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I - INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA

História da Geografia
A geografia surgiu na Antiga Grécia, sendo no começo chamada de
história natural ou filosofia natural. Grande parte do mundo
ocidental conhecido era dominada pelos gregos, em especial o
leste do Mediterrâneo. Sempre interessados em descobrir novos
territórios de domínio e actuação comercial, era fundamental que
conhecessem o ambiente físico e os fenómenos naturais.
Heródoto, foi um geógrafo e historiador gregonascido no século V
a.C. (485?–420 ) Os primeiros registos de conhecimentos
geográficos evale ressaltar sua contribuição aos estudos
geográficos, por esse feito a revista de geografia geopolítica, de
maior tiragem na França, fundada pelo famoso geógrafo Yves
Lacoste leva seu nome.
Eratóstenes,escreveu Geographica, primeira obra a usar a palavra
no título. Calculou a circunferência da Terra com assombrosa
aproximação.
Em sua especulação sobre o formato da Terra, Strabo acabou
escrevendo uma obra de 17 volumes, Geogr-phicae. Pai da
geografia regional.
Aristóteles (384 – 322 a.C) Concebeu a Terra como uma esfera.
Os árabes acabaram recuperando e aprofundando o estudo da
geografia,O inventor da palavra Geografia foi o filósofo grego,
Eratóstenes, no período do século III a.C. Na época, era comum
que muitos estudiosos ou sábios fossem filósofos, como era o caso
de Eratóstenes. Eles se ocupavam de muitos temas que hoje se
encontram separados emvárias ciências diferentes.
E já no século XII, AI-Idrisi apresentaria um sofisticado sistema
de classificação climática.
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No século XV, viajantes como Bartolomeu Dias e Cristóvão


Colombo redescobririam o interesse pela exploração, pela
descrição geográfica e pelo mapeamento.
A confirmação do formato global da Terra veio quinze anos mais
tarde, em uma viagem de circunavegação realizada pelo navegador
português Fernando Magalhães, permitindo uma maior precisão
das medidas e observações.

Mas foi apenas durante os séculos XVII, XVIII e XIX que as


ciências que conhecemos hoje, como sociologia, física, química,
astronomia, economia, entre outras, foram definidas mais
especificamente. Elas se desprenderam da filosofia e adquiriram
métodos e conceitos próprios.

O homem transforma o espaço onde vive e o recria a cada novo


tempo. A introdução à geografia trata exactamente desse
ambiente, que tanto é produzido quando modificado pela
sociedade humana. Podemos considerar ainda como objecto da
Geografia a própria natureza e, com ela, todas as estruturas e
processos existentes na superfície da Terra.

Como ciência, a Geografia começa a ganhar forma no final do


século XVIII e começo do século XIX. O início do estudo ocorre
concomitantemente com a invenção dos primeiros mapas
terrestres, durante a Antiguidade.

É que a organização de um mapa, seja para indicar um local,


mostrar um caminho, determinar um fenômeno que ocorre em um
determinado espaço ou localizar um objeto, tudo isso implica um
estudo geográfico.
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A geografia é um dos saberes mais antigosque existem. De forma


resumida,podemos dizer que ela é o estudo doespaço que os seres
humanos habitam.

Assimsendo, seu início coincide com o advento dosprimeiros


mapas, na antiguidade, pois aelaboração de um mapa para mostrar
o caminhopara um lugar, para localizar cada objeto oufenômeno
numa determinada região, etc. jápressupõe um estudo geográfico.
O mapa é umexcelente instrumento para a geografia
e,normalmente, os estudos ou trabalhos dessadisciplina são
acompanhados por mapas.

A mistura inicial: filosofia, geografia e outrossaberes


A palavra Geografia (geo, ―Terra‖;grafia, “descrição‖, ―escrita‖)
foi criada pelofilósofo grego Eratóstenes no século III a.C.
Essefilósofo foi um estudioso da geografia, algomuito comum na
época, quando praticamentetodos os sábios ou estudiosos eram
filósofos(filo, “amigo”; Sofia, ―saber‖, ―sabedoria‖) e,com
freqüência, se ocupavam de quase todos ostemas ou assuntos que
hoje dividimos entrevárias disciplinas distintas.
Foi somente nosséculos XVII, XVIII e XIX, dependendo de
cadacaso, que as ciências modernas (química, física,geologia,
geografia, astronomia, sociologia,economia, etc.) se definiram mais
precisamente,isto é, tornaram-se autônomas ou independentesda
filosofia e adquiriram os seus conceitos emétodos próprios e
específicos.Para que uma disciplina torne-se ciência énecessário
que a mesma tenha um objecto deestudo e um objectivo que a
diefrencie dasdemais, que seja peculiar, própria, particular
aela.Foi somente no século XIX que ageografia se tornou uma
ciência específica, tendose separado da filosofia, da astronomia,
dageologia e de outros saberes que, até então, erammais ou menos
integrados com ela. Isso ocorreucomo conseqüência da
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especialização dossaberes, isto é, de uma maior delimitação de


cadaobjecto ou campo de estudos.

Os aspectos teórico e prático da geografia


A geografia sempre apresentou doisaspectos: um teórico e outro
prático ouestratégico. O aspecto teórico da disciplinarefere-se
aos conhecimentos sobre o mundocomo um todo, ou seja, a
geografia geral, etambém aos estudos sobre um determinado
lugarou região, a geografia regional. Por exemplo: asdensidades
demográficas no mundo, o comércio
internacional, os climas do nosso planeta, etc.(geografia geral); ou
o estudo da Europaocidental, da Grécia ou da Amazônia
(geografiaregional).

O aspecto estratégico da geografia dizrespeito à sua utilidade


prática para o Estado(isto é, para o poder público), para os
militares(para fazer a guerra), para as empresas eindivíduos em
geral (para conhecer o mundo e oslugares a fim de neles poder
actuar maiseficazmente).

Afinal, todos os povos, todas associedades humanas, habitam um


determinadoespaço, que é o seu território. E não é possívelque
exista um governo (isto é, a cúpula oucomando do Estado) que
administre umasociedade, cobrando impostos e garantindo a leie a
ordem, sem dispor de informaçõesgeográficas a respeito dessa
sociedade e do seuterritório: conhecimentos e mapas sobre
osrecursos naturais (solos, minérios, recursoshídricos, etc.), sobre
a população (número dehabitantes e suas características - sexo,
idade,faixas de rendimentos , locais onde eles seconcentram), etc.

Durante muito tempo a Geografia secaracterizou por ser uma


disciplina meramentedescritiva e voltada para memorização,
tendocomo objecto principal o fornecimento deconhecimento de
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caráter inform ativo(catalogando nome de continenets,


países,Estados, montanhas, rios, etc.).

Nos dias actuais a Geografia mudou suaimagem e passou a


caracterizar-se porinterpretativa, ou seja, procura estudar como
oshomens organizam o espaço que habitam e neleagem, reagem,
interagem e transformam.
A Geografiaestuda tudo aquilo necessário à manutenção davida
humana neste espaço organizado.Etimologicamente a Geografia
teria afunção de explicar todos os fenómenosapresentados no
globo, porém, o seu objecto deestudo que define a Geografia como
oestudo da manutenção do homem no meio.

A Geografia é uma ciência porque temum objecto de estudo (a


Terra, apesar de ser esteobjeto de estudo de outras ciências).
Porém, seuobjectivo (estudar a organização do espaçohumano) é
específico, próprio, singular.

Surgimento da Geografia moderna com Humboldt eRitter


Dois estudiosos germânicos do séculoXIX são considerados os
criadores da geografiamoderna ou científica: Alexandre Von
Humboldt(1769-1859) e Karl Ritter (1779-1859). Elesproduziram
importantes trabalhos de pesquisa noestudo da geografia física
(climas e suas relaçõescom a vegetação, às águas e o relevo,
interaçãoentre os elementos naturais de uma paisagem),como foi o
caso principalmente de Humboldt, ouentão da geografia humana
(os povos e seusterritórios, os Estados e suas relações
políticas,econômicas, etc.), como foi o caso de Ritter.
Alexander Von Humboldt foi um viajanteincansável, que conheceu
todos os continentes.Em suas viagens, fazia anotações,
ilustrações,mapas, e recolhia dados.
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Ritter também insistiu nas inter-relações entrefenômenos (não


apenas entre os naturais, mastambém entre os humanos e,
principalmente,entre a humanidade e a natureza) que ocorrem
noespaço geográfico. Contrariando a maioria dosestudiosos do
período, que pensavam que ohomem fosse um produto do meio
natural, eleassinalou o domínio progressivo (emboraproblemático)
que a humanidade exerce sobre anatureza graças à tecnologia.
Ritter tambémpercebeu que o mundo estava ficando pequeno,isto
cada vez mais integrado, com umamultiplicação (intercâmbios
entre todas asregiões do globo.

Podemos ainda relacionar o advento dageografia moderna com o


seu momento histórico,o século XIX. Nessa época, a humanidade
játinha unificado todo espaço planetário, processoque se iniciou no
século XV, com a expansãomarítimo-comercial européia, e se
prolongou nosséculos posteriores, com a conquista da Oceaniae um
melhor conhecimento da África, a o séculoXIX, com o estudo das
regiões polares, asúltimas a serem exploradas pelos
povoseuropeus.

Não foi por acaso que os trabalhos dessesgeógrafos, Humboldt e


Ritter, surgiram nesseperíodo em que o conhecimento
geográficoacumulado sob o mundo já permitia separar arealidade
da fantasia dos mitos. A construção dageografia moderna,
portanto, só pode ocorrernum momento em que praticamente toda
asuperfície terrestre havia sido conhecida,estudada e mapeada.

As concepções, correntes ou escolas geográficas


Na tentativa de formular as leis queregem as relações entre o
homem e a natureza,surgiram duas importantes correntes
geográficasno século XIX que foram:
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A Escola Determinista, fundada Peloalemão Friedrich Ratzel


(1844-1904),segundosua teoria, o homem é um produto do
meiogeográfico em que vive, não tendo condições demodificar a
acção do meio natural sobre suapessoa. O homem deve submeter-
se ao meio.
O determinismo geográfico sustentavaque as condições
ambientais, em especial oclima, são capazes de influeinacr
odesenvolvimento intelectual e cultural daspessoas. Esta teoria
afirmava que nas áreastemperadas a humanidade teria
umdesenvolvimento mais elevado do que nas áreastropicais, quente
e húmidas.

A Escola Possibilista, fundada pelofrancês Vidal De La Blache


(1845-1918), estacontesta a teoria anterior defendendo a idéia
deque a natureza exerce influências sobre ohomem, mas este
pode escolher e modificar omeio físico, conforme sua capacidade
dedesenvolvimento técnico, visto que as novastécnicas
possibilitaram que a humanidade tivessea capacidade de dominar o
meio de acordo comsuas necessidades.

Os princípios metodológicos
O conjunto de princípios foi defundamental importância para a
construção decompetências e habilidades do
conhecimentogeográfico, eles deram a forma e o sentido àciência
geográfica. Tais princípios são:
O Princípio da Extensão: criado pelo alemãoFriedrich Ratzel.
Neste, o geógrafo develocalizar o facto geográfico e determinar
sua áreade ocorrência e a Cartografia é indispensável;
O Princípio da Analogia: seus defensoresforam o alemão Karl
Ritter e o francês PaulVidal De La Blache. Neste, o estudo de
umfenômeno geográfico supõe a preocupaçãoconstante em
estabelecer semelhanças e asdiferenças dos fenômenos ocorridos
em outraspartes do globo;
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O Princípio da Causalidade: defendido peloalemão Alexander


Von Humboldt. Esteestabelece que se deve sempre buscar as
causas edeterminar as conseqüências do facto geográfico,pois
nada acontece por acaso;
O Princípio da Conexão ou Coexistência ouainda Interação:
formulado pelo francês JeanBrunhes. Este estabelece que os
factos geográficosfísicos ou humanos nunca aparecem isolados
eestão sempre interligados por eles cujo objectivo é identificar e
analisaras relações existentes;
O Princípio da acttividade: Formulado tambémpor Brunhes,
estabelece o caráter dinâmico dofacto geográfico que deve ser
estudado em seupassado para poder ser compreendido nopresente
para se ter uma imagem de seu futuro.

CATEGÓRIAS GEOGRÁFICAS
Originalmente, as categorias são formas,modos de ser . É algo que
se sobrepõeao conceito, dando–lhe conteúdo, e esseconteúdo deve
ser concreto. O conceito define aidéia ou conjunto de idéias a
respeito do objectopelo pensamento, por suas características
gerais.

Assim, o conjunto de categórias de uma ciênciaestá relacionado ao


objecto de conhecimentodessa ciência. Por exemplo, a física
trabalha comas categórias massa, corpo, luz, energia, átomo,etc.;
As categórias fundamentais do conhecimentogeográfico são,
entre, outras: Espaço, lugar, área,região, território, paisagem e
população, quedefinem o objecto da Geografia no
seurelacionamento.

Paisagem
A paisagem é um conjunto heterogéneo de formas naturais e
artificiais; é formada porfrações de ambas, seja quanto ao
tamanho,volume, cor, utilidade, ou por qualquer outrocritério.
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A paisagem é sempre heterogênea. Avida em sociedade supõe uma


multiplicidade defunções, e quanto maior o número destas, maiora
diversidade de formas e de factores. Quantomais complexa a vida
social, tanto mais nosdistanciamos de um modo natural e
nosendereçamos a um mundo artificial.

A paisagem artificial
É a paisagemtransformada pelo homem, enquantogrosseiramente
podemos dizer que a paisagemnatural é aquela que ainda não foi
mudada peloesforço humano. Se no passado havia a
paisagemnatural, hoje essa modalidade de paisagempraticamente
não existe mais. Se um lugar não éfisicamente tocado pela força
do homem, ele,todavia, é objecto de preocupação e de
intençõeseconômicas ou políticas, tudo hoje se situa no
campo de interesses da História, sendo dessemodo, social.
Para Milton Santos, paisagem é tudoaquilo que nós vemos, o que
nossa visão alcançaé a paisagem. Esta pode ser definida como
odomínio do visível, aquilo que a vista abarca.Não é formado
apenas por volume, mas tambémde cores, movimentos, odores,
sons, etc.
Território
O território é a base geográfica de umanação. De tamanho
variável, essa porção dasuperfície terrestre deve incorporar os
solos esubsolos, os rios e lagos, as águas marítimascontíguas e o
espaço aéreo. Daí a inegávelimportância estratégica do território,
razão daslutas empreendidas por todas as espécies domundo
animal e todas as sociedades humanas.

Lugar
Lugar é a porção ou parte do espaço ondevivemos. Ele é palco de
nossa existência real, énele que ocorre o nosso quotidiano, as
nossasexperiências de vida. Todos nós criamos umaidentidade com
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o lugar no qual vivemos; Istoquer dizer que ele significa algo para
nós, que anossa memória guarda sobre eles
determinadaspercepções e vivências com as quais
nosidentificamos. Portanto, estabelecemos com olugar uma relação
de afetividade. Quandomudamos, por exemplo, de uma cidade
paraoutra ou mesmo de um bairro ou rua para outra,dentro de uma
mesma cidade, temos de nosadaptar às novas condições não só
materiais, mastambém de significados, de vínculos, etc.

Região
A região é uma determinada posição doespaço terrestre (de
dimensão variável), passívelde ser individualizada, em função de
um caráterpróprio ou homogêneo arbitrado para fins
deterritorização.
Com relação à globalização dos anos1990, o conceito regional
perde importância emvirtude da mundialização da economia,
doshábitos culturais e dos problemas ambientais.A ordem mundial
provocou a queda defronteiras produzindo uma única região,
omundo.

Espaço geográfico
Segundo Melhem Adas, o espaçogeográfico somente surge após o
território sertrabalhado, modificado ou transformado pelohomem,
ou quando, ele imprime na paisagem asmarcas de sua actuação e
organização social.Possuí, além de uma dinâmica natural,
umadinâmica social exercida pelas formações sociaisque nele
actuam.
A medida que se apropria da natureza(espaço natural) e a
transforma, o homem (asociedade) cria ou produz o espaço
geográfico, eo faz através do trabalho. Utiliza, para tanto
astécnicas de que dispõe segundo o momentohistórico e segundo
suas representações, ou seja,crenças, valores, normas e
interesseseconômicos, factores que orienatm suasintervenções e
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relações com os elementosnaturais ou físicos do espaço.Assim, no


processo de produção doespaço geográfico, o homem se apropria
doespaço natural, que pode ser chamado deprimeira natureza, e o
transforma em umasegunda natureza, segundo suas necessidades
einteresses. A segunda natureza, portanto, nadamais é do que a
natureza humanizada.

II - O Universo
O Universo é constituído de tudo o que existe fisicamente, a
totalidade do espaço e tempo e todas as formas de matéria e
energia. O termo Universo pode ser usado em sentidos
contextuais ligeiramente diferentes, denotando conceitos como o
cosmos, o mundo ou a natureza.

Fig. 1 - Universo
A palavra Universo é geralmente definida como englobando tudo.
Entretanto, usando uma definição alternativa, alguns
cosmologistas têm especulado que o "Universo", composto do
"espaço em expansão como o conhecemos", é somente um dos
muitos "universos", interligados ou não. Observações de partes
antigas do universo (que se situam muito afastadas de nós)
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sugerem que o Universo vem sendo regido pelas mesmas leis


físicas e constantes durante a maior parte de sua extensão e
história. No entanto, na teoria da bolha, pode haver uma
infinidade de "universos" criados de várias maneiras, e talvez cada
um com diferentes constantes físicas.
Acredita-se que o Universo teve a sua origem à cerca de 15 mil
milhões de anos atrás, como resultado de uma grande explosão a
que se denominou Big-Bang.
Existe um número variado de objectos celestes conhecidos, no
nosso Universo.
As unidades estruturais do universo são as galáxias, formadas à
cerca de 12 mil milhões de anos.
Para além das galáxias, podemos observar também:Nebulosas
difusas e Nebulosas planetárias, Anãs castanhas,
EstrelasSupernovas eQuasares, Buracos negros, Cometas,
Planetas principais e planetas anões, Luas, etc...

Quem propôs a teoria do Big-Bang?


A proposta do Big Bang (ou Grande explosão) foi feita
inicialmente pelo padre e cosmólogo belga Georges Lemaître
(1894-1966), quando expôs uma teoria que afirmava um início
repentino para o universo.
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Como se formou o Universo?

No entanto, com o passar do tempo a hipótese do cosmólogo belga


começou a tomar forma quando em 1929 as linhas espectrais da
luz das galáxias observadas no observatório de Monte Palomar por
Milton La Salle Humason começaram a revelar um afastamento
progressivo para as galáxias mais distantes, com características
de uma dilatação universal.

Big-Bang
Traduzida em números esta descoberta permitiu ao astrónomo
Edwin Hubble encaixar uma progressão aritmética que mais tarde
foi chamada de Constante de Hubble. Até hoje essa proporção
aritmética é a régua cósmica, instrumento indispensável para
confirmação das teorias de astrónomos e cosmólogos do mundo
inteiro.

Actualmente, a teoria que explica a origem do Universo, com


maior aceitação por parte da comunidade científica (alguns
cientistas já não concordam com esta teoria) é a chamada teoria
do Big-Bang.

O Big-Bang, ou grande explosão terá ocorrido há cerda de 15 mil


milhões (15 000 000 000) de anos.
Logo após a explosão, as temperaturas muito elevadas, a matéria
iniciou o seu arrefecimento e começou a expandir-se. A partir de
núvens de gás hidrogénio e poeira, formaram-se, ao longo de
milhões e milhões de anos, as galáxias, as estrelas, os planetas, as
suas luas e muitos outros corpos celestes. Acredita-se que o
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Universo continua em expansão, e algumas observações confirmam


esta hipótese.
Como irá então evoluir o Universo?
Existem duas hipóteses:
A primeira, designada como teoria da expansão, defende que o
Universo continuará para sempre em expansão, tornando-se num
local frio e desolador.
A outra hipótese é chamada de teoria do Universo Oscilatório e
defende que, em determinada altura, o Universo vai parar de se
expandir e inicia-se uma contracção, que é por vezes chamada de
Big-Crunch, no fim da qual se dará um novo Big-Bang, num ciclo
interminável.

Observe o video sobre o Universo e a sua origem


http://www.Youtube.com

Big-Bang - a origem do Universo

Mostra-nos uma explicação interessante e detalhada, com uma


qualidade de imagem muito boa. Vale a pena observar. Fala um
pouco sobre a origem da vida.
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O que é uma galáxia?

Uma galáxia é um grande sistema, gravitacionalmente ligado, que


é constituído por estrelas, remanescentes de estrelas, um meio
interestelar de gases e poeiras e um importante mas
insuficientemente conhecido componente apelidado de matéria
escura. A palavra ―galáxia‖ deriva do grego "galaxias",
literalmente "leitoso", numa referência à nossa galáxia, a Via
Láctea. Exemplos de galáxias variam desde as anãs, que podem ter
até 10 milhões de estrelas, até às gigantes com cerca de 100
triliões de estrelas, todas orbitando o centro de massa da galáxia.
As galáxias contêm quantidades variadas de sistemas e
aglomerados estelares e de tipos de nuvens interestelares. Entre
esses objectos existe um meio interestelar de gás, poeira e raios
cósmicos. A matéria escura parece corresponder a cerca de 90%
da massa da maioria das galáxias. Alguns dados resultantes de
observações efectuadas sugerem que podem existir buracos
negros supermaciços no centro de muitas, ou mesmo de todas as
galáxias. Acredita-se que eles sejam o impulsionador principal dos
núcleos galácticos ativos – região compacta no centro de algumas
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galáxias que tem uma luminosidade muito maior do que a normal.


A Via Láctea parece possuir pelo menos um desses objectos.

Via Láctea - A nossa galáxia

Se olharmos para o céu numa noite limpa e escura, longe da


poluição luminosa, veremos uma ténue banda de luz a atravessar os
céus. Esta é a Via Láctea, lar do nosso Sistema Solar. Aqui
existem pelo menos muitos milhões de estrelas (estimativas mais
recentes proporcionam um número que rondam as 400 mil
milhões), os seus planetas, milhares de enxames e nebulosas,
incluindo pelo menos quase todos os objectos do catálogo de
Messier que não são galáxias (poder-se-á considerar dois enxames
globulares como possíveis excepções, pois estão a ser, ou foram
recentemente, incorporadas ou importadas para a nossa Galáxia,
oriundos de galáxias anãs que estão actualmente a passar pela
nossa Via Láctea: M54, da galáxia elíptica anã do Sagitário, e
possivelmente M79 da anã de Cão Maior. Todos os objetos da Via
Láctea orbitam um centro de massa comum, chamado Centro
Galáctico.
Como uma galáxia, a Via Láctea é gigante, pois a sua massa situa-
se provavelmente entre os 750 mil milhões e 1 bilião de massas
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solares, e o seu diâmetro é de cerca de 100 000 a 120 000 anos-


luz. Investigações realizadas revelaram que a Via Láctea é uma
galáxia espiral do tipo Sb ou Sc da sequência de Hubble. Por isso,
a nossa Galáxia tem uma componente discal pronunciada exibindo
uma estrutura espiral, e uma região nuclear proeminente que faz
parte dum componente bojo/halo. Não é ainda claro se tem ou não
uma estrutura barrada (para ser do tipo SB), mas um número
crescente de investigações já deu provas da sua existência, por
isso a Via Láctea poderá parecer-se com M61 ou M83, e é melhor
classificada como SABbc.
Em 2004, uma equipa de astrónomos estimou a idade da Via
Láctea em cerca de 13 600 ± 800 milhões de anos.

Onde se encontra a Via Láctea?


A Via Láctea pertence ao Grupo Local, um pequeno grupo de 3
grandes galáxias e de aproximadamente 35 outras mais pequenas,
e é a segunda maior (a maior de todas é a Galáxia de Andrómeda,
ou M31).
No entanto, parece ser o membro mais massivo deste grupo.
M31, a mais ou menos 2.9 milhões de anos-luz, é a maior galáxia
vizinha, mas um outro número de ténues galáxias estão muito mais
próximas: muitas das anãs do Grupo Local são satélites ou
companheiras da Via Láctea.
Os dois vizinhos mais próximos, referidos acima, foram apenas
recentemente descobertos: a galáxia mais próxima, a anã de Cão
Maior, descoberta em 2003, é uma galáxia quase despedaçada, em
que o seu núcleo encontra-se a 25 000 anos-luz de nós e a cerca
de 45 000 anos-luz do Centro Galáctico. A segunda é SagDEG
(galáxia elíptica anã de Sagitário), a 88 mil-anos luz de e uns 50
000 anos-luz do Centro Galáctico.
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Estas duas anãs estão atualmente em "encontros imediatos" com


a nossa Galáxia e várias secções das suas órbitas estão situadas
bem dentro do volume ocupado pela Via Láctea. São seguidas em
distância pelas mais inequívocas Grande e Pequena Nuvens de
Magalhães, a 160,000 e 200,000 anos-luz, respetivamente.
Os braços espirais da Via Láctea contêm matéria interestelar,
nebulosas difusas, e jovens estrelas e enxames estelares abertos
que emergem desta matéria.
Por outro lado, o bojo consiste de estrelas velhas e contém a
maioria dos enxames globulares; a nossa Galáxia tem à volta de
200 globulares, dos quais conhecemos cerca de 150.
Estes enxames globulares são fortemente concentrados na
direção do Núcleo Galáctico: a partir da sua distribuição aparente
no céu, Harlow Shapley concluiu que este centro da Via Láctea
situava-se a uma distância considerável (que exagerou em
factores) na direção de Sagitário e não tão perto, como se
pensava anteriormente.
O nosso Sistema Solar está por isso situado nas regiões
exteriores desta Galáxia, bem dentro do disco e a apenas cerca
de 20 anos-luz do plano equatorial simétrico mais a
aproximadamente 28 000 anos-luz do Centro Galáctico. Por isso, a
Via Láctea aparece como uma banda luminosa que se estende por
todo o céu ao longo deste plano simétrico, que também é chamado
de "Equador Galáctico".
O seu centro situa-se na direção da constelação do Sagitário,
mas muito perto das fronteiras dos dois vizinhos Escorpião e
Ofiúco.
A distância de 28,000 anos-luz foi recentemente (1997)
confirmada por dados do satélite da ESA Hiparco.
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Outras investigações publicadas posteriormente disputaram


este valor e propõem um mais pequeno de 25,000 anos-luz, com
base na dinâmica estelar; uma investigação recente (McNamara
et. al 2000, com base nas variáveis RR Lyrae) propõe um número
de 26,000 anos-luz. Estes dados, tendo em conta a sua
importância, não afetariam diretamente os valores para as
distâncias de objectos em particular, seja dentro da Via Láctea ou
para fora.
O Sistema Solar está situado dentro de um braço espiral mais
pequeno, chamado Braço Local ou Braço de Orionte, que é uma
mera ligação entre os braços mais massivos interior e exterior, o
Braço de Sagitário e o Braço de Perseu.
Semelhantes a outras galáxias, ocorrem supernovas na Via
Láctea em intervalos irregulares de tempo. Se não se encontrarem
demasiadamente obscurecidas pela matéria interestelar, podem
ser e têm sido observadas como eventos espetaculares a partir da
Terra. Infelizmente, nenhuma ocorreu desde a invenção do
telescópio (a última supernova observada na nossa Via Láctea foi
estudada por Johannes Kepler em 1604).

Fotografia panorâmica da Via Láctea, vista do nosso Sistema Solar


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O que são estrelas?

A Grande Nuvem de Magalhães


é um local de nascimento de estrelas

Uma estrela é um astro que tem luz e calor. Apresenta um brilho


cintilante, o que a distingue dos planetas. É uma grande e luminosa
esfera, constituída por plasma, que se mantém unido devido às
forças de gravidade.
Pode dizer-se que as estrelas têm um ciclo de vida, ou seja elas
nascem (formam-se), crescem (vão-se desenvolvendo e
transformando) e acabam por morrer (transformam-se num outro
objeto celeste).
A estrela mais próxima da Terra é o Sol, que é a fonte da maior
parte da energia do planeta. Outras estrelas são visíveis da Terra
durante a noite, quando não são ofuscadas pela luz do Sol ou
bloqueadas por fenómenos atmosféricos (como as nuvens).
Historicamente, as estrelas mais importantes da esfera celeste
foram agrupadas em constelações e asterismos, e as estrelas mais
brilhantes ganharam nomes próprios. Extensos catálogos de
estrelas foram compostos pelos astrónomos, o que permite a
existência de designações padronizadas.
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Pelo menos durante uma parte da sua vida, uma estrela brilha
devido à fusão nuclear do hidrogénio no seu núcleo, libertando
energia que atravessa o interior da estrela e irradia para o
espaço. Quase todos os elementos que ocorrem na natureza mais
pesados que o hélio foram criados por estrelas, seja pela
nucleossíntese estelar durante as suas vidas ou pela
nucleossíntese de supernova quando as estrelas explodem. Os
astrónomos podem determinar a massa, idade, composição química
e muitas outras propriedades de uma estrela observando o seu
espectro, luminosidade e movimento no espaço.
A massa total de uma estrela é um fator determinante da sua
evolução e possível destino. Outras características de uma estrela
são determinadas pela história da sua evolução, como é o caso do
diâmetro, rotação, movimento e temperatura.
Para determinar a idade e o estado de evolução de uma estrela,
pode utilizar-se um diagrama que é conhecido como Diagrama de
Hertzsprung-Russell (Diagrama H-R).
As estrelas formam-se a partir do colapso de uma nuvem de
material composta principalmente por hidrogénio e vestígios de
outros elementos mais pesados. Para que o núcleo estelar possa
ser suficientemente denso, parte do hidrogénio é gradualmente
convertido em hélio pelo processo de fusão nuclear.

Que tipos de estrelas existem?


Supernovas
São estrelas de grandes dimensões que morrem com uma
explosão violenta. Durante a explosão, a estrela lança para o
espaço toda a matéria que "fabricou" ao longo da sua vida.
Estrela de neutrões
É um pequeno aglomerado de partículas fortemente agrupadas,
que resta após a explosão de uma supernova. Estas estrelas têm
22

movimento de rotação muito rápido - cerca de 1000 rotações por


segundo. Durante este movimento emitem regularmente raios X
que se detectam em radiotelescópios - chamam-se pulsares.
Anãs-brancas
São estrelas pequenas com massa idêntica à do sol. Tornam-se
enrugadas e contraem-se até ao tamanho de um pequeno planeta.
Estas estrelas arrefecem lentamente e irradiam para o espaço
todo o calor que lhes resta? Acabam finalmente por se extinguir.
Um dia, o Sol morrerá. Pensa-se que se transformará numa anã-
branca.
Buracos negros
São as estrelas de enormíssimas dimensões que originam os mais
misteriosos corpos do Universo. No final da sua vida, tornam-se
de tal modo densas que atraem tudo a sua volta - nem a luz nem a
matéria escapa da estrela. Estas estrelas acabam por desaparecer
completamente, provocando um Buraco negro no Espaço.
Quasar
É um corpo celeste, tipo estelar, que emite uma radiação muito
intensa. Tem uma coloração azulada. No centro do quasar (núcleo)
libertam-se grandes quantidades de raios X e radiações
ultravioleta. Em torno do núcleo, existem nuvens de gases que se
movem, aproximadamente, à velocidade da luz. Devido à sua
semelhança com as estrelas passaram a chamar-se fontes de rádio
quase-estrelas ou quasares. Surgiram nos primeiros tempos de
formação do Universo e encontram-se a distâncias enormes.

Os principais Planetas do Sistema Solar


O Sistema Solar é constituido por oito planetas principais, são
eles:
23

Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Nept


uno.
Em baixo podes consultar um pequeno resumo de cada um, e
ainda ir para uma página com mais informações.
O Sistema Solar é também constituido por cinco planetas
anões:
Plutão, Ceres, Éris, Makemake e Haumea. Podes também
consultar a página sobre planetas anões.

Planeta Mercúrio

Mercúrio
Mercúrio é o planeta mais interior do Sistema Solar. Está tão
próximo do Sol que este, se fosse visto por um astronauta de
visita ao planeta, pareceria duas vezes e meia maior e sete vezes
mais luminoso do que observado da Terra.
O movimento de Mercúrio caracteriza-se ainda por uma
particular relação entre o seu eixo e a revolução orbital à volta do
Sol: o período de rotação, igual a 58,65 dias terrestres, dura
24

exactamente dois terços do período orbital (o seu "ano" ) que é


igual a 87,95 dias.
Em Mercúrio foram observadas estruturas ausentes na Lua,
entre as quais um sistema de grandes fracturas da crosta,
geralmente interpretadas como indícios de que o planeta sofreu
um processo de contracção, provavelmente pelo efeito do gradual
arrefecimento que teve lugar a partir de sua formação.

Vénus

Planeta Vénus

A imagem representa a paisagem de Vénus, fruto da fantasia de


um pintor. Sabe-se que no passado Vénus sofreu uma intensa
atividade vulcânica e pensa-se que ainda poderá ocorrer a
expulsão de gases e de lava. Vénus, o segundo planeta do sistema
solar por ordem de distância ao Sol, é o que pode aproximar-se
mais da Terra e o astro mais luminoso do nosso céu, depois do Sol
e da Lua. A órbita que o planeta percorre em 225 dias é
praticamente circular. A rotação sobre o seu eixo é
extremamente lenta, com um "dia" que dura quase 243 dias
25

terrestres, efetuando-se em sentido retrógrado, ao contrário dos


outros planetas rochosos do Sistema Solar.
A superfície deste planeta é um verdadeiro inferno, com uma
pressão atmosférica 90 vezes superior à da Terra e uma
temperatura de 500 ºC, devido ao efeito de estufa. A sua
atmosfera compõe-se, quase por inteiro, de dióxido de carbono
(CO2), com um pouco de nitrogénio (azoto).

Terra

Planeta Terra

A Terra é o terceiro planeta do sistema solar, a contar a partir


do Sol e o quinto em diâmetro.
Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra tem condições
únicas: mantém grandes quantidades de água, tem placas
tectónicas e um forte campo magnético. A atmosfera interage
com os sistemas vivos.
A ciência moderna coloca a Terra como único corpo planetário
que possui vida, na forma como a reconhecemos.
26

Marte

Planeta Marte

Marte, ao lado, numa montagem fotográfica, a partir de imagens


captadas pela sonda Viking Orbiter da NASA. É o resultado da
composição de mais de uma centena de imagens, obtidas quando a
sonda girava a 32.000 Km da superfície do planeta.
Conhecido pela sua característica coloração avermelhada, o
planeta gira em volta do Sol a uma distância média de 228 milhões
de quilómetros.
Sendo o mais exterior dos planetas rochosos, é um pequeno e
árido globo de atmosfera ténue, cuja estrutura interna ainda não
é bem conhecida. No entanto, através da densidade média, do
achatamento polar e da velocidade de rotação, é possível deduzir
que o planeta tem um núcleo de ferro e de sulfato de ferro com
cerca de 1.700 Km de raio, e uma crosta com cerca de 200 Km de
espessura. marcadamente elíptica, demorando 686,98 dias para
dar uma volta completa em redor do Sol e o seu plano orbital tem
uma inclinação de apenas 1,86º em relação à órbita terrestre.
27

Acompanham-no no seu movimento de revolução dois pequenos


satélites (Deimos e Fobos) descobertos em 1877.

Júpiter

Planeta Júpiter

O planeta gigante é o centro de um sistema composto por 63


satélites e um ténue anel. Embora Vénus o supere em esplendor no
céu da aurora ou do crepúsculo, Júpiter é sem dúvida, o planeta
mais espetacular, inclusive para quem apenas disponha de um
modesto instrumento óptico para a sua observação. Com o nome do
rei dos deuses da tradição greco-romana, situado a uma distância
média do Sol de 778,33 milhões Km, demora 11,86 anos a
descrever uma órbita (ligeiramente elíptica) completa.
O que mais impressiona neste planeta são as suas gigantescas
dimensões. Com um raio de 71.492 Km, um volume 1.300 vezes
superior ao da Terra e uma massa equivalente a quase 318 massas
terrestres, Júpiter supera todos os outros corpos do Sistema
Solar, exceptuando o Sol.
A formação mais espetacular da atmosfera de Júpiter é a
denominada Grande Mancha Vermelha, uma perturbação
28

atmosférica, com mais de 30.000 Km de extensão, que já dura há


300 anos.

Saturno

Planeta Saturno

Até 1977, foi mais conhecido pela particularidade de ser o único


planeta rodeado por um sistema de anéis. A partir de então,
graças às avançadas observações realizadas a partir da Terra e às
fascinantes descobertas das sondas Voyager, Saturno tornou-se
uma atracção universal.
Depois de Júpiter, Saturno é o maior planeta, com uma massa e
um volume 95 e 844 vezes, respectivamente, superiores aos da
Terra. Destes dados deduz-se que tenha uma densidade média
equivalente a 69% da da água, o que indica que na composição
deste corpo celeste predominam os elementos leves, como o
hidrogénio e o hélio.
Em Saturno também se observam várias formações semelhantes
a ciclones, de cor parda ou clara, embora nenhuma comparável à
Grande Mancha Vermelha de Júpiter. Trata-se de óvalos de cerca
29

de 1.200 Km, de duração breve e presentes apenas nas latitudes


altas.

Urano

Planeta Urano

O primeiro dos planetas descobertos na época moderna, só é


visível à vista desarmada em condições especialmente favoráveis.
Situado a uma distância média do Sol de 2.871 milhões Km,
demora 84,01 anos a descrever uma volta completa à volta do
astro.
É um planeta singular, cujo eixo de rotação coincide
praticamente com o plano orbital. Com o raio equatorial de 25.559
Km e a massa equivalente a 14,5 massas terrestres, o planeta
Úrano pode considerar-se irmão gémeo do longínquo Neptuno. A
coloração verde-azulada da atmosfera deve-se à abundância de
metano gasoso (2% das moléculas) que absorve a luz do Sol. Além
disso, o composto condensa-se a altitudes bastante elevadas e
forma uma camada de nuvens.
30

Neptuno

Planeta Neptuno

A órbita de Neptuno situa-se a uma distância de 4.497 milhões


de Quilómetros do Sol e para completar uma volta necessita de
165 anos. Assim, desde que foi descoberto (em Setembro de
1846) ainda não descreveu uma volta completa em redor do Sol. O
planeta possui uma massa 17 vezes superior à da Terra, e uma
densidade média igual a 1,64 vezes a da água. Como todos os
gigantes gasosos, não apresenta uma separação nítida entre uma
atmosfera gasosa e uma superfície sólida, pelo que se define
convencionalmente como nível zero, o correspondente à pressão de
1 bar.
A sua atmosfera é constituída, basicamente, por hidrogénio e
hélio, com uma pequena percentagem de metano. Este último
composto, que absorve a luz vermelha procedente do Sol, confere-
lhe a coloração característica e influencia a meteorologia e a
química do planeta.
31

Planetas Anões do Sistema Solar

O Planeta Plutão
passou a ser designado por planeta anão

O Sistema Solar é constituido por vários planetas anões:


Plutão, Éris e Ceres. (os primeiros a ser classificados como tal).
Makemake (formalmente designado em Julho de 2008, pela
União Astronómica Internacional).
Haumea (confirmado como planeta anão a partir de 18 de
Setembro de 2008).

Plutão
Até 2006, Plutão foi considerado um planeta principal do
Sistema Solar, mas a descoberta recente de vários corpos de
tamanho semelhante e, em alguns casos, maiores, no Cinturão de
Kuiper, fez com que a União Astronómica Internacional (U.A.I.)
decidisse, em 24 de Agosto de 2006, considerá-lo um planeta
anão, juntamente com Éris e Ceres, o maior dos asteróides. Plutão
é agora visto como o primeiro de uma categoria de objectos trans-
32

neptunianos e foi-lhe atribuído o número 1340340 no catálogo de


planetas menores.
A descoberta do seu satélite Caronte, em 1978, permitiu a
determinação da massa do sistema Plutão-Caronte, por meio da
simples aplicação da fórmula newtoniana da 3.ª lei de Kepler. O
diâmetro de Plutão foi finalmente calculado, sendo equivalente a
menos de 0,2 do da Lua. As características físicas de Plutão são,
em grande parte, desconhecidas, porque ainda não recebeu a visita
de uma nave espacial e a distância a que se encontra da Terra
dificulta investigações mais detalhadas. Actualmente a sonda da
NASA "New Horizons" (a mais veloz até hoje construída pelo
homem) dirige-se para Plutão, cuja atmosfera foi investigar em
2015.

Éris
É conhecido oficialmente como 136199 Eris, é um planeta anão
nos confins do sistema solar, numa região do sistema solar
conhecida como disco disperso. É o maior planeta-anão do sistema
solar e quando foi descoberto, ficou desde logo informalmente
conhecido como o "décimo planeta", devido a poder ser maior que
o então planeta Plutão.
Éris tem um período orbital de cerca de 560 anos e encontra-se
a cerca de 97 Unidades Astronómicas (UA) do Sol (uma UA
equivale a cerca de 150 milhões de quilómetros), em seu afélio.
Como Plutão, a sua órbita é bastante excêntrica, e leva o planeta a
uma distância de apenas 35 UA do Sol no seu periélio (a distância
de Plutão ao Sol varia entre 29 e 49,5 UA, enquanto que a órbita
de Neptuno fica por cerca de 30 UA).
33

Ceres
É um planeta anão que se encontra na cintura de asteróides,
entre Marte e Júpiter. Tem um diâmetro de cerca de 950 km e é
o corpo mais maciço que se encontra nessa região do sistema
solar, contendo cerca de um terço da massa total da cintura de
asteróides.
Apesar de ser um corpo celeste relativamente próximo do nosso
planeta, pouco se sabe sobre Ceres.
A sua classificação mudou mais de que uma vez: na altura em que
foi descoberto foi considerado como um planeta, mas após a
descoberta de corpos celestes semelhantes na mesma área do
sistema solar, levou a que fosse reclassificado como um asteróide
por mais de 150 anos.
No início do século XXI, novas observações mostraram que
Ceres é um planeta embrionário com estrutura e composição muito
diferentes das dos asteróides comuns e que permaneceu intacto
provavelmente desde a sua formação, há mais de 4 600 milhões de
anos. Pouco tempo depois, foi reclassificado como planeta anão.
Pensava-se, também, que Ceres fosse o corpo principal da "família
Ceres de asteróides". Contudo, Ceres mostrou-se pouco
aparentado com o seu próprio grupo, inclusive em termos físicos.
A esse grupo é agora dado o nome de "família Gefion de
asteróides".

Haumea
Haumea, antes conhecido astronomicamente como 2003 EL61, é
um planeta anão do tipo plutoide, localizado a 43,3 UA do Sol, ou
seja um pouco mais de 43 vezes a distância da Terra ao Sol, em
pleno Cinturão de Kuiper. Haumea possui dois pequenos satélites
naturais, Hi`iaka e Namaka, que, acredita-se, sejam destroços que
34

se separaram de Haumea devido a uma antiga colisão. Haumea é


um plutóide com características pouco comuns, tais como a sua
rápida rotação, elongação extrema e albedo elevado devido a gelo
de água cristalina na superfície. Pensa-se, também, tratar-se do
maior membro de uma família de destroços criados num único
evento destrutivo.
Apesar de ter sido descoberto em dezembro de 2004, só em 18
de setembro de 2008 é que se confirmou tratar-se de um planeta
anão, recebendo então o nome da deusa havaiana do nascimento e
fertilidade.

Makemake
Makemake é o terceiro maior planeta anão do Sistema Solar
e um dos maiores corpos do Cinturão de Kuiper. O seu diâmetro
é de cerca de três-quartos do de Plutão. Não possui satélites
conhecidos, o que o torna singular entre os corpos maiores do
Cinturão. A sua superfície é coberta por gelo de metano e,
possivelmente, de etano, devido à baixíssima temperatura média
(cerca de 240 ºC negativos).
De início conhecido como 2005 FY9 (e antes disso,
provisoriamente, como "coelhinho da Páscoa"), Makemake foi
descoberto em 31 de Março de 2005 por uma equipa chefiada por
Michael Brown. O facto foi anunciado em 29 de Julho de 2005.
Posteriormente, a 11 de Junho de 2008, a União Astronómica
Internacional (UAI) incluiu-o na sua lista de candidatos potenciais
ao status de plutóide, uma denominação para planetas anões além
da órbita de Neptuno que incluía então apenas Plutão e Éris.
Makemake foi formalmente designado um plutóide em Julho de
2008.
35

Makemake recebeu o nome do criador mítico da humanidade


segundo os rapanui, nativos da ilha de Páscoa.

As principais luas do sistema solar

Um satélite natural ou lua (em letra minúscula) ou ainda planeta


secundário é um astro que circula em torno de um planeta
principal, isto é, não orbita em torno de uma estrela. Por exemplo,
a Lua é um satélite natural da Terra.
Porém, algumas luas são maiores que alguns planetas principais,
como Ganímedes e Titã, satélites naturais de Júpiter e Saturno,
respetivamente, que são maiores que Mercúrio.
Assim sendo, se a sua órbita fosse em volta do Sol, eles
poderiam ser considerados como planetas. Apesar disso, existem
outros satélites que são muito menores e têm menos de 5 km de
diâmetro, como várias luas do planeta Júpiter.
36

A descoberta das luas


Os primeiros satélites (exceptuando a Lua) só foram
descobertos no início do século XVII por Galileu Galilei, e foi ele
que chamou a essas luas que descobriu os nomes de Io, Europa,
Ganímedes e Calisto, nomes de personagens mitológicas
relacionadas com Júpiter, o planeta que estas quatro luas orbitam.
A grande lua em Saturno a que se chamou de Titã, é descoberta
45 anos depois. Pensou-se que se tratava da maior lua jamais vista.
Hoje sabe-se que Ganímedes é maior que Titã.
Não obstante e até ao final do século XVII, só mais quatro
satélites foram descobertos em Saturno. No século XVIII são
descobertas mais duas luas em Saturno e duas em Urano.
Até ao desembarque do Homem na Lua, eram conhecidas duas
em Marte, cinco em Júpiter, nove em Saturno, cinco em Urano e
duas em Neptuno.
Nos dias de hoje com as sondas espaciais que exploraram todo o
sistema solar, passou-se a conhecer um grande número de
satélites a orbitar os planetas exteriores e conheceu-se de perto
as grandes luas do sistema solar. Assim são conhecidas, até a
data: uma na Terra, duas em Marte, 63 em Júpiter, 49 em
Saturno, 27 em Urano e 13 em Neptuno. De facto, Mercúrio e
Vénus não têm satélites naturais. Um total de 158 satélites em
todo o sistema solar.
De notar, que grande partes destes satélites são apenas
pedaços de rocha ou gelo em forma de batata a girar em torno de
um planeta e não planetas secundários perfeitamente formados
com uma forma razoavelmente esférica tal como a Lua da Terra ou
as colossais luas de Júpiter. Ao todo no sistema solar, existem 20
37

dessas grandes luas, a maior é Ganímedes com mais de 5000 km


de diâmetro e a menor é Mimas com cerca de 400 km.
Recentemente descobriu-se que alguns asteróides como o Ida
(que tem o satélite Dactyl, descoberto pela sonda Galileu),
possuem satélites naturais. Mas, como não orbita um planeta, não
pode exatamente ser considerado um satélite.

III – Representações Cartográficas


Mediante a compreensão dos principais conceitos básicos da
cartografia, podemos ter um entendimento mais facilitado do
processo de leitura e produção de mapas.

A cartografia é uma ciência repleta de conceitos técnicos e noções basilares que permitem o seu
entendimento

A cartografia, como sabemos, é a área do conhecimento


responsável pela elaboração e estudo dos mapas e representações
cartográficas em geral, incluindo plantas, croquis e cartas
gráficas.

Essa área do conhecimento é de extrema utilidade não só para os


estudos em Geografia, mas também em outros campos, como a
38

Historia e a Sociologia, pois, afinal, os mapas são formas de


linguagem para expressar uma dada realidade.

Existem, dessa forma, alguns conceitos básicos de Cartografia


que nos permitem entender os elementos dessa área de estudos
com uma maior facilidade. Saber, por exemplo, noções como as de
escala, legenda e projeções auxilia-nos a identificar com mais
facilidade as informações de um mapa e as formas utilizadas para
elaborá-lo.

Confira, a seguir, um resumo dos principais conceitos da


Cartografia:
Mapa – um mapa é uma representação reduzida de uma dada área
do espaço geográfico. Um mapa temático, por sua vez, é uma
representação de um espaço realizado a partir de uma
determinada perspectiva ou tema, que pode variar entre
indicadores sociais, naturais e outros.
Tipos de Mapas
Mapas são representações gráficas feitas geralmente em uma
superfície plana (como papel), com a finalidade de apresentar
informações da realidade; eles fazem parte da humanidade desde
os tempos remotos.

Essas representações do espaço geográfico se tornaram mais


difundidas a partir da necessidade de tornar o trajeto das viagens
mais seguro, como as caravanas mercantis, por exemplo.

Praticamente todas as características do espaço geográfico


podem ser representadas em um mapa. No entanto, tais
características não podem ser colocadas em uma única carta
cartográfica, pois sua compreensão fica confusa e comprometida.
Diante disso, os cartógrafos criaram mapas que abordam temas
39

específicos, dando origem aos mapas temáticos. São eles: mapa


político, físico, econômico e histórico.

Os mapas podem representar os mais variados temas das mais


diversas regiões do mundo
Os mapas são instrumentos de comunicação, servem para
representar graficamente uma dada área do espaço terrestre.

Os mapas e cartogramas não objectivam representar todas as


informações presentes na superfície, mas apenas aquilo que o
autor deseja demonstrar.
Por isso, os mapas podem ser divididos em vários tipos e a sua
classificação varia de acordo com o tema tratado. Por esse
motivo, dá-se o nome de mapas temáticos ou especificos.

Mapas físicos: são mapas que representam a superfície física da


terra, como as formas de relevo, a hipsometria (as altitudes da
terra divididas em cores), a hidrografia, o clima, a vegetação, os
solos, entre outros.
40

Mapas Económicos: Representação cartográfica criada para


informar as riquezas de um determinado lugar (continente,
subcontinente, país, estado e município). Expressam onde estão
localizadas as principais jazidas minerais, além de informar sobre
as produções agropecuárias, industriais e de serviços.

Mapas demográficos: trata-se da representação espacial das


populações, como índices populacionais, taxas de analfabetismo,
migrações, etc.

Mapa Político: esse tipo de representação tem como objectivo


explicitar as divisões territoriais, ou seja, as fronteiras entre
continentes, países, estados e até municípios, enfatizando que as
mesmas são criações humanas. Nesse tipo de mapa, é comum
encontrarmos símbolos, como linha ( — ), para demonstrar
fronteiras; e ponto ( • ), para indicar cidades.

Mapas Históricos: Tipo de representação cartográfica que


informa sobre aspectos que aconteceram no passado, como, por
41

exemplo, a floresta Amazônica em 1970, a expansão de um


território sobre o outro em períodos de expansionismo espacial,
entre outros.
Para além desses ainda existem:
Mapas Gerais: Que representam muitos temas sobrepostos no
mesmo mapa e geralmente de escalas pequenas e com símbolos
fora da escala.
Mapas topográficos: São mapas que representam um pais em
numerosas folhas, usam uma grande escala, têm uma grande
precisão por isso são muito protegidos por isso constituem
segredo do estado.

Plantas – Representação cartográfica realizada a partir de uma


escala muito grande, ou seja, com uma área muito pequena e um
nível de detalhamento maior. É muito utilizada para representar
casas e moradias em geral, além de bairros, parques e
empreendimentos.

Croquis – É um esboço cartográfico de uma determinada área ou,


em outras palavras, um mapa produzido sem escala e sem os
procedimentos padrões na sua elaboração, servindo apenas para a
obtenção de informações gerais de uma área.

A escala do mapa

Escala – é a proporção entre a área real e a sua representação em


um mapa. Geralmente, aparece designada nos próprios mapas na
forma numérica e/ou na forma gráfica.
42

O mapa acima representa os tipos de climas do mundo, sua escala é pequena, pois abrange uma grande
quantidade de informações generalizadas.

Os mapas são representações gráficas de uma área real, são de


extrema importância para a sociedade e, especialmente, para
determinados profissionais, como Geógrafos, Geólogos,
Agrônomos, Engenheiros, Biólogos, Cartógrafos, dentre outros.

Um mapa pode possuir níveis distintos de abrangência, de modo


que podemos mapear o mundo, continentes ou partes deles, países,
regiões, Estados ou mesmo ruas.

Todas as vezes que visualizamos um mapa, independentemente do


seu tema (mapa político, físico, histórico, econômico), podemos
saber a distância real que há entre dois pontos ou o tamanho de
uma área. Isso é possível por meio da verificação da escala
disposta nos mapas.

Escala é variação da proporção de uma área a ser mapeada, quem a


determina é o responsável pela elaboração do mapa.

Exemplo prático:

Quando se tem a intenção de construir um mapa de um espaço, de


43

maneira que represente fielmente as medidas reais do mesmo,


pode-se seguir o princípio do exemplo abaixo:

Se uma sala de aula possui 5 metros de largura por 5 metros de


comprimento, a mesma pode ser representada da seguinte forma:
se estabelece que cada centímetro no papel equivale a 1 metro ou
100 centímetros no real. Desse modo, a escala produzida é 1:100
(1cm: 100cm) ou 1/100 (1cm/100cm).

Basicamente existem dois tipos de escalas ou duas formas de


representação da escala: escala gráfica e escala numérica.

Escala gráfica: é representada por uma linha estabelecida no


sentido horizontal que contém divisões precisas entre seus
pontos. Na mesma se expõe as distâncias que existem na
superfície real.

A escala representa que cada centímetro no papel corresponde a 3


km na superfície real.
Escala numérica: exposta no mapa em forma fracionária, sendo
que o numerador representa a medida no mapa e o denominador a
medida da superfície real.
44

O mapa de Portugal traz consigo uma escala numérica.

Legenda – é a utilização de símbolos em mapas para definir


algumas representações e está sempre presente em mapas
temáticos. Alguns símbolos cartográficos e suas legendas são
padronizados para todos os mapas, como o azul para designar a
água e o verde para indicar uma área de vegetação, entre outros.

Os símbolos dos mapas


45

Os símbolos dos mapas são fundamentais para a compreensão do espaço


representado
Sabemos que os mapas são importantes formas de comunicação.
Sendo assim, eles possuem a sua própria linguagem, usada para
transmitir informações de forma simples, prática e direta. Essas
linguagens são os símbolos dos mapas, e seus significados estão
disponíveis nas legendas.

Diferentemente de fotografias aéreas e imagens de satélite, os


mapas são representações selectivas do espaço, pois neles são
escolhidas apenas aquelas informações necessárias para o
entendimento de determinados aspectos de uma área. Por
exemplo, se eu quero estudar a espacialidade dos focos de dengue
em Viana, eu posso utilizar um mapa de Luanda que contenha
símbolos que me indiquem apenas onde houve casos de dengue
registados na cidade.
A escolha dos símbolos cartográficos não é aleatória. Ela obedece
a uma lógica previamente sistematizada. Existem três tipos
principais: pontual, linear e zonal.

Os três tipos de símbolos cartográficos


Pontual: Os símbolos cartográficos pontuais são utilizados para
representar localidades ou elementos cujas áreas totais são muito
pequenas ou até insignificantes perante o tamanho total da área
representada. Exemplos: aeroporto em uma cidade; cidade em um
país; pontos de ônibus em um bairro, etc.
Linear: Os símbolos lineares são utilizados para representar
objetos ou elementos de largura muito pequena, mas grandes em
extensão. Exemplos: rodovias, rios e ferrovias.
46

Zonal: Os símbolos zonais são utilizados para representar


objectos ou áreas de grande extensão com relação à área
representada. Exemplos: reservas florestais, tipos de relevo,
campos de cultivo, entre outros.
Além disso, esses três tipos de símbolos podem variar conforme a
suas cores, os seus tamanhos ou a direção para onde apontam. De
modo que, para alguns elementos, já existem algumas cores
previamente definidas, como o azul para a água e o verde para
florestas e coberturas vegetais.

De modo geral, os símbolos de um mapa precisam estar de acordo


com o que é representado – não podemos, por exemplo, utilizar a
figura de um avião para representar uma estação de trem.
Também deve estar de acordo com o título e tema nele tratados.
Ter conhecimento sobre esses critérios é muito importante para
facilitar a leitura de mapas de todos os tipos.

Orientação – é a determinação de ao menos um dos pontos


cardeais, importante para representar a direção da área de um
mapa. Alguns instrumentos utilizados na determinação da
orientação cartográfica são a Rosa dos Ventos, a Bússola e o
aparelho de GPS.

Pontos cardeais, colaterais e subcolaterais


Os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais indicam, juntos, dezesseis
caminhos ou orientações no espaço de referência.
47

Os pontos cardeais auxiliam na orientação cartográfica

Os pontos cardeais são meios de orientação no espaço terrestre


utilizados em diversos instrumentos, tais como as bússolas e os
mapas. É, portanto, a partir dos pontos cardeais que podemos ter
a correcta consciência do lugar que ocupamos no espaço e da nossa
posição relativa em relação a ele.
Além dos pontos cardeais, há também pontos mais específicos, os
chamados pontos colaterais, e outrosainda mais precisos, os
pontos subcolaterais, que nada mais são do que a combinação dos
pontos cardeais e subcolaterais.
Os pontos cardeais – e seus respectivos símbolos – são:
Norte: N
Sul: S
Leste: L ou E (em função dessa expressão em inglês, ―east”).
Oeste: O ou W (também em função de sua correspondência na
língua inglesa, ―west‖).
Os pontos colaterais, cuja posição encontra-se entre os pontos
cardeais, são:
Entre o norte e o oeste: Noroeste (NW)
Entre o norte e o leste: Nordeste (NE)
48

Entre o sul e o leste: Sudeste (SE)


Entre o sul e o oeste: Sudoeste (SW)
Por fim, temos os pontos subcolaterais, com uma posição mais
específica:
Entre o Norte e o Noroeste: Nor-noroeste (NNW)
Entre o Norte e o Nordeste: Nor-nordeste (NNE)
Entre o Oeste e o Noroeste: Oés-noroeste (WNW)
Entre o Oeste e o Sudoeste: Oés-sudoeste (WSW)
Entre o Leste e o Nordeste: Lés-nordeste (ENE)
Entre o Leste e o Sudeste: Lés-sudeste (ESE)
Entre o Sul e o Sudoeste: Sul-suldoeste (SSW)
Entre o Sul e o Sudeste: Sul-suldeste (SSE)

A rosa dos ventos ou rosa naútica com todos os seus dezesseis pontos de localização

Observando a rosa dos ventos acima, temos a conjunção de todos


os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais. Como já foi
mencionado, eles nos ajudam a situar a nossa orientação no espaço
e também indicam a posição relativa, por exemplo: ―a escola
encontra-se a nordeste de nossa posição actual‖; ―a padaria
49

encontra-se a lés-sudeste da sorveteria‖; ―Angola encontra-se ao


sul da Linha do Equador‖.

Projeções Cartográficas

Projeções Cartográficas:São o sistema de representação da


Terra, que é geoide e quase arredondada, em um plano, de forma
que sempre haverá distorções. No sistema de projeções
cartográficas, utiliza-se a melhor estratégia para definir quais
serão as alterações entre o real e a representação cartográfica
com base no tipo de mapa a ser produzido.

Principais projeções cartográficas

As projeções cartográficas permitem representar a superfície


esférica da Terra em um plano, ou seja, no mapa; elas são a base
para a confecção de um mapa, constituindo uma rede sistemática
de paralelos e meridianos, permitindo que esses sejam
desenhados.

As representações da superfície terrestre em mapas apresentam


algumas distorções. As diferentes projeções cartográficas foram
desenvolvidas com o intuito de minimizar as distorções ocorridas
50

durante a produção de um mapa e, principalmente, fazer com que


essas distorções sejam conhecidas. Mas nenhuma delas é capaz de
evitar a totalidade das deformações.

As principais projeções cartográficas são:

Projeção Cilíndrica: O plano da projeção é um cilindro envolvendo


a esfera terrestre. Após realizada a projeção dos paralelos e
meridianos do globo para o cilindro, este é aberto ao longo de um
meridiano, tornando-se um plano sobre o qual será desenhado o
mapa.

Projeção Cilíndrica

Projeção Cônica: O plano da projeção é um cone envolvendo a


esfera terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os
meridianos rectos convergem para o pólo.

Projeção Cônica

Projeção Plana ou Azimutal: O plano da projeção é um plano


tangente à esfera terrestre. Os paralelos são círculos
concêntricos e os meridianos rectos irradiam-se do pólo.
51

Projeção Plana ou Azimutal

Existem também as projeções:

Projeção de Mercator: Conserva os ângulos verdadeiros. Muito


utilizada para navegação marítima e aeronáutica.

Projeção de Peters: Projeção cilíndrica equivalente. Conserva a


proporcionalidade das áreas.

Projeção de Hölzel: Apresenta contorno em elipse


proporcionando uma ideia aproximada da forma esférica da Terra
com achatamento dos polos.

Projeção Azimutal Equidistante Polar: O pólo norte é o centro do


mapa e a partir dele as distâncias estão em escala verdadeira,
bem com os ângulos azimutais.

Hipsometria – também chamada de altimetria, é o sistema de


medição e representação das altitudes de um determinado
ambiente e suas formas de relevo. Portanto, um mapa
hipsométrico ou altimétrico é um mapa que define por meio de
cores e tons as diferenças de altitude em uma determinada
região.
Coordenadas Geográficas
Coordenadas Geográficas – é a combinação do sistema de
paralelos e meridianos com base nas longitudes e as latitudes para
localizar todo e qualquer ponto da superfície terrestre.
52

Sistema de coordenadas geográficas: latitude e longitude

Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que cortam o


planeta Terra nos sentidos horizontal e vertical, servindo para a
localização de qualquer ponto na superfície terrestre.
A distância das coordenadas geográficas são medidas em graus,
minutos e segundos. Um grau corresponde a 60 minutos, e um
minuto corresponde a 60 segundos.

Paralelos:São as linhas imaginárias traçadas horizontalmente


sobre o planeta ou perpendiculares ao eixo de rotação terrestre.
Os principais paralelos são a Linha do Equador, os Trópicos de
Câncer e Capricórnio e os Círculos Polares Árctico e Antárctico.
Todo paralelo da Terra possui um valor específico de latitude, que
pode variar de 0º a 90º para o sul ou para o norte.

Meridianos: São as linhas imaginárias traçadas verticalmente


sobre o planeta ou paralelas ao eixo de rotação terrestre. O
53

principal meridiano é o de Greenwich, estabelecido a partir de uma


convenção internacional. Todo meridiano da Terra possui um valor
específico de longitude, que pode variar entre 0º e 180º para o
leste ou para o oeste.
Latitude: É a distância, medida em graus, entre qualquer ponto da
superfície terrestre e a Linha do Equador, que é um traçado
imaginário que se encontra a uma igual distância entre o extremo
norte e o extremo sul da Terra.

Longitude: É a distância, medida em graus, entre qualquer ponto


da superfície terrestre e o Meridiano de Greenwich, outra linha
imaginária que é empregada para definir a separação dos
hemisférios leste e oeste.

Curvas de Nível: É uma linha ou curva imaginária que indica os


pontos e áreas localizados sob uma mesma altitude e que possui a
sua designação altimétrica feita por números representados em
metros.

Exemplo de curva de nível.

Curva de nível é o nome usado para designar uma linha imaginária


que agrupa dois pontos que possuem a mesma altitude. Por meio
dela são confeccionados os mapas topográficos, pois a partir da
observação o técnico pode interpretar suas informações através
54

de uma visão tridimensional do relevo.

Uma curva de nível refere-se a curvas altimétricas ou linhas


isoípsas (ligam pontos de mesma altitude), essa é a mais eficiente
maneira de representar as irregularidades da superfície
terrestre (relevo).

As linhas acima são curvas de níveis. Relevos de maiores altitudes


possuem curvas de níveis mais próximas umas da outras, enquanto
que as mais distantes representam terrenos mais planos.

A partir da visualização de uma curva de nível é possível


identificar se o relevo de uma determinada área é acidentado,
plano, montanhoso, íngreme e etc. Diante dessa afirmação,
percebe-se que a configuração das linhas são determinadas pelas
características do relevo da área mapeada.

Aerofotogrametria – é o registo de imagens a partir de


fotografias aéreas, sendo muito utilizado para a produção de
mapas.

SIG – sigla para ―Sistemas de Informação Geográficas‖, é o


conjunto de métodos e sistemas que permitem a análise, coleta,
armazenamento e manipulação de informações sobre uma dada
área do espaço geográfico. Utiliza, muitas vezes, técnicas e
55

procedimentos tecnológicos, incluindo softwares, imagens de


satélite e aparelhos eletrônicos em geral.
Sistema de Informações Geográficas - SIG

Ferramentas que compõem um SIG

O Sistema de Informações Geográficas – SIG é um conjunto de


sistemas de softwares e hardwares capazes de produzir,
armazenar, processar, analisar e representar inúmeras
informações sobre o espaço geográfico, tendo como produto final
mapas temáticos, imagens de satélites, cartas topográficas,
gráficos e tabelas. Esses produtos são importantes para a análise
de evoluções espaciais e temporais de um fenômeno geográfico e
as inter-relações entre diferentes fenômenos espaciais.

Uma das principais aplicações do SIG é no planeamento e


ordenamento territorial, como o planeamento urbano de uma
cidade, o planeamento ambiental, citando como exemplo o controlo
e o monitoramento do desmatamento na Amazônia.

O SIG é uma ferramenta que vem sendo utilizada cada vez mais
pelos órgãos públicos e privados, pois permitem a maximização de
informações coletadas.
56

Exemplos de SIG são: Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto


e o GPS. Cada uma dessas três ferramentas tem uma função
específica.
O Sensoriamento Remoto é um conjunto de técnicas utilizado para
a captação de imagens por meio de sensores de satélites,
acoplados de equipamentos fotográficos e scanners. É uma
técnica que permite obter informações de um determinado
objecto sem entrar em contacto físico com ele.

O GPS é o Sistema de Posicionamento Global (sigla derivada do


inglês Global Positioning System), um instrumento que permite a
localização de uma pessoa ou um objecto espacial a partir de suas
coordenadas geográficas, latitude e longitude.

Actualmente, vem sendo utilizado em diversos sectores


económicos, como na agricultura e no rastreamento de carga de
veículos. Com os problemas de trânsito enfrentados nas grandes
cidades, vem se tornando um item indispensável para navegação e
orientação aos motoristas de carro.

O Geoprocessamento é a técnica de coleta e processamento de


dados espaciais. Esse processo envolve informações coletadas
tanto pelo Sensoriamento Remoto quanto pelo GPS.
57

Com os seguintes dados:


1. Construa uma rede de coordenadas geográficas:
A=15ºS;10ºW
B=5ºN;10ºE
C=0º;0º
D=2ºN;6ºW
E=20ºS;15ºE
F=0º;10ºW
G=4ºN;10ºE
H=12ºS;6ºW
I=15ºN;15ºW
J=20ºN;20ºE

2. Apresenta as coordenadas do seguinte gráfico:

I
C
F
A
E

J
H
D

B
58

Fusos horários

Mapa que mostra os fusos horários nos países do globo terrestre

No passado, antes do século XIX, as horas marcadas baseavam-se


no movimento aparente do sol. Entretanto, o movimento de
rotação da Terra não produz dias e noites iguais, e, por
praticidade, adoptou-se um tempo solar em que dia e noite tinham
a mesma duração.

Mas essa praticidade durou somente até o século XIX, quando as


pessoas começaram a deslocar-se de um lugar para o outro com
mais intensidade. Dentro de um mesmo país, viram que existia uma
diferença de hora de um lugar para outro, e isso causava grandes
transtornos.

Para padronizar a hora internacional e sanar o problema, foi


realizada a Conferência Internacional do Meridiano, no ano de
1884. Nesse evento, realizado em Washington (EUA), definiu-se
59

um meridiano que seria o ponto zero, servindo de padrão para


todas as nações mundiais, criando os fusos horários.

Assim, por votação, estabeleceu-se que o Meridiano Zero passaria


no Observatório Astronômico de Greenwich, na Inglaterra,
próximo a Londres.

Isto é, o Meridiano de Greenwich passa a ser a referência da hora


oficial mundial, a chamada hora GMT (Greenwich Mean Time).
A partir de então definiu-se os seguintes regulamentos:

A Terra possui 360° de esfera terrestre com o tempo de duração


do movimento de rotação de 24 horas (valor arredondado). Logo,
360° ÷ 24h = 15º por hora. Portanto, a cada 15° no movimento de
rotação tem-se uma hora.
O fuso horário referência, de Greenwich, tem a extensão de 7°30’
a leste e 7°30’ a oeste.
São, ao todo, 24 fusos horários. 12 ao Oeste e 12 ao Leste de
Greenwich.
Para identificação da mudança dos fusos horários, adotou-se os
sinais de ―+ (mais)‖, indicando as horas adiantadas, e ―– (menos)―,
indicando as horas atrasadas, sempre em relação a Greenwich.

Os fusos horários situados a Leste são adiantados em relação a


Greenwich, enquanto que os fusos a Oeste estão atrasados. Isso
acontece porque a Terra gira de Oeste para Leste, ou seja, o Sol
―nasce‖ a Leste indo em direção ao Oeste.
Por vezes, alguns países são cortados por mais de um fuso horário,
como é o caso Brasil. Por isso mesmo, muitos fizeram adaptações
dos fusos oficiais aos limites jurídicos de seus territórios, a fim
de não gerar transtornos económicos e sociais.
60

As zonas horárias ou fusos horários são cada uma das vinte e


quatro áreas em que se divide a Terra e que seguem a mesma
definição de tempo. O termo fuso denomina a porção de superfície
esférica compreendida entre dois semiplanos que partem de um
diâmetro da esfera, assemelhando-se à superfície externa de um
gomo de laranja.
Os fusos horários geralmente estão centrados
nos meridianos das longitudes que são múltiplos de 15°; no
entanto, as formas dos fusos horários podem ser bastante
irregulares devido às fronteiras nacionais dos vários países ou
devido a questões políticas (caso da China, que poderia abranger
algo como 4 fusos horários, mas obriga todo o país a utilizar o
horário de Pequim com evidentes distorções no oeste chinês, onde
quando não é inverno o sol nasce por volta das nove horas
da manhã).
Todos os fusos horários são definidos em relação ao Tempo
Universal Coordenado (UTC), o fuso horário que
contém Londres quando esta cidade não está no horário de
verão onde se localiza o meridiano de Greenwich, o qual divide o
fuso horário.
A hora era uma característica extremamente local. Antigos
viajantes tinham que acertar o relógio toda vez que chegavam a
uma cidade nova. O acerto de horas era feito através do sol: o
meio dia representava o ponto mais alto que a estrela alcançava.
Grande parte das empresas, devido a estas irregularidades
resolveram fixar cem fusos dos caminhos de ferro. Esta prática
ocorreu até 1883.
Na Grã-Bretanha, foi criada uma única hora legal para todo o país
(Inglaterra, Escócia e País de Gales), sendo o autor original desta
ideia o Dr. William Hyde Wollaston. Com isto, a prática foi se
popularizando.
61

Great Western Railway, foi a primeira companhia de trem a


utilizar a hora Greenwich Mean Time (GMT) ou Tempo Médio de
Greenwich. Em 1847, praticamente todas utilizavam este sistema.
O senador do Canadá, Sanford Fleming, em 1878, sugeriu um
sistema internacional de fusos horários. Seu pensamento era
dividir a Terra em 24 faixas verticais, onde cada uma delas era
um fuso de uma hora. O planeta possui 360° de circunferência,
assim sendo, cada faixa teria 15° de largura longitudinal. Em 1879,
o estudo foi publicado no jornal do Instituto de Toronto de
Canadá. Com a aprovação norte-americana, em 18 de novembro
de 1883, as linhas de trem passaram a utilizar os fusos.
Em 1884, foi realizada a Conferência Internacional do Primeiro
Meridiano, em Washington, D. C., Estados Unidos. A proposta era
padronizar a utilização mundial da hora legal. Acabou sendo aceite
a teoria de Fleming. A longitude 0° passaria pelo Observatório
Real de Greenwich. Os outros fusos seriam contados
positivamente para leste, e negativamente para oeste, até ao
Meridiano de 180º, o Antimeridiano, situado no Oceano Pacífico,
onde seria a Linha Internacional de Mudança Data.

Observa-se o Meridiano zero, marcado no Observatório de


Greenwich, a leste de Londres, atrás da porta envidraçada
62

percebe-se a base do eixo do telescópio de monitoramento da


passagem meridiana.
O cálculo é aproximado por questões de existir o horário de verão
e convenções políticas de cada país.
O planeta Terra possui forma geoide com circunferência de 360°,
com uma rotação completa a cada 24 horas. Ou seja, para cada
hora a Terra se desloca 15° (sentido anti-horário). Os fusos são
determinados pelo meridiano 0 na cidade de Greenwich, próxima
a Londres. Desta forma, de quinze em quinze graus a leste, os
fusos são numerados positivamente (+1, +2, +3...+12) e a oeste
negativamente (-1, -2, -3...-12).
Para saber o horário de alguma cidade é necessário conhecer o
meridiano em que está e a posição em relação a Greenwich (leste
ou oeste). O cálculo é feito através da verificação dos fusos no
mapa, subtraindo o menor do maior. E atentando para o jogo de
sinais. Depois, deve ser somada esta diferença à hora legal se
estiver a leste e subtraída caso esteja em oeste.

Os limites entre fusos horários, como é bem conhecido, não


seguem necessariamente os meridianos múltiplos de +/- 15°.
Seguem fronteiras políticas entre nações, províncias, estados
dentro dos países, convenções e definições dos países.
Porém, para facilitar o entendimento e sem se prender a
fronteiras políticas, pode-se considerar que na linha
do Equador cada fuso (15°) apresenta uma largura média da ordem
de 1667 km.
Os fusos vão reduzindo sua largura média, a medida que se
aproximam dos Pólos. Assim,
63

nos trópicos de Câncer e Capricórnio essa largura média dos 15°


de cada fuso seria da ordem de 1529 km.
A extensão leste-oeste dos fusos é, na latitude dos Paralelos 30°
Norte e 30° Sul, de cerca de 1443 km. Nas Latitudes 50° Norte e
50° Sul os fusos apresentam largura média de 1071 km.
Na proximidade dos plos, Latitudes 80° Norte e 80° Sul, a largura
de cada fuso é de apenas 289,4 km.

PRATICANDO O QUE VOCÊ APRENDEU:

Como resolver problemas de horário envolvendo mais de um


fuso. Para resolver qualquer problema de fuso horário, você deve
seguir alguns passos:

1º Passo. Quando as longitudes estão em hemisfério opostos,


devem ser somadas. Se forem longitudes no mesmo hemisfério,
devem ser subtraídas. Por exemplo:

diferentes hemisférios (opostos)


Hem. Oeste + Hem. Leste
soma

mesmo hemisfério (iguais)


Hem. Oeste – Hem.Oeste
Hem. Leste - He.Leste
diminui
64

2º Passo. O resultado obtido deve ser dividido por 15º, o que


permitirá descobrir a diferença horária entre os dois locais.

3º Passo. A diferença horária deverá ser somada à hora


conhecida, caso o local que deseja saber a hora, estiver situado no
sentido leste daquele horário que já sabemos. Ou então, se o local
que deseja saber a hora estiver no sentido oeste daquele já
conhecido, a diferença deverá ser subtraída da hora conhecida.

PONTO EM DITRECÇÃO A LESTE:


hora conhecida + diferença horária = hora do
local pedido no problema

PONTO EM DIRECÇÃO A OESTE:


hora conhecida - diferença horária = hora do
local pedido no problema

EXEMPLIFICANDO:

1. Na cidade X, situada a 60º de longitude oeste são 08:00


horas. Que horas serão na cidade Y situada a 90º de
longitude leste?

Resolução:
65

X – 60º de longitude oeste = 08.00h


Y - 90º de longitude leste = ?

1º Passo. Como as longitudes são opostas. Os valores devem


ser somados:

60º oeste + 90º leste = 150º

2º Passo. Divide-se o valor encontrado por 15º


150º / 15º = 10 horas ou 10 fusos

A diferença horária entre as duas cidades é de 10 horas.

3º Passo. Desejamos saber a hora em Y. Como Y está a


leste de X, significa
que devemos somar os valores.

Assim: 08:00 horas + 10:00 horas = 18:00 horas

Resposta: em X, serão 18:00 horas

Lembre-se !
Se houver resto na divisão, deveremos
multiplicar esse resto por 4 (quatro), para transformá-lo
em minutos, porque a cada quatro minutos a Terra
gira 1º em torno de seu eixo.

2. José Carlos atualmente mora e trabalha na cidade de Roma,


localizada a 15º a leste do Meridiano de Greenwich. Certo dia,
ele resolveu ir para o Brasil, na cidade de Brasília, visitar a sua
família, a 45º de longitude a oeste de Greenwich. Saindo da
66

Itália às 15h e com um tempo de viagem de 11h, ele chegou ao


seu destino em que horário?
1º passo: identificar os fusos. Aqui, os fusos não estão
expressos no enunciado, então teremos que calculá-los.
Como afirmamos no início do texto, cada fuso possui 15º
de longitude. Dessa forma, para transformar as
longitudes em fusos, basta dividi-las por 15.
Cidade de origem: 15º ÷ 15 = 1GMT
Cidade de destino: -45º ÷ 15 = -3GMT
2º passo: calcular a diferença entre os fusos. Agora basta
repetir o mesmo procedimento do exemplo 01, diminuindo
o fuso de destino pelo fuso de origem.
-3GMT - 1GMT: -4GMT
Portanto, a diferença entre o local de origem e o local de
destino é de 4 horas.
3º passo: verificar se somamos ou diminuímos os fusos.
Como José Carlos está se deslocando do leste em direção
ao oeste, então devemos diminuir os fusos em relação ao
horário de origem. No entanto, não podemos nos
esquecer de somar o tempo de viagem, que é de 11
horas. Assim,
15h (hora local de partida) – 4h (diferença entre os
fusos) + 11h (tempo de viagem) = 22h
Portanto, José Carlos chegou a Brasília às 22h.
67

Exercícios:
1. Na cidade X, situada a 60º de longitude leste são 08:00
horas. Que horas serão na cidade Y situada a 90º de
longitude oeste?
2.A cidade de Pequim, que sediou os XXIX Jogos Olímpicos
de Verão, fica a leste de Greenwich, no fuso 8.
Considerando-se que a cerimônia de abertura dos jogos
tenha ocorrido às 20h 8min, no horário de Pequim, do dia 8
de agosto de 2008, a que horas os angolanos devem ter
ligado seus televisores para assistir ao início da cerimônia de
abertura?
3. Duas cidades separadas por 120° de longitude têm uma
diferença horária de?
4. Um avião descolou do aeroporto da cidade A (45°W) às 7
horas com destino à cidade B (120°W). O voo tem duração de
oito horas. Que horas serão na cidade B quando o avião
pousar?
5. A viagem de um empresário de Santiago (Chile) a Roma
(Itália) está organizada da seguinte forma:
Sai de Santiago (75° de longitude oeste) às 6 horas do dia 2
de janeiro de 2005 e faz escala em São Paulo (45° de
longitude oeste), no Brasil, após quatro horas de
viagem. Depois de uma escala de 2 horas, descola com
destino a Roma (15° de longitude leste), durando 10 horas a
viagem. Apresente a soma das alternativas corretas:
O avião chega a São Paulo às 14 horas do dia 2 de janeiro de
2005.
O avião chega a Roma às 6 horas do dia 3 de janeiro de
2005.
A diferença de horário entre Santiago e Roma é de 6 horas.
68

A diferença de horário entre Santiago e São Paulo é de 2


horas.
É impossível prever a hora de chegada em Roma?

6. São 19 horas em Kyoto no Japão, cidade localizada a


135º leste de Greenwich, e a televisão japonesa anuncia em rede a
ocorrência de um terramoto. Várias localidades do mundo recebem
simultaneamente a notícia, dentre elas as cidades de Varsóvia, na
Polônia, localizada a 21º leste, e Vancouver, no Canadá, localizada a
123º oeste. Com base no texto, determine as horas de
recebimento da notícia nas duas cidades.
7. Que horas chegará a Tokyo 135º de longetude Este um
viajante que parte de Luanda às 17 horas no dia 14 de janeiro?
8. Para um individuo que parte do Rio de Janeiro às 7
horas, que horas chegará a cidade de Luanda?
9. Johannasburgo a 30º longetude Este são 12 horas, que
horas serão na cidade de Atenas, Grécia também longetude 30º
Este?
10. Qual é a diferença de horas entre os lugares A 60º
longitude Oeste e B 60º longetude Este?
69

IV – Geohistória e dinâmica interna da Terra

Geo-História
A Geo-História é o campo histórico que estuda a vida humana no
seu relacionamento com o ambiente natural e com o espaço
concebido geograficamente.

É com Fernando Braudel (1949) que este campo começa a se


destacar, passando a se definir e a se encaixar nos estudos
históricos de ―longa duração‖ . Por outro lado, a Geo-História pode
se dedicar mais especificamente ao estudo de um aspecto
transversal no decurso de uma duração mais longa, como fez Le
Roy Ladurie ao realizar uma "História do Clima" (1967) .

Nestes casos, ocorre muito freqüentemente que o geo-historiador


tome para fontes, além da documentação mais tradicional, os
próprios vestígios da Natureza (Ladurie esteve atento aos ―anéis‖
que se formam nos caules das árvores de vida longa, considerando
que, de acordo com conclusões já estabelecidas pelos botânicos,
um anel estreito significa um ano de seca, e um anel largo um ano
beneficiado por chuvas abundantes).

Conforme se vê, a Geo-História deve dialogar necessariamente


não só com a Geografia, como também com outras ciências da
natureza (a exemplo da Botânica ou da Ecologia).

Nas décadas recentes começaram a surgir outras modalidades


historiográficas próximas à Geo-História,como por exemplo a
História Ecológica, que é já uma demanda das últimas décadas,
assombradas pelos desastres naturais, pelas devastações
florestais, pela ameaça de extinção de inúmeras espécies animais,
pelo aumento da poluição e pelo crescimento desordenado nas
cidades.
70

A História Ecológica é de certo modo uma Geo-História acrescida


de uma preocupação ecológica fundamental.

Esta relação íntima entre a sociedade e o meio geográfico estaria


precisamente na base da formação de uma nova modalidade
historiográfica: a Geo-História.

A Geo-História introduz a geografia como grade de leitura para a


história , e ao trazer o espaço para primeiro plano e não mais
tratá-lo como mero teatro de operações – e sim como o próprio
sujeito da História – possibilita o exame da longa duração, esta
história quase imóvel que se desenrola sobre uma estrutura onde
os elementos climáticos, geológicos, vegetais e animais encontram-
se em um ambiente de equilíbrio dentro do qual se instala o
homem.

Se o Espaço está sujeito aos ditames do Tempo, por outro lado a


Temporalidade também está sujeita aos ditames do Espaço e do
meio geográfico.
Apenas para dar um exemplo assinalado por François Dosse, o
mesmo Mediterrâneo de Braudel também nos mostra um mundo
dicotomicamente dividido em duas estações: Enquanto o verão
autoriza o tempo da guerra, o inverno anuncia a estação da trégua
– uma vez que ―o mar revolto não permite mais aos grandes
comboios militares se encaminharem de um ponto ao outro do
espaço mediterrânico:

É, então, o tempo dos boatos insensatos, mas também o tempo das


negociações e das resoluções pacíficas‖. Desta maneira o Clima
(um aspecto físico do meio geográfico) reconfigura o Espaço, e
71

este redefine o ritmo de tempos em que se desenrolam as acções


humanas. Espaço, Tempo e Homem.

Dinâmica interna da Terra


Estrutura Interna da Terra

A estrutura interna da Terra é constituída, basicamente, por três


camadas:
Crosta - camada superficial sólida que envolve a Terra. Tem, em
média, de 30 a 40 km de espessura, mas pode ser bem mais fina
ou chegar a até 70km. Possui duas partes: forma de relevo
(superficial) e estruturas geológicas (interna).

Manto - camada viscosa logo abaixo da crosta. É formada por


vários tipos de rochas siliciosas ricas em ferro e magnésio, que,
devido às altas temperaturas, encontram-se em um estado
complexo que mistura materiais fundidos e sólidos e recebe o
nome de magma. Vai até os 2900 km de profundidade. É também
dividido por duas camadas: O Manto Superior e o Manto Inferior.

Núcleo - é a parte central do planeta. Acredita-se que seja


formado por metais como ferro e níquel em altíssimas
temperaturas. Possui duas partes:
72

Núcleo externo: Líquido – de 2900 a 5150 km.

Núcleo interno: Sólido, devido à altíssima pressão – até 6371 km.


Tanto entre a crosta e o manto como entre o manto e o núcleo
existem zonas intermediárias de separação, as chamadas
descontinuidades. Entre a crosta e o manto há a descontinuidade
de Mohorovicic, e entre o manto e o núcleo, existe
a descontinuidade de Gutenberg. Os limites dessas camadas são
definidos principalmente pela sismologia.

Esquema do interior da Terra. 1. Crosta Continental - 2. Crosta


Oceânica - 3. Manto Superior - 4. Manto Inferior - 5. Núcleo
Externo - 6. Núcleo Interno - A: Descontinuidade de Mohorovičić
(Moho) - B: Descontinuidade de Gutenberg (ou de Wiechert-
Gutenberg) - C: Descontinuidade de Lehmann - Limite núcleo
exterior e núcleo interno.

O interior da Terra, assim como o interior de outros planetas


telúricos, é dividido por critérios químicos em:
73

 uma camada externa crosta de silício;


 um manto altamente viscoso;
 um núcleo que consiste de uma porção sólida envolvida por uma
pequena camada líquida. Esta camada líquida dá origem a
um campo magnético devido a convecção de seu material,
eletricamente condutor.
O material do interior da Terra encontra frequentemente a
possibilidade de chegar à superfície, através de erupções
vulcânicas e fendas oceânicas.
Muito da superfície terrestre é relativamente novo, tendo menos
de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta terrestre
têm até 4,4 bilhões de anos.
O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O calor
interno do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação,
e calor adicional é constantemente gerado pelo decaimento
de elementos radioativos como urânio, tório, e potássio. O fluxo
de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado à
energia recebida pelo Sol.

Em seus primeiros momentos de existência, há cerca de 4,5


bilhões de anos, a Terra era formada por materiais líquidos ou
pastosos, e devido à ação da gravidade os objectos muito densos
foram sendo empurrados para o interior do planeta, enquanto que
materiais menos densos foram trazidos para a superfície.
Como resultado, o núcleo é composto em grande parte
por ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. Outros
elementos, como o chumbo e o urânio, são muitos raros para serem
considerados, ou tendem a se ligar a elementos mais leves,
permanecendo então na crosta.
74

O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, interno e com


raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo líquido, que envolve o
primeiro.
O núcleo sólido é composto, segundo se acredita, primariamente
por ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o núcleo
interno pode estar na forma de um único cristal de ferro.
Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro líquido e níquel
líquido (a combinação é chamada NiFe), com traços de outros
elementos.
Estima-se que realmente seja líquido, pois não tem capacidade de
transmitir as ondas sísmicas. A convecção desse núcleo líquido,
associada a agitação causada pelo movimento de rotação da Terra,
seria responsável por fazer aparecer o campo
magnético terrestre, através de um processo conhecido como
teoria do dínamo.
O núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para manter um
campo magnético, mas provavelmente estabiliza o campo
magnético gerado pelo núcleo líquido.
Evidências recentes sugerem que o núcleo interno da Terra pode
girar mais rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus
por ano.

V - Dinâmica externa da Terra

A litosfera (do grego "lithos" = pedra) é a camada sólida mais


externa de um planeta rochoso e é constituída por rochas e solos.
No caso da Terra, é formada pela crosta terrestre e por parte
do manto superior. Apresenta uma espessura variável, sendo mais
75

espessa sob as grandes cadeias montanhosas. Está dividida


em placas tectónicas.

É um dos três principais grandes ambientes físicos da Terra, ao


lado da hidrosfera e da atmosfera, que, na sua relação enquanto
suportes de vida, constituem a biosfera.
Composta pelas rochas ígneas, sedimentares e metamórficas,
a litosfera cobre toda a superfície da Terra, desde o topo
do Monte Evereste até as profundezas das Fossas Marianas. Nas
regiões continentais é constituída principalmente por
rochas graníticas, ricas em alumínio e silício (a crosta continental),
também denominada de Sial. Já nas áreas oceânicas predominam
as rochas basálticas (crosta oceânica) compostas por minerais
ricos em silício, manganês e magnésio, denominada de Sima.
A estrutura da litosfera vem se alterando através dos tempos,
seja pela acção dos chamados agentes do relevo: Agentes internos
ou formadores (tectonismo, vulcanismo e terremotos) e externos ou
modificadores (meteorismiodermoplastia, erosdemorsplatia,
antropismo), seja pela actuação dos agentes internos: falhas e
dobramentos que conduzem à formação de montanhas
ou vulcanismos.
São conhecidos como agentes modeladores do relevo (exógenos).
Determinam a configuração do terreno a partir do desgaste e
decomposição das rochas.

Essa formação é determinada, sobretudo, por esses factores:


Ação Antrópica (ação do homem), ventos, mar, gelos, rios,
chuvas e intemperismo.

Na crosta terrestre predomina o relevo, onde um dos elementos


que caracteriza o relevo que, como já sabemos, é a distância, em
76

metros, medida na vertical, desde o nível médio das águas


oceânicas até um lugar.
A altitude pode ser positiva acima do nível médio das águas
oceânicas ou negativa abaixo deste nível. Por isso, para um lugar
de altitude negativa, usam-se os termos depressão, se está
emerso e profundidade, se está submerso.

Sobre a crosta terrestre actuam foças extermas denominados


agentes erosivos que são: A água da chuva, águe dos rios, água
oceânica, o gelo, o vento e as mudanças de temperaturas que
fracturam e desgastam as rochas fazendo o transporte e a
acumulação de sedimentos, num processo denominado erosão.
Estes agentessua actuação altera a forma original do relevo
adornando-o nas seguintes principais formas:
77

- Vales: Muitas vezes são espaços entre dua áreas elevadas, as


vertentes podem ser mais ou menos inclinadas ou abruptas e são
por vezes ocupados por cursos de água.
- Montanhas: que com grandes desníveis, atingem altitudes
geralmente superiores a 1000 metros e entre as vertentes
formam-se vales profundos.
Serras: são relevos alongados com topos irregulares, por vezes
isolados. Em geral são alinhamentos de montanhas antigas que
foram erodidas e mais tarde falhada. As irregularidades que
apresentam se devem a movimentos de ascenso e descenso de
blocos das rochas fraturadas. A denominação serras também pode
se referir às áreas de bordas de planalto (escarpas).

- Planaltos:de forma aplanada e com altitudes quase sempre


superiores a 200 metros com vales estreitos e profundos,
frequentemente são antigas montamhas que foram aplanadas pela
erosão ou resultaram de levantamentos da crosta terrestre.
- Planícies: De formadominantemente plana com altitudes
geralmente inferiores a 200 metros onde os rios correm em vales
pouco profundos. Algumas panícies resultam da erosão de relevos
antigos e outras são planícies aluviais que se formam pela
deposição e acumulação de sedimentos tramsportados pelos rios.

VI – Faixas Geográficas da Terra


Faixa geográfica: Éa unidade taxonómica superior de
diferenciação territorial zonal latitudinal da envoltura geográfica.
Se caracteriza por uma determinada quantidade de radiacão
solar recebida, o que condiciona uma comunidade de condiçoes
térmicas e fenómenos naturais relacionados com elas.
78

Asdiferenças internas nas faixas, condicionadas pelas variações


da humidade dão lugar à formação das zonas geográficas.

Distribução
As faixas geográficas estão distribuidas no sentido dos paralelos,
com límites irregulares, que se interrumpen nos oceanos, assim
como nas altas montahas e estão determinadas pela quantidade
de calor que recibem.
A desigual distribução de energia solar que chega à superficie da
Tierra, determina três grandes zonas térmicas, cujos limites não
ssão absolutos, mas servem para establecer diferenças en
determinadas zonas do planeta, estas são as zonas térmicas que
puedem ser:Frias ou polares, temperadas ou de latitudes médiasa
quente ou intertropical.

Zonas térmicas polares


Nesta zona se encontram as faixas geográficas árctica e
antárctica e além disso, as subárctica e subantárctica. Estas
faixas se caracterizam por ter temperaturas muito baixas
durante todo ano e a superfície terrestre está coberta degelo.
Nesta zona, a vegetação é pobre ea vida animal se evidencia pe la
presença do urso polar, aves, leões marinos, focas, baleias, entre
outros.

Zonas térmicas temperadas


É a zona de latitudes médias incluindo as faixas geográficas:

Temperadas: É típica uma estação de verão relativamente larga e


calorosa e un invierno frío que permite a congelação dos ríos e
79

lagos, as precipitações variam desde intensas próximas ao oceano


até escasas no interior do continente se produzem
fundamentalmente no verão.

O solos são muito variados, terras negras ferteis ricas em humus.


Nos desiertos são pobres. Nesta zona abundam bosques de taigae
bosques mixtos, em muitos lugares estes foram sustituidos por
cultivos. Habitan cavallos salvagens, asnos, repteis e ursos.

Subtropicais: Se caracteriza por um invierno relativamente


quente, as precipitaões são abundantes junto às costas mas
disminuematéo interior na região oriental dos continentes se
produz no verão.

Os solos variam desde os vermelhos e negros próprios para a


agricultura até os grises e pardos nos desertos e semidesertos. A
vegetação é variada abundamas árvores, bosques mediterrâneos,
arbustos pequenos nos desertos plantas xeroficas. Se podem ver
nesta zona aves e roedores.

Em general as estações do ano se fazem mais notáveis, tanto


pelos cambios de temperatura da humidade, como pela desigual
duração dos dias e das noites.
Os bosques coníferas constituem um dos tipos de vegetação
típicos desta faixasas, os solos são muto variados, terras negras
férteis e ricas em humus. Nos desertos os solos são pobres.
80

Zonas térmicas quentes ou intertropicais


É a compreendida entre os trópicos de Cáncer, ao norte e
Capricórnio, ao sul.
Nelas se incluemen as faixas geográficas:

Tropicais: A diferença anual das temperaturas entre as estações


do ano não é notável, mas, a diária nos desertos pode ser até de
40 graus Celsius, as precipitacões são abundantes nas vertientes
orientais dos continentes, nos desertos escasas ou nulos,
ocurrendo fundamentalmente no verano.

Os solos nos desertos são amarelos, semidesertos, grises, no


resto da faixa, pardo, vermeho e ferralítico – vermelho. A
vegetaçao varia de acordo como clima eo solo, nos desertos é
muito escasa e nos bosques tropicais é abundante e com variadas
especies. Abundam osantílopes, aves, roedores, repteis pequenos
e crocodilos.

Subequatoriais: Todos os meses há temperaturas elevadas, com


precipitações variáveis, con un período húmido e outro seco. Os
solos são ferralíticos,nas savanas pardos avermelhadose pardos
grises. Na sua vegetação predomina as gramíneas. Se podem
encontrar nesta zona roedores, repteies e aves.

Equatorial: Predomina um clima estável durante todo o ano com


uma excesiva humidade do ar, abundantes precipitações,isto faz
com que os ríos tenham um caudal cheio todo o ano. Seus solos são
vermelhose aluviáis. Na sua vegetação, se puedem observar
árvores de grande follagem durante todo o ano e una rica
variedade de especies. Predominam os animais que vivem nas
árvores, abundantes repteies, insectos e aves.
81

Que recebem em geral uma intensa radiação solar durante todo o


ano e como resultado é pouca a variação nas estações do ano.
nesta faixa há lugares onde as chuvas são intensas como acontece
no Ecuador. A vegetação é exuberante e muito densa mas também
se podem encontrar lugares onde nãochuve nunca.
Faixas geográficas

VII – Espaço geográfico e Território


A Geografia, actualmente, é considerada a ciência que estuda o
espaço geográfico, ou seja, o ramo do conhecimento que busca
compreender a dinâmica do espaço produzido e transformado
directa ou indirectamente pelo ser humano.

Dessa forma, podemos considerar que a Geografia estuda a


sociedade e a natureza, com o foco sobre a maneira com que essas
se relacionam e o consequente processo de organização do espaço
terrestre.
82

O objectivo desses estudos é o de contribuir para a melhor


maneira de se explorar os recursos da natureza, bem como
desenvolver melhores formas de se ver e melhorar as relações
sócio-espaciais.

A definição acima apresentada não é consenso entre os geógrafos,


tanto que, no passado, tal conceituação era bem diferente da
actualmente utilizada.

A própria etimologia da palavra ―Geografia‖ (―Geo‖ = Terra;


―Grafia‖ = Descrição) denuncia a sua premissa inicial: descrever os
fenómenos da superfície terrestre.

Em outras definições, ela é vista como o campo do conhecimento


que visa ao estudo dos lugares ou à explicação sobre a
diferenciação de áreas.

Em termos gerais, é muito difícil precisar o que a Geografia


estuda e o que ela não estuda, isso porque ela é uma ciência
horizontal, enquanto outras formas de conhecimento são do tipo
vertical, ou seja, o que a diferencia dos demais saberes
científicos não é o seu objecto, mas a sua orientação.

O que confere ao estudo geográfico a sua especificidade é o seu


categorial, que é o conjunto de conceitos que vão definir a
orientação de seus estudos, dos quais se destacam: a paisagem, a
região, o território, o lugar e as redes.

Dessa forma, os estudos geográficos debruçam-se sobre questões


que estão relacionadas tanto com as ciências da natureza quanto
com as ciências sociais, envolvendo temas como: o relevo, a
representação do espaço (mapas), a formação das cidades, o meio
rural, os territórios políticos dos Estados, as disputas regionais e
territoriais, entre inúmeros outros elementos.
83

Espaço geográfico

Espaço geográfico é qualquer região ou fracção de espaço do


planeta. Pode ser dividido essencialmente em três subespaços:
geosfera (ao qual pertence alitosfera, hidrosfera e atmosfera).

A combinação da litosfera com a hidrosfera e a atmosfera


constitui um subespaço geográfico denominado biosfera. Este
subespaço recebe tal denominação por corresponder à porção do
planeta que é capaz de comportar vida.

O espaço geográfico pode ser entendido como o espaço


naturalmodificado permanentemente pelo homem por meio de seu
trabalho e das técnicas por ele utilizadas.
O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao
longo da história. Que contém um passado histórico e foi
transformado pela organização social, técnica e econômica
daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares
(―oespaço geográfico é o palco das realizações humanas”).
Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espaço
geográfico apresenta definição bastante complexa e abrangente.

Outros conceitos também relacionados ao espaço geográfico,


ou antes, que estão contidos nele são: lugar, que é um conceito
ligado a um local que nos é familiar ou que faz parte de nossa
vida, e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão
alcança e é produto da percepção.

A primeira definição de ―espaço‖ foi feita pelo filósofo


Aristóteles para o qual este era inexistência do vazio e lugar
como posição de um corpo entre outros corpos. Aristóteles
ignorava o homem como constituinte do espaço, contudo, ele já
84

considerava um aspecto importante da estrutura do espaço


geográfico, a localização.

Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o espaço


como sendo algo não passível de percepção, porém, o que
permite haver a percepção.

Ou seja, Kant introduziu a ideia de que o espaço é algo


separado dos demais elementos espaciais. Entretanto, suas
ideias não permitem concebê-lo como algo constituído de
significado ou estrutura própria.

Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um


componente essencial para a compreensão do espaço, como ser
que cria e modifica espaços de acordo com suas culturas e
objectivos.

Por último, seguiu-se a concepção filosófica de espaço proposta


por Maurice Merleau-Ponty: ―O espaço não é o meio (real ou
lógico) onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a posição
das coisas se torna possível.‖. Todas estas são concepções
filosóficas do espaço que, entretanto, diferem um pouco da
concepção geográfica.

A concepção geográfica de espaço que predominou de 1870 a


meados de 1950, embora este ainda não fosse considerado
como objecto de estudo, foi a introduzida por Ratzel e
Hartshorne para os quais a concepção de ―espaço vital‖ se
confundia com a de território a medida em que era atrelado à
ele uma relação de poder.

Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o espaço


em si não existe, o que existe são os fenómenos que se
85

materializam neste referencial. Aqui, espaço e tempo são


desprezados.

A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à noção de


―planície isotrópica‖ (superfície plana com as mesmas
propriedades físicas em todas as direções, homogénea) sob a
acção de mecanismos unicamente económicos (uso da terra,
relações centro – periferia, etc.).

Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à geografia


crítica, que tem com base os pensamentos marxistas e para a
qual o espaço é definido como o locus da reprodução das
relações sociais de produção. Nesta concepção espaço e
sociedade estão intimamente ligados.

Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica para


geografiaque passa a encarar o espaço como fenómeno
materializado. Ou, nas palavras de ALVES (1999), o espaço “é
produto das relações entre homens e dos homens com a
natureza, e ao mesmo tempo é factor que interfere nas
mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a
materialização das relações existentes entre os homens na
sociedade.”

Geografia física e espaço geográfico

Para a geografia física o espaço geográfico é o espaço concreto ou


físico inserido na interface "litosfera-hidrosfera-atmosfera". É o
espaço de todos os seres vivos, não só o espaço do homem.

O espaço geográfico foi formado há 4,5 bilhões de anos quando a


Terra foi formada. De lá para cá houve mudanças profundas na
sua estrutura, composição química e na paisagem geográfica.
86

Oceanos apareceram, oxigênio ficou abundante, devido o papel das


algas e plantas superiores.

Quando o homem surgiu na Terra ele já estava formado. Com o


tempo a humanidade começou a modifica-lo através da tecnologia.
Hoje as paisagens geográficas estão bastante modificadas, mas a
natureza continua determinando tudo ou quase tudo. Só o facto do
homem precisar respirar é um factor determinante.

Geografia humana e espaço geográfico

Na corrente conhecida como geografia tradicional, o conceito de


espaço não era uma categória central de pesquisa, pois os
geógrafos trabalhavam principalmente com os conceitos de
superfície terrestre, região, paisagem e território.

Já a partir da década de 1950, com a chegada da geografia


quantitativa, o conceito de espaço tornou-se central nas pesquisas
em geografia humana. De facto, essa corrente do pensamento
geográfico definia a geografia como a ciência que estuda a
organização espacial, ou seja, a lógica que estabelece os padrões
de distribuição espacial dos fenômenos e as relações que
conectam pontos diferentes do espaço.

Nesse sentido, a geografia precisava entender a lógica do


comportamento dos agentes sociais para poder explicar a
localização das actividades humanas e os fluxos de pessoas,
mercadorias e informações que conectam os lugares.

Mas, de meados dos anos 1970 em diante, o conceito de espaço


foi totalmente redefinido pela geografia crítica. Essa corrente
afirma que, assim como a cultura, a política e a economia são
instâncias da sociedade, o mesmo ocorre com o espaço, que, como
87

produto social, reflecte os processos e conflitos sociais, ao mesmo


tempo em que influi neles.

Para a maior parte dos geógrafos críticos, o objecto de estudo


da geografia é o espaço, concebido de forma humanizada e
politizada como uma instância social.

Segundo essa última concepção, que é a predominante na


actualidade,a sociedade se expressa inteira no espaço
geográfico, num feixe de relações sociais, políticas e
económicas que as pessoas estabelecem entre si e delas com o
espaço. As relações entre as pessoas são construídas na
família, no trabalho, na escola, na universidade, no lazer, na
igreja, etc. As relações de trabalho nos últimos anos passam
por uma enorme transformação provocada pela rapidez do
avanço tecnológico e sua aplicação nos processos produtivos.

As paisagens mudam porque precisam incorporar novos objectos


que a ciência descobriu e novos elementos que a técnica cria por
meio do trabalho do ser humano. É partindo da ciência e da
tecnologia que objectos são fabricados pelos homens. Alguns
desses objectos são incorporados á nossa rotina sem maiores
implicações, como o telefone celular, por exemplo.

Outros objectos exigem implantação de novos arranjos espaciais


que facilitem o seu uso pelas pessoas, no dia-a-dia, sabe: derruba
isso… constrói aquilo. E assim a paisagem muda. Isso sem
considerar os fenômenos naturais, e como os terramotos, as
inundações, os deslizamentos de terra e outros.

Nem sempre, porém, há essa mudança. Em certas paisagens


geográficas, existem elementos culturais que pertencem a épocas
diferentes da actual. Esses elementos foram preservados como
88

memória de outro tempo, de outro modo como as pessoas


organizavam a vida em sociedade.

Espaço geográfico: Sociedade transforma a natureza

Índios Guarani-Kaiapó: reserva indígena é exemplo de espaço


geográfico demarcado por dinâmica social

O espaço geográfico não possui apenas uma dinámica natural. A


esta deve ser acrescentada uma dinámica social, exercida pelas
formações sociais que ali vivem e actuam. Ao se apropriar da
natureza e transformá-la, os seres humanos criam ou produzem o
espaço geográfico, utilizando as técnicas de que dispõem, segundo
o momento histórico e de acordo com suas representações, ou
seja, crenças, valores, normas (direito) e interesses políticos e
económicos.

O espaço geográfico é o espaço das sociedades ou a dimensão


espacial do social. Ele contém elementos naturais (rios, planaltos,
planícies, etc.) e artificiais (casas, avenidas, pontes, etc.).
89

Segundo o geógrafo Milton Santos, o espaço geográfico somente


surge depois de o território ser usado, modificado ou
transformado pelas sociedades humanas. Ou quando estas
imprimem na paisagem as marcas de sua actuação e organização
social.

Valorização económica

Uma das características mais fortes do espaço geográfico é sua


valorização económica. O espaço é visto como um bem imobiliário,
que pode ser visto como factor de produção ou produto
comercializável.

Sectores da sociedade usam o argumento de que só se pode


considerar espaço colectivo o espaço que ainda é natural, ou seja,
aquele que não sofreu nenhuma transformação e não recebeu
investimentos de capital ou de tecnologia. Alegam também que,
onde foram feitos investimentos, o espaço natural se transformou
em espaço geográfico; e, portanto, passou a ter um valor
económico, podendo, por esse motivo, ser apropriado, explorado e
comercializado.

Público e privado

Mas, afinal, quando exactamente um determinado espaço natural


pode ser considerado espaço geográfico? Quais são os limites
entre o público e o privado? Quais são os limites entre o interesse
colectivo e o interesse individual?

Questões como essas sempre surgem quando são tratados


assuntos como os conflitos entre garimpeiros e índios na Amazônia
brasileira (as reservas indígenas sendo invadidas por estranhos
em busca de riqueza). Ou, então, quando são tratados assuntos
referentes a conflitos no campo (latifundiários que se apropriam
90

do que antes era um espaço natural versus trabalhadores rurais


sem terras, que reivindicam o direito à propriedade dessas
mesmas terras).

Também nas cidades esse problema torna-se cada vez mais


comum, pois o rápido crescimento da população urbana aumenta a
necessidade de espaço, a fim de que as pessoas possam ter acesso
a moradia, trabalho, livre circulação e lazer.

Isso torna a disputa pelo espaço urbano cada vez mais acirrada, o
que pode ser notado, por exemplo, se observarmos o crescente
número de loteamentos clandestinos, feitos por pessoas de baixa
renda, que se instalam em áreas de mananciais, afectando a
qualidade da água consumida pelos habitantes da cidade.

Ou, então, proprietários de pequenas residências, de classe média,


que ampliam o espaço de suas garagens, tomando para si pedaços
das calçadas. Ou, ainda, pessoas que fecham as entradas das ruas
onde residem, criando vilas particulares e, dessa forma,
apropriando-se do espaço público.

Os conflitos entre diferentes grupos que compõem uma população


sempre estarão visíveis no espaço geográfico. Por exemplo, os
bairros onde vive uma parcela privilegiada da sociedade
geralmente possuem mais e melhores serviços urbanos que os
bairros mais populares.

O espaço geográfico é a expressão visível de como a sociedade


está organizada segundo as normas estabelecidas. Nele estão
expressas as desigualdades sociais, a distribuição do poder e o
jogo de interesses e de pressões existentes entre grupos e
classes sociais sobre o Estado.

Espaço económico e espaço geográfico


91

Com efeito, fica clara no seu discurso (de Cantillon) a existência


de dois tipos de circuitos económicos que se equilibram, um
(horizontal) expresso em termos espaciais pelas transferências
campo-burgo-cidade-capital, o outro (vertical) associado às
classes sociais existentes e às relações entre elas.

Fica também subjacente ao modelo de Cantillon a importância das


economias de aglomeração e até das economias de escala. Antes
inclusive já aparece no trabalho de Cantillon a idéia de uma
organização espacial assentada em aglomerados populacionais com
funções de centros hierarquizáveis, com suas respectivas áreas de
influência.

A distribuição espacial da população pela via do emprego, com


base na disponibilidade de recursos e sua localização, o que dá
abertura ao surgimento de cidades de diferentes tamanhos,
passando os que vivem do aproveitamento do solo à actividade de
artesãos independentes, cuja localização vai depender da
localização dos consumidores.

A localização da administração do governo não é indiferente à


localização dos demais actores, tendendo portanto a se
conformarem os aglomerados das pequenas cidades e das capitais.

Quando a procura externa adiciona-se à procura interna, outros


factores podem influenciar na localização das aglomerações
populacionais, como os factores naturais ou de natureza
geográfica em geral. Permite ainda discutir sobre o tamanho dos
aglomerados e das vantagens e desvantagens dos centros de
grande dimensão, o que pode se considerar como uma introdução
às economias de aglomeração.

Entre o espaço económico e o espaço geográfico há relações


primárias estreitas que originam-se da localização dos objectos e
92

das relações entre eles; o espaço económico não dispensa nem as


localizações nem as actividades.

Um primeiro princípio de relevo em uma análise dessa natureza, é


o princípio da centralidade, cujo argumento focal é que as
relações entre os agentes económicos dão origem a um lugar
central.

Este princípio pode ser entendido tanto pelo seu sentido


geográfico – o lugar é o centro geográfico de um espaço, como
pelo seu conteúdo de centralização ou agrupamento da produção
em um lugar.

Trata-se de definir um lugar de produção no espaço. Esta


definição resulta da consideração de duas forças: os custos de
transporte e as economias de escala.

No actual estágio de globalização da economia mundial, as


empresas, ao decidirem sobre a localização de suas actividades e
negócios, levam em conta os custos integrados de transporte, ou
seja, preço mais tempo, embora, quando tomados em separado, o
preço assuma um maior peso que o tempo de deslocamento.

Já na perspectiva do consumidor, a minimização dos


deslocamentos, e do seu custo, é uma condição básica do princípio
de centralidade. Todo agente económico procura reduzir ao
mínimo o tempo que é necessário para adquirir um produto ou
serviço, ou maximizar a utilidade dos deslocamentos, o que ocorre
quando consegue economizar tempo satisfazendo várias
necessidades em um só lugar e realizando o menor número de
deslocamentos possível.

Portanto, a concentração espacial das transações entre os


agentes económicos reflecte um ganho de produtividade, tanto
para produtores como para consumidores.
93

Esse efeito não se limita às transações envolvendo mercadorias,


aplicando-se sempre quando se busca satisfazer as necessidades
de uma população que demande salas de espetáculos, lugares para
cultos, salas de cinema, etc., facilidades que vão atender aspectos
intangíveis incorporados no padrão de consumo de determinados
estratos dessa população.

Nesse sentido, uma destinação turística que ofereça em um


mesmo espaço ou em espaços contíguos um amplo leque de
facilidades para seus visitantes, tornando assim eficaz o
deslocamento por eles efetuado, quanto ao uso do tempo
despendido e a outros custos de interação espacial, estará
também alcançando eficácia em relação aos custos em que se
incorreu visando atrair tais visitantes.

As relações socioeconómicas são responsáveis pelas


modificações no espaço geográfico, estruturando determinados
lugares de acordo com a actividade económica desenvolvida,
alterando o meio, produzindo novos ambientes, criando espaços
privilegiados, influenciando os fluxos migratórios, interferindo
na geopolítica mundial, entre outros factores.

TERRITÓRIO
Conceito de Território
O território é uma das categorias conceituais da Geografia. Seu
entendimento é necessário para uma melhor compreensão sobre o
espaço.
O território deve ser estudado tomando como referência o
espaço, pois ele é formado a partir do espaço geográfico, daí a
indissociabilidade entre os dois.
94

O Território é um dos principais e mais utilizados termos da


Geografia, pois está directamente relacionado aos processos de
construção e transformação do espaço geográfico.

Sua definição varia conforme a corrente de pensamento ou a


abordagem que se realiza, mas a conceituação mais comumente
adoptada o relaciona ao espaço apropriado e delimitado a partir de
uma relação de poder.Esse está directamente vinculado ao poder e
domínio exercido pelo Estado nacional, de forma que o território
conforma uma identidade tal que o povo que nele vive não se
imagina sem a sua expressão territorial.

O território é o espaço apropriado por uma relação de poder. Essa


relação encontra-se, assim, expressa em todos os níveis das
relações sociais.
Actualmente, o território é concebido, nas mais diversas análises
e abordagens, como um espaço delimitado pelo uso de fronteiras –
não necessariamente visíveis – e que se consolida a partir de uma
expressão e imposição de poder.

Em alguns casos, o território possui fronteiras fixas e muito bem


delimitadas (a exemplo do território angolano); em outros, seus
limites não são muito claros (como o território delimitado por
algum grupo terrorista ou por um consórcio de grandes empresas).

Portanto, quando falamos, por exemplo, em ―território angolano‖,


não estamos falando de Angola propriamente dito, mas do seu
espaço delimitado correspondente, delimitação essa exercida por
meio de um domínio que é reconhecido internacionalmente, o qual
chamamos de soberania.
95

Por assim dizer, podemos entender que Angola é soberana sobre o


seu território, exercendo sobre ele a sua vontade, ou seja, os
interesses de seus habitantes.

Nações, Estados, países e territórios nem sempre se equivalem


Para melhor compreendermos algumas noções geográficas,
geopolíticas e sociais do mundo que nos envolve, muitas vezes
precisamos compreender correctamente alguns conceitos que nos
servem de base para estudar e analisar a realidade.

Dentre esses conceitos, podemos citar os de Estado, país, nação


e território, termos diferentes entre si, mas que costumam se
inserir em um mesmo contexto discursivo.

Assim sendo, a soberania territorial é exercida


pelo Estado angolano. O Estado é, portanto, um conjunto de
instituições públicas que administra um território, procurando
atender os anseios e interesses de sua população.

Dentre essas instituições, podemos citar as escolas, os hospitais


públicos, os departamentos de política, o governo e muitas outras.

É necessário, contudo, estabelecer a diferença entre Estado


e País. Enquanto o primeiro é uma instituição formada por povo,
território e governo, o segundo é um conceito genérico referente
a tudo o que se encontra no território dominado por um Estado e
apresenta características físicas, naturais, económicas, sociais,
culturais e outras.
96

Por outro lado, o conceito de Nação, por sua vez, também possui
suas diferenças e particularidades em relação aos demais termos
supracitados.

Nação significa uma união entre um mesmo povo com um


sentimento de pertencimento e de união entre si, compartilhando,
muitas vezes, um conjunto mais ou menos definido de culturas,
práticas sociais, idiomas, entre outros.

Assim sendo, nem sempre uma nação equivale a um Estado, ou a um


país ou, até mesmo, a um território, havendo, dessa forma, muitas
nações sem território e sem uma soberania territorial constituída.

Muitos Estados, para garantirem o exercício de suas soberanias


em seus territórios, tentam criar entre os seus habitantes um
sentimento nacional, ou seja, a ideia de que aquele país equivale a
uma nação geral, o que costuma ser chamado de nacionalismo.

O estímulo ao nacionalismo é visto com bons olhos por muitas


pessoas no sentido de essas valorizarem os seus territórios e suas
populações, mas é preciso ter cuidado, pois os factos históricos já
demonstraram que um nacionalismo extremo pode provocar uma
onda de fascismo.

VIII - População mundial:Movimentos naturais e


migrações
Ao longo da história da humanidade diversas modificações
aconteceram quanto ao número de habitantes na Terra. Desse
modo, é possível perceber períodos nos quais o número de
habitantes era modesto e outros, como o actual, com números
considerados bastante elevados. O crescimento populacional
significa uma alteração no número de uma população de forma
97

positiva.

O crescimento populacional ocorreu no decorrer da história, às


vezes em ritmo compassado, outras vezes de maneira veloz, um
bom exemplo é o século XX, período no qual houve maior
crescimento da população.

Fazendo uma retrospectiva quanto ao número da população


mundial, é possível traçar uma comparação entre o passado, o
presente e o futuro. Cerca de 300 milhões de pessoas era a
população mundial há aproximadamente 2.000 anos. A população
permaneceu sem apresentar crescimento relevante ao longo de
extensos períodos, uma vez que havia momentos de apogeu no
crescimento populacional e outros de profundos declínios.

Por causa da instabilidade do crescimento populacional foi preciso


cerca de 1.600 anos para que o contingente atingisse 600 milhões
de habitantes. O crescimento da população desenvolveu-se em
diferentes intensidades, que pode ser simplificado da seguinte
forma:

• Em 10.000 a.C o planeta abrigava poucos milhões de habitantes.

• No ano 1 d.C a população mundial totalizava cerca de 250 milhões


de habitantes.

• Após 1.600 anos, a soma da população mundial não ultrapassava


500 milhões de habitantes.

• Em 1850, 200 anos depois, a população do planeta atingiu 1 bilhão


de pessoas.
98

• De 1850 a 1950 o contingente populacional teve um estrondoso


crescimento, alcançando 2,5 bilhões de habitantes.

• 40 anos depois, a população já havia crescido mais do que o


dobro, totalizando 5,2 bilhões de habitantes.
• A partir do ano 2.000 a população total do mundo somava 6
bilhões de pessoas.

A população mundial consiste no número total de habitantes do


planeta Terra, que atingiu, em 2013, a marca de 7,2 bilhões de
habitantes, conforme dados divulgados pelo Fundo de População
das Nações Unidas (FNUAP).

O ritmo de crescimento populacional tem apresentado redução a


cada ano. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas
(ONU), a Terra terá pouco mais de 9 bilhões de habitantes em
2050, crescendo a um ritmo anual de apenas 0,33% ao ano,
considerado inferior à taxa actual (2,02%).

A população mundial já ultrapassou o patamar dos sete bilhões de


pessoas e continua a aumentar. No entanto, a distribuição, as
características, as práticas culturais, a diversidade étnica e
muitos outros factores são bastante variados ao longo das
diferentes áreas do planeta.

Ao todo são milhares de idiomas, etnias, tradições, culturas,


religiões e outros, o que denota a diversidade marcante das
sociedades de todo o globo terrestre.

Em termos de distribuição, a população mundial encontra-se em


maior parte concentrada no continente asiático, onde estão alguns
dos países mais populosos do planeta, como a China e a Índia.
99

Esses dois países, juntos, somam um total superior a dois bilhões e


meio de pessoas. Assim, se somarmos com os demais países desse
continente, temos um total de 4,4 bilhões de pessoas.

Já na Europa, por exemplo, a população não chega sequer a um


quarto desse total, alcançando os 742,5 milhões de habitantes.
Nesse continente, além de haver uma população menos numerosa,
há também um crescimento demográfico muito baixo, o que vem
disseminando preocupações a respeito do envelhecimento
populacional, principalmente em países como Alemanha, França e
outros.

Esses países, inclusive, estão promovendo medidas de incentivo


aos casais para que eles possam ter mais filhos.
A África, por sua vez, apresenta uma perspectiva inversa. Com 1,1
bilhões de pessoas, esse é o continente que mais aumenta a sua
população em termos proporcionais, com verdadeiras explosões
demográficas em países como a Nigéria e a África do Sul. Esse
crescimento é resultado das relativas melhorias de sua população
e de boa parte dela ainda ser predominantemente rural (onde as
taxas de natalidade costumam ser maiores), além da relativa
melhoria de suas taxas de mortalidade, que permitem que a
população continue crescendo.

A Oceânia, por ser o menor entre os continentes, apresenta


também a menor das populações, com apenas 37 milhões de
pessoas, um número menor, por exemplo, do que o da população
brasileira e de muitos outros países. Na Austrália, principal país
desse continente, cerca de 80% da população encontra-se
distribuída nas áreas litorâneas, ao passo que o interior do país
apresenta muitas áreas desertas, totalmente inóspitas.
100

O continente americano, por sua vez, possui uma população de


pouco menos de um bilhão de habitantes. Os Estados Unidos
abrigam 316 milhões desse total e o Brasil abriga um pouco mais
de 200 milhões. Os dois juntos, portanto, somam mais da metade
de toda a população das Américas.
Dessa forma, os países mais populosos do mundo são, segundo
dados do FNUAP:

1) China: 1 369 811 000


2) Índia: 1 267 402 000
3) Estados Unidos: 316 020 000
4) Indonésia: 252 812 000
5) Brasil: 202 034 000
6) Paquistão: 185 133 000
7) Nigéria: 178 517 000
8) Bangladesh: 158 513 000
9) Rússia: 141 049 000
10) Japão: 126 125 000

O quadro desses países, no entanto, deverá se alterar ao longo das


próximas décadas, pois alguns deles apresentam taxas de
crescimento mais acentuadas do que outros.

A Rússia e o Japão, por exemplo, vêm apresentando decréscimo no


número de seus habitantes. Assim, a tendência é que o Paquistão e
a Nigéria ultrapassem o Brasil, que deverá ficar em sétimo. Já a
Índia deverá liderar o ranking mundial em breve, pois suas taxas
de crescimento são bem superiores às taxas dos chineses, que
vêm adoptando rígidos controles de natalidade.
101

A China é a maior população do mundo, mas deve perder esse posto em breve

A população mundial vem se urbanizando cada vez mais. Segundo a


Organização das Nações Unidas, em 2010, pela primeira vez na
história da humanidade, havia mais pessoas vivendo nas cidades do
que no meio rural, facto que deve intensificar-se ainda mais,
principalmente em razão da intensiva urbanização dos países
emergentes e subdesenvolvidos.
O Brasil, por exemplo, já possui quase 90% de seus habitantes
residindo em áreas urbanas, acompanhando, portanto, uma
tendência internacional.

Espera-se, assim, que a população do mundo inteiro continue


aumentando, porém em um ritmo menor do que o anterior, com
uma contínua desaceleração. Alguns demográfos chegam a afirmar
que, em 2050, a população mundial parará de crescer, atingindo os
nove bilhões de pessoas, o que, no entanto, não é um consenso,
pois há quem afirme que, em 2100, chegaremos a 12 bilhões de
habitantes.

De todo modo, a necessidade principal é a de melhorar as


condições de vida e o desenvolvimento humano em todo o globo
terrestre.
102

De acordo com pesquisas demográficas, estima-se que neste início


do século XXI a Terra receberá mais 80 milhões de habitantes a
cada ano, sendo que a maioria viverá na Ásia, América Latina e,
principalmente, na África. Esses continentes apresentam os países
de maior crescimento demográfico do mundo.

Os países ricos tendem a diminuir suas médias de crescimento


demográfico, facto já constatado em 2010, cuja média está em
torno de 0,2% ao ano. No entanto, eles têm aumentado a
expectativa de vida de forma considerável, cujos principais
factores responsáveis por esse aspecto são: desenvolvimento
tecnológico ligado à medicina, maiores cuidados com a saúde,
saneamento básico, entre outros.

Controle populacional

Controle populacional é a prática de intervenção para alterar a


taxa de crescimento da população. Historicamente, o controle
populacional foi implementado através da limitação da taxa de
natalidade de uma região, pela contracepção voluntária ou por
mandato do governo.

O estudo foi elaborado como uma resposta a factores, incluindo


níveis elevados ou crescentes de pobreza, as preocupações
ambientais, e motivos religiosos.

O uso de aborto em algumas estratégias de controle populacional


tem causado controvérsias, com as organizações religiosas - como
a Igreja Católica Romana - colocando-se explicitamente em
oposição a qualquer intervenção no processo reprodutivo humano.
A Universidade de Nebraska, através da publicação Illusions
Green, argumenta que o controle populacional como forma de
aliviar as pressões ambientais não precisa ser coercitivo. A
103

universidade afirma que "as mulheres que são educadas,


economicamente engajadas, e no controle de seus próprios corpos
podem desfrutar da liberdade de ter filhos em seu próprio ritmo,
que passa a ser uma taxa que é apropriada para a investidura
ecológica agregada do nosso planeta."

A seguir são mostradas estimativas de quando a marca de cada mil


milhões (bilhão) de pessoas foi atingida:

Crescimento da população mundial

População Ano Tempo para o próximo bilhão (em anos)

1 bilhão 1802 126

2 bilhões 1928 33

3 bilhões 1961 13

4 bilhões 1974 13

5 bilhões 1987 12

6 bilhões 1999 12

7 bilhões 2011 15
104

8 bilhões* 2026 24

9 bilhões* 2050 20

10 bilhões* 2070 26

11 bilhões* 2096 não calculado até o momento

(*) estimativa

Estimativa da população mundial actual: Cerca de 7489 milhões de


pessoas (7.489 bilhões).

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS

As migrações populacionais remontam aos tempos pré-históricos.


O homem parece estar constantemente à procura de novos
horizontes. No passado, milhões e milhões de europeus e asiáticos
105

migraram para todas pertes do mundo, conquistando povoando


continentes como a América, Oceânia e África.
Por isso, o deslocamento de pessoas de um lugar para o outro é
fenómeno tão antigo quanto o homem. Os movimentos migratórios
são amplos e complexos, pois envolvem as mais variadas classes
sociais, culturas e religiões.

As migrações são as mudanças de populações de uma região para


outra em determinadas épocas do ano e que sempre se repete é
sazonal e reversível (ida e volta) determinado pelo clima
(transumância), de um país para outro (migrações) ou do campo
para a cidade (êxodo rural).

Os motivos que levam a tais deslocamentos são diversos e


apresentam consequências positivas e negativas, dependendo das
condições e dos diferentes contextos socioeconómicos, culturais e
ambientais em que ocorrem.

Existem, por exemplo, causas religiosas, naturais, culturais,


politico-ideológica e também as guerras, entre outras, associadas
aos movimentos migratórios. Mas o que se verifica ao longo da
história é que predominam os factores económicos, como principal
causa dos movimentos migratórios humanos.

Em consequência da Globalização, hoje, as migrações se


caracterizam mais pelo factor económico, incluindo aí, todos os
aspectos relacionados a este, tais como oferta de emprego,
melhores condições de vida, salários atrativos, ofertas de cursos
para aprimoramento e/ou aperfeiçoamento profissional etc.
Até antes da Segunda Guerra Mundial, as principais áreas de
repulsão populacional eram a Europa e a Ásia (fome, guerra,
epidemias, perseguições políticas e religiosas) e as principais de
106

atrção eram a América e a Oceânia (colonização, crescimento


económico, possibilidades de enriquecimento, etc).
Nas áreas de repulsão populacional, observam-se crescente
desemprego, subemprego e baixos salários; já nas áreas de
atração populacional, vislumbram-se melhores perspectivas de
emprego e salário e, portanto, melhores condições de vida. É o
caso da emigração para os países desenvolvidos com destaque para
os EUA, Canadá, Japão, Austrália e países da Europa Ocidental, o
que faz com que esses países tenham um elevado número de
imigrantes.
Os movimentos populacionais podem ser classificados
em voluntário, quando o movimento é livre, espontâneo; forçado,
como nos casos de escravidão, de perseguição étnica, religiosa,
política ou alguma catástrofe natural; e controlado, quando o
Estado controla numérica ou ideologicamente a entrada e saída de
migrantes.

Qualquer deslocamento de pessoas traz consequências


demográficas (o número de pessoas aumenta nas áreas de atração
e diminui nas de repulsão) e culturais (influências em termos de
língua, religião, costumes, culinária, arquitectura, artes, etc.)
enquanto se limitam aos aspectos culturais, as consequências
costumam ser positivas, pois ocorre à troca e o enriquecimento
dos diferentes saberes e valores postos em contacto.

Segundo a ONU, mais de 200 milhões de pessoas residem fora de


seu país de origem. Os países desenvolvidos abrigam 60% dos
imigrantes do planeta e, portanto, 40% residem em países em
desenvolvimento.

A Europa é o maior receptor de imigrantes, seguido pela Ásia e a


América do Norte. Por países, os EUA é o maior receptor de
imigrantes. Em muitos casos esses imigrantes nos países
107

desenvolvidos e em desenvolvimento são responsáveis por um


importante ingresso de capital nos seus países de origem.

Segundo a ONU, em 2008, eles repartiram cerca de 251 bilhões


de dólares, com a intenção de ajudar suas famílias ou realizar
poupança que lhes permitisse regressar no futuro; em
contrapartida, os países de onde saem os emigrantes enfrentam a
perda de trabalhadores, muitos deles qualificados, que poderiam
contribuir para o crescimento económico e melhoria das condições
de vida. As regiões de maior fluxo de emigrantes é a África
seguida da América Latina.

Cerca de 7% dos migrantes do mundo (em torno de 15 milhões de


pessoas) são refugiados. A maioria de refugiados é da Ásia e
depois da África. A esse número devemos somar mais 27 milhões
de pessoas que são refugiadas dentro do seu próprio país de
origem. O que gera esse grande número de refugiados são as
guerras, principalmente guerras civis, na África e no Oriente
Médio (Ásia); em 2009, por exemplo, no Afeganistão eram 2,8
milhões de refugiados e no Iraque 1,9 milhões.

IX – Dinámica dos espaços rurais e urbanos

Zona Rural e Zona Urbana

Os espaços urbano e ruralinserem-se como diferentes expressões


materializadas no espaço geográfico, compreendidas por suas
distintas dinâmicas económicas, culturais, técnicas e estruturais.

Embora componham meios considerados distintos, suas inter-


relações são bastante complexas. Por isso, muitas vezes é difícil
108

separar ou compreender a especificidade de cada um desses


conceitos.

No entanto, é interessante perceber que rural e urbano são, além


de tudo, tipos diferentes de práticas cotidianas. Assim, podem
existir práticas rurais no espaço das cidades ou práticas urbanas
no espaço do campo. Por exemplo: um cultivo de hortaliças dentro
do espaço de uma cidade (embora isso seja cada vez mais raro nos
grandes centros urbanos) é um caso de prática rural no meio
urbano.

Da mesma forma, a existência de um hotel fazenda ou


um resort em uma zona afastada da cidade é um exemplo de
prática urbana no meio rural.

A zona urbana e a zona rural são conceitos utilizados na geografia


para diferenciar dois tipos de espaços geográficos.

De tal modo, a zona rural também chamada de campo é aquela que


não faz parte dos meios urbanos sendo utilizada para o
desenvolvimento de actividades de agricultura, pecuária,
extrativismo, silvicultura, conservação ambiental, turismo rural
(ecoturismo), dentre outras.

As pessoas que vivem no campo formam a comunidade rural.


109

Zona Rural

Já as zonas urbanas são áreas municipais que passaram pelo


processo de urbanizaçãofomentado sobretudo,
pela industrialização.

Além disso, a densidade demográfica das áreas urbanas é superior


à das zonas rurais. As pessoas que vivem nas cidades constituem
a comunidade urbana.

Essas possuem diversas infraestruturas que muitas vezes, não são


encontradas no campo: ruas e avenidas asfaltadas, habitações,
indústrias, hospitais, escolas, comércios, abastecimento de água,
sistemas de esgoto, iluminação pública, dentre outros.
110

Zona Urbana

Um factor importante a ser ressaltado é que uma depende da


outra, ou seja, as zonas urbanas adquirem produtos da zona rural.
Por sua vez, a zona rural adquire produtos e serviços oferecidos
pelas zonas urbanas.

Lembre-se que o fenómeno do êxodo rural é quando as pessoas


que vivem nas áreas rurais vão para os centros urbanos em busca
de melhores condições de vida: ofertas de trabalho, habitação,
sistema de saúde, escolas, etc.

Na maior parte, esse fenómeno social gera muitos problemas nos


centros urbanos, como aumento da população, crescimento
desordenado das cidades, favelização, violência, dentre outros.

Relações entre o espaço rural e o urbano


As relações entre o espaço rural e urbano, além dos aspectos
geográficos, manifestam-se em termos económicos e estruturais,
havendo também certo grau de subordinação.
111

O espaço rural e o espaço urbano são interdependentes

O espaço geográfico é constituído pelo rural e pelo urbano, ou


seja, pelas áreas densamente habitadas das cidades de um lado e
pelas áreas de actividades agropecuárias e também de produção
extrativista ou de reservas naturais de outro. Sendo assim, cada
uma dessas áreas possui suas próprias características sócio
espaciais, mas também possui suas múltiplas inter-relações.

O espaço rural é geralmente definido como o espaço não


urbanizado — ou seja, que não apresenta a formação de cidades e
nem as suas práticas em um sentido mais denso e que não é
urbanizável a curto e médio prazo.

Assim, o meio rural costuma agregar as actividades agrárias, além


de actividades económicas que envolvem o extrativismo, a
conservação ambiental, a pecuária, a silvicultura, o ecoturismo e
outras.
112

Já o espaço urbano é a área constituída pela justaposição de


ocupações populacionais que caracteriza a formação das cidades e
suas actividades.

Essas cidades são geralmente relacionadas com a prática


industrial, o dinámico comércio e os mais diversos serviços. A
complexidade de tais actividades dependerá do nível de
urbanização alcançado, bem como dos índices populacionais e do
desenvolvimento económico da região em si.

No entanto, é comum o equívoco de pensar essas regiões de forma


separada, como excludentes entre si. Na verdade, o que existe é
uma relação de complementaridade e até de dependência de um
espaço para com o outro, de modo que suas relações geográficas e
económicas são, ao mesmo tempo, complexas e integradoras.

Em outras palavras, podemos dizer que as actividades económicas


praticadas no campo dependem das práticas realizadas nas
cidades e vice-versa.

A agricultura, por exemplo, depende em grande escala das


maquinárias e produtos agrícolas (insumos, fertilizantes, etc.)
produzidos nas cidades, além dos conhecimentos em biotecnologia
e produção agrária oferecidos por centros de pesquisa localizados
geralmente nas cidades.

Por outro lado, as actividades urbanas dependem do campo para o


fornecimento de alimentos; as indústrias são altamente
dependentes do recebimento de matérias-primas extraídas ou
produzidas no meio rural e assim sucessivamente.

Apesar dessa relação de complementaridade entre um espaço e o


outro, é importante observar que essa dependência não é
113

igualitária entre ambos, ou seja, existe uma relação de


subordinação aí presente.

Anteriormente, dizia-se que as cidades eram subordinadas ao


campo, uma vez que era, principalmente, a prática da agropecuária
que determinava o ritmo e modo de vida nas cidades.

Não obstante, com o surgimento e avanço da industrialização, as


cidades tornaram-se o centro da matriz económica, de modo que,
hoje, é o campo quem se subordina às cidades, sendo por elas
orientado.

Na verdade, o campo actualmente se organiza em função das


demandas comerciais e industriais existentes nas cidades,
sobretudo para atender as necessidades do mercado interno e
externo e garantir o lucro para os seus produtores.

Além disso, com a disseminação do êxodo rural, a maior parte da


população mundial, actualmente, reside e realiza suas actividades
no espaço das cidades.

Zona Rural e Zona Urbana: Diferenças

Para compreender melhor essa diferença analise o quadro abaixo:

Zona Rural Zona Urbana

Chamado de meio rural Chamado de meio urbano

Principais actividades desenvolvidas:


agricultura e pecuária Maior infraestrutura

Paisagem natural Paisagem humanizada

Habitações: sítios, aldeias e fazendas Habitações: casas e prédios


114

Localizada fora dos centros urbanos Maior oferta de emprego

Área não urbanizada Intenso processo de urbanização

Baixa densidade demográfica Densidade demográfica elevada

Povoamento disperso Povoamento concentrado

Setor Primário da Economia (extractivismo, Sector da Economia: secundário


agricultura e pecuária) (indústria e produção de energia)
e terciário (comércio e serviços)

Existem diferenças substanciais entre os modos de vida rural e


urbano. Essas diferenças fazem-se sentir nos mais variados
domínios como, por exemplo, no tipo de actividade profissional
exercida pela população, na forma de ocupação dos tempos livres,
no modo predominante como as pessoas se deslocam, na maneira
de pensar e agir.

As actividades profissionais

De um modo geral, nos meios rurais predomina a agricultura, a


pecuária, a silvicultura e outras actividades ligadas à exploração
de alguns recursos naturais. Por esta razão, a população pertence,
na sua maioria, ao sector primário.

Nos meios urbanos, pelo contrário, as actividades predominantes


são o comércio, os serviços, e a indústria pelo que a população
pertence, na sua quase totalidade, aos sectores secundário e
terciário.

A ocupação dos tempos livres


115

Nos meios rurais, os tempos livres são poucos e variam com a


época do ano e com o ritmo a que se desenrolam os trabalhos
agrícolas. Os jogos tradicionais, as danças e os cantares
populares, bem como as festividades religiosas, são algumas das
principais manifestações culturais nestas áreas.

Nos meios urbanos a situação é bem diferente. Os horários de


trabalho e os vários ritmos de vida, bem como a existência de uma
série de equipamentos nas áreas da cultura, do desporto e de
entretenimento, permitem à população uma escolha mais alargada
na ocupação dos tempos livres e de lazer.

As deslocações

Nos meios rurais, a população dedica-se principalmente à


agricultura e ás habitações, normalmente unifamiliares,
encontram-se, muitas vezes, integradas nos campos de cultura.
Por isso, as deslocações das pessoas para os locais de trabalho são
geralmente curtas e feitas a pé.
As ruas das aldeias são, assim, pouco movimentadas e por elas
circulam essencialmente pessoas, máquinas agrícolas e animais.

Nos meios urbanos, pelo contrário, as populações vivem


normalmente em blocos de apartamentos longe dos locais de
trabalho, por vezes a quilómetros de distância. Além disso, é
subretudo no centro das cidades que se situam as zonas
comerciais e de serviços e as quais as pessoas afluem
frequentemente.
Assiste-se, assim, todos os dias a uma grande deslocação de
pessoas entre a sua residência e o local de trabalho, utilizando os
116

diversos meios de transporte: automóveis, autocarros, comboios.


Mas este movimento pendular dá-se em dois sentidos: pela manhã
é em direcção ao centro urbano e ao fim da tarde é o regresso a
casa.
As ruas das cidades são, portanto muito movimentadas e por elas
circulam, sem cessar, pessoas e veículos. Devido a todos esses
movimento, os transportes são, por vezes, lentos e difíceis.

Actualmente, o urbano e o rural formam uma relação


socioeconómica e até cultural bastante ampla, muitas vezes se
apresentando de forma não coesa e profundamente marcada pelo
avanço das técnicas e pelas transformações produzidas a partir
dessa conjuntura. Nessa relação, o espaço geográfico estrutura-
se em toda a sua complexidade e transforma-se em reflexo e
condicionante das relações sociais e naturais, denunciando as
marcas deixadas pelas práticas humanas no meio em que se
estabelecem.

X – Dinâmica dos sectores de actividade


Sectores de actividade
A actividade económica gera riqueza mediante a extração,
transformação e distribuição de recursos naturais, bens e
serviços, tendo como finalidade a satisfação
de necessidades humanas, como educação, alimentação, saúde,
segurança, entre outros.
A composição de uma dada economia é inseparável da evolução
tecnológica, da história da civilização e da organização social,
assim como da geografia e da ecologia do planeta Terra, isso é,
das regiões que representam diferentes oportunidades
de extracção de recursos e de agricultura, entre outros
117

factores.A economia se refere também à medida de como um país


ou região está progredindo em termos de produção.

/////////////

//// Sectores de actividade económica e actividades económicas


1. aumento contínuo do sector terciário verificado nos países desenvolvidos
Terciarização aumento das actividades terciárias - Nos países menos desenvolvidos
(baixos activos no sector terciário e altos no primário) aumento de activos no sector
secundário, e o seu decrescimento devido á tecnologia (automatização e
informatização)  diminuição do sector primário 1. Quais são os sectores de
actividade económica? A população está organizada em diferentes grupos
População activa (trabalhadores ou temporariamente desempregados) População
inactiva (reformados, inválidos, donas de casa, os que vivem de rendimentos)
Existem três tipos de sectores de actividades Primário (agricultura,pesca,pecuária)
Secundário (industriais, sectores de energia, obras públicas e construção civil)
Terciário (não elabora produtos, proporciona serviços, como o comércio, educação,
transportes,saúde,finanças…) Como têm evoluído os diferentes sectores
económicos? A evolução dos sectores económicos passa pela diminuição do sector
primário, e um crescimento no secundário, terciário. Esta evolução tem
determinadas evidências:
2. 2. -Nos países desenvolvidos (altos activos no sector terciário, que deram origem ao
sector quaternário relacionado com as criações artísticas, política, finanças,
investigação científica) Sector Primário- Este sector agrupa actividades que extraem
meteria- primas ou produzem/capturam produtos alimentares, como a agricultura, a
pecuária, a silvicultura, a entracção mineira e a pesca. Sector Secundário-
Actividades transformadoras como a indústria, construção civil, produção de energia
e artesanato. Sector Terciário- Este sector engloba todas as actividades comerciais
e da prestação e serviços, como o comércio, os transportes, a saúde, o ensino, os
bancos, os seguros, actividades culturais desportivas. Países desenvolvidos-
predominância do sector terciário Países em desenvolvimento- domínio do sector
primário///////////

///////////////////////////////////////// Setores económicos[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Setor econômico
A economia inclui diversos setores, que se desenvolveram em fases sucessivas.

 A economia antiga era baseada principalmente na agricultura de subsistência.

 A Revolução Industrial diminuiu o papel da a agricultura de subsistência, convertendo-a


ao processo capitalista de produção, de forma que as fazendas passaram a ser
mais extensas e monocultoras nos últimos três séculos. O crescimento econômico se
deu na maior parte na mineração, na construção civil e na indústria manufatureira.
118

 Nas economias contemporâneas uma parcela cada vez maior da economia corresponde
ao setor de serviços, o que compreeende o setor financeiro e de tecnologia -
componentes da chamada economia do conhecimento.
Nas economias modernas há três setores principais de atividade econômica:

 Setor primário: Compreende a extração e produção de materiais crus, como milho,


carvão, medeira e ferro. (Um mineiro e um pescador seriam trabalhadores do setor
primário.)
 Setor secundário: Compreende a transformação de materiais crus ou em grau de
processamento intermediáio em bens de produção ou de consumo, por exemplo, aço
em carros, ou tecidos em roupas. (Um pedreiro e uma estilista seriam trabalhadores do
setor secundário.)
 Setor terciário: Compreende o fornecimento de serviços para as empresas e para os
consumidores, como creches, cinemas e casas lotéricas. (Um vendedor de shopping e
um contador seriam trabalhadores do setor terciário.)
No entanto essa não é a única forma de se classificar uma economia em setores. Também
pode-se usar a uma divisão mais social ou jurídica como aquela que distingue o
setor público do privado, ou ainda uma classificação mais moderno entre "primeiro setor",
o governo; "segundo setor", empresas que visam o lucro; e o "Terceiro Setor, as
chamadas organizações não-governamentais.
Mais detalhes sobre as várias fases de desenvolvimento econômico se seguem. Como esse
processo estava longe de ser homogêneo geograficamente, a proporção entre esses
setores varia muito entre as regiões do mundo, podendo ser uma forma para se examinar
a desigualdade econômica.
/////////////////////////////////////////////////////

Até ao século XIX, existiam basicamente duas actividades: a industrial e a


agrícola.

Com a evolução das sociedades surge a necessidade de classificações mais


complexas, uma vez que existem cada vez mais novas profissões.
Assim, em meados do século XX, surgiu uma nova classificação das
actividades económicas sendo três os sectores de actividade:
- primário;
- secundário;
- terciário.
1.1- Agricultura
Desde a antiguidade que o Homem explora os recursos do solo a fim de
satisfazer as suas necessidades, nomeadamente a sua alimentação. Há muitos
anos atrás a agricultura era tradicional, já que, entre outras caraterísticas, estava
fortemente dependente das condições naturais. Era uma agricultura cujo
principal objetivo era o autoconsumo das famílias, por isso a policultura era
dominante. Com o passar dos anos a agricultura evolui e novas técnicas foram
surgindo, atingindo um elevado estádio de desenvolvimento, com a revolução
119

industrial. Passa a ser possível cultivar com máquinas, o que naturalmente


aumenta a produção e cria excedentes que vão ser comercializados no mercado.
Mas a agricultura continua a evoluir e hoje, numa perspetiva de
desenvolvimento sustentável e da própria saúde humana, surge a agricultura
biológica.

Neste sentido, podemos dividir a atividade agrícola em três grandes tipos:


- a agricultura tradicional que por sua vez pode assumir diversas formas
a) primitiva (itinerante sobre queimada);
b) mediterrânea de sequeiro;
c) oásis ou irrigada;
d) intensiva de subsistência.

- a agricultura moderna que por sua vez, também assume outras formas
a) agricultura de plantação;
b) agricultura cerealífera;
c) horticultura comercial.

- e a agricultura biológica que é sustentável, ecológica, controlada por entidades


certificadoras, reconhecida pelo Ministério da Agricultura e certificada. Sempre
que procurares produtos em modo de produção biológica procura o selo da sua
certificação:

1.2 – Pecuária

A pecuária é a actividade que se dedica à criação de animais para


obtenção de carne, leite e derivados, ovos, curtumes e lã. À
semelhança da agricultura também a pecuária pode assumir diferentes
formas ou subtipos, a saber:

- Intensiva ou moderna – utilizando a estabulação (os animais são


mantidos em cativeiro, fechados o tempo todo); são alimentados à base
120

de ração e vitaminas, tendo cuidados veterinários constantes; há a


selecção e apuramento das raças através da inseminação artificial; há
um alto rendimento e produtividade já que a produção destina-se ao
mercado nacional e internacional. É típica dos PD.

- extensiva ou tradicional – os animais pastam ao ar livre ora


em
regime de nomadismo pastoril (deslocação contínua
dos animais e populações à procura de pasto) ou e
regime de transumância (deslocação sazonal
mediante a estação do ano – pastor).
Em qualquer um dos casos não há qualquer tipo de seleção e
apuramento das raças, tratamentos veterinários e

o rendimento e produtividade são baixos até


porque o destino da produção é para satisfazer as necessidades do
agregado familiar ou comunidade. É típica dos PVD, embora nos
últimos anos, alguns países com elevada extensão territorial, caso do
Brasil, Argentina, EUA (entre outros) que adoptaram um regime misto,
que conjuga as duas vertentes, ou seja, parte do dia os animais estão
em cativeiro e parte do outro pastam ao ar livre.

1.3 Pesca

"Nem só de Pão vive o Homem", já o diz o ditado e é muito verdade. Para além
do solo onde o Homem pode explorar os recursos alimentares, o Mar também
os fornece.

Na realidade, a pesca, fundamentalmente a que diz respeito à captura de


espécies marítimas, constitui, desde tempos remotos, uma das fontes
da alimentação humana.

Mas as riquezas que podemos explorar do Mar não são apenas as piscícolas,
dele também podemos extrair sal, brómio, iodo, algas para cosmética e
medicamentos e também minérios e minerais. Para saber isto e muito mais,
121

parte nesta aventura e lança a tua cana na linha deste segmento


que, dispõe e aborda com todo o tipo de suporte informático, a temática desta
atividade económica do setor primário: a Pesca.
b) Riqueza Piscícola
Os especialistas dividiram o subsolo e as águas marinhas em diferentes áreas, atribuíndo-lhes
um nome específico. Acontece também que nem todas essas áreas são ricas em diversidade e
quantidade de peixes. Por essas razões, os pescadores devem ter em atenção, se quiserem
capturar o maior número de pescado, de lançar as redes nos sítios onde mais fervilha a vida
subaquática.
Neste caso, deve-se ter atenção de quais são as áreas marinhas que mais plâncton possuem,
tal ocmo o ilustra o mapa que se segue:

Se estás interessado em saber os nomes das áreas marinhas (subsolo e águas) e em


determinar quais dessas são as mais ricas em peixe e porquê, aconselho-te a dar toda a
atenção à apresentação que se segue.
Riqueza Piscícola

UPWELLING- O que é?
122

Fenómeno oceanográfico, caraterizado pelo afloramento de águas profundas, frias


e concentrada em minerais, devido ao deslocamento vertical de águas de correntes
subaquáticas, as quais se encontram em deslocamento em grandes velocidades e
em determinadas regiões dos diversos oceanos do planeta e que, ao encontrarem
condições favoráveis como relevo marinho, ventos, lua, etc., promovem o seu
deslocamento a profundidades menores, criando alterações significativas, a ponto
de formar um ecossistema local com caraterísticas próprias.

Estas correntes, normalmente originadas nos pólos a partir do derretimento das calotes
glaciares, muitas vezes ricas em nutrientes essenciais ao desenvolvimento da cadeia
alimentar e que atingindo a região fórica (iluminada), ganham adesão de fitoplâncton,
implicando um aumento da massa alimentar e consequente desenvolvimento da
biodiversidade local.

1.3- Pesca
Subpáginas (4) a)Tipos Pesca b) Riqueza Piscícola c) Problemas Pesca Industrial d) Aquacultura

Č
123

c) Problemas Pesca Industrial


A pesca, fundamentalmente a que diz respeito à captura de espécies marítimas,
constitui, desde tempos remotos, uma das fontes da alimentação humana.

Vídeo do YouTube
No entanto, a exploração destes recursos tem vindo a aumentar devido sobretudo à
tecnologia utilizada nas capturas.
Na realidade, cada vez o Homem inventa as mais variadas técnicas de captura que
vão desde o sonar, a aspiração ao arrasto, capturando indiscriminadamente todo o
tipo de peixe, mesmo aquele que não quer. Alarmante é que esta sobreexploração
dos recursos marinhos piscícolas pode comprometer as necessidades das futuras
gerações e colocar o fundo do mar a braços com uma crise ambiental sem
precedentes, tal como o próximo vídeo e link assim o demonstram.

d) Aquacultura
A rutura de stocks de certas espécies piscícolas e a preocupação com
o meio ambiente aquático foram algumas das razões que levaram ao
aparecimento da

Aquacultura (prática que consiste na criação de peixes, moluscos,


mariscos, algas e crustáceos, destinada a efetuar o repovoamento de
certas áreas ou o consumo direto). Contudo esta atividade oferece
diversas vantagens e desvantagens que devem fazer os piscicultores
considerar e até tentar melhorar.
Para entender melhor o que é a Aquacultura e os
seus subtipos, observa a apresentação que se segue:
124

A Aquacultura

Em Portugal é possível observar


situação e localização das
principais empresas de
Aquacultura que mostra o mapa.

O vídeo que se segue abordar algumas das problemáticas relacionadas


com a alimentação dos peixes que são criados em regime de
aquacultura. Nunca é demais saber ainda mais.

1.4- Indústria

INTRODUÇÃO

Com a invenção do motor de explosão nos finais do século XIX, o mundo nunca
viria a ser o mesmo. A indústria passou a constituir-se como um novo setor de
atividade económica, revolucionando a produção e o modo de vida de muitas
pessoas. Podemos distinguir 3 fases principais relativamente à evolução da
atividade industrial:
125

Subpáginas (4) a) tipos de indústria b) fatores de localização industrial c) indústria no mundo d) impactes
atividade industrial

a) tipos de indústria
126

Podemos enumerar vários tipos de indústrias que se agrupam segundo sete critérios principais: o do destino de pro
actividade; os processo de fabricação; a natureza dos produtos utilizados; o tamanho dos estabelecimentos; confor
conforme as necessidades.
TIPOS DE INDÚSTRIA
O quadro que se segue esclarece precisamente todos estes critérios e os subtipos que se enquadram e cada um del
127

1.5- Serviços
Considera-se serviço a satisfação direta de uma necessidade pela utilização de um bem ou de
uma prestação de trabalho.
Podemos dividir os serviços em serviços vulgares, serviços raros, serviços mercantis e
em serviços não mercantis.

Para saberes as atividades que cada um deles engloba toma atenção à apresentação que
se segue:
1.6-Turismo
O Turismo tem vindo a ser uma atividade econó

O Turismo tem vindo a ser uma atividade económica em expansão no mundo inteiro
e Portugal não foge à regra. Com tantas paisagens e lugares incríveis a somar ao
clima que bafeja o nosso país, nunca é demais recordar que vivemos num paraíso à
beira mar plantado que deve ser dado a conhecer a todos. O vídeo que se segue
mostra um pouquinho do que Portugal pode oferecer, sobretudo a sul e faz parte da
campanha de divulgação turística da região do Algarve:

TURISMO NO ALGARVE
Mas como Portugal não é só o algarve, tomem atenção também ao vídeo que se
segue referente à mais recente campanha promocial do turismo português.
Liiiiiiiiiiinnnnndoooooo.

2- Transportes & Telecomunicações


INTRODUÇÃO

Os transportes constituem atualmente um dos setores mais importantes na


economia mundial ao desempenharem um papel de primeiro plano no
desenvolvimento de todas as actividades económicas e no progresso social.

Assim os transportes permitem: a criação de emprego; o aparecimento de


vários serviços que com eles se relacionam; a intensificação das trocas comerciais
e da produção; uma alteração na distribuição espacial das diferentes atividades
económicas; a estruturação do espaço urbano; a quebra do isolamento das regiões
desfavorecidas; uma maior mobilidade das populações.
128

XI – Questão Ambiental

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Aprendendo a explorar o meio ambiente


Os problemas ambientais brasileiros, principalmente a destruição de nossas
reservas florestais, há muito tempo são motivos de grande preocupação. Se
conhecermos a estrutura e o funcionamento de um ambiente, podemos
adotar diversas medidas de proteção ou de recuperação de áreas.

Atualmente, os governos e membros da sociedade civil dos mais variados


países vêm se organizando sob forma de entidades e associações, a fim de de
definir procedimentos que incentivem a preservação da natureza e
divulguem as questões relacionadas com o meio ambiente.

O trabalho desenvolvido por essas organizações exige a colaboração de


especialistas de várias áreas, entre as quais as ciências naturais, políticas e
sociais. Seus objetivos podem ser variados, tais como realizar pesquisas,
promover estudos e aplicação de leis de proteção ambiental, elaborar e
aplicar projetos de educação neste setor, ou dirigir-se a um campo mais
129

específico, como por exemplo lutar pela preservação de uma espécie


ameaçada de extinção.

Além disso, é fundamental que cada segmento da sociedade, e em particular


cada cidadão, tenha conhecimentos dos problemas ambientais e participe das
suas soluções. O interesse por essas questões vem crescendo diariamente em
todas as partes do mundo. Diversos representantes da sociedade estão
compreendendo que é preciso um esforço conjunto para preservar o
ambiente na Terra e garantir a melhoria da qualidade de vida das
populações.

Os principais problemas

Primeiramente, é importante lembrar que a reciclagem dos materiais no


ambiente é um processo demorado. Quando a retirada de um determinado
elemento do solo é mais rápida do que sua reposição, há um esgotamento,
que se manifesta por meio de uma queda na produtividade. Os agricultores
sabem que as plantas precisam de nutrientes variados, que se encontram no
solo graças à atividade de certos microorganismos. Se forem feitas culturas
sucessivas, esses nutrientes acabam se esgotando e a produção começa a
cair. Haverá então duas alternativas: acrescentar artificialmente os nutrientes
retirados, ou deixar que a recomposição se faça normalmente, esperando um
certo tempo até o solo se recuperar.

Os recursos naturais não-renováveis, uma vez esgotados, não se refazem e,


portanto, sua utilização deve ser feita com muito cuidado. Sabendo que um
dia eles irão faltar, o homem precisa pensar antecipadamente numa maneira
de substituí-los por outros capazes de desempenhar funções semelhantes.
Como os recursos renováveis exigem um certo tempo para recomposição, a
humanidade não disporá de estoques se o consumo não for controlado e a
população humana crescer além de determinado limite. Utilizar
racionalmente os recursos naturais significa ampliar a capacidade produtiva
do ambiente em favor do homem, sem, no entanto, degradar a natureza.
130

Além da retirada de materiais, a degradação de um ambiente também pode


ocorrer por outros fatores. Se forem introduzidas substâncias em excesso no
ambiente, mesmo que não sejam estranhas, mas que acarretem uma
sobrecarga nos ciclos, o resultado será a poluição. Um ambiente torna-se
poluído quando sofre mudanças suficientemente grandes para prejudicar os
seres que ali vivem em equilíbrio. O homem, como qualquer ser vivo,
elimina seus resíduos no lugar em que está. Em condições e quantidades
naturais, esse material seria reciclado e utilizado pelos demais componentes
do ambiente. Acontece porém que, devido às atividades industriais, o
homem introduz no meio uma grande quantidade de substâncias estranhas.
Por isso, o ambiente fica sobrecarregado e a reciclagem de materiais
alterada. Essas substâncias nocivas, descarregadas no ar, no solo e na água,
se espalham pelos mais variados recantos da Terra, prejudicando o próprio
homem.

A concentração de gases lançados pelos carros e pelas fábricas pode


provocar doenças respiratórias; os esgotos não convenientemente tratados
contaminam as águas que, ao serem ingeridas ou usadas na irrigação, podem
causar infecções e favorecer o desenvolvimento de parasitoses. Substâncias
químicas utilizadas na fabricação de inúmeros produtos, como inseticidas,
herbicidas e adubos, são lançadas continuamente no solo, na água e no ar;
podem ser absorvidas pelas plantas e introduzir-se igualmente nos
organismos dos animais e do homem. Muitas dessas substâncias são tóxicas,
e seu acúmulo provoca uma série de distúrbios, doenças e até a morte.
É necessário, portanto, tratar adequadamente os resíduos, para que não
prejudiquem o ambiente e possam ser reutilizados pela natureza. Estações de
tratamento de água e esgoto, instalações de filtros industriais, usinas de
reaproveitamento do lixo são alguns exemplos de medidas que o homem
pode e deve utilizar.

Recursos Renováveis x Não-Renováveis


131

Há muito tempo o homem percebeu que poderia recorrer à natureza para


resolver seus problemas de fome, frio e proteção. Assim, no decorrer da
história, desenvolveu mecanismos para melhor utilizar os recursos nela
encontrados. As técnicas de plantio, colheita, extração e transformação dos
recursos naturais foram aprimoradas cada vez mais.

As madeiras, as plantas produtoras de fibras, os vegetais usados na


alimentação, a água, etc. são recursos renováveis, ou seja, que podem ser
repostos continuamente. Outros, porém, existem em quantidades finitas e
necessitam de um tempo para serem formadas novamente, como o carvão
mineral, o petróleo e os minérios.

O carvão mineral originou-se há milhões de anos, de restos de vegetais que


foram se acumulando em lugares com pouco oxigênio, como o fundo de
lagos e pântanos. É usado como matéria-prima na fabricação do aço e em
processos especiais de combustão.
132

O petróleo formou-se a partir de minúsculos animais e vegetais aquáticos


misturados a sedimentos que foram se depositando no fundo dos mares. As
substâncias que compunham seus corpos foram lentamente transformadas,
num processo desenvolvido durante milhões de anos. A energia contida
nesses seres não foi perdida durante a transformação e o petróleo resultante
é, por isso, um material com alto potencial energético. Dele se extraem
vários subprodutos, como gasolina, querosene, graxa, parafina, asfalto e gás
combustível. Pode também ser utilizado na fabricação de produtos como o
plástico e as fibras sintéticas. Os minérios são encontrados em depósitos
naturais ou jazidas, nos mais variados ambientes da Terra. Através de
técnicas especiais, são extraídos e empregados como matéria-prima em
processos industriais, agrícolas e artesanais.

Preservando o Ambiente

Algumas áreas, importantes pela diversidade de seus componentes ou pela


fragilidade de seu equilíbrio, devem ser mantidas intocadas ou com o
mínimo de interferência. Funcionando como reservas de animais e vegetais,
elas devem servir à pesquisa e aos estudos ecológicos. Dessa forma o
homem pode aumentar seus conhecimentos a respeito dos ambientes. Outras
áreas, já alteradas pelo uso intensivo e mal orientado, podem ser recuperadas
por processos de repovoamento e de medidas eficientes de utilização,
servindo como locais de produção, de lazer ou mesmo de estudo e pesquisa.

Na maioria dos países, inclusive o Brasil, a preocupação com a preservação


e com a recuperação de áreas tem levado à criação de parques, reservas,
estações ecológicas e áreas de proteção ambiental, sujeitos a regulamentos e
administração especiais. Isso revela já algum interesse pela conservação do
meio e constitui uma oportunidade para a população observar e estudar os
fenômenos ambientais. Conhecendo os processos que ocorrem na natureza,
os indivíduos podem mudar seu comportamento e procurar formas mais
adequadas de atuar sobre ela. A participação popular também tem sido
responsável por denúncias de irregularidades e pela exigência da aplicação
de medidas efetivas de proteção ambiental.
133

Muitos desastres ecológicos e grandes prejuízos econômicos poderiam ser


evitados se houvesse pesquisa e acompanhamento adequados durante a
execução de projetos. A divulgação de notícias sobre questões ambientais e
o aparecimento de publicações especializadas vêm aumentando, graças ao
interesse e à receptividade da população.

A responsabilidade pela preservação do ambiente e da qualidade de vida não


pode ser deixada apenas ao encargo de governos e especialistas, mas tem de
ser assumida por todos aqueles que ainda acreditam na capacidade de o
homem encontrar soluções para seus problemas. Por meio da pesquisa, da
troca de informações, discussões e reflexão, o homem formará uma nova
mentalidade; será, então, capaz de trabalhar efetivamente na busca de
soluções para os problemas atuais e de medidas preventivas para o futuro.

Efeito Estufa

Todos conhecemos a importância do clima, pois ele influi no funcionamento


do organismo humano, na atividade agrícola, na navegação, nas atividades
comerciais e na distribuição da vida animal e vegetal da Terra. O seu estudo
está ajudando a humanidade a recuperar muitas áreas que até hoje tiveram
pouco aproveitamento, com a ajuda das estações meteorológicas, utilizando
aparelhos específicos como termômetros, barômetros, pluviômetros e
anemômetros.

Sabemos que a interação entre os 20 km de atmosfera mais próximos da


Terra e a camada superficial do planeta dá origem ao clima. Durante o dia,
134

parte da energia solar é captada pela superfície terrestre e absorvida, outra


parte é irradiada constantemente para a atmosfera (radiações infravermelhas)
provocando um aquecimento. O Efeito Estufa, os gases atmosféricos,
especialmente o gás carbônico, funcionam como uma capa protetora que
impede a dispersão total desse calor para o espaço exterior, evitando o
resfriamento da Terra durante a noite. A emissão de gases tóxicos é o maior
fator de poluição atmosférica influenciando direto nas mudanças climáticas.

Esses gases se encontram na combustão do petróleo e seus derivados e nas


grandes cidades encontramos cerca de, 40% da poluição devido a queima de
gasolina e óleo diesel principalmente nos veículos automotíveis sendo
responsáveis pela emissão de monóxido e dióxido de carbono, óxido de
nitrogênio, dióxido de enxofre, derivados de hidrocarbonetos e chumbo e
outros.

As indústrias também contribuem emitindo enxofre, chumbo e outros metais


pesados, além de resíduos sólidos que ficam em suspensão na atmosfera, a
oxigenação vai ficando precária trazendo distúrbios genéricos em toda a
população mundial, pois altera a química da natureza provocando doenças
graves como abalo do sistema nervoso, alergias, câncer, distúrbios
respiratórios e muito mais. A situação tende a piorar no inverno, quando
ocorre o fenômeno conhecido como inversão térmica: uma camada de ar frio
forma uma redoma na alta atmosfera, que vai aprisionando o ar mais quente,
impedindo a dispersão dos poluentes. Então, forma-se o Efeito Estufa
(aquecimento prematuro da camada atmosférica, destruindo a Camada de
Ozônio, além de provocar chuvas ácidas, alterando os nutrientes da Terra,
contaminando nossas águas, alterando nossa vegetação, enfim, todo o
Planeta).

Concluindo, a poluição atmosférica vem abalando o Sistema Natural da


Terra. Sem o oxigênio e a alteração do buraco de ozônio, fica difícil para o
homem viver em condições climáticas mais favoráveis. Assim, a Natureza
vem protestando em defesa própria. Basta observar as mudanças climáticas
que temos atualmente no Mundo. As estações já não são como eram antes.
As geadas batem seus recordes, assim como as tempestades, furacões e
terremotos de grandes proporções, que vêm abalando a todos.
135

O carbono presente na atmosfera garante uma das condições básicas para a


existência de vida no planeta: a temperatura. A Terra é aquecida pelas
radiações infravermelhas emitidas pelo Sol até uma temperatura de 27º C.
Essas radiações chegam à superfície e são refletidas para o espaço, o
carbono forma uma redoma protetora que aprisiona parte dessas radiações
infravermelhas e as reflete novamente para a superfície. Isso produz um
aumento de 43ºC na temperatura média do planeta, mantendo-a em torno dos
16º C. Sem o carbono na atmosfera a superfície seria coberta de gelo. O
excesso de carbono, no entanto, tende a aprisionar radiações infravermelhas,
produzindo o chamado Efeito Estufa: a elevação da temperatura média a
ponto de reduzir ou acabar com as calotas de gelo que cobrem os pólos.

Os cientistas preocupam-se com o aumento do dióxido de carbono na


atmosfera, que ocorre a um ritmo médio de 1% ao ano. A queima da
cobertura vegetal nos países subdesenvolvidos é responsável por 25% desse
aumento. A maior fonte, no entanto, é a queima de combustíveis fósseis
como o petróleo, principalmente nos países desenvolvidos. O Japão é o que
tem registrado maior crescimento: de 1985 a 1989, sua emissão de dióxido
de carbono passa de 265 milhões de toneladas por ano para 299 milhões.

Pesquisas realizadas pela NASA mostram que a temperatura média do


planeta já subiu 0,18ºC desde o início do século. Nos anos 80, fotos tiradas
pelo satélite meteorológico Nimbus em um período de 15 anos registram a
diminuição do perímetro de gelo em volta dos pólos. Supondo o efeito estufa
em ação, os cientistas projetam um cenário de dilúvio: o aquecimento do ar
aumenta a evaporação da água do mar, cria um maior volume de nuvens, faz
crescer o nível de chuvas e altera o regime dos ventos. Haveria chuvas
intensas em áreas hoje desérticas, como no norte da África e o nordeste do
Brasil, e faltaria água em regiões férteis, como o meio-oeste dos EUA. O
desgelo das calotas polares elevaria o nível do mar inundando ilhas e áreas
costeiras. Holanda, Bangladesh, Miami, Rio de Janeiro e parte de Nova
York, por exemplo, sumiriam do mapa. O aumento de temperatura global
136

também provocaria a multiplicação de ervas daninhas e insetos, e as


transferências das pragas de clima quente - como a mosca tsé-tsé, que vive
no centro da África - para regiões de clima frio. A absorção de excesso de
dióxido de carbono faria a vegetação crescer mais rapidamente e retirar mais
nutrientes do solo. Segundo essas projeções, as florestas temperadas só
sobreviveriam no Canadá.

O ozônio concentra-se nas camadas superiores da atmosfera a 15 Km da


superfície e forma uma espécie de escudo com cerca de 30 Km de espessura,
que protege o planeta dos raios ultravioleta do Sol. A redução da camada de
ozônio aumenta a exposição aos raios ultravioleta do Sol e está associada ao
crescimento de casos de câncer de pele e de doenças oculares, como a
catarata. Para os cientistas, o buraco existente na Antártida atrasa a chegada
da primavera na região e provoca quebras na cadeia alimentar da fauna local.
Pode contribuir para aumentar a temperatura e acelerar o desgelo das calotas
polares.

O primeiro alerta sobre a redução da camada de ozônio foi dado pela NASA,
a partir de estudos feitos entre 1979 e 1986: o escudo vem perdendo
espessura e apresenta um buraco de 31 milhões de quilômetros quadrados
sobre a Antártida, área equivalente a 15% da superfície terrestre. Em
fevereiro de 1992, a NASA identifica um segundo buraco, desta vez sobre o
pólo Norte chegando às regiões próximas ao Círculo Polar Ártico.

Em 1987, os cientistas identificam o cloro presente nos compostos de


clorofluorcarbono (CFC) como um dos poluentes responsáveis pela camada
de ozônio. Ele é usado como propelente em vários tipos de sprays, em
motores de aviões, circuitos de refrigeração, espuma de plástico, fôrmas e
bandejas de plástico poroso, chips de computadores e solventes utilizados
pela indústria eletrônica. Com a vida útil de 75 anos, combina-se com o
oxigênio, e compõem as moléculas de ozônio e forma o gás cloro. Os
maiores produtores e consumidores de CFC, vivem no hemisfério Norte. Os
países desenvolvidos fabricam, em média, 1Kg de CFC por pessoa ao ano.
Em 1987 representantes de 57 países reunidos no Canadá assinam o
Protocolo de Montreal, comprometendo-se a reduzir a produção de CFC pela
metade até 1999. Em junho de 1990 o acordo é ratificado pela ONU. Ele
determina o fim gradativo da produção de CFC até 2010. Mais de 90 nações
aderem ao acordo, inclusive o Brasil.
137

Apesar de a emissão de CFC ser maior no hemisfério Norte, é sobre o pólo


Sul que surge o primeiro e mais extenso buraco na camada de ozônio. Isso
acontece devido à circulação das massas de ar na atmosfera. Elas circulam
em camadas sobrepostas - vão dos pólos para o Equador em baixa altitude, e
retornam do Equador aos pólos mais elevadas - e são capazes de levar os
poluentes a milhares de km de distância do seu local de origem. No inverno
Antártico, de abril a agosto, a região permanece no escuro e os ventos
carregados de poluentes giram em círculo, atraindo massas de ar de outras
partes da Terra. Em setembro e outubro, a luz do Sol retorna a região e
estimula as reações químicas que destroem o ozônio. Forma-se o Buraco.
Em novembro o ar que chega de outras regiões, permite uma recomposição
parcial do Escudo de Ozônio. O Buraco diminui de tamanho mais não fecha
completamente.

Temos ainda as chuvas ácidas, que são a queima de carbono e de


combustíveis fósseis, e de poluentes industriais que lançam dióxido de
enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o
hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado
são as chuvas ácidas: As águas das chuvas, assim como, a geadas, neve e
neblina, ficam carregada de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na
superfície, alteram a composição química do Solo e das águas, atingem as
cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas
metálicas, monumentos e edificações.

Aquecimento global
Chamamos de aquecimento global o aumento da temperatura média dos
oceanos e do ar perto superfície da Terra que se tem verificado nas últimas
décadas, assim como a possibilidade da sua continuação durante o século
atual. [EM BREVE O ARTIGO COMPLETO]

Falta…………..
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Categoria:
 Estrutura da Terra

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Meio Ambiente
19 Terça-feiraFEV 2013
POSTED BY TRAMPOESCOLAR IN BIOLOGIA, RECICLAGEM, TRABALHOS ESCOLARES
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Introdução
Neste trabalho pretendo falar sobre o meio envolvente do homem no dia a dia,como
por exemplo: os recursos naturais, poluição, resíduos urbanos, desenvolvimento
sustentável, entre muitos outros.
Recursos naturais

Recursos naturais renováveis: materiais explorados pelo Homem que podem ser
substituídos de tempos a tempos. Como fontes de energia renováveis temos a
energia eólica, a energia solar, a energia das ondas do mar…
Recursos naturais não renováveis: materiais explorados pelo Homem que acabam se
intensamente explorados e que para se renovarem é necessário muito tempo. São
exemplos disso o carvão, o petróleo, o gás natural, muitos minerais e rochas… ha
alguns recursos renováveis que se podem tornar não renováveis em consequência do
crescimento da população e do mau uso que deles fazemos.

A Poluição

A poluição do meio ambiente é provocada por agentes que perturbam o equilíbrio


natural dos ecossistemas, tem sido uma das maiores preocupações do séc. XXI.
Entre os vários tipos de poluição que existe, a poluição atmosférica é aquela que tem
vindo a aumentar, apresentando várias consequências negativas.
O ar é fundamental para a sobrevivência da Humanidade. No entanto, sem qualquer
cuidado, o Homem tem poluído a atmosfera, alterando a sua composição.
139

Poluição atmosférica

Ao longo dos séculos, a atmosfera tem sofrido grandes alterações, recebendo


grandes quantidades de dióxido de carbono, de dióxido de enxofre e de metano.
Estes gases resultam não só da actividade industrial propriamente dita, como
também das alterações nos tipos de combustíveis utilizados para os transportes e a
produção de energia.

Fontes de poluição:

Fontes de poluição são as actividades que libertam para o meio ambiente materiais,
substâncias prejudiciais aos seres vivos.

As principais fontes de poluição atmosférica são:

Existe também outros tipos de poluição como por exemplo, a poluição da água,
poluição do solo, etc. contribuem para a poluição atmosférica.
As relações entre os diversos ecossistemas terrestres, são tão estreitas que a
poluição de uns afecta igualmente todos os outros.
Assim, poluentes lançados sobre o solo são transportados pela água e pelo vento,
chegando deste modo a atmosfera, percorrendo lagos, rios e oceanos.

Poluentes:

Os poluentes são materiais ou substâncias que, atingindo determinada concentração


afectam o meio ambiente.
Os principais poluentes que afectam a atmosfera, poluindo-a, são: monóxido de
carbono, dióxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido de azoto, poeiras e CFC
(clorofluorcarbonetos).
. O monóxido de carbono, resulta da combustão incompleta dos combustíveis fósseis,
e é um poluente do ar que (em concentrações elevadas) afecta o sistema nervoso e
cardiovascular.
. O dióxido de carbono, é emitido através de uso de combustíveis fósseis, incêndios e
destruição de florestas. É um poluente do ar que aumenta a temperatura
atmosférica, pois capta o calor e é o principal responsável pelo aumento do efeito de
estufa e do aquecimento global.
. O dióxido de enxofre é emitido através de centrais eléctricas, fábricas, veículos
140

automóveis e refinarias. Este provoca doenças respiratórias, contribui para a


formação das chuvas ácidas e corrói a vegetação e edifícios calcários.
. O óxido de azoto, resulta da acção de motores de combustão interna, fornos,
incineradores e uso excessivo de adubos. Este poluente contribui para a formação
das chuvas ácidas e do smog, nas grandes cidades. Provoca, também, doenças
respiratórias.
. Os CFC (clorofluorcarbonetos), têm como as fontes de poluição são mecanismos de
refrigeração, sprays, indústrias de isolamento térmico e electrónica. Estes poluentes
do ar são responsáveis pela destruição da camada de ozono, aumentando o risco de
cancro de pele. Entre as mais graves consequências da poluição podemos
destacar: a destruição da camada de ozono, as chuvas ácidas, o aumento do efeito
de estufa e o smog*.
*Smog: Originalmente, refere-se à combinação de fumaça (das chaminés) e
nevoeiro. Hoje, refere-se à qualquer acumulação visível de substâncias que causam
poluição do ar.

Países emissores de gases do efeito estufa

1. Estados Unidos 45,8%


2. China 11,9 %
3. Indonésia 7,4%
4. Brasil 5,4 %
5. Rússia 4,8%
6. Índia 4,5%
7. Japão 3,1%
8. Alemanha 2,5 %
9. Malásia 2,1%
10. Canadá 1,8%

Poluição sonora

A exposição súbita a um nível de ruído muito intenso, por exemplo superior a partir
de 130 decibéis, pode provocar lesões imediatas e irreversíveis devido à ruptura do
tímpano. Mas qualquer ruído acima de 90 decibéis é susceptível de causar danos. Um
som acima de 90 decibéis causa dor e surdez temporária que pode prolongar-se
durante minutos ou horas, o que é um aviso de que a audição pode ser afectada se a
141

fonte de ruído não for afastada ou não forem tomadas as devidas precauções. No
entanto, os efeitos nocivos sobre o organismo fazem-se sentir com menor
intensidade. Acima dos 65 decibéis faz aumentar a ritmo cardíaco, favorece o estado
de stress e irritação e pode causar comportamentos agressivos.
Há pouca imagem para dúvidas de que o barulho afecta adversamente as tarefas da
área cognitiva. Trabalhos que exigem uma atenção permanente aos detalhes ou a
múltiplas fontes de informação, assim como as que exigem uma grande capacidade
de memorização são prejudicadas e nas crianças pode dificultar a comunicação e a
aprendizagem. Outros efeitos secundários da exposição ao barulho podem ser a
fadiga crescente, depressão, irritabilidade e redução da capacidade laboral.
Prevenção de problemas causados por ruídos e outros sons poluentes:
As principais medidas para se prevenir dos efeitos da poluição sonora podem ser:
. Redução do ruído e demais sons poluentes na fonte emissora;
. Redução do período de exposição (principalmente para pessoas expostas
continuamente a processos que geram muito ruído) quando não for possível a
neutralização do risco pelo uso de proteção adequada;
. Educação da população;
. Uso de protecção nos ouvidos adequada ao risco auditivo;
. Em festas colocar o som com volume adequado ao “Ambiente”, evitando-se o
volume alto. Não sendo possível, não permanecer por tempo prolongado em
ambientes onde se tenha que gritar para ser ouvido pelo interlocutor à distância de
um metro.

Protocolos

Para além de existir o protocolo de quioto que é um dos maiores protocolos que
existe na área do ambiente ao qual os países mais industrializados comprometeram-
se por força deste protocolo a reduzir em 5% no mínimo as emissões respectivas de
seis gases em efeitos de estufa (dióxido de carbono,metano, óxido nitroso
hidrofluorcarbonetos,hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre)
durante o período de 2008-2012, existiu também o protocolo de montereal ao qual
27 países se comprometerem a reduzir ou eliminar o consumo de CFC’s* até ao ano
de 2000, que ate aos dias de hoje ainda não aconteceu na proporção desejada
apesar de que a tecnologia existente e disponivel para substituir os gases presentes
nos aerossóis, em fluidos de refrigeração e nos solventes.
*CFC’s: abreviatura para clorofluorcarboneto, destroem a camada de ozono.
142

O que é desenvolvimento sustentável?

Desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual sem


comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar
dois objetivos o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Crescimento dos resíduos urbanos

Nos últimos anos o crescimento populacional ocorreu de forma espantosa e


desordenada, culminando em maior consumo e por consequência em maior volume
de resíduos. O consumismo aliado aos produtos descartáveis aumentou
sobremaneira o volume diário de lixo.
Em 2004 a população mundial atingiu 6.400 milhões e continua a crescer em 80
milhões por ano, estando o Brasil em quinto lugar entre os países mais populosos,
atrás da Indonésia, Estados unidos, Índia e China.

O futuro dos recursos naturais

É necessário conhecer a dinâmica das populações das espécies que são exploradas,
de modo a determinar a quantidade que é possível retirar que permita a rápida
recuperação dessas populações.
Assim, é necessário calcular a taxa de natalidade e de mortalidade, o tempo de vida
dos indivíduos e outros factores que condicionam a abundância destas populações.
Obviamente, esta quantidade que permite a exploração sustentada deve ter em
conta que os processos biológicos podem ser alterados ao longo do tempo e que o
nosso conhecimento sobre estes é bastante limitado. Por outras palavras, devemos
ser prudentes no estabelecimento dessa quantidade e monitorizar regularmente as
populações exploradas. Por exemplo, a extinção da anchova do Perú nos anos 80
deveu-se principalmente a uma sobre-exploração da espécie, mas também aos
efeitos não previstos do El Niño, que acelerou o processo de extinção. Do mesmo
modo, é necessário conhecer a capacidade de assimilação da poluição, para que se
estabeleçam limites adequados aos níveis de poluentes emitidos.
Em resumo, as condições para uma exploração sustentada de recursos renováveis
comuns implica um conhecimento da dinâmica populacional das espécies a serem
exploradas. Além disso, depende também da implementação de legislação e
143

fiscalização que permitam a renovação destas espécies, mas sobretudo de uma


consciência ambiental sobre a importância de uma correcta gestão de recursos.
Deste modo, será possível uma exploração sustentada destes, bem como a
conservação das espécies que os constituem.

Conclusão

Com este trabalho concluí que o Homem no dia-a-dia está exposto a vários perigos
no seu meio ambiente como por exeplo a poluiçao que um dos casos que tem vindo
a agravar-se constantemente.

Por poluição entende-se a introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substâncias


ou energia no ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim
danos à saúde humana, aos seres vivos e aos ecossistemas.[1]
Os agentes de poluição, normalmente designados por poluentes, podem ser de
natureza química, genética, ou apresentar-se sob a forma de energia, como nos casos
de luz, calor ou radiação.
Mesmo produtos relativamente benignos da actividade humana podem ser considerados
poluentes, se eles precipitarem efeitos negativos posteriormente. Os NOx (óxidos de azoto)
produzidos pela indústria, por exemplo, são frequentemente citados como poluidores,
embora a própria substância libertada, por si só não seja prejudicial.

Índice

[esconder]

 1Poluição e contaminação
 2Tipos de poluição
 3Poluentes mais frequentes e seus efeitos
 4Poluição global
o 4.1Aquecimento global
 4.1.1Elevação da temperatura
 4.1.2Países emissores de gases do efeito estufa
o 4.2A poluição e a diminuição da camada de ozônio
 4.2.1Consequências econômicas
 4.2.2Protocolo de Montreal
 5A poluição e as chuvas ácidas
o 5.1Chuva ácida
 6A poluição e a perda de biodiversidade
 7Ver também
 8Referências
 9Ligações externas

Poluição e contaminação
144

Contaminação é um caso particular de poluição. Assim, um ambiente contaminado é um


ambiente poluído, mas a recíproca não é necessariamente verdadeira. A contaminação
refere-se à introdução no meio ambiente de qualquer produto ou organismo
em concentraçõesnocivas à vida animal e vegetal. Por exemplo, pode-
se poluir mananciais com lançamento de água salobra ou pode-se contaminar mananciais
com lançamento de esgotos. [2]

Tipos de poluição
 Poluição atmosférica
 Poluição hídrica
 Poluição do solo
 Poluição sonora
 Poluição visual
 Poluição térmica
 Poluição luminosa
 Poluição radioativa

Poluentes mais frequentes e seus efeitos

A Aviação civil é uma das maiores fontes de poluição sonora nas grandes cidades.

 Dioxinas - provenientes de resíduos, podem causar câncer, má-formação de fetos,


doenças neurológicas, etc.
 Partículas de cansadez (materiais particulados) - emitidas por carros e indústrias,
infectam os pulmões, causando asmas, bronquite, alergias e até câncer.
 Chumbo - metal pesado proveniente de carros, pinturas, água contaminada, indústrias.
Afecta o cérebro, causando retardo mental e outros graves efeitos na coordenação
motora e na capacidade de atenção.
 Mercúrio - tem origem em centrais elétricas e na incineração de resíduos. Assim como o
chumbo, afeta o cérebro, causando efeitos igualmente graves.
 Pesticidas, Benzeno e isolantes (como o Ascarel) - podem causar distúrbios hormonais,
deficiências imunológicas, má-formação de órgãos genitais em fetos, infertilidade,
câncer de testículo e de ovário.
145

Poluição global
Os problemas de poluição global, como o efeito estufa, a diminuição da camada de ozônio,
as chuvas ácidas, a perda da biodiversidade, os dejetos lançados em rios e mares, entre
outros materiais, nem sempre são observados, medidos ou mesmo sentidos
pela população.
A explicação para toda essa dificuldade reside no fato de se tratar de uma poluição
cumulativa, cujos efeitos só são sentidos a longo prazo. Apesar disso, esses problemas têm
merecido atenção especial no mundo inteiro, por estarem se multiplicando em curto tempo e
devido a certeza de que terão influência em todos os seres vivos.

Poluição atmosférica nos arredores de Paris(França).


Aquecimento global
A Terra recebe uma quantidade de radiação solar que, em sua maior parte (91%), é
absorvida pela atmosfera terrestre, sendo o restante (9%) refletido para o espaço. A
concentração de gás carbônico oriunda, principalmente, da queima de combustíveis fósseis,
dificulta ou diminui o percentual de radiação que a Terra reflete para o espaço. Desse modo,
ao não ser irradiado para o espaço, o calor provoca o aumento da temperatura média da
superfície terrestre.
Devido à poluição atmosférica e seus efeitos, muitos cientistas apontam que o aquecimento
global do planeta a médio e longo prazo pode ter caráter irreversível. Por isso, desde já,
devem ser adotadas medidas para diminuir as emissões dos gases que provocam o
aquecimento. Outros cientistas, no entanto, admitem o aumento do teor do gás carbônico na
atmosfera, mas lembram que grande parte desse gás tem origem na concentração de vapor
de água, o que independe das atividades humanas. Essa controvérsia acaba adiando a
tomada de decisões acerca da adoção de uma política que diminua os efeitos do aumento
da temperatura média da Terra.
O carbono presente na atmosfera garante uma das condições básicas para a existência de
vida no planeta: a temperatura. A Terra é aquecida pelas radiações infravermelhas emitidas
pelo Sol até uma temperatura de -27 °C. Essas radiações chegam à superfície e são
refletidas para o espaço. O carbono forma uma redoma protetora que aprisiona parte
dessas radiações infravermelhas e as reflete novamente para a superfície. Isso produz um
aumento de 43 °C na temperatura média do planeta, mantendo-a em torno dos 16 °C. Sem
o carbono na atmosfera a superfície seria coberta de gelo. O excesso de carbono, no
entanto, tende a aprisionar mais radiações infravermelhas, produzindo o chamado efeito
estufa: a elevação da temperatura média a ponto de reduzir ou até acabar com as calotas
de gelo que cobrem os pólos. Os cientistas ainda não estão de acordo se o efeito estufa já
está ocorrendo, mas preocupam-se com o aumento do dióxido de carbono na atmosfera a
146

um ritmo médio de 1% ao ano. A queima da cobertura vegetal nos países subdesenvolvidos


é responsável por 25% desse aumento. A maior fonte, no entanto, é a queima de
combustíveis fósseis, como o petróleo, principalmente nos países desenvolvidos.
Elevação da temperatura
A elevação da temperatura terrestre entre 2 e 5 graus Celsius, presume-se, provocará
mudanças nas condições climáticas. Em função disto, o efeito estufa poderá acarretar
aumento do nível do mar, inundações das áreas litorâneas (diz-se litorâneas no Brasil,
litorais em Portugal) e desertificação de algumas regiões, comprometendo as terras
agricultáveis e, consequentemente, a produção de alimentos.
Países emissores de gases do efeito estufa

1. Estados Unidos 69,0%


2. China 11,9 %
3. Indonésia 7,4%
4. Brasil 5,85%
5. Rússia 4,8%
6. Índia 4,5%
7. Japão 3,1%
8. Alemanha 2,5 %
9. Malásia 2,1%
10. Canadá 1,8%
O Brasil ocupa o 16º lugar entre os países que mais emitem gás carbônico para gerar
energia. Mas se forem considerados também os gases do efeito estufa liberados
pelas queimadas e pela agropecuária, o país é o quarto maior poluidor (em % das emissões
totais de gases do efeito estufa).

A poluição e a diminuição da camada de ozônio

Água poluída
A camada de ozônio é uma região existente na atmosfera que filtra a radiação
ultravioleta provinda do Sol. Devido processo de filtragem, os organismos da superfície
terrestre ficam protegidos das radiações.
A ozonosfera é formada pelo gás ozônio, que é constituído de moléculas de oxigênio que
sofrem um rearranjo a partir da radiação ultravioleta que penetra na atmosfera.
147

A exposição à radiação ultravioleta afeta o sistema imunológico, causa cataratas e aumenta


a incidência de câncer de pele nos seres humanos, além de atingir outras espécies.
A diminuição da camada de ozônio está ocorrendo devido ao aumento da concentração dos
gases CFC (clorofluorcarbonetos) presentes no aerossol, em fluidos de refrigeração que
poluem as camadas superiores da atmosfera atingindo a estratosfera.
O cloro liberado pela radiação ultravioleta forma o cloro atômico, que reage ao entrar em
contato com o ozônio, transformando-se em monóxido de cloro. A reação reduz o ozônio
atmosférico aumentando a penetração das radiações ultravioleta.
Consequências econômicas
As consequências econômicas e ecológicas da diminuição da camada de ozônio, além de
causar o aumento da incidência do cancro de pele, podem gerar o desaparecimento de
espécies animais e vegetais e causar mutações genéticas.
Mesmo havendo incertezas sobre a magnitude desse fenômeno, em 1984 foi assinado um
acordo internacional para diminuir as fontes geradoras do problema (Protocolo de Montreal).
Protocolo de Montreal
No Protocolo de Montreal, 27 países signatários se comprometeram a reduzir ou eliminar o
consumo de CFC[desambiguação necessária] até ao ano 2000, o que, até hoje, ainda não aconteceu
na proporção desejada, apesar de já haver tecnologia disponível para substituir
os gases presentes nos aerossóis, em fluidos de refrigeração e nos solventes.

A poluição e as chuvas ácidas

O Canal de Lachine em Montreal(Canadá), encontra-se poluído.


As chuvas ácidas são precipitações na forma de água e neblina que contêm ácido
nítrico e sulfúrico. Elas decorrem da queima de enormes quantidades de combustíveis
fósseis, como petróleo e carvão, utilizados para a produção
de energia nas refinarias e usinas termoelétricas, e também pelos veículos.
148

Durante o processo de queima, milhares de toneladas de compostos de enxofre e óxido de


nitrogênio são lançados na atmosfera, onde sofrem reações químicas e se transformam em
ácido nítrico e sulfúrico.
O dióxido de carbono reage reversivelmente com a água para formar um ácido fraco o ácido
carbônico.
No equilíbrio, o pH desta solução é 5.6, pois a água é naturalmente ácida pelo dióxido de
carbono. Assim, qualquer chuva com pH abaixo de 5.6 é considerada excessivamente
ácida.
Dióxido de nitrogênio NO2 e dióxido de enxofre SO2 podem reagir com substâncias da
atmosfera produzindo ácidos, esses gases podem se dissolver em gotas de chuva e em
partículas de aerossóis e em condições favoráveis precipitarem-se em chuva ou neve.
Dióxido de nitrogênio pode se transformar em ácido nítrico e em ácido nitroso e dióxido de
enxofre pode se transformar em ácido sulfúrico e ácido sulfuroso.
Amostras de gelo da Groenlândia mostram a presença de sulfatos e nitratos, o que indica
que já em 1900 tínhamos a chuva ácida.
Além disso, a chuva ácida pode se formar em locais distantes da produção de óxidos de
enxofre e nitrogênio.
A chuva ácida é um grande problema da atualidade porque anualmente grandes
quantidades de óxidos ácidos são formados pela atividade humana e colocados na
atmosfera. Quando uma precipitação (chuva) ácida cai em um local que não pode tolerar
a acidez anormal, sérios problemas ambientais podem ocorrer.
Em algumas áreas dos Estados Unidos, tais como a Virgínia Ocidental, o pH da chuva
chegou a 1.5, e como a chuva e neve ácidas não conhecem fronteiras, a poluição de um
país pode causar chuva ácida em outro. Como no caso do Canadá, que sofre com a
poluição dos EUA.
A extensão dos problemas da chuva ácida pode ser vista nos lagos sem peixes, árvores
mortas, construções e obras de arte, feitas a partir de rochas, destruídas.
A chuva ácida pode causar perturbações nos estômatos das folhas das árvores causando
um aumento de transpiração e deixando a árvore deficiente de água, pode acidificar o solo,
danificar raízes aéreas e, assim, diminuir a quantidade de nutrientes transportada, além de
carregar minerais importantes do solo, fazendo com que o solo guarde minerais de efeito
tóxico, como íons de metais. Estes não causavam problemas, pois são naturalmente
insolúveis em água da chuva com pH normal, e com o aumento do pH pode-se aumentar a
solubilidade de muitos minerais.
A chuva ácida é composta por diversos ácidos como, por exemplo, o óxido de nitrogênio e
os dióxidos de enxofre, que são resultantes da queima de combustíveis fósseis (carvão,
óleo diesel, gasolina. entre outros). Quando caem em forma de chuva ou neve, estes ácidos
provocam danos no solo, plantas, construções históricas, animais marinhos e terrestres etc.
Este tipo de chuva pode até mesmo provocar o descontrole de ecossistemas, ao exterminar
determinados tipos de animais e vegetais. Poluindo rios e fontes de água, a chuva pode
também prejudicar diretamente a saúde do ser humano, causando doenças pulmonares, por
exemplo.
Este problema tem se acentuado nos países industrializados, principalmente nos que estão
em desenvolvimento como, por exemplo, Brasil, Rússia, China, México e Índia. O setor
industrial destes países tem crescido muito, porém de forma desregulada, agredindo o meio
ambiente. Nas décadas de 1970 e 1980, na cidade de Cubatão, litoral de São Paulo, a
chuva ácida provocou muitos danos ao meio ambiente e ao ser humano. Os ácidos
149

poluentes jogados no ar pelas indústrias, estavam gerando muitos problemas de saúde na


população da cidade. Foram relatados casos de crianças que nasciam sem cérebro ou com
outros defeitos físicos. E também provocou desmatamentos significativos na Mata Atlântica
da Serra do Mar.

Chuva ácida
As consequências da chuva ácida para a população humana são econômicas, sociais ou
ambientais. Tais consequências são observáveis principalmente em grandes áreas urbanas,
onde ocorrem patologias que afetam o sistema respiratório e sistema cardiovascular, e
,além disso, causam destruição de edificações e monumentos, através da corrosão pela
reação com ácidos. Porém, nada impede que as consequências de tais chuvas cheguem a
locais muito distantes do foco gerador, devido ao movimento das massas de ar, que são
capazes de levar os poluentes para muito longe. Estima-se que as chuvas
ácidas contribuam para a devastação de florestas e lagos, sobretudo aqueles situados nas
zonas temperadas ácidas.

A poluição e a perda de biodiversidade


Ao interferir nos habitats, a poluição pode levar a desequilíbrios que provocam a diminuição
ou extinção dos elementos de uma espécie, causando uma perda da biodiversidade. As
variações da temperatura da água do mar, levam a dificuldades da adaptação de certas
espécies de peixes, é igualmente uma das causas da invasão de águas salinas em
ambientes tradicionalmente de água doce, causando assim uma pressão adicional nesses
ecossistemas, e potenciando a diminuição ou extinção das espécies até então ai presentes.

Ver também
 Termos usados em biossegurança
 Poluição luminosa
 Poluição visual
 Poluição atmosférica
 Poluição térmica
 Poluição sonora
 Poluição hídrica
 Águas residuais
 Esgoto
 Ambiente
 Ecologia
 Engenharia sanitária
 Engenharia ambiental
 Lista dos dez lugares mais poluídos do mundo
 Great smog (Londres)
 A morte do Mar de Aral

Poluição do meio ambiente


150

A poluição hoje em dia é um dos assuntos mais tratados por


muitas pessoas e esse problema deve diminuir se não teremos
mais problemas.
O meio ambiente é algo muito preciso, uma das relíquias do ser
humano, o planeta terra é algo tão bom, tão raro, todo o meio
ambiente que nele existe deveria ser bem cuidado ter seu devido
valor dado, mas muitas pessoas sem respeito não dão tanta
importância para essa relíquia que continua sendo poluída
constantemente.

Poluição
Poluir o meio ambiente é um crime que muitas pessoas estão
cometendo indiscriminadamente, e essas pessoas que poluem
indiscriminadamente não estão pensando num futuro que pode ter
muita poluição no meio ambiente.
151

Esta causando muitos males a população mundial, isto esta


provocando doenças sérias em casos de enchentes que vem
acontecendo com muita frequência no sul do Brasil e alias em
todas as regiões para ser sincero, mas não são apenas enchentes
que acontecem por causa dessa poluição causada pelos seres
humanos sem consciência nenhuma.
A poluição causada através das queimadas e gases poluentes que
saem dos escapamentos de carros e fabricas contribuem para um
problema mundial conhecido por aquecimento global, e por causa
desse problema mundial que muitos devem pensar muito bem
antes de poluir o nosso ecossistema.
Poluição Ambiental PUBLICIDADE O homem tem transformado profundamente a
natureza, destruindo espécies animais e vegetais, desviando cursos de rios, cortando
montanhas, drenando pântanos e amontoando toneladas de detritos no ar, na água e no
solo. A saúde e o bem-estar do homem estão diretamente relacionados com a qualidade
do meio ambiente, isto é, com suas condições física, química e biológicas. Entende-se por
poluição a deterioração das condições ambientais, que pode alcançar o ar, a água e o solo.
A relação homem Ambiente e a degradação da natureza A relação homem ambiente é
muito desfavorável para o meio ambiente. Desde o surgimento da espécie humana, o
homem está degradando, primeiro através de queimadas, depois com a evolução, surgem
novas maneiras de agredir a natureza. Com o advento da revolução industrial e do
capitalismo a máquina que isso se tornou destrói a natureza, apesar do homem depender
da natureza para tudo. Ele a destrói. A indústria é a maior responsável pela degradação
ambiental, não respeita as florestas e as derrubam para utilizar-se de seu local e construir
seus parques industriais ou para usar a madeira. Lança poluentes como enxofre que gera a
chamada chuva ácida, chuva essa que causa danos às plantações, as florestas e
indiretamente ao homem, que consome alimentos envenenados, devido à esse tipo de
chuva. A indústria produz também o ―CFC‖, um gás capaz de subir a grandes altitudes e
impedir o processo de renovação da camada de ozônio, que é responsável pela retenção
dos raios ultravioletas do sol. A destruição dessa camada produz o aumento da
temperatura ambiente da Terra, provocando o descongelamento das geleiras polares e o
aumento do nível das marés. A indústria cria ainda veneno como o ―DDT‖, um produto
químico capaz de matar os insetos que atacam as lavouras, mas que mata os que são
benéficos à elas, e como não é biodegradável, penetra nos alimentos envenenados e
causando doenças até aos homens que os ingerem. As indústrias a partir da queima de
combustíveis fósseis, junto com os automóveis bens criados por elas mesmas, e com a
respiração humana, produzem ―CO2‖, um gás que é renovado pelas plantas, só que as
queimadas e o desmatamento diminuem essa plantas e esse ―CO2‖ restante não passando
pela renovação contribui para outro efeito danoso ao meio ambiente. A inversão térmica
que também contribui para o aumento da temperatura e descongelamento das geleiras.
Outro bem nocivo gerado pelas indústrias, é o plástico, substância não degradável que se
acumula pelas ruas e lixeiras das cidades. Como esses poucos exemplos, existem muitos
152

outros e por trás de todos eles a mão do homem, não se importando com os seus
semelhantes ou com o meio ambiente. A alguns anos surgiu na Europa e nos países
desenvolvidos uma consciência de preservação ao meio ambiente, como o ―greenpeace‖,
também surgiu entre as indústrias essa consciência através de selo de qualidade Iso 14000
que é a prova de produtos de alta qualidade e biodegradáveis, é imprescindível que os
países subdesenvolvidos tomem também essa consciência antes que seja tarde demais. A
poluição atmosférica A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de
gases tóxicos e partículas só1idas no ar. As principais causas desse fenômeno são a
eliminação de resíduos por certos tipos de indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, de
cimento, etc.) e a queima de carvão e petróleo em usinas, automóveis e sistemas de
aquecimento doméstico. O ar poluído penetra nos pulmões, ocasionando o aparecimento
de várias doenças, em especial do aparelho respiratório, como a bronquite crônica, a asma
e até o câncer pulmonar. Esses efeitos são reformados ainda pelo consumo de cigarros.
Nos grandes centros urbanos, tornam-se freqüentes os dias em que a poluição do ar atinge
níveis críticos, seja pela ausência de ventos, seja pelas inversões térmicas, que são
períodos nos quais cessam as correntes ascendentes do ar, importantes para a limpeza
dos: poluentes acumulados nas camadas próximas à superfície. Existem exemplos
famosos de casos em que os níveis críticos foram ultrapassados. Em 1948, na cidade de
Donora, perto de Pittsburg, Estados Unidos, a poluição atmosférica acarretou centenas de
mortes e obrigou algumas fábricas a ficarem vários dias paralisadas. Em 1952, Londres
conheceu seu pior smog. Em conseqüência desse fenômeno morreram cerca de 4 000
pessoas. A maioria dos países capitalistas desenvolvidos já possui uma rigorosa
legislação antipoluição, que obriga certas fábricas a terem equipamentos especiais
(filtros, tratamento de resíduos, etc.) ou a usarem processos menos poluidores. Nesses
países também é intenso o controle sobre o aquecimento doméstico a carvão, o
escarpamento dos automóveis, etc. Tais procedimentos alcançam resultados
consideráveis, embora não eliminem completamente o problema da poluição do ar. Por
exemplo, pesquisas realizadas há alguns anos mostraram que chapas de ferro se corroem
muito mais rapidamente em São Paulo do que em Chicago, apesar de esta metrópole
norte-americana possuir maior quantidade de indústrias e automóveis em circulação.
Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento do teor de gás
carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre 1830 e 1930. Hoje
em dia esse aumento é de aproximadamente de 0,3% ao ano. Os desmatamentos
contribuem bastante para isso, pois a queima das florestas produz grande quantidade de
gás carbônico. Como o gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado
―efeito estufa‖, um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar um
aquecimento da superfície terrestre. Baseados nesse fato, alguns cientistas estabeleceram
a seguinte hipótese: com a elevação da temperatura média na superfície terrestre, que no
início do século XXI será 2ºC mais alta do que hoje, o gelo existente nas zonas polares
(calotas polares) irá se derreter. Conseqüentemente, o nível do mar subirá cerca de 60m,
inundando a maioria das cidades litorâneas de todo o mundo. Alguns pesquisadores
pensam inclusive que esse processo já começou a ocorrer a partir do final da década de
80. Os verões da Europa e até da América têm sido a cada ano mais quentes e algumas
medições constatara um aumento pequeno, de centímetros, do nível do mar em algumas
áreas litorâneas. Todavia, esse fato não é ainda admitido por grande parte dos estudiosos
do assunto. Outra importante conseqüência da poluição atmosférica é o surgimento e a
153

expansão de um buraco na camada de ozônio, que se localiza na estratosfera — camada


atmosférica situada entre 20 e 80km de altitude. O ozônio é um gás que filtra os raios
ultravioletas do Sol. Se esses raios chegassem à superfície terrestre com mais intensidade
provocariam queimaduras na pele, que poderiam até causar câncer, e destruiriam as
folhas das árvores. O gás CFC — clorofluorcarbono —, contido em ―sprays‖ de
desodorante ou inseticidas, parece ser o grande responsável destruição da camada de
ozônio. Por sorte, esses danos foram causados na parte da atmosfera situada acima da
Antártida. Nos últimos anos esse buraco na camada de ozônio tem se expandido
constantemente. Chuvas ácidas As chuvas ácidas, isto é, precipitações de água
atmosférica carregada de ácido sulfúrico e de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem
rapidamente a lataria dos automóveis, os metais de pontes e outras construções, além de
afetarem as plantas e ocasionarem doenças respiratórias de pele nas pessoas, são
formados pela emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas
indústrias. Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam reações
químicas que originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão ocorrer em
locais distantes da região poluidora, inclusive em países vizinhos, devido aos ventos que
carregam esses gases de uma área para outra. O problema da poluição, portanto, diz
respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente
do homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais são
imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social. Efeitos da
poluição nas áreas urbanas e rurais Os carros, ônibus, caminhões são motivos a gasolina e
a óleo diesel, e expelem para o ar um gás, o monóxido de carbono. Nos centros das
grandes cidades, é comum as pessoas sentirem tonturas, vômitos, olhos ardendo e
lacrimejando, devido à ação desse gás. Neste caso o ar está sendo a parte do ambiente
mais alterada. Fala-se em poluição do ar pelo monóxido de carbono. Para reduzir a
poluição do ar, seria vantajoso usar veículos movidos a eletricidade? O metrô por
exemplo, não polui, é movido a eletricidade. Muitas indústrias e fábricas lançam para o
ar, através de suas chaminés, uma variedade de substâncias tóxicas (poluentes químicos)
prejudiciais às plantas e animais, como o dióxido de enxofre (SO2). Num as úmido, este
gás forma com a água um ácido. Quando respirado, ataca o nariz e os pulmões. As
plantas reagem mais intensamente que o homem. O dióxido de enxofre prejudica
principalmente a fotossíntese, por destruir a clorofila. Outras industrias e fábricas lançam
nos rios os poluentes químicos, provocando a morte de peixes. Esses rios tornam-se
impróprios para a pesca e recreação. Só bactérias que eliminam gases malcheirosos
conseguem aí sobreviver. A fumaça do cigarro contém nicotina, monóxido de carbono,
alcatrão, fuligem e muitas outras substâncias capazes de agir prejudicando no corpo
humano. A nicotina atua em várias órgãos, especialmente no sistema nervoso. Cerca de
1mg de nicotina por quilo/peso de uma pessoa é suficiente para matá-la. A rápida
destruição da nicotina no corpo impedi a morte imediata do fumante. O alcatrão e a
fuligem irrita o aparelho respiratório, causando o pigarro e a tosse do fumante. Basta
poucos cigarros para provocar uma intensa poluição do ar. Desta maneira fica
comprometida a saúde do fumante e dos outros a sua volta, surgindo um problema
ambiental. Muitos insetos, fungos, bactérias e outros organismos considerados pragas,
por transmitirem ou causar doenças e destruírem os alimentos de homem, têm sido
combatidos de diversas maneiras. O DDT por exemplo foi um praguicida muito usado.
Em algum países seu produto já é proibido. Ele contribui para salvar muita gente de
154

morrer de malária, por ter sido usado no combate ao mosquito transmissor. Mas o DDT
demora cerca de 10 anos para ser transformar em substâncias menos tóxicas. Com o uso
constante desta substância ocorre contaminação do solo, dos rios, plantas e animais. O
desmatamento de grandes áreas torna-se necessário para a lavoura e pasto para o gado. Se
o solo ficar descoberto e chover, pouca água é retida e grande quantidade atinge os rios,
ocorrendo enchentes. Quando se faz desmatamento, sempre se deve deixar núcleo de
mata para contribuir no equilíbrio do ambiente. Além dos exemplo citados da alteração
produzida no ambiente pelo homem, considere as queimadas, as aberturas de estradas, a
construção de represas e barragens formando lagoas e lagos artificiais. Considere ainda o
desvio de rios e a drenagem de pântanos. Toda e qualquer alteração ocorrida no ambiente
que cause desequilíbrio e prejudique a vida é poluição ambiental. Veja alguns tipos:
Poluição do ar: os seguintes agentes poluidores normalmente estão presentes nos resíduos
industriais, fumaça de indústrias e fábricas, combustão de carvão, testes atômicos, queima
de lixo e gases dos escapamentos dos veículos. Poluição das águas: são os principais
responsáveis os esgotos domésticos e industriais, as graxas e sabões que não se
degradam, os produtos agroquímicos e fertilizantes que são lançados na água, destruindo
a fauna e flora dos rios. Poluição do solo: os produtos químicos em geral, herbicidas,
pesticidas, o lixo (mesmo que doméstico) empobrecem o solo. O desmatamento e a
queimada também levam à degradação e à erosão do solo. Poluição sonora: as principais
fontes de ruído são o trânsito de veículos, as obras de construção civil, as indústrias, os
bares, o comércio e os serviços, as máquinas e equipamentos em geral, as academias de
ginástica e dança. Poluição visual: as propagandas veiculadas através de faixas, cartazes,
placas, painéis, letreiros, as pichações dos grafiteiros, as edificações e monumentos mal
cuidados são os principais responsáveis pela poluição visual. Poluição radioativa: a
exposição às radiações, produzidas pelo homem, podem ocorrer de diversas maneiras »»
medicina e odontologia (raios X e radioisótopos), testes nucleares, explosões atômicas,
usinas e detritos nucleares, TV a cores e microondas dentre outros. Estas radiações
podem afetar o ar, o solo, as águas doces e salgadas e os seres vivos. Nas espécie
humana, dependendo do tempo e da dose absorvida, podem cuasar » queimaduras,
catarata, queda de cabelo, alterações genéticas, perda ou redução da fertilidade,
transformações no funcionamento dos sistemas humanos, câncer e morte. Conclusão Este
trabalho serviu para mostrar que o homem é o único animal que prejudica o meio em que
vive. Para satisfazer a sua ambição, ele polui o ar, as águas, as cidades, os campos, em
fim, o o meio em vive. Porém essa situação pode ser revertida, se houver consciência
mundial para que o homem evite a degradação da natureza com recursos antipoluentes,
etc. Fonte: www.geocities.com Poluição Ambiental Poluição ambiental e os veículos
automotores POLUIÇÃO é a contaminação do meio ambiente – ar, água e solo – por
resíduos nocivos resultantes da atividade humana e caracteriza-se pela presença de
resíduos sólidos, líquidos ou gasosos em quantidade superior à capacidade do meio
ambiente de absorvê-los. As diferentes formas de poluição afetam a composição e o
equilíbrio da atmosfera, interferem na cadeia alimentar, alteram os mecanismos naturais
de proteção do planeta, prejudicam as espécies animais e vegetais existentes e podem
ameaçar sua reprodução. Poluição da água – A maior parte da poluição da água vem de
fábricas e residências. Produtos químicos, fezes humanas e de animais, restos de lixo,
animais mortos e outros tipos de resíduos são jogados em grande quantidade nas águas
dos rios, dos lagos, das represas e dos mares. O enorme volume de detergentes e outros
155

produtos de limpeza doméstica lançados nos rios forma espessas camadas de espuma
mortal a várias formas de vida aquática. Uma grande parte dessas substâncias não é
biodegradável, isto é, não é decomposta por micróbios. Por isso, sua concentração se
torna cada vez maior. O uso dos veículos também contribui para a poluição da água,
através de efluentes dos processos de lavagem de veículos, troca de óleo e lubrificantes.
Poluição do solo – Resulta principalmente do uso de pesticidas destinados a eliminar as
pragas que destroem as lavouras. Em geral, os pesticidas acabam envenenando todos os
componentes da cadeia alimentar. Misturando-se à terra, os agrotóxicos passam para os
produtos agrícolas. Com as chuvas, são arrastados para os lagos e rios, onde contaminam
vegetais e peixes. Também os efluentes da lavagem de veículos, troca de lubrificantes e
derrame de combustíveis concorrem para a poluição do solo. Poluição sonora – Nos
grandes centros, a poluição sonora já atingiu níveis preocupantes. A contribuição
individual, nesse caso, pode ajudar muito. Para não somar mais ruído ao barulho
provocado por ônibus, caminhões e motos, é fundamental manter o motor regulado, o
escapamento em boas condições e usar a buzina em caso estritamente necessário.
Trafegar com o sistema de escapamento modificado ou danificado, além de aumentar
consideravelmente o nível de ruído do veículo, constitui infração ao Código de Trânsito
Brasileiro (Capítulo IX – Artigo 104). O controle da poluição sonora para veículos
automotores é determinado pela Resolução nº 01/93 do CONAMA. E a Resolução nº
20/96, de 24/10/96, define e proíbe que os veículos sejam equipados com itens de ação
indesejável. Poluição do ar É causada principalmente pela queima de combustíveis para
obter energia. São identificadas como maiores fontes desse tipo de poluição: as fábricas;
as usinas termelétricas; os veículos automotores, principalmente aqueles que empregam
combustíveis derivados do petróleo, como gasolina e óleo diesel. Toda vez que a ignição
é acionada, o combustível – gasolina, álcool ou diesel – produz a energia que move o
veículo. Neste momento, ocorre um processo que libera gases e partículas na atmosfera.
A poluição do ar também é causada pela evaporação do óleo do cárter, do combustível do
tanque, do combustível que vai para o sistema de alimentação do motor, em menor
escala, e pelo atrito dos pneus com o asfalto. ORIGEM DOS POLUENTES
PORCENTAGEM Veículos 46,2% Queima de combustíveis (exceto veículos) 27,3%
Resíduos industriais 15,0% Outros 9,0% Resíduos sólidos não industriais 2,5% TIPO
DE POLUENTE PORCENTAGEM Óxidos de carbono 49,1% Material particulado 6,0%
Óxidos de enxofre 16,4% Compostos orgânicos voláteis 13,6% Óxidos de nitrogênio
14,8% Fonte: www.educacaoetransito.com.br Poluição Ambiental POLUIÇÃO
AMBIENTAL LOCAL E O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL O crescimento
econômico gera riquezas que devem estar atreladas não somente à economia, como
também às questões sociais, culturais, ao meio ambiente, às questões políticas, aos fatores
científicos e tecnológicos. Para que ocorra o desenvolvimento local sustentável é
imprescindível que própria população avalie as causas e efeitos das atividades
econômicas para traçar estratégias e política públicas. O crescimento econômico e
populacional gera resíduos de materiais orgânicos e inorgânicos que devem ter uma
destinação apropriada para não causar danos à saúde da população e ao meio ambiente. O
termo poluição ambiental significa a degradação ambiental causada por agentes
poluidores, como gases nocivos, resíduos líquidos e sólidos, e podem afetar o ar, a água e
o solo. O mundo moderno nos impõe desafios ambientais cotidianamente. Espera-se que
governos, cidadãos e demais seguimentos da sociedade tenham a capacidade de
156

reconhecer tais desafios e dêem respostas que apontem na direção de soluções adequadas,
objetivando a mitigação dos danos ambientais causados pela configuração atual do
mundo que vivemos. A partir da análise do processo histórico sobre o desenvolvimento
da educação ambiental no Brasil e no mundo, considerando que seu conceito deve ser
abordado de maneira interdisciplinar, o trabalho apresenta a fragmentação do
conhecimento, uma prática comum no século passado, como um dos motivos pelo qual a
educação ambiental encontra alguns entraves na sua consolidação. Os projetos de
educação ambiental fundamentados neste modelo, em geral, não permitem a participação
efetiva da população e demais segmentos da sociedade, conseqüentemente falhando
quanto ao próprio processo educativo que deve caracterizar a educação ambiental. A
poluição ambiental, que é um dos desafios citados, pode e deve se enfrentada por meio de
praticas educativas fundamentadas na educação ambiental, mas para isso, é fundamental a
formação adequada dos profissionais da educação, para que eles saibam como
planejar/executar ações de forma que as mesmas contemplem os princípios da educação
ambiental. A educação ambiental não é neutra, ela é um ato político, baseado em valores
para a transformação social. Portanto, a formação de indivíduos detentores de
pensamento crítico e inovador para o exercício pleno da cidadania, o que é preconizado
pela educação ambiental, deve compreender conceitos técnica e culturalmente
abrangentes, para que o cidadão possa ter a capacidade de identificar causas e efeitos dos
problemas ambientais, obtendo assim maiores possibilidades de soluções dos mesmos.
Poluição Ambiental Local Obter uma melhor qualidade de vida é almejado pela
sociedade de uma maneira geral. É comum considerar que para que haja melhoria na
qualidade de vida de uma população deve ocorrer desenvolvimento econômico da região,
entretanto estes dois fatores nem sempre caminham juntos. O desenvolvimento está
atrelado a economia, às questões sociais, culturais, ao meio ambiente, às questões
políticas, aos fatores científicos e tecnológicos. Todas estas questões interferem no
desenvolvimento local, que costuma ocorrer com o planejamento ordenado das ações
institucionais, com a participação da comunidade nas discussões e no encaminhamento
das políticas a serem adotadas. Toda comunidade possui características próprias, sejam
elas humanas, sociais, educacionais ou ambientais e o planejamento do desenvolvimento
local tem como objetivo minimizar os danos causados pelo crescimento econômico. A
própria população deve avaliar as causas e efeitos de suas atividades econômicas para
traçar estratégias e política públicas que direcionem ao desenvolvimento local
sustentável. O desenvolvimento local sustentável propõe a melhoria da qualidade de vida
das pessoas que vivem na comunidade, através da redução da pobreza, geração de riqueza
e distribuição de renda, bem como a garantia do bem-estar das gerações futuras. O
crescimento econômico e populacional gera resíduos de materiais orgânicos e inorgânicos
que devem ser considerados, conforme Oliveira (2003, p.18) destaca: Ao utilizar as
fontes de energia da natureza, o homem produz uma série de resíduos orgânicos e
inorgânicos: fezes, restos de alimentos, águas usadas, efluentes químicos, gases e
partículas tóxicas, etc. Constantemente despejados no ambiente sem tratamento
adequado, esses resíduos são causadores de poluição e contaminação, sendo muitas vezes
responsáveis pela destruição irreversível das fontes de energia necessárias à vida humana.
A poluição ambiental local pode ocorrer através do despejo inadequado dos resíduos,
como o despejo sem tratamento do esgoto das residências, das indústrias ou do lixo
doméstico que não são descartados de maneira apropriada, como também pela queima de
157

combustíveis fósseis através dos veículos e indústrias. O termo poluição ambiental


significa a degradação ambiental causada por agentes poluidores, como gases nocivos,
resíduos líquidos e sólidos, e podem afetar o ar, a água e o solo. São inúmeros os
componentes que ocasionam a poluição atmosférica, sendo o uso de combustíveis fósseis,
uma das principais fontes. A presença de CO2 na atmosfera é proveniente da respiração,
decomposição de plantas e animais e queimadas naturais de florestas, desflorestamento e
principalmente pela queima de combustíveis fósseis. O aumento da concentração de CO2
na atmosfera interfere na saúde da população, provocando o aumento de problemas
respiratórios do homem, atingindo principalmente as crianças e os idosos. O CO2 na
atmosfera também provoca a formação da chuva ácida, pois ele se dissolve nas gotículas
de água presentes no ar, ocorrendo formação do ácido carbônico (H2CO3). A poluição
química, advinda do lançamento de poluentes provenientes de processos industriais,
também é considerada fonte de poluição do ar, que atingindo os corpos d’água e o solo,
pode causar graves problemas de saúde humana, além da contaminação destes sistemas.
As águas residuais sejam elas domésticas ou industriais precisam passar por um processo
de tratamento objetivando melhorar sua qualidade antes de retornarem aos corpos d’água.
O tratamento de esgoto proporciona condições para que a matéria orgânica e outras
substâncias presentes na água sejam estabilizadas antes de serem despejados nos recursos
hídricos presentes na região. Estes corpos d’água muitas vezes abastecem a população
local, podendo servir de fonte de alimentos ou de lazer. A diarréia, hepatite, cólera, febre
tifóide e outras doenças de veiculação hídrica, são provocadas pela água suja e falta de
saneamento básico e podem diminuir drasticamente suas incidências se houver o
tratamento das águas destinadas ao abastecimento público, canalização e tratamento de
esgoto. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (IBGE. De
2008 para 2009) indicam as condições de saneamento no Brasil entre os anos de 2008 e
2009: O número de domicílios atendidos por rede geral de abastecimento de água (49,5
milhões) representava, em 2009, 84,4% do total e aumentou 1,2 milhão de unidades em
relação a 2008. No que se refere ao esgotamento sanitário, em 2009, a proporção de
domicílios atendidos por rede coletora ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto
(59,1%) praticamente não se alterou em relação à de 2008 (59,3%), já a coleta de lixo
alcançou 88,6% dos domicílios (51,9 milhões) e teve um aumento de 0,7 ponto
percentual em relação a 2008. As fontes de água natural também sofrem interferência das
atividades agrícolas que se desenvolvem nas suas proximidades. Fertilizantes, defensivos
agrícolas, muitas vezes possuem quantidades elevadas de nitrogênio e fósforo e chegam
aos recursos hídricos através do escoamento das águas. Os resíduos sólidos urbanos são
um grande problema das cidades. Sua destinação inadequada causa epidemias e poluição
ambiental. O lixo pode ser de origem domiciliar, público, hospitalar e de serviços de
saúde, portos, aeroportos, industrial, agrícola e de construção civil e deve ter uma
destinação adequada conforme sua procedência e a presença de possíveis agentes
contaminantes. A matéria orgânica, presente nos resíduos urbanos deve ser acondicionada
nos aterros sanitários, a fim de evitar danos à saúde pública e minimizar os impactos
ambientais. Segundo Santos (2002): Quanto ao impacto causado pela poluição da água,
nota-se que a poluição se dá pelo lançamento direto de resíduos e carreamento do
chorume até as água superficiais, bem como pela infiltração do chorume que termina por
atingir os aqüíferos subterrâneos. Onde não existe coleta de lixo muitas vezes este fica
disposto a céu aberto ou ocorre a sua disposição inadequada em terrenos ou na rua,
158

ocasionando vários problemas de inundações e enchentes, causando endemias como a


dengue, a leptospirose e a leishmaniose. O objetivo do tratamento dos resíduos industriais
visa à preservação do ecossistema, pois o despejo inadequado destes resíduos pode
contaminar o solo e a água com compostos inorgânicos, como metais, resíduos
radioativos, organoclorados. Na cidade de Cubatão, São Paulo, ocorreram casos de
contaminação ambiental causada pelo despejo inadequado de resíduos industriais, como
salienta Santos Filho (2003): … cinco indústrias localizadas no município de Cubatão
apresentavam deposição final inadequada de resíduos perigosos, lançando-os no aterro a
céu aberto de Pilões … A CETESB efetuou, no início dos anos 90, análises de solo, água
e sedimentos da região de Pilões e detectou, nesses três elementos pesquisados, a
presença dos compostos organoclorados hexaclorobenzeno e pentaclorofenol. O anseio
das pessoas ao acesso aos bens de consumo e ao conforto que a sociedade moderna
disponibiliza, pode ser erroneamente ligado ao desenvolvimento local, que muitas vezes
não é diretamente proporcional ao bem estar da população. Para que ocorra o
desenvolvimento local sustentável, a população atingida pelo desenvolvimento deve
assumir parte da responsabilidade, e junto com o poder público, promovam o
planejamento do tipo de vida que desejam para as pessoas que vivem no local e para as
futuras gerações que virão a se estabelecer. A educação ambiental como forma de mitigar
os danos causados pela poluição Na busca de atender suas necessidades de sobrevivência,
o ser humano sempre recorreu à natureza para obter os bens necessários para seu
conforto, alimentação, desenvolvimento entre outros. Por se tratar de um processo que
ocorreu ao longo de muitos anos, observa-se que algumas práticas e costumes estão
arraigados em algumas sociedades. Atualmente fazemos parte de uma sociedade
globalizada, na qual o consumo não atende somente às verdadeiras necessidades
humanas, mas sim aos ditames das grandes corporações mundiais que praticam o
constante incentivo ao consumo e, dessa forma, criando no coletivo a sensação
necessidades que na realidade não existem em sua totalidade. O resultado dessa sensação
é uma sociedade culturalmente condicionada ao consumo, o que aponta para o
incremento da exploração dos recursos naturais associada à grande geração de resíduos.
Esta relação provoca grandes prejuízos ambientais, uma vez que tanto a exploração dos
recursos quanto a disposição final dos resíduos geralmente ocorrem de formas
inadequadas, sem contemplar as possibilidades de uso racional dos recursos naturais e
também não observando as potencialidades de reciclagem ou utilização dos resíduos em
outras atividades. O ensino fragmentado em disciplinas teve sua importância em um
determinado período do passado. Porém, após a segunda metade do século XX ele passa
a ser visto como dificultador do processo de aprendizagens significativas, o que poderia
ser superado com aprendizagens que se caracterizam pela interdisciplinaridade, uma vez
que a mesma objetiva mudanças no hábito social e permite a visão sistêmica do mundo.
A educação ambiental surge como proposta inovadora para atender as necessidades dessa
nova maneira de ver o mundo, oportunizando situações nas quais possam ser
desenvolvidas competências e habilidades caracterizadas por uma compreensão crítica do
mundo. A educação ambiental não pode estar restrita aos aspectos ecológicos. O
problema desta forma restrita de percepção da educação ambiental está no
direcionamento das ações educacionais desenvolvidas a partir dela, porque essas serão
interpretadas como ações de cunho unicamente ecológicos, o que não é suficiente para
identificação e compreensão dos problemas ambientais, haja vista a complexidade dos
159

múltiplos fatores que podem causar tais problemas. Isto é destacado por Philippi Jr. e
Pelicioni (2005, p. 3) quando afirmam que: A educação ambiental exige um
conhecimento aprofundado de filosofia, da teoria e da história da educação, de seus
objetivos e princípios, já que nada mais é do que a educação aplicada às questões de meio
ambiente. Sua base conceitual é fundamentalmente a Educação e complementarmente as
Ciências Ambientais, a História, as Ciências Sociais, a Economia, a Física e as Ciências
da Saúde, entre outras. As causas socioeconômicas, políticas e culturais geradoras dos
problemas ambientais só serão identificadas com a contribuição dessas ciências. No
entanto, a educação ambiental não pode ser confundida com elas. Assim, educação
ambiental não é ecologia (o destaque é nosso), mas utilizará os conhecimentos ecológicos
sempre que for preciso. Desde 1972, na Conferência de Estocolmo, na qual o ser humano
foi resgatado como o principal protagonista da sustentabilidade planetária, alguns eventos
internacionais com foco na educação ambiental ocorreram e em uma organização
cronológica segue-se os destaques de alguns deles. O Seminário Internacional de
Educação Ambiental, realizado em outubro de 1975, em Belgrado, fixou como objetivos
para a Educação Ambiental: consciência, conhecimento, atitudes, aptidão, capacidade de
avaliação e participação. A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental,
ocorrida em 1977, em Tbilisi, estabeleceu como seus objetivos fundamentais: levar os
indivíduos e a coletividade a compreender seu ambiente natural e o ambiente construído
pelo homem (tecnológico, social, econômico, político, histórico-cultural, moral e
estético), incentivando-o na aquisição de conhecimentos, valores, comportamentos e
habilidades práticas para participar da prevenção e da solução da gestão ambiental.
Recomendou que a Educação Ambiental fosse um processo contínuo, interdisciplinar e
dirigido a toda sociedade, vinculado à legislação e às políticas ambientais e que devem
orientar-se para a comunidade. A Comissão Internacional de Meio Ambiente – World
Comission on Environment and Development (WCED, 1987), cujo relatório ficou
conhecido como o Relatório de Brundtland, incorporou a complexidade do
desenvolvimento à dimensão ambiental, deflagrada pelo termo ―Desenvolvimento
Sustentável (DS)‖. A Agenda 21 (1992), produto da Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, comumente denominada de Rio-92, em seu
capítulo 36, refere-se ao incentivo à educação e à capacitação na tomada de consciência,
sendo três as áreas de programas descritas neste capítulo: reorientação do ensino no
sentido do desenvolvimento sustentável; aumento da consciência pública; a promoção e o
treinamento. Ainda na Rio-92, o Grupo de Trabalho das Organizações Não-
Governamentais elaborou um documento, o Tratado de Educação Ambiental Para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global foi o ―divisor de águas‖, ao pensar a
Educação Ambiental como um ato político voltado para a transformação social e para a
formação de um tipo de sociedade (sustentável) baseada na equidade e no equilíbrio
ecológico. Ao afirmar que ―A Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica. É um
ato político baseado em valores para a transformação social‖ (princípio 4 do referido
tratado). Também a Educação Ambiental deve estimular e potencializar o poder de
diversas populações, conscientizando as comunidades de que devem retomar a condução
de seus próprios destinos. Muitos municípios do Brasil apresentam diversos problemas.
Alguns dos desafios ambientais enfrentados por muitos estes municípios são: a existência
de favelas, pequena cobertura de rede de esgoto, a pequena participação da população em
projetos voltados para melhoria das condições ambientais, habitações irregulares, entre
160

outros. A poluição ambiental, resultante da ação humana, caracteriza-se como um dos


desafios da atualidade. Esta poluição pode e deve se enfrentada por meio de praticas
educativas fundamentadas nos princípios da educação ambiental, mas para isso, é
fundamental a formação adequada dos profissionais da educação, para que os mesmos
tenham os subsídios necessários para o planejamento e execução de ações que
contemplem tais princípios. Os profissionais de várias áreas, sobretudo da educação,
precisam ampliar sua consciência sobre a relação homem/meio ambiente e se apropriar
dos recursos que a educação ambiental oferece, para que a curto, médio e longo prazos
auxiliem em suas atividades, interferindo na sociedade em pról da preservação da saúde
ambiental. Segundo Jacobi (2003, p. 193), a educação ambiental assume cada vez mais
uma função transformadora, na co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo
essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento sustentável. Entende-se,
portanto, que a educação ambiental é condição necessária modificar um quadro de
crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, (…) o educador tem
a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como
instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da
natureza.}} A educação ambiental não é neutra, ela é um ato político, baseado em valores
para a transformação social. Portanto, a formação de indivíduos detentores de
pensamento crítico e inovador para o exercício pleno da cidadania, o que é preconizado
pela educação ambiental, deve compreender conceitos técnica e culturalmente
abrangentes, para que o cidadão possa ter a capacidade de identificar causas e efeitos dos
problemas ambientais, obtendo assim maiores possibilidades de soluções dos mesmos.
Espera-se que o educador, além de contribuir com seus conhecimentos para mitigação
dos problemas ambientais, também esteja preparado para contribuir na formação de
outros agentes educadores, tanto na escola como na comunidade, tornandoos aptos para a
busca e o desenvolvimento de soluções dos problemas, que sejam baseadas na ética, na
justiça, na igualdade e na solidariedade, e dessa forma a sociedade possa reconhecer e
enfrentar os problemas que interferem negativamente na sustentabilidade, que
compreendem, além do ambiente, a pobreza, a população, a saúde, a democracia, os
direitos humanos e a paz. Contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida da
população.

Leia mais em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/meio-ambiente/poluicao-ambiental


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Poluição Ambiental A poluição do ar é um fenômeno decorrente principalmente da
atividade humana em vários aspectos dentre os quais destacamos o crescimento
populacional, industrial e os hábitos da população. Apesar de sentida a muito tempo, foi
principalmente na 2ª metade do século XX que a poluição do ar assumiu destaque entre a
população e junto a comunidade técnico-científica. Segundo as Nações Unidas, quase
metade da humanidade vive nas cidades e, no Brasil os índices de urbanização alcançam
os 75%. A concentração das pessoas nos processos produtivos nos centros urbanos tem
como principal conseqüência o aumento da poluição a níveis espantosos Classificação
das Fontes de Poluição do Ar Naturais Cinzas e gases de emissões vulcânicas
Tempestades de areia e poeira Decomposição de animais e vegetais Partículas e gases de
incêndios florestais Poeira cósmica Evaporação natural Odores e gases da decomposição
de matéria orgânica Maresia dos mares e oceanos Antropogênicas Fontes industriais
161

Fontes móveis (veículos a gasolina, álcool, diesel e gnv) Queima de lixo a céu aberto e
incineração de lixo Comercialização e armazenamento de produtos voláteis Queima de
combustíveis na indústria e termoelétricas Emissões de processos químicos Efeitos da
Poluição Atmosférica Na saúde humana Irritantes pulmonares – atacam pulmões e o trato
respiratório (Ox, SOx, Clx, Nox); Asfixiantes – causam asfixia quando em grandes
quantidades (CO, HxS); Cancerígenos – câncer no pulmão (amianto, alcatrão), câncer no
nariz (cromo); Na vegetação Alteram a fotossíntese e destroem folhas (NOx, SOx,
particulados) Nas edificações Corroem metais, atacam mármores e paredes (SOx, Clx,
NOx). Agravantes da Poluição Atmosférica INVERSÃO TÉRMICA A renovação natural
do ar se dá através de um fenômeno chamado convecção. A radiação emitida pelo sol que
atravessa a atmosfera, aquece a crosta terrestre por irradiação. O solo aquecido emite
calor radiante, que aquece, por condução, o ar acima deste. O ar aquecido expande-se,
diminuindo sua densidade, o que o eleva para regiões mais elevadas da atmosfera e
conseqüentemente, desloca camadas superiores mais frias para regiões mais baixas,
criando correntes de convecção que renovam o ar junto ao solo, onde estas se aquecerão
novamente e tornarão a alimentar o ciclo. Nos dias de inverno nas grandes cidades, esta
convecção não se realiza de modo normal. Os raios solares incidem mais obliquamente
sobre a superfície do planeta em função da inclinação do eixo deste, aquecendo mais as
camadas superiores de ar, ocorrendo uma inversão (uma camada de ar quente se sobrepõe
a uma camada de ar frio evitando que as correntes de convecção se formem). Como o ar
mais quente é menos denso que o ar frio, as camadas superiores aquecidas nos dias de
inverno tendem a permanecer onde se encontram, ficando as camadas mais baixas e frias
estagnadas junto ao solo impedindo assim a convecção e a renovação do ar e impedindo a
dissipação dos poluentes. Depleção da Camada de Ozônio O gás oxigênio apresenta-se na
natureza sob a forma diatômica (Ox), porém nas altas camadas da atmosfera, o oxigênio
diatômico absorve ondas de luz ultravioleta de até 150 nm formando oxigênio atômico
(O). O oxigênio atômico combina-se com o oxigênio diatômico formando uma molécula
de Ox (ozônio), esta molécula por sua vez absorve outra parte da radiação ultravioleta e
se quebra em Ox e O, reiniciando assim novamente o ciclo. A luz solar chega a terra com
apenas uma fração de luz ultravioleta, pois grande parte é absorvida pela camada de
ozônio. Recentemente, a camada de ozônio vem sendo bastante afetada pela ação de
algumas substâncias químicas voláteis que ao chegar na estratosfera, perturbam o frágil
equilíbrio de sua composição. Pela interferência destas substâncias, as reações normais do
ciclo do oxigênio na camada de ozônio vêm sendo gradativamente reduzidas, resultando
em um perigoso aumento dos níveis de radiação ultravioleta (UV) sobre a superfície. A
radiação UV altera a estrutura celular de organismos vivos podendo causar: Maior
incidência de câncer de pele e queimaduras solares; Incidência de melanoses e ceratoses
solares (pré-cancer); Problemas à visão e ao sistema imunológico; Catarata; Alterações
genéticas em humanos, animais e vegetais; Extinção de espécies, principalmente as do
plâncton, com conseqüências em toda a cadeia alimentar; Influência na agricultura. Efeito
Estufa Durante o dia, a Terra é aquecida pelo sol e à noite perde calor armazenado, tendo
como conseqüência a redução de temperatura. O gás carbônico e outros poluentes,
quando em grandes quantidades, formam um filtro na atmosfera, retendo o calor,
provocando um aumento na temperatura média. A este fenômeno dá-se o nome de Efeito
Estufa. Estudos mostram que se nada for feito, na metade deste século a temperatura
média poderá elevar-se de 1,5 a 4,5ºC, tendo como conseqüência modificação no regime
162

de chuvas, alterando significativamente o clima no planeta. Chuva Ácida Nos gases


produzidos por fábricas e motores são liberados para atmosfera óxidos de enxofre (SOx)
e nitrogênio (NOx) que reagem com o vapor de água (umidade do ar) produzindo ácido
sulfúrico (HxSOx) e ácido nítrico (HNOx), que dão origem a precipitações ácidas. Este
tipo de chuva, quando freqüente, provoca acidificação do solo, prejudicando também
plantas e animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma edificações presentes na
área são prejudicadas, podendo haver corrosão nas estruturas das mesmas. SMOG Os
gases oriundos da queima de combustíveis fósseis e carvão, para a geração de energia,
aquecimento, alimentação e transporte nas grandes cidades, podem sob certas condições
se combinar e formar uma névoa denominada de smog cujos ingredientes mais
importantes são luz solar, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. Os principais produtos
são: ozônio, peroxiacetil nitrato (PAN) e aldeídos. Os efeitos são: PAN Irritação dos
olhos Alta toxicidade para plantas Irritação do trato respiratório Causa danos ás proteínas
Ozônio Irritação do trato respiratório superior (nariz, garganta); Irritação dos olhos; Ataca
os tecidos do trato respiratório, produzindo desde bronquite crônica e enfisema pulmonar,
até parada cardíaca; Secamento das folhas das plantas; Descoloração da superfície
superior das folhas. Gestão da Qualidade do Ar Um homem adulto inspira cerca de
10.000 litros de ar por dia, consumindo em média 400 litros de oxigênio; esses valores
variam em função da atividade física de cada um, como também em função da qualidade
do ar inspirado. Em geral não é necessário nem possível, corrigir a composição do ar que
respiramos e essa é a principal diferença entre o consumo de ar e de água. A água passa
por um tratamento prévio, que a torna um produto industrial, o ar ao contrário deve ser
consumido in natura. Sendo assim torna-se de fundamental importância, medidas de
preservação da qualidade do ar, que devem ser tomadas por toda a sociedade. O ser
humano interage com o meio ambiente e produz resíduos, parte dos quais causam
problemas de poluição do ar. Tais problemas resultam das chamadas fontes de poluição
fixas e fontes móveis: Fontes fixas – As indústrias são as fontes mais significativas ou de
maior potencial poluidor, no entanto, devemos ainda destacar a crescente demanda por
usinas termoelétricas, utilizadoras de carvão ou óleo combustível, bem como de
incineradores de resíduos, os quais também se destacam por seu elevado potencial
poluidor. Fontes móveis – Os veículos automotores, trens, aviões e embarcações
marítimas, constitui-se conjuntamente nas chamadas fontes móveis de poluição do ar. Os
veículos se destacam como as principais fontes, e podem ser divididos em leves, que
utilizam gasolina ou álcool como combustível, e pesados que utilizam óleo diesel.
Indicadores da Qualidade do Ar O nível da poluição do ar ou da qualidade do ar é medida
pela quantificação das substâncias poluentes presentes neste ar. Considera-se poluente do
ar qualquer substância presente no ar e que pela sua concentração possa tornar este ar
impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem estar público, danoso aos
materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às
atividades normais da comunidade. Os poluentes podem ser divididos em duas
categorias: Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes de poluição
Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre
poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera. A determinação sistemática
da qualidade do ar se dá pela medição dos seguintes parâmetros: Material Particulado
Total em Suspensão, Fumaça e Partículas Inaláveis. Estes Indicadores representam o
material sólido emitido pelas fontes poluidoras ou em suspensão na atmosfera (poeira, pó,
163

fuligem), sendo o tamanho das partículas sólidas o critério utilizado para sua
classificação. Partículas mais grossas ficam retidas no nariz e na garganta, provocando
incômodo e irritação, além de facilitar que doenças como a gripe, se instalem no
organismo. Poeiras mais finas podem causar danos às partes internas-meio-ambiente do
aparelho respiratório, carregando partículas e outros poluentes para os alvéolos
pulmonares e provocando efeitos mais severos do que os causados pelos poluentes de
forma isolada. Caso as pessoas permaneçam em locais muito poluídos por material
particulado, ficam mais vulneráveis a uma crise aguda de doenças respiratórias. Dióxido
de Enxofre – SO2 A emissão de dióxido de enxofre está principalmente relacionada com
o uso de combustíveis de origem fóssil contendo enxofre, tanto em veículos quanto em
instalações industriais. Sendo um gás altamente solúvel nas mucosas do trato aéreo
superior, pode provocar irritação e aumento na produção de muco. Outro efeito
relacionado ao dióxido de enxofre refere-se ao fato de ser este um dos poluentes
precursores da chuva ácida, efeito global de poluição atmosférica responsável pela
deterioração de diversos materiais, acidificação de corpos d’água e destruição de
florestas. Monóxido de Carbono – CO A emissão de monóxido de carbono está
relacionada principalmente com o processo de combustão tanto em fontes móveis,
motores à gasolina, diesel ou álcool, quanto de fontes fixas industriais. Os efeitos da
exposição dos seres humanos ao monóxido de carbono estão associados à capacidade de
transporte de oxigênio na combinação com hemoglobina do sangue, uma vez que a
afinidade da hemoglobina pelo monóxido de carbono é 210 vezes maior que pelo
oxigênio. Baixos níveis de carboxihemoglobina, já podem trazer graves conseqüências
aos seres humanos. Ozônio – Ox O ozônio é um gás invisível, com cheiro marcante,
composto por 3 (três) átomos de oxigênio, altamente reativo que está presente na alta
atmosfera e na superfície. Quando presente nas altas camadas da atmosfera nos protege
dos raios ultravioletas do sol, quando formado próximo ao solo comporta-se como
poluente. É o principal representante do grupo de poluentes designados genericamente
por oxidantes fotoquímicos, sendo formado pela reação dos hidrocarbonetos e óxidos de
nitrogênio presentes no ar, sob ação da radiação solar. Pode causar irritação dos olhos,
redução da capacidade pulmonar, agravamento de doenças respiratórias, interferência na
fotossíntese e danos às obras de arte e estruturas metálicas. Dióxido de Nitrogênio – NO2
É formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo, presentes na
atmosfera. Pode provocar irritação da mucosa do nariz manifestada através de coriza e
danos severos aos pulmões semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar. Além
dos efeitos diretos à saúde, o dióxido de nitrogênio também está relacionado à formação
do ozônio e da chuva ácida. Controle das Emissões Fontes Fixas – Não há legislação a
nível federal, estadual ou municipal, que fixe limites para emissão de poluentes para
fontes fixas. O Paraná, através da Resolução-SEMA – 06/92, estabelece que a eficiência
de redução dos poluentes deve ser de no mínimo 85%. Para as atividades de risco, como a
incineração de resíduos, são exigidos 99,99% de eficiência de redução, como previsto em
Norma Nacional. Está em processo de desenvolvimento, trabalho para o estabelecimento
de: Padrões máximos de emissão de poluentes do ar para fontes fixas de poluição;
Classificação das áreas do Estado de acordo com os usos pretendidos; Fontes Móveis –
Para o controle de emissões de veículos novos há o licenciamento realizado pelo IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) com base
em ensaios específicos. Quanto aos veículos em uso, o CONAMA prevê em suas
164

resoluções a instalação de centros de Inspeção e Manutenção de veículos para o que há


normas e regulamentos. A inspeção periódica das emissões de poluentes foi instituída
através da Resolução nº 7, de 31 de agosto de 1993 do CONAMA – Conselho Nacional
do Meio Ambiente. Tal Resolução condiciona o licenciamento anual à respectiva
aprovação na inspeção. O Estado do Paraná está se preparando para implantar o seu
Programa de Inspeção de Veículos, vinculado ao licenciamento anual, visando a melhoria
das condições dos veículos em circulação e a conseqüente emissão de poluentes. Os
veículos devem ser submetidos à inspeção de gases, partículas, à verificação da
integridade dos ítens de controle de emissões (Sistema de Controle de Emissões
Evaporativas, Catalisador, Lacre etc). Espera-se que os Programas de Inspeção Veicular
tragam os seguintes benefícios: Grande redução das emissões dos veículos anteriormente
desregulados, submetidos à reparação e aprovados na inspeção (CO, HC
(Hidrocarbonetos), MP (Material Particulado) e ruído); Melhoria da qualidade do ar
(reduções de 15% a 23% das emissões totais de CO e HC) e de até 50% para MP;
Eliminação do incômodo provocado por veículos excessivamente ruidosos. Mercado
Futuro A legislação quanto a emissões de fontes móveis é muito ampla, e já existem
planos de ação vinculados a licenciamento, inspeção e monitoramento de emissões destes
de forma a regular e controlar veículos novos, com extensão a veículos antigos já em
circulação quanto a sua adequação a legislação. Todavia, quando nos referimos a fontes
de emissões estacionárias, não existe legislação específica quanto a padrões de
lançamentos (existe sim, mas somente para materiais particulados, SOx, NOx, CO e
COx). Quando estes padrões forem determinados, indústrias e outras fontes de emissões
terão que se adequar à legislação, surgindo assim um novo nicho, onde haverá:
Necessidade da modelagem das dispersões de gases e material particulado Projetos para a
minimização e adequação de emissões (filtros, lavadores de gases, ciclones, etc)
Monitoramento periódico das emissões (tanto na saída de chaminés, quanto em pontos no
entorno). Planejamento de medidas preventivas para impedir a geração do poluente.
Fonte: www.unilivre.org.br Poluição Ambiental Para quem mora na cidade, falar de
poluição ambiental não é nenhuma novidade: a fumaça dos veículos e das fábricas; os
rios malcheirosos e cheios de detritos; o lixo jogado nas ruas e nas praças; o barulho que
vem de todos os lugares. No entanto, para os habitantes do campo, a poluição não é tão
evidente, por exemplo: os ―agrotóxicos‖ que poluem os rios e os alimentos, lançados
sobre as plantações. O mais triste é que os seres humanos são os únicos animais que
poluem nosso planeta e agora até o espaço sideral está sendo poluído, porque os ―lixos
espaciais‖ estão sendo abandonados em órbita e até as escovas de dentes de alguns
astronautas estão sendo jogadas fora das espaçonaves no nosso Universo. Poluição da
água Todos os tipos de lixo jogados na rua, podem por sua vez ser carregados por alguma
tempestade, e levados para algum rio que atravessa a cidade. Quem não viu um monte de
coisas flutuando na água? Mas essa é a poluição que enxergamos. A que vemos que é
causada pelo esgoto das casas, que lança nos rios o resto de comida e um tipo de bactéria
que deles se alimenta: são as chamadas bactérias aeróbicas, elas consomem oxigênio e
destroem a vida aquática e além disso podem causar problemas de saúde se forem
ingeridas. Outros problemas são as indústrias localizadas ao lado de rios e lagos. Só
recentemente foram criadas leis para que elas tratem o esgoto industrial, tentando
diminuir a quantidade de rios e lagos poluídos em todo o mundo, responsáveis por muitas
―mortes‖. Os vazamentos de petróleo são uma das piores causas de poluição do mar, pois
165

essa substância espalha-se pela superfície das águas, levando anos para ser absorvida, o
que gera sérios desequilíbrios no meio ambiente. Combatendo a poluição das águas
Chamamos de água poluída a que: Apresenta cheiro forte provocada pelas substâncias
químicas Apresenta cores variadas,como Amarelo, Verde ou Marrom Possui gosto
diferente por causa das substâncias tóxicas As substâncias que se misturam na água são
chamadas de agentes poluentes que fazem muito mal aos seres vivos. Veja alguns agentes
poluentes da água: Esgotos das cidades, eliminados em rios e mares Detritos domésticos,
lançados em rios, riachos, lagos, etc… Elementos sólidos, líquidos e gasosos Óleo e lixo
que os navios lançam nos mares É muito comum as pessoas confundirem água poluída
com água contaminada, razão pela qual vamos explicar cada uma delas. Água
Contaminada É aquela que transmite doenças, pois além de conter microorganismos,
restos de animais, larvas e ovos de vermes. Água Poluída É aquela que tem cheiro forte,
cor bem escura, que alterou suas características naturais, isto é, deixou de ser pura e
saudável para os seres vivos. A poluição da água traz conseqüências muito graves aos
seres vivos. As principais são: Substâncias tóxicas lançadas nas águas pelas indústrias e
navios atingem os animais e os vegetais aquáticos, chegando a matá-los Os animais e
vegetais aquáticos atingidos contaminam o homem Os esgotos das cidades podem lançar
nos rios, lagos e mares seres vivos causadores de doenças Para evitar e combater a
poluição da água, não precisamos acabar com as fábricas e indústrias,temos que tomar
medidas como: Colocar filtros nas fábricas e em indústrias; Tratar os esgotos para evitar
que contaminem rios e mares; Evitar jogar lixo ou material reciclável em rios e mares;
Conduzir toda a água utilizada pela população para uma estação de tratamento. Poluição
do ar Os maiores responsáveis pela poluição do ar são os gases lançados na atmosfera por
queimadas, indústrias, automóveis, etc… Nas capitais mundiais, há dias que a condição
do ar fica tão ruim que todos os veículos são proibidos de trafegar durante um certo
período. Em muitas cidades há o rodízio de automóveis, que faz com que alguns carros
fiquem em casa durante um dia. É uma tentativa para que a poluição diminua,
principalmente no Inverno. Nessa estação do ano, o calor da terra não consegue aquecer o
ar para fazer com que ele suba para as camadas altas levando a poluição junto com ele.
Além do clima, outro fator que influência na poluição é o regime de chuvas. O inverno
seco no Sul e no Sudeste brasileiro; com isso, os poluentes ficam parados no ar por mais
tempo. Respeitar os sistemas contra a poluição é muito importante. Você quer ou não
quer viver em um mundo sem poluição? Inversão térmica Durante o dia, o ar próximo do
chão é aquecido pelo calor da superfície do solo, como nos dias quentes. Por ser menos
denso e mais leve, esse ar quente sobe. A noite, o solo esfria rapidamente e a temperatura
do ar que está mais próximo da superfície também diminui. Forma-se, então, uma camada
de ar frio abaixo da camada de ar aquecida durante o dia. No dia seguinte, a camada de ar
frio, mais densa e pesada, não consegue subir, porque o ar quente funciona como um
―tampão‖: é a inversão térmica. Em grandes cidades, com atividade industrial e numerosa
frota de veículos, a camada de ar frio começa a concentrar os poluentes. A fumaça fica
―presa‖ e contamina o ar. Nos dias quentes é raro ocorrer à inversão térmica. Nesses dias
os raios de sol aquecem a superfície terrestre. O chão transfere o calor para o ar acima
dele. Esse ar aquecido, menos denso e mais leve, sobe e carrega os poluentes. Por isso o
nível de poluição do ar costuma ser maior no inverno do que no verão. Nos dias frios, o
cenário muda, porque o clima fica propício para inversões térmicas. Forma-se uma
camada de ar frio em baixas altitudes. Essa massa de ar não consegue subir e a qualidade
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do ar piora por causa da fumaça emitida por veículos e indústrias. O ar frio é mais pesado
do que o ar quente. Por isso ele tende ficar embaixo. Esse fenômeno ocorre em dias de
inversão térmica, quando a camada de ar frio é bloqueada por uma de ar quente. Em
grandes cidades, como São Paulo, fica visível a ―fronteira‖ entre as duas camadas de ar.
Os veículos são os maiores responsáveis pela emissão de poluentes no ar em grandes
cidades. Automóveis, caminhões e ônibus despejam todos os dias toneladas de gases
tóxicos pelos escapamentos. Eles respondem por 90 por cento da poluição presente na
atmosfera. O restante fica por conta das indústrias e outras fontes, como queimadas. Em
dias mais quentes, toda essa fumaça é dissipada na atmosfera e seus efeitos nocivos se
tornam menores. No inverno, porém, a situação piora muito. A inversão térmica, um
fenômeno natural nos dias frios, forma uma espécie de ―cobertor‖ que impede que os
gases tóxicos se dispersem. ―Quando a camada mais quente do ar fica muito próxima da
superfície, os problemas gerados pela inversão são preocupantes‖, dizem alguns
metereologistas. Nesses dias, a concentração de poluentes é visível. Perto do solo, o ar é
escuro e cheio de fumaça. Logo acima, o céu é azul. A linha que divide o ar sujo do ar
limpo é a zona de transição do ar frio e o ar quente. Sinais de alerta Seu corpo dá algumas
pistas de que os níveis de poluentes estão acima do normal: A cabeça é a primeira a sentir
os efeitos dos gases tóxicos. A concentração tende a diminuir, enquanto a irritação
aumenta, devido à ação do gás carbônico emitido pelos escapamentos dos veículos. A dor
de cabeça é outro sintoma. O nariz começa a escorrer, provocando coriza, por causa da
inalação de óxidos nitrosos, hidrocarbonetos e ozônios presentes no ar poluídos. Os olhos
ardem e ficam avermelhados, irritados pelas mesmas substâncias que atingem o nariz. A
garganta começa a ―raspar‖. O quadro pode evoluirpara tosse e dor de garganta, por causa
da combinação entre o dióxido de enxofre e o ozônio aspirado do ar contaminados. Ao
atingir os pulmões, os gases tóxicos podem causar mais problemas. E lá também se
deposita a fuligem, um pó muito fino que sai dos escapamentos e carrega os poluentes.
Juntos, eles diminuem a defesa do organismo e aumentam a possibilidade de problemas
respiratórios, como bronquite e pneumonia. Problemas cardiovasculares aumentam cerca
de 10 por cento em decorrência da poluição. Poluição Sonora Esse tipo de poluição não
tem muito destaque, porém pode causar muitos danos ao organismo, porque nós não nos
preocupamos com ela. Os causadores da poluição sonora são: Os veículos que fazem
ruídos e a sua buzina As indústrias As construções que utilizam máquinas baru lhentas
Casas noturnas que deixam o volume do som muito alto Os ruídos são medidos por uma
medida chamada decibel Exemplo: Uma floresta tem 18 decibéis Um jato levantando vôo
tem 125 decibéis, isso com o medidor a 100 metros do avião. O som muito alto em
walkman ou discman também prejudica a audição. Esses equipamentos sempre trazem
um aviso quanto o volume, mas nem todos fazem o certo. Atenção As pessoas podem
ficar surdas a partir do momento em que ouvirem algum som acima de 115 decibéis
durante 7 minutos seguidos. Para acabar com a poluição sonora devemos conversar e
ouvir música em volume baixo. Com relação aos ruídos das cidade, poderiam ser
adotadas as seguintes medidas: Redução no uso das buzinas de veículos Multas contra
lojas que fazem propagandas barulhentas Recolhimento de veículos sem silenciadores
Redução de publicidade por auto falantes Poluição Visual Paredes pichadas, ruas cheias
de placas de propaganda, ―camadas‖ de cartazes, umas por cima das outras, faixas nos
postes. Tudo isso é responsável pela poluição visual. Essa forma de poluição não causa
problemas de saúde, mas enfeia o ambiente, deixando-o sujo e bem menos repousante.
167

Ninguém tem dúvidas de que é muito melhor abrir a janela e ver um belo parque
ajardinado do que enxergar viadutos e prédios cinzentos, com as laterais forradas de
publicidade. Um tipo particular de poluição visual é a luminosa. À primeira vista não
parece, mas ela existe e, em excesso, causa diversos prejuízos. A iluminação dos grandes
centros urbanos é feita de qualquer maneira e com desperdício de energia, esse tipo de
iluminação diminui a transparência da atmosfera, prejudicando a visão do céu noturno e
atrapalhando o sono das pessoas que moram em frente dos luminosos. Fonte:
www.trabalhoescolar.hpg2.ig.com.br Poluição Ambiental Poluição do Ar É caracterizada
pela presença de gases tóxicos e partículas líquidas ou sólidas no ar. Os escapamentos dos
veículos, as chaminés das fábricas, as queimadas estão constantemente lançando no ar
grandes quantidades de substâncias prejudiciais à saúde. As causas da Poluição
Atmosférica Nos grandes centros urbanos e industriais tornam-se freqüentes os dias em
que a poluição atinge níveis críticos. Os escapamentos dos veículos automotores emitem
gases como o monóxido (CO) e o dióxido de carbono (CO2 ), o óxido de nitrogênio
(NO), o dióxido de enxofre (SO2 ) e os hidrocarbonetos. As fábricas de papel e cimento,
indústrias químicas, refinarias e as siderúrgicas emitem óxidos sulfúricos, óxidos de
nitrogênio, enxofre, partículas metálicas (chumbo, níquel e zinco) e substâncias usadas na
fabricação de inseticidas. Produtos como os aerossóis, espumas plásticas, alguns tipos de
extintores de incêndio, materiais de isolamento de construção, buzinas de barcos,
espumas para embalagem de alimentos, entre vários outros liberam clorofluorcarbonos
(CFCs). Todos esses poluentes são resultantes das atividades humanas e são lançados na
atmosfera. Os efeitos A emissão excessiva de poluentes tem provocado sérios danos à
saúde como problemas respiratórios (Bronquite crônica e asma), alergias, lesões
degenerativas no sistema nervoso ou em órgãos vitais e até câncer. Esses distúrbios
agravam-se pela ausência de ventos e no inverno com o fenômeno da inversão térmica
(ocorre quando uma camada de ar frio forma uma parede na atmosfera que impede a
passagem do ar quente e a dispersão dos poluentes). Morreram em decorrência desse
fenômeno cerca de 4.000 pessoas em Londres no ano de 1952. Os danos não se
restringem à espécie humana. Toda a natureza é afetada. A toxidez do ar ocasiona a
destruição de florestas, fortes chuvas que provocam a erosão do solo e o entupimento dos
rios. No Brasil, dois exemplos de cidades totalmente poluídas são Cubatão e São Paulo.
Os principais impactos ao meio ambiente são a redução da camada de ozônio, o efeito
estufa e a precipitação de chuva ácida. A redução da Camada de Ozônio A camada de
ozônio protege a terra dos raios ultravioleta do sol, que são extremamente prejudiciais à
vida. Ela está situada na faixa de 15 e 50 Km de altitude. Os CFCs (clorofluorcarbonos)
são compostos altamente nocivos a este escudo natural da terra. O CFC é uma mistura de
átomos de cloro e carbono. Presentes no ar poluído, o CFC é transportado até elevadas
altitudes quando é bombardeado pelos raios solares ocasionando a separação do cloro e
do carbono. O cloro, por sua vez, tem a capacidade de destruir as moléculas de ozônio.
Basta um átomo de cloro para destruir milhares de moléculas de ozônio (O3 ) formando
um buraco, pelo qual, os raios UV passam chegando a atingir a superfície terrestre. Em
1985 os cientistas descobriram um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida o qual
continua se expandindo. A redução do ozônio contribui para o efeito estufa. Efeito Estufa
É a elevação da temperatura da terra provocado pela introdução na atmosfera de
excessivas quantidades de gases estranhos. O principal agente causador do efeito estufa é
o gás carbônico (CO2 ) resultante da combustão do carvão, lenha e petróleo. Esse efeito é
168

semelhante à dos vidros fechados de um carro exposto ao sol. O vidro permite a


passagem dos raios solares, acumulando calor no interior do veículo, que fica cada vez
mais quente. As conseqüências desse fenômeno são catastróficas como o aquecimento e a
alteração do clima favorecendo a ocorrência de furacões, tempestades e até terremotos;
ou o degelo das calotas polares, aumentando o nível do mar e inundando regiões
litorâneas; ou afetando o equilíbrio ambiental com o surgimento de epidemias. Chuva
Ácida A queima incompleta dos combustíveis fósseis pelas indústrias e pelos veículos
produzem o gás carbônico junto com outras formas oxidadas do nitrogênio e do enxofre
que são liberados para a atmosfera. Juntando o dióxido de enxofre e o vapor d’água
forma-se o ácido sulfúrico que cai sobre a superfície terrestre em forma de chuva. As
conseqüências disto são a acidez dos lagos ocasionando o desaparecimento das espécies
que vivem neles, o desgaste do solo, da vegetação e dos monumentos. Algumas medidas
para solucionar os problemas da Poluição do Ar: A existência de uma rigorosa legislação
antipoluição, que obrigue as fábricas a instalarem filtros nas suas chaminés, a tratar os
seus resíduos e a usar processos menos poluentes. Penalizações para as indústrias que não
estiverem de acordo com as Leis Controle rigoroso dos combustíveis e sobre seu grau de
pureza Criação de dispositivos de controle de poluição Vistoria nos veículos automotores
para retirar de circulação os desregulados. Nos modelos mais antigos a exigência de
instalação de filtros especiais nos escapamentos Aplicação de rodízio de carros
diariamente Incentivar as pessoas a deixarem seus carros em casa pelo menos dois dias,
organizando assim, um sistema de caronas e a utilizarem mais os transportes coletivos
Melhoria e segurança no sistema de transporte coletivo Recolhimento de condicionadores
de ar, geladeiras e outros produtos que usam CFC Incentivo às pesquisas para a
elaboração de substitutos do CFC Investimentos nas fontes alternativas de energia e na
elaboração de novos tipos de combustíveis como o álcool vegetal (carros), extraído da
cana-de-açúcar e do eucalipto, e do óleo vegetal (substitui o óleo diesel e o combustível
para a aviação), extraído da mamona, do babaçu, da soja, do algodão, do dendê e do
amendoim Melhor planejamento das cidades, buscando a harmonia entre a natureza e a
urbanização Maior controle e fiscalização sobre desmatamentos e incêndios nas matas e
florestas Proteção e conservação dos parques ecológicos Incentivo à população para
plantar árvores Campanhas de conscientização da população para os riscos da poluição
Cooperação com as entidades de proteção ambiental. Poluição das Águas É o lançamento
ou infiltração de substâncias nocivas na água. As atividades agrícolas, industriais,
mineradoras, os esgotos e a intolerância do homem são as principais fontes de poluição
das águas. As causas da Poluição das Águas: Desde a antigüidade o homem já lançava os
seus detritos na água, porém, esse procedimento não causava muitos problemas, pois os
rios, oceanos e lagos têm o poder de autolimpeza. Depois da Revolução Industrial o
volume de detritos despejados nas águas aumentou bruscamente, comprometendo a
capacidade de purificação dos rios, oceanos e lagos. Entre as substâncias despejadas estão
os compostos orgânicos, minerais, derivados do petróleo, chumbo e mercúrio , pelas
indústrias; fertilizantes, pesticidas e herbicidas, pela agricultura. A poluição das águas
também é causada pelos esgotos das cidades e regiões agrícolas. Os efeitos São lançados
diariamente 10 bilhões de litros de esgoto que poluem rios, lagos, oceanos e áreas de
mananciais . Os compostos orgânicos lançados nas águas provocam um aumento no
número de microrganismos decompositores. Esses microrganismos consomem todo o
oxigênio dissolvido na água; com isso, os peixes que ali vivem podem morrer, não por
169

envenenamento, mas por asfixia. As fezes quando erradamente conduzidas às águas das
estações de tratamento podem contaminar os rios e lagos. As fezes acumulam-se na
superfície da água, impedindo a entrada de luz. Os vegetais que vivem no fundo dos rios
e lagos, como as algas, ficam impossibilitados de realizar a fotossíntese e,
conseqüentemente, de produzir oxigênio. Os animais que alimentam-se dessas algas
acabam morrendo. Sobrevivem apenas as bactérias anaeróbias que são capazes de viver
na ausência de oxigênio. Essas bactérias podem causar males à saúde humana. Entre as
doenças causadas direta ou indiretamente pela água contaminada estão a disenteria, a
amebíase, a esquistossomose, a malária, a leishmaniose, a cólera, entre várias outras. Os
oceanos recebem boa parte dos poluentes dissolvidos nos rios e riachos, além do lixo dos
centros industriais e urbanos. Em muitas regiões litorâneas, onde isso ocorre, as praias
tornam-se impróprias para o banho de mar. O excesso de material orgânico no mar
acabam formando as chamadas ―marés vermelhas‖, que matam os peixes e tornam os
frutos do mar impróprios para o consumo. O vazamento de óleo dos navios petroleiros é
outro grave agente de poluição. Anualmente, 1 milhão de toneladas de óleo espalham-se
pela superfície dos oceanos causando verdadeiros desastres ecológicos. As manchas
negras prejudicam a fauna e a flora marítimas. Um dos mais graves acidentes com
petroleiros ocorreu no Alasca em março de 1988 com o petroleiro americano Exxon
Valdez. O petroleiro chocou-se contra os recifes derramando 40 milhões de litros de óleo
no oceano. Vários animais morreram aos milhares e os que sobreviveram ficaram
intoxicados propagando os efeitos do acidente. Segundo os cientistas serão necessários
pelo menos duas décadas para que o Alasca se recupere e dificilmente serão
restabelecidas as condições ambientais anteriores. Na agricultura, os fertilizantes , os
pesticidas e herbicidas são arrastados para os rios com as chuvas. O contato desses
poluentes com o solo ou com a água podem contaminar os lençóis freáticos. Algumas
medidas para solucionar os problemas da Poluição das Águas: A existência de Leis mais
rigorosas que obriguem as indústrias a tratarem seus resíduos antes de lançá-los nos rios e
oceanos. Penalizações para as indústrias que não estiverem de acordo com as Leis. No
caso de reincidência o seu fechamento é inevitável Investimentos nas áreas de
fiscalização dessas indústrias Ampliação da rede de esgotos Saneamento básico para
todos Investimentos na construção de navios mais seguros para o transporte de
combustíveis Melhoramentos no sistema de coleta de lixo Implantação de novas estações
de tratamento de esgotos Campanhas publicitárias, buscando a explicação de técnicas de
saneamento para a população carente Campanhas de conscientização da população para
os riscos da poluição Criação de produtos químicos mais seguros para a agricultura
Cooperação com as entidades de proteção ambiental. Poluição do Solo É a contaminação
do solo por resíduos industriais ou agrícolas transportados pelo ar, pela chuva e pelo
homem. O uso indevido do solo e de técnicas atrasadas na agricultura, os desmatamentos,
as queimadas, o lixo, os esgotos, a chuva ácida, o efeito estufa, a mineração são agentes
causadores do desgaste de nossa litosfera. As causas da Poluição do Solo: Na agricultura
os inseticidas usados no combate às pragas prejudicam o solo, a vegetação e os animais.
O DDT é o mais comum desses inseticidas. As técnicas atrasadas utilizadas na agricultura
como a queima da vegetação para depois começar o plantio. O terreno fica exposto ao sol
e ao vento ocasionando a perda de nutrientes e a erosão do solo. O lixo também tem o seu
papel importante na degradação do solo. Devido a sua grande quantidade e composição
ele contamina o terreno chegando até a contaminar os lençóis de água subterrâneos. O
170

mesmo acontece com os reservatórios de combustíveis dos postos, pois eles ficam
enterrados no solo, correndo o risco de vazamento devido a corrosão do material usado
no revestimento dos reservatórios. A mineração com as suas escavações em busca de
metais, pedras preciosas e minerais continua devastando e tornando improdutível o nosso
precioso solo. A imprudência, o consumismo, o desperdício e a ganância humana tratam
de prosseguir essa deterioração. Os efeitos: Os inseticidas quando usados de forma
indevida, acumulam-se no solo, os animais se alimentam da vegetação contaminada
prosseguindo o ciclo de contaminação. Com as chuvas, os produtos químicos usados na
composição dos pesticidas infiltram no solo contaminando os lençóis freáticos e acabam
escorrendo para os rios continuando a contaminação. O gado quando come o pasto
envenenado, transmite as substâncias tóxicas para a sua carne e para o leite que vão servir
de alimento para o homem. Dentre as doenças causadas pelo solo contaminado estão a
ancilostomose (amarelão), a teníase e verminoses como a ascaridíase (áscaris ou
lombrigas) e a oxiurose causada pelo oxiúro. O lixo acumulado além de destruir a
vegetação, contribui para a poluição do ar com o mau cheiro e com a fumaça produzida
pela incineração, chegando a contaminar os lençóis de água subterrâneos com a
infiltração de lixo tóxico. O uso indiscriminado do solo traz sérios efeitos como a erosão
(é o desgaste do solo) e o aumento da desertificação. Desertificação É um processo
ocorrido em áreas próximas aos desertos (como no centro da África) ou em regiões semi-
áridas (como no sertão nordestino do Brasil). Ocorrem nessas áreas um ressecamento,
devido a perda de água pelos processos de evaporação ou escoamento ser superior àquela
fornecida pelas chuvas. A desertificação atual é resultante principalmente da ação
humana, que devasta a vegetação nativa por meio de grandes queimadas e introduz
plantas rasteiras que não protegem o solo da ação solar e da erosão. Com o desmatamento
o solo fica totalmente exposto ao sol. Como conseqüência disso, ocorre uma contínua
evaporação, até mesmo da água presente nas regiões mais profundas. Essa água, subindo
para a superfície, traz consigo sais de ferro e outros minerais que se precipitam na
superfície formando crostas com o aspecto de ladrilhos. Essas crostas são impermeáveis
contribuindo para a desertificação. Os cientistas constataram que as excessivas
derrubadas das matas influem nos níveis pluviométricos o que ocasiona o
desaparecimento de espécies vegetais e animais. Algumas medidas para solucionar os
problemas da Poluição do Solo: A elaboração de Leis mais práticas e rigorosas que
defendam as florestas, as matas e todo o tipo de patrimônio ambiental. Com penalizações
severas para as pessoas que continuarem devastando e poluindo o nosso ambiente
Elaboração de substitutos para os inseticidas Campanhas educativas que alertem o perigo
do uso dos agrotóxicos sem a indicação técnica de um agrônomo especializado Reforma
Agrária Divulgação e uso de técnicas avançadas na agricultura como o controle biológico
de pragas (técnica que utiliza outros animais que se alimentam daquele que é o agente da
praga, sem prejudicar os vegetais e o solo) Investimento e melhoria nos projetos de
irrigação Financiamentos para agricultura e para o homem do campo, dando-lhe
condições para viver e se sustentar no campo Investimentos nos projetos de transposição
das águas Participação da população nas campanhas de reflorestamento Saneamento
básico para todos Instalação de estações de tratamento e reciclagem de lixo Incentivo
para as empresas privadas investirem na coleta do lixo reciclável Campanhas de
conscientização da população à consumirem só o necessário, à reciclarem o seu lixo ou
pelo menos cooperar com o trabalho de coleta. Fontes Alternativas de Energia São tipos
171

de fontes geradoras de energia, que não afetam o meio ambiente e futuramente


substituirão os combustíveis fósseis. Biomassa e os Biodigestores ‖ Biomassa é um termo
genérico para qualquer produto natural que se decomponha por fotossíntese.‖ (BERLE,
Gustav. O Empreendedor do verde. São Paulo, Mc Graw-Hill, 1992, 18 p.) Biomassa é o
conjunto de organismos que podem ser aproveitados como fonte de energia: a cana-de-
açúcar e o eucalipto (dos quais se extrai álcool), o plâncton, restos de madeira, alguns
óleos vegetais (amendoim, soja, dendê), excreções de animais e lixo orgânico. São
energias que não produzem poluição, que não esgotam e ainda ajudam na eliminação do
lixo. Os biodigestores são aparelhos que reaproveitam os resíduos para a produção de gás.
Esse gás é liberado através da decomposição, feita pela ação de certas bactérias sobre o
lixo e resíduos, depois da retirada de alguns materiais como o plástico e o vidro. O gás
produzido é usado como combustível para automóveis ou até para turbinas que geram
eletricidade. As usinas de biogás causam menos impacto ambiental e não oferecem riscos
em caso de acidentes. Vários países já utilizam biodigestores, até mesmo o Brasil,
principalmente nas zonas rurais. A única barreira desse tipo de fonte de energia é o alto
custo do seu aproveitamento. Energia Eólica É um tipo de fonte de energia que utiliza a
força dos ventos para a movimentação de hélices e obtenção de energia. As ilhas eólicas
são constituídas de vários cata-ventos geralmente dispostos ao longo do litoral ou nas
montanhas. Esses cata-ventos são compostos de três partes: hélice, gerador e base. A
energia eólica já era utilizada há milhares de anos em moinhos para o bombeamento da
água, movimentação de embarcações e agora pesquisada para a obtenção de eletricidade.
Na Califórnia, uma fazenda eólica com 500 torres, gera energia equivalente à produzida
por duas usinas nucleares. O Brasil também utiliza desse tipo de energia, principalmente
por ser um país com um vasto litoral propício à instalação de ilhas eólicas. No Ceará,
mais especificamente em Fortaleza foi a cidade brasileira pioneira a ter um complexo
eólico. Um processo não poluente de obtenção de energia, mas que tem como empecilho
o custo elevado . Energia Geotérmica É um tipo de fonte de energia que tem como
matéria prima o calor proveniente do interior da terra (Geo, terra; térmico, relativo ao
calor). Quanto mais se entra no subsolo, em direção ao centro da terra, o calor aumenta
gradativamente. Em profundidades superiores a 5000 km a temperatura fica em torno dos
4000 °C. Em países como a Islândia e a Nova Zelândia as usinas geotérmicas utilizam os
géiseis como fonte de energia. Os géiseis são fontes de água quente, com temperaturas às
vezes superiores a 100 °C. A água ou vapor d’água é expelido verticalmente com
períodos que vão de horas ou até semanas. Já existem reservas subterrâneas de água
quente no sul da Califórnia. Essa energia segura para o ambiente e de obtenção mais
barata que os combustíveis fósseis ou usinas nucleares. A emissão de CO2 (gás
carbônico) e SO2 (dióxido de enxofre) é praticamente nula. Energia Solar O sol, além de
participar dos processos mais importantes da terra (evaporação, fotossíntese …) irradia
uma energia importantíssima para a vida; sem essa energia não existiria vida na terra. Os
raios solares possuem uma quantidade fantástica de energia. O problema é descobrir
como aproveitar e armazenar esse tipo de energia. Atualmente, a energia solar é utilizada
nos sistemas de aquecimento de algumas casas e de água. Na indústria eletrônica, em
vários aparelhos como calculadoras, televisores, relógios, entre outros. As células
fotoelétricas, finas como papel, recebem essa energia que é depois armazenada em
baterias solares. Desse modo, a energia solar é transformada em energia elétrica. O
mercado está desenvolvendo vários aparelhos, veículos e utensílios que funcionam
172

através de energia solar. Existem lâmpadas de metal halógeno que funcionam por esse
sistema e com alta eficiência. A indústria automobilística também está correndo atrás
desse tipo de energia que, futuramente, será a base de toda a produção de energia.
Existem carros, ainda em fase experimental, movidos por energia solar que chegam até a
atingir uma velocidade de 220 km/h. Os países que estão mais avançados em relação à
utilização da energia solar são o Japão, Alemanha e Estados Unidos. A maior central
solar do mundo está localizada na Califórnia: 1818 espelhos orientáveis fornecem uma
potência elétrica de 10 megawatts. O surpreendente é que um país tropical como o Brasil
pouco utiliza esse tipo de energia. As instalações de energia solar têm um impacto
ambiental nulo ou muito pequeno. Um aquecedor de água solar pode eliminar cerca de
681 quilos de dióxido de carbono que iriam para atmosfera em apenas um ano.
Reciclagem É o processo de transformação de materiais usados em novos produtos. A
reciclagem é usada para a eliminação de uma parte do lixo sólido. Dentre os materiais
que podem ser reciclados estão: o vidro, o aço, o plástico, o óleo de motor, o óleo diesel,
a gasolina, o querosene, as baterias e o ácido de bateria, as latas de alumínio, o papel, o
jornal entre vários outros. Depois de reciclados, esses materiais são reaproveitados,
podendo ser encontrados em produtos como livros, fitas de áudio e vídeo, lâmpadas
fluorescentes, concreto, bicicletas, baterias, pneus de automóveis e uma série de outros. A
reciclagem, além de ajudar na preservação dos recursos primários da natureza ainda
permite a redução do lixo e a diminuição da poluição do ar, da água e do solo. Traz
também economia de energia e de água na produção. Atualmente, apenas cerca de 10%
de todo o lixo reciclável é realmente reprocessado. O Japão, que não tem tanto espaço
para desperdiçar, reutiliza 50% do seu lixo sólido. Nesse país são comuns diversos tipos
de reciclagem, como o reaproveitamento da água do chuveiro na privada. A Europa
Ocidental recupera 30% do seu lixo e os Estados Unidos reciclam 11%. Nesse país, a
produção de detrito por pessoa é o dobro da de qualquer outro país. Nova York é a cidade
que mais produz lixo no mundo, uma média diária de 13.000 t. O Brasil não fica fora
quanto ao processo de reciclagem, pois junto com os Estados Unidos, lidera a reciclagem
de latas reaproveitando 60% das latas produzidas. As empresas têm papel importante na
reciclagem, seja reciclando seus produtos, criando novos produtos biodegradáveis ou que
sejam recarregáveis, como algumas pilhas existentes no mercado que possuem um
recarregador, evitando o acúmulo delas nos aterros e a contaminação do solo no caso de
vazamento. A reciclagem não pode ser só feita em grandes indústrias, pode ser feita
também em casa ou no escritório. Em casa pode-se optar por lâmpadas fluorescentes, pois
esse tipo de lâmpada produz menos calor e consome menos energia. No escritório em vez
de utilizar copinhos de plástico descartáveis, que provocam poluição e não são
biodegradáveis, melhor seria usar xícaras ou canecas que são ótimos presentes de
aniversário ou de natal. Todos podem ajudar, só depende da consciência de cada um.
Com as empresas cooperando e a população ajudando com a reciclagem, com certeza, o
retorno será melhor. Conclusão O modelo econômico capitalista é uma das barreiras que
impedem a consciência ambiental. O capitalismo é um sistema econômico voltado para a
produção, lucro e acumulação de riquezas. Lucros a curto prazo e acumulação de riquezas
nas mãos de poucos. A base do capitalismo é o consumismo. Quanto maior o consumo,
mais lixo e quanto maior o número de lixo, maior a poluição. Antigamente a energia
eólica era a base para a irrigação na agricultura, produção de energia elétrica entre várias
outras funções. Depois da Revolução Industrial a utilização e o comércio dos produtos
173

movidos por combustíveis fósseis fez com que esta prática não poluente de energia fosse
esquecida. Se esta prática tivesse continuado estaríamos hoje bem mais adiantados, o que
não ocorreu justamente por causa da necessidade de consumir do nosso modelo
econômico chamado Capitalismo. O mercado oferece diversos produtos que estão de
acordo com as normas técnicas da EPA, Environmental Protection Agency
(Departamento de Proteção Ambiental). Porém, o custo desses produtos é mais elevado.
Um exemplo bem prático disso é uma pessoa que deseja comprar um carro que não polui
o ar, movido a energia elétrica, ou seja, um carro que necessita de várias baterias para
funcionar. Tudo isso aumenta o custo do carro. Por outro lado, existe um carro movido a
combustível fóssil cujo preço é duas vezes menor do que um carro ecológico.
Obviamente a pessoa irá escolher o mais barato pois é o que o seu dinheiro dá para
comprar. O alto custo dos produtos não poluentes desestimula a população. Portanto, a
maior arma contra a poluição do mundo será a educação da população. Recentemente, foi
atribuído aos currículos escolares a disciplina Educação Ambiental, que ensina aos
estudantes noções de Ecologia e de como viver bem consigo e com a natureza. Mas, nem
todas as pessoas têm acesso a esta disciplina, por isso acabam cooperando para o aumento
da devastação do meio ambiente. Existem vários produtos nas prateleiras como
videocassetes, aerossóis, removedores de poeira, sprays para cabelo, antigos aparelhos de
ar condicionado e vários outros que na sua composição possuem CFCs, que são
compostos altamente nocivos à camada que protege a terra dos raios solares. Certamente
a pessoa que não tem conhecimento sobre o assunto levaria o produto sem saber que
estava ajudando a acabar com a vida na terra. A preocupação deve ser de todos,
principalmente, dos fabricantes na elaboração e composição dos produtos sem o uso do
CFC (clorofluorcarbono). Mas, os maiores poluídores do mundo não são as fábricas e os
esgotos e sim as atividades feitas pelo homem. Somente ele tem a capacidade de reverter
esse quadro de devastação mundial. O nosso futuro depende do controle da devastação e
da emissão de gases, no conservacionismo, no uso de fontes alternativas de energia não
poluentes, na reciclagem, no reflorestamento e, principalmente, na conscientização de
toda a população mundial de que a nossa biosfera atual, que até agora foi o nosso único
hábitat, é também a única que temos possibilidade de ter e que devemos fazer de tudo
para garantir que ela continue habitável. Fonte: ramirofrancisco.vilabol.uol.com.br
Poluição Ambiental Poluição atmosférica: Refletindo sobre a qualidade ambiental em
áreas urbanas Introdução No início do século XX, eram conhecidas as agruras da falta de
água potável e de alimentos, mas julgava-se que o ar, necessário para a respiração dos
seres humanos e de outros seres vivos, nunca deixaria de estar disponível de forma
adequada à manutenção da vida. Contudo, a qualidade do ar tornou-se uma das maiores
preocupações nesta virada de século. Entende-se como poluição do ar, a mudança em sua
composição ou em suas propriedades, decorrentes das emissões de poluentes, tornando-o
impróprio, nocivo ou inconveniente à saúde, ao bem-estar público, à vida animal e
vegetal e, até mesmo, ao estado de conservação de determinados materiais. Diversos
agentes podem ser percebidos como contaminantes atmosféricos. Alguns exemplos de
agentes de origem natural são as brumas marinhas (bactérias e microcristais de cloreto e
brometos alcalinos), produtos vegetais (grãos de pólen, hidrocarbonetos e alérgenos),
produtos de erupções vulcânicas (enxofre, óxidos de enxofre, vários tipos de partículas,
ácido sulfúrico, dentre outros) e poeiras extraterrestres (material pulverizado de
meteoritos que chegam à atmosfera); enquanto que os de origem artificial podem ser
174

representados pelos radionúcleos, derivados plúmbicos e os derivados halogenados de


hidrocarbonetos (COELHO, 1977: 156-157). AYOADE (1998: 309) alerta que a poluição
do ar afeta o clima das áreas urbanas de diversas formas. O próprio balanço energético
das cidades sofre interferência, pois os poluentes refletem, dispersam e absorvem
radiação solar. Muitos poluentes também servem de núcleos de condensação, sendo,
portanto, abundantes no ar das cidades, cuja umidade já é substancialmente abastecida
através da evaporação, dos processos industriais e dos automóveis, que emitem grandes
quantidades de vapor d’água. Consequentemente, a tendência da precipitação é aumentar
sobre as áreas urbanas. Contudo, os efeitos mais alarmantes da poluição atmosférica
ocorrem na saúde da população urbana. A poluição do ar é um problema complexo,
devido não somente às dificuldades de identificar os reais efeitos dos contaminantes na
saúde da população, mas ao enorme número de atores sociais envolvidos. A busca por
uma solução conta obrigatoriamente com diversos setores da sociedade e esferas
administrativas, tanto em âmbito nacional quanto internacional. Torna-se, assim, uma
tarefa árdua desenvolver diretrizes de ação onde os mais variados interesses estão em
questão. É nesse contexto que a Geografia pode fornecer uma grande contribuição.
GALLEGO (1972: 11-12) comenta que o geógrafo pode analisar o problema da poluição
atmosférica aplicando dois princípios básicos de sua formação: o da distribuição espacial
e o das correlações, no caso, existentes entre a poluição atmosférica, o sítio urbano, a
densidade demográfica, as funções urbanas, os transportes e o ritmo dos tipos de tempo.
Dessa forma, a Geografia analisa a poluição atmosférica tanto como uma consequência
das atividades econômicas, quanto como um fenômeno que, ao mesmo tempo, é
determinado e influencia o meio. Uma análise que considere os interesses sociais e os
atributos geoecológicos dos locais afetados pode proporcionar medidas de planejamento
que resultem em uma melhor qualidade ambiental nas cidades. Um breve histórico sobre
a preocupação com a qualidade do ar: destaque para a realidade latino-americana A
poluição do ar realmente passou a ser considerada um problema ligado à saúde pública a
partir da Revolução Industrial, quando começaram a ser adotadas técnicas baseadas na
queima de grandes quantidades de carvão, lenha e, posteriormente, óleo combustível. O
uso intensivo dessas técnicas acarretou a perda gradativa da qualidade do ar nos grandes
centros urbano-industriais, com reflexos nítidos na saúde de seus habitantes. Portanto, a
qualidade do ar deixou de ser um problema de bem-estar e passou a representar
efetivamente um risco à população. Inicialmente, esse risco estava praticamente limitado
aos trabalhadores de certas atividades, como os operários das minas de carvão, que
frequentemente morriam devido às intoxicações causadas pelo ar insalubre do interior das
minas. Com a intensificação das atividades urbano-industriais, esses episódios adquiriram
maior abrangência espacial, passando a atingir de forma mais ampla a população das
cidades. No século XX, os centros urbanos tornaram-se maiores e mais populosos,
marcados pelo uso intenso e crescente de veículos automotores. Em decorrência disso,
tornaram-se mais frequentes os episódios críticos de poluição do ar, apresentando como
resultado muitas vítimas. Um desses casos, que despertou o interesse do meio científico,
ocorreu na Bélgica, no Vale do Rio Meuse, de 1o a 5 de dezembro de 1930, quando uma
espessa névoa cobriu essa zona industrial e a população foi acometida por sintomas como
tosse, dores no peito, dificuldade de respirar, irritação na mucosa nasal e nos olhos. No
período de 27 a 30 de outubro de 1948, em uma cidade da Pensilvânia, a presença de um
anticiclone, seguido de uma inversão térmica conjugada com a ausência de ventos,
175

propiciou sobre a cidade a formação de uma névoa escura durante todo o período, tendo
sido registradas 20 mortes e quase 6 mil internações entre os 14 mil habitantes da cidade.
Em Londres, no ano de 1952, houve outro episódio que se tornou famoso pela sua
gravidade. Os efeitos de uma ―névoa negra‖ começaram a se manifestar através da
proliferação de diversas moléstias contraídas principalmente pelos habitantes que sofriam
de problemas pulmonares e circulatórios. Foram constatadas, na semana seguinte ao
episódio, 4 mil mortes a mais do que esperado. A curva de mortalidade somente se
normalizou dois meses depois, quando havia se acumulado um total estimado de 8 mil
mortes além das expectativas. Muitos outros episódios caracterizados por elevados
índices de poluição atmosférica têm sido registrados nos grandes centros urbanos do
mundo, como: Cidade do México, Los Angeles, Detroit, São Paulo, Londres, Tóquio e
Osaka. Nessas concentrações urbanas, mesmo quando não são registrados episódios
críticos, os níveis de qualidade do ar são tão ruins, que seus habitantes ficam
permanentemente expostos a uma frequência maior de doenças cardiorespiratórias. Isso
ocorre porque mesmo com a presença de substâncias nocivas em baixas concentrações no
ar, o risco reside no tempo de exposição, já que uma substância tóxica, mesmo que
presente em pequena quantidade no ar, pode se tornar perigosa por seu efeito acumulativo
no organismo. Em termos de América Latina, o interesse quanto à contaminação do ar
teve início na década de 1950, quando as universidades e os ministérios de saúde
efetuaram as primeiras medições da contaminação do ar. A Rede pan-americana de
Amostragem de Contaminantes Atmosféricos (REDPANARE) teve suas atividades
iniciadas em junho de 1967. Essa rede contava inicialmente com oito estações, e até o
final do ano de 1973 possuía um total de 88 estações distribuídas em 26 cidades de 14
países. Em 1980, a REDPANARE foi incorporada ao Programa Global de
Monitoramento da Qualidade do Ar, estabelecido em 1976 pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),
como parte do Sistema Mundial de Monitoramento do Meio Ambiente. Em 1990, o
Centro pan-americano de Ecologia Humana e Saúde da Organização pan-americana de
Saúde realizaram uma pesquisa sobre o estado dos programas de qualidade do ar na
América Latina. Os resultado indicaram que somente seis países haviam estabelecido
níveis de qualidade do ar, dez haviam desenvolvido redes de monitoramento, nove
haviam preparado inventários de emissões, quatro haviam estabelecido estratégias de
controle e quatro efetuaram estudos epidemiológicos. A OMS estima que atualmente
mais de 100 milhões de pessoas na América Latina estão expostas a níveis de
contaminantes atmosféricos que excedem os valores recomendados, incluindo milhões de
pessoas expostas à contaminação do ar em interiores, devido à queima de biomassa e de
outras fontes (OPS, 2000: 04). WEHRMAN (1996: 58-59) resume as causas da poluição
atmosférica nas cidades latino-americanas em três grupos: A concentração do tráfego de
veículos num espaço cada vez mais limitado, devido à intensa atividade econômica da
população urbana e à ausência de um planejamento eficiente das cidades; O alto consumo
de gasolina e a ausência de equipamento para reduzir as emissões que caracterizam os
países mais pobres; A ocupação de áreas de produção industrial ou trechos próximos das
vias intensas de circulação para residências ou local de trabalho, expondo grande parcela
da população, diariamente, à emissão de poluentes liberados por veículos automotores ou
industriais. Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, foi negociada e assinada por 175 países mais a União Europeia, a
176

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Reconhecendo a


mudança do clima como uma preocupação de toda a humanidade, os governos que
assinaram tornaram-se partes da Convenção, propondo-se a elaborar uma estratégia
global para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras (BNDES &
MCT, 1999: 15). As principais atribuições da Convenção são: criar instrumentos e
mecanismos, promover a gestão sustentável e demais condições que possibilitem alcançar
a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que
não interfira perigosamente no sistema climático. Apesar desta Convenção não tratar
explicitamente da qualidade do ar nos grandes centros urbanos, é evidente que a
elaboração de propostas que visem o controle da emissão de gases estufa também
acarretará uma melhoria na composição atmosférica das áreas fontes. Com o objetivo de
avaliar de forma mais precisa a situação da gestão da qualidade do ar urbano na Região
da América Latina, a OPS realizou uma pesquisa baseada em questionários enviados pelo
Centro pan-americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente em fevereiro de
1999 a diversos setores da sociedade desses países. A pesquisa indicou que somente
Brasil, Chile e México têm cidades com programas de gestão da qualidade do ar bem
desenvolvidos. Entre os programas regionais para a melhoria da qualidade do ar na
América Latina, destaca-se a Iniciativa do Ar Limpo para as Cidades da América Latina,
do Banco Mundial, sendo apoiado por diversas instituições internacionais, organizações
não-governamentais, empresas privadas e governos locais. Uma das principais metas
desse programa é melhorar a qualidade do ar nos grandes centros urbanos da América
Latina. Atualmente, estão sendo fortalecidos planos para a Cidade do México, Lima-
Callao, Rio de Janeiro e Buenos Aires. Discutindo a poluição atmosférica Em diversas
ocasiões, no decorrer do dia, contaminantes atmosféricos irão penetrar os pulmões dos
habitantes da cidade. Os ambientes fechados não apenas nos protegem dos poluentes
externos como servem também de estufas para a fumaça dos cigarros. Há também os
fungos dos sistemas de refrigeração, os ácaros, as bactérias, os resíduos tóxicos dos
produtos de limpeza e dos cosméticos; é a denominada indoor pollution. Enfermidades
como o câncer, enfisemas, pneumonias, bronquites, gripes, insuficiências respiratórias
são uma presença certa em toda cidade. Os efeitos da poluição atmosférica não atingem a
todos da mesma forma. Para os idosos, as crianças e as pessoas com problemas
respiratórios, as consequências são dramáticas, caracterizadas por internações e até a
morte. As fontes poluidoras dentro de um perímetro urbano podem estar dispostas de três
formas: Em ponto fixo, como uma indústria; Em linha, fontes móveis ao longo de uma
avenida ou de uma rua com tráfego pesado; Em zona, onde a pluralidade de fontes fixas
difusas abrange um ou mais bairros. BARROS (1980: 490) alerta que normalmente, em
estudos que enfocam a poluição atmosférica, o tratamento dos dados levantados
restringe-se: a correlações sobre as situações climáticas regionais, em geral, muito
genéricas para os objetivos propostos; a determinar ou salientar situações meteorológicas
mais favoráveis à concentração de poluentes, tais como inversões térmicas,
denotadamente em áreas topograficamente depressionárias; e em analisar os aspectos da
dispersão ou difusão de poluentes na atmosfera. Poucos são os trabalhos que enfocam o
problema da poluição do ar para cada sítio isoladamente, considerando todo o aspecto
geográfico do mesmo, dentro do qual ocorre a emissão de poluentes, dispersão ou difusão
no fluxo de ar, seu transporte, a área real atingida, deposição e absorção dos poluentes
pelo meio e a contaminação dos habitantes. DUCHIADE (1992: 312) acrescenta como
177

outros agentes causadores de problemas no aparelho respiratório, além do cigarro, a


fumaça produzida pela combustão de biomassa (lenha, folhas e esterco, por exemplo); os
produtos gerados pela combustão do gás de cozinha (para a preparação de alimentos, para
o aquecimento de água e da própria residência); pesticidas e solventes empregados para
limpeza; asbestos utilizados contra incêndios, dentre outras formas. Estes poluentes
tornam-se mais importantes quanto mais diferente é o ambiente doméstico com relação
ao ar externo. A quantidade de poluentes na atmosfera é considerada atualmente um dos
mais importantes indicadores ambientais para determinar as condições de saúde pública,
devido à responsabilidade que tais contaminantes têm em muitas patologias respiratórias
(GALVÃO et al, 1998: 48). Fatores básicos afetam a concentração de partículas no ar: a
taxa de emissão do poluente, as condições meteorológicas e a topografia local. A
combinação da estabilidade atmosférica com ausência de chuvas é extremamente
desfavorável à dispersão dos poluentes. Os fenômenos ligados à pressão atmosférica, por
exemplo, interferem na poluição do ar. Normalmente devido ao decréscimo de pressão
com a altura, as parcelas de ar situadas a altitudes maiores encontram menor pressão, se
expandem e, portanto, se resfriam. Esse processo de resfriamento com a ascensão, ou de
aquecimento com a descida, é denominado de adiabática seca, equivalente a
aproximadamente 1oC para cada 100 metros. No entanto, a temperatura do ar nas
camadas mais próximas à superfície é variável e inversões de temperaturas podem
ocorrer. A inversão de temperatura ocorre quando uma camada de ar termicamente
estável bloqueia o ar abaixo dessa, impedindo a dispersão vertical de poluentes,
confinando-os numa camada que varia em função da altura da inversão. Quanto mais
baixa a inversão, mais estreita a camada de dispersão e, consequentemente, maiores as
concentrações de poluentes no ar. A umidade relativa do ar e a luz solar também
interferem através das reações químicas que envolvem os poluentes. O dióxido de
enxofre e os óxidos de nitrogênio, emitidos sob a forma de gases, podem ser convertidos,
respectivamente, em sulfatos ou nitratos, aumentando a carga total de partículas em
suspensão. Quanto aos problemas relacionados à saúde dos habitantes das cidades, podem
ser citados (DUCHIADE, 1992: 314): Efeitos agudos em indivíduos sadios,
exemplificados pelas reações a episódios extremos de smog ou aumentos súbitos dos
níveis de poluição, particularmente nos ambientes industriais ou sob condições
experimentais; A exacerbação de doenças pré-existentes em indivíduos vulneráveis,
como cardiopatias ou enfermidades respiratórias prévias, que, ao serem expostas à
poluição, podem piorar seus sintomas ou até levar à morte; Fenômenos de
hipersensibilidade de origem imunológica ou hiperatividade brônquica não-específica,
que apesar de não suficientemente esclarecidos, podem ser particularmente relevantes na
medida em que causem danos reversíveis (parcial ou totalmente) ou provoquem
problemas crônicos. Para compreender melhor os processos ambientais mais relevantes
para essa intrigante questão, que é a poluição atmosférica, torna-se necessário inseri-la
em uma abordagem sistêmica do meio urbano. Segundo MONTEIRO (1976: 124-125), o
Sistema Clima Urbano é caracterizado por vários graus de hierarquia funcional e
diferentes níveis de resolução, estando esses últimos ligados à percepção humana. Dessa
forma, seriam estabelecidos canais de percepção associados intimamente aos principais
níveis de resolução dos sistemas, separando, assim, os grandes conjuntos de fenômenos
dentro do universo climático. Dentro dessa lógica, o referido autor define os seguintes
canais de percepção: o conforto térmico (subsistema termodinâmico); a qualidade do ar
178

(subsistema físico-químico); e o impacto meteórico (subsistema hidromecânico). Os três


canais apresentam-se interligados como é ressaltado por CAVALHEIRO (1995: 119)
quando chama a atenção para os ―estresses‖ bioclimáticos ocasionados na população, tais
como: problemas circulatórios, cardíacos, respiratórios e de insônia. Deve-se lembrar,
como exemplo, que a ilha de calor, quando instalada, dificulta ou mesmo impede a troca
de ar da cidade com seu entorno e a circulação passa a se processar internamente de
forma ―viciada‖. Portanto, as variações das condições climáticas são capazes de provocar
um tipo de estresse que pode resultar em sérios problemas de saúde. Tal estresse provoca
no indivíduo a perda de uma parte de suas defesas imunológicas, deixando-o mais
vulnerável a determinadas enfermidades. A utilização de índices bioclimáticos é, dessa
forma, extremamente valiosa para compreender a influência de determinados elementos
do clima, como a temperatura, a umidade relativa, o vento ou a influência combinada
desses, sobre a saúde humana, definindo níveis de risco a possíveis reações estressantes.
Como já tratado, é no meio urbano que serão verificadas as condições de qualidade do ar
mais críticas, graças às emissões de poluentes oriundas principalmente da circulação de
veículos automotores e da produção industrial. Vale salientar, nesse contexto, que os
modernos centros urbano-industrais vêm se caracterizando por um incremento
exponencial na sua capacidade de transformação (ALVA, 1996: 44). Energia elétrica,
combustíveis fósseis, matérias-primas, mão-de-obra, água, informações, entram nas
cidades para serem ―metabolizados‖ em bens de consumo e serviços habitacionais, porém
os processos produtivos e a urbanização também produzem calor excedente, gases e
partículas em suspensão, despejos domésticos e resíduos industriais que não são
reciclados pelo sistema produtivo e nem biodegradados rapidamente pela natureza,
acarretando a destruição dos recursos naturais e a deterioração da qualidade ambiental
urbana. Outra questão que merece destaque é a escala abrangida pelo fenômeno, que é a
cidade, pois como afirma MONTEIRO (1995: 373) essa escala é mais ampla do que os
limites definidos pelo próprio sítio urbano, ocorrendo uma tendência à exportação de
problemas aos ambientes circundantes. MONTEIRO (1976: 135) salienta que, num
organismo urbano amplo como o das metrópoles, torna-se necessária a compreensão dos
mecanismos de difusão da carga poluidora dos setores onde ocorre a emissão para
aqueles outros que são contaminados. O autor prossegue, comentando que para a
compreensão desse mecanismo não basta limitar o estudo à observação meteorológica
padronizada para a análise aos níveis continental e global, sendo fundamental penetrar na
observação especificamente dirigida à climatologia urbana. O Sistema Clima Urbano é
regido por condições mesoclimáticas, mas a grande questão está nas diferenciações
microclimáticas ocasionadas pelas diversas coberturas e no balanço térmico urbano.
Portanto, as intervenções provocadas no sítio interferem na qualidade de vida dos
habitantes das cidades, gerando transtornos como as inundações em épocas de chuva, o
desconforto térmico e a má qualidade do ar. A atmosfera é um dos principais
transportadores de contaminantes químicos. A exposição a produtos provenientes da
queima incompleta de combustíveis fósseis contendo carcinógenos humanos, como os
hidrocarbonetos poliaromáticos, é relativamente constante nos grandes centros urbanos.
Após sua emissão por uma fonte qualquer, os poluentes percorrem diversos caminhos, em
sua difusão no ambiente, até chegarem ao solo, ar e/ou água. O nível de concentração em
cada ponto do percurso dependerá de diversos fatores, como a taxa de emissão, as
características de sua dispersão (em razão das propriedades do poluente e do meio) e a
179

taxa de remoção do ambiente por agentes físicos, químicos e biológicos ao longo de todo
o percurso. A interação entre um poluente e o meio receptor resulta em um efeito cuja
natureza, escala e importância, bem como sua variação ao longo do tempo, é objeto
central dos estudos de avaliação de impacto e risco (BRILHANTE, 1999: 48). Uma vez
que as emissões de poluentes para o ar tenham ocorrido, procede-se a transmissão. Os
modelos de transmissão tentam estimar a intensidade e a duração da exposição em razão
de um certo número de parâmetros relacionados à emissão. Estes incluem: taxa e
tamanho da exposição; forma da fonte (ponto fixo, linha, zona); posição (tanto horizontal
quanto vertical); característica do material emitido, tais como: se é gás, vapor ou aerossol
(líquido ou sólido), tamanho e densidade das partículas; distância entre a área fonte e os
alvos; condições meteorológicas (velocidade e direção dos ventos, estabilidade
atmosférica); e condições da topologia. Vale salientar que o transporte dos contaminantes
atmosféricos ocorre simultaneamente aos processos de mistura e diluição, através de
reações químicas. Por meio disso, as concentrações dos poluentes decrescem com o
aumento da distância das fontes emissoras e o nível das concentrações ambientais se
reduz. ROMERO (1998:04) reforça a ideia de que a poluição atmosférica é um dos
problemas urbanos de maior complexidade, afirmando que a distribuição espacial dos
contaminantes atmosféricos se relaciona com a morfologia da bacia aérea e dos sistemas
regionais e locais de ventos. Dentre os fatores de meso-escala que determinam os fluxos
de ventilação dentro do limite urbano está a variação diurna/noturna das direções das
brisas. Contudo, esses sistemas de ventilação são comandados por diferenças térmicas de
caráter topoclimático, resultantes, principalmente, da geração de ilhas de calor e de ar
frio. O autor prossegue, comentando que em uma bacia aérea o transporte de
contaminantes compromete a totalidade do sistema geográfico, de tal forma que as
alterações do uso do solo que ocorrem em qualquer ponto da bacia, afetam diretamente os
parâmetros in situ e as condições climáticas de áreas localizadas a grande distância.
MARTINS (1991: 107) destaca que a setorização do espaço urbano (produzida pelas
diferenças de uso do solo) gera repercussões em termos de tráfego de veículos. Quanto
mais especializado e concentrado for o espaço, maior é o tráfego gerado e, com isso,
maiores os impactos e custos ambientais. O autor prossegue frisando que transporte e uso
do solo são dois entes que interagem para o aparecimento da sobrecarga ambiental e dos
custos de imobilização, contudo são tratados como fenômenos estanques, tanto para o
controle da qualidade do meio urbano, quanto na manutenção da mobilidade. Os
investimentos públicos em infraestrutura para a garantia da acessibilidade geram
benefícios (vantagens locacionais) para o capital imobiliário, que por sua vez aumenta e
diferencia o valor do solo em um mesmo espaço urbano, acarretando uma ocupação
desigual. Portanto, a setorização do espaço urbano produz a necessidade de
deslocamento. Quanto mais especializado for o espaço, maior é o tráfego gerado e
maiores os impactos e os custos ambientais e de imobilização. Os custos de imobilização
estão relacionados com o padrão de viagens, que na realidade subdesenvolvida (baseada
na desigualdade sócioespacial) pressupõe deslocamentos qualitativa e quantitativamente
diferentes. A concentração das atividades somente se reverte em efeito inibidor da
localização quando as deseconimias de aglomeração geradas são maiores do que as
vantagens que são garantidas pela proximidade das facilidades urbanas, seja por
sobrecarga ambiental (poluição atmosférica, por exemplo), seja por custos de
imobilização (congestionamentos). Desse modo, o espaço urbano perde os atributos
180

locacionais originais (o que repercute negativamente no valor do solo). Para garantir o


desenvolvimento da área afetada torna-se necessária a intervenção no espaço urbano, que
invariavelmente trará consequências de qualidade ambiental do local e de suas
proximidades. Algumas propostas para a redução da poluição atmosférica Dos
combustíveis fósseis, o de melhor desempenho, do ponto de vista ambiental, é o gás
natural, cujas emissões de contaminantes atmosféricos são muito menores. SIRKIS
(1999: 70), comenta que o gás natural demanda uma atenção e um investimento do Poder
Público para que seja rompido o círculo vicioso que se estabeleceu: há poucos veículos a
gás porque há poucos postos de serviços para abastecê-los e há poucos postos de serviços
porque há poucos veículos a gás. O Poder Público pode estimular essa oferta reduzindo
taxas e impostos municipais para os postos de serviços e empresas de transporte coletivo.
Outra possibilidade a ser explorada são os biodieseis. Existem diversas formas de fabricar
biodiesel a partir do refino da soja e dos resíduos de caixa de gordura, com total
compatibilidade com os motores a diesel existentes. Em ambas as técnicas, o resultado é
um combustível a ser misturado com o óleo diesel com uma resultante final bem menos
poluente. Há também em desenvolvimento uma tecnologia que transforma o lodo
proveniente de estações de tratamento de esgoto em duas partes de carvão e uma de um
tipo de combustível semelhante ao biodiesel. Essa técnica, que ainda está sendo
desenvolvida na Alemanha e na Austrália, caso aceita, poderia ajudar na solução de parte
do problema do destino final do lodo das estações de tratamento de esgotos. Uma
alternativa já testada é a utilização do etanol como combustível que reduz as emissões de
monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx),
hidrocarbonetos (HC) e material particulado (MP), tanto no caso do álcool puro como da
mistura álcool-gasolina, quando comparada à utilização da gasolina pura. O etanol
substitui ainda os compostos de chumbo adicionados à gasolina para aumento da sua
octanagem, fato que possibilitou ao Brasil deixar de usar esses compostos desde janeiro
de 1989, sendo o segundo país do mundo a conseguir isso, estando somente atrás do
Japão (SANTOS, 1993: 193). Entretanto, o uso do etanol como combustível aumenta a
emissão de aldeídos (ROH), cujos efeitos para a saúde dos seres humanos e para a
atmosfera, quando combinados a outros poluentes, precisam ainda ser melhor
pesquisados. Portanto, quando comparado aos derivados de petróleo, o álcool é
considerado um combustível limpo. Esse fato está bem consolidado ao nível da
comunidade internacional, o que vem motivando determinados países desenvolvidos a
estudar a possibilidade de uso do etanol não somente como um combustível alternativo,
mas como uma estratégia de redução da poluição atmosférica. Os Estados Unidos, por
exemplo, passaram a exigir, a partir de novembro de 1992, através de Clean Air Act, o
uso, durante o inverno, em 41 cidades selecionadas, de 2,7% de oxigenados, equivalente
a 8% de álcool (SANTOS, 1993: 251). Deve-se ainda mencionar, como benefício
ambiental do uso do etanol, a contribuição para a redução do efeito estufa, não apenas por
causa da redução das emissões de CO2, como devido à seguinte relação: o ciclo de
crescimento da biomassa fixa o carbono existente no CO2 da atmosfera através do
processo de fotossíntese. Assim, a produção de matéria-prima para o fabrico do etanol
(cana-de-açúcar, milho ou beterraba) contrabalança a emissão de CO2 resultante do uso
do etanol como combustível. No caso dos combustíveis fósseis, o carbono retirado do
subsolo é emitido na atmosfera como CO2, sem chances de ser reciclado. Portanto, a
produção de etanol destinada aos veículos automotores minimizaria uma das grandes
181

questões ambientais da atualidade que é o aumento da concentração dos gases


responsáveis pelo efeito estufa, sobretudo o CO2. Atualmente, os cenários mais
favoráveis à redução de emissões automotivas estão relacionadas aos veículos elétricos.
A propulsão elétrica abre não só a perspectiva de veículos de ―emissão-zero‖ como, mais
adiante, de ―poluição-zero‖. Essa distinção é feita porque as baterias velhas constituem
um resíduo tóxico. O baixíssimo preço do petróleo é atualmente o maior obstáculo à
adoção de formas de transporte de ―poluição-zero‖, pois inibe investimentos que levariam
ao barateamento de custos, que tornariam esse tipo de veículo acessível ao consumidor
comum. É extremamente difícil compatibilizar a massificação dessas tecnologias
alternativas com essa situação desfavorável de mercado, tendo de competir contra o preço
mais acessível do petróleo. Uma outra via para reduzir o número de fontes poluidoras são
as vistorias realizadas pelo Poder Público, que têm como um dos seus objetivos coibir a
circulação de veículos velhos, inseguros e poluentes, o que se contrapõe à aspiração da
baixa classe média e de setores pobres emergentes que, muitas vezes, têm nesses veículos
com considerável tempo de uso um instrumento de trabalho. Além do mais, veículos bem
regulados poluem muitos menos e economizam combustível. A ventilação no espaço
urbano é de grande importância para reduzir os efeitos das emissões de contaminantes.
Por esse motivo a ventilação deve ser sempre considerada nos parâmetros edilícios e
fazer parte de planos de gestão da qualidade do ar. Distanciamento entre prédios,
construções que considerem os ventos, assim como a arborização de ruas, constituem
alguns critérios que devem estar presentes no planejamento urbano. A circulação de ar
nas cidades é tão complexa que é muito difícil fazer uma descrição precisa. De forma
geral, as velocidades médias do vento são muito menores ao nível da rua. Eventualmente,
são observadas intensificações localizadas devido às deflexões laterais decorrentes de
obstáculos ou devido à turbulência causada pela descida do ar após passagem por
edifícios. Cada rua tende a ter sua própria direção predominante do vento, dependendo da
orientação topográfica e da presença de obstruções localizadas. As condições de maior
estagnação do ar são normalmente encontradas em áreas com elevada densidade de
prédios com alturas uniformes. Nestes casos, o acúmulo de contaminantes atmosféricos,
oriundos principalmente dos veículos que trafegam por esses locais, pode se tornar um
problema extremamente sério. A importância da velocidade do vento em termos
biometeorológicos pode ser compreendida também de forma positiva, pois o movimento
adequado auxilia a remover os contaminantes atmosféricos e as brisas refrescantes podem
contribuir para o conforto térmico, tanto por ajudar a manter o campo microclimático da
temperatura mais ameno como pelo fornecimento direto de resfriamento ao corpo
humano. A arborização do meio urbano é um fator extremamente importante para a
qualidade do ar. Uma cortina de árvores, por exemplo, é capaz de reter mais de 80% das
partículas inaláveis emitidas pelos motores a diesel (SIRKIS, 1999: 78). Esses poluentes,
dos mais perigosos do ponto de vista da saúde pública, são também os mais pesados, com
menor capacidade de transporte aéreo. Por esta razão, áreas de lazer, praças com
brinquedos infantis ou equipamentos para exercício físico instalados a menos de 50
metros de via de trânsito intenso, é uma decisão urbanística que expõe os usuários desses
locais à poluição. YAAKOV & BITAN (1998: 03) reforçam a importância das áreas
verdes nos centro urbanos, devido à influência que a vegetação exerce nos parâmetros
climáticos de diversas áreas e seus arredores, reduzindo a radiação, a temperatura,
gerando a elevação da umidade e reduzindo a velocidade do vento. ALESSANDRO
182

&SCHULTZ (1998: 15), em estudo realizado na cidade de Mendonça, no Sudoeste da


Argentina, onde foi empregado para amostragem do material particulado o dispositivo
passivo Sigma II, puderam constatar nas áreas verdes com cultivo de árvores um notável
decréscimo da poluição atmosférica, sendo isso também percebido em jardins urbanos.
YAZGAN et al. (1998: 39) também destacam a importância das áreas descampadas e
verdes para o clima urbano e a qualidade do ar. Essas áreas são elementos indispensáveis
das cidades contemporâneas, com efeito funcional e estético. Na atualidade, em muitas
cidades do mundo onde o problema da poluição do ar existe, entende-se que é de grande
importância o efeito funcional de áreas descampadas e verdes no melhoramento do clima
urbano e da qualidade do ar. Todavia, apesar de sua importância reconhecida, as árvores
urbanas são a parte mais exposta do ambiente natural. As obras públicas, a construção
civil e outras atividades econômicas representam uma ameaça constante à arborização
pública, também atingida por pragas. A falta e o excesso de água, as condições de solo e,
sobretudo, o pouco cuidado dos habitantes com árvores, são ameaças que em conjunto
resultam numa crescente falta de locais arborizados, cujas consequências são fatalmente
sentidas pelos habitantes das cidades. Em muitas cidades, os programas de arborização
são postos como ―medidas compensatórias‖, ou seja, mecanismos que obrigam o
empreendedor a compensar uma derrubada de árvores plantando outras no próprio local
ou em outros. As medidas compensatórias não devem servir a princípio de justificativa
para o corte indiscriminado de árvores que poderiam ser preservadas com um pouco de
esforço de adaptação do projeto. É também considerada uma boa proposta a chamada
arborização por ―habite-se‖, adotada no município do Rio de Janeiro, que é a vinculação
de qualquer concessão da licença final de ―habite-se‖ de edificação multifamiliar,
comercial ou industrial ao plantio de determinada quantidade de árvores em áreas
definidas pela prefeitura (SIRKIS, 1999: 141). Esse mecanismo é valido como
instrumento de reforço à arborização pública, sendo necessário que a empresa se
responsabilize não apenas pelo plantio como também pela manutenção e eventual
reposição de mudas durante um período de tempo suficiente ao seu pleno
desenvolvimento. Outro mecanismo de reforço da arborização pública, que surgiu e se
consagrou em determinadas cidades brasileiras nos últimos anos, é a exploração do
espaço publicitário do protetor de mudas que funciona da seguinte forma: a prefeitura
permite que uma empresa explore o protetor de mudas como espaço publicitário, em
contrapartida esta empresa responsabiliza-se pelo plantio e manutenção das árvores até
um estágio que permita a remoção do protetor. Vale salientar que propostas como a
arborização por ―habite-se‖ e a exploração dos protetores de mudas complementam mas
não substituem um projeto que vise à formação de ―corredores verdes‖. Este tipo de
projeto deve ser executado por um órgão ambiental oficial dentro de uma clara definição
de prioridades em função das áreas mais críticas em quantidade de árvores. Contudo, para
um ambiente urbano saudável não basta criar espaços verdes, jardins, praças ajardinadas,
ou mesmo parques, há a necessidade de compreender como estes se integram às ruas
vizinhas, pois se tais locais não representarem um espaço comum aos moradores das
proximidades, a tendência é que devido ao pouco número de usuários acabem sendo
abandonadas pelo próprio Poder Público. Em determinadas situações o Poder Público é
obrigado a também tomar medidas consideradas antipopulares, como tem ocorrido no
caso do Estado de São Paulo. Partindo do princípio que os veículos automotores são os
principais causadores da contaminação atmosférica na Região Metropolitana de São
183

Paulo, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SMA) e a Companhia de Tecnologia de


Saneamento Ambiental (CETESB) desenvolveram um programa de restrição ao uso de
veículos, com o objetivo de reduzir os níveis de concentração de poluentes,
principalmente de CO. Em 1996, a restrição à circulação de veículos foi estabelecida por
lei, vigorando sempre nos períodos considerados necessários pela SMA e CETESB. O
rodízio de circulação de veículos, que vigorou de maio a setembro de 1998, evitou o
lançamento de 55 toneladas de CO na atmosfera (CERQUEIRA, 2000: 04), mas mesmo
com os benefícios decorrentes disso a opinião pública não foi totalmente favorável a este
tipo de medida, pois representa uma agressão ao direito do indivíduo de usufruir de um
bem seu. Portanto, o que está em debate é a própria cultura da sociedade, baseada no
valor da propriedade privada. A luta por uma melhor qualidade de vida deve ser de todos
os segmentos da sociedade, havendo uma urgência na redefinição de certos valores em
prol de um benefício coletivo. Considerações finais A poluição atmosférica é um dos
maiores desafios para a gestão das cidades, devido justamente aos diversos fatores de
ordem natural, social e econômica envolvidos. Fica bem evidente que qualquer proposta
de solução deve passar pela reformulação do espaço urbano, caracterizado por usos
diferenciados, reproduzindo a própria estrutura desigual da sociedade capitalista.
Somente será possível uma melhoria na qualidade ambiental das áreas urbanas a partir do
momento em que se alterem os paradigmas que norteiam os modelos de desenvolvimento
que transformam os setores produtivos da sociedade em agressores vorazes do meio. A
qualidade do ar fornece apenas alguns sintomas que, somados a outros problemas, como a
subnutrição, provocam um efeito sinergético que acaba por retratar as condições de vida
de largas parcelas da população vivendo em situação precária. Deve-se romper com a
falsa ideia de que os problemas ambientais são sentidos por todos da mesma forma.
Normalmente, essa tentativa de mascarar a realidade se apresenta em expressões como
―as cidades sofrem com a poluição‖. Será que todos os segmentos da sociedade
apresentam a mesma capacidade de reação? Em primeiro lugar, as classes mais abastadas
têm condições de estarem rodeadas por um número maior de amenidades, representadas,
por exemplo, por áreas verdes com uma ventilação mais eficiente e temperaturas mais
aprazíveis. E, mesmo que estivessem em exposição a algum nível de risco, teriam uma
capacidade de reação mais eficaz. Por exemplo, planos de saúde que forneceriam um
atendimento médico de qualidade, enquanto que a população menos favorecida poderia
apenas recorrer ao serviços públicos, encontrados, muitas vezes, em estado lamentável. A
realização de intervenções no espaço urbano visando a uma melhoria na qualidade do ar
resolveria problemas que estão sendo causados pelos próprios níveis baixos de qualidade
ambiental que muitas áreas estão apresentando. São locais onde a poluição atmosférica
está agindo como um fator de repulsão de investimentos do setor privado, sendo que a
partir do momento que essa ―externalidade‖ for removida ou minimizada, isso poderá se
traduzir numa maior atração de capitais e geração de recursos. Portanto, observa-se o
quanto a qualidade ambiental está relacionada com interesses econômicos, provando que
as ciências que se dedicam aos estudos das condições ambientais não devem mais se
prender a uma visão ―atomista‖ da realidade, caso contrário estarão sempre distantes de
propostas realmente aplicáveis. Um dos melhores exemplos disso está no tema abordado
por esse artigo, que é a poluição atmosférica, cuja compreensão ―aproximada‖ necessita
de um tratamento holístico que busque respostas na conjugação de elementos referentes à
dinâmica atmosférica (principalmente em termos microclimáticos), uso do solo,
184

características da morfologia natural e antropogênica do sítio e indicadores sociais da


população. Referências bibliográficas ALESSANDRO, M. & SCHULTZ, E. Airborne
dust Pollution in Mendoza, Argentina. In: Climate and environmental change – Pre-
Regional Conference Meeting of the Commission on Climatology, 1998, Lisboa. Anais…
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MCT, 1999. 38p. BRILHANTE, O M. Gestão e avaliação da poluição, impacto e risco na
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CALDAS, L. Q. de A. Gestão e avaliação de risco em saúde ambiental. Rio de Janeiro:
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São Paulo: Departamento de Geografia da USP, 1972. 104 p. GALVÃO et al. Indicadores
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abr./jun. 1998 MARTINS, J. A. O papel oculto do transporte no espaço subdesenvolvido.
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C. A. de F. Teoria e clima urbano. São Paulo: Instituto de Geografia da USP, 1976. 180
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Disponível na Internet via http://www.cepis.ops-oms.org/eswww/aire/. Arquivo
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Fundação Ondazul, 1999. 318p. YAAKOV, Y.; POTCHTER, O. & BITAN. A. The
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185

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Union – Comission on Climatology, 1998. p. 03-04. YAZGAN, M. E. et al. The
importance of open & green areas on urban climate and air quality in Ankara, Turkey. In:
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Union – Comission on Climatology, 1998. p. 39. WEHRHAN, R. Ecological problems in
large latin american cities. Applied Geography and Development, Tübingen, v. 47, p. 48
– 70, 1996.

Leia mais em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/meio-ambiente/poluicao-ambiental


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A importância de não poluir o meio


ambiente
O meio ambiente precisa ser preservado, pois é através dele que
conseguimos vários recursos para a nossa sobrevivência. Saiba como.
Vivemos em um planeta repleto de riquezas naturais e com
belíssimas paisagens criadas pela mãe natureza. É o nosso
planeta terra é o único que possui o bem mais preciso para
preservar a vida, a água potável. É importante preservar a nossa
água, o nosso ar, a nossa terra, enfim, o nosso planeta está
pedindo socorro.

A poluição prejudica a todos que vivem no mundo, seja ser


humano, animal ou até mesmo as plantas. Não poluir é além de
186

cuidar do nosso mundo, é preservar o ambiente em que vivemos,


para podermos ter uma vida saudável, usufruindo do planeta sem
prejudica-lo.
Saiba mais sobre a preservação do meio ambiente:

Meio ambiente e sustentabilidade


O conceito de sustentabilidade está ganhando força ao redor do
mundo. Esse termo engloba a preservação do meio ambiente,
pensando sempre no futuro, nas gerações que estão por vir. Assim
os recursos naturais são utilizados, mas de maneira que não
comprometa o ambiente que vivemos.

Existem alguns programas que auxiliam e trabalham com esse


conceito. Incentivando as pessoas a economizar energia, água,
optar por produtos que sejam sustentáveis, usar materiais
reciclados e reciclar os materiais que possuem essa opção.
Não poluir a água, como jogar lixo em rios, mares e lagos. Andar
de ônibus ou a pé, para diminuir os gases poluentes emitidos no
ar, as fábricas e indústrias também precisam tomar algumas
atitudes que evitam a emissão de gases poluentes.

Meio ambiente reciclagem


187

A reciclagem é uma atitude que salva o nosso planeta. Muitos


materiais demoram anos para se decompor e ainda prejudicam o
nosso solo, a água e o ar. Alguns materiais precisam ser
eliminados de maneira correta, como é o caso de baterias,
celulares e pilhas.

Garrafas pet, latinhas de refrigerante, papelão, papel, entre tantos


outros podem ser reciclados, virando outros produtos que serão
reaproveitados por outras pessoas. Todo esse material pode vir a
ser útil novamente.
Procure saber dos horários da coleta seletiva do seu bairro ou de
sua cidade. Você também pode procurar pessoas que vivem de
reciclagem e artesanato como em projetos sociais. Se cada um
fizer a sua parte, o planeta pode ser salvo!
Saiba mais sobre a preservação do meio ambiente nesse vídeo do
Youtube:

A importância da Natureza
Proteger o meio ambiente é fundamental para vivermos em
harmonia com a natureza e saber usar seus recursos com
responsabilidade.
188

Muitas pessoas não reparam como a natureza é bela. Os jovens


de hoje em dia não estão nem ai para a natureza e, se cortarem
uma árvore para fazer um lápis ou algumas folhas, eles não vão
falar nada, alguns acham que está certo, que as árvores foram
feitas para serem cortadas. Tem alguns jovens que falam que
entendem do problema grave que é cortar uma árvore, que
possuem dó quando a mesma é cortada, pois além de prejudicar o
meio ambiente, mata muitos animais, mas não fazem nada para
mudar esta situação ou mesmo para evitar que isso ocorra.
Mas, no nosso país ainda há o desmatamento, que está acabando
cada vez mais com nossas florestas. Uma melhora que podemos
relatar é a de cada coisa no seu lugar, ou seja, o lixo em seu
devido lugar, tem lugar só para vidros, outros para plásticos e
outros para papeis e assim vai. Esse novo argumento foi excelente
para todos, porque assim será separado todo o lixo e reciclado
não precisando cortar novas árvore.
Como é bom ver e presenciar a natureza, linda e perfeita com
borboletas nas flores, aves no céu, peixes nos rios limpos e todos
os animais vivendo em um lugar tranqüilo e sem poluição, pois
quem quer um lugar poluído? Ninguém meu caro, nem mesmo os
animais, afinal os animais não poluem, mas vivem sofrendo pelos
erros dos humanos.
Ninguém quer saber de viver em um lugar ruim, sempre procuram
o melhor lugar para morar, procuram lugares limpos e cheirosos,
pois viver em um lugar mal cheiroso é a pior coisa que existe.
Porém, por causa da poluição, vários bairros de São Paulo, por
189

exemplo, são mal cheirosos. E mais do que ninguém, os pássaros,


as aves, os peixes e os animais tem o direito de viver em um lugar
maravilhoso sem poluição. Há pessoas que lutam pelo bem dos
animais, pois a natureza não é só formada pela flora e sim
também pela fauna. Devemos e temos que dar mais valor a
natureza, olhar o que ela nos oferece de bom, como exemplos das
belas cachoeiras, das árvores lindíssimas, das flores e frutos, dos
pássaros cantando, e tudo mais.

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