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A respostas negativas nesse formulário se dão em forma de protesto,

tendo em vista a falta de humanidade (carga horária exorbitante de


aulas no período, pouco tempo para reflexão, sem condições de
aprender qualquer coisa por causa dos excessos de trabalho, fluxograma
de matéria mal elaborado, e silencio por parte daqueles que só ligam
para o próprio bolso em detrimento a qualidade de ensino dos alunos)
para com os alunos e professores do Primeiro Período do curso de
Teologia por parte da Coordenação e Reitoria do ISTA. VERGONHA DE
ESTUDAR NESTA INSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO ABERTA AO DIÁLOGO, MAS
NÃO ABERTA A MUDANÇAS.

A secularização da cultura
A Religião e sociedade passam por uma transformação no âmbito do desenvolvimento
cultural, sendo um processo lento e gradativo que vai tomando proporções mais
amplas com o passar do tempo, é possível observar organizações religiosas e a própria
teologia sofrendo impactos desse processo. O mítico passa pelo crivo do racional. Cada
vez mais os homens começam a abandonar a emotividade do ponto de vista do
pensamento sobre a fé e cada vez mais fazem asserções racionais sobre a fé, religião e
suas categorias. Dessa forma o mundo vai se tornando mais “dessacralizado” ou seja
pessoas, coisas e o próprio mundo passam pelo crivo racional. A secularização da
cultura abraça esses dois pontos: dessacralização e o pensamento racional, aponta o
mundo que não pode ser mais interpretado pelo ponto de vista de religião e o mundo
dessacralizado passa a ser percebido como composto de coisas que devem ser
manipuladas. Já a esfera intima de experiencia mística no campo religioso é substituído
pelo pensamento da esfera pública. O pensamento secularizado é influenciado por 5
atividades:
Trabalho
O crescimento e a prosperidade da sociedade dependem do trabalho, e o autor coloca
trabalho como a aplicação da inteligência e do esforço para satisfazer as necessidades
da humanidade e as exigências do ambiente. O trabalho é guiado pelo conhecimento e
a razão. O trabalho conduz o pensamento para uma orientação realista graças a
exigência prática, reduzindo os elementos místicos e mágicos atribuídos ao trabalho na
idade média e as tecnologias desenvolvidas nessa época. A Evolução tecnológica da
modernidade no Trabalho reduziu o impacto da experiencia humana gerando três
elementos: Contingencia, impotência e escassez. Reduzindo as funções das religiões, o
homem encontra segurança na relação com as coisas e na ativa manipulação das
forças naturais.
Guerra
A guerra desempenhou um papel importante na história humana, tanto como um
meio de defesa quanto como um recurso de expansão. Na guerra, como no trabalho,
os homens aprenderam a aplicar o seu engenho prático, e a conseguir o controle de
seu ambiente.
Não há fórmulas mágicas, tudo é submetido a verificação empírica. Muito que do se
avança na tecnologia desenvolvida na guerra é posteriormente aplicado a esfera do
trabalho.

Troca
A atividade econômica é uma atividade que tem grande importância no ponto de vista
da racionalização do pensamento. O elemento da Troca surge afastando dos
elementos tradicionais de comercio da sociedade, o mercado é desenvolvido e o
elemento honestidade é regra estabelecida para a procedência desse método. Tal
método proporciona o desenvolvimento de relações contratuais que governam a
troca, ampliando o desenvolvimento do calculo racional e a ação racional a longo
prazo.
No período medieval a busca pelo lucro e o acúmulo de riquezas para que se possa ter
uma vida decente é o objetivo em fazer parte do comércio. Durante a revolução
industrial grandes firmas surgem, são criados novos métodos de administração, troca
correspondência e letras de crédito; são as novas técnicas fundamentais do
capitalismo mercantil. As relações de mercado, baseadas em dinheiro, e não em
status, marcaram uma considerável dessacralização de relações humanas tradicionais.
O comércio racionalizado e ampliado. A busca de lucro é ampliada e o capitalismo
contribui para o processo de secularização.
Governo
O Governo e o direito são abordados de maneira histórica pelo autor que apresenta
um pequeno relato sobre a origem e desenvolvimentos de ambas as atividades
durante os séculos. Afirma que estas duas atividades necessariamente possuíam
atividades legais e administrativas precisavam tornar-se mais coordenadas e, por
tanto, mais racionais. O governo e o direito em seus desenvolvimentos, geram a
burocracia e posteriormente geram também tentativas de mudança das
interpretações tradicionais do mundo. Seja o direito Romano ou Canônico influenciou
extraordinariamente as relações humanas e a maneira em que se enxergava o direito
no medievo Europeu. Na modernidade, o direito romano, revivido nos problemas
práticos do âmbito civil e da igreja, representa uma autêntica racionalização do
pensamento. "Estabeleceu no pensamento ocidental. A lei continua sendo sagrada,
mas apresenta um sistema racional derivadas das experiencias que também
contribuem para o processo de secularização.
O Saber e a Ciência
A quinta e última atividade em que se apresenta a crescente secularização é o
contexto da vida intelectual - o domínio do saber e da ciência. Os homens não são
apenas práticos em seu pensamento; também desejam respostas para perguntas
propostas por sua curiosidade, assim, desenvolvimento do pensamento, tende a ser
apoiada e facilitada por condições sociais e culturais gerais. Na teologia, o
aparecimento de uma classe de clero profissional foi uma pré-condição importante
para a racionalização. Partindo da Babilônia, o autor cita várias civilizações que
contribuíram para a construção dos saberes e das ciências através do tempo, sejam
com a construção de métodos ou de conceitos que ampliaram o pensamento racional
A filosofia tornou-se o domínio do pensamento racional referente ao sentido da vida e
da experiência, e muito contribuiu para a dessacralização do pensamento. A ciência
apresentou contribuições semelhantes e, recentemente, tornou-se o meio para
conseguir extraordinário domínio das forças naturais, um fato de importância
fundamental para o desenvolvimento da secularização. Foi René Des cartes (1596-
1650), filósofo francês, quem proclamou que a ciência transformaria o homem no
"senhor e possuidor da natureza". Ao fazer com que os homens progredissem nessa
direção, a ciência também contribuiu para uma mudança no pensamento humano. O
mundo está dessacralizado; é uma "coisa" a ser controlada para os objetivos humanos.
O homem moderno desenvolveu o que poderia ser denominado "mentalidade de
solução de problemas", derivada do processo de secularização.
Conclusão
A secularização da cultura, nas cinco atividades apresentadas que discutimos,
evidentemente ajudou o aparecimento de muitos desses elementos componentes de
atitudes. Encontraram sua expressão em grandes dimensões, no desenvolvimento do
império, na expansão do comércio, bem como na descoberta e exploração de novos
continentes e oceanos, no início da época moderna. A evolução de uma ideia do
mundo que já não é sagrado, e é compreensível pela razão humana, ou seja, o que era
mistério se tornou problema a ser resolvido a luz do pensamento racional.
Religião e secularização: Ambiguidade e Conflito
Nesse tema o autor apresenta as argumentações principais do capítulo.

O avanço da secularização na religião.

A secularização da cultura exigiu uma redução do sagrado e um aumento de racionalidade no


pensamento dos homens. Era uma metamorfose de pensamento e uma transformação da
sociedade, pois exigia mudanças nos modos de pensamento e nas atividades básicas dos
homens, e consequentemente na estrutura social da sociedade:

 As sociedades urbanas desenvolveram-se como base estrutural para mudanças nos


modos de pensamento.
 A evolução de uma sociedade urbana, baseada inicialmente no comércio e, depois, na
indústria, era, fundamentalmente, um desenvolvimento antitradicionalista.
 O aparecimento de uma cultura secular era contrário à religião.
 A vida urbana tendia, frequentemente, a tornar-se novamente tradicional;
 A religião muitas vezes ajudava a secularização e adotava alguns aspectos de seus
pontos de vista. Entre elas a que mais contribuiu foi a religião bíblica.
 A igreja cristã aceitou parcialmente a racionalidade grega. Ao Igreja faz concessões ao
mundo, e ao aceitar a cultura, facilita alguns aspectos da secularização.

Na idade média as universidades se desenvolveram o pensamento criador e discutível, mas,


retoma a cultura antiga e esse é um elemento importante da secularização. No entanto, o
conflito entre fé e razão foi uma característica da vida intelectual da Idade Média, bem como
da época moderna. Ainda na idade Média e a Igreja tentava deter o pensamento, a fim de
mantê-lo nos limites da ortodoxia, inicialmente pelo controle do currículo universitário e,
depois, pela instituição das aquisições. Apesar disso, as universidades tornaram-se o cenário
de debates e diálogos vigorosos a respeito das questões mais fundamentais da filosofia e da
teologia. Porém houve grande aumento de anticlericalismo, nas atividades e dos interesses
terrenos. Gerando muitos conflitos entre leigos autoridades eclesiásticas, que às vezes
defendia a ortodoxia da fé. Tanto a novidade quanto o conflito contribuíram para impulsionar
a secularização.

No monasticismo no renascimento já não se sente o mundo como "um vale de lágrimas" e


tornavam-se "menos dispostas a deixar que o clero pensasse por elas, ou permitir que a Igreja
controlasse as atividades económicas e sociais. Embora a crença religiosa continuasse forte, o
Renascimento assistiu a um grande crescimento na secularização da vida e do pensamento.

Qual o papel da Igreja com relação a esse complexo processo de secularização?

Como vimos, esse papel foi variado, múltiplo e contraditório. A igreja era, ao mesmo tempo,
defensora e oponente. A vida muito religiosa da universidade e da cidade medievais, eram
locais de considerável secularização, e prepararam a secularização mais marcante do
Renascimento. A igreja patrocinava atividades na vida intelectual, na arte, na vida política, e
até no comércio, e que aceleravam o processo e para ele contribuíam.

Mas a igreja também ficava em oposição.

Às vezes, a Igreja e pessoas da igreja se opunham a certos aspectos do processo de


secularização porque realmente ameaçavam a religião cristã ou representavam ações que a
Igreja considerava contra a ética; às vezes, porque se opunham a interesses muito seculares de
pessoas da Igreja ou da instituição eclesiástica.

Depois da Reforma, tanto o ramo católico quanto o protestante se opunham à economia para
a busca de lucro. As lições manifestas do protestantismo e do catolicismo se opunham ao
desenvolvimento inicial de um capitalismo livre de restrições sociais e éticas ao interesse
econômico pessoal. No entanto, no domínio econômico, tanto na Idade Média quanto na
época moderna a luta da Igreja com o estado secular foi um importante causa de conflito. A
Igreja combatia os governos civis, tanto para defender sua independência quanto para
proteger seus interesses seculares.
A ambiguidade mais aguda se encontra no campo do desenvolvimento da ciência, a igreja é
uma grande patrocinadora do saber o que gera as pré-condições para o desenvolvimento mais
significativo da ciência moderna. Mas a ciência inicialmente a Astronomia, depois a Física e
muito depois a Biologia tendiam a subverter e desorganizar as ideias muito explícitas que
informavam as doutrinas da Igreja quanto à origem e à pré-história da Terra,
consequentemente, a Igreja lutou contra a ciência. Assim se cristalizaram as linhas do conflito
entre a ciência e a religião, e que deveriam demarcar o campo de batalha nós três séculos
seguintes.

A secularização do pensamento assumiu grandes proporções no fim do século XVII, gerando


uma grande quantidade de Ateus. No século XVIII, as classes altas da Europa ocidental se
tornaram em grande parte secularizadas. No século XIX os líderes religiosos reconheceram de
que a religião corre o perigo de ser julgada pouco significativa pelos homens da atual
sociedade dinâmica, que se baseia na revolução tecnológica da produção e da comunicação. O
papa João XXIII, ao convocar o Concílio Vaticano Segundo, e ao iniciar o programa para
atualizar a Igreja Católica, apresentou o exemplo mais dramático desse reconhecimento. No
entanto, a ameaça da secularização é ainda vista pela maioria dos líderes religiosos ocidentais
como um grave perigo, e a tensão entre religião e secularização continua a ser uma das mais
significativas fontes de conflito no mundo ocidental de hoje.

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