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RENATO DE SOUZA
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2022
JANDERSON DE ARAUJO FRANCO
RENATO DE SOUZA
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A ESCOLA SUECA
Idealizada por Pehr Henrick Ling (1776–1839), a ginástica sueca surgiu com a
finalidade de extirpar os vícios da sociedade, em especial o alcoolismo. Com a missão de
regenerar a população, possuía um caráter não acentuadamente militar, mas sim “pedagógico”
e “social”. Deveria gerar indivíduos fortes que pudessem ser úteis à pátria, como soldados ou
trabalhadores civis (SOARES, 2004).
Ling acreditava que seu método assegurava a saúde, por ser essencialmente
respiratório, e a beleza, por seus efeitos corretivos e ortopédicos. Por isso, o destinou a todos,
independentemente de sexo, idade ou condições materiais e sociais, dividindo-o em quatros
partes: Ginástica Pedagógica ou Educativa – para todas as pessoas, tinha como objetivo
assegurar a saúde, evitar a instalação de doenças, vícios e defeitos posturais e desenvolver
normalmente o indivíduo; Ginástica Militar- com as mesmas características da pedagógica,
acrescentando os exercícios de preparação para a guerra; Ginástica Médica e Ortopédica –
também baseada na pedagógica, objetivava eliminar vícios e defeitos posturais, sendo
específica para cada caso; Ginástica Estética – mais uma vez apoiada na pedagógica buscou o
desenvolvimento harmonioso do organismo, utilizando-se da dança e de movimentos suaves
para proporcionar beleza e graça ao corpo (MARINHO, S/D).
“A extensão do movimento não ficou na Suécia, estendeu-se com entusiasmo por todo
o mundo, principalmente aos demais países nórdicos – Dinamarca, Noruega e Finlândia”
(RAMOS, 1982, p. 211). Na Dinamarca, o Método Sueco, foi chamado de Ginástica Racional
por ser fundamentado e consciente de seu objetivo. Entretanto, foi considerado inapto para as
necessidades e interesses da juventude dinamarquesa por ser composto por posições rígidas
(MARINHO, S/D). “Não é necessário modificar o fundamento nem o objetivo da Ginástica
básica, mas é o emprego dos meios que deve ser levado a um terreno mais firme” (BUKH,
1939 apud MARINHO, S/D, p.198).
Marinho (S/D, p. 206-08) traz alguns exercícios propostos por Bukh: extensão
lateral das pernas em posição acocorada nas pontas dos pés, com as mãos apoiadas no solo;
separação e extensão das pernas em posição acocorada nas pontas dos pés, apoiando as mãos
no solo; flexão unilateral lenta e profunda dos joelhos, em posição vertical com as pernas
abertas e em colaboração com um companheiro; torsão do tronco com movimento unilateral
de braço para fora em posição vertical com o tronco inclinado para a frente, as pernas abertas
e os braços flexionados horizontalmente à altura dos ombros.
Também inspirada na Ginástica Sueca de Ling, temos a Calistenia. Para Silva (S/D), a
Calistenia não é um sistema próprio de ginástica, mas sim uma série de exercícios ginásticos
localizados, com fins corretivos, fisiológicos e pedagógicos, que pode integrar perfeitamente
qualquer sistema ginástico. Por estar em constante evolução teria grande vantagem sobre os
sistemas clássicos.
A ESCOLA INGLESA
Para estes autores, a origem da atual Ginástica data do início do século XIX, quando
surgiram quatro grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola
Francesa, sendo a primeira mais relacionada aos jogos, atividades atléticas e ao esporte.
A Escola Inglesa, satisfaz suas necessidades através do trabalho com jogos, atividades
atléticas e esportes. (AYOUB,2004). Para Lorenzini “a Escola Inglesa contribuiu com
influências e universalização de conceitos acerca de jogo, atividade atlética e esporte
avançando com o conhecimento da performance de alto rendimento, o qual atualmente é à
base das modalidades esportivas olímpicas. ”
Esses métodos têm como objetivo principal: Equilíbrio orgânico e dos sentidos; Busca
do autocontrole e respeito à regra; organização e direção para ser levada à vida futura.
Ao analisarmos a escola inglesa percebe-se que seus ensinamentos eram voltados aos
jogos esportivos, executados de forma correta, com base na criação de regras, organização,
técnicas e padrões de condutas, sendo assim, a ginástica era pouco difundida.
Referências
LORENZINI, Ana Rita et al. O conteúdo ginástica em aulas de Educação Física
escolar. Educação Física Escolar: teoria e política curricular, saberes escolares e proposta
pedagógica. Recife: EDUPE, p. 189-205, 2005.
MEDEIROS, Ana Karoline Oliveira de. A ginástica como conteúdo da educação física
escolar. 2015.
RAMOS, J. J. Os exercícios físicos na história e na arte. 1 ed. São Paulo: Ibrasa, 1982.
SILVA, N. P. Ginástica Moderna com Música (Calistenia). 2 ed. São Paulo: Cia Brasil
Editora, [19].
SOUZA, E. P. M. de. Ginástica Geral: uma área do conhecimento da Educação Física. 1997.
163f. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física da Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 1997.