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A Mensagem de

Provérbios para Hoje!


Panorama e Análise
Rev. Deivinson Bignon
a) NOME – No hebraico é Mishle Shlomoh ou
“Provérbios de Salomão”. Provérbios são
expressões curtas e concisas contendo lições
morais. São princípios de vida por analogias,
PARTE I máximas que expressam uma verdade de forma
sucinta, sentenças curtas extraídas de longas
Panorama experiências de vida. Esta era uma forma de
ensino muito comum no antigo Oriente por
chamar a atenção, despertar a reflexão no
ouvinte e facilitar a memorização.
b) AUTOR – Salomão foi o autor e
compilador da maioria dos provérbios (Pv
1.1; 1Rs 4.32) apresentados entre os capítulos
1-24. Foi ele também o autor dos provérbios
PARTE I que estão contidos nos capitulos 25-29 (Pv
25.1), os quais foram, no entanto, compilados
Panorama pelos escribas do rei Ezequias (profetas Isaías
e Miqueias). Agur e o rei Lemuel foram os
autores dos capitulos 30-31, mas são pessoas
desconhecidas para nós.
Quando a disposição do livro é analisada, ele
parece apresentar uma conclusão no capítulo
PARTE I 24, com provérbios estes que precedem o
período do reinado de Ezequias. Este rei
Panorama provavelmente reuniu então provérbios
adicionais, durante o período de avivamento
espiritual experimentado em seu reino.
c) DATA DA ESCRITA – Segundo o relato de
1Reis 4.32, Salomão, durante o seu reinado
(971-931 a.C.), compôs cerca de três mil
PARTE I provérbios, porém o livro só apresenta 400
destes. Quando e como estes foram
Panorama selecionados? Quando foram acrescentadas
as composições de outros sábios (Pv 22.17),
como Agur e Lemuel?
Uma resposta precisa não se tem, mas o
próprio livro de Provérbios declara ter
havido uma seleção de provérbios feita pelos
PARTE I sábios do tempo do rei Ezequias (aprox. 700
a.C.), crendo-se então ser próximo desta data
Panorama a compilação final do livro de Provérbios.
Este fato coincide com o período de reformas
plantadas pelo rei Ezequias (2Cr 29.25-30).
d) TEMPO DA AÇÃO – Este livro cobre
vários séculos de produção literária. São
quase 300 anos, pois há composições de
Salomão (971 a.C.), seleção dos sábios de
PARTE I Ezequias (700 a.C.) e obras de prováveis
contemporâneos de Ezequias, como Agur e
Panorama Lemuel.
e) VERSO CHAVE – (Pv 1.7 ou 9.10): “O
temor do Senhor é o princípio do
conhecimento”.
f) TEMA – A SABEDORIA PRÁTICA
FUNDA-MENTA-SE NO TEMOR DO
SENHOR.

PARTE I
g) CONTEÚDO
Panorama Salomão foi o homem mais sábio que já
viveu sobre a terra (1Rs 4.29-32) e esta
sabedoria foi recebida de Deus, a qual
também está ao nosso alcance (Tg 1.5,6).
O tema central deste livro é a sabedoria de
forma prática, não apenas para viver uma
“boa vida”, mas para viver no temor do
PARTE I Senhor. Deus é a sua fonte e o princípio dela
é o próprio temor do Senhor. Todas as
Panorama máximas apresentadas no livro objetivam
gerar homens saudáveis, redimidos, bem-
sucedidos na vida segundo o projeto de
Deus para nós (Jo 10.10).
Os princípios de vida são divinamente
inspirados e apresentados sob a forma de
PARTE I ditados, que por contraste ou comparação,
retratam as experiências características e o
Panorama caminhar do sábio e do tolo, do justo, do
preguiçoso, do bom e do mau, do insensato,
da mulher virtuosa, etc.
Esta sabedoria atravessa gerações e deve ser
a base para nosso viver diário, bem como
parâmetro para avaliação de nossa conduta.

PARTE I Os provérbios não são princípios infalíveis


Panorama de sucesso, mas normas gerais de Deus
trabalhar. As exceções, por exemplo, um
justo que não goza paz, felicidade ou
longevidade, deve-se a projetos e propósitos
particulares de Deus para aquelas vidas.
É ampla a gama de assuntos abordados no
livro: o uso das riquezas; o tratamento para
com os pobres (17.5; 19.17; 21.13); amigos e
PARTE I vizinhos (14.21; 25.17; 27.10); o controle da
língua (10.19-21; 13.3); a honestidade (11.1-
Panorama 19; 15.27); a justiça (11.5,6; 20.7); a sabedoria
(2.6-7; 8.11); a obediência aos pais (1.8,9); a
mulher adúltera (2.16-19; 5.3,4; 6.24-26) etc.
Poderíamos dizer de forma prática que o
PARTE I livro de Provérbios, no Antigo Testamento,
corresponde ou equivale a Tiago no Novo
Panorama Testamento.
h) DIVISÃO – Para dividir o livro
didaticamente, adotou-se a forma aceita pela
maioria dos estudiosos:
a) Exortação aos jovens – capítulos 1-9 – o valor
PARTE I da sabedoria e como adquiri-la.
b) Provérbios variados de Salomão – capítulos
Panorama 10-24.
c) Provérbios de Salomão colecionados pelos
sábios de Ezequias – capítulos 25-29.
d) Palavras de Agur e Lemuel – capítulos 30-31.
i) ESBOÇO DO LIVRO – O livro possui 31
capítulos, com 887 versículos, e destes, os
nove primeiros capítulos e os dois últimos,
PARTE I são discursos extensos, enquanto que os
capítulos intermediários contêm breves
Panorama parelhas de versos onde sobressaem os
paralelismos poéticos, predominando as
antíteses.
Pode ser assim esboçado:
1.1-6 - Título e propósito do livro.
1.7 - 9.18 - Quinze lições de sabedoria:
1) 1.7-19; 9) 6.1-5;

PARTE I 2) 1.20-23;
3) 2.1-22;
10) 6.6-11;

11) 6.12-19;
Panorama 4) 3.1-18;
12) 6.20-25;
5) 3.19-26;
13) 7.1-27;
6) 3.27-35;
7) 4.1-5.6; 14) 8.1-36;

8) 5.7-23; 15) 9.1-18.


10.1 a 22.16 – Provérbios curtos de Salomão.
22.17 a 24.34 – Provérbios dos sábios.
25.1 a 29.27 – Provérbios de Salomão
PARTE I compilados pelos sábios do rei Ezequias.
Panorama 30 – Provérbios de Agur.
31.1-9 – Provérbios de Lemuel.
31.10-31 – A mulher virtuosa.
1) Sugere-se dois cuidados na leitura
do livro de Provérbios:

PARTE II a) “A leitura dos capítulos que contêm


muitos provérbios, na maioria das
Análise vezes tratando de assuntos variados,
assemelha-se a contemplarmos uma
galeria repleta de pequenos quadros.
Cada quadro merece atenção particular e
especial, não extraindo o leitor apressado as
verdadeiras belezas e lições de cada um dos
belos quadros proverbiais” (W. T. Davidson,
PARTE II The Wisdon Literature of the Old Testament).
Análise b) Embora esta reflexão acima seja
necessária, os provérbios não devem ser
“retirados” individualmente e aplicados sem
a cuidadosa observação de seu contexto.
2) Jesus muito amava o livro de Provérbios. É
o que demonstram suas aplicações
parabólicas (compare: Jo 3.13 com Pv 30.4; Lc
14.8-10 com Pv 25.6,7; Mt 7.24-27 com Pv
PARTE II 14.11; Lc 16.19-31 com Pv 27.1). Talvez tenha
sido com o Mestre amado que Pedro os
Análise aprendeu a amar também (compare: 1Pe 2.17
com Pv 24.21; 1Pe 3.13 com Pv 16.7; 1Pe 4.8
com Pv 10.12; 1Pe 4.18 com Pv 11.31; e 2Pe
2.22 com Pv 26.11).
3) Stanley Ellisen, em seu livro “Conheça melhor
o Antigo Testamento”, diz que Provérbios
apresenta três níveis de insensatez:
a) O simples ou néscio: É o ingênuo, o inocente
PARTE II que se deixa levar facilmente.
b) O louco ou insensato: Os que rejeitam a
Análise verdade desprezam a sabedoria e odeiam o
conhecimento.
c) O escarnecedor: O desordeiro, que
deliberadamente zomba da integridade e
ridiculariza qualquer tipo de correção.
4) O belíssimo texto da mulher virtuosa está
escrito em acróstico (Pv 31.10-31). Entendemos
melhor o paralelismo contrastante de Provérbios
26.4.5 da seguinte forma:
PARTE II a) No verso 4, o texto significa: “Não converse
com o insensato com semelhante estultícia,
Análise fazendo-se do seu mesmo nível”.
b) No verso 5, a abordagem é diferente:
“Responda ao insensato de acordo com a
estultícia de sua pergunta, ou seja, reprovando-o
por meio da sabedoria”.
5) CRISTO EM PROVÉRBIOS – O objetivo
do livro de Provérbios é apresentar-nos a
Sabedoria, suas vantagens e origem. Cremos
PARTE II que faz referência a Jesus em seus textos:
1.20-23; 8: 9.1-6. Jesus é a Palavra eterna de
Análise Deus, o “como” e o “para quem” tudo foi
criado (veja 1Co 1.24-30; CI 2.3; Jo 1.2,3; Hb
1.2; Cl 1.16,17).
A BÍBLIA SAGRADA . Trad. João
Ferreira de Almeida. (revista e
atualizada no Brasil). 2. ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
REFERÊNCIAS

GALIARDI JÚNIOR, Angelo.


Panorama do Antigo Testamento. 3.
ed. Santo André: Geográfica, 2014.

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