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Manual Prático de

Liderança Pessoal e Profissional


com Ferramentas de Programação Neurolingüística
e Inteligência Emocional
EU, LÍDER EFICAZ (Q-E-)
Manual Prático de
Liderança Pessoal e Profissional
com Ferramentas de Programação Meurolínguística
e Inteligência Emocional
Paulo Vieira

EU, LÍDER EFICAZ (QJ&)


Manual Prático de
Liderança Pessoal e Profissional
com Ferramentas de Programação Neurolingüística
e Inteligência Emocional

7 a EDIÇÃO
Copyright © 2008 Paulo Vieira
Autor
Paulo Vieira
Capa
Plano Comunicação
Diagramação
Dárcio Pinheiro
Conselho Editorial
Assis Almeida / Rejane Nascimento / Luísa Vaz

PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA

Rua Antônio Pompeu, 1711 - Centro


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Website: www.febracis.com.br
V657 e Vieira, Paulo
Eu líder eficaz (Q.E.), Paulo Vieira. - 7* ed. -
Fortaleza: Premius, 200S,
132 p.

ISBN - 85-7564-166-2

1. Liderança - Estilo I. Titulo

CDU 316.46
SUMARIO

Idedicatória . ....7
Í X3S1TRODUÇÃO. ...9
COMO LER ESTE LIVRO 13
. COMO ESTÁ A SUA VIDA. .. 15

CAPÍTULO I
AutO'Responsabilidade.................................... .. 17

CAPÍTULOII
Linguagem Avançada................................... ...35
CAPÍTULO III
A Tecnologia para Realização de Metas... ..45
CAPÍTULO IV
Quadros Mentais........................................... ,.69
CAPÍTULO V
Crenças........................................................... ..79
CAPÍTULO VI
Cura do Rancor e da Inveja......................... ,.99
CAPÍTULO VII
Auto-estima-. a crença sobre nós mesmos 107

BIBLIOGRAFIA. ... 131


DEDICATÓRIA

p;#7: V
*V'ò'v-'; Este livro é dedicado a todos os meus clientes e alunos
:;^:com quem tanto aprendi.
1 ; À minha amada esposa Camila tão dedicada e paciente
'que, exaustivamente, revisou e discutiu comigo cada palavra
deste livro.
À minha filha Júlia, maior realização da minha vida, que
- \ está prestes a nascer.
," A toda minha família, pelo estímulo e apoio. E ao meu
, editor, Assis Almeida, que viu os resultados obtidos nos
: seminários e muito insistiu para que eu escrevesse este

livro.
E, sobretudo, agradeço a Deus que, com seu poder, fez
grandes transformações na minha vida.

Paulo Vieira

7
I

!
INTRODUÇÃO

Minha intenção ao escrever este livro foi ajudar de


ígiãneira prática e consistente a todos os líderes que já rece­
beram treinamentos de liderança, conhecem as técnicas e
pqnceitos, entretanto, não conseguiram ainda maximizar seus
Írespltados através das pessoas. Ele sèrá útil também para
vtodas as pessoas que desejam exercer a liderança de forma
^produtiva, usando as técnicas e ferramentas de eficácia aqui
^abordadas.
Após treinar e acompanhar milhares de pessoas em
técnicas gerenciais e de liderança percebi, na prática, que muito
mais do que técnicas e processos, uma liderança eficaz exige
dos profissionais inteligência emocional, equilíbrio, domínio
próprio, auto-estima e, sobretudo, uma profunda vocação de
ajudar as pessoas a crescerem e se desenvolverem.
A hipercompetitividade e a turbulência econômica de
nossa época têm exigido cada vez mais pessoas e profissionais
fortes, com um claro senso de identidade, competência e
valor, capazes de vencer um grande desafio da liderança: mu­
dar a si mesmos, suas atitudes, comportamentos e paradigmas
para que, desta forma, sejam agenciadores comportamentais
também de sua equipe, conduzindo-os a um novo nível de
excelência pessoal e profissional.
O mundo está repleto de gerentes e desesperadamente
carente de líderes. Afinal, para gerenciar basta seguir manuais
de organização, sistemas e métodos, acompanhar estoques,

9
produção e processos, medir a satisfação do cliente, etc.|
Entretanto, para liderar deverá ser um eximio conhecedor;|
da alma humana, com uma profunda vocação de servir à sua^
equipe, buscando sempre seu crescimento e desenvolvimento. ;i
Para ser um líder você-deverá ser seguido, imitado e querido, i
Projetará uma visão na qual todos da equipe apostarão suas i
fichas e confiarão seus passos e futuro.

Você deve administrar o negócio, mas não se


esqueça de que as pessoas você lidera.
General Schwarzkpof

Técnicas de liderança são, sem dúvida alguma, necessá­


rias para o sucesso de um grande líder. Todavia, estas têm sua
eficácia comprometida se o profissional não trabalhar os sete .
fundamentos da mente humana abordados neste livro:

Io Auto-responsabilidade
É a certeza absoluta de que você é o único responsável
pelos resultados que tem colhido. Este tipo de líder não reclama
que sua equipe não faz isso ou aquilo, que está tudo errado, que
sem a sua presença as coisas não acontecem. Afinal, ele sabe que
se algo não vai bem ele é o responsável. E não adianta cobrar
mudança da equipe sem que primeiro ele tenha mudado a si.

2° Linguagem avançada
E um conteúdo fundamental que os líderes modernos
devem saber utilizar para gerar resultados vistosos com seus
liderados. Este fundamento consiste em saber usar a voz e seu
grande poder, a expressão corporal e principalmente as palavras
de forma a potencializar a si e as pessoas sob a sua guarda.

10

'I 3o Uso da PNL para grandes conquistas através
de metas e objetivos
IjvTodo gerente deve conhecer os seus processos mentais
Ò também de seus liderados, para propor e obter resultados
õíidiosos de ordem pessoal e profissional.

4o Crenças como processo de transformação


Crença é toda certeza interiorizada em nossa mente e
eoração. É a forma pela qual compreendemos a nós mesmos,
jjfínalmente crença é algo que nós aprendemos e por isso
|p;demos desaprender e novamente reaprender. Os grandes
"deres sabem como estabelecer em si e em sua equipe crenças
fprtalecedoras, que os direcionarão ao sucesso.

5° Quadros mentais e visualização criativa


São maneiras de trabalhar a inteligência emocional e
pbter de si e de sua equipe resultados cada vez maiores.

6o Cura do rancor e da inveja


Os líderes atuais são pessoas leves e descontraídas, que
não carregam pesos emocionais, relacionam-se com as pessoas
com mais eficiência e por isso conseguem melhores resultados
através de sua equipe.

7o Elevada auto-estima
Este líder deverá conhecer-se muito bem, praticando
o exercício da autoconsciência e construindo dia a dia a sua
auto-estima, para que desta forma possa irradiar coragem,
força, determinação e ousadia para sua equipe.

Dominando estes sete fundamentos qualquer pessoa


poderá ser um líder, mas pata isso, como já íalei anteriormen-
te, deverá passar pelo primeiro grande desafio da liderança:
mudar a si mesmo antes de esperar e cobrar mudança^
nos outros.

Para finalizar, fica uma mensagem de Tzu-sun a todos os]


atuais e futuros líderes:

“Um exército de cervos liderados por j


um leão é mais temível que um exérci- '
to de leões liderados
por um cervo.”
Tzu-sun

12
COMO LER ESTE LIVRO

• Willian Tobby disse uma vez que para você apreender


ãò apenas aprender) 62% de uma coisa você deverá lê-la ou
Sisti-la seis vezes. Por isso, adote o sistema de ler pelo menos
[tias vezes cada capitulo. Depois, concentre-se nos títulos e
títulos, nos assuntos gerais, nas idéias centrais. Sublinhe na
nda leitura os pontos chaves, as idéias centrais, os detalhes
ftécnicos. Adapte os exemplos à sua realidade ou recriando-os,
Sublinhando as frases que mais se encaixam em sua situação
de líder eficaz.
Para cada capítulo são propostos exercícios que deverão
|ser praticados com determinação e disciplina para que os re­
sultados venham em um menor tempo. É importante lembrar
fique o processo de aprendizagem ocorre em períodos de 7 dias
|í:e se sedimenta após 21 ou 28 dias. A repetição destes exercícios
ppdurante este período é de fundamental importância para sua
^-•transformação pessoal e profissional. Para obter resultados
■ll; ainda maiores, você deve repetir os exercícios por mais 21
t V dias. Todavia, muitos exercícios deverão ser praticados sempre,
^ garantindo mudanças constantes em sua vida.

Embora os mestres e os livros sejam auxiliares necessários, é do


esforço próprio que se conseguem os mais completos e
brilhantes resultados.
Garfield

13
... Você possui recursos internos para direcionar sua vida e
profissão no caminho certo...
Paulo Vieira
14
COMO ESTÁ A SUA VIDA?

;Quero dizer, como você está? Como estão seus sonhos e


izações? Sua vida está triste ou alegre? Próspera ou mesquinha?
i, amor de sobra? As oportunidades têm aparecido? Você tem
|hquistado seus objetivos? As pessoas o valorizam e respeitam?
JV.'■ /Resumindo: você está feliz? Você se sente realizado?
YY ... Seja como for, é você quem se tem colocado onde está hoje.
.ócê é o único responsável pela vida que tem levado, Você, unica-
ênté você, tem construído sua vida como ela é hoje.
á>;.! .. A partir do que eu disse, você tem agora duas alternativas:
ina é continuar pensando e vivendo como vítima azarada, cheia
revolta ou desânimo, conformismo ou inveja. Continuar no jogo
qcoitadinho. Sofrendo e tendo pena de si mesmo. Quem sabe,
‘irida, você seja daqueles que adoram intelectualizar seus dramas,
fqírimentos e dilemas. Sempre encontrando uma desculpa perfeita
âcaseus fracassos e derrotas. Sendo sempre os “outros” os culpados
.'elas suas tragédias e desgostos.
Este livro e principalmente este capítulo é para todos
‘ s:que se cansaram de ser vítimas do mundo, para os que desistiram
*e sofrer, e resolveram tomar as rédeas de suas vidas nas suas mãos.
aqueles que decidiram reaver o controle e a direção de suas
yVidas e finalmente usar o livre arbítrio dado por Deus e de forma
ftesponsável direcionar suas vidas à felicidade.
Vemos muitas pessoas com o mesmo discurso: você não me
^respeita. Você não me valoriza. Você não me ama. Que nada! As
pessoas refletem o seu auto-respeito e o seu valor próprio. Se eu me
^respeito, certamente os outros também me respeitarão. Se eu me
Yvàlorizo, os outros também me valorizarão. As pessoas me tratam
Como eu mereço ser tratado.
Vi uma pessoa que assolava toda a família com murmú­
rios, lamentações, críticas sem fim, fazendo-se de vítima e jamais
'aceitando que existisse alguém em uma situação pior que a sua. E

15
win
Bill
quando alguém lhe falava de seus problemas, ela logo sorria e cotisl
um prazer mórbido provava que seus problemas eram muito maioresjj
que seus sofrimentos eram muito mais doídos. \'m
Quem é assim? 1
Claro que nós não nos parecemos com esta pessoa. Os outrosj
sim, nós não. Tudo de errado é sempre feito pelos “outros”. ;!
Existem outras pessoas que têm na ponta da língua explicai
ções místicas para os seus sofrimentos: é o meu carma, dizem uns.
Ou ainda, devo ter jogado pedra na cruz. Será que é assim? Pois se:
for, de que adianta fazer planos, lutar pelos nossos sonhos e objetivos,'
se no final não temos controle de nossas vidas? Se estamos apenas
cumprindo algo pré-determinado?
Uma outra categoria de pessoas culpa a Deus por tudo de
ruim que lhe acontece. Quando alguém lhe pergunta: como estão
as coisas?, ela logo vem com aquela cara de tristeza, o olhar de de­
sesperança e diz: “Está como Deus quer”.
E quem disse que Deus quer que você sofra? Vamos parar de
culpar Deus por tudo. Vamos agora usar o livre arbítrio e-assumir ;
a responsabilidade pela vida que estamos levando, como um autor
se responsabiliza pela sua obra. A vida que levamos é a maior obra |
que podemos criar. Vamos criar nossas vidas, ou melhor, vamos :
recriar nossas vidas. Colocando mais cor, mais brilho, mais intensi- ]
*3
dade, mais amor, mais coragem, mais paixão em tudo que fazemos i
e sentimos. -i
Será que você é do tipo que tudo de ruim que lhe acontece :
atribui à inveja dos outros ou à macumba que os invejosos fizeram
contra você? Será que alguém costurou a boca de um sapo com seu '
cabelo dentro? Largue disso, vamos deixar de dar poder a quem ■
não tem poder. Deixar de dar força a quem não tem força. Pois se
macumba e mau olhado funcionassem, o Padre Quevedo já estaria
morto.
Vamos tirar o vaso cheio de alho, sal, pimenta e canela de
cima do móvel, e vamos colocar mais otimismo, mais coragem. Vamos
colocar FÉ em Deus, FÉ no Criador. Afinal, se Deus é por mim quem .
será contra? Se ele me dá pastos verdejantes, quem o tirará de mim?
Vamos sonhar mais, amar mais, sorrir mais, perdoar mais.
AFINAL, DEPENDE DE NÓS!

Paulo Vieira
16

jl _ _ _ _ _
podemos escolher o que pensamos, o que falamos e
conseqüentemente o que sentimos,
isso se chama livre arbítrio.
Paulo Vieira

AUTORESP ON $ ABILIDADE
JpAúto -responsabilidade
j: É a certeza absoluta (crença), de que você é o único
|Hwrisâvel pela vida que tem levado. Conseqüentemente,
épê éa única pessoa que pode mudá-la.

Posso ser um líder?


p"': Sim, você poder sei um líder. A liderança é um bem que
:o,de ser adquirido pelos que não a têm, aprimorado e maxi-
izado para quem já faz uso dela, seja no trabalho, no esporte,
qu em casa com os filhos.
■.

Desafio para ser um líder eficaz


O grande desafio para ser um líder eficaz é ter coragem
*;e-olhar para dentro de si, contemplando-se verdadeira-
stf^fenie, percebendo pontos fortes e fracos, acertos e erros.
fEíitendendo realmente quem é, o líder é capaz de mudar a si
Itnesmo.
O erro mais freqüente em liderança é tentar mudar as
Jpessoas sem antes mudar a si. Cobrar e esperar que os lidera-
|dos ajam de forma diferente, antes mesmo de existir qualquer
.^mudança no próprio lider. A mudança na equipe é uma con­
seqüência direta da mudança do líder.
;C Se você anda reclamando da sua equipe, que ela
não faz nada correto, que está tudo errado, que sem você por
perto nada funciona, existe um grande problema: VOCÊ!
A auto-responsabilidade é o primeiro fundamento que
/üm líder precisa aprender a pôr em prática para alcançar os
’ resultados através das pessoas e atingir o sucesso profissional.
Este capítulo mostrará que nós, como seres humanos, somos
•■ absolutamente responsáveis pela vida que temos levado. As-
19
sim, podemos crer que, como imagem e semelhança de Deus, ;
possuímos todos os recursos internos necessários para com!
duzirmos nossas vidas de forma autônoma e responsável em
direção aos nossos objetivos e metas.
Lembre-se de que você possui recursos suficientes para
direcionar sua vida e profissão no caminho certo, como tam­
bém pode ligar as máquinas a todo vapor na direção das trans­
formações pessoais, sejam elas as mais simples, como também
as mais desafiadoras e inimagináveis.
Para a auto-responsabilidade fazer diferença na vida de
alguém, além de uma crença forte e arraigada, deve também ser
um princípio filosófico, um princípio moral, um princípio de
vida. Ao assumirmos a responsabilidade pela nossa existência
pessoal e profissional, reconhecemos de forma clara e objetiva
que os outros seres humanos não existem para nos servir, mui­
to menos para satisfazer nossas necessidades e cumprir nossas
expectativas. É injusto, autoritário e imoral tratar as outras
pessoas como meio para nossos fins, assim como não somos
meios para os delas.
Não seria verdadeiro dizer que se vive de maneira auto
-responsável quando se culpa a equipe pelo insucesso, ou se tem
uma boa justificativa para cada um dos seus erros e fracassos.
Em uma determinada empresa, algumas pessoas do
departamento comercial estavam constantemente reclaman­
do que faltava isso ou aquilo. Que sem uma impressora laser
não poderiam apresentar propostas adequadas, que não
havia computadores suficientes, que os preços estavam fora
dos valores de mercado, que as metas eram inatingíveis, etc.
Ao agirem desta forma (reclamando, criticando e achando
desculpas e culpados), estas pessoas transferiam a respon­
sabilidade dos resultados de seu trabalho para a empresa e
para o meio externo, tornando-se passivas e reativas. Sem o
controle dos seus destinos profissionais. Será que a falta de
20
is uma impressora laser tem o poder de fazê-las vender
fenos, será que realmente faltam computadores? Será que o
j está acima do de mercado? Se tudo isto é verdade, por
jüe éntâo outros profissionais da mesma empresa vendem
iknto com os mesmos recursos?
Estas pessoas que reclamavam, eram justamente aquelas
j|ue vendiam menos, que davam uma pior assistência aos seus
feliéntesj as que se atrasavam para as reuniões, que frequente­
mente faltavam aos treinamentos oferecidos pela empresa e
le não faziam pós-venda, etc.
Esta postura reativa acontece por ser muito mais fácil
Ifpriticar os outros que reconhecer suas falhas. Mais fácil exigir
Ipue os outros mudem que buscar mudanças pessoais. É muito
’filiais fácil apontar os erros e defeitos nos outros que olhar para
iJfos próprios.
Para que mudar, se são os outros que estão errados?

TEXTO COMPLEMENTAR

OS OUTROS
“Só concordo em parte com Luis Fernando Verríssimo, quan-
v do ele mostra, em crônica ótima e sem nenhum preconceito (!!!), que
Pí\|;; j o.povo não presta, que toda a ruindade do país resulta da existência
dò povo. Veríssimo que me desculpe, mas atribuir tudo de ruim só
ao povo é incorreto e incompleto: o povo é aquilo mesmo, talvez
\ até mais, porém não é o único responsável por tudo estar errado.
. Existem os outros que não prestam, vamos às eleições de 1989: todos
queriam Lula, mas na hora da verdade, vêm os outros e votam em
Gollor. A anarquia que reina no congresso nada tem com o povo,
Que não vota leis. São os outros que votam. Os outros fumam nos
0-.. ônibus e elevadores e nem se preocupam com as boas maneiras
ou as proibições. “Os outros que obedeçam”, dizem cinicamente.
Quem é que não sabe votar? Quem fura as filas? Quem
üdirige sem cuidado, achando-se dono das ruas só porque tem
21
carro? Quem entra na contramão? Quem buzina quando abril
o sinal verde? Quem é que gosta de dupla caipira? Quem fala ná;
volta dos milagres? Quem acredita no choro da santa? Quem|
' Os outros e ninguém mais. Alguém já viu ou teve notícias d|
acidentes que não sejam provocados pelos outros? Nunca! Eü,;
quando viajo, nem me preocupo comigo, mas com os outros,?
que são irresponsáveis, ultrapassam nas curvas, guiam comi
excesso de velocidade, etc. Os outros, sempre os outros. Os)
outros são nossa desgraça!
Mas quem são, afinal, os outros? Devem ser entes sobre­
naturais, pois nunca os outros os identificam. Todos criticamos ;
ou nos escondemos por trás dos outros, todos projetam nos i
outros os traços rains de personalidade, todos esperamos que
os outros cumpram com o dever, mas ninguém diz quem os j
outros são.
Os próprios outros não se reconhecem. Com certeza, =
lendo esta crônica, os outros vão achar que os outros a quem
me refiro são os outros.
Uma última acusação, gravíssima, os outros plagiam os
bons cronistas. Esta crônica, por exemplo, parece coisa dos i
outros.” Luciano LiraMacedo

Pessoas com a auto-estima pouco desenvolvida rejeitam ^


toda forma de feedback, como também evitam olhar para dentro j
de si e reconhecer o seu EU, tão incompleto, imperfeito ou |
incapaz. Custa muito entender que elas próprias são os outros. |
É mais fácil construir uma falsa imagem de si, como de vítima |
da incompetência alheia ou dos reveses do mundo, que assumir :'i
quem é verdadeiramente. )
O líder auto-responsável dirige sua vida com planos
bem elaborados, com ações concretas, úteis e consistentes. \
Não justificará seu insucesso pela falta de oportunidade ou j
pela influência negativa de outras pessoas ou circunstâncias j
alheias. Esta pessoa usará a humildade e autoconsciência para 1
refletir da seguinte forma: o que eu fiz que não deu certo? O \
22 i
poderia ter feito e não fiz? Que habilidades preciso adqui-
||ie não possuo? Já que “fulano” me compreendeu mal, o
^preciso mudar na minha comunicação para que ela seja
;éficaz?
. Aüto-responsabilidade é uma maneira ativa de se
iÇionar diante da vida. De viver conscientemente, pen'
jdo de forma independente ao conformismo passivo das
"ínças e paradigmas alheios.

Jeeá que ISSO ACONTECE COM “OS OUTROS”?

“Se eu parasse de culpar meu marido por toda a mi-


ia infelicidade - disse uma pessoa de 50 anos - eu teria de
sumir a responsabilidade por meus atos; teria de encarar o fato
que sempre senti pena de mim mesma e que gosto disso; teria
5 reconhecer que ainda sonho em ser salva pelo meu pai; teria
e admitir que gosto de ser vítima; teria de agir de outra maneira;
|Çria de trabalhar e ganhar dinheiro; ter coragem para enfrentar
“■vida; teria de parar de culpar até mesmo a Deus; não poderia
•mais simplesmente ficar sofrendo.”

Um gerente relatou: “Para eu ser um grande líder, eu teria


;de ser mais firme. Deveria deixar de ser o bom samaritano da
Jçtnpresa, aquela pessoa que sempre resolve os problemas de todos
|è esquece os objetivos da própria empresa. Teria de deixar de
;me sentir incompreendido e injustiçado pelo diretor. Seria mais
;ássertivo na comunicação com minha equipe, deixando claro o
.que espero dela e cobrando resultados cada vez maiores. Não
"poderia mais ficar reclamando da ineficiência dela e esperando
' à distância que cada um fizesse a sua parte. Eu teria de ser firme
e forte, eu deixaria de ser um deles, eu deixaria de ser querido.”

“Para aceitar que sou responsável pela minha vida e pela


minha felicidade - disse um senhor - eu teria de encarar a
23
vida de frente; não poderia passar 10 horas por dia na frent
da televisão; teria de conversar mais com minha esposa; teri
de validar mais minhas opiniões diante dos outros; deixaria di
dizer que as coisas estão como Deus quer, não poderia continua
maltratando meu corpo com bebida e cigarro; teria de me ali
mentar de forma mais saudável; teria de parar de ter problemas
e de ser vítima das circunstâncias. Eu teria de ter sucesso”.

“Se eu assumisse a responsabilidade por minhas emoções


- disse uma mulher que saturava a família com suas reclamações
- não ficaria tão deprimida; veria quantas vezes me faço muitç
infeliz; saberia quanta raiva reprimida estou sentindo; admitiria
quanto da minha infelicidade é despeito e inveja; pararia de
. esperar dos outros e faria algo em meu benefício; teria de pres-
tar atenção nas coisas boas da vida; teria consciência de quéi
tento fazer com que as pessoas sintam pena de mim; veria com
freqüência que posso ser feliz e realizada.”

As pessoas acima terão uma profunda mudança em dire-


ção à realização pessoal e profissional quando perceberem que;
ninguém está vindo salvá-las, ninguém irá consertar suas vidas,
ninguém vai resolver os seus problemas. Se elas não fizerem
alguma coisa, nada irá melhorar ou mudar positivamente, j
Muitas pessoas ainda sonham com o seu príncipe en-|
cantado ou com o seu salvador. Esperam que o patrão irájj
ajudá-lo, que o pai vai voltar e resolver seus problemas, que a,]
crise econômica vai passar, que vai ganhar na loteria. Tudo isto j
pode oferecer um certo conforto e alento, mas nos torna cegos, 1
passivos e impotentes diante das inúmeras possibilidades que.
se apresentam diante de nós. E ainda nos torna incapazes de I
vencer os desafios e obstáculos da vida. ']

AUTO CONSCIÊNCIA
A “autoconsciência” é o principal fator que nos difere !
24
m:--
pérhaís animais. Pensar a respeito dos próprios pensamen-
psentimentos é uma capacidade exclusivamente humana.
A autoconsciência é o motivo pelo qual o homem tem
luído de geração em geração e os outros animais conti-
atn como há milhares ou milhões de anos. E por causa
p:a habilidade que podemos aprender tanto com as nossas
)$eriências como também com as de outras pessoas. Fazendo
Én uso dessa habilidade, pode-se deixar velhos e destrutivos
®|jiitos e adquirir outros, novos e fortalecedores. A partir daí
]|>|iseguimos melhorar e transformar nosso ser.
Para entender melhor a autoconsciência, façamos o
|p||.uinte exercício: feche os olhos e saia de si (mentalmente),
pjojete-se para o canto superior da sala ou quarto onde você
§tá, e tente olhar para você com os olhos criativos da mente.
Observe como você está agora. Tente processar suas
Idéias como se você fosse uma outra pessoa olhando para você
ri.esmo. Continue assim por algum tempo. Agora responda às
Hèguintes perguntas:
- Como está seu estado de espírito?
- O que está sentindo?
^ - Como você percebe seu estado mental?
Como você se sentiu fazendo este exercício? Foi fácil?
|sVocê se dedicou a ele ou preferiu dar continuidade à leitura?
| Por quê?
Essa habilidade de pensar sobre os próprios pensamentos e
í: sentimentos é justamente a “autoconsciência”, esta tão importan­
te capacidade que podemos e devemos usar para nos tomarmos
seres humanos cada vez melhores.
Nós somos o que pensamos, o que falamos, o que sen­
timos e somos também o nosso próprio estado de espírito.
Uma pessoa com a autoconsciência pouco desenvolvida
projetará suas vontades, cobranças, crenças e paradigmas na
vida dos outros, exigindo que pensem e se comportem como
ela quer ou acha que seja certo. Esta pessoa terá uma linguagem
mais ou menos assim:
25
' "Se eu faço assim, fulano também tem de fazer”;
- “Não existe funcionário comprometido hoje em dia”;
- “Não tem jeito, já tentei tudo, nada dá certo...”
- “Foi tudo culpa dele”;
- “Ninguém me compreende”;
- “Fiz tanto por você e é assim que me agradece”;
- “Essas coisas só acontecem comigo";
- “Devo ter jogado pedra na cruz.”

Modelo de uma pessoa reativa


Alguns anos atrás, após uma batida de trânsito na cidade
do Rio de Janeiro, envolvendo dois carros, o motorista de um
outro automóvel sentiu-se humilhado ao reclamar do engarra­
famento que aquela batida estava causando ao trânsito, pois
úm senhor, proprietário de um dos veículos batidos, ignorou
as suas reclamações e o mandou seguir adiante afirmando
que todos ali já estavam de cabeça quente e não queriam mais
problemas. Este jovem intempestivo, sentindo-se humilhado e
agredido pelas palavras do senhor, parou o carro logo â frente
e partiu para uma agressão descabida e mortal, enfiando uma
chave de fenda no coração do senhor.
O resultado desta resposta animalesca foi um senhor
morto, uma família destroçada e um jovem com um futuro
pela frente preso junto a toda sorte de criminosos de carreira.
Este rapaz, infelizmente, não sabia que entre o estímulo
(as palavras do velho) e a resposta (a agressão), existia a liberdade
de escolha ou livre arbítrio. E que a liberdade de escolha é um
maravilhoso presente de Deus, pronto para ser usado, porém
com muita responsabilidade.
Uma pessoa reativa possui uma linguagem, seja ela
verbal ou corporal, que tenta absolvê-la de toda responsa­
bilidade. Esta linguagem deriva da crença de que ela não
pode fazer nada a respeito de sua vida. Ela está sempre
transferindo suas responsabilidades de sucesso e felicidade
para os outros. E quando alguém questiona uma pessoa
26
Ua. ela diz: f‘Eu sou assim e pronto; eu nasci assim, eu cresci
ivou morrer assim”. Costumo dizer durante os seminários
festas pessoas sofrem da “síndrome de Gabriela.”
^■Ás pessoas reativas são influenciadas basicamente pelo
|ierite «eterno. Se o tempo está bom, a pessoa reativa está
. Se o tempo estiver ruim, ela está ruim, e seu desempenho,
mor e disposição mudam negativamente.
Ii Se entram muitos clientes na loja e compram, o líder rea­
to-está bem e feliz. Entretanto, se os clientes não aparecem,
fgq ele reclama do shopping, da crise, da equipe e chega até
J:stno a culpar a sorte, ao invés de buscar em si ações práticas
t'ç.pnsistentes para reverter o quadro. Esta pessoa quando se
eipte maltratada ou ofendida, reage imediatamente na mesma
jpeda. Se as conseqüências são terríveis, isto não importa, o
vportante é que a resposta foi dada, doa a quem doer, mesmo
§ué doa apenas nela.

MODELO DE UMA PESSOA REATIVA


(Adaptação do modelo de Stephen R. Covey)

estímulo —* resposta

Acredito que se aquele rapaz tivesse colocado entre o es-


^tímuio e a resposta princípios, valores e a autoconsciência, ele
teria ignorado a fala do senhor e seguido em frente, mas, pela
í falta de inteligência emocionai, ele optou pela pior alternativa
possível, a agressão mortal.
'
Isto de forma nenhuma justifica um crime, porém
1
'f elucida a importância de usarmos nossa autoconsciência
entendendo nossos sentimentos, ações e reações, e, assim,
tolocarmos entre o estímulo e a resposta a nossa liberdade
27
de escolha. Uma pessoa com a auto-responsabilidade desenvob
vida é capaz de exercer com eficiência a liberdade de escolha.
Podemos mudar propositada e responsavelmente nossos
pensamentos e sentimentos a respeito de qualquer coisa, pode­
mos escolher nossas palavras e também alterar beneficamente
nosso estado de espírito.
Todas essas mudanças só acontecem porque temos a ha­
bilidade de pensar a respeito de nós mesmos, entendendo-nos
e por isso discernindo e decidindo que caminho tomar. Conti­
nuar como éramos ou buscar novos caminhos e possibilidades.
Certamente, com o uso das habilidades da autoconsciên-
cia e auto-responsahilidade, poderemos constantemente estar
refletindo e propondo mudanças em nós mesmos e vivendo
de forma proativa, direcionando e determinando a vida que
levamos.

MODELO DE UMA PESSOA AUTO-RESPONSÁVEL


(Adaptação do modelo proativo de Stephen R. Covey)

Estímulo

1ii
Liberdade de escolha
7/
autocooscitncia i \N‘I criatividade

valora e priocípi«| livre escolha consciência

III
(^""resposta

28
,w‘ ; A capacidade de submeter uma reação a um valor, prin-

’io ou objetivo, é a essência de uma pessoa ãuto'responsável.


^ Uma pessoa auto-responsável certamente continua
Jndo influenciada por fatores externos, o que muda é que
"s reações aos estímulos são escolhas baseadas nos valores,
rincípios e objetivos que ela possui.

Exercícios para facilitar a conquista


da auto-responsabilidade

•i) Para mim auto-responsabilidade significa..........................................


t-, -

W) Aceitar a responsabilidade pela minha felicidade implica


§£m mudar as seguintes características em mim......................................

s$;3.) Eu me vi fugindo de minha responsabilidade quanto ao


meu trabalho quando............................................................................
Í ... ....................................................................................

4) Às vezes fico passivo diante de..........................................................


.......................................................................................................................
W■
5) Se meu sucesso profissional pertence a mim, então............................

6) Se sou o único que pode mudar a minha vida, então.........................

' 7) Se ninguém vem para me salvar


8) Não é fácil admitir que

9) Sinto-me mais auto-responsável quando

10) Sinto-me menos auto-responsável quando

11) Estou me conscientizando de que

Para que este exercício gere melhores resultados, ele deve­


rá produzir modificações na inconsciência e na racionalidade.
E isto será obtido, lendo e escrevendo constantemente os 11
pontos acima, e sempre que possível acrescentando elementos.
novos.
No capítulo de linguagem avançada veremos todo um
conteúdo lingüístico que facilitará bastante a obtenção da
auto-responsabilidade.

Práticas diárias para a Conquista da


Auto-Responsabilidade

Dentro de toda questão lingüística existe uma prática


extremamente salutar que gera uma grande mudança no
comportamento de quem a pratica. Esta técnica baseia-se em:

1) NÃO CRITICAR NADA NEM NINGUÉM


2) NÃO JUSTIFICAR SEUS ERROS
3) NÃO SE FAZER DE VÍTIMA
4) NÃO BUSCAR CULPADOS
5) NÃO RECLAMAR DE NADA.
30
Assim, você estará colhendo frutos fascinantes muito
' tes do que você possa imaginar.
Para que a prática acima seja mais frutífera e em menos
ipo, é importante que escreva estes 5 critérios em um papel e,
jçadavez que repetir inadvertidamente um deles, anote, reflita,
yá se policiando e acompanhando a evolução. Ter alguém de
a]i6a confiança e convívio para alertá-lo destes 5 maus hábitos,

támbém é uma boa idéia.

Deixando bem claro


Ao falar de forma tão enfática a respeito da importância
i assumirmos a auto-responsabilidade pela vida que levamos,
iê desta forma nos tomarmos responsáveis pela nossa felicidade,
|pelas nossas conquistas e, sobretudo, responsáveis pela nossa
íptópria existência, não quero dizer, contudo, que somos capa­
zes de controlar todos os aspectos de nossas vidas, que nunca
•Sofreremos um acidente ou que nunca seremos vitimas de
inossas falhas e também de falhas alheias.
Entendo que existe um Deus soberano, e tudo o que
; acontece está subordinado a Ele e que, “não cai uma folha de
uma árvore que Ele não permita; nem cai um fio de cabelo de
sua cabeça que Ele não consinta”.
Não concordo com a teoria segundo a qual o homem
:póde controlar e ser responsável por tudo o que acontece na
^isua vida, isto seria ser Deus, ou melhor, brincaT de ser Deus.
f .Temos controle sobre muitas coisas e sobre outras não temos
£ controle algum. Se alguém se responsabilizar por questões que
f iéstão além do seu controle, como por exemplo, solucionar a
' fome do mundo, acabar a desigualdade social, a felicidade
alheia, trará sérios riscos à sua auto-estima e às crenças sobre si
P mesmo, uma vez que estas expectativas jamais serão plenamente
^ satisfeitas. Desta forma, será uma pessoa infeliz e constante-
mente frustrada.
31
Vil AVI

j-lí*
Entretanto, se for para o outro extremo e negar a respo:
sabilidade por questões que pode mudar e controlar, esti
igualmente pondo em risco sua auto-estima e as crenças sobij
si mesmo. Todo ser humano precisa saber diferenciar entre\
que pode controlar e o que não pode. Existe uma oração quj
fala mais ou menos assim:
“Deus, dê-me a capacidade para mudar o que eu possí
mudar. Dê-me paciência para aceitar o que eu não poss<
mudar. E, sobretudo, dê-me sabedoria para distinguir umi
coisa da outra”.

TEXTO COMPLEMENTAR
Como mudar o mundo ;
Eis o que conta de si mesmo, o sufir Bayazid: “Na juven­
tude, eu era um revolucionário e assim rezava: Dai-me energia^
ó Deus, para mudar o mundo!” ;
Mas notei que metade da vida já passara sem que eu
tivesse mudado homem algum. Então, mudei minha oração,
dizendo a Deus; “Dai-me a graça, Senhor, de transformar os que|
vivem comigo dia-a-dia, como minha família e meus amigos;!
com isso já ficarei satisfeito...” %
Agora que sou velho e tenho os dias contados, percebo.1
bem quanto fui tolo assim rezando. Minha oração, agora, é ape-.j
nas esta: “Dai-me a graça, Senhor, de mudar a mim mesmo. Se?
eu tivesse rezado assim, desde o princípio, não teria esbanjado?
e desperdiçado minha vida.”

TESTANDO O QUE APRENDEU


Uma jovem senhora lamenta-se constantemente, dizen­
do que seu marido não a valoriza, que não dá a atenção que
ela merece. Ela reclama e se queixa que ele prefere fazer
qualquer tipo de esportes a estar com ela. Na verdade diz;
ela: “Ele não faz a menor questão de estar comigo”. Pergun­
tei a ela qual era a sua atitude diante de tanto descaso do
32
pó. Ela disse que não deixava por menos, que cada vez que
s;aía para fazer um esporte ou passear com os amigos ela bri-
íçpm ele, pois tinha certeza de que um dia seu marido veria
listava errado, afinal disse ela: “Água mole em pedra dura,
tobate até que fura”. E por mais que ele fosse cabeça dura
«dia ele iria mudar, e se não mudasse, pelo menos ela tinha
^ábafado e posto para fora toda a sua raiva e ressentimento.
Se você fosse um terapeuta da auto-responsabilidade,
iàis dos conselhos abaixo você daria àquela jovem senhora?
fedo lado direito ou do lado esquerdo? Assinale-os.

Ppobre ás promessas que ele the fez no altar. 1) Não reclame nem fique cobrando
SjiSiga-o e descubra se além do esporte são atenção.
li:; existe outra mulhen 2) Ocupe seu tempo livre com programas
Busque uma maneira de mostrar o quanto que independam dele.
Epstc é egoists. 3) Fortaleça seu ciclo de amizades.
ãJlSaia sem dizer para onde para ele ficar 4) Não fique tentando mudádo apenas
preocupado e prestar mais atenção em você. com palavras.
jij'Chore e mostre o quanto está sofrendo. 5) Seja amiga e leal.
Mostre quanto o filho sente a falta dele.

f Use roupas sensuais paia ele ficar com ciúme


|r.e lhe dar mais atenção.
|),Reivindique pelo menos um passeio por
6) Mostre que seu amor é incondicional
7} Mostre que você i uma mulher feliz e
realizada independente dele.
8) Não fique criticando sua íbtma de viver.
semana.

Se você optou pela coluna da direita, parabéns, isto quer


izer que você compreendeu bem o assunto abordado. Caso
;ènha optado pela coluna da esquerda releia atentamente este
capítulo sublinhando e marcando os pontos mais importantes.
Paso tenha escolhido alguns pontos de uma coluna e outros
flà outra, leia o próximo capítulo que suas dúvidas serão es­
clarecidas.

33
A boca do insensato é a sua própria destruição, e os seus
lábios, um laço para sua alma.
Provérbios 18: 7
Ninguém pode ter maior ou menor domínio
do que o que exerce sobre si.
Leonardo da Vinci

LINGUAGEM AVANÇADA

i

h
LINGUAGEM AVANÇADA

ftàto da boca o coração se farta, do que produzem os lábios se satisfaz.


i e a vida estão no poder da língua.
Provérbiol8 20-21

tg. ' " Através da linguagem corporal, falada e escrita, é que


pstramos quem somos e o que viemos fazer neste mundo. A
inguagem deixa claro quais são os paradigmas das pessoas, suas
ienças, nível de maturidade, seu estilo e postura; sua forma
fe vér a si mesma e o mundo.
: Uma vez que nossas atitudes e comportamentos derivam
èstes paradigmas e crenças externados pela linguagem, pode-
los usar nossa autoconsciência para entender quem somos (no

ais profundo do nosso ser). Para isso deveremos compreender


s origens e efeitos da linguagem que usamos.
Mesmo sendo repetitivo, é importante ressaltar mais uma
fez.que é fundamental que o indivíduo faça a autoconsciência
florescer, para que ele possa entender a si e a seus pensamentos
para, em seguida, iniciar um grandioso processo de mudança.
? Através da linguagem, podemos quase que automatica­
mente distinguir quem é uma pessoa reativa de quem é uma
pessoa auto-responsável, podemos distinguir quem busca de
fforma inteligente algo mais de sua vida e quem se debate em
frustração e falta de esperança.

37
Evoluindo a Linguagem
Linguagem Reativa X Linguagem Auto-responsável i'\

Linguagem Reativa Linguagem Auto-Responsável

• Isto sempre acontece comigo -O que eu fiz para que isso acontecesse?;
• Ninguém me respeita -Eu me respeito e me faço respeitar. , v;
- Sempre fiz assim e deu certo -O que posso fazer para melhorar? ;j

- Ninguém me aceita como eu sou -Quem me aceita como sou?________ Ji


- Não posso fazer isso_______________ -Eu escolho fazer ou não isso._______
~ Eu preciso fazet isso -Eu prefiro fazer ou não isso._________
- Ah» se eu pudesse fazer isso...________ -Quais recursos buscarei para fazer issò?
^Tenho que passar no vestibular -Será muito bom passar no vestibular. :•.)
- Eu devo ser um bom ouvinte_________ -Será melhor eu ser um bom ouvinte.
- Promoção nesta empresa é impossível -O que devo fazer para alcançá-la?

Que tipo de linguagem você tem usado? Você tem zé


petido frases reativas ou auto-responsáveis? Analise bemaj
tabela acima e compreenda seu estilo. Busque uma pessoa da
confiança e peça ajuda para identificar seu estilo.
Na programação neurolingüística, as palavras “todos”,|
“ninguém”, “nenhum”, “cada”, “sempre”, “nunca”, são denód
minados quantificadores universais, um sinal de que a pessoà|
está supergeneralizando, sem observar as exceções. Este tipo dei
linguagem empobrece seu usuário em termos de possibilidadesíj
e escolhas, debando que experiências do passado tomem-se^
realidades eternas na sua vida.
O desafio para as pessoas que usam quantificadores uni­
versais é desfazer as generalizações para, em seguida, mudar í
crenças e paradigmas.
Vamos a um exemplo bem elucidativo de como acabar
com o uso de Quantificadores Universais na sua linguagem ou,
ainda, como ajudar outras pessoas neste intento-.
Imagine um líder que utiliza a seguinte frase: “Todq fun­
cionário é descomprometido”.
Vamos submeter essa pessoa aos seguintes desafios:
38
épita o quantificador universal em forma interrogativa:
Jlbdo os funcionários são descomprometidos?

xagere: você está me dizendo que todos os funcionários


jÈjuê você já teve até hoje foram descomprometidos, e ne­
nhum deles foi dedicado e interessado pela empresa e seu
ítrabalho?

^Contra-exemplo: você já encontrou algum funcionário


iqpe fosse comprometido? Você consegue lembrar-se
: de algum momento em que um funcionário foi supercom-
í/prometido?

^Descubra a origem da generalização: que funcionário


f :éspecificamente é descomprometido?

Com estes desafios possibilitamos a quebra do paradig­


ma ou crença de que todo funcionário é descomprometido,
/fornecemos condições de essa pessoa passar a ter ótimos
profissionais comprometidos. E desta forma, possibilitar seu
crescimento profissional.
Se cada empregado, colaborador ou funcionário que
|àsta pessoa contratasse, ela estivesse predisposta e de ante-mão
‘ Ó visse como uma pessoa descomprometida, provavelmente não
/passaria muito tempo com ele, fechando qualquer possibilidade
■de montar e liderar uma equipe de alto desempenho.
Ao identificar codificadores universais e aboli-los de sua
/ linguagem diária, irá ampliar suas possibilidades, tornando seu
/desenvolvimento pessoal e profissional ilimitados.
Dentro da linha lingüística, identificamos outro tipo de
/linguagem tão prejudicial quanto os quantificadores universais,
são os operadores modais. Os operadores modais podem ser
dè dois tipos:
de necessidade: “ é necessário”, “tenho que”, “devo”,
"preciso de/que”, “exige de mim.”

de impossibilidade: “não posso”, “não consigo”, “é im­


possível.”

Vamos a outro exemplo elucidativo:

“Eu não posso aceitá-lo do jeito que é.”


Desafios:

1. O que aconteceria se você pudesse aceitá-lo como ele é?


Isto faz com que a pessoa se projete para o futuro fazendo o
que antes era impossível.

2. O que você teria de fazer para que pudesse aceitá-lo (


como ele é? E como seria? Isto fez com que a pessoa se
projete novamente para o estado desejado futuro.
3. O que o impede verdadeiramente de aceitá-lo como :
eleé?
Isto reunirá informações necessárias para uma tomada de;
decisão sensata e honesta. 1

Tanto os operadores modais quanto os quantificadores -


universais são as principais armas de uma pessoa reativa na-
perpetuação de sua situação. Pata tomar-se uma pessoa Auto í
-Responsável é de fundamental importância que faça bom uso J
de sua linguagem. 1

Algumas pessoas, ainda hoje, negam a Bíblia como,|


um livro sagrado, entretanto, não podem negar a infinita^
sabedoria que nela está contida. Desde o velho testamento, j
até o último dos livros do novo testamento, existem alertas e|
ensinamentos de como usar a linguagem, retratando o valor e |
40
■{importância que a palavra tem para quem a profere como
fambém para quem a escuta. E ainda deixa extremamente
claro o poder devastador que a palavra possui quando é
áhal dita, mal usada, mal colocada e mal empregada.
E o melhor de tudo isso: podemos escolher quais
■palavras sairão de nossas bocas e quais palavras entrarão por
^nossos ouvidos. O maravilhoso exercício do livre arbítrio.

O que a Bíblia fala das palavras


Salmo 14:1-3 “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta
.dos meus lábios.”

{Provérbios 10: 20-21 “Prata escolhida é a língua do justo, mas


ó coração dos perversos vale mui pouco. O lábios dos justos
apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos.”

‘Provérbios 11: 9 “O ímpio, com a boca, destrói o próximo,


!mas os justos são libertados.”

Provérbios 15: 1-2 “A resposta branda desvia o furor, mas a


palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios adorna o co­
nhecimento, mas a boca dos insensatos derrama estultícia.”
'i /
‘Provérbios 15:4 “A língua serena é árvore de vida, mas a per­
versa quebranta o espírito.”

Provérbios 15:7 “A língua dos sábios derrama conhecimento,


rnas o coração dos insensatos não procede assim.”

rovérbios 18:7 “A boca do insensato é a sua própria destruí­


do, e os seus lábios, um laço para sua alma.”

rovérbios 21: 23 “O que guarda a boca e a língua, guarda a


uâ alma das angústias.”
41
Romanos 3:13-14 “A garganta deles é sepulcro aberto; comi
língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,;J|
boca, eles a têm cheia de maldição e amargura.”

Pedro 3:10 “Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refrèié
a língua do mal e evite que seus lábios falem dolosamente.”

Estas passagens bíblicas também têm nos alertado sobrè


o poder atômico das palavras e é no mínimo perigoso usá-laS
de forma irresponsável e impensadamente. 5

Modelos de linguagens
Uma ótima maneira de melhorar nossa consciência sobre
o nível de auto-responsabilidade que possuímos é entender
como íalamos e também perceber onde concentramos nosso:
tempo e nossa energia. Assim, apresento aqui dois modelos que
distinguem bem as pessoas que possuem auto-responsabilidade
das que são reativas. E que, certamente, vão nos ajudar como;
um ótimo instrumento para que possamos ter um entendi-:;
mento melhor de nós mesmos.

Modelo Auto-Responsável

(a zona de influência desta pessoa está constantemente cres- |


cendo). |
42 ,1
Itriódelo acima, refere-se a uma pessoa auto-responsável, que
jpperde tempo reclamando. Ela entende que o tempo e energia
gè ela gastaria reclamando, ela poderia usar para conquistar
lis objetivos. Os auto-responsáveis focam apenas nas coisas que
■qdem mudar. Valorizam os pontos fortes das pessoas e em vez
e criticá-las por seus erros, eles as entendem e orientam. Suas
ãlavras são otimistas e agradáveis.

As pessoas auto-responsáveis que usam uma linguagem


ròativa concentram-se na zona de influência, e todos os seus
iforços e energias são direcionados em tudo o que podem
ridar, em tudo que podem influenciar, em tudo que podem
risformar. A natureza de seus esforços e energias é positiva e
.grandecedora, buscam o crescimento e o desenvolvimento,
cando sempre na solução.
As pessoas reativas, no entanto, concentram seus esfer­
as na zona de preocupação. Seu foco recai nas fraquezas dos
jitros, e não na fortaleza; Tecai nos problemas externos, e em
das. as circunstâncias incontroláveis.
Esta forma reativa de viver resulta em postura e pala-
,as acusatórias, cobranças, atitudes repletas de lamentações,
;; zèndo-se de eterna vítima. Esta pessoa usa constantemen-
fe linguagem reativa, (ver tabela comparativa linguagem
fêativa x linguagem auto-responsável no início do capítulo).
O reforço negativo do comportamento e da linguagem
téativa provocam uma diminuição da zona de influência e
éonseqüente aumento da zona de preocupação.

Um líder de sucesso concentra suas energias e esforços


na zona de influência, um líder frustrado, e não realizador
concentra sua energia na zona de preocupação.
Modelo Reativo

(A pessoa reativa tende a diminuir cada vez mais sua zona dé


influência).

O modelo acima refere-se a uma pessoa reativa, resistente a mudan­


ças, que foca prioritariamente os problemas. Tenta a todo custo:
chamar a atenção, nem que seja fazendo-se de vítima e praticando
a autocomiseração. Esta pessoa está sempre se queixando de tudo
e de todos e fica feliz quando as coisas dão errado do jeito que ela
previu com todo o seu pessimismo. Da sua boca saem palavras
destrutivas e conta tninadoras.

44
i'ro, seja bem-sucedido no lar. Busque e seja digno da
ajuda divina e tenha objetivos grandiosos.
Paulo Vieira

A TECNOLOGIA PARA REALIZAÇÃO


DE METAS
tI
]
i

I
i A TECNOLOGIA PARA REALIZAÇÃO
DE METAS

AS 3 ARMADILHAS
Muitas pessoas dizem que querer é poder. Que se você
lealmente quiser algo, você o terá. Infelizmente, isto não refle-
|é:a:realidade prática das pessoas. E o mundo continua com
lhòes de pessoas que querem e querem muito, porém, são
||ustradas por não alcançarem seus objetivos e não realizarem
|èiis sonhos. Percebemos aí a primeira armadilha das metas:
cjuerer é poder.
£: Muitas pessoas têm chegado a mim durante os seminários
|íé Potencialização Humana e Tecnologia do Sucesso e falam de
|eus lindos sonhos, e me perguntam o que eu acho deles. Ao
líiivés de responder, pergunto como elas pretendem alcançá-los.
É. neste momento, percebo que muitas delas estão diante de
ilhais uma armadilha: o sonho pelo sonho,
p Muitas pessoas fogem ou não enfrentam a realidade da
' vida escondendo-se atrás de seus sonhos. Elas passam a maior
' :parte do tempo sonhando e se fartando com a idéia de como
Í
m.
séria a vida quando seu sonho acontecesse.
m.E muito cômodo, pois não existe frustração, afinal não
existe empenho, muito menos o fracasso, pois para haver ffa-
d, deve ter havido esforço e tentativa.
Certa vez conheci um jovem que sonhava passar no
vestibular para uma grande faculdade de publicidade, entre­
tanto ele não estudava o mínimo necessário. Conversando
/ com ele, pude compreender como seus pensamentos seproces-
ifsavam, entendi que enquanto a faculdade fosse apenas um so-

47
nho, ele não teria compromisso com ninguém, nem mesri
com ele próprio. Entretanto, se ele transformasse seu sonho
um objetivo e começasse a estudar de verdade com dedicaçãíj
responsabilidade pelo seu sucesso, passaria a gerar expectativí
nas outras pessoas e nele também. E para ele uma expectati#
não cumprida seria um fracasso. Aquele jovem, apesar d
todo seu potencial, tinha um enorme medo de fracasso e
críticas e cobranças que se seguiriam caso ele não passasse!
O sonho serve para criar uma visão de futuro, o desef
da satisfação de uma necessidade, a resolução de um pro
blema. O sonho deve ser apenas um start, o pontapé inicial
A partir daí será necessário transformar o sonho em umj
meta, um objetivo claro e mensurável com data certa pát|
ser realizado.
Sonho é apenas um sonho e, como todo sonho, não teu
o menor compromisso em realizasse.

Outro tanto de pessoas tem estabelecido objetivos da


I forma certa, com planejamento, dedicação e todos os critérioà
t
I necessários para o sucesso e realização. Mas com o passar dq
) tempo, elas descobrem que na verdade estavam correndo atrás|
dos objetivos de outra pessoa, estavam atendendo a expectativasj
que não eram delas. Percebem que a realização deste objetívol
não as fará felizes, muito menos realizadas. Elas caíram ern.1
outra armadilha: subir o monte errado.
Tente imaginar a frustração de um alpinista que planejou|
durante anos subir até o último estágio do Monte Evereste,
preparou-se e, quando finalmente chegou lá, descobriu quej
todo o sacrifício não valeu a pena. Ele percebeu que foi muito
risco para pouca aventura. Muito trabalho para pouca diversão. 1
E ainda, descobriu que não precisava ter provado nada para
ninguém.

48
a Üm bom exemplo foi Jonh Rockfeller Jr. que foi criado
^substituir seu pai à frente da maior empresa do mun-
fazê-la crescer ainda mais. Para isso, fez as melhores
.Sldades, sendo preparado exaustivamente desde criança
ia essa desafiadora missão. Ele percebeu que durante
ps de sua vida, esteve subindo o monte errado, focando
.Jetivos que não eram seus, estabelecendo metas que não
’átisfaziam.
Ele estava muito mais interessado em ajudar as pessoas,
fminuir a desigualdade social, e promover o bem-estar geral,
ie em amealhar mais dinheiro, abrir novas empresas ou con-
fistar novos mercados. Após esta constatação, ele reposicio-
sua escada (missão) e passou praticamente toda sua vida
iãndo fundações, universidades, hospitais, colégios e todos
i tipos de entidades e ações de filantropia, fazendo justamente
> contrário do que foi preparado.
Se você não está preso a nenhuma destas três armadilhas:
guerer é poder, sonho pelo sonho e subir o monte errado,
:á agora iniciar uma maravilhosa viagem pelo campo das
-tealizações, dos atingimentos e das conquistas pessoais.
O maior dos problemas relacionados a metas e objetivos
% justamente a falta dos mesmos. Pessoas que passam a vida, ou
.-melhor, que a vida passa por elas, e não deixam suas marcas,
pão fazem história, são pessoas passivas, muitas vezes reativas,
íque vão levando a vida, um dia após o outro, “como Deus
^quer.” Sua única preocupação são os prazeres momentâneos,
‘ou fugir dos desprazeres imediatos. Este tipo de pessoa leva
uma vida medíocre, pobre, esperando que os outros a façam
1
a feliz. Em certos momentos aceitando “humildemente” o que
í a vida tem a lhe oferecer e em outros, reclamando, criticando,
I culpando; porém nunca fazendo nada de efetivo e concreto
para mudar a situação atual.

49
MOMENTO DE REFLEXÃO

* Que tipo de profissional é você?


Auto-responsável ( ) ou Reativo (
' Querendo mudar?
Sim( ) Não ( )

► Sobretudo disposto a agir corajosa e responsavelmèt


em direção a seus objetivos?
Sim ( ) Não ( )
1 Disposto a tentar, eventualmente, errar e sempre apre|
der com seus erros?
Sim ( ) Não ( )

Se suas repostas foram positivas, então mergulhe nesí


capítulo e conheça como a mente funciona em relação!
conquista de objetivos. E construa uma nova realidade pa|
sua vida.

Não há fracasso, apenas resultado


Às vezes, pessoas ao se aventurarem em um
ou meta, não obtêm êxito e amargam uma terrível sensaçã
de derrota e fracasso. Para algumas poucas, esse fracassl
preliminar serve de motivação e aprendizagem, entretanto
para a grande maioria, este primeiro fracasso torna-se uii
fator desmotivador, gerando um enorme medo de tentar|
fracassar novamente.
Tomas Edson, quando estava inventando a lâmpada!
foi chamado de lunático, pois já havia “fracassado” mais d|
1000 vezes em seus experimentos e tentativas para acendê-la
4
e mesmo assim não desistia. A cada tentativa "fracassada” elef
sorria e dizia: "Aprendi mais uma maneira de como não fazet|
lòrma estou mais perto da maneira correta e, conseqüen-
nte, mais perto do sucesso.”
iíTomas Edson sabia que não existia erro, apenas feedbar

O chamado “fracasso” é um caminho para a excelência.


O erro é uma etapa fundamental no processo de apren­
dem.
A diferença entre erro e fracasso é muito simples. O
é um “feedback de Deus"; é quando você faz algo que
;dá certo ou não gera os resultados esperados. Se você
|-a humildade suficiente para aprender com este erro, terá
iO fazer diferente, corrigir o que não deu certo e tentar
^ámente. Certamente suas chánces desta vez serão
aiores.
Já o fracasso ocorre quando os resultados pretendidos
ab são alcançados, recebemos os feedbacks da vida, porém
'ssa arrogância e falta de humildade, não nos permitem
citar e reconhecer que fizemos algo errado ou mal feito,
^"imos de forma reativa, tirando a responsabilidade pelo
hsso erro, achando culpados; justificando o ocorrido ou
inda, criticando a atuação de outras pessoas. Esta pessoa
ovavelmente tentará de novo, no entanto ela fará da mesma
, sem correções, sem ajustes, sem mudanças. E provavel-
énte errará de novo, de novo, de novo e de novo, até que
çsista de tentar ou que, finalmente, reconheça seus etros e
prenda com eles.

Como agir no “fracasso” ou erro


) Não busque culpados: reconheça o que você fez que não
deu certo, ou não gerou o resultado esperado.
Não critique: criticar não é o mesmo que orientar, corri­
gir ou disciplinar. A crítica não serve para nada, a não ser
para responsabilizar os outros pelo nosso fracasso ou, ain­
da, para desabafar e se vingar.
51
3) Não justifique seus erros: faça como Tomas Edson, acei­
te seus erros, pois são ótimos balizadores que o orienta-;
rão na direção do sucesso.
4) Não reclame: na busca de resultados positivos, é importam;
te que não desperdicemos energias reclamando e lamentando.'
A mesma energia que usamos para reclamar, é a que usamos
para atingir nossos objetivos.

Usando o cérebro para alcançar metas


Na conquista de nossas metas e objetivos, usaremos nos­
sas faculdades mentais. Usaremos os dois lados do cérebro: o
lógico e organizado lado esquerdo que racionaliza, pensa, pla­
neja, idealiza, sistematiza; e o lado direito, criativo, subjetivo,,
inconsciente, emocional, poderoso, realizador.
Usaremos fundamentos neurocerebrais para maximi-zar-
mos nossos atingimentos em direção ao sucesso, integrando '
ambos os lados do cérebro de forma harmônica e congruente;
na direção certa.
A maneira como nos sentimos no mais profundo do^
nosso ser faz grande diferença. São nossas crenças sobre nós;
mesmos que determinam a diferença entre o fracasso e o su-;
cesso, o pensar e o agir, o querer e o realizar.
Usar com excelência o lado esquerdo (racional), es tu-;
dando muito, fazendo vários cursos, conquistando muitos;
certificados, expondo muito bem as idéias, não garante su- ;
cesso e muito menos a realização de seus objetivos. Pois séj
assim fosse, bastaria fazer uma boa pós-graduação, fazer um l
bom MBA (master bussinness administration), que o sucesso 1
estaria garantido profissionalmente. Entretanto, o que nós^
vemos no competitivo mercado profissional, são líderes tec- jj
nicamente capacitados, com o currículo recheado de cursos J
porém inabilitados emocionalmente para alcançar sua metas |
e gerar resultados práticos. |
irtttiulrirmi'iii

Para que possa atingir seus objetivos com um mínimo 1


52
;;de desgaste e no menor tempo possível, é de fundamental
importância ter compreendido os capítulos sobre auto-res-
•ponsabilidade e linguagem avançada ao ponto de entender
seu estado presente (comportamentos, pensamentos e sen­
timentos) e a partir daí buscar os recursos necessários para
estabelecer o estado desejado mais adequado e coerente com
seus objetivos.
Você pode imaginar uma pessoa que vive com um olhar
;fracassado, cabisbaixo, que reclama da vida e do mundo, que
se julga uma eterna vítima, sendo capaz de estabelecer objetivos
desafiadores, tentando motivar sua equipe a atingir metas e
objetivos grandiosos? Certamente não, seria um grande contra-
senso e incoerência.
Para que esta pessoa possa atingir um objetivo desafiador
' como este, primeiro ela precisa mudar seu estado interno atual
para um estado interno vencedor e capaz, coerente com seu
objetivo.

A mente e o corpo fazem parte do


mesmo sistema cibernético.
O desenho abaixo mostra como se comporta o ser hu­
mano na busca de seus objetivos: primeiro identificando seu
estado interno atual, para em seguida buscar recursos em dire-
; ção a uma mudança pessoal. E numa terceira etapa estabelecer
um novo estado, capaz, forte, poderoso e coerente com seus
; objetivos e metas.

ESTADO ATUAL ESTADO DESEJADO


RECURSOS
• 1’UNSAMI NtH ■ pensamento
- í OMI'ORI'AMIMf i • COM? 0 HTA Y1ENTO
• SI S l'!\tl Nii ) ■ sentimento
Ip:;

Felicidade, riqueza e sucesso não são objetivos* .,


subprodutos de uma missão pessoal garantida por objetive

Para atingir uma meta, você deverá percorrer o caminl


que o separa dela, decidindo exatamente onde quer chegar. Al
sim, sua atenção e energia se voltam agora para os recursos qi|
serão necessários para percorrer esse caminho. Provavelment
você precisará mudar seus pensamentos, comportamentos ||
sentimentos. E toda essa mudança exigirá determinação, mç
tivação e muita energia. E importante que este novo estadia
desejado seja algo que você realmente queira, caso contráriqj
será improvável que você consiga fazer o percurso para chega
aonde quer, superando os obstáculos que existem no meio dq|
caminho, mas principalmente, superando os obstáculos que
existem dentro de você.

“Pessoas altamente realizadas não têm nenhum tipbf


especial de massa cinzenta no cérebro» Simplesmente apren-a
deram o processo de alcançar seus objetivos - geralmentef
tentando, e aparentemente fracassando muito mais vezes qué |
as pessoas menos bem-sucedidas.”
Dr. Harry Alder

Condições necessárias para a formulação de


objetivos e metas
m
As condições ideais para se estabelecer objetivos são |
cinco: I
Io) Os objetivos devem ser estabelecidos e expressos em termos -J
positivos; J
o
2 ) Devem ser específicos; ?
o
3 ) Deve ser iniciado e controlado pela própria pessoa; J
4o) Devem ser desafiadores, porém possíveis; I
5o) Deve ser bom para você e para os seus. |

54
saí
I
lí0) Dito em termos positivos;
jâ muito comum quando vamos orar ou pedir algo a at
^i; -expressarmos justamente o que não queremos ao invés
j|uè queremos. Por exemplo: “Não quero perder meu em-
a.” “Não quero ficar resfriado.” “Não quero ter problemas
minha equipe.”
Façamos um teste: não pense na cor do céu num belo
de praia. Seja honesto: para não pensar nesta cor você teve
|meiro de pensar nela. Por razões práticas, o cérebro lida
íito melhor com idéias positivas. Quanto mais você tentar
ver a imagem, mais você a reforçará.
Em vez de dizer que não quer ficar pobre, diga o quanto
r ficar rico. Ao invés de não querer perder o emprego,
jjpfeira desenvolver uma bela carreira. Ao invés de não querer
ir problemas com a equipe, queira ter uma equipe harmônica X
(!'comprometida.
Nos exemplos a seguir para cada frase expressa no negativo
pxiste um espaço para que você a coloque de forma positiva.
pFreine agora e continue treinando sempre, cada vez que ex­
pressar seus objetivos e vontades de forma negativa, reformule
íynediatamente de forma positiva.
Iiii
jpa) “Quero perder seis quilos” (perder é uma idéia negativa)
Ex: No dia 15 de dezembro estarei pesando _?2kg. (Hoje
peso78 Kg)

(§b) “Não quero ser reprovado novamente”.

c) “Não quero ser despedido”.

55
d) "Nunca mais serei pobre”

e) "Não me relacionarei mais com quem não me ame”

Esta simples técnica se tornará um hábito e, com o tempq


sua atitude ficará mais positiva. E seu cérebro poderá processa'
seus objetivos com mais facilidade.
Qualquer pai e mãe quando advertem seu filho “não,
derrame o suco na mesa” ou “não brinque com a porcelana”
jà deve ter notado que o “não” é sublimado, restando uma ot:f
dem oposta à que ele deu, ficando: “derrame o suco na mesa’1
e "brinque com a porcelana”.
Desta forma, concentre-se a partir de hoje no que você :5
quer ao invés do que você não quer, pratique a auto-responsa-
bilidade também nas suas metas e objetivos.

2°) Devem ser específicos:


Lembre-se de que uma meta estabelecida de forma não
específica ficará mais parecida com um sonho, e nós já sabe­
mos que sonhos são apenas sonhos e não precisam acontecer.
Quanto mais específico e detalhista você for, maiores serão as
suas chances de realizá-la.
Seja preciso e acato no que você quer
Você pode ter uma meta de aprender inglês, por exem­
plo. Entretanto, terá poucas chances de ser realizada, pois não
obedeceu ao critério de ser específico. Existem vários níveis de
conhecimento em inglês:

1) Para passar férias no exterior, e se “virar” com o básico;


2) Inglês para ler um pequeno manual técnico;
3) Para conversar com um amigo;

56
4) Para trabalhar e negociar no exterior;
5) Para ensinar inglês em uma faculdade inglesa.

A escolha é sua, mas por favor, sem metas específicas você


m muito poucas chances de atingidas .

Estabeleça um tempo exato


E comum se estabelecer em uma meta “semana que
m” ou “daqui a um mês” ou ainda “próximo semestre”.
0 feto é que nossa mente não é capaz de encontrar em seus
[processos neurais um significado para este tipo de tempo.
Existe sim um significado para “19 de abril de 2004”, existe
!;um significado para “24 de maio de 2005”. Então lembre-se
de determinar a data na qual ela deverá ocorrer.

3o) Deve ser iniciado e controlado pela própria pessoa:


Algumas pessoas têm o hábito de estabelecer objetivos
para seus filhos, maridos e esposas. Entretanto, isto não fun­
ciona e gera um alto nível de ansiedade em ambas as partes;
cobrança no filho; e na mãe uma expectativa que muitas vezes
não é satisfeita. E finalmente os dois acabam sofrendo.
Quando um gerente vai estabelecer metas de vendas
para sua equipe, ele deve certificar-se de que aquela meta seja
tanto dele quanto de sua equipe. Para isto este gerente deverá
“vender” para sua equipe o desafio de atingi-las, buscando o
comprometimento de todos. Com o comprometimento con­
quistado, cada membro da equipe passa a ser o responsável
pela sua meta.
Se você é do tipo de pessoa que estabelece uma meta assim:
“Minha equipe será a melhor”., saiba que desta forma será
muito difícil você ter êxito. Você conseguiu em um só objetivo
contrariar 3 critérios de como se estabelecer uma meta:

57
1) Não foi específico na data. Quando? • :|
2) Não foi específico no que melhorar. Melhor em quê:.|
Desempenho? Comprometimento? Resultados? |
E ainda por cima sua equipe não foi comprometida eth|
nada específico e concreto, muito menos controla este plano.'|
Na verdade esta afirmação não passa de um sonho ou de uma|
vontade particular sua.

4o) Devem ser desafiadores, porém possíveis |


O tamanho de uma meta é um fator muito importante ':!
para o sucesso e realização da mesma. Se pequena demais, você |
não estará motivado o suficiente nem mesmo para começar. Se J
for grande demais, poderá iniciar como se já tivesse falhado an- |
tes mesmo de tentar. Afinal, para que entrar num jogo que você |
já sabe que perderá? Estes níveis de dificuldade são balizados
pela percepção individual de cada pessoa. Já vi pessoas dentro j
de uma mesma empresa, sob as mesmas condições, em que |
uma pessoa achou a meta impossível e inatingível, enquanto |
outra achou a meta tão fácil que era desmotivadora. O mais |
interessante: as duas tinham totais condições de alcançá-la. J
Podemos perceber que a forma com que você coloca a meta |
para si e para os outros é fundamental. J

5o) Deve ser bom para você, para os seus e para o |


mundo
Quando estamos estabelecendo uma meta para nossa |
vida, é proveitoso e importante fazermos algumas análises para ■?
nos certificarmos de que ela não causará prejuízos em outras |
áreas de nossas vidas, ou na de outras pessoas. Às vezes o efeito ?
colateral não compensa a execução de uma meta. |
"Jj

58 ■I
Perguntas válidas nesta etapa do trabalhos
“O que acontecerá com o clima na empresa se atingir­
mos esta meta?”
“Como o resultado deste objetivo afetará meu casamen­
to?"
“O que acarretará no relacionamento com meus filhos
ao atingir esta meta?”
"O que esta meta traria de prejudicial para mim?"
“Como repercutiria na sociedade o sucesso desta meta?”

Exercício para verificação de meta


Escreva aqui sua meta:

Agora teste se ela passa pelos 5 critérios de validação de


imetas:

CRITÉRIOS PARA VERIFICAÇÃO SIM NÃO


DE METAS
1) POSITIVO

2) ESPECÍFICO

3) CONTROLADO E INICIADO POR VOCÊ

4) DESAFIADOR E POSSÍVEL

5) BOM PARA TODOS

59
Por exemplo:
Meta:
Emagrecer 6 quilos em 40 dias, a partir de hoje.
O que ganho com isso?
Io Sentir-me-ei mais disposto.
2o Minha saúde melhorará.
3o Ficarei mais elegante e esbelto. *
4o Terei mais agilidade e flexibilidade.
5o Sentir-me-ei mais bonito.

A conscientização racional destes ganhos, fará com que o


lado esquerdo de sua mente dê suporte e apoio à conquista da.
sua meta. Você passará a ter bons motivos que contribuirão para
superar os obstáculos que certamente surgirão no caminho que
você trilhará em direção às suas metas.

Não desanime com a falta de recursos


Se sua meta é viajar para o Caribe, e para isso você precisa
de R$ 5.000,00, não desanime, primeiro estabeleça a meta de ga- •:
nhar o dinheiro. Mas se você não tem emprego para ganhar essa :
quantia, estabeleça antes a meta de estar empregado ganhando -
o suficiente. Entretanto, se para conseguir um emprego deste : ;,
nível você precisa de algum curso, fixe a meta de fazer este ' i
curso. Isto se chama de hierarquia de metas - pequenas metas J
contribuindo para as grandes. Metas de curto prazo ajudando a íj
alcançar metas de longo prazo. vj

Verificando e ampliando as chances de


alcançar suas metas

60
BONITOGRAMA DE METAS

O Bonitograma é uma ferramenta de auxílio para estabe­


lecer metas consistentes, específicas, desafiadoras, controladas
or você e, sobretudo, ecológicas e oportunas. Visa equilibrar
jtoda a sua vida e promover um progresso linear e harmônico.
O Primeiro passo para elaboração do Bonitograma é
iestabeiecer quais são os fundamentos, os pilares nos quais
;sua vida se baseia. Abaixo são citados os pilares e suas devidas
^explicações:

Pilar 1: ESPIRITUAL
Refere-se à sua vida espiritual, ao relacionamento que
; você tem com Deus. Algumas pessoas confundem o pilar

espiritual com paz interior. Na verdade, este pilar diz respeito


unicamente ao nível de intimidade, de relacionamento e fé em
Deus.
A paz interior é a conseqüência da harmonia e maximi-
zação de todos os pilares do bonitograma.

Pilar 2-. FAMÍLIA


Refere-se à qualidade de vida e harmonia que existem
entre os membros da família. A afetividade, relações saudáveis
e amorosas. A cumplicidade, o perdão, o diálogo e a vontade
que os membros têm de estar juntos e reunidos.

Pilar 3: CONJUGAL
Este pilar refere-se à qualidade do relacionamento do
casal. O nível de diálogo, afetividade, respeito, compreensão,
dedicação, harmonia, etc.

Pilar 4: SAÚDE
Retrata o estado de saúde física atual. Preparo físico,
problemas crônicos, nível de gordura, disposição e energia.

61
Pilar 5: SOCIAL/LAZER
Refere-se ao nível de amizades e relações sociais existente^
como profundidade dos relacionamentos, nível de intimidadá
e proximidade, confiança, maturidade. E também ao tempof
dedicado ao lazer, passatempo e hobby.

Pilar 6: FINANCEIRO
Retrata a relação com o dinheiro, não apenas quanto;!
ganha, mas principalmente como gasta, investe e poupa. Como l
conseqüência, redunda no quanto você possui de patrimônio |
e poupança ou dívidas e contas a pagar.

Pilar 7: PROFISSIONAL
Este pilar relaciona-se com sua carreira profissional, o seu ;|
crescimento e grau de desempenho. Pode ser dimensionado J
pélo nível de reconhecimento recebido de colegas e superiores. ;|
e também por resultados concretos e palpáveis gerados.

Pilar 8: EMOCIONAL
Pode-se balizar este pilar pelo equilíbrio de vida, pelo
nível de ansiedade, angústia e depressão. A emocionaUdade
também é refletida por atitudes extremadas e destrutivas. Este
pilar, normalmente, é uma conseqüência direta dos outros sete,
retratando muitas vezes o equilíbrio entre cada um dos pilares. 1

62
MODELO DO BONITOGRAMA DE METAS

Jòtneí.
|pata:........................................... BonitogramaN°:.

Pilares a serem trabalhados e metas de pontuação:

Pilar Meta de Data Prevista


Pontuação
r........................... ......./......../.......
2o.................... ......./......../........
3o......................... ......./........ /.......

63
Os três pilares a serem trabalhados e aprimorados e os objetivos!
para cada um:

Pilar 1:......................................................................................... |
Objetivo 1.............................................................................................
Objetivo 2.............................................................................................. |
Objetivo 3................................................................................................|

Pilar 2:......................................................................................... |
Objetivo 1................................................................................................|
Objetivo 2.............................................................................................. jj
Objetivo 3............................................................................................. ;1

Pilar 3:........................................................................................ í|
Objetivo 1............................................................................................. zj
Objetivo 2............................................................................................... j
Objetivo 3................................................................................................i
';.3^
'■
•: í
Lembrete: -.1

* O Bonitograma deve ser feito todo o mês, pontualmente de i


30 em 30 dias e analisado duas a três vezes por semana. |
• As metas e objetivos devem ser revisados e analisados duas j
a três vezes por semana.

64
COMO MONTAR O BONITOGRAMA

Você estará analisando todos os fundamentos de sua vida


. de acordo com a explicação dos oito pilares citados anteriormente.
Cada um dos pilares será pontuado de acordo com sua avaliação
sobre eles neste momento. A pontuação varia de zero a dez. Zero se
o pilar em questão estiver em total desarmonia e dez se ele estiver
em total harmonia. Por exemplo:

Nome: Carolina Sucupira Data: 28/06/2003


PILARES PONTUAÇÃO
Espiritual 3
Família 5
Saúde 9
Conjugal 4
Social 7
Financeiro 8
Profissional 9
Emocional 5

Após esta auto-análise plota-se a pontuaçao no bonito-


grama conforme o gráfico abaixo:
ESPIRITUAL
Após pontuar sua auto-avaliação em cada uma das linhas!
dos pilares e unir os pontos faz-se duas análises: r|
A primeira é quantos quadrados estão dentro da zona|
dos pilares e quantos estão fora. Certamente quanto mais|
quadrados dentro da zona dos pilares, melhor. .|
A segunda análise é a característica do desenho formado |
pela ligação dos pontos atribuídos aos pilares. Quanto mais;l
redondo e tangenciado o círculo externo, mais harmônica e^
equilibrada é a vida. 5]

Analisando o bonitograma utilizado no exemplo anterior, i


podemos perceber que esta pessoa tem dedicado bastante, j
tempo e esforço à sua vida profissional, financeira, social e a;.)
saúde. No entanto seu lado espiritual, conjugal, familiar e emoívJ
cional não estão recebendo a devida importância. Esta pessoa, i
não possui uma vida equilibrada e possivelmente colherá os .1
resultados do estilo de vida adotado, onde o lado material e |
estético têm maior importância que o humano. -.>1

ESTABELECENDO METAS A PARTIR "í


DO BONITOGRAMA

Uma vez que o bonitograma foi montado e analisado,


o próximo passo é repensar seu estilo de vida. Estabelecer I
metas de mudança pessoal focando cada um dos pilares que •
necessitam ser desenvolvidos, visando a construção de uma i
vida harmônica, equilibrada e feliz.
Com o objetivo de maximizarmos os resultados das ■
mudanças é importante que se foque no máximo em três pi- {,
lares por vez e para cada um devem ser estabelecidas metas de /
pontuação a serem alcançadas dentro do período de um mês. ,;í
•ft
O Bonitograma é montado mensalmente durante 12'd
meses, sendo este o tempo necessário para propor, estabelecer ;
e sedimentar verdadeiras mudanças na vida de uma pessoa. !
Veja o exemplo:

Data:____ /_____/.

Pilares a serem trabalhados e metas de pontuação:


Pontos Meta de ,
Pilar Data Prevista
Atuais Pontuação
1°) Espiritualidade 3 5. 26/07/03
2°) Conjugal 4 7 26/07/03
3 o ) Familiar 5 7 26/07/03

at'.
Desta forma, foram estabelecidos os pilares a serem
mudados, a pontuação que cada um tem hoje e as metas de
pontuação a serem alcançadas em um mês para cada um dos
pilares a serem trabalhados.
O próximo passo é estabelecer os objetivos para alcançar
cada uma das metas de pontuação estabelecidas.
Esses objetivos devem ser definidos a partir do seguinte
questionamento: quais as ações práticas que devem ser imple­
mentadas para que a espiritualidade saia da pontuação 3 pata
a meta estabelecida de 5 pontos? Quais as ações práticas para
transformar a vida conjugal, saindo dos atuais 4 pontos para
7 pontos? O que deve ser feito para que a vida familiar alcance
a meta de 7 pontos, saindo dos 5 pontos atuais?
Dando continuidade ao exemplo:

OBJETIVOS PARA CADA PILAR

Pilar: Espiritual
1) Lerei a Bíblia diariamente
2) Irei à igreja todos domingos
3) Participarei de um estudo bíblico cristão.
67
Pilar: Conjugal
1) Ouvirei e dialogarei mais com meu marido
2) Almoçarei com ele pelo menos crês vezes por semana
3) Proporei caminharmos juntos todas as manhãs.

Pilar: Familiar
1) Eliminaremos a televisão durante as refeições
2) Conversarei mais com meus filhos
3) Não tentarei impor meus pontos de vista a eles
4) Teremos, pelo menos, um programa semanal para toda ^
família.

Usando sistematicamente o bonitograma você estaràl


analisando constantemente sua vida e propondo mudanças|
nos pilares que forem mais importantes. Com isso, será pos-|
sível acompanhar mês a mês a evolução de cada um deles e, j
conseqüentemente, a evolução de sua própria vida.

(O bonitograma poderá ser obtido também em forma dé;


software para facilitar seu manuseio, uso e resultados.)

68
òdd imagem mental tem grande influência sobre o nosso
comportamento e destino. Por isso, para que
sejamos uma fonte de bem-estar, precisamos zelar constam
1 temente pelos nossos pensamentos.

QUADROS MENTAIS
Um povo sem profecias padece.
Bíblia Sagrada
QUADROS MENTAIS

Este assunto poderia ter sido abordado no capítulo


interior quando falamos de metas e objetivos ou, ainda, ser
Jinserido no próximo capítulo quando falaremos de crenças.
jEntretanto, diante da grande importância deste tema, será
finais proveitoso abrir um capítulo inteiro sobre quadros
ementais, para que possamos abordar com mais profundida­
de, esgotando as possibilidades de uso de um tema tão rico
«transformador,
Até agora nas abordagens dos capítulos anteriores,
jtemos usado apenas o lado esquerdo do cérebro (racional),
-entretanto, a mente humana usa dois tipos diferentes de
sistemas operacionais quando realiza uma meta ou quando
estabelece uma crença. Usamos o lado esquerdo do cérebro
Ipara discernir, decidir, testar e racionalizar nossas metas e
jcrenças (como vimos no capítulo anterior). Já o lado direito
:do cérebro funciona com representações não-lingüísticas,
associadas a imaginação criativa, à intuição e à visualização.
O sucesso de qualquer pessoa advém da capacidade de in­
tegrar de forma ativa e harmônica os dois lados do cérebro,
possuindo inteligência racional Gado esquerdo) como também
inteligência emocional (lado direito).
Neste capítulo será tratado como usar o poder “atômico”
^do lado direito do cérebro através de quadros mentais.
Uma pessoa tendo desenvolvido apenas o lado esquerdo
?do cérebro, será um indivíduo de grandes idéias, elaborando
•ípensamentos e discernindo possibilidades. Será um “grande
71
■4

idealizador.” Porém, ninguém vive apenas de ter idéias sem


colocá-las em prática. O sucesso baseia-se justamente em >
realizar tais idéias. As pessoas que possuem o lado direito
do cérebro desenvolvido, são justamente as que conseguem,
realizar seus planos. E por isso são chamados "Grandes
Realizadores”.
É a união de esforços da mente racional e lógica
com a emocional e visionária que cria as maravilhas do
mundo.
Imagens mentais auto-realizadoras
Caso você tenha predominância do lado esquerdo (racional),::
a criatividade e a intuição do lado direito do cérebro deverão ser .
estimuladas com o uso de técnicas. O poder de realização de me- •
tas e estabelecimento de crenças é reforçado enormemente pelas
imagens do lado direito. Nossa mente subconsciente estabelece
nossas crenças como em uma rede neural eletroquímica formando
uma “tela de televisão” mental. Esta imagem, a representação
cinestésica completa vista na tela de sua mente, deve possuir ;
imagens, sons, sentimentos, gostos e cheiros e envolver tudo .
isso, sentimentos e sensações.

Depois que nossa mente visualizou nossos objetivos e :


crenças nessa tela mental com uma nitidez espetacular e de
forma subjetiva, quase que imediatamente nossas metas e 1
crenças se concretizarão e se tomarão uma realidade objetiva.

Pessoas que possuem a técnica da visualização criativa 1


interior ou Quadros Mentais são capazes de efetivamente |
“viver” os cenários mais improváveis criando assim seu futuro. J
Uma pessoa com comportamentos, pensamentos, pala-j
vras e sentimentos ruins, criará para si quadros mentais nega-|
tivos e obviamente os resultados obtidos também serão ruins- l

72 'i

‘.-íjj
Alerto veementemente às pessoas quanto aos seus
pensamentos, pois se dermos aos mesmos, repetidamente,
energias sensoriais (imagens, sons, sentimentos, cinestesia),
eles poderão ocorrer. Se os pensamentos forem bons, ótimo!
Os resultados colhidos serão positivos. Da mesma forma,
se os pensamentos forem negativos ou limitantes, teremos
resultados iguais aos pensamentos. Ou seja, negativos.
Durante um seminário uma executiva de um grande gru­
po procurou-me no intervalo para falar de pensamentos que
não conseguia controlar. Um era sobre o seu marido. Quando
ela não sabia onde ele estava e não conseguia falar com ele,
ficava logo preocupada e os pensamentos de traição afloravam
. na sua mente com uma enorme riqueza de detalhes: “Vejo meu
marido traindo-me com uma jovem loira, bonita e alta, indo
para um motel no caminho da empresa e tocando-a da mesma
maneira que ele faz comigo. É como se fosse um cinema na
minha cabeça, que depois que inicia não quer mais parar. O
que eu posso fazer?” A orientação dada foi a seguinte:

Io) Ame completamente seu marido, não espere o momento


certo para dar amor a ele. Seja responsável pelo seu casa­
mento e pelo seu relacionamento com ele. (Capitulo
sobre auto-responsabilidade). Parafraseando Stephen
Covey, amar não é substantivo, é verbo, então ame.
Independente de sua insegurança ou do medo que está
sentindo agora, pratique o mais sublime dos verbos,
AME seu marido.

2o) Use sua linguagem para fortalecer seu relacionamento, fu­


gindo de operadores modais, e quantificadores
universais e reconhecendo o poder de suas palavras na
sua vida e na vida dele. (Capítulo sobre linguagem
avançada.)

73
3 o) Em vez de ocupar sua mente com pensamentos do que
você não quer, ocupe com o que você quer. Transforme
aquele quadro mental involuntário de traição em uw
quadro mental onde você seja a protagonista, onde vocês!
estejam exercitando e praticando o amor. Vivencie este?
exercício com imagem (visualize-se dando e recebendo?-
amor), sons (ouvindo e falando palavras belas e amorò-l
sas), cinestesia (sentindo o toque, sentindo cheiros e,|
sobretudo, sentindo emoção de amar e ser amada). E:J
pratique este exercício várias vezes por dia. ■|

Em termos de sinapses neurais e processos mentais, não;


parece haver diferença em um quadro mental nitidamente;?
visualizado e o fato real e concreto. Costumo fazer com meus;
alunos durante os seminários um quadro mental voltado;
para o sucesso e a superação de limites pessoais. O exercício é;
realizado assim: convido os participantes a se imaginarem na
grande corrida de São Silvestre, peço também que se coloquem
na largada devidamente uniformizados e preparados. Então é •
dada a largada e eles se põem a correr. Esse exercício de visuali­
zação desenrola-se até o momento final, onde a pessoa cruza a
linha de chegada em primeiro lugar e recebe todas as honras e
louros pela magnífica vitória. Desta forma o cérebro é levado a
vivenciar a força positiva do sucesso e a superação dos limites..
Esta sensação (real para o lado direito do cérebro) vái influenciar
todas as decisões e escolhas do lado esquerdo (o lado racional).
Certamente esta pessoa passará a pensar, agir e sentir de forma
mais semelhante a uma pessoa de sucesso, um campeão.
Neste exercício é comum pessoas ficarem totalmente sua­
das, mesmo estando numa sala de aula com o ar-condicionado
ligado. Outros ficam com dores nas pernas “de tanto correr”.
Para nossa mente é impossível distinguir o que é realidade
bjetiva de uma realidade subjetiva.
Muitos líderes empresariais e esportistas de nível inter-
'acionai “vivem” seus sucessos mentalmente bem antes que se
tomem realidade. Eles conseguem isto criando quadros mentais
(filme ou ensaio mental). Pelé, atleta do século, antes de uma
artida, separava-se do grupo, deitava em um lugar tranqüilo
;; ensaiava mentalmente suas jogadas; dribles que faria em
:.da um de seus adversários, as faltas que bateria e, sobretudo,
’e vivia os gols e a comemoração. Ele sentia mentalmente o
sto do sucesso mesmo antes de este acontecer. Quando ele
ítrava em campo, possuía metas claras, vivas e vivenciadas
*o que faria. Seu organismo alocava todos os recursos para
que seus pensamentos se realizassem da forma mais fidedigna
ossível, conforme seu ensaio mental que aqui chamamos de
UADROS MENTAIS.

De nada adianta sua boca falar ou estabelecer uma meta,


; sua mente não confirmá-la internamente.

A importância das imagens mentais na realização de


metas e estabelecimento de crenças.

;Uma meta visualizada nitidamente é comunicada mais rapi­

damente às outras pessoas.


Não há a menor necessidade de visualizar como você vai
realizar uma meta, isto é uma tarefa do lado esquerdo do
cérebro e não do direito.
1 Podemos vivenciar e visualizar qualquer coisa; estado de es­

pírito, situações, pessoas, coisas concretas.


Existem muitas maneiras de registrar suas metas. Quadros
mentais certamente é a mais poderosa.
• Os resultados podem ser criados internamente com tpdos os
75
detalhes que você queira. De fato você pode vivenciá-jfj
antes que aconteçam - como fazia Pelé.
Internalizar e vivenciar mentalmente uma meta desencl
deia todo um complexo processo de transformação inter$f
e externa na busca do alvo.

Que artifícios devo utilizar para vivenciar


Quadros Mentais

Quando você for criar um quadro mental de uma meti


estabelecida (obedecendo a todos os 5 critérios), você devJ
vivenciá-la usando três sentidos prioritariamente: VISUAL,|
AUDITIVO E CINESTÉSICO.
Vamos supor que seu objetivo seja comprar uma pick up|
dá marca MitsubicK modelo L200 HPE ano 2004» cor preta até5
o dia 30 de agosto de 2004. í
Ao criar o quadro mental você pode usar:
a) Submodalidades visuais*
- Ver a cor do carro;
- Ver seu brilho;
- Perceber o tamanho;
- Perceber suas formas e curvas;
- Colocar o carro em um cenário interessante;
- Colocar tudo isso em movimento onde você se veja junto;
- Colocar mais claridade no ambiente;
- Aumentar a nitidez com que você vê o carro e o
ambiente;
- Perceber a distância por ele percorrida;
- Focar os pequenos detalhes do carro.

b) Submodalidades auditivas:
- Perceber a intensidade do barulho do motor;
- Ouvir vozes de pessoas amigas enquanto usufrui do cano;

76
4 - Ouvir o som do vento batendo no seu rosto enquanto
dirige;
- Ouvir toda infinidade de sons externos;
- Ouvir relaxadamente o som estéreo que sai do alto
falante;

Submodalidades anestésicas:
- Sentir a temperatura no interior do carro;
- Tocar na lataria e na pintura;
- Sentir a emoção de pilotar o carro;
- Sentir o movimento ao fazer uma curva;
- Perceber-se sentado segurando a direção e dirigindo.

Pegue todos esses elementos e misture-os. Crie um filme


• mental. Viva a experiência, a sensação e a emoção de possuir,
usar e ter essa pick up preta. Use sua autoconscíência, perceba-se
e se veja pilotando. É possível que no início seu quadro mental
não esteja muito claro e nítido. Isto pode estar acontecendo
. pelos seguintes fatores*.
1) Você não usou os 5 critérios para elaboração de metas
vistos no capítulo anterior;
2) Esta meta não é motivadora o suficiente;
3) Esta meta não é “sua”;
4) Você ainda não conseguiu acreditar nela.

Caso seu problema seja apenas o de não acreditar, insista,


pratique e treine as visualizações. Logo elas se tomarão mais
reais e nítidas.
rri'
■u
f.
j!
r

A verdade, sendo a verdade, diga-a corajosamente.


Browning

:l;l.
Lembre-se de que você f»osswi o livre arbítrio
para crer no que quiser. Exerça-o.
Paulo Vieira

CRENCAS
t
CRENÇA

Neste capítulo, nos deteremos praticamente no lado


ireito do cérebro, que é justamente onde moram nossas
' enças e todo o poder que as acompanham. Entretanto, é a
nteração harmônica dos dois lados do nosso cérebro que nos
ossibilitará avançar a toda velocidade na direção de nossas
íxiais importantes conquistas.
Particularmente, oriento a todas as pessoas e líderes que
i primeira crença que devemos ter é de que somos criação de
ijDeus, feitos à sua imagem e semelhança. Esta crença quando
Jbem arraigada, nos faz crer que possuímos muitas habilidades
Je. potenciais, afinal, temos algo semelhante a Deus, fomos
^criados por Ele. O segundo ponto fortalecedor nesta crença
■: é que Deus tem todo o zelo e amor por tudo o que ele cria.
Lembre-se de que você possui o livre arbítrio para crer
no que quiser. Exerça-o.

Crenças são nossas convicções mais profundas, são


nossas verdades incontestáveis (pelo menos por enquan­
to). Crença é toda certeza interiorizada em nossa mente e
coração. E a forma pela qual compreendemos o mundo e a nós
mesmos. E, finalmente, crença é algo que aprendemos, e por
isso, podemos desaprender e novamente reaprender.
Quando éramos crianças, aprendemos sobre nós mesmos
e sobre o mundo através dos filtros e mapas de outras pes­
soas, principalmente pai e mãe ou quem exercia este papel, A
maioria de nós tem idéias sobre quem é, sobre como o mundo
funciona e como a vida deveria ser vivida. Essas idéias nem
sempre nos pertencem realmente, foram simplesmente
aprendidas de outras pessoas. Se você foi criado por pessoas

81
infelizes, amendrontadas, inseguras, coléricas ou cheias dél
sentimentos de culpa, ressentimento, rancor e ódio, terá apren-j
dido inúmeras coisas negativas. Você poderá possuir muitosj
comportamentos, pensamentos e sentimentos negativos. En|
tretanto, por mais estranho que pareça, você os aprendeu, nãò|
são necessáriamente seus. Neste capítulo vamos compreender*
como identificar estas crenças limitantes, e substituí-las porf
crenças novas e fcrtalecedoras. %
Quando nos tornamos adultos, temos a tendência de-1
recriar o ambiente da nossa infância para estabelecer o mesmò >
padrão de relacionamento que tínhamos com os nossos pais.^
Se éramos muito criticados e acusados, procuraremos na vida
adulta pessoas que reproduzam este padrão. Se éramos elogia-1
dos e encorajados quando criança, procuraremos na fase adulta ^
pessoas e ambientes que novamente nos forneçam o mesmo^
padrão de comportamento. -3
.3

O que nós pensamos e/ou falamos repetidamente^


pode tornar-se uma crença. E toda crença depois de foè%
mada, torna-se invariavelmente verdade na vida de quemsj
a possui. ri
4
A pergunta agora é: como mudar as minhas crenças i
limitantes por crenças fortalecedoras e novas? A resposta a f
esta pergunta é simples. O primeiro passo deve ser alterar o 1
padrão dos nossos pensamentos. Afinal, a crença é estabelecida J
por pensamentos repetidos forte e freqüentemente na nossa §
mente subconsciente. J• ,-'3j

A influência do pensamento sobre as crenças |

Quanto mais desenvolvida for sua inteligência emocional,


e melhor utilizados esses conhecimentos e habilidades pará L|
3
assumir o controle dos seus sentimentos e comportamentos,
mais fácil será estabelecer suas novas crenças.
Experimente este exercido sobre pensamento:

1. Reflita como você sente-se neste exato momento, como


estão seus sentimentos e pensamentos. Pontue de 0 a 10. Se
você se sentir péssimo dê a nota 0 e se você estiver se sentindo
nas nuvens dê nota 10.
2. Agora relembre uma experiência muito boa na sua
vida, um momento em que você sentiu-se extraordinaria­
mente feliz e realizado. Onde você conquistou algo realmente
importante e valioso. Volte a vivenciar a ocasião detendo-se
primeiramente nas imagens, depois repita a vivência detendo-se
nos sons. E por fim, repita a vivência detendo-se nas sensações
e sentimentos. Reúna intemamente todas as experiências,
saboreando-as, curtindo cada instante, cada pensamento,
cada lembrança.
3. Volte suavemente ao presente e estabeleça pontos de 0
a 10 ao seu novo estado emocional. E muito provável que sua
segunda contagem tenha se alterado para melhor após você
ter pensado profundamente em um momento maravilhoso do
passado.

Com isso fica claro o poder do pensamento no processo


de mudança da maneira de se sentir. Caso você esteja em um
momento atual muito feliz, faça o mesmo exercício lembrando
de algo muito triste que você viveu. Você verá que esta lem­
brança alterará negativamente seu estado emocional.
Imagine como são o ânimo, o humor e os sentimentos
de alguém que se permite contaminar constantemente com
pensamentos ruins. Que tipo de crenças esta pessoa criará para
si? Que efeitos estes pensamentos terão sobre suas crenças?
Uma vez que esta mesma pessoa sabe que pode controlar
seus sentimentos escolhendo em que pensar, e faz bom uso
83
disso, povoando sua mente com pensamentos positivos e comi
strutivos, criando quadtos mentais virtuosos, como setáavidJ
desta pessoa? Limitada e carente ou bela e promissora? . |
Como vimos no capítulo sobre auto-responsabilidade|
somos os únicos responsáveis pela vida que levamos; desta for-í
ma não temos ninguém a quem culpar senão a nós mesmos. A|
vida que levamos é um reflexo direto dos nossos pensamentos;;
e, por conseqüência, das nossas crenças.
“Eu não perdôo a atidude de fulano, não suporto a'
postura de cicrano”, mas o fato é que nossas crenças atraem
essas pessoas com suas atitudes e comportamentos. Se você
é constantemente humilhado, não reconhecido, maltratado,
é porque seu padrão de pensamento (que gera sentimentos e
crenças) convida as pessoas a agirem desta forma com você.
Mude seus pensamentos na direção certa, pois só assim as
pessoas irão mudar com você.

Efeito Placebo

Para se compreender o poder atômico (literalmente), de


um crença em nossas vidas, basta entender como funciona o
efeito placebo.
Todo medicamento antes de ser lançado no mercado,
passa por infindáveis testes, primeiramente com animais
e finalmente com seres humanos. Para realizar este teste,
separam-se duas turmas de “cobaias” humanas. Uma turma
tomará o remédio verdadeiro, com sua composição e fór­
mula, a outra, no entanto, tomará o placebo, uma pílula
de farinha ou uma injeção de água totalmente inócua, sem
efeito terapêutico. Entretanto, nenhuma das duas turmas
sabe de fato qual está tomando placebo e qual está tomando
o remédio verdadeiro.
E justamente ai onde se demonstra o efeito placebo. Es­
tudos comprovam que 2% a 8% das pessoas que tomaram o
84
placebo ficam totalmente curadas. Talvez você se pergunte:
curadas como? Tomando um comprimido de farinha ou injeção
de água? A resposta é que essas pessoas tinham certeza absoluta
lícrença) de que estavam tomando o remédio verdadeiro. E por
' .isso, o organismo passou a obedecer a esta crença, produzindo
anticorpos, glóbulos brancos e todo tipo de enzimas e substân­
cias necessários para a cura e o restabelecimento da pessoa que
tomou o placebo.
Fiquei muito feliz ao ter contato com um trabalho de
dois médicos, (Júlio Rocha do Amaral, MD e Renato M.E.
Sabbatini, PhD) um da USP e o outro da UNICAMP, onde o
tema era justamente o efeito placebo. Eles não só confirmam a
existência do efeito placebo, como também estimulam e sensi­
bilizam a classe médica a tirar proveito desta comprovação. Eles
mostram, no livro E/eito Placebo, a importância da maneira
utilizada pelo médico ao receitar qualquer tipo de medica­
mento. Se o médico simplesmente passar o receituário para
o paciente e mandá-lo para casa o efeito é um. Entretanto,
se o médico, ao preparar o receituário, mostrar com entusi­
asmo e positivismo o poder terapêutico do medicamento e
explicar como esse medicamento agirá no corpo do paciente
curando-o, a recuperação será muito mais rápida e com muito
menos efeitos colaterais. Eles Telatam no livro que um remédio
administrado desta forma aumenta sua eficácia em mais de
30%. Isso sim, é humanizar a medicina.

A fisiologia corporal, crenças e mudanças

Nossas mudanças podem ser de dentro para fora, conforme


o exercício anterior e de fora para dentro. Veremos agora.
As crenças e sentimentos estão intimamente ligadas
ao nosso corpo. Se nos sentimos nervosos, nossa respiração
fica mais rápida. Quando sentimos medo, podemos ficar
brancos e com as mãos suadas. Quando nos sentimos tristes,
85
curvamos a cabeça e olhamos para baixo. Quando ficamos
espantados abrimos e arregalamos os olhos. Assim, compro­
vamos a existência de uma relação direta entre sentimentos e
comportamentos, sendo essa relação de mão dupla. O modo
como você se sente afeta seu corpo e a forma com a qual vocé
se espressa com seu corpo afeta o modo como você se sente.
Para entender melhor este fundamento experimente assumir;
todas as características de uma pessoa infeliz, como a forma
de olhar, a postura, expressão facial. Mantenha essa atitude
por aproximadamente 2 minutos e começará a se sentir triste.
Vamos agora mudar o cenário. Busque uma foto, mesmo que
de revista, onde uma pessoa aparente ter toda a alegria dov
mundo. Imite seu sorriso, o semblante radiante, a postura’
ereta e o olhar altivo. Fique assim por dois ou três minutos.
Agora meça seu nível de entusiasmo e otimismo. Veja como
através de sua fisiologia corporal você foi capaz de alterar seus
sentimentos. É o que se chama mudança de fora para dentro.

MUDANÇA DE DENTRO PARA FORA

Geram
MUDANÇA DE FORA PARA DENTRO

Geram

O SELECIONADOR

O mundo moderno em que vivemos nos bombardeia


incessantemente com todo tipo de informação: visual, audi­
tiva, cinestésica, etc. E normalmente ficamos passivos a essa
enxurrada de informações, sejam elas boas ou más, engran-
decedoras ou não, nos fazendo bem ou nos fazendo mal, nós
simplesmente aceitamos tudo que nos chega sem ao menos
avaliar seus efeitos em nossas vidas. Vivemos como verdadeiras
latas de lixo ambulantes recebendo toda sorte de informações
e conteúdos emocionais.
Nós já sabemos que o que pensamos altera o que sen­
timos, e o que sentimos altera nossas crenças. Como então
poderemos ter crenças fortalecedoras povoando nossa mente
com pensamentos depressivos, derrotistas e coléricos? Como
podemos pensar em coisas produtivas e engrandecedoras se
contaminamos nossa mente diária e constantemente com

87
tty- •
fl| rr
. nrç

os noticiários que só falam do que dá ibope? Infelizmente, o


que dá ibope é morte, corrupção, guerra, violência, crime orga­
nizado. A televisão tem chegado ao ponto de imitar o circo dos
horrores da Roma antiga, onde colocava pessoas deformadas e
assustadoras vestidas de forma no mínimo estranha e bizarra
para animar platéias sedentas por violência. Vemos programas
em horário nobre da nossa televisão em que as pessoas são
estimuladas a se agredirem física, verbal e moralmente. Como
se fossem galos de briga em uma rinha ou pitbulls no cercado
e por incrível que pareça são seres humanos.
Quais os sentimentos que estarão povoando a mente do
telespectador depois de passar a semana ávido e atento à per­
seguição nos morros cariocas a um chefe do crime organizado
ou absorto ao drama dos desempregados dos grandes centros
urbanos?
Esta pessoa provavelmente passará horas do seu dia
pensando e relembrando estas imagens tão fortes. Estes pensar
mentos destrutivos, pesados e depressivos, criarão sentimentos
de tristeza, de desesperança, sentimentos desanimadores que,
por sua vez, vão estabelecer crenças que determinarão sua vida
e quem eia é.
Não me venha com essa história de que se não assistir a
estes programas vai ficar alienado e sem saber o que acontece
no mundo. Selecione responsavelmente tudo o que chega até
você, afinal de contas, este tipo de informação não vai ajudá-lo
em absolutamente nada.
Lembre-se de que a arte de SELECIONAR tudo o que
chega a você, lhe trará benefícios enormes no estabelecimento
de suas crenças.

Quais são suas crenças?


Todos nós acreditamos em muitas coisas. Umas são
positivas e nos fazem felizes, alargam nossas fronteiras e

88
abrem novas possibilidades para o sucesso, no entanto, outras
crenças são limitantes e nos aprisionam em um estado infe­
rior ao que merecemos, mantendo-nos em uma vida pobre e
limitada.
Conheço uma estudante de administração reconheci­
damente muito inteligente e determinada. Extremamente
responsável e com um futuro brilhante pela frente. Porém, seu
aprendizado familiar transformado em crenças, foi e continua
sendo terrivelmente limitante. Ela desde cedo aprendeu que
a vida é muito dura, que nada é fácil. Vivendo de maneira re­
grada, calculada e comedida com muito rigor ou lhe faltaria o
básico para sobreviver. Este sempre foi o discurso verbal de seu
pai, confirmado com atitudes diárias. Na casa dela a crise e o
arrocho sempre existiram, mesmo seu pai possuindo emprego
público e tendo curso de mestrado.
Eles, infelizmente, administram a escassez. O foco e a
atenção em vez de concentrar-se em ganhaT, é única e exclusiva­
mente em não gastar, ou pelo menos, economizar ao máximo,
literalmente contar os centavos. Os planos de como poupar e
não gastar demandam um enorme tempo que poderia ser usado
para ganhar mais dinheiro. Reina ali uma crença limitante em
relação ao dinheiro. A crença da escassez.
Não fiquei confuso, muito menos surpreso quando eu
soube que ela havia sido demitida do estágio em uma grande
consultoria de porte internacional, onde era tida como uma
das melhores estagiárias. Afinal, para conjtinuar mantendo
aquela crença de escassez ela não poderia continuar ganhando
tão bem como estava. E para que sua crença de escassez pre­
valecesse (nossas crenças sempre prevalecem), ela conseguiu
um outro estágio que paga menos da metade do anterior e
não tem a mesma projeção. Coincidência? Não! A mais pura
concretização de uma crença.

89
Nossas crenças influenciam todas as nossas escolhas
e atitudes mais significativas e, portanto> determinam à|
vida que nós levamos; 3

Explicite algumas de suas crenças, escrevendo o que cada


uma das palavras abaixo significam para você, mas antes vamos
ao exemplo:

HOMENS...
Os homens slo grosseiros
Os homens têm liberdade
Os homens são sábios
Homens não choram

MULHERES...
As mulheres são meigas
As mulheres são astutas
As mulheres são interesseiras
As mulheres são submissas

CASAMENTO...
Casamento é paz
Casamento é abdicar
Casamento é união
Casamento é prisão

AMOR...
Amor é uma mentira
Amor é amar e ser amado
Amor é sofrimento
Amor é doação
Amor é felicidade
Amor é ingrato

90
TRABALHO...
Trabalho é chato
Trabalho é necessário
Trabalho é escravidão
Trabalho é crescimento
Trabalho é exploração

Dinheiro...
Dinheiro é segurança
Dinheiro só vai para quem já tem
Dinheiro é só para quem tem muito estudo
Dinheiro é sorte
Dinheiro é sujo
Todo rico é ladrão

SUCESSO...
Sucesso está fora de meu alcance
Sucesso é ter um emprego
Sucesso é para quem nasceu rico ou roubou
Sucesso é ter o que comer
Sucesso é ser rico

FRACASSO...
Viver é fracassar todo dia
Tenho medo do fracasso
Fracasso é fazer coisas erradas
Fracasso é inevitável
DEUS... I
Deus é paz e amor
Sou abençoado por Deus
Deus não liga para mim |
Deus zomba de mim 1
Deus me ama

Agora é a sua vez de dizer o que estas palavras significam


para você. Sentindo necessidade, escreva mais de três frases
para cada palavra:

HOMENS...
1°________________________________________________
2°_________________________________________
3o____________________________________________

MULHERES...
Io_________________________________________________
2o_________________________________________
3o____________________________________________

CASAMENTO...
Io________________________________________________
2o_________________________________________
3o_____________________________________________

AMOR...
Io_________________________________________________
2o_________________________________________
3o___________________________________________

92
TRABALHO
1°__________
2 ____________
°

3o__________

SEXO...
Io___________
2 ____________
°

3o__________

DINHEIRO..
Io___________
2 ____________
°

3°______

SUCESSO,
Io________
2 °__________________

3o

FRACASSO
1 °_____________________

2°_________
3o_________

DEUS...
Io_________
2 ___________
°

3o______

Releia tudo o que você escreveu e observe se existe


alguma crença conflitante ou limitante. Quantas de suas
93
frases foram negativas, mesmo que sejam reais para você? As-
sinale cada uma delas.
Lembre-se de que da mesma forma que você aprendeu
estas crenças, você pode trocá-las por outras, melhores e for-
talecedotas.

Nós somos responsáveis pela vida que levamos a partir


do momento em que acreditamos ou nos permitimos acred­
itar em uma crença

CRENÇAS POPULARES LIMITANTES

• Pau que nasce torto, morre torto


• Filho de peixe, peixinho é
• Quem tem personalidade não muda de idéia
• Dinheiro é sujo
• Filho bom é o do vizinho
• Sexo é pecado
• Sexo é sujo
• Quem ama demais sofre
• Homem que é homem não chora
•É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma
agulha do que um rico entrar no reino de Deus
• Comigo é tudo ou nada

Mais uma vez eu quero alertar que se você possui uma


destas crenças, pode descartá-la ou mudá-la. Você tem o livre
arbítrio de acreditar no que quer acreditar, de pensar no que
quer pensar, e finalmente de sentir o que quer sentir. Tome
sua vida em suas mãos e aja!
LEITURA COMPLEMENTAR

Não chores meu filho


Não chores que a vida
E luta renhida:
Viver é lutar
A vida é um combate,
Que aos fracos abate
Que aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.
Gonçalves Dias

Em estética e poesia o texto acima é belo, entretanto,


é uma fonte avassaladora de crenças limitantes, que estará
forçando a vida de seus leitores para baixo.
Pritneiratnente, a vida não precisa ser uma luta. Muitas
pessoas pensam como o autor, que a vida é dura, é uma luta
constante, Que é preciso matar um leão por dia.
É muito comum ao abordarmos algumas pessoas e per­
guntarmos como as coisas estão, elas nos responderem: “Na
luta” ou então “Sabe como é? Estamos brigando contra a crise
mas vamos levando...” ou ainda “Estou correndo atrás do pre­
juízo". Como sabemos, além das palavras terem poder, elas
refletem com nitidez nossas crenças.
Não aceite, muito menos repita esses ditos populares. Sua
vida não precisa ser uma luta. Ao acordar você não precisa ir
para a guerra. E, por favor, não corra atrás do prejuízo, pelo
contrário, corra na frente e para longe, bem longe do prejuízo.
Mais uma vez: seja zeloso e selecione o que entra na sua mente,
pois por mais ingênuo que pareça, terá efeitos e conseqüências
em sua vida.

95
SUA BIOGRAFIA

Chegou a hora de você escrever sua biografia, desde o seu :|


nascimento até hoje, neste momento em que você está lendo
este livro. Sua biografia deve ter no mínimo 30 linhas. Quando
acabar, busque no texto alguma crença negativa e limitante que
ficou explícita ou subentendida na sua história de vida. Não
fuja de sua realidade. Cada crença que você encontrar será um
grande presente. Afinal, você descobriu a fonte de tantos prob­
lemas e agora poderá resolvê-los. Para isto, basta reconhecer o
mal que essas crenças lhe fazem, negá-las racionalmente, não
repeti-las verbalmente e usar toda a gama de ferramentas en­
sinadas neste livro para estabelecer outras em seu lugar.

96
97
PROCESSO DE MUDANÇA DE CRENÇAS
1. Identifique suas crenças;
2. Reconheça as fortalecedoras e as limitantes;
3. Identifique os resultados que elas geram na sua vida; ■
4- Substitua as crenças limitantes por outras
fortalecedoras.

Quanto mais profunda e inconsciente for sua crença,


maior o poder dela sobre sua vida.
Como é triste a vida dos que não sabem perdoar.
Isso leva a erros terríveis e a um fim ainda pior.
Paulo Vieira

CURA DO RANCOR E DA INVEJA


PERDÃO

Temos, por menores que sejam, mágoas guardadas. Pre-


cisamos perdoá-las. Cada mágoa, cada pitada de rancor é uma
gota de veneno que se toma diariamente, e vai se acumulando
em nosso organismo. Que vai secreta e lentamente minando
nossa saúde, tirando a alegria de viver, pintando de cinza os
dias das pessoas rancorosas. A mágoa e o rancor são na verdade,
terríveis prisões emocionais, cárceres que limitam nossas vidas
e nos fazem infelizes.
Pessoas têm chegado a mim relatando que se sentem
como se estivessem puxando bolas de ferro presas aos seus
pés. Elas querem correr mas não conseguem, querem voar
mas não podem. O peso da bola de ferro é tanto, que ficam
desanimadas e sem forças até mesmo para levantar da cama
todas as manhãs. Normalmente estas bolas de ferro são suas
mágoas e rancores, são seus ressentimentos que as impedem
de ter uma vida plena e feliz.
Quando falo da necessidade de perdoar, pessoas têm me
dito assim: “Você está dizendo para eu perdoar porque não foi
com você, pois se fosse, você não diria isso. Ela não merece o
meu perdão”; outras ainda dizem: “Prefiro morrer a perdoar
meu pai, ele abandonou a mim e a meus 5 irmãos passando
necessidade com a nossa pobre mãe, ele não merece!” Tento
fazer com que essas pessoas entendam que a mágoa só fez mal
a quem a possui. Muitos acham que sentindo ódio ou mágoa
estão se vingando da pessoa que as agrediu e magoou. Mas na
verdade estão destruindo a si mesmos. Quando me dizem que
“fulano não merece o meu perdão”, eu mostro que quem pre­
cisa urgentemente do perdão não é fulano e sim ela que tem
a mágoa. Quem está sofrendo é ela, quem tem uma enorme
bola de ferro presa aos pés é ela. Quem tem um olhaT triste e
carente é ela, e não fulano que continua levando sua vida
normalmente.
101
É importante que se lembre que pensamentos ranco­
rosos geram sentimentos rancorosos que geram comporta­
mentos rancorosos e que, sentimentos e comportamentos^
rancorosos geram CRENÇAS LIMITANTES.

Assinale as frases abaixo que coincidem com a forma


que você pensa:
-Existe uma pessoa que não merece o meu perdão ( )
-Eu não tenho raiva de ninguém, quando não
gosto de alguém aquela pessoa deixa de existir
para mim ( )
-O que eles fizeram foi imperdoável para mim ( )
< Primeiro eles têm que pedir desculpas ( )
-Só bobo e idiota para perdoar isso ( )
-Tudo o que vivo hoje é culpa de meu marido ( )
-Estou coberto de razão, eles estão
totalmente errados ( )
-Eu nunca os perdoarei ( )

Qualquer uma das frases acima indicam um grave tom


de ressentimento ou mágoa. E o primeiro passo na direção do
perdão é reconhecer que existe a mágoa e o segundo passo, é
reconhecer que será muito bom para você perdoar.
Uma das pressuposições básicas da programação neu-
rolingüística: “As pessoas fazem a melhor escolha a partir
das opções disponíveis no seu repertório interno, do ponto
de vista em questão”. Esta pressuposição quer dizer que
quem o magoou, estava fazendo o melhor que podia naquele
momento.

As pessoas só podem agir dentro do nível de compreen­


são, conhecimento, equilíbrio e consciência que possuem.
102
Como saber se perdoou?
Algumas pessoas buscam perdoar e mudar seus senti­
mentos em relação a outra pessoa, no entanto não sabem ao
certo se realmente conseguiram dar o perdão. Para confirmar
se conseguiu ou não perdoar, basta fazer um pequeno quadro
mental vendo a pessoa em questão feliz, realizada, conquistando
seus objetivos. Se esse quadro lhe fez bem, se você ficou feliz
com o sucesso desta pessoa, certamente você a perdoou, no
entanto, se essa imagem não lhe fez bem, se gerou ressentimento
e mal-estar em você, fica claro que você ainda não perdoou e
ainda tem esse desafio pela frente.

Como perdoar?
Existem inúmeras maneiras de perdoar, a que me atenho
neste livro é feita com quadros mentais, usando todas as técni­
cas já descritas, Para isso, deve-se lembrar o fato e o momento
que gerou a mágoa, buscar os detalhes para em seguida visua­
lizar seu “agressor” frente a frente com você. Vocês travam um
diálogo brando, amigável e sereno no qual ele pede perdão pelo
que fez com você, e você verbaliza para ele que o perdoa. Depois
disso você o libera e o vê indo embora. Você ainda fica onde
está por algum tempo percebendo que está mais leve e feliz.
Lembre-se de que esta metodologia ocorre mentalmente
através de quadros mentais. Para que o resultado seja ainda
maior, você poderá perdoar esta pessoa pessoalmente e ao
vivo, se assim ela quiser. Caso ela não ache que teve culpa ou
não queira seu perdão, isto não o impede de executar o quadro
mental do perdão.

TEXTO COMPLEMENTARES
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas
notas e seu comportamento decepcionavam seus pais que,
como bons cristãos, sonhavam em vê-lo formado e bem-suce­
dido. Um belo dia, o pai propôs-lhe um acordo:
r-
- Se você, meu filho, mudar de comportamento, dedicar-
se aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a
faculdade de medicina, eu lhe darei um carro de presente.
Por causa do carro, o rapar mudou da água para o vinho:
passou a estudar como nunca e a ter um comportamento
exemplar.
O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação: sabia que
a mudança do filho não era fruto de um decisão sincera, e sim,
apenas interesse em ganhar o automóvel. Isso não era bom...
O rapaz seguia nos estudos e aguardava o resultado do
seu esforço.
Até que o grande dia chegou. Fora aprovado no curso de
medicina, e, como prometera, o pai convidou toda a família e
amigos para uma comemoração.
O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe entregaria
o automóvel. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o com­
portamento do filho e em seguida estendeu-lhe uma caixa.
Imaginando que ali estariam as chaves do tão desejado carro,
o rapaz, emocionado, abriu o presente.
Para sua surpresa, deparou-se com uma Bíblia. O rapaz
ficou visivelmente decepcionado, mas nada disse.
A partir daquele dia, o silêncio e a distância separaram
pai e filho.
O jovem sentiu-se traído e começou a lutar pela inde­
pendência. Saiu da casa dos pais e foi morar no campus da
Universidade. Raramente mandava notícias à família.
O tempo passou, ele se formou, conseguiu se empregar
em um bòm hospital e se esqueceu completamente do pai.
Todas as tentativas do pai em reatar os laços afetivos entre eles
foram em vão. Até que um dia, muito triste com a situação, o
velho adoeceu, não resistiu e morreu.
No enterro, a mãe entregou a um indiferente filho a
Bíblia que havia sido o último presente do pai e que fora dei­
xada para trás.
104
L
De volta a sua casa, ao colocar a Bíblia na estante, o rapaz
notou dentro dela um envelope. Ao abri-lo, encontrou uma
carta e um cheque. A carta dizia:
“Querido filho, sei o quanto você deseja um carro. Eu o
prometi a você e aqui está o cheque para que escolha aquele
que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de dar-lhe tam­
bém um presente ainda melhor: a Bíblia Sagrada. Nela você
aprenderá o amor de Deus e a fazer o bem não pelo prazer da
recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência.”

Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isso leva
a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde,
perdoe aquele que você pensa ter-lhe feito mal.
Perdoe, afinal de contas você merece ser feliz l

A INVEJA
A Inveja é outro sentimento gerador de crenças limi-
tantes. Ela acontece quando alguém se ressente e se sente
incomodado quanto ao que outra pessoa é ou possuí. Usan­
do conceitos de linguagem avançada podemos identificar o
padrão lingüístico de pessoas que são assoladas pela inveja.

Frases e pensamentos corriqueiros de quem sente inveja:


D “O carro de fulano é melhor que o meu.”
D “O emprego de fulano é melhor que o meu.”
B “Essa casa não tem nada a ver com o fulano (o dono),
ela combina é comigo.”
0 “Como uma mulher tão feia e sem classe tem um mari­
do tão bonito e classudo."
0 “Aquele cara só tem um carrão desses porque é filhi-
nho de papai.”
A inveja ocorre normalmente com pessoas de bai-
105
xa auto-estima, pessoas que não acreditam ser capazes de |
conquistar seu objeto de desejo. Por não se sentirem capazes;!?
de fazer tal conquista, transformam seu objeto de desejo em
objeto de inveja. Cada vez que esta pessoa compara o que é e
o que tem e o que faz com outra pessoa, e não se sente capaz /.
de ser, ter ou fazer, isto gera um processo mental destruidor ;;
e limitante na vida dela.
O lado emocional é ponto poderoso da mente humana,
identifica o objeto da inveja como algo nocivo, que incomoda ;
e que gera ressentimento; desta forma, seu lado emocional
fará tudo para afastá-lo das visões incômodas das suas invejas. !
Assim, quanto mais inveja você sente de algo, mais longe fi­
cará do objeto da inveja. Exemplificando: quanto mais inveja
e ressentimento da casa da vizinha, mais longe você estará de :
possuir uma casa como aquela. Quanto mais inveja do carro
de alguém, mais longe estará de possuir um como aquele.
E assim por diante. Se alguém pode você também pode.
Transforme seus pensamentos de inveja em pensamentos de
admiração.
A maioria de nós foi criado com a crença da escassez, onde
para eu ganhar, alguém terá que perder. Para que eu seja e viva
de forma grandiosa, outra pessoa deixará de ser e viver assim.
Mire-se na abundância: o sol nasceu para todos, esqueça os ou­
tros e busque o seu lugar ao sol e elimine a inveja de sua vida.
Leia e pratique os exercícios dos capítulos anteriores e
concentre-se no capítulo sobre autoestima, onde veremos como
validar nossos potenciais e habilidades para, desta forma, nos
tomarmos mais capazes de conquistar os nossos objetivos e
não desejar os dos outros.

106
Auto-estima é, sobretudo, perceber e validar suas habili­
dades e potenciais, sem, no entanto,
deixar de conhecer seus erros, medos e
problemas a serem trabalhados.
Paulo Vieira

AUTO-ESTIMA
( A CRENÇA SOBRE NÓS MESMOS)
u,
O QUE É AUTO-ESTIMA

A principal tarefa do ser humano é d a rà luz ct si próprio.

Tornar-se tudo aquilo de que é potencialmente capaz•


Erich Fromm

De forma clara e objetiva, a auto-estima corresponde


às crenças que temos sobre nós mesmos. E a forma como nos
entendemos, corresponde à nossa auto-imagem.
Vejo como miopia e insensatez mio levar em conta
a importância da auto-estima na vida do ser humano. Não
importa sua religião, origem ou nacionalidade, não há como
ficarmos indiferentes à influência de nossa auto-imagem, de
nossa auto-avaliação. Com arrogância, covardia ou ignorância
podemos nos esquivar de pensar sobre isto. Pessoas criticarão
e se sentirão melhores e mais confortáveis escondendo-se atrás
do futebol, da religião, do sexo, da bebida e de qualquer outra
coisa, tudo com o intuito de não ter que olhar para dentro
de si e ver o quanto sente-se inadequado para a vida, o quan­
to sente-se pequeno, incapaz e não-merecedor. Entretanto,
independente de nosso entendimento ou aprovação, o
impacto de nossa auto-estima é certo e preciso na formação
e perpetuação de quem nós somos, do que fazemos e do que
temos.
Auto-estima não é se idolatrar, não é ser o centro
do mundo, achar que pode tudo e não há limites para quem
acredita em si. Uma pessoa com a auto-estima elevada não
acha que em primeiro lugar vem ela, em segundo lugar vem
ela de novo, e novamente ela. Estas são definições infantis e
equivocadas do que realmente é auto-estima.

109
A autoestima, quando bem construída, e mantida
em níveis satisfatórios, é a vivência de ser adequado para a
vida e suas exigências. Parafraseando Nathaniel Brandem
“Autoestima é a confiança em nossa capacidade de pensar, con­
fiança em nossas habilidades de dar conta dos desafios da vida.”
Falando por mim, além do que foi dito acima, auto
-estima é a certeza de ter sido criado por Deus, à sua imagem
e semelhança. É a certeza absoluta de que Ele me ama e me
concede o livre arbítrio para fazer as escolhas certas a partir
das habilidades e competências dadas por Ele, e ainda arcar
com os resultados das minhas escolhas. Mas a minha primeira
crença é que Deus me amou primeiro. E isto para mim é algo
fundamental e fantástico, que me enche de força e esperança
sempre. Uma esperança que vai além da razão e do explicável.

Auto'estima não é um dom que devemos reivindicar repetindo


afirmações positivas. Autoestima se constrói ao longo do tem­
po, usando entre outras ferramentas a auto 'responsabilidade.

Com a auto-estima elevada, é mais fácil e provável que


você persista diante dos obstáculos com coragem, determinação
e, principalmente, com dicernimento. Já com auto-estima baixa
é mais prováVel que você desista logo na primeira dificuldade
ou ainda, que faça o que tem de ser feito sem dar o melhor'
de si. Normalmente pessoas com baixa-auto estima desistem
quando deveriam ir em frente e insistem com insensatez quan­
do deveriam parar.
O nível de nossa auto-estima tem profundas
conseqüências em todos os aspectos de nossas vidas: como
atuar em nosso local de trabalho; na forma de nos relacio­
narmos com as pessoas; na nossa capacidade de realização; e
certamente o que alcançaremos em nossas vidas.

110
A AUTO'ESTIMA PODE SER BAIXA OU ELEVADA

Na tabela comparativa abaixo pode-se compreender


melhor a diferença entre uma pessoa de auto-estima elevada e
outra de auto-estima baixa.

Auto-estima elevada Auto-estima baixa


i'-
• Racionalidade * Irracionalidade
• Flexibilidade ♦ Inflexibilidade
• Vontade de vencer • Passividade diante da vida
* Otimismo • Pessimismo
• Coragem s-Covardia
* Tolerância • Intolerância
* Habilidade para lidar com mudanças • Medo das mudanças
• Capacidade de admitir seus erros * Incapacidade de admitir seus enos
• Cooperação • Independência
• Humildade •Arrogância

Pseudo auto-estima
E importante estarmos atentos à pseudo autoestima. Se
uma pessoa é extremamente otimista a ponto de não ponderar
as possibilidades de sucesso de seus planos, e se expor ao fracasso
sem ao menos refletir, isto não quer dizer que esta pessoa seja
otimista ou tenha auto-estima elevada. Na verdade, denota clara­
mente autoestima baixa. Se uma pessoa tolera o erro de alguém
é louvável, entretanto, se esta pessoa vive tolerando erros alheios
que a fazem sofrer continuamente e incessantemente sem buscar
mudanças, mais uma vez está claro que esta tolerância exagerada
é reflexo de auto-estima baixa. Um caso onde a pessoa tenha
111
coragem suficiente para defender a si e sua família, é louvável
e característico de quem possui auto-estima alta. Porém se esta
coragem não tem limites, se esta pessoa se expõe e arrisca sua
integridade física por motivos banais, se ela se expõe ao perigo
facilmente, é um sinal grasso de que ela padece de auto-estima
baixa, afinal quem se respeita, quem compreende o seu valor,
jamais estará se expondo à morte ou ao perigo por motivos
irrelevantes.
Desta forma, podemos ver que a pessoa com auto-esti­
ma elevada está no equilíbrio e foge de posições extremadas.
A pessoa com auto-estima baixa busca a segurança
exagerada, tentando tratar apenas com o que é conhecido,
sendo normalmente pouco exigente, principalmente consigo.
Já pessoas com auto-estima elevada, estabelecem objetivos
desafiadores, estimulantes, valorosos, porém factíveis, não se
intimidam diante das mudanças e do desconhecido.
Certamente quanto mais elevada for a auto-estima,
melhor será a comunicação, ela será mais íntegra, aberta,
verdadeira e adequada, pois o comunicador terá certeza do
valor de seu pensamento e o quanto ele é adequado. Desta
forma, será muito mais claro, harmônico e amoroso na sua
comunicacão. >

QUANDO E COMO SE FORMA A AUTO-ESTIMA

A auto-estima começa a ser formada na gestação e conti­


nua sendo formada até os oito anos e dependendo da criança,
vai ainda até os doze anos, porém de forma diminuta. Neste
processo de formação da auto-estima devemos levar em conta
que ao nascermos não possuíamos a racionalidade, éramos
apenas emocionais e instintivos. Quando uma criança recém-
nascida sente fome, não pensa sobre isso, apenas sente, então
chora reivindicando a satisfação de sua necessidade. Quando
ela sente frio bate o queixo e fica arrepiada. Tudo em uma
criança recém-nascida é 100% emocional e 0% racional. À
medida que o neném vai crescendo, ele vai desenvolvendo a
racionalidade. Se ela recebe o calor e carinho maternos da for­
ma e intensidade que precisa após nascer, isso fica registrado
como sentimento de aceitação, adequação e merecimento, e
irá direto formar o conteúdo emocional desta criança. Se ela
não recebe calor e carinho quando precisa, ela não será capaz
de entender racionalmente que sua mãe estava trabalhando
para comprar comida, para lhe proporcionar qualidade de vida.
Simplesmente ela vai sentir carência, abandono, que emocional­
mente serão registrados como insegurança, não-merecimento
e medo. E como já foi dito, neste inicio de vida, tudo o que
acontece com a criança, seja bom ou mau, vai direto formar
seu conteúdo emocional.

Tudo ou quase tudo que uma criança sente nos


primeiros anos de vida, pode virar uma crença, depende de
quantas vezes ela é exposta a estes sentimentos.

Quando possuímos a racionalidade formada, aproxi­


madamente após os oito anos, começamos a ser capazes de
discernir e avaliar o que nos chega e podemos acreditar ou
não no que nos dizem ou pensam a respeito de nós mesmos
conforme nosso julgamento. Aprendemos então a nos defender
dos conteúdos emocionais que nos são impostos.

Auto-estima é, sobretudo, a crença sobre nós mesmos.

113
3

MÚSICAS DE NINAR OU DE APAVORAR?

Observe bem estas músicas de ninar que provavelmente.!


alguém cantou repetidamente para você durante sua infância:;
e veja como o conteúdo incute na criança medo, insegurança*;:
ansiedade e inadequação.

Io) “Dorme neném que eu tenho que farer. lavar e engo-mflr


camisinhas pra você”, O que se percebe nesta música de ninar, é
que a mãe tinha muito trabalho a fazer por causa do neném:!
lavar, engomar, etc., e ainda por cima ele não dormia para que
ela pudesse executar o trabalho. A letra desta música deixa bem
claro que a criança estava sendo um grande incômodo, um
estorvo para a mãe. A mensagem que é plantada subliminar-
mente na cabecinha desta criança é que ela é inconveniente,;
inadequada, um problema para a mãe.

2°) “Dorme neném. que a cuca vai pegar. Papai foi pra roça e
mamãe foi trabalhar. Esta canção de ninar, por sua vez, primeiro
faz medo à criança ameaçando-a com a cuca, e depois finaliza o
terror infantil dizendo que o papai e a mamãe a abandonaram :
e ela está sozinho com a cuca. Esta música passa abandono,
medo, traição, que geram na criança sentimentos de medo,
insegurança, inadequação e outros tão ruins quanto estes.

3°1 “Booooi. boooi. boooi. Boi da cara preta, pega essa


criança que tem medo de careta”. Não apenas essa música,
como as outras citadas acima, têm o “inocente” objetivo de
fazer a criança dormir. Infelizmente, os cantores de nossa
infância não conheciam uma forma menos prejudicial e emo­
cionalmente nociva de nos fazer dormir sem que não implan­
tassem medo, insegurança, inadequação, etc. Como já sabemos,

114
todos os sentimentos vividos e internalizados por uma criança
antes dos oito anos, vão quase que direto formar seu conteúdo
emocional. Será que o conteúdo emocional gerado por essas
cantigas de ninar farão bem ou mal para a criança que as ouviu?

4o) “A canoa virou, foi deixada virar, foi por causa do


futaninho que não soube remar. Se eu fosse um peixinho e
soubesse nadar, eu tirava o fulaninho do fundo do mar.”
Eu considero esta uma das piores. Na primeira parte da
música, é implantado na mente aberta e sensível da criança o
sentimento de culpa por ter deixado a canoa virar. Na segun­
da estrofe, a criança é abandonada por seus pais para morrer
afogada.

Além de serem extremamente prejudiciais, estas


músicas refletem a forma pela qual os adultos impõem suas
vontades e crenças às crianças. É comum adultos fazerem
crianças se comportarem bem ameaçando-as com a cuca, ou
ainda fazê-las comer ameaçando-as com o “homem do saco”* *
ou o “homem da perna cabeluda”.**

Crença é todo pensamento ou conteúdo amigado na mente


subconsciente através de repetições internas e/ou externas.

* Personagem da crença popular que carregaria criancinhas mal comportadas em um saco.


* ’ Personagem mírica que causaria pavor, por ser extremamente /eia.

115
Vamos a um exemplo prático de formação de
auto-estima.
Em um local tranqüilo, sem barulho ou interrupções,.
visualize uma criança imaginária com menos de oito anos,
e ouça alguém gritando agressivamente as seguintes palavras
para ela:
“Criança burra, faz tudo errado. Será possível? Como
é que você só sabe fazer besteira? Ah, meu Deus, dai-me
paciência.”
Escreva abaixo quem você acha que disse estas frases
para essa criança.

Durante os seminários, quando pergunto quem disse tais


frases para aquela criança, 95% das pessoas dizem que foi o
pai ou a mãe. Poucos dizem que foi a babá, a empregada ou
outra pessoa qualquer. O fato é que quando estas pessoas
respondem que foi o pai ou a mãe quem gritou com o filho,
elas não estão se referindo à criança e sim a elas mesmas.
Elas estão se referindo a toda carga de amor negativo que
receberam de seus pais. E como já sabemos, toda carga de
sentimentos que recebemos na infância vai direto formar
nosso conteúdo emocional.
Algumas pessoas dizem que seus pais jamais gritaram
ou gritariam daquela maneira com ela. Quando ouço tal
afirmação fico feliz em saber que seus pais tiveram uma
paciência incomum. Entretanto, logo me vem um sinal de
alerta assinalar algo tão ou mais perigoso que a agressão ver­
bal, que é a indiferença: a falta de tempo, a falta de atenção,
a terrível falta de afetividade, falta de diálogo, falta do toque
físico e emocional. A incapacidade dos pais entenderem as;
necessidades emocionais de uma criança em formação.
116
A falta de afettvidade familiar tornou-se hoje uma ter­
rível epidemia que infelizmente poucas pessoas ousam falar
sobre ela. Existem famílias que estão reunidas fisicamente,
porém a distância entre os membros é enorme. Famílias que
se reúnem em torno da televisão, onde a palavra é proibida,
já que o programa é mais importante que o diálogo entre os
membros.
Há poucos dias tive dois relatos profundamente tristes e
incrivelmente freqüentes nos lares. Uma jovem me relatou que
desde que era criancinha ninguém podia conversar ou atrapa­
lhar sua mãe enquanto ela assistia a novela das seis, a novela das
sete, o jornal local e, finalmente, a mais importante de todas
que era a novela das oito com seus artistas preferidos. Ela me
disse que ninguém podia nem ao menos falar, e quando sua
mãe era atrapalhada ela tinha um discurso pronto: “Sustento
essa casa sozinha, sou escrava de todos vocês, ninguém me
ajuda e a hora que eu tenho para ver minhas novelas ninguém
respeita. Será que eu não tenho ao menos esse direito? Essa
mesma jovem me relatou que aos quinze anos seu primeiro
namorado rompeu o namoro. Para ela foi uma experiência
muito dolorosa, muito sofrida. Ela contou para a mãe, que não
deu a menor importância. Entretanto, no mesmo dia, pouco
tempo depois, sua mãe estava chorando emocionada diante da
televisão com o fim do relacionamento de seu artista favorito.
Acontecimentos como este, entre filhos e pais, quando
ocorrem na fase de 0 a 8 anos, saturam a criança de sentimen­
tos de inadequação, abandono, não-merecimento e outros. O
impacto desta criação se tornará mais visível, real e nocivo na
adolescência e principalmente na fase adulta.
O outro caso triste, porém real a que me referi, foi
de um filho que relatou que tudo o que ele queria é que
seu pai fosse tão descontraído, brincalhão e afetivo com ele
117
como era com o cachorro. Ele brincava no chão, rolava com
ele, deixava-se lamber e tudo o mais que se pode imaginar
com aqueles animais. Será que esta criança se sentia menos
merecedora de amor e afeto que um cachorro? Acredito que sim.

AUTO-EST1MA É A CRENÇA QUE TEMOS SOBRE NÓS


MESMOS.

Casos verídicos da influência de auto-estima baixa*

Caso 1
Certa vez, um homem que foi criado para atender às expec­
tativas de seus pais e ser sempre submisso, relatou que estava
profundamente infeliz, pois achava que seu sucesso profissio­
nal estava magoando seus pais. E por incrível que pareça, ia
trabalhar desmotivado. Inconscientemente ele comecou um
processo de auto-sabotagem: chegando despreparado para
as reuniões, sendo ríspido com sua equipe e em momentos
impróprios sendo brincalhão. E ainda por cima não sendo
capaz de perceber os sinais de descontentamento de seus
superiores.

Caso 2
Uma jovem de 26 anos, disse durante um seminário que dava
todo o seu salário de gerente comercial para sua mãe. A prin­
cípio não entendi, mas depois conversando particularmente,
ela me confessou que sentia um enorme prazer ao fazer isso.
Aprofundando mais a conversa, ficou tudo muito claro. Sua
mãe engravidou e teve de casar com seu pai. Neste desastroso
casamento teve um filho deficiente físico e mais uma filha. Sua
mãe desde muito cedo repetia sempre a mesma frase: “Por sua
causa eu vivo essa vida infeliz; se eu não tivesse engravidado de
118
você, não teria de ter casado com ele.” Essas frases repetidas
desde sua primeira infância geraram nela um enorme senti­
mento de culpa. E cada vez que ela recebia seu salário e dava à
sua mãe era como se estivesse pagando sua grande dívida. Ela
me disse: “É como se eu tirasse um enorme peso das minhas
costas, você não imagina como eu me sinto bem quando dou
todo o meu salário para minha mãe”.

Caso 3
Uma jovem proprietária de uma loja de varejo, vê as exce­
lentes idéias propostas por sua gerente e vendedoras, mas
sente-se profundamente humilhada por não ter tido essas
idéias antes. Imagina-se superada por elas e mal vista pelos
outros. Imediatamente proíbe que as idéias alheias sejam
postas em prática e não admite conversar sobre o assunto.

Caso 4
Um auditor interno de uma empresa particular reúne-se com
o presidente da organização. Sabe que precisa dizer-lhe algu­
mas coisas que ele não gostará de ouvir. Inconsciente-mente,
fantasia que está na presença do seu pai intimidador: gagueja,
hesita e não consegue falar nem a metade do que pretendia. A
ânsia de ser aprovado pelo presidente ou o desejo de evitar sua
desaprovação, são mais fortes que seu pulso profissional. Por
não conseguir dizer tudo pessoal-mente, prepara um relatório
mais ameno. Mas, mesmo assim, não consegue enviá-lo.

Caso 5
Um jovem “sabe" que não será feliz. Sente que não merece. Quan­
do encontra uma mulher bonita e inteligente que corresponde
a seu interesse, logo começa a se relacionar. Por pouco tempo
entrega-se à felicidade do relacionamento, esquecendo que não
119
“merece” ser feliz. Ele se esquece que um relacionamento feliz e
harmônico não faz parte de suas crenças e realidades internas.
•Ele está feliz, mesmo que vivenciando um sentimento estranho
e fora do seu contexto emocional. Para ser coerente com suas
crenças de não-merecimento, ele começa a sabotar seu relacio­
namento, magoando sua namorada, traindo-a com mulheres
vulgares sem a beleza e inteligência dela e sendo muito ausente.
Até que, finalmente, ela se recusa a continuar sofrendo e acaba
o relacionamento. Mais que prontamente, ele afirma que já
sabia que não ia dar certo, era bom demais para ser verdade.

Nossa vida é direcionada de acordo com as cren­


ças sobre nós mesmos. Se acreditamos ser merecedores de
relacionamentos harmônicos e felizes, assim será, se acreditamos
que somos incapazes ou não-merecedores de tais relacionamen­
tos, encontraremos um jeito de nos sabotar e provar para nós
e para o mundo que estávamos certos. Entretanto, quando
construímos e elevamos nossa auto-estima, passamos a acreditar
que somos merecedores de coisas boas, de sucesso e felicidade.
Assim somos capazes de criar e estabelecer relacionamentos mais
saudáveis, coerentes com esta nova realidade, fazendo as escolhas
certas e direcionando nossas decisões para nosso bem-estar e
felicidade.

Para mudarmos nossas vidas, precisamos primeiro mudar


nossas crenças sobre nós mesmos.

EXEMPLOS DE PESSOAS COM BAIXA


AUTO-ESTIMA;

Como observa Cláudio Moyses*, “podemos identificar


pessoas que estão com sua auto-estima em baixa através de sua
postura e comportamento.

* Aittor do livra - Seit Sucewo pela Autwitima


Veja alguns exemplos a seguir:
-Agressividade;
' Desleixo com a saúde
' Necessidade exagerada de agradar aos outros;
- Necessidade exagerada da aprovação dos outros;
' Negação dos próprios erros;
- Descontentamento com a própria vida e com a dos demais;
- Sensação de ser constantemente perseguido;
' Desrespeito a opiniões diferentes das próprias;
' Pensamentos negativos;
- Insegurança;
- Inflexibilidade;
- Incapacidade de emitir opiniões.
- Não se sente merecedor de coisas boas
Assim como estar é diferente de ser, podemos transfor­
mar nossa auto-estima e usá-la a nosso favor.

“Ter uma auto'estima elevada é sentisse


confiantemente apropriado à vida. Ter autO'estima
baixa é sentir-se errado e inadequado como pessoa
Nathaniel Branden

Uma pessoa com auto-estima baixa pode alcançar seus


objetivos, porém não irá saborear sua conquista. Seu grau de
satisfação é o indicador disto. Mesmo alcançando um objetivo,
não se julga satisfeita. Sua perspectiva é provar seu valor para
os outros através de sua conquista. Mostrar que é superior a
alguém, bem como apegar-se a um cargo ou a bens materiais
são fatores que ajudam essa pessoa a sentir-se mais segura.
Com auto-estima baixa, a pessoa busca objetivos para
provar aos outros que tem valor. Pode ser que nem queira
seguir este caminho e, muitas vezes, quando olha para trás,
pergunta: “Por que não aproveitei mais minha vida?”

121
A autoestima baixa fez com que inconscientemente elafi
se boicote. Se realmente não se considera merecedora da feliíl
' ;,;3§í
cidade, irá trabalhar para isso. Trabalhando para boicotar ast:|j
mesma, estará reatando e confirmando a sua profecia interior. %
A falta de confiança em si faz com que ela escolha pes* ;f
soas que irão abandoná-la mais tarde, fezendo-a infeliz. A feita 2
de segurança fez com que a possessividade transforme pequenos
atritos em problemas de grande vulto. É preferível rejeitar logo;
a ser rejeitado mais tarde.
Podemos perceber a importância da auto-estima para
nossa satisfação e realização, e o que nos trazem esses dois .:
sentimentos é o que pensamos a nosso respeito e não o que 1;
os outros pensam.

O supermalhador que tem uma profunda necessidade


de estar mostrando seus músculos em todo lugar e a toda ;
hora, só usando roupas justas que realcem seu corpo escul-
pido, (mesmo que isso pareça ridículo para a maioria das •
pessoas), usa hormônios conhecidamente cancerígenos para
poder ficar mais forte e chamar mais atenção ainda.
Questionamento: Por que ele precisa ser tão forte, por que
precisa tão desesperadamente chamar a atenção de todos?
Resposta: Porque sua auto-imagem é precária e desfigurada,
ele não se sente merecedor de reconhecimento e de aprovação,
sente-se inadequado. Em sua auto-imagem ele vê um homem
pequenino e feio, e o corpo esculpido pela malhação exagerada
é uma maneira de compensar tudo isto.
A moça supersensual, como o malhador, tem uma profun­
da necessidade de chamar atenção de todos e em todos os
momentos. Ela usa a beleza de seu corpo e sua sensualidade
expondo-o com roupas muito curtas, muito justas ou muito
122
................. • ■■■■ -«ás
transparentes. Este tipo de vestimenta tem o intuito de fazê-la
sentir-se bela, desejável, aceitável, admirada, querida, tudo o
que internamente (auto-imagem), ela não acredita.
Questionamento: É errado uma moça jovem, bonita e com
um belo corpo vestir-se com roupas sensuais? ,,
Resposta: Claro que não. O problema é quando esta jovem
passa a precisar deste tipo de roupa para sentir-se aceita, bonita
e feliz. Transformando roupas sensuais em seu uniforme diário.
O fato nocivo deste exemplo é ela não perceber o seu real valor
e precisar destas roupas para se sentir bem, aceita e adequada.

Relação de amor ou dependência? É muito comum ver casais


que quando estão juntos brigam incessantemente, porém, quan­
do rompem o relacionamento sentem uma tremenda falta um
do outro. Possuem os seguintes dizeres românticos: “Você me
completa”; “Você é o ar que eu respiro”; “Sem você eu não sou
nada”; “Você é a luz que ilumina meu caminho”. E quando
acabam o relacionamento, sofrem enormemente, a ponto de
acharem que não vão suportar a vida sem o ser amado, que é
melhor a morte a viver só.
Questionamentos:
Io Para alguém completá-lo tem que estar faltando algo em
você? O quê?
2o Este caso é um relacionamento de amor ou uma relação
doentia de dependência?
3o É honesto e justo esperar que o outro o faça feliz?

Respostas:
Io e 2o Quando alguém diz que outra pessoa o completa é
porque sente-se incompleto. A imagem que vê no seu auto-es-
pelho é desfigurada, incompleta e imperfeita. E como se não
tivesse uma perna e precisasse de outra pessoa também sem
123
uma perna, (tão incompleta como ela) para que as duas jun­
tas pudessem ficar em pé, uma se escorando na outra, numa
relação de dependência e cobrança, E se uma faltasse ou se
afastasse por algum tempo, faltaria apoio (escora emocional)
e ambas cairiam.
3o Não é justo nem honesto, afinal uma pessoa auto-respon-
sável, como vimos no capítulo I, não espera que ninguém a
complete, que ninguém a faça feliz. Pois ela é responsável por
tudo que ocorre na sua vida, inclusive e principalmente por
sua própria felicidade. O que acontece com uma pessoa com
a auto-estima elevada é que o ser amado pode complementar,
acrescentar ainda mais, torná-la ainda mais feliz, mas nunca
completar, pois só se completa o que está faltando. Afinal,
pessoas com elevada auto-estima sentem-se completas, repletas
de potenciais e de habilidades, e se aceitam como são.

Ser vítima, A auto-estima baixa, às vezes mostra-se na forma


de auto comiseração ou autopiedade. Vendo-se vítima do
mundo, uma pessoa digna de pena, compaixão e dó, tenta
chamar atenção dos outros pelos seus fracassos, tristezas e so­
frimentos de uma forma geral. Pessoas assim constantemente
sentem dor em algum lugar, mancam de uma perna, reclamam
da vida e dos outros. Sempre encontram algo ou alguém para
que possam reclamar ou se queixar. E constantemente se per­
guntam: “O que eu fiz para merecer isto?”
Questionamento; Bar que esta atitude tão fracassada?
Resposta: Esta pessoa provavelmente não se sentiu na infância
recebendo o amor e afeto suficientes do pai ou da mãe, no
entanto, percebeu que quando ficava doente recebia bastante
carinho, atenção e afeto deles. Assim se tornou fácil; “Basta eu
ficar doente, sofrer, fracassar, sentir dor que passo a ser querida,

124
a ter a atenção, afeto e amor que tanto preciso.” Esta pessoa tem
baixa auto-estima provocada pela crença de não-merecimento
ou inadequação. E leva a vida sofrendo para ter a atenção que
precisa para viver.

COMO ESTÁ SUA AUTO-ESTIMA?


Utilizando uma espelho, olhe profundamente para dentro
de si, esqueça o mundo externo e reflita como está a sua
vida, reflita como vão seus sentimentos, fazendo as perguntas
abaixo:
1. Como está a sua vida?
2. Como estão seus sentimentos?
3. Você se sente feliz?
4. Quais são seus pontos fortes?
5. Quais são seus pontos fracos?
6. O que você precisa mudar em você para ser mais feliz?
7. O que não tem dado certo na sua vida?
8. Você consegue ver-se realizado e rico?
9. Você acredita que alcançará seus objetivos mais
audaciosos?
10. Quem é você?
11. Você é feliz?

Escreva o máximo possível. Não racionalize e não pense,


simplesmente deixe sua mão escrever à vontade.

125
Talvez após este exercício, você tenha descoberto ou apenas
confirmado o que você já sabia: sua auto-estima está muito
baixa, e você não sabe o que fazer para reverter o quadro.
Fique tranqüilo, pois todos os capítulos vistos anteriormente
têm por objetivo equilibrar sua razão e emoção, lado direito e
lado esquerdo. E a conseqüência desse equilíbrio é a elevação
da sua auto-estima.

AMANDO PRIMEIRO A SI MESMO

Eu proponho agora que façamos um quadro mental muito útil


que deverá ser repetido e exercitado diariamente.
Coloque-se em posição confortável, respire profunda­
mente 7 vezes, inspirando pelo nariz e soltando o ar pela boca,
relaxando profundamente. Mentalmente, você se levanta, vai
até a porta do ambiente onde você está, e ao abri-la você percebe
um lindo túnel de cores cintilantes. Você entra e segue túnel
adentro, caminhando tranqüila e lentamente,, observando
as cores, quando de repente vê uma porta. Esta é a porta de
126
entrada da casa onde você passou a sua infância, você olha
atentamente para ela, lembrando cada detalhe. Então você
percebe que a porta está entreaberta e coloca a cabeça para
observar o que há dentro, é quando você se vê quando era
uma criança, sentada no chão brincando com um brinquedo
que só você se lembra, um brinquedo que marcou sua infância
e neste momento você mais uma vez vê todos os detalhes do
seu brinquedo da infância, lembra exatamente como ele era e
como você brincava com ele.
A criança (você) na infância, o vê e sorri com um lindo e
sincero sorriso, e imediatamente estende o braço para que você
a pegue no colo. Prontamente você a pega no colo e começa
a lhe dar todo o seu carinho e amor. Vivencie este momento
mágico, sinta o amor que esta criança tem por você, e melhor
ainda, sinta o enorme amor que você tem por ela. Acaricie-a,
afague seu cabelo, toque no seu rostinho. Dê a ela o amor que
ela tanto precisa. Diga o quanto ela é especial para você e para
o mundo. Diga como você a admira. Viva essa situação maravi­
lhosa durante cinco a dez minutos, tentando tomar esse quadro
mental o mais real possível, vivê-lo com sons, imagens e toda a
cinestesia possível. Fazendo esse exercício, você estará voltando
à sua infância, que é onde foi formada sua auto-estima, e estará
recompondo-a, estabelecendo a crença de que esta criança é
amada e amada sem restrições. Faça este quadro mental duas
vezes por dia durante vinte e um dias, que é o ciclo completo
do aprendizado humano, e você colherá grandes transformações
na direção de uma auto-estima elevada e estruturada, pronta
para encarar a vida de forma completa, corajosa, madura e feliz.
AUTOVALIDAÇÃO

Autovalidação é a capacidade que o ser humano


tem de reconhecer seus potenciais, suas habilidades. É ter a
humildade de dizer para si mesmo: “Eu sou muito bom fazendo
isso.” E o reconhecimento de suas melhores características, sem
desconhecer, porém, suas fraquezas a serem trabalhadas.
Vamos agora praticar e reforçar a autovalidação.

Escreva o nome de três pessoas que você admire


muito. Pode ser qualquer pessoa, basta que ela tenha algo
admirável, algo que seja digno de imitar positivamente. E para
cada uma dessas pessoas, escreva três características positivas.
Por exemplo:

Pessoa 1: Pelé
Características:
1. Determinado
2. Humilde
3. Vencedor

Características:
1 ..
2.,
3.

Pessoa 2:..............
Características:
1.
2 .

3,

128
Pessoa 3:..............................................................
Características:
1...................................................................
2...................................................................
3.............................................................

Se você se incluiu nestas três pessoas que você admira muito,


parabéns, é um ótimo começo para a autovalidação.

Escreva em seguida três características positivas suas.


1............................................................................
2...................................................................................
3............................................................................

Agora transcreva nas linhas de baixo as nove características


positivas que você identificou nas três pessoas e as três carac­
terísticas positivas que você encontrou em si.
1......................................................................................................................
2.......................................................................................................................
3 ................................................................................................
4 ........................................................................................
5 .........................................................................................................
6 ...................................................................................................................
7 ....................................................................... ..........
8 ...................................................................................................................
9 .................................................................................................. «...
10 .................................................................................................................
11....................................................................................................................
12...................................................................................................................
Se você viu estas características positivas nestas
pessoas, quer dizer que você as tem, pois se você não as tivesse,
teria visto outras características.
Talvez você esteja se perguntando: “Se eu tenho estas
características tão bonitas e importantes, por que não as vejo?”
ou ainda: “Se tenho estas características por que não as uso em,,
benefício próprio?” A resposta é simples: a baixa auto-estima,
cega as pessoas, impedindo que elas possam ver seus potenciais:
e habilidades e, conseqüentemente, não sendo quem é, nem.
tendo o sucesso e felicidade que poderia ter.
Valide quem você é, leia três ou quatro vezes suas
novas características, reconheça todas elas em você, bus-
que-as dentro de você de forma incessante. Acredite, você
tem todas estas características. A partir de hoje, sempre que
precisar de recursos internos para vencer um obstáculo, leia
e releia quem você é. Este, sim, é o seu lado mais bonito.
Valide-se e grite ao mundo quem você é e tudo que você é
capaz de fazer.
Vá em frente, use todos os seus potenciais, busque seus
objetivos com toda a determinação, mas nunca esqueça de que.
existe um Deus que está no controle de tudo, e sem ele nada
podemos e nada somos.

Deus o abençoe e muito sucesso na sua caminhada.

130
BIBLIOGRAFIA

Chung, Tom. Qualidade começa em mim. Editora Campus


Alder, Harry. PNL - Programação neurolingüística para ger­
híiffliWííiifrt>iit>>iieawt<tiiaaBMfe^

entes. Editora Record


Covey, Stephén R. Os sete hábitos das pessoas altamente efi­
cazes. Editora Best Seller
Hay, Louise L. Ame-se e cure sua vida. Editora Best Seller
Branden, Nathaniel. Auto-estima e os seus seis pilares. Editora
Saraiva
Drucker Foundation. De líder para líder. Editora Futura
Weil, Pierre. O corpo fala. Editora Vozes
Godeman, Daniel. Inteligência emocional. Editora Objetiva.
WHnW^1rMTiiihirítHiaattaH»NMWifcMW^

131
Inteligência Emocional
e Auto-Estima
Maximizando Potenciais

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