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Guerra Civil Angolana

A Guerra Civil na Angola começou logo após a sua independência


de Portugal, em 1975, e terminou em 2002.
Esta Guerra Civil eclodiu após um não entendimento devido a
rivalidades políticas entre três movimentos independentistas
angolanos - FNLA, UNITA e MPLA. Estas três forças do país haviam
formado uma frente comum e assinado, em 1975 e com a
representação portuguesa, os Acordos de Alvor que previam a
participação das três no Governo do país.
Em março de 1976, a MPLA e a FNLA protagonizaram confrontos
violentos que viriam a marcar uma longa e sangrenta guerra.
Para conseguirem vencer a guerra, ambas as três organizações
procuraram ajuda no exterior:
• O MPLA contou com o apoio de Cuba e da URSS, passando a
controlar Luanda.
• Á FNLA recebeu apoios do Zaire, da China e de alguns países
ocidentais.
• A UNITA foi auxiliada por EUA e África do Sul.
Entretanto, a FNLA e a UNITA uniram-se para lutar contra o MPLA
e Portugal foi afastado da condução do processo de transição de
Angola, sendo assim incapaz de evitar que o conflito tomasse
proporções mundiais.
Os acontecimentos em Angola foram vistos como uma continuação
da Guerra Fria por parte do Secretário de Estado Norte-Americano
Kissinger.
A FNLA, em 1984, rendeu-se ao Governo Angolano, algo que não
aconteceu com a UNITA (liderada por Jonas Savimbi) que
continuou a sua luta contra o Governo de José Eduardo dos
Santos.
Em 1988 surgiram várias iniciativas para introduzir a paz. No
entanto as propostas do Governo/MPLA não agradaram à UNITA.
Esta, respondendo às propostas de paz, intensificou a luta, e
reivindicou o seu objetivo de integrar um Governo de transição da
MPLA para um regime multipartidário e para a realização de
eleições livres.
No seguimento de uma conferência realizada em Gbadolite (Zaire)
onde participaram José Eduardo dos Santos (Governo/MPLA),
Jonas Savimbi (UNITA) e outros 18 Chefes de Estado africanos foi
acordado um cessar-fogo, a 24 de junho de 1989. Porém, este
cessar-fogo teve interpretações diferentes por parte da
MPLA/Governo e UNITA.
Em agosto de 1989, Savimbi anunciou o recomeço das
hostilidades. Mais tarde nesse ano, a UNITA viria a apresentar
várias propostas, entre as quais a criação de uma força de paz para
a fiscalização do cessar-fogo e o reinício das negociações com o
governo de Luanda.
Após variadas rondas de negociação, (onde estiveram presentes
Portugal e, mais tarde, observadores norte-americanos e
soviéticos) a 31 de maio de 1991, em Lisboa e com a presença do
primeiro-ministro português Aníbal Cavaco Silva, foram assinados
formalmente os Acordos de Paz para Angola (Acordos de Bicesse)
pelo Presidente angolano e pelo Presidente da UNITA.
Desta forma e após 16 anos de uma sangrenta guerra, são
realizadas eleições livres e multipartidárias na Angola com a
mediação das Nações Unidas em setembro de 1992.
O vencedor oficial destas eleições foi o MPLA e a segunda força
política mais votada foi a UNITA que se recusou a aceitar os
resultados.
Com esta decisão da UNITA, Angola voltou a mergulhar numa
guerra civil que só se resolveu com a assinatura do Protocolo de
Lusaca, ou seja, o cessar-fogo, em novembro de 1994.
Este cessar-fogo seria violado por diversas vezes, mas sem nunca
resultar num reatar da guerra.
Até ao momento a situação política e militar na Angola ainda não
se normalizou e o Conselho de Segurança da ONU tem feito
pressões sobre a UNITA de forma a que esta retirasse os seus
soldados.
No total, este conflito fez muitos milhares de mortos e cerca de um
milhão de refugiados que ficaram dispersos pelos países vizinhos
de Angola. Além disto, a economia do país ficou arruinada.

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