que já sugeri no próprio
produto, bem como resolver os exercícios e problemas que lá constam.
Na reaplicação do questionário, faz-se necessário uma reforçada na necessidade de
comprometimento dos alunos em manter suas respostas como sendo individuais, evitando a
mania da cola. Deixando-os bem à vontade para responderem também as duas novas perguntas,
introduzidas ao questionário inicial, sobre a avaliação da nossa sequência didática. É bom
reforçar aqui, que o produto sugere a resolução do questionário ao final de tudo, tornando assim
a reaplicação do questionário, como uma avalição meio. Esta resolução cristaliza, no nosso
entendimento, o conteúdo da sequência.
Esses levantamentos realizados durante a aplicação do produto, nos permite afirmar
que a metodologia utilizada necessita ser bem planejada, inclusive para prever possíveis
contratempos.
Evidenciamos, assim, que este trabalho conseguiu obter sucesso e bons resultados,
inclusive de um melhor relacionamento entre os discentes e da própria turma com o docente. A
elaboração do produto educacional e a sua execução provocou atitudes positivas nos educandos,
diminuindo inclusive aquela ideia de atribuirmos status, aos cientistas, de super-heróis. Onde
mostramos que os modelos de universo construídos pelos seus idealizadores e seus
pensamentos, com suas matemáticas e leis físicas não foram feitas a toque de caixa, e sim num
esforço enorme, com muitas dúvidas, fracassos, sucessos, ansiedades, inquietudes e, com
certeza, trabalhos feitos devido a muitas mãos e como sempre baseados em estudos
contemporâneos ou de outras épocas.. No entanto, e de bom grado reconhecer o mérito das
contribuições individuais, levando em contas suas fantásticas intuições e, em alguns casos, até
66
enfatiza-los. Além dos alunos, com a utilização desses grandes pensadores, se situarem melhor
num contexto histórico-científico.
Concluímos, acreditando que a utilização de uma teoria de aprendizagem significativa
como base para essa UEPS, muito contribuir para o processo de ensino-aprendizagem dos
alunos. Esta metodologia, sendo utilizada pelo professor, adaptando a sua realidade, aproxima
o aluno do conteúdo, ao mesmo tempo que provoca, incentiva, motiva, facilita e permite
melhorar a qualidade de ensino de Física no Ensino Médio.
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAMÁSIO, Felipe.; PESUZZI, Luiz O.Q. Eppur si muove: a defesa do copernicanismo teve
papel central nas condenações de Galileu?. X Encontro Nacional de Pesquisa em educação
em Ciências – X ENPEC, Águas de Lindóia, SP – 24 a 27 de novembro de 2015.
D.P Ausubel, The psychology of meaningful verbal learning. New York: Grune and Stratto,
1963. 253p.
D.P Ausubel, Educacional psychology: a cognitive view. New York: Holt, Rinehart and
Winston, 1968. 685p
D.P Ausubel, The acquisition and retention of knowledge: a cognitive view. Dordrecht: Kluwer
Academic Publisher, 2000, 212p.
DRUMMOND, J.M.H.F. et al. Apêndice 1 – Texto “Laçadas no Céu”. Cad. Bras. Ens. Fís, v
32, n. 1, p.99-141, abr. 2015.
GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos mitos da criação ao big bang. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.
KNIGHT, Randall D. Física 1: uma abordagem estratégica. Tradução: Trieste Freire Ricci.
2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
MARTINS, Roberto de Andrade. O Universo: teorias sobre sua origem e evolução. São
Paulo: Moderna, 1994.
NORONHA, Luis Carlos, Evolução dos modelos do Universo através dos tempos– Luis
Carlos Noronha, Lucgraf – Natal (RN), 2019.
PRODUTO EDUCACIONAL
NATAL
2019
70
RESUMO
ABSTRACT
This paper presents a proposal for a potentially significant teaching unit (UEPS) composed of
an S.D. from models of the universe of ancient Greece to Isaac Newton's model, with his theory
of universal gravitation, for high school. Starting with an individual questionnaire to check
students' prior or spontaneous knowledge. Our S.D will be divided into 8 (eight) stages,
meetings or classes, of 50 minutes each. In the first step, meeting or class, we will have a survey
questionnaire followed by a group discussion. In the second class an explanation to the group
of the answers of each group. The third class will be a staging of a play by the students,
accompanied by an inverted classroom. In the fourth meeting we will have for the first time a
lecture held by the teacher on the subject, following the content of high school. On the fifth
meeting, another lecture. In the sixth moment of our sequence, we will read short scientific
texts on the subject, in fact excerpts of texts from books by renowned science writers. Already
in the seventh moment, again a lecture, to close the content on the topic. At the last meeting,
we will reapply the initial questionnaire and close the S.D. with the final correction. This UEPS
proposal of Physics for a didactic sequence, with a significant learning, seeks to facilitate the
teaching and learning of students based on Ausubel's pedagogical theory of scientific learning.
which serves as a great tool for improving the educational process by contributing to all who
make up the education system. The research was conducted by my person, Luís Carlos Noronha
e Sousa, a teacher at the state school of the Rio Grande do Norte State Department of Education,
and was conducted with a group of 21 first graders of the public high school. State School,
Nestor Lima State School, no number, avenue Sao Jose in the neighborhood of dry pond, with
zip code 59054630, in the city of Natal, Rio Grande do Norte.
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 71
1 APRESENTAÇÃO
O presente trabalho visa levar para a sala de aula do ensino médio uma discussão sobre
a evolução dos modelos do Universo relacionado com o conteúdo de gravitação universal, até
o estabelecimento da lei da gravitação universal de Isaac Newton. Como justificativa para este
estudo encontramos o interesse e questionamento permanente dos estudantes sobre esse tema.
Verificamos também a necessidade de adequação à Base Nacional Comum Curricular, que
certamente reforçará um programa de astronomia na educação básica.
Sabemos que ao longo dos tempos sempre houve a preocupação em criar e/ou
aprimorar modelos para explicar o Universo, sendo esses modelos referenciados pela ciência.
Buscamos, com esse estudo, reunir os modelos do Universo estabelecido pela ciência
Ocidental, com contribuições desde a Grécia antiga até o modelo de Isaac Newton,
construindo assim um material unificado e, ao mesmo tempo, um conjunto de aulas sobre esse
tema tão dominante nas mídias atuais e geralmente de difícil acesso, neste formato sequencial
e de maneira evolutiva, aos estudantes da rede estadual.
O objetivo inicial da UEPS é capturar o conhecimento prévio dos alunos que servirá
não apenas para poder avançar no ensino de conteúdo, mas principalmente para trazer o
conhecimento cultural do aluno para dentro da sala de aula, dentro do colégio. Sabemos que em
alguns casos esse conhecimento prévio ou concepção espontânea do aluno podem ser errôneos
ou conflitantes, em outros casos similares ao que se quer ensinar, precisando assim ser
reformulados.
acrescido de duas novas perguntas sobre a sequência didática utilizada e assim fechando a
sequência com a resolução do questionário pelo professor para os alunos.
b) Heliocentrismo
c) Big-Bang
d) Gravitação Universal
4- Na antiguidade existiam dois pensamentos conflitantes, um a favor do Sol em
repouso no centro do universo, com a Terra e os outros planetas em movimento em torno
dele, denominado Heliocentrismo. E um outro pensamento em que a Terra é que estaria
em repouso, no centro do universo, com o Sol e os outros planetas em movimento em torno
dela, denominado Geocentrismo. Em relação ao nosso sistema Solar, qual dos dois
pensamentos, melhor representa a situação atual.
a) Geocentrismo, o Sol no centro
b) Geocentrismo, a Terra no centro
c) Heliocentrismo, o Sol no centro
d) Heliocentrismo, a Terra no centro
5- Analise as proposições a seguir sobre as principais características dos modelos
de sistemas astronômicos.
I. Sistema dos gregos: a Terra, os planetas, o Sol e as estrelas estavam incrustadas em
esferas que giravam em torno da Lua.
II. Ptolomeu supunha que a Terra encontrasse no centro do Universo e os planetas
moviam-se em círculos, cujos centros girava em torno da Terra.
III. Copérnico defendia a ideia de que o Sol estava em repouso no centro do sistema e
que os planetas (inclusive a Terra) giravam em torno dele em órbitas circulares.
IV. Kepler defendia a ideia de que os planetas giravam em torno do Sol, descrevendo
trajetórias elípticas, e o Sol estava situado em um dos focos dessas elipses.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
6- Em 1609, Galileu Galilei, apontou um telescópio para o céu. Em comemoração
aos quatrocentos anos desse feito, o ano de 2009 foi considerado pela ONU o Ano
Internacional da Astronomia. Entre suas importantes observações astronômicas, Galileu
descobriu que o planeta Júpiter tem satélites. Qual a importância histórica dessa
descoberta?
a) Permitiu a Johannes Kepler formular suas leis da mecânica celeste
77
a) a força pela qual a Terra atrai o Sol tem o mesmo módulo da força pela qual o Sol
atrai a Terra.
b) o sistema mostrado na figura representa o modelo geocêntrico.
c) o período de evolução da Terra em torno do Sol é de aproximadamente 24 horas.
d) a velocidade de órbita do planeta Terra independe da sua posição em relação ao Sol
10- Leia atentamente o texto seguinte:
Entre 10 e 20 bilhões de anos atrás, sucedeu o Big Bang, o acontecimento que deu
origem ao nosso Universo. Toda a matéria e toda a energia que atualmente se encontram
no Universo estavam concentradas, com densidade extremamente elevada (superior a 5 ×
16 –3
10 kg.m ) – uma espécie de ovo cósmico, reminiscente dos mitos da criação de muitas
culturas – talvez num ponto matemático, sem quaisquer dimensões. Nessa titânica
explosão cósmica, o Universo iniciou uma expansão que nunca mais cessou. À medida que
o espaço se estendia, a matéria e a energia do Universo expandiam-se com ele e
resfriavam-se rapidamente. A radiação da bola de fogo cósmica que então, como agora,
enchia o Universo, varria o espectro eletromagnético, desde os raios gama e os raios X à
luz ultravioleta e, passando pelo arco-íris das cores do espectro visível, até as regiões de
infravermelhos e das ondas de rádio. O Universo estava cheio de radiação e de matéria,
constituída inicialmente por hidrogênio e hélio, formados a partir das partículas
elementares da densa bola de fogo primitiva. Dentro das galáxias nascentes, havia nuvens
muito mais pequenas, que simultaneamente sofriam o colapso gravitacional; as
temperaturas interiores tornavam-se muito elevadas, iniciavam-se reações
termonucleares e aparecerá nas primeiras estrelas.
As jovens estrelas quentes e maciças evoluíram rapidamente, gastando
descuidadamente o seu capital de hidrogênio combustível, terminando em breve as suas
vidas em brilhantes explosões – supernovas – e devolvendo as cinzas termonucleares –
hélio, carbono, oxigênio e elementos mais pesados – ao gás interestelar, para subsequentes
gerações de estrelas. O afastamento das galáxias é uma prova da ocorrência do Big Bang,
mas não é a única. Uma prova independente deriva da radiação de micro-ondas de fundo,
detectada com absoluta uniformidade em todas as direções do Cosmos, com a intensidade
79
Opa!
Sou Copérnico e meus estudos sobre o universo começou, de início, com uma cartilha
que eu escrevi, em que os movimentos dos planetas seriam melhor explicados por um modelo
com o Sol no centro, mas agora que já estou bem velhinho, deixo um grande tratado: “De
revolutionibus orbium coelestium” (Da revolução das esferas celestes), onde a Terra e os
demais planetas, giram em órbitas circulares em torno do Sol, discordando assim, da mecânica
aristotélica, que ainda reina nessa época.
&Comentarista:
Ao mover o Sol para o centro do Universo, Copérnico deu início a um enorme problema,
uma redefinição da ordem celeste, que reinava por quase 2 mil anos. Sabendo dessa dificuldade,
já que as Igrejas Católica e a Protestante ajustaram suas doutrinas ao modelo do geocentrismo.
Copérnico dedicou seu livro ao Papa Paulo III, aproveitando para escrever que a Bíblia não
deveria ser usada para interpretar o mecanismo dos céus.
É bom lembrar que, nesta época, já tinha ocorrido a Reforma, a criação de uma outra
Igreja, a Protestante, fundada por Martinho Lutero, um ex-monge católico e, de agora em diante,
um novo Líder dessa Nova Igreja.
Mas tanto a Igreja católica como a Igreja de Lutero vulgarizaram esse novo modelo de
Copérnico. Veja um trecho de uma crítica de Martinho Lutero a Copérnico:
“Ouvi falar de um novo astrólogo que quer prova que a Terra está em movimento e que
gira em torno de si mesma e não os céus em torno dela [....] o tonto quer virar a arte da
astronomia de cabeça para baixo”.
Porém, décadas depois surgem outros a favor de Copérnico, como Johannes Kepler
(1571-1630) e Galileu Galilei (1564-1642) e outros......
&Aristóteles:
Olá novamente! Sou o Aristóteles, lembram!
Queria está vivo por aí na Terra, para perguntar aos defensores desse modelo da Terra
em movimento e o Sol parado no centro. O seguinte:
Como a Terra se move?
Por que os corpos insistem em cair para a Terra e não para o Sol?
Por que as nuvens e pássaros não ficam para trás?
Por que as estrelas parecem não se moverem?
Por que a soltar uma pedra do alto de uma torre, a pedra cai na base da torre?
Por que a Lua gira ao redor da Terra e não do sol?
&Comentarista:
83
Mas, para responder essas perguntas, já que não tínhamos as leis da física atuais, tivemos
que esperar por Kepler, Galileu, Newton, entre outros.
O modelo de Copérnico foi considerado pelos astrônomos da época como um excelente
modelo matemático, mas com uma física ruim.
& Kepler:
Beleza turma!
Kepler, após anos de observações no céu, com equipamentos que herdei do meu mestre,
o astrônomo Tycho Brahe (1546-1601), verifiquei que o universo pode ser regido por leis da
física e é melhor explicado com o Sol no centro, o heliocentrismo.
Leis físicas como a lei das órbitas, onde os planetas possuem órbitas elípticas em torno
do Sol, e outras leis que encontrei, que serão ensinadas pelo seu professor.
&Comentarista:
O modelo do Sol no centro do universo, heliocentrismo, ganha força com a chegada de
um novo físico, Galileu, e começa assim uma disputa entre os pensamentos de Galileu e a Igreja,
que termina com um julgamento comentado até hoje em dia.
&Galileu:
Oi!
Sou o Galileu, venho aqui reforçar o modelo de Copérnico, o heliocentrismo, conheci
um instrumento que Copérnico não possuía na época, um telescópio. Resolvi, então, fazer o
meu próprio telescópio, com um aumento de até trinta vezes.
Descobri, assim, que o planeta Júpiter, que está em movimento, possui Luas que o
acompanha. Quero, com essa observação, responder que a Terra em movimento também não
deixaria a Lua para trás, como argumentavam os defensores do geocentrismo, que defendiam
que a Terra não podia estar em movimento, pois a Lua não a acompanharia.
Queria o Aristóteles vivo para mostrar a ele que num navio em movimento, ao soltarmos
uma bola do mastro da vela, lá em cima, ela cairá aos seus pés, e não atrás.
Portanto, na Terra em movimento, ao soltarmos uma bola do alto de uma torre, ela
acompanha o movimento da Terra e cai também aos pés da torre, e não atrás.
&Comentarista:
Galileu explicou que o corpo no ar acompanha a Terra em movimento. Como um
estudante, sentado num banco de um ônibus em movimento, que, ao lançar uma moeda, verifica
que ela não fica para trás, volta para suas mãos.
Mas os acadêmicos da época não aceitavam e relutavam que um simples instrumento
(telescópio) pudesse destruir todo o universo aristotélico.
84
Galileu observa que vivemos num Universo bem maior, ele descobre um conjunto de
estrelas, as nebulosas, que, décadas depois, serão denominadas galáxias, incluindo a nossa Via
Láctea e, com elas, novos modelos surgem.
Via Láctea é a galáxia da qual o nosso sistema solar faz parte, o nosso sistema solar
encontra-se na periferia dessa galáxia.
Mas as Igrejas, com amplo poder, não queriam aceitar essa mudança da Terra no centro
do universo, pois, assim como a Terra, o homem, criatura de Deus, também sairia do centro do
universo.
Assim, a Igreja começou a advertir os estudiosos da época, entre eles Galileu, sobre esse
pensamento do heliocentrismo.
Para completar, em seus livros, Galileu se sentia um representante do próprio Deus, o
mensageiro das estrelas, o encarregado de resolver essa situação. E, ainda, atacou fortemente
um padre Jesuíta, que confrontou Galileu academicamente, o Pe Orazio Grassi, pseudônimo
Sarsi. Galileu, com isso, perdeu a admiração dos jesuítas.
“você não pode negar, senhor Sarsi, que apenas a mim foi permitida a descoberta de
novos fenômenos celestes, e nada a qualquer outro. Essa verdade nenhuma malícia ou inveja
pode alterar” (Trecho do livro de Galileu)
&Galileu:
Oi voltei, lembram-se de mim, sou Galileu!
Como todos sabem, defendo o modelo do heliocentrismo de Copérnico, o Sol no centro
e a Terra girando em torno dele, pretendo lançar um livro, mas já fui advertido pela Igreja para
me limitar sobre esse assunto a um modelo matemático.
Então, resolvi que vou lançar, mas da minha maneira, não vou seguir a recomendação
da igreja!
&Comentarista:
Galileu era um grande fiel da igreja católica, era muito admirado por ela e tinha muitos
amigos. Com isso, também tinha desafetos dentro dela, principalmente com um padre Jesuíta e
matemático Orazio Grassi, como já mencionamos anteriormente, um homem muito estudioso.
&Galileu:
Oi voltei!
Lancei mesmo um livro, em 1623, com o título “O ensaiador”, que no ano seguinte foi
denunciado ao Tribunal do Santo Ofício, a famosa inquisição da Igreja, já que o livro foi
entendido pelos padres Jesuítas como uma provocação à Igreja.
85
Para minha sorte, e uma grande infelicidade para a Igreja, na mesma época morreu o
papa Gregório XV, que foi sucedido pelo novo papa Urbano VIII, um intelectual refinado e
amigo meu, que arquivou o caso.
&Comentarista:
Na verdade, esse livro de Galileu abandonava o aristotelismo, além de separar a filosofia
da religião, enaltecendo ainda por cima a ideia de átomos, que era contrária aos padres Jesuítas
e a Igreja, que estavam envolvidos na Transubstanciação, da Eucaristia. Onde ficou
estabelecido que o pão e o vinho eram o verdadeiro corpo e sangue de Cristo.
Assim, a teoria atômica de Galileu não estava em conformidade com essas
transformações eucarísticas, ou seja, com a doutrina da igreja.
Mas o seu amigo, o Papa, o salvou dos padres Jesuítas, arquivando o caso.
&Galileu:
Oiiiii!
Meus adversários, os padres Jesuítas, se fortaleceram na década de 1630, exatamente
quando lancei mais um livro “O Dialogo”, dessa vez tudo bem direitinho, sem me meter nas
confusões do primeiro livro, todo cuidadoso com relação ao heliocentrismo, sem fazer
referências às escrituras, e minha teoria atômica, sem relação ao milagre da eucarística.
Só que os Jesuítas, fortalecidos, me denunciaram pelos mesmos motivos do livro
anterior, isso poderia me levar a uma pena de morte.
Mas, dessa vez, não tive culpa, como tive no primeiro livro, quando não obedeci a
advertência da igreja, que tinha me pedido para falar sobre o assunto apenas matematicamente.
&Comentarista:
Galileu tentou convencer a Igreja que tinha prova do modelo do heliocentrismo, através
de um novo fato, a explicação do sobe e desce da maré, a explicação da maré alta e da maré
baixa na praia. Hoje em dia, sabemos que essa explicação de Galileu estava errada.
Mas, com essa nova denúncia contra Galileu, o caso tornou-se de Estado, alguém íntimo
ao papa era suspeito de heresia, a condenação era necessária naquele momento para evitar outro
escândalo ligado ao papa Urbano VIII, já que o papa tinha amolecido em outros casos e
arquivado muitas denúncias, o papa estava bastante pressionado, assim, Galileu foi a
julgamento.
O JULGAMENTO:
&Comentarista:
Começa, então, um julgamento que vai entrar para a história, um julgamento de um fiel
e amigo da igreja católica no Tribunal do Santo Ofício da mesma Igreja, a Inquisição.
86
&Juiz:
Estamos iniciando um julgamento na suprema corte da Inquisição, no tribunal do santo
ofício.
Temos como Réu Galileu Galilei, fui informado em relatório que Galileu é favorável a
teoria Copernicana, o heliocentrismo, ou seja, o Sol parado no centro e que a Terra se move em
torno dele.
Nas ideias de Galileu consta que, utilizando um instrumento, feito por ele mesmo,
observou o seguinte:
Vejam o que escreveu Galileu:
1- O planeta Júpiter está em movimento no céu e possui luas que giram ao seu
redor, mas nem por isso elas ficaram para trás, as suas luas o acompanham. Quero
com essa observação responder que a Terra em movimento também não deixaria a
Lua para trás, como argumentava os defensores do Geocentrismo, entre eles
Aristóteles, que defendiam que a Terra não podia estar em movimento, pois a Lua não
a acompanharia.
2- Queria o Aristóteles vivo para mostrar a ele que, num navio em movimento,
ao soltarmos uma bola do mastro da vela, lá em cima, ela cairá aos seus pés, e não
atrás. Portanto, com a Terra em movimento, ao soltarmos uma bola do alto de uma
torre, ela acompanha o movimento e cai também aos pés da torre e não atrás.
3- A Lua não é uma esfera perfeita, ela possui montanhas e vales, parecida com a
Terra.
4- Existem muitas mais estrelas do que pensamos, vivemos num denso
aglomerado de estrelas.
5- O planeta Vênus, como a Lua, também tem fases, portanto orbita em torno do
Sol, e não da Terra.
6- A observação é fundamental para aprendermos, observando o céu verifiquei
que todos os planetas giram em torno do Sol. Então, porque só a Terra não giraria?. E
tem mais, com a Terra e os demais planetas girando ao redor do Sol, tudo se encaixa
perfeitamente, não sendo necessários epiciclos.
7- Além do mais, o modelo do Sol no centro, explica aquele movimento
retrógrado do planeta Marte visto aqui da Terra. Na verdade, esse movimento só existe
quando erroneamente colocamos a Terra no centro.
Finalizando, como Juiz deste Tribunal, Decreto a seguinte Sentença:
Em 22 de Junho de 1633, declaro Galileu CULPADO.
&Galileu:
Oiiiii!
Como vocês viram, fui considerado culpado no julgamento, a minha sorte foi o meu
amigo, o papa, que, forçado a me julgar, me condenou como se fosse apenas pelo
heliocentrismo, ou seja, pelo fato de eu dizer que a Terra se movimenta em torno do Sol, e não
pela teoria atômica, que é uma teoria contrária à transformação do corpo e sangue de Jesus na
santa ceia.
Turma, no julgamento, eu tive que negar minha visão de que a Terra se movia, minhas
concepções cientificas, para não piorar o caso, mas continua escrito nos meus livros (rsrs).
87
Meu amigo, o papa, me livrou da morte, quando não acatou a outra denúncia, durante o
julgamento, da minha teoria atômica. UFA!
Mas fui condenado pelo heliocentrismo e, como já era bastante velho, fiquei preso na
minha fazenda, uma prisão domiciliar. E meus livros entraram na lista dos proibidos, no
INDEX.
Olhem, ainda lancei um outro livro durante a prisão com o título “duas novas ciências”,
apresentei um estudo quantitativo do movimento dos objetos. O movimento de queda livre e
sua álgebra, a experimentação triunfa.
Turma, aqui bem baixinho pra gente sobre a Terra:
“MAS QUE SE MOVE SE MOVE”.
&Comentarista:
Mas, para os padres jesuítas, o julgamento foi apenas uma farsa, já que Galileu foi
condenado por defender a teoria copernicana, uma pena leve, e não pela heresia doutrinal, que
constava da sua teoria atômica contrária ao milagre da eucarística, essa que o levaria à fogueira.
&Comentarista:
Na data do julgamento, Galileu possuía 70 anos, e permaneceu mais oito anos preso em
sua fazenda, quando faleceu.
No dia da sua morte, nasce um outro grande cientista Isaac Newton que dá continuidade
a teoria Copernicana.
& Isaac Newton:
Oi, tudo bem!
Sou Isaac Newton, observei diferentemente de Aristóteles, que só existe um tipo de
movimento, tanto na Terra como no céu, a mecânica é uma só. O que faz um planeta girar em
torno de um outro, é uma força de atração devido as suas enormes massas.
&Comentarista:
Assim, com Isaac newton, aparece uma causa para manter os planetas girando em torno
do Sol, uma força de atração entre as massas.
Procedimentos metodológicos:
Neste encontro, uma aula expositiva dada pelo professor sobre os temas trabalhados na
sequência didática, seguindo o currículo existente no Ensino Médio, sobre o tema em questão.
# PRIMEIRA AULA EXPOSITIVA:
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL:
1 A GRÉCIA ANTIGA:
Um movimento racional no ocidente, começou com os primeiros filósofos, por volta de
600 a.C., que propuseram modelos para explicar o universo. O primeiro modelo foi o modelo
geocêntrico, com a Terra no centro do Universo enquanto o Sol, a Lua e os planetas (até então
conhecidos) girariam em órbitas circulares ao redor da Terra. O grande pensador grego
Aristóteles e outros filósofos reforçaram esse modelo.
Porém, esse modelo começou a ser contestado, um grego de nome Aristarco, um pouco
depois de Aristóteles, introduziu um segundo modelo com o Sol no centro e a Terra com os
outros planetas em movimento ao redor do Sol. Este modelo denominado heliocentrismo não
foi bem aceito na época e ficou esquecido por dezenas de séculos.
Só por volta do ano 1500, um cônego da Igreja, o polonês Nicolau Copérnico (1473 -
1543) propôs novamente um modelo heliocêntrico, retornando o Sol no centro do Universo,
enquanto os planetas, inclusive a Terra, girariam, em órbitas circulares, em torno do Sol.
Geocentrismo Heliocentrismo
Décadas mais tarde, o astrônomo alemão Johannes Kepler (1571 - 1630) reforçou o
modelo de Copérnico, através de anos de observações dos céus, concluindo que o Sol estava no
centro e que as trajetórias dos planetas, incluindo a Terra, não eram círculos, mas sim elipses.
2 AS LEIS DE KEPLER:
2.1 Primeira lei de Kepler:
89
Cada planeta gira em torno do Sol de modo que sua trajetória é uma elípse, estando o
Sol num dos focos da elipse.
Onde:
T- Período de translação do planeta.
R - O raio médio da órbita do planeta.
K - Uma constante com o mesmo valor para todos os corpos que orbitam ao redor do
Sol.
Exemplo:
1- Em setembro de 2010, Júpiter atingiu a menor distância da Terra em
muitos anos. As figuras abaixo ilustram a situação de maior afastamento e a de maior
aproximação desses planetas, considerando que suas órbitas são circulares, que o raio
da órbita terrestre (RT) mede 1,5.1011m e que o raio da órbita de Júpiter (RJ) equivale a
7,5.1011 m.
De acordo com a Terceira Lei de Kepler, o período de revolução e o raio da órbita desses
planetas em torno do Sol obedecem à relação:
92
sempre (...) No primeiro caso, o Universo teria uma idade finita, enquanto no segundo
o Universo tem uma idade infinita.”
Órbita elíptica.
Onde:
F - Força de atração gravitacional entre duas massas, como dois planetas.
Unidade; Newton - N
G– Uma constante, denominada constante de gravitação universal e cujo valor no
Sistema Internacional de Unidades é:
Será entregue aos alunos o mesmo questionário da primeira aula, acrescido de duas
perguntas subjetivas sobre a avaliação da sequência didática. Terminado o tempo dado aos
alunos para responderem o questionário, o professor receberá os questionários, para em seguida,
encerar a sequência didática com a resolução do questionário para consolidar o conteúdo, com
os devidos comentários para a turma.
PERGUNTAS FINAIS:
Pergunta 11:
Com essa sequência de atividades que aplicamos em sala de aula, você considera
que elas facilitaram a sua aprendizagem, sobre o assunto de gravitação universal?
Pergunta 12:
Realizamos algumas atividades durante essa sequência didática, como a discussão
em grupo, a apresentação das respostas dos grupos para a turma, a peça teatral, entre
outras. Qual dessas atividades você mais gostou?
98
É bom lembrar que, nesta época, já tinha ocorrido a Reforma, a criação de uma outra
Igreja, a Protestante, fundada por Martinho Lutero, um ex-monge católico e, de agora em diante,
um novo Líder dessa Nova Igreja.
Mas tanto a Igreja católica como a Igreja de Lutero vulgarizaram esse novo modelo de
Copérnico. Veja um trecho de uma crítica de Martinho Lutero a Copérnico:
“Ouvi falar de um novo astrólogo que quer prova que a Terra está em movimento e que
gira em torno de si mesma e não os céus em torno dela [....] o tonto quer virar a arte da
astronomia de cabeça para baixo”.
Porém, décadas depois surgem outros a favor de Copérnico, como Johannes Kepler
(1571-1630) e Galileu Galilei (1564-1642) e outros......
&Aristóteles:
Olá novamente! Sou o Aristóteles, lembram!
Queria está vivo por aí na Terra, para perguntar aos defensores desse modelo da Terra
em movimento e o Sol parado no centro. O seguinte:
Como a Terra se move?
Por que os corpos insistem em cair para a Terra e não para o Sol?
Por que as nuvens e pássaros não ficam para trás?
Por que as estrelas parecem não se moverem?
Por que a soltar uma pedra do alto de uma torre, a pedra cai na base da torre?
Por que a Lua gira ao redor da Terra e não do sol?
&Comentarista:
Mas, para responder essas perguntas, já que não tínhamos as leis da física atuais, tivemos
que esperar por Kepler, Galileu, Newton, entre outros.
O modelo de Copérnico foi considerado pelos astrônomos da época como um excelente
modelo matemático, mas com uma física ruim.
& Kepler:
Beleza turma!
Kepler, após anos de observações no céu, com equipamentos que herdei do meu mestre,
o astrônomo Tycho Brahe (1546-1601), verifiquei que o universo pode ser regido por leis da
física e é melhor explicado com o Sol no centro, o heliocentrismo.
Leis físicas como a lei das órbitas, onde os planetas possuem órbitas elípticas em torno
do Sol, e outras leis que encontrei, que serão ensinadas pelo seu professor.
&Comentarista:
101
9- Queria o Aristóteles vivo para mostrar a ele que, num navio em movimento, ao soltarmos uma bola do
mastro da vela, lá em cima, ela cairá aos seus pés, e não atrás. Portanto, com a Terra em movimento, ao
soltarmos uma bola do alto de uma torre, ela acompanha o movimento e cai também aos pés da torre e
não atrás.
10- A Lua não é uma esfera perfeita, ela possui montanhas e vales, parecida com a Terra.
11- Existem muitas mais estrelas do que pensamos, vivemos num denso aglomerado de estrelas.
12- O planeta Vênus, como a Lua, também tem fases, portanto orbita em torno do Sol, e não da Terra.
13- A observação é fundamental para aprendermos, observando o céu verifiquei que todos os planetas giram
em torno do Sol. Então, porque só a Terra não giraria?. E tem mais, com a Terra e os demais planetas
girando ao redor do Sol, tudo se encaixa perfeitamente, não sendo necessários epiciclos.
14- Além do mais, o modelo do Sol no centro, explica aquele movimento retrógrado do planeta Marte visto
aqui da Terra. Na verdade, esse movimento só existe quando erroneamente colocamos a Terra no centro.
Finalizando, como Juiz deste Tribunal, Decreto a seguinte Sentença:
Em 22 de Junho de 1633, declaro Galileu CULPADO.
&Galileu:
Oiiiii!
Como vocês viram, fui considerado culpado no julgamento, a minha sorte foi o meu
amigo, o papa, que, forçado a me julgar, me condenou como se fosse apenas pelo
heliocentrismo, ou seja, pelo fato de eu dizer que a Terra se movimenta em torno do Sol, e não
pela teoria atômica, que é uma teoria contrária à transformação do corpo e sangue de Jesus na
santa ceia.
Turma, no julgamento, eu tive que negar minha visão de que a Terra se movia, minhas
concepções cientificas, para não piorar o caso, mas continua escrito nos meus livros (rsrs).
Meu amigo, o papa, me livrou da morte, quando não acatou a outra denúncia, durante o
julgamento, da minha teoria atômica. UFA!
Mas fui condenado pelo heliocentrismo e, como já era bastante velho, fiquei preso na
minha fazenda, uma prisão domiciliar. E meus livros entraram na lista dos proibidos, no
INDEX.
Olhem, ainda lancei um outro livro durante a prisão com o título “duas novas ciências”,
apresentei um estudo quantitativo do movimento dos objetos. O movimento de queda livre e
sua álgebra, a experimentação triunfa.
Turma, aqui bem baixinho pra gente sobre a Terra:
“MAS QUE SE MOVE SE MOVE”.
&Comentarista:
Mas, para os padres jesuítas, o julgamento foi apenas uma farsa, já que Galileu foi
condenado por defender a teoria copernicana, uma pena leve, e não pela heresia doutrinal, que
constava da sua teoria atômica contrária ao milagre da eucarística, essa que o levaria à fogueira.
&Comentarista:
105
Na data do julgamento, Galileu possuía 70 anos, e permaneceu mais oito anos preso em
sua fazenda, quando faleceu.
No dia da sua morte, nasce um outro grande cientista Isaac Newton que dá continuidade
a teoria Copernicana.
& Isaac Newton:
Oi, tudo bem!
Sou Isaac Newton, observei diferentemente de Aristóteles, que só existe um tipo de
movimento, tanto na Terra como no céu, a mecânica é uma só. O que faz um planeta girar em
torno de um outro, é uma força de atração devido as suas enormes massas.
&Comentarista:
Assim, com Isaac newton, aparece uma causa para manter os planetas girando em torno
do Sol, uma força de atração entre as massas.
106
Capítulo 3: Capítulo 3 3
A Idade Moderna
“Somente mando a Vossa Alteza como estão situadas as estrelas do sul, mas em que grau
está cada uma não o pude saber; antes me parece ser impossível, no mar, tomar a altura de
alguma estrela, porque eu trabalhei muito nisso e por pouco que o navio balance, se erram 4
ou 5 graus, de modo que não se pode fazer, senão em terra....Tornando, senhor, ao propósito,
estas Guardas nunca se escondem, antes sempre andam em derredor sobre o horizonte, e
ainda estou em dúvida que não sei qual daquelas duas mais baixa seja o Polo Antártico; e estas
estrelas, principalmente a da Cruz, são grandes quase com as do Carro, e a estrela do Polo
Antártico, ou Sul, é pequena como a do Norte e muito clara e a estrela que está em cima de
toda a Cruz é muito pequena”.
Aparece Nicolau Copérnico, astrônomo, matemático e cônego da Igreja Católica, que veio
contrapor os aristotélicos, através do seu modelo heliocêntrico, onde Copérnico retirava a
Terra, e assim o homem, do centro do Universo.
Os líderes da Igreja Católica e o Martinho Lutero, um ex-padre católico e Líder de uma Nova
Igreja, a Protestante, vulgarizaram esse novo modelo proposto. Veja um trecho de uma crítica
de Martinho Lutero a Copérnico: “Ouvi falar de um novo astrólogo que quer prova que a Terra
está em movimento e que gira em torno de si mesma e não os céus em torno dela [....] o tonto
quer virar a arte da astronomia de cabeça para baixo”.
Copérnico, com seu modelo, retorna à teoria do heliocentrismo de Aristarco e provoca,
com isso, ao longo dos tempos, o surgimento de uma nova ciência que começou com a
publicação de um trabalho, em 1514, uma espécie de cartilha onde os movimentos dos
108
planetas seriam mais bem explicados por um modelo com o Sol no centro. Décadas mais tarde,
em 1543, em seu leito de morte, Copérnico publica o seu grande tratado: De revolutionibus
orbium coelestium (Da revolução das esferas celestes), sua obra-prima, onde a Terra e os
demais planetas giram em órbitas circulares em torno do Sol, discordando da mecânica
aristotélica que ainda reinava na época com a teoria do Geocentrismo.
Copérnico, para descrever o seu modelo do heliocentrismo, tomou também conhecimento
dos trabalhos do Grego Aristarco de Samos, que, como já mencionamos, foi autor do modelo
mais antigo de que temos conhecimento do sistema heliocêntrico do Universo. Cabe aqui
lembrar que o filósofo Filolau tirou, em seu modelo, a Terra do centro do Universo, como
vimos anteriormente, mas não colocou o Sol no centro.
Copérnico deve ter tomado conhecimento deste modelo de Aristarco em seus cursos na
Polônia e na Itália, onde eram estudadas as ideias dos filósofos gregos como a ciência de
Arquimedes, Erastóstenes, e do próprio Aristarco, entre outros. Vale citar que o próprio
Arquimedes, em seu livro O contador de
areia, menciona o modelo do heliocentrismo de Aristarco.
Ao mover o Sol para o centro do Universo, Copérnico deu início a um enorme cataclismo,
uma redefinição da ordem celeste aristotélica que reinava absoluta por quase 2 mil anos.
Sabendo disso e considerando que as Igrejas Católica e a Protestante ajustaram suas
doutrinas ao modelo do Geocentrismo, Copérnico dedicou seu livro ao Papa Paulo III,
aproveitando para escrever que a Bíblia não deveria ser usada para interpretar o mecanismo
dos céus.
A maior crítica religiosa ao modelo do heliocentrismo partiu dos Luteranos, Copérnico,
com idade avançada, não conseguiu acompanhar a fase final da publicação do seu livro e foi
nesse momento que um importante teólogo Luterano, Andreas Osiander, sem a permissão
do próprio autor, adicionou um prefácio ao livro, atribuindo a Copérnico, afirmando que a
proposição do Sol no centro do Universo não deveria ser levada a sério, sendo só um modelo
matemático para calcular as posições planetárias, e não o verdadeiro arranjo cósmico.
A diferença entre Nicolau Copérnico e os seus predecessores era com relação à realidade
do seu modelo planetário. Para ele, o seu sistema descrevia o verdadeiro arranjo dos planetas
nos céus e não simplesmente uma ferramenta matemática. O modelo de Copérnico explicava
o movimento de avanço e regressão de Marte, visto por um observador na Terra, bem
melhor, já que esse movimento era causado pela diferença das velocidades de Marte e da
Terra ao redor do Sol. O geocentrismo sentia essa grande dificuldade, em função de não
considerar que os dois planetas (Terra e Marte) giravam em torno do Sol.
Copérnico foi considerado por quase todos os professores da época, que utilizaram seus
dados e observações, como o grande reformador da astronomia ou o maior astrônomo de
todos os tempos. Porém, a sua teoria física era considerada absurda.
109
Albert Einstein, séculos mais tarde, veio a falar algo parecido para o padre e físico Georges
Lemaître quando este propôs que o universo começou como um único átomo primordial, ao
qual ele se referia como o “Ovo Cósmico”, depois denominado Big Bang. Disse Einstein: “Seus
cálculos estão corretos, mas sua física é abominável”. Pouco tempo depois, Einstein mudou
de ideia.
O estudo do padre foi fundamentado na própria teoria da Relatividade Geral de Einstein,
através de um aprofundamento de outro estudo feito por pelo físico Friedmann, também
fundamentado nessa teoria da Relatividade Geral, como veremos mais adiante.
Um dos pontos contrários ao modelo do heliocentrismo era que a Terra girando em trono
do Sol, as estrelas deveriam ficar se afastando lateralmente, movimento denominado
paralaxe. Os favoráveis ao modelo de Aristóteles explicavam que este fenômeno de paralaxe
não ocorria devido à distância enorme da Terra até as estrelas.
Finalmente, o modelo de Copérnico não respondia, por exemplo, aos seguintes
questionamentos: como a Terra se move? Por que os corpos insistem em cair para a Terra e
não para o Sol? Por que nuvens e pássaros não ficam para trás? Por que as estrelas parecem
não se moverem? Por que a soltar uma pedra do alto de uma torre, a pedra cai na base da
torre? Por que a Lua gira a redor da Terra e não do Sol?
Para responder essas perguntas, era necessária uma nova ciência que substituísse os
movimentos naturais de Aristóteles, acabasse com as suas leis dos movimentos, sublunar e
supralunar, e isso Copérnico não desenvolveu.
Como Copérnico considerou as orbitas dos planetas circulares, não sabia como explicar o
fato de que o Sol parecia se mover mais depressa no inverno do que no verão (hoje sabemos
que essa diferença de velocidade é devido a órbita elíptica – Leis de Kepler). Copérnico admite
então que a Terra gira em um ponto próximo do Sol e não em torno do Sol propriamente.
A revolução copernicana propriamente dita só terá início seis décadas após a publicação
do livro de Copérnico, teríamos que espera por Tycho Brahe, GiordanoBruno, Kepler, Galileu
Galilei, René Descartes, Isaac Newton e outros estudiosos. Modelo de Copérnico abaixo.
110
O dinamarquês Tycho Brahe foi um dos maiores astrônomos da era medieval e construiu
uma série de instrumentos astronômicos com precisão excelente para época. Utilizando-se de
111
sistemas como quadrantes, sextantes, astrolábios e outros apetrechos, previu o céu como
ninguém. Com anotações ao longo de trinta anos (1570 a 1600), estabeleceu um banco de
dados com observações astronômicas precisas que muito contribuiu para o desenvolvimento
da astronomia.
Tycho Brahe, mesmo após três décadas da publicação do livro de Copérnico, não adotou o
modelo heliocêntrico. Terminou criando um novo modelo, um modelo híbrido, onde a Terra
continuava no centro do Universo, tendo o Sol e a Lua girando em torno dela, enquanto os
demais planetas giravam em torno do Sol.
Esse modelo hibrido, anos mais tarde, foi defendido pelos padres Jesuítas, na disputa e
discórdia com o modelo heliocêntrico defendido por
Galileu Galilei.
Tycho Brahe, dando continuidade aos seus estudos,
chamou para trabalhar com ele um jovem de nome
Kepler. Kepler aproveitando-se das pesquisas,
instrumentos e observações do seu mestre, continuou a
estudar os céus e, como veremos mais adiante, contrário
a posição do seu mestre, partiu para o Heliocentrismo.
"Nós declaramos esse espaço infinito, dado que não há qualquer razão, conveniência,
Nessa mesma época, outro grande pensador, Galileu Galilei, lança também seus estudos.
As Leis de Kepler
3ª Lei - Lei dos Períodos: O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas
distâncias médias do Sol é igual a uma constante k, igual para todos os planetas.
O movimento de translação de um planeta é o tempo que este gasta para percorrer uma
volta em torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta estiver do Sol,
mais longo será seu período de translação e, em consequência disso, maior será o "seu ano”.
Mas como vimos, Kepler não conseguiu explicar o que causaria ou era responsável por manter
esses movimentos, era preciso esperar por outros, entre eles, Isaac Newton. Kepler estava
procurando uma maneira de introduzir nos seus estudos a sinfonia cósmica dos tempos dos
Pitágoras, a música das esferas, um louvor ao Criador solar com os intervalos da escala
musical, descobriu que Marte vibrar, e encontrou: comparando as excentricidades dos
planetas do sistema ia em uma quinta, Júpiter em uma terça maior e Saturno numa terça
menor. Um alívio para Kepler naquela época, ao unificar seu modelo observacional com a
sinfonia celestial.
“você não pode negar, senhor Sarsi, que apenas a mim foi permitida a descoberta de
novos fenômenos celestes, e nada a qualquer outro. Essa verdade nenhuma malícia ou
inveja pode alterar”
114
Galileu observou que vivemos num Universo bem maior, ele descobriu um conjunto de
estrelas, as nebulosas, que décadas depois serão denominadas de galáxias, incluindo a nossa
Via Láctea, e com elas novos modelos surgem.
Galileu Galilei dizia que todo planeta em movimento continuaria em movimento definitivo
e teria movimento circular, não adotando a elipse de Kepler. Nesse ponto, Galileu mostrou-se
bastante conservador, ao manter um movimento circular, embora os planetas não se
apresentassem mais como aquelas esferas perfeitas da ciência grega. Galileu rompeu, dessa
maneira, a com perfeição aristotélica. Esse fato se deu pela observação de que a Lua possuía
montanhas e crateras.
Galileu percebeu também que soltando bolinhas em um plano inclinado bastante liso (sem
atrito), nada as pararia, como os planetas. A diferença seria que, nesse caso, as bolinhas
115
teriam trajetórias retilíneas. Newton modificaria essa lei da inércia de Galileu, com um novo
conceito, o de Força. Galileu estudou também o movimento da queda dos corpos.
Galileu havia deduzido também que, desprezando-se a resistência do ar, todos os corpos
caem com a mesma aceleração, independentemente de suas massas ou tamanhos. Newton e
outros, através de vários estudos, aperfeiçoaram Galileu.
Séculos adiante, os astronautas fizeram experimentos na Lua, que não possui atmosfera,
e comprovaram mais uma vez que Galileu estava certo no tocante aos corpos caírem, sem a
resistência do ar, com a mesma aceleração, independentemente de suas massas ou
tamanhos.
A prova definitiva a favor do Heliocentrismo.
A primeira advertência da Igreja a Galileu ocorreu em 1616, quando o ele atuava como
filósofo natural e já tinha lançado os seguintes livros: em 1610, “Sidereus nuncius” o
“Mensageiro das estrelas”, um livro de grande sucesso, que lhe rendeu fama e prestígio; em
1613, “História e demonstração sobre as manchas solares”, apoiando as ideias copernicanas,
segundo as quais o planeta Vênus, como a Lua, também tem fases, orbitando, portanto, em
torno do Sol, e não da Terra.
Esta advertência da Igreja constou de uma ordem para que Galileu se limitasse a lidar sobre
o assunto do heliocentrismo a um modelo matemático, e isso ocorreu apesar da Igreja
considerar o conhecimento astronômico importante e de ser estudado por vários de seus
membros.
Galileu lança mais livros, como “O Ensaiador (Saggiatore)” em 1623 com os fundamentos
do método cientifico com a seguinte estrutura: a) Definição de um problema; b) Construção
de uma teoria; c) Variação Gradual; d) Teste da teoria; Criando a metodologia empírica, onde
até mesmo Aristóteles, santo Agostinho e são Tomás de Aquino, os fundadores da escolástica
medieval teriam que serem questionados. Em 1632, lançou outro livro, O Dialogo, sobre os
Dois Principais Sistemas do Mundo, contendo um diálogo entre três personagens: Filippo, um
homem que representa as ideias do próprio Galileu, Simplício, que representa as ideias
aristotélicas, e Giovanni, um mediador culto e inteligente, porém não especialista.
Em 1623, quando Galileu lançou o livro “O Ensaiador”, em meio a uma discussão bastante
acalorada entre ele e o padre jesuíta e matemático Orazio Grassi acerca da natureza e dos
movimentos dos cometas. O livro foi entendido pelo Colégio Romano como uma provocação,
nele Galileu abandonava o aristotelismo, além de separar a filosofia da religião, enaltecendo
ainda por cima a ideia de átomos. No mesmo ano, o papa Gregório XV morre e é sucedido
pelo novo papa Urbano VIII, intelectual refinado e amigo particular do fiel católico Galileu.
116
No ano seguinte, em 1624, o livro foi denunciado ao Tribunal do Santo Ofício, já que os
padres Jesuítas estavam envolvidos no dogma da Transubstanciação, da Eucaristia, que
estabelecia o pão e o vinho como verdadeiro corpo e sangue de Cristo. E a teoria atômica de
Galileu não estava de acordo com esses acidentes eucarísticos que constavam na doutrina da
Igreja católica. Esses acidentes eucarísticos foram regidos pelo o Concilio de Trento (programa
estabelecido pelos dirigentes da cúpula católica) que, entre outras coisas, adotava a crença
católica da transubstanciação como um Dogma. Porém, para a sorte de Galileu, o novo regime
do papa Urbano não realizou nenhum procedimento contra a obra.
No início da década de 1630, com o fortalecimento de poder dos jesuítas, o papa Urbano
VIII foi acusado de negligência por alguns casos, justamente quando seu amigo Galileu lança
seu novo livro, o Diálogo, desta vez todo cuidadoso ao defender o heliocentrismo, sem se
referir as escrituras, e a sua teoria atômica sem relação ao milagre da eucarística. Contudo,
foi um prato cheio para os jesuítas, que o denunciaram pelos mesmos motivos anteriores. O
caso tornou-se de Estado, alguém íntimo do Papa era suspeito de heresia, a condenação era
necessária naquele momento para evitar outro escândalo ligado ao papa Urbano VIII, e, assim,
Galileu foi a julgamento e condenado.
Mas para os padres jesuítas o julgamento de Galileu foi apenas uma farsa, já que ele foi
condenado por defender a teoria copernicana, tendo-lhe sido aplicada uma pena leve, e não
pela heresia doutrinal, que constava da sua teoria atômica contrária ao milagre da eucarística.
Galileu teve sua obra condenada pela tendência copernicana, sendo, então, processado e
condenado pela inquisição. Porém, foi poupado de uma pena mais severa por ter renegado
suas concepções cientificas.
Devido à sua idade avançada, setenta anos, restava, assim, a sua prisão domiciliar e a inclusão
de sua obra na lista de livros proibidos pela Igreja (Índex Librorum Prohibitorum). Galileu ficou
preso em sua fazenda, perto de Florença, nos últimos 8 anos de sua vida.
Depois da condenação, Galileu ainda escreve mais um livro, com o título “duas novas
ciências”, apresentando um estudo quantitativo do movimento dos objetos, entre eles o
movimento de queda livre e sua álgebra. A experimentação triunfa, com a publicação de uma
obra que muito contribuiu para o avanço da ciência moderna.
Após treze anos de estudo sobre o caso de Galileu, trabalho realizado por uma comissão
da Igreja, o papa João Paulo II, hoje santificado, reabilitou oficialmente Galileu da sua
condenação imposta pela Igreja há 359 anos. O papa fez referência à importância de Galileu,
117
*Galileu Galilei
O método indutivo
“Penso logo existo”, com esta famosa frase o filósofo fundamentou um novo sistema de
pensamento, encaixando nos formidáveis avanços da Mecânica e Astronomia, que ocorreram
a partir de Copérnico, Kepler e Galileu.
Descartes lança sua obra “Discurso sobre o método” e assim edifica os princípios que a
ciência tomaria nos dois séculos seguintes até a chegada de Einstein e outros. Descartes
entendia o Universo como uma máquina de precisão, não existia propósito, vida ou
118
espiritualidade na matéria. A natureza era governada por leis matemáticas exatas. Para ele,
Deus criou o universo, a matéria com seus movimentos e as leis gerais que os governam, sem
depois interferir mais em nada, cabendo ao homem descobri-las.
Descartes tentou, ainda, através de sua Teoria dos Vórtices, explicar, não só a origem do
Universo, mas de todo o sistema solar e da Terra. Essa teoria foi rapidamente superada,
devido principalmente às críticas de Isaac Newton.
Diante a condenação de Galileu pela Igreja Católica, Descartes demorou a tornar público
o seu tratado “O mundo”, por nele defender a tese do heliocentrismo, sugerido por Copérnico
e aprimorado por Galileu.
É importante esclarecer, no entanto, que antes de Newton, o conceito de força estava
ligado ao legado Aristotélico e aos escolásticos e nem Descartes nem os outros conseguiram
se desvencilhar.
Descartes ainda publicou o “Principia da filosofia”, um trabalho para professores e alunos,
onde substituía em muitos pontos a filosofia aristotélica, que ainda era ensinada nas escolas
e universidades.
Descartes ainda estabeleceu a lei geral da quantidade de movimento, sua medida era o
produto da massa pela velocidade (m.v), embora não possuísse um conceito claro do que seria
massa, confundindo com peso e força do corpo, e a sua velocidade, era entendida como uma
grandeza escalar. A maioria das suas regras estavam erradas, devido a não considerar o
caráter vetorial da quantidade de movimento, mas mesmo assim contrinuiu bastante para o
avanço da Ciência. Era necessário esperar por Robert Hooke, Isaac Newton e outros para
separar em definitivo os conceitos de força-peso e massa.
As ideias Metafísicas
Essa questão gerou bastante discussão em todo o círculo cientifico da época e foi a base para
surgir a mecânica Newtoniana.
Grande matemático e físico holandês deu inúmeras contribuições a ciência do século XVII,
revolucionou a história da medição do tempo com a invenção do relógio de pêndulo, também
um excelente fabricante de grandes telescópios. Huygens, estudando colisões entre corpos,
deduziu a conservação da “vis viva” de Leibiniz, mv².
Esse estudo de Leibiniz e Huygens foi importante para a construção
de um dos mais importantes princípios da física; o da conservação da energia, que só foi
formulado no século XIX pelo físico Wiliiam Thomson, o Lord Kelvin.
Como vimos, as leis de Kepler são leis empíricas, construídas através de observações,
resumem de maneira importantíssima os dados observacionais dos céus ao longo de décadas,
mas não forma uma teoria. Newton propõe uma teoria, a teoria newtoniana, onde qualquer
movimento pode ser compreendido e calculado, inclusive podemos deduzir, por sua teoria e
pelo princípio da conservação do momento angular, as três leis empíricas de Kepler. Newton
obteve as leis de Kepler pela sua nova teoria e as descreveu no livro I.
A frase acima foi escrita numa carta que Newton, em 1676, escreveu para o excelente físico
Robert Hooke (1635 – 1703), seu grande rival da época. Talvez, devido a esta rivalidade, foi
construída uma situação que Newton, homem de poucos amigos, teria ironizado Hooke,
devido sua baixa estatura, o excluindo, assim, dos gigantes. Caso esse fato realmente tenha
ocorrido, pode-se dizer que houve uma grande injustiça com Hooke, pelo que ele desenvolveu
para que
Newton pudesse chegar mais facilmente as suas leis, como veremos mais adiante.
Newton elaborou as três leis da mecânica e a lei da gravitação universal (lei do inverso do
quadrado), publicando-as numa única obra. Essas leis, juntamente com a termodinâmica,
termologia e a física dos fenômenos elétricos e magnéticos, ensinadas até hoje em dia, regem
a parte da física denominada clássica.
O ponto alto dessa mecânica Newtoniana foi ter criado uma teoria científica que permitia,
em princípio, dar uma descrição completa de todos os fenômenos naturais no aspecto
mecânico. Na sua obra intitulada Philosophiae naturalis principia mathematica (Princípio
matemáticos da filosofia natural), no Livro III De sistemete mundi(O sistema do mundo),
Newton afirmava: “Não hão de admitir mais causas das coisas naturais do que as que sejam
verdadeiras e, ao mesmo tempo, bastem para explicar os fenômenos de tudo”. Justificando
com essa afirmação que a força que faz a Lua circular em torno da Terra, é da mesma natureza
que um corpo caindo aqui na Terra.
Newton admitia, assim, que as leis do movimento elaboradas por ele seriam válidas
também para os corpos celestes, contrariando a filosofia de Aristóteles, que acreditava que
os movimentos dos corpos celestes eram regidos por leis especiais, diferentes daquelas
verificadas para os movimentos aqui na Terra (sublunar e supralunar).
O Principia é considerada uma das obras mais importantes já publicada e há quem diga
que é a obra cientifica mais influente até hoje. Newton com seus estudos também unifica a
Astronomia com Mecânica.
As Leis de Newton
A lei da inércia, diz que todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso e todo
corpo em movimento tende a permanecer em movimento retilíneo uniforme, a não ser que
alguma força resultante, não nula, atue sobre o mesmo.
O homem utilizou-se desse raciocínio, na sua viajem até a Lua, já que o espaço não
possui resistência ou atrito, é o vácuo. Com isso, a nave trafega pelo espaço sem a
necessidade de gastar combustível.
Curiosidade:
A Equação da segunda lei, apareceria quase um século depois.
Newton não propôs a segunda lei sobre forma de equação, Fr = m.a, como
encontramos nos livros didáticos. A equação como encontramos hoje foi proposta por
um físico e matemático Suiço, Leonhard Euler, quase um século depois.
A força gravitacional: F = G . M . m / r²
Faltava a Newton explicar o movimento circular dos planetas, pois quando Newton
disse, na sua primeira lei, que a tendência natural é que os corpos caminhem em linha
reta ou permanecer em repouso, ele teve que explicar por que os planetas
permanecem em órbita elíptica em torno do Sol e não escapavam em linha reta para o
espaço. A resposta veio através da lei da gravitação universal.
Essa lei explica o fato acima descrito, supondo que as massas dos planetas são atraídas por
uma força mútua com o Sol, e assim eles não escapam. Com essa lei, explicava-se um
122
levantamento da mecânica aristotélica, em que se a Terra girasse mesmo ao redor do Sol, nós
seríamos lançados ao espaço, como uma pedra num carrossel.
A forca gravitacional explicava, assim, que uma trajetória elíptica necessita de uma força
inversamente proporcional ao quadrado da distância, do mesmo jeito que, dependendo do
valor da velocidade, uma lei inversamente proporcional ao quadrado implicaria em trajetórias
elípticas, parabólicas ou hiperbólicas. Quer o movimento seja nos céus ou na Terra.
Sabemos que Isaac Newton considerou os estudos de vários pensadores para chegar a
essas leis, como o cientista inglês e rival Robert Hooke, que criou a lei da elasticidade ou a lei
de Hooke e que formulou também a teoria do movimento planetário.
Em 1679, Hooke através de cartas, comunicou a Newton que uma única força atrativa
rumo ao Sol atuaria num planeta para manter a sua trajetória ao redor dele e que essa força
variava com o inverso do quadrado da distância entre o Sol e o planeta. Newton inclusive
adotou essa iniciativa de Robert Hooke em sua obra, Livro I do Princípios, aprofundando-se na
questão. Newton considerou também os estudos de René Descartes, principalmente sobre o
caso de uma pedra amarrada num cordão em um movimento circular que era mantido por
um puxão dado pelo indivíduo que o segurava. Newton, por analogia, utilizou esse puxão para
desenvolver o movimento da Lua em torno da Terra. Dessa forma, a Lua não tinha como
escapar tangencialmente pelo espaço, foi assim que começou a criação da sua lei da
gravitação universal.
Entre os gigantes que Newton se apoiou nos ombros não poderia ficar de fora o grande
matemático e físico , John Wallis (1616 – 1703), que descreveu as leis do movimento para a
colisão de objetos, propondo uma lei da conservação do momentum diferente de Descartes.
Dessa vez era considerando o sentido da velocidade, levando em conta o seu caráter vetorial.
John Wallis também contribuiu muito com Newton nos estudos da matemática, como no
cálculo integral.
Afinal, sabemos que Newton foi um gigante na Matemática e que utilizamos seus cálculos até
hoje nas nossas universidades.
Imponderabilidade
Quando os astronautas estão na nave, orbitando em torno da Terra, eles flutuam. Esse
fato deve-se a estarem em queda livre, ou seja, a resultante centrípeta ser o seu peso, e ao
mesmo tempo com velocidade de órbita. Parando a nave, os astronautas cairiam em direção
à Terra. Portanto não é ausência da força da gravidade (peso).
Fantástico!
Curiosidade:
Urban Jean Le Verrier criou um outro planeta, Vulcano, mas não o encontraram. O mesmo Le
Verrier, do planeta Netuno, tentou usar a mecânica celeste de Newton para explicar um outro
caso, o deslocamento do periélio do planeta mercúrio ao longo dos anos, mas não conseguiu.
Sugeriu, então, que essa mudança deveria ser causada pela existência de um outro planeta,
como fez com Netuno, até denominou de “Vulcano”, ou, então, pelo aumento da massa do
planeta Vênus em 10%. Dessa vez, não encontraram o planeta e nem o aumento da massa.
Veremos mais adiante que a teoria de Newton falhou e o fenômeno se encaixou com a nova
teoria de Einstein.
O princípio da equivalência:
Newton afirmou que a massa inercial da sua segunda lei da dinâmica, o princípio
fundamental da dinâmica, é a mesma massa que governa a lei da gravitação universal.
Portanto, as massas são equivalentes e esse princípio recebe o nome de princípio da
equivalência. mi=mg
Dois séculos após, Albert Einstein trabalhando em cima desse princípio, formulou a sua
teoria da Relatividade Geral, com um novo pensamento sobre espaço-tempo, que veremos
mais adiante.
Halley foi o responsável por prever, utilizando as leis de Newton, que os cometas que
apareceram em 1531, 1607 e 1682 eram um só e que esse mesmo cometa apareceria
novamente em dezembro de 1758, o que realmente ocorreu. Por esse fato extraordinário
para a época, batizaram o cometa com o seu nome, sendo Edmond Halley o maior responsável
pela confirmação e triunfo das leis de Newton no âmbito celestial.
Newton não explicou a “ação a distância” de uma força, que vai, por exemplo,
daqui da Terra até a Lua, ou vice-versa.
Hoje sabemos que essa explicação não será necessária, pela teoria da Relativiadde Geral,
essa força não existe. Albert Einstein e outros modificaram o Universo de Newton, criando
novas leis para a Física, mas com certeza necessitaram dessa dúvida de “ação a distância”
para desenvolverem essa teoria.
Assim a gravidade não necessitará de uma força para intermediar a gravi-
dade, pois o próprio espaço-tempo é a gravidade.
125
Um pulinho no século XX
Nos séculos XX as teorias da Física de partículas têm substituído a “ação a distância” das
forças ou das interações da natureza, por uma atuação através de partículas mediadoras.
Desta forma as quatros interações fundamentais: Força nuclear forte; força nuclear fraca;
força eletromagnética e força gravitacional, que atuam no universo, tornam-se possíveis
graças a essas partículas mediadoras, denominadas de bósons. Mais a frente descreveremos
essas interações.
Esse novo modelo que substitui força por interação começou com o físico Japonês Hideki
Yukawa em 1930, explicando a força nuclear forte no interior de um núcleo. Seu modelo
explicava que os prótons e nêutrons exerceriam forças entre si comunicando-se por meio da
troca de outras partículas, os bósons, denominados neste caso de glúons.
Assim, na atuação da força nuclear forte, as partículas mediadoras, os bósons, são chamados
de glúons; a força eletromagnética é mediada pelo bósons, que chamados de fótons; a força
nuclear fraca é mediada pelos bósons, que chamados bósons (W e Z), Essas partículas
mediadoras foram detectadas na década de 1980 no CERN. Já a força gravitacional, a mais
usual no dia a dia, é mediada pelo Bósons, que chamados de grávitons, ainda não detectados.
126
Voltando a Newton:
Deísmo – Valorização da ciência sem abraçar o Ateísmo
Para Newton, o seu universo, era regido pelas suas leis, não necessitava mais de um
condutor especial. A presença de Deus é necessária sim, mas para a existência do seu
Universo, agora infinito, e sendo responsável, se necessário, por intervir nas instabilidades
existentes na sua teoria, ou seja, no próprio universo. As leis da mecânica que foram
estendidas ao universo teriam partido desse grande arquiteto, mas o universo era uma
descrição puramente mecanicista.
O Universo finito e limitado, que veio até a idade média, foi substituído por um infinito, a
morada de Deus. Foi criado com isso o movimento do Deísmo, que, dependendo da sua
corrente, dispensava em maior ou menor grau a doutrina das Igrejas Católicas e Protestantes,
um desvio em relação à doutrina tradicional dessas igrejas. O Deísmo ajustava-se aos cidadãos
que valorizavam a Ciência, mas continuavam a aceitar a presença de Deus, não sendo
necessário, então, migrarem para o ateísmo por defender a razão.
Determinismo
Em 1940 foi publicada uma reprodução da última edição da Óptica Isaac Newton, Dover,
prefaciada por Einstein. O mesmo ficou muito surpreso com a qualidade e quantidade de
conhecimento reunidos numa única obra. Como no caso da natureza dual da luz, em que
Newton conhecia e chegou a repetir a experiência do padre e físico Francesco Grimald (1618-
127
1663) sobre a difração da luz, onde citava também que as forças no interior dos átomos
deviam ser de natureza elétrica, além de vários experimentos e outras verdades teóricas.
Muitos escritos de Newton só foram publicados recentemente, após serem colocados à
venda num leilão. Muitas de suas ideias, experimentos e suposições estão sendo estudadas
pela Física do século XX.
Mas as leis de Newton ainda são utilizadas, em alguns casos, como na construção civil,
por engenheiros da NASA, para calcular as trajetórias de naves espaciais e por astrônomos
no estudo das trajetórias de cometas.
Falamos que Newton realizou o experimento da difração e quanto a prevalecer a teoria
corpuscular da luz na época do próprio Newton. Devemos, no entanto, nos lembrar da
tendência para modelos mecanicista da Física daquela época, como: fluidos elétricos, fluído
calórico, a própria teoria corpuscular da luz, a teoria do flogístico, entre outras.
Galáxias Satélites
Bem mais na frente, em 1924, foi confirmado que uma nebulosa, existente em Andrômeda
era na verdade uma nova galáxia, a nossa vizinha. É bom mencionarmos, ainda, que o
astrônomo inglês Wiliam Herschel, o descobridor do planeta Urano (1781), com seus
telescópios, produziu um catálogo com 2500 nebulosas nos céus.
Em volta de toda galáxia, orbitam suas galáxias satélites. Em volta da nossa, a Via Láctea,
destacam-se dois satélites, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, que são vistas do
hemisfério sul. O nome decorre do fato de terem sido observadas por Fernão Magalhães, em
1519, na sua viagem ao redor do mundo.
Galáxias
A existência de novas galáxias teve que esperar algumas décadas para ser confirmada.
Somente em 1918 o físico Harlow Shapley (1885-1972) confirmou que o Sol não estava no
centro da nossa galáxia (Via Láctea), mas sim na sua periferia. Um outro físico, Edwin Hubble
(1889- 1953), que mencionaremos mais adiante, através de instrumentos avançados, mostrou
que parte das nebulosas seriam novas galáxias, e que se encontravam, na verdade, bem
distantes e fora da nossa galáxia, a Via Láctea.
Pierre, conhecido como Laplace, explicou a maioria dos movimentos celestiais nos seus
cinco volumes denominados “mecânica celeste”. Justamente quando a mecânica de Isaac
128
Newton foi aperfeiçoada por físicos, como: Pierre Louis Moreau Maupertuis ( 1698-1759),
com a formulação matemática do princípio de mínima ação; Jean D'Alembert com o princípio
dos trabalhos virtuais, unificando a Estática e Dinâmica; Louis Lagrange(1736-1813) com o
teorema da conservação do trabalho em energia cinética e o princípio de conservação do
momento angular aplicado a lei das áreas de Kepler; e William Hamilton(1788-1856) que criou
a função hamiltoniana como sendo a soma da energia cinética e potencial, que tornaram a
teoria Newtoniana capaz de descrever o comportamento de sistemas físicos muito mais
complexos. (Apesar de os formalismos lagrangeano e hamiltoniano serem reformulação das
leis de Newton, não há nenhuma novidade teórica da Física. Há apena um determinismo
fortíssimo e a desnecessidade de um Deus).
Voltando a Laplace, ele com o seu modelo revolucionário, explicava os questionamentos
que, nos tempos de Newton, eram considerados provas em favor da existência de um Deus.
Laplace baseou seus estudos na nova mecânica newtoniana, nas ideias desenvolvidas por Kant
e na reformulação da mecânica newtoniana.
Para Laplace, a formação do Sistema Solar teria ocorrido quando uma enorme nuvem
gasosa de altíssima temperatura, contendo toda a matéria que compõe o sistema solar,
condensou-se, atraída por sua própria gravidade, e formou todos os nossos planetas e em
seguida o próprio Sol. Esse modelo ficou conhecido como “hipótese nebular”. O novo
problema é: de onde surgiu essa nuvem? Deus?
Hoje sabemos que as estrelas são as responsáveis pela criação dos elementos químicos
naturais. A fusão nuclear começa nelas com os elementos primitivos hidrogênio e hélio e,
dependendo do porte da estrela e do que ocorreu/ocorre com ela ao longo da sua existência,
formou/forma até elementos pesados.
Quanto ao surgimento do nosso Sistema Solar, existem atualmente algumas teorias
vigentes que tentam explicá-lo, como as teorias da “Acreção por colisões” e a da “Acreção de
seixos”, nomeio aqui para quem tiver interesse em fazer um estudo mais completo.
É bom lembrar que a teoria copernicana se baseou no universo observável da época, o que
significa apenas uma porção muito pequena do nosso universo observável. Hoje em dia um
universo bastante diferente da época de Copérnico. Temos um universo dinâmico, em
transformação e em evolução no próprio espaço, como veremos mais na frente. Um universo
que, pelas teorias atuais vigentes, apresenta também um limite para o observável, dessa vez
ditas por leis físicas.