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Faculdade de Educação

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em Educação Ambiental

Monografia

ANÁLISE DO ENQUADRAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO


PROCESSO DE ARBORIZAÇÃO NA CIDADE DE MAPUTO

Ito Benedito Carmona Polá

Maputo, Abril de 2022


ANÁLISE DO ENQUADRAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
PROCESSO DA ARBORIZAÇÃO NA CIDADE DE MAPUTO

Monografia apresentada ao Departamento de Educação


em Ciências Naturais e Matemática, da Faculdade de
Educação da Universidade Eduardo Mondlane como
requisito para a obtenção do grau de Licenciatura.

Ito Benedito Carmona Polá

Supervisora: Mestre Cláudia Adélia Buce

Maputo, Abril de 2022


Declaração da Originalidade

Esta monografia foi julgada suficiente como um dos requisitos para a obtenção do grau
de Licenciatura em Educação Ambiental, aprovada na sua forma final pelo curso de
Licenciatura em Educação Ambiental, leccionado no Departamento de Educação em
Ciências Naturais e Matemática da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo
Mondlane.

Mestre Armindo Raúl Ernesto

(Director do Curso de Licenciatura em Educação Ambiental)

O Júri da avaliação

O Presidente do Júri

(Lic. Alcídio Macuácua)

A Examinadora

(Profª. Doutora Eugénia Cossa)

A Supervisora

(Mestre Cláudia Adélia Buce)

i
Agradecimentos

Endereço meus agradecimentos à Mestre Cláudia Buce, pela sua contribuição no meu
processo de crescimento académico e na realização deste trabalho, pela profícua
condução do processo de supervisão de modo a acompanhar-me e coadjuvando-me a
esclarecer minhas dúvidas e a seguir meios eficientes e eficazes para realização deste
trabalho.

Aos docentes da Faculdade de Educação, com particular atenção aos que leccionam no
curso de Licenciatura em Educação Ambiental, com especial destaque para Prof. Dr.
Aguiar Baquete, Mestre Regina Tomo e, é claro, a Mestre Cláudia Buce por me
mostrarem de forma prática o caminho que um educador ambiental pode trilhar e pelos
ensinamentos, conselhos e partilha de experiências ao longo dos quatro anos de
aprendizado.

Aos funcionários afectos ao Departamento de Edificações Parques e Jardins (DEPJ)


pela aceitação, colaboração e contribuições para a elaboração do presente trabalho.

Aos meus tios, Cláudia Carmona Polá e Carmona Polá, à minha mãe Fátima Alexandre
Mibarua, por me mostrarem o caminho a percorrer e por me apoiarem
incondicionalmente em todos os âmbitos da vida. Aos meus irmãos (os Polás), por me
apoiarem moralmente e academicamente.

Aos colegas da faculdade e amigos, com excepcional destaque para Alima Pahi, Altaf
Taria, Araújo Araújo, Augusto Campos, Dade Avelino, Hélder Macário, Jaime
Mutacate, Marieta Balane e Pompílio Mendiate, por terem cruzado o meu caminho e
por me influenciarem directamente com os seus conhecimentos, suas experiências e
sensibilidades.

A todos vós devo um pouco do que sou e do percurso académico que tenho traçado.
Muitíssimo Grato!

Onona Mais!

ii
Dedicatória

Dedico este trabalho à minha irmã, Nely Carmona Polá, e aos meus tios Carmona Polá e
Cláudia Carmona Polá.

iii
Declaração de Honra

Eu, Ito Benedito Carmona Polá, declaro por minha honra, que esta monografia nunca
foi apresentada para a obtenção de nenhum grau académico e que a mesma constitui o
resultado do meu labor individual, estando indicadas ao longo do texto e nas referências
bibliográficas, todas as fontes utilizadas.

________________________________________________

(Ito Benedito Carmona Polá)

iv
Índice Págs.

Declaração da Originalidade .......................................................................................................... i


Agradecimentos............................................................................................................................. ii
Dedicatória ................................................................................................................................... iii
Declaração de Honra .................................................................................................................... iv
Lista de tabelas ............................................................................................................................ vii
Lista de abreviaturas .................................................................................................................. viii
Resumo ......................................................................................................................................... ix
Abstract ......................................................................................................................................... x
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
1.1 Introdução ............................................................................................................................... 1
1.1. Formulação do problema ........................................................................................................ 3
1.2. Objectivos da pesquisa ........................................................................................................... 4
1.2.1. Objectivo geral .................................................................................................................... 4
1.2.2. Objectivos específicos ......................................................................................................... 4
1.3. Perguntas de pesquisa............................................................................................................. 4
1.4. Justificativa ............................................................................................................................ 5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 6
2.1. Definição de conceitos-chave................................................................................................. 6
2.1.1. Educação Ambiental ........................................................................................................... 6
2.1.2. Acções de Educação Ambiental .......................................................................................... 7
2.1.3. Arborização urbana ............................................................................................................. 7
2.2. Acções de Educação Ambiental inseridas no processo da arborização urbana ...................... 8
2.3. Influência da Educação Ambiental no processo de arborização urbana ................................ 9
2.4. Lições Aprendidas ................................................................................................................ 10
CAPÍTULO III: METODOLOGIA ............................................................................................ 11
3.1. Descrição do local de estudo ................................................................................................ 11
3.2. Metodologia da Pesquisa...................................................................................................... 12
3.3. Amostragem ......................................................................................................................... 12
3.4. Técnicas de recolha e análise de dados ................................................................................ 13
3.4.1. Técnicas de recolha de dados ............................................................................................ 13
3.4.2. Técnica de análise de dados .............................................................................................. 14
3.5. Questões éticas ..................................................................................................................... 15
3.6. Validação dos instrumentos de recolha de dados ................................................................. 15
3.7. Limitações do estudo............................................................................................................ 16

v
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................ 17
4.1. Acções de Educação Ambiental inseridas no âmbito da arborização na Cidade de Maputo 17
4.1.2. Processo de Educação Ambiental desenvolvido no âmbito da arborização na Cidade de
Maputo ........................................................................................................................................ 25
4.1.3. Influência da Educação Ambiental no processo de arborização na cidade de Maputo. .... 29
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 35
5.1. Conclusões ........................................................................................................................... 35
5.2. Recomendações .................................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 37
APÊNDICES ............................................................................................................................... 40
Apêndice I – Guião de entrevista ................................................................................................ 40
Apêndice II - Guião de Observação ............................................................................................ 43
Apêndice III: Plano e cronograma de actividades ....................................................................... 44
Apêndice IV: Carta de pedido de autorização ............................................................................. 45
ANEXOS..................................................................................................................................... 46
Anexo I: Credencial .................................................................................................................... 46
Anexo III: autorização para recolha de dados ............................................................................. 47
Anexo III: Panfleto (aviso) .......................................................................................................... 48

vi
Lista de tabelas

Tabela 4.1. Concepção de Educação Ambiental ........................................................... 18


Tabela 4.2. Acções de Educação Ambiental no plantio das árvores ............................. 20
Tabela 4.3. Acções de Educação Ambiental na fase de manutenção das árvores ......... 22
Tabela 4.4. Objectivo das acções de Educação Ambiental no âmbito da arborização .. 24
Tabela 4.5. Meios usados .............................................................................................. 26
Tabela 4.6. Público-alvo nas acções de educação ambiental......................................... 28
Tabela 4.7. Influência de Educação Ambiental na arborização na cidade de Maputo .. 30
Tabela 4.8. Impactos das acções de Educação Ambiental na arborização .................... 31
Tabela 4.9. Indicadores usados para medir os impactos de acções de EA .................... 33

vii
Lista de abreviaturas

DEPJ Departamento de Edificações, Parques e Jardins


EA Educação Ambiental
INAE Instituto Nacional de Estatística
INAM Instituto Nacional de Meteorologia
FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FCM Funcionário do Conselho Municipal
MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
UEM Universidade Eduardo Mondlane
WFP Word Food Program

viii
Resumo

Este trabalho tem como principal objectivo analisar o processo de Educação Ambiental
no âmbito da arborização urbana na cidade de Maputo. Especificamente, procura
identificar as acções que os funcionários do Departamento de Edificações, Parques e
Jardins levam a cabo na arborização urbana e de que forma essas acções de Educação
Ambiental ajudam neste processo. A pesquisa seguiu a abordagem qualitativa. Para
colecta de dados foram aplicados instrumentos como, a entrevistas semi-estruturadas e
observação sistemática. Os dados foram analisados conforme a análise de conteúdo
proposto por Bardin obedecendo as três fases distintas: pré-análise, análise do material e
interpretação dos resultados. Foi possível identificar acções que os funcionários
incorporam no âmbito da arborização, nomeadamente, a consciencialização,
sensibilização, distribuição e fixação de panfletos ou cartazes. Estas acções são
desenvolvidas por meio de abordagens interpessoais. Também com a pesquisa,
constatou-se que as acções de Educação Ambiental ajudam no processo de arborização,
porém, estas não são frequentes e não obedecem um plano de acção elaborado
previamente. Feito o estudo, recomenda-se ao Departamento de Edificação Parques e
Jardins a maximização das acções de Educação Ambiental, criação de um plano de
acção de Educação Ambiental no departamento e o uso das mídias como Rádios e
Televisões para maior abrangência dos munícipes.

Palavras-chave: Acções de Educação Ambiental; Arborização Urbana; Educação


Ambiental;

ix
Abstract

This work intended to scrutinize the process of the Environmental Education in urban
forestry in Maputo City. Specifically, it identified the actions carried out by the officials
of the Department of Edifications, Parks and Gardens regarding the urban afforestation
and, therefore, it did seek to comprehend the contribution of these actions during the
aforesaid process. The analysis was fundamentally done through a qualitative approach
and the data collection process was done through the application of research techniques
such as semi-structured interviews and systematic observation. The data were analyzed
applying a three-distinct-stages procedure: pre-analysis, analysis of the data, and
interpretation of the results. The research identified actions taken by employees, which
consisted of raising awareness through the distribution of flyers or posters. These
actions are essentially developed through interpersonal approaches. Furthermore, the
research shed light on the contribution of Environmental Education in the process of
afforestation, notwithstanding, it is not frequent and does not follow a particular action
plan. By and large, as a recommendation, to raise an effective environmental awareness,
besides relying only on the interpersonal approach, it is also crucial to create and
strengthen the Environmental Education action and plans, as well as, use the mass
communication media such as Radios and Televisions to further and widely inform
citizens.

Keywords: Actions of Environmental Education; Environmental Education; Urban


Afforestation;

x
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Neste capítulo, apresenta-se a introdução do trabalho, a formulação do problema (o que


se pretende resolver), os objectivos da pesquisa (como resolver), as perguntas de pesquisa
e a justificativa do estudo (a razão de existência deste estudo).

1.1 Introdução

O homem transformou o ambiente natural, pois, antes da existência das cidades, o


ambiente era composto por florestas, campos, cursos de água e, em conjunto, vivendo
harmoniosamente com o homem (Pinto & Corrêa, 2010). Actualmente, a tendência é de
cada vez mais expandirem-se as cidades e este crescimento gera um descontrolo no
equilíbrio ambiental (Pivetta & Da Silva Filho, 2002). Isto, segundo Ferreira Júnior
citado por Sousa e Pontes (2011, p. 1), condicionou uma mudança drástica no ambiente
natural, como a impermeabilização do solo, remoção de plantas endémicas e ausência
parcial de locais sombreados.

Milano e Dalcin (2000), apesar de considerarem o ambiente das cidades demasiadamente


alterado com resultados negativos para o bem-estar humano, ressaltam o papel da
vegetação devido às suas funções ecológicas e sociais na melhoria das condições
ambientais e, consequentemente, na melhoria das condições de vida nos centros urbanos.
Assim, a arborização é considerada uma componente importante na paisagem urbana pois,
fornece sombra, diminui a poluição do ar e sonora, absorve parte dos raios solares,
protege-nos contra o impacto directo dos ventos, reduz o impacto das gotas da chuva sobre
o solo e a erosão, além de isso, embeleza a cidade (Sousa, Queiroz, & Brito, 2010). Por
um lado, a arborização é um factor determinante da salubridade ambiental por causa da
influência directa sobre o bem-estar do homem em virtude dos múltiplos benefícios que
proporciona ao meio (Resende, 2011). Por outro lado, tem sido um desafio garantir a
arborização urbana em especial na cidade de Maputo, onde os munícipes vandalizam as
plantas, deste modo, contribuindo negativamente na sua implantação.

Para contornar este comportamento dos indivíduos, propõe-se a Educação Ambiental


como um elemento de extrema importância para a sociedade (Pimentel, Souza, Oliveira,
Lima & Ramos, 2013). As práticas relacionadas à Educação Ambiental, desenvolvida de
maneira contínua, interdisciplinar e contextualizada, representam um desafio capaz de

1
gerar mudanças no comportamento da comunidade e desenvolver a responsabilidade
sócio-ambiental (Pimentel, et al., 2013).

Contudo, segundo Schuch (2006), a Educação Ambiental pode-se manifestar na dimensão


ambiental garantindo que as cidades se tornem arborizadas e os citadinos cada vez mais
consciencializados sobre a importância desta arborização urbana. Neste contexto, em
Moçambique, a cidade de Maputo é uma das maiores cidades em termos de
desenvolvimento social e estrutura urbana. Para além de fazer-se plantio de árvores em
locais estratégicos da cidade, faz-se a poda no âmbito da manutenção das mesmas,
obedecendo um plano de arborização urbana. Porém, as acções de Educação Ambiental no
processo de arborização seja na implantação, bem como na manutenção são pouco
frequentes (João, 2011). Deste modo, vê-se a necessidade de analisar o enquadramento de
Educação Ambiental no processo de arborização urbana que o Conselho Municipal da
Cidade de Maputo realiza.

2
1.1. Formulação do problema

A arborização urbana é um processo que ocorre no meio urbano mediado pelos agentes
responsáveis (Lazáro, Sales, Lopez, & Ferreira, 2002). Na cidade de Maputo, a entidade
que zela pelo processo de arborização urbana é o Conselho Municipal. Esta entidade,
localiza áreas estratégicas dentro dos espaços urbanos, o que, por sua vez, contribui para a
beleza paisagística, sombra e melhoria da qualidade do ar (João, 2011). Entretanto, a
prática mostra que não se veda a possibilidade de outras entidades colaborarem neste
processo, desde que, estes estejam em coordenação com a entidade responsável.

A cidade de Maputo, que outrora era conhecida como sendo uma das mais belas cidades
africanas por causa das acácias e das funções ecológicas do arvoredo que melhoravam a
qualidade de vida da população urbana, de uns tempos para cá, foi perdendo este adjectivo,
por várias razões que incluem o comportamento que atenta a gestão adequada destes
espaços (João, 2011). Dentre as razões que podem originar este comportamento,
encontram-se a falta de consciência e sensibilidade sobre a importância da arborização
dentro de uma urbe (Lima, 2017).

Desenvolver a consciência ambiental e estimular a mudança de comportamento rumo a


gestão dos recursos ambientais compõem uns dos objectivos de Educação Ambiental,
conforme a declaração de Tbilisi de 1977 (Souza, 2003). Logo, quando a educação
ambiental é realizada de forma planificada e orientada para a solução do problema1 pode
contribuir de forma eficiente para o alcance da arborização (Cansian & Angelis, 2012).

É com este pensamento que algumas instituições governamentais e não-governamentais


vêm realizando, no Município da Cidade de Maputo, campanhas de plantio de árvores
acompanhadas por campanhas de Educação Ambiental sobre a importância destas acções.
Entretanto, ainda se verifica, na cidade de Maputo, a marginalização das árvores
implantadas no âmbito da arborização. Por exemplo, as plantas que compõem a
arborização são vandalizadas desde as juvenis até as adultas, parte destas é arrancada ou
pisada logo após a sua plantação e outras são sufocadas por resíduos sólidos e/ou urina, o
que suscitou a seguinte questão: Até que ponto o processo da arborização urbana na
cidade de Maputo enquadra acções de Educação Ambiental?

1
Neste caso refere-se ao comportamento que degrada o meio ambiente e a falta de consciência ambiental.

3
1.2. Objectivos da pesquisa

1.2.1. Objectivo geral

Esta pesquisa tem como objectivo geral: analisar o enquadramento de Educação Ambiental
no processo da arborização urbana na cidade de Maputo.

1.2.2. Objectivos específicos

1. Identificar as acções de Educação Ambiental que o Conselho Municipal da Cidade


de Maputo insere no processo da arborização;
2. Descrever o processo de Educação Ambiental desenvolvido no âmbito da
arborização na cidade de Maputo;
3. Analisar influência que a Educação Ambiental exerce no processo de arborização na
Cidade de Maputo.

1.3. Perguntas de pesquisa

Para responder aos objectivos específicos foram formuladas as seguintes perguntas de


pesquisa:

1. Que acções de Educação Ambiental são desenvolvidas pelo Conselho Municipal da


Cidade de Maputo no processo da arborização?
2. Como são realizadas as acções de Educação Ambiental no âmbito da arborização
na Cidade de Maputo?
3. Qual é a influência que a Educação Ambiental exerce no âmbito de arborização na
Cidade de Maputo?

4
1.4. Justificativa

Com o aumento da população nos centros urbanos, as áreas de vegetação têm diminuído,
dando lugar a edificações e pavimentos de ruas e avenidas, provocando mudanças no
habitat original, ao mesmo tempo que não ocorre planeamento para reposição desta
vegetação (Muneroli, 2009). Por outro lado, os munícipes estão cada vez menos
conscientes em relação à importância da arborização urbana e a importância da sua
manutenção.

Desta forma, é extremamente importante a realização de um estudo específico sobre o


processo da EA no âmbito de arborização urbana, destacando a relevância deste tema não
apenas para o aspecto urbanístico e climático, mas também na consciência ambiental
urbana, assunto que hoje em dia é muito discutido em quase todos países, tanto nos
meandros académicos, assim como, políticos.

Constitui motivação para a escolha do local do estudo, a relativa acessibilidade ao local por
parte do pesquisador, aliada à fraca consciência ambiental por parte dos munícipes, que
muitas vezes os impede de desenvolver atitudes pró-ambientais, apesar de estarem
evidenciadas actividades de Educação Ambiental relacionadas ao processo de arborização
nesta cidade.

Escolheu-se o Departamento de Edificações, Parques e Jardins, por ser esta entidade que
zela pelo processo de arborização nesta cidade e pelo facto de ser a entidade para a qual
todas outras entidades recorrem para questões de arborização urbana.

De forma geral, a pesquisa vai contribuir academicamente, dando suporte a literatura na


questão de Educação Ambiental e arborização urbana, no local em estudo. Pois, este é um
dos primeiros trabalhos científicos que aborda sobre esta temática. Para o curso de
Licenciatura em Educação Ambiental em particular e para a sociedade no geral, a pesquisa
irá contribuir directa ou indirectamente na chamada de atenção dos cidadãos sobre a
importância da arborização urbana e no quão é crucial a Educação Ambiental na
manutenção da mesma. A pesquisa, também se justifica pelo facto de a partir do mesmo,
possivelmente, criem-se planos de acção que ajudem no processo de Educação ambiental
no âmbito da arborização urbana tanto na cidade de Maputo como noutras cidades.

5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo são definidos e discutidos os conceitos-chave: Educação Ambiental e


Arborização urbana. São estes dois principais conceitos que norteiam este trabalho, discuti-
los é de extrema importância para percepção e contextualização dos mesmos no âmbito em
que se insere a pesquisa. Igualmente este capítulo busca-se abordar sobre o enquadramento
de Educação Ambiental no processo da arborização urbana e sua influência.

2.1. Definição de conceitos-chave

2.1.1. Educação Ambiental

Não existe uma definição de Educação Ambiental amplamente aceite. Como sustenta Dias,
Leal e Júnior (2016), teoricamente a definição de Educação Ambiental varia de
interpretações, de acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um.

Neste contexto, MICOA (2002), entende que a Educação Ambiental é um processo


permanente que consiste em educar sobre o ambiente (a partilha na transmissão de
conhecimentos, informações, experiências e valores), no ambiente (a realização de
actividades práticas de campo em contacto com o ambiente), e para o ambiente (acções
para o alcance de desenvolvimento sustentável).

Para Manjate e Cossa (2011), Educação Ambiental são princípios técnicos e científicos
para a sensibilização da humanidade e disseminação da informação sobre os cuidados e
preservação do meio ambiente para o alcance de vida desejada.

As duas definições no seu desenrolar, incorporam os objectivos da Educação Ambiental,


entretanto a definição apresentada pelo MICOA é mais abrangente, pois não destaca
apenas a sensibilização, mas sim associa a Educação Ambiental também a transmissão de
conhecimento, experiências, valores e participação nas práticas que contribuem para a
satisfação dos princípios do desenvolvimento sustentável.

Na presente pesquisa olhou-se para uma Educação Ambiental capaz de mudar


comportamento dos cidadãos na forma como se relacionam com o sistema arbóreo na
cidade de Maputo, por esta razão foi tomado como fundamental a definição apresentada
pelo MICOA.

6
2.1.2. Acções de Educação Ambiental

As acções de Educação Ambiental são fundamentais para o alcance dos objetivos e metas
estabelecidos para uma adequada educação ambiental, em qualquer localidade (Martelli,
2015).

Nesta perspectiva, segundo Dias (2004), as ações de Educação Ambiental são conjunto de
actos por meio dos quais os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio
ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que
os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros.

2.1.3. Arborização urbana

A arborização urbana está intrinsecamente relacionada à flora no meio urbano. Assim,


segundo Muneroli (2009), arborização urbana é um conjunto de áreas públicas ou privadas
com cobertura arbórea2 natural ou cultivadas que uma cidade apresenta, dentro deste grupo
podem ser inseridas ainda, as áreas verdes com cobertura não arbórea.

Para Moura (2010), a arborização urbana diz respeito aos elementos vegetais de porte
arbóreo, dentro da urbe. Nesse contexto, as árvores plantadas em passeios fazem parte da
arborização urbana, porém não integram o sistema de Áreas Verdes (Moura, 2010).

Todavia, Pinto (2011) entende que arborização urbana é toda a vegetação de porte arbóreo
que uma cidade apresenta em praças, bosques, jardins, ruas e avenidas, quintais, enfim,
qualquer área pública ou particular dentro da cidade.

As três definições apresentadas assumem a arborização urbana como a cobertura vegetal


que contém árvores na sua composição. No entanto, Muneroli (2009) inclui dentro da
arborização urbana as áreas verdes, desde as que não possuem plantas com porte arbóreo
até as que possuem. Portanto, porque no presente trabalho interessa a contribuição da
Educação Ambiental na arborização, concretamente a cobertura vegetal com porte arbórea
em espaços públicos, tais como praças, ruas e avenidas na Cidade de Maputo optou-se
pelas definições de Moura e Pinto, visto que não se pretende incluir as áreas verdes.

2
Relativo à árvore

7
2.2. Acções de Educação Ambiental inseridas no processo da arborização urbana

Para incentivar e intensificar o plantio de árvores nas cidades sugere-se a implantação de


um processo de Educação Ambiental voltada para a urbanização (Silva & Sepini, 2016). Esta
educação pode ser feita por meio de palestras e deverá se reflectir na mudança de
consciência, de comportamento e na participação dos cidadãos nas acções de conservação
das plantas (Lacet, 2014).

A Educação Ambiental é o principal instrumento para que os indivíduos mudem a forma


de ver e de sentir o mundo ao seu redor visando à sustentabilidade (Dias, 2006). A
educação ambiental orienta-se pelos objectivos de Educação Ambiental traçados em
Tbilisi, nomeadamente conhecimento, consciência, comportamento, habilidade e
participação (Souza, 2003).

De acordo com Barcellos, et al. (2018), para que um plano de arborização se concretize, é
preciso ter a aceitação da comunidade local, a partir da consciencialização sobre a sua
importância.

Ainda na óptica destes autores, a Educação Ambiental para a arborização pode envolver a
comunidade escolar, associação de moradores, líderes locais, abordagem interpessoal,
comunicação visual, entre outros. Adicionalmente, recomenda-se elaborar um cronograma
mensal das actividades que serão desenvolvidas, com a descrição dos detalhes operacionais
e de participação dos segmentos sociais (Barcellos, et al., 2018).

Por sua vez Martelli (2015) acrescenta que campanha de sensibilização nas televisões e
rádios como meios de educação ambiental de maior abrangência. Entretanto, as acções de
Educação Ambiental para conservação da arborização, dentre outros objectivos focalizam-
se na sensibilização da população sobre a importância da arborização urbana, plantio e
maneio adequado das espécies e nas interferências que ocorrem entre as árvores e os
diversos elementos que compõe a cidade, assim sendo, busca-se disseminar informações
sobre a arborização urbana, por meio de exposições, folders3 e entre outros meios
(Martelli, 2015).

Na fase de manutenção segundo Maciel, Cognato e Boffil (2002), a Educação Ambiental


actua como um agente de transformação, visando sensibilizar e consciencializar os

3
Folheto; documento impresso de tamanho reduzido que, composto somente por uma folha de papel, pode
ser usado para apresentar informações gerais sobre algo.

8
cidadãos em relação à conservação e o respeito às árvores nas vias públicas da cidade,
ressaltando a importância das mesmas.

2.3. Influência da Educação Ambiental no processo de arborização urbana

Segundo Monico (2001), tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais, a Educação Ambiental
deve contribuir para a formação de cidadãos capazes de julgar a qualidade dos serviços
públicos (saneamento, segurança, habitação, educação, locais de recreação). Em resumo,
trata-se de munir os cidadãos de espírito crítico e, ao mesmo tempo, fazê-los apoiar as
medidas ambientais que realmente atendem às suas necessidades e ao desejo de melhorar a
qualidade do meio ambiente (Monico, 2001).

Espera-se que com a Educação Ambiental os indivíduos passem a ter conhecimento sobre
problemas ambientais e suas soluções (Santos, (2007). A EA para além de clarificar
conceitos, desenvolver habilidades e despertar a consciência por meio de acções concretas,
também mostra o quão a arborização é importante no meio urbano (Monico, 2001).

De acordo com Martelli (2015), a Educação Ambiental contribui com suas acções para o
sucesso da arborização urbana, garantindo a mudança de comportamento, uma vez que os
indivíduos passam a conhecer o impacto das suas acções e a postura desejada na
conservação da arborização. Na mesma senda, as acções de EA, tais como
consciencialização e sensibilização, ajudam no âmbito da arborização, a despertar a
consciência dos cidadãos e consequentemente pode garantir um aumento visível de árvores
no meio urbano, sendo um caminho na preservação e melhoramento dos aspectos
ambientais (Martelli, 2015).

Para complementar, Lustosa e Zanella (2019), dizem que a Educação Ambiental é uma
ferramenta chave do processo de informação e consciencialização das pessoas/sociedade e
se faz necessária, principalmente à importância e aos benefícios da vegetação para a
manutenção da vida.

9
2.4. Lições Aprendidas

A partir da revisão de literatura foi possível melhorar a compreensão sobre assuntos


associados ao tema da pesquisa, sendo desta forma, entendido que os conceitos-chave que
norteiam a presente pesquisa são variáveis, e que estes são na sua maioria concebidos sob
diversos pontos de vistas, cabendo a cada autor apresentar o desenvolvimento do conceito
com base no seu contexto. Outro aspecto não menos importante é ter percebido que a
preocupação em enquadrar a Educação Ambiental no processo de arborização não é apenas
do pesquisador, pois foram identificadas literaturas que falam da relevância de uma
arborização acompanhada de acções de Educação Ambiental, como forma de
consciencializar e mobilizar a colaboração dos munícipes, garantindo assim o sucesso no
alcance dos objectivos.

Ententanto, às acções de Educação Ambiental empregues no âmbito de arborização urbana,


estas variam de contexto para contexto, porém podem ser adequadas às realidades alheias,
desde o momento que sejam obedecidos passos, princípios e técnicas recomendadas pelas
literaturas. Deste modo, nota-se que as acções de Educação Ambiental no âmbito de
arborização urbana partem desde a fase de implantação arbórea à fase de manutenção,
sendo de capital importância que estas acções estejam presentes em ambas fases.

Quanto à Influência de Educação Ambiental no âmbito da arborização, ficou o


entendimento de que a EA garante que os citadinos estejam consciencializados em relação
a realidade em que são inseridos e mobilizados no sentido de garantir um bom ambiente
urbano conciliando à abundância arbórea.

Contudo, entende-se que a Educação Ambiental vai contribuir no processo de arborização


urbana, primeiro, consciencializando as pessoas sobre a importância ambiental e social da
arborização urbana e por fim contribuindo para o desenvolvimento do comportamento pró-
ambiental em todo processo de arborização urbana.

10
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos que foram usados para a
realização da pesquisa: descrição do local de pesquisa, abordagem metodológica,
amostragem, técnicas de colecta e de análise dos dados, validade da pesquisa e questões
éticas.

3.1. Descrição do local de estudo

A cidade de Maputo localiza-se no sul do país, aproximadamente entre os paralelos


25º58`S, e 32º36`E (João, 2011). Ocupa uma área de 347,69 km2 e uma população
estimada em 1,127,565 habitantes, densidade populacional de 4.033 hab/km2 (INAE,
2019). O clima da região é do tipo subtropical, com temperatura média anual de 22°C e
duas estações, uma quente e chuvosa, outra seca e fresca (INAM, 2020).

De acordo com World Food Program - WFP (2015), a precipitação anual da cidade de
Maputo, ronda nos 800 mm, com tendência de concentrar-se nos meses de Dezembro à
Março. Os solos da cidade são bastante variáveis, são rochosos com pouca profundidade,
argilosos, com boa fertilidade e difíceis de cultivar e arenosos profundos, pobres, evoluídos
de dunas costeiras.

A cidade de Maputo é composta por 7 distritos administrativos: KaMpfumo,


KaChamanculo, KaMaxaquene, KaMavota, KaMubukwana. KaTembe, e KaInhaca. De
forma específica, este estudo foi realizado no município de KaMpfumo, na Av. Fernão
Magalhães, onde se localiza o Departamento de Edificações, Parques e Jardins (DEPJ)4 e
nas avenidas 24 de Julho e Salvador Allende, onde foram colectados os dados junto aos
funcionário.

Recentemente, em 2019, o Município da cidade de Maputo recebeu uma proposta de


actualização de Plano Municipal de Arborização Urbana pela Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

4
O órgão responsável pelo processo de arborização urbana na cidade de Maputo.

11
3.2. Metodologia da Pesquisa

Para o alcance dos objectivos preconizados nesta pesquisa, tomou-se uma abordagem
qualitativa, pois de acordo com Vieira, (2010), este tipo de abordagem permite um olhar
aprofundado do contexto e do local em que é executada e, também, uma interacção entre o
pesquisador e o objecto em estudo. Portanto, o pesquisador esteve em um processo de
imersão na sua pesquisa o que possibilitou buscar opiniões, sentimentos e entendimentos
do público-alvo em relação ao processo de arborização. Igualmente foi possível obter o
entendimento dos entrevistados em relação à Educação Ambiental e seus benefícios na
arborização urbana.

3.3. Amostragem

Para a presente pesquisa usou-se amostragem não-probabilística por conveniência, que, de


acordo com Prodanov e Freitas (2013), o pesquisador selecciona os elementos a que tem
acesso, admitindo que esses possam, de alguma forma, representar o universo. De acordo
com os mesmos autores, aplica-se esse tipo de amostragem em estudos qualitativos, em
que não é requerido elevado nível de precisão.

Optou-se por esta abordagem, por saber o tipo de trabalho do público-alvo, tendo em conta
que nem todos poderiam estar disponíveis para fornecer informações relacionadas ao tema.
Assim, foi possível falar com os indivíduos acessíveis e disponíveis no momento da
entrevista.

O presente estudo, teve como população os funcionários do Departamento de Edificações,


Parques e Jardins (DEPJ) do Conselho Municipal da Cidade de Maputo. Este
Departamento é composto por 15 funcionários efectivos e 28 sazonais, totalizando 43
funcionários. Aqui pretendia-se entrevistar as pessoas envolvidas directamente com o
processo de arborização, tanto no âmbito da planificação, bem como os próprios
operadores (sazonais e efectivos). Assim sendo, considerando acessibilidade do público-
alvo, foram entrevistados 12 indivíduos do DEPJ, sendo cinco deles funcionários efectivos
e sete trabalhadores sazonais.

12
3.4. Técnicas de recolha e análise de dados

3.4.1. Técnicas de recolha de dados

As técnicas de recolha de dados que foram usadas para o estudo são: entrevista semi-
estruturada e a observação sistemática.

Entrevista semi-estruturada

Segundo Assis (2009), entrevista é conversação com finalidade de obter determinada


informação que possibilita a colecta de dados subjectivos, além de ampliar as
possibilidades de compreensão da realidade.

Para a presente pesquisa, usou-se a entrevista semi-estruturada, que, na perspectiva de


Assis (2009), é uma técnica em que o pesquisador estabelece um roteiro não fixo de
perguntas que pode sofrer alterações no todo ou em parte, no momento da entrevista. Esta
técnica foi escolhida pelo facto de permitir analisar atitudes, comportamentos, reacções e
gestos do entrevistado e, por dar maior flexibilidade ao entrevistador no processo, visto
que este tipo de entrevista é passível a reajustes. A entrevista teve um roteiro, que pode ser
encontrado no Apêndice I, composto por nove perguntas.

Observação sistemática

A observação, segundo Fonseca (2002), é um instrumento básico de colecta de dados que


pode ser usado isoladamente ou adicionando dados recolhidos através de outros
instrumentos de pesquisa, como por exemplo a entrevista. A observação para ser eficaz
para a pesquisa científica envolve observar, compreender e registar.

Entretanto, para a pesquisa em questão foi privilegiada a observação estruturada,


controlada ou sistemática que, segundo Fonseca (2002), realiza-se em condições
controladas para responder aos propósitos que foram definidos previamente. Requer
planeamento e necessita de operações específicas para a sua realização. O planeamento de
uma observação estruturada inclui a indicação do campo (população que vai ser
observada), circunstâncias (quando observar), local (onde observar) e tempo (duração)
(Fonseca, 2002).

Com base nisso, a população observada nesta pesquisa, constituiu dos funcionários e
trabalhadores do DEPJ que trabalhavam nas duas avenidas observadas, Av. 24 de Julho

13
onde estavam a decorrer as podas das árvores e Av. Salvador Allende. Essas observações
foram feitas enquanto decorriam as actividades de podas e plantio das árvores que durou
duas semanas segundo o plano de observação que consta do Apêndice II.

Contudo, a observação pretendia identificar e descrever as acções de educação ambiental


realizadas durante o processo de arborização, isto na fase de implantação e na fase de
manutenção: tipos de actividades e os meios usados. Os locais observados foram os que
estavam a ser intervencionados, no período de recolha de dados: Av. 24 de Julho onde
estavam a decorrer as podas das árvores e Av. Salvador Allende onde decorria a
manutenção. Foram observados estes locais e os funcionários e trabalhadores para
averiguar se as actividades de educação ambiental são realizadas e como são realizadas.

3.4.2. Técnica de análise de dados

A análise de conteúdo foi constituída por três fases: a pré-análise; a análise do material,
também chamada de descrição analítica; e o tratamento dos resultados, a inferência e a
interpretação (Bardin, 2011).

1. Pré-análise: é a fase onde se fez a organização do material (Bardin, 2011). Deste


modo, após a reunião das informações obtidas nas entrevistas e nas anotações
resultantes das observações, iniciou-se o processo de leitura geral. Foi feita uma análise
dos dados obtidos e foram organizados com base nos objectivos da pesquisa.

2. Análise do material ou descrição analítica do conteúdo: nesta fase, os resultados


obtidos através da entrevista e observação foram submetidos a uma análise orientada
pela pergunta de pesquisa, pelos objectivos, pela revisão de literatura e pelas
abordagens metodológicas. Aqui, foram agrupadas em categorias as respostas
semelhantes e com base nisso, foram obtidos os resultados olhando para as
convergências das respostas. Tal processo pode ser verificado nas tabelas apresentadas
ao longo do capítulo da apresentação e discussão dos resultados.

3. Interpretação dos resultados: nesta etapa, apoiando-se nos resultados obtidos com a
entrevista e com a observação que outrora foram categorizados, correlacionou-se os
resultados obtidos com a revisão da literatura apresentada ao longo do trabalho a fim de
torná-los significativos e válidos. Neste ponto, olhou-se para as respostas dadas por

14
cada pergunta feita e procurou-se perceber de forma geral se as respostas iam de acordo
com o que as literaturas diziam ou não, fazendo-se, deste modo, uma análise crítica
apoiada na literatura.

3.5. Questões éticas

De acordo com Alves (2008), a não observância das questões éticas é uma violação do
quadro ético constituído por uma gama enumerada de situações possíveis de ocorrer em
processos de pesquisa. Neste contexto, para a realização deste estudo foi formulado um
pedido de autorização dirigido ao Conselho Municipal da Cidade de Maputo, isso foi feito
através da credencial fornecida pelo Registo Académico da Faculdade de Educação da
Universidade Eduardo Mondlane. Junto à credencial foi anexada uma carta de pedido de
autorização (podem ser encontrados nos anexos e nos apêndices). Igualmente, foi
formulado um pedido a nível individual, onde só se entrevistou os funcionários do DEPJ
depois da sua permissão, mas antes de tudo foi necessário contextualizar os entrevistados
sobre o que se pretende com a pesquisa, o seu principal objectivo.

Os entrevistados foram antecipadamente informados sobre a garantia do anonimato no


tratamento dos dados, que foram por eles disponibilizados, assim como da observância de
confidencialidade de toda informação a ser recolhida no âmbito da pesquisa e dos
objectivos do estudo. Para a garantia do anonimato, usou-se os seguintes códigos: FCM1,
FCM2, FCM3, FCM4, FCM5, assim por diante, até que se consumou os 12 funcionários.
Onde o número ordinal (1, 2, 3, 4 e 5) indica o primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto
entrevistado, as letras (FCM) representa o Funcionário do Conselho Municipal.

3.6. Validação dos instrumentos de recolha de dados

De acordo com Gil (2008), validade é a capacidade de uma medida para produzir os efeitos
esperados. Assim, uma medida é considerada válida quando mede realmente o que se
pretende medir. Pode-se falar em três tipos de validade na pesquisa: (1) validade de
construto, que se refere à adequação da definição operacional de uma variável, (2) validade
interna, que se refere à capacidade para tirar conclusões relativas à relação causa-efeito dos
dados da pesquisa, e (3) validade externa, que se refere ao grau com que os resultados da
pesquisa podem ser generalizados para outras populações ou situações (Gil, 2008).

15
Desta forma, para garantir a validade desta pesquisa, os instrumentos de recolha de dados
foram analisados pelo pesquisador junto à supervisora com a finalidade de verificar a
adequação dos instrumentos (guião de entrevista e de observação) aos objectivos
estabelecidos para a pesquisa. Foram verificadas se as questões elaboradas para recolha de
dados estavam devidamente formuladas e se iam ao encontro dos objectivos preconizados
neste estudo, também se verificou os objectos a serem observados durante a recolha de
dados. Com isso, o tipo de validade aplicada a entrevista é a validade de construto ao passo
que para o guião de observação foi aplicada a validade interna.

3.7. Limitações do estudo

Língua local: constituiu limitação porque alguns dos funcionários sazonais do DEPJ não
se expressam bem em português, mas sim em língua local (Xichangana e Xirhonga), dado
que o pesquisador não fala e não entende a língua local. Portanto, para ultrapassar esta
limitação, recorreu-se à um tradutor informal.

Indisponibilidade dos funcionários: constituiu limitação porque o período de colecta de


dados, coincidiu com actividades dos funcionários (podas e plantio das árvores), portanto,
os funcionários não se mostraram totalmente disponíveis e acessíveis. Para ultrapassar esta
limitação foi necessário entrevistar alguns funcionários enquanto trabalhavam pedindo um
tempo para aceder à entrevista.

16
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo apresenta-se e discute-se os resultados do estudo à luz dos objectivos e das
perguntas de pesquisa formuladas no primeiro capítulo e que foram consubstanciadas na
revisão da literatura apresentada no segundo capítulo.

Por conseguinte, para apresentação dos resultados do estudo optou-se por organizá-los em
tópicos gerados a partir dos objectivos específicos do trabalho.

4.1. Acções de Educação Ambiental inseridas no âmbito da arborização na Cidade de


Maputo

Para dar sustento a este tópico, foram formuladas três perguntas e os resultados foram
apresentados por ordem de pergunta feita ao entrevistado, como se pode ver nas tabelas
4.1, 4.2 e 4.3. Foram entrevistados 12 indivíduos.

17
Pergunta 1: O que entende por Educação Ambiental?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.1. Concepção de Educação Ambiental

No de Categorias Respostas dos entrevistados


entrevistados
Quatro Educação ambiental é FCM1: Educação Ambiental é a transmissão
educação sobre cuidados de conhecimentos ao público no sentido de dar
ambientais a conhecer o valor do meio ambiente.
FCM7: educações ambientais são todas
práticas de consciencialização sobre como
cuidar do meio ambiente.
FCM9: é ter conhecimento do ambiente e
como cuidá-lo em casa e nas ruas da cidade.
FCM8: é uma educação que nos permite ter
cuidado com o ambiente em que vivemos, não
deitar lixo de qualquer maneira, não estragar as
árvores.
Educação ambiental é FCM2: Educação Ambiental é estudar sobre as
Um estudar sobre as plantas e sua plantas e como elas nos ajudam.
importância para o Homem
Três Educação ambiental é o FCM3: Educação Ambiental é preservar os
cuidado com as plantas. lugares com plantações das árvores.
FCM4: Educação Ambiental é o cuidado com
as árvores para ter um bom ambiente e uma
cidade bonita.
FCM12: Educação Ambiental é cuidar das
plantas para nosso próprio bem.

Quatro Não sabem FCM5: Não sei dizer.


FCM6: nunca ouvi falar, portanto, não sei
dizer.
FCM10: não sei o que é, nunca ouvi falar.
FCM11: não sei.

Com os resultados obtidos na tabela 4.1 nota-se que apenas quatro entrevistados, FCM1,
FCM4, FCM9 e FCM12, conseguiram conceituar correctamente a Educação Ambiental,
outros quatro assumiram não saber.

Os outros quatro, embora tenham dito que já haviam ouvido falar, apresentaram definições
que não são necessariamente de Educação Ambiental, como se pode vêr: o FCM2 assume
a Educação Ambiental como uma área da botânica, relacionado ao estudo das plantas e

18
FCM3, FCM7 e FCM8 entendem Educação Ambiental como os cuidados com as plantas.
Os restantes quatro não sabem.

Embora a EA contribua para a conservação da cobertura vegetal, ela não se restringe


apenas a estudar as plantas, abrange todos elementos que compõem o meio ambiente,
destacando as diferentes formas de relacionamento entre si. Enquanto não existir uma
sociedade consciente, sensibilizada e motivada e que colabora na conservação das plantas,
as acções de cuidado das plantas, por si só, podem não atingir os objectivos desejados.
Com isto, pretende-se dizer que a educação ambiental envolve a partilha de conhecimento,
valores e a mudança de atitudes em prol da preservação e conservação dos recursos
ambientais conforme sugere Souza (2003), e não apenas a gestão destes recursos.

No entanto, estas formas de conceber a Educação Ambiental podem estar associadas às


actividades desenvolvidas no seu dia-a-dia como apontam os autores Dias, Leal e Júnior
(2016) ao afirmarem que teoricamente a Educação Ambiental varia de interpretações, de
acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um.

Para os funcionários que concebem a EA como aquela que é voltada aos cuidados das
plantas, apenas terão a tendência de fazer o plantio e a manutenção das árvores sem, em
algum momento, interagir com os munícipes pois, estes entendem que devem apenas
preocupar-se com as plantas. O mesmo pode-se dizer aos funcionários que não sabem.

19
Pergunta 2: Que acções de Educação Ambiental o Conselho Municipal tem levado a
cabo na arborização nas avenidas, ruas e passeios?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.2. Acções de Educação Ambiental no plantio das árvores

No de Categorias Respostas dos entrevistados


entrevistados
FCM1: sensibilização das pessoas quando estamos
Nove Consciencialização e plantando árvores nas vias públicas, falamos com eles
Sensibilização para saber cuidar das coisas que podem degradar ao meio
ambiente. Igualmente dar a conhecer que as árvores são
um bem público.
FCM2: falamos com as pessoas na fase de produção dos
viveiros no sentido de saber a importância dos viveiros e
cuidar das plantas existentes nos viveiros, ruas e
avenidas.
FCM3: falamos com as pessoas no sentido de evitar
queimadas e não cortar as árvores e a obedecer as
técnicas de plantio.
FCM4: Consciencialização desde a produção até a
manutenção, também ensinamos como deve ser feita a
plantação das árvores.
FCM7: falámos com as pessoas, informamos que haverá
plantio de árvores e que devem ter cuidado,
principalmente os que têm carros.
FCM8: falámos com os moradores dos locais onde se
fazem os plantios no sentido de dar a conhecer a
importância das árvores.
FCM10: conversamos com as pessoas para entenderem
nosso trabalho.
FCM11: falamos com as pessoas que vivem próximos
aos lugares do plantio e as pessoas que passam para
evitarem danificar ou vandalizar as plantas.
FCM12: conversamos com as pessoas para não
danificaram as plantas.
Um Avisos FCM5: distribuímos avisos
Um Transmissão de FCM9: ensinamos as pessoas como plantar e quando
conhecimento sobre plantar as árvores.
como e quando
plantar
Um Não sabe FCM6: Nós não trabalhamos na área de plantio, mas sim
na área de poda, então, não sabemos o que lá se faz.
Resultado da observação: uma e outra vez falavam com as pessoas, principalmente com os
proprietários dos carros que são estacionados nas cercanias das árvores recentemente plantadas.

20
Analisando as respostas dos entrevistados, constata-se que as acções de Educação
Ambiental que são levadas a cabo no processo de implantação arbórea na cidade de
Maputo são: consciencialização, sensibilização e uso de aviso. Estas acções são
recomendadas pelos autores Silva e Sepini (2016) quando dizem que para incentivar e
intensificar o plantio de árvores nas cidades sugere-se a implantação de um processo de
consciencialização ambiental voltada para a urbanização planificada com objectivo de
melhorar a qualidade de vida.

Barcellos, et al. (2018) complementam afirmando que para evitar perdas de mudas por
actos de vandalismo, é preciso estabelecer acções de consciencialização junto à população.
Assim, pode se dizer que ao se conjugar as acções de EA com os avisos pode-se concorrer
para o alcance dos objectivos.

21
Tabela 4.3. Acções de Educação Ambiental na fase de manutenção das árvores
No de Categorias Respostas dos entrevistados
entrevistados
FCM1: no processo de manutenção das árvores
Nenhuma acção de (poda) não temos tido contacto com as pessoas no
Um
Educação Ambiental é sentido de consciencializar ou sensibilizar. Mas
levada a cabo no antigamente submetíamos um aviso ao gabinete de
processo de informação do conselho municipal, eles publicavam
manutenção. no jornal notícia para dar a conhecer as pessoas
sobre as nossas futuras acções com a arborização.
Cinco Aviso prévio FCM3: afixamos cartazes para avisar previamente
as pessoas sobre a poda.
FCM11: colamos avisos e falamos com as pessoas.
FCM7: quando estamos a podar as árvores só
afixamos os panfletos e falamos com as pessoas que
vivem perto, informamos que vamos fazer podas
das árvores
FCM9: conversamos com as pessoas e distribuímos
panfletos.
FCM12: temos distribuído avisos e falamos com as
pessoas e principalmente os donos de carros.
Seis Por meio de Interacção FCM2: apenas falamos com as pessoas no sentido
com as pessoas de conservar o nosso bem público.
FCM4: Não temos estratégias desenhadas, mas
falamos com as pessoas que estão nas proximidades
do local para garantir a cooperação das pessoas
principalmente no processo de poda.
FCM6: falamos com os responsáveis dos carros
estacionados no local das podas e distribuímos
panfletos.
FCM10: falamos com as pessoas e informamos que
vamos trabalhar
FCM5: conversamos com as pessoas para informar
que vai se podar árvores
FCM8: tentamos conversar com as pessoas sobre a
importância dos cuidados com as árvores, neste caso
a poda.
Resultado da observação: os funcionários falam com os munícipes, os que passam pelo local
onde estão a fazer poda e os que estacionam seus carros próximos a esses locais.

Com as respostas obtidas, entende-se que as acções de Educação Ambiental são feitas de
forma casual, sem nenhum plano de acção, contrário do que sugerem Barcellos, et al.
(2018). As acções mais referidas não são necessariamente de Educação Ambiental, mas
sim, consistem em avisar ao público-alvo sobre a realização da poda. Entretanto, mais do

22
que informar sobre a actividade a ser realizada, é necessário explicar as pessoas qual é a
importância da actividade da poda e qual é o papel do munícipe neste processo, como
forma de ampliar a sua identidade e colaboração no bom desenvolvimento da arborização.
Desta forma, corroboram com os postulados Maciel, Cognato e Boffil (2002), que
afirmam, categoricamente, que na fase de manutenção a Educação Ambiental deve actuar
como um agente de transformação, visando sensibilizar e consciencializar os cidadãos em
relação à preservação, conservação e ao respeito com as árvores e vias públicas da cidade,
ressaltando a importância das mesmas.

As acções que são levadas a cabo pelos funcionários do Conselho Municipal da Cidade de
Maputo na fase de manutenção têm implicação na arborização urbana. Ora vejamos, se
alguns dizem que apenas afixam e distribuem cartazes, por um lado, corre-se o risco de
excluir algumas pessoas com essa acção, por exemplo, as que não sabem lêr, terão a
dificuldade de interpretar a mensagem de um cartaz composto, maioritariamente, por
escritas. Por isso, é necessário desencadear-se um processo de consciencialização por meio
de conversa. Por outro lado, pode facilitar para as pessoas que mostram-se inacessíveis
para abordagem interpessoal.

23
Pergunta 03: Quais são os objectivos destas acções?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.4. Objectivo das acções de Educação Ambiental no âmbito da arborização


No de Categorias Respostas dos entrevistados
entrevistados
Quatro FCM1: o objectivo é consciencializar as pessoas a fazer
Consciencializar surtir efeitos positivos das plantações e deixar que elas
para a exerçam as funções. Garantir um bom ambiente e
conservação da estética da própria cidade.
arbórea FCM2: o objectivo é de informar e ensinar as pessoas
de como deve se cuidar as plantas
FCM8: o objectivo é para eles saberem que vamos
plantar árvores e que precisa de cuidado de todos nós.
FCM7: o objectivo é de manter as pessoas informadas e
não danificar as árvores.
Quatro Preservar as FCM3: o objectivo é de deixar o ambiente saudável
plantas com árvores.
FCM4: o principal objectivo é a preservação das
árvores e garantir que as árvores não sejam mortas.
FCM12: evitar que removam as plantas.
FCM11: é para eles terem cuidados com as plantas, não
matarem ajudarem a cuidar
Dois Trabalhar sem FCM10: o objectivo é de eles saberem que estamos a
interferências trabalhar e para não nos interromperem.
FCM5: o objectivo é para conseguirmos trabalhar.
Um Não sabe FCM6: não sei dizer.

Um Ensinar riscos da FCM9: o objectivo é de ensinar os riscos da poda para


poda para pessoas as pessoas e carros.
e carros
Resultados da observação: falam com as pessoas no sentido de evitar possíveis acidentes e
danos materiais neste processo de poda.

Na tabela 4.4, encontram-se três entrevistados que apresentam objectivos que não são
essencialmente de preocupação ambiental e sim de impactos socioeconómicos
nomeadamente, riscos as pessoas e aos carros e distúrbio no desenvolvimento da
actividade de poda e um que afirma que não sabe dizer qual é o objectivo (um dos que
disse que não desenvolve nenhuma acção de educação ambiental na fase de plantio). Para
além destes, quatro entrevistados que, na visão do pesquisador, apresentam objectivos

24
directos de Educação Ambiental (consciencializar para a conservação das árvores) e outros
quatro entrevistados que apontam objectivos indirectos (preservar as árvores).

Se, por um lado, de acordo com Manjate e Cossa (2011), a Educação Ambiental tem como
um dos seus objectivos consciencializar os indivíduos sobre os problemas ambientais e
sensibilizá-los para a busca de soluções, por outro lado, se as pessoas desenvolverem uma
consciência sobre os problemas ambientais que os cercam e juntarem-se aos movimentos
que trabalham em prol da protecção do meio ambiente contribuem-se para a conservação
dos recursos do meio ambiente (MICOA, 2002). Logo, de forma indirecta, a educação
ambiental vai contribuir na conservação dos recursos ambientais. Não obstante, os
entrevistados que apontaram os objectivos indirectos, são os que concebem a educação
ambiental como os cuidados a ter com as plantas e outro que afirmou não saber do que se
tratava (tabela 4.1). Com isto refirma-se existência da confusão feita por estes entre acções
de educação ambiental e acções de gestão ambiental.

Deste modo, estão parcialmente nos trâmites de Martelli (2015), pois, segundo este autor,
as acções de EA têm como foco sensibilizar a população sobre a importância da
arborização urbana, quanto ao diagnóstico, plantio e maneio adequado das espécies e nas
interferências que ocorrem entre as árvores e os diversos elementos que compõe a cidade.

4.1.2. Processo de Educação Ambiental desenvolvido no âmbito da arborização na


Cidade de Maputo

Relativamente à este tópico foram formuladas duas questões, a saber:

 Quais são os meios que usam para desenvolver essas acções?


 Qual é o vosso público-alvo neste processo de educação ambiental dos munícipes
no âmbito da arborização?

Os resultados estão apresentados nas tabelas 4.5 e 4.6

25
Pergunta 1: Quais são os meios usados?
Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.5. Meios usados

No de Categorias Respostas dos entrevistados


entrevistados
FCM1: antes de fazermos poda, distribuímos panfletos
Todos Distribuição dos com avisos que dá a conhecer a futura acção de poda,
panfletos ou cartaz, também passamos uma carta ao gabinete de informação
publicação no jornal do conselho municipal e eles publicam no jornal notícia.
noticias e interacção FCM2: primeiro afixamos avisos, de seguida falamos
directa com os com as pessoas que vão passando pelo local.
munícipes. FCM3: avisamos as pessoas para dar a entender que só
Distribuição dos nós podemos podar as árvores e não qualquer um.
avisos FCM4: só distribuímos e colamos panfletos e pedimos
apoio aos munícipes a cooperarem.
FCM5: afixação de cartazes e conversa com as pessoas
FCM6: primeiro colocamos os panfletos de aviso com
antecedência para informar as pessoas que nesta avenida
haverá poda ou plantio de árvores nos próximos dias. De
seguida falamos com as pessoas durante o processo para
evitar passar pelo local.
FCM7: distribuímos panfletos para as pessoas e
avisamos sempre as pessoas.
FCM8: não temos um programa e nem plano em
especifico, apenas colamos panfletos e falamos com as
pessoas.
FCM9: não temos plano, mas distribuímos cartaz com
avisos.
FCM10: nós só falamos com as pessoas e distribuímos
panfletos para os donos dos carros.
FCM11: primeiro, passamos dias antes das podas a
distribuir os avisos e no próprio dia da poda também
falamos com as pessoas.
FCM12: depois de distribuir os cartazes falamos com os
donos dos carros para não estacionarem no local das
podas.
Resultados da observação: foi observada a distribuição de panfletos de avisos com antecedência,
estes avisos são direccionados frequentemente aos responsáveis dos carros que são estacionados
nos locais em que se fazem as podas das árvores.

Os resultados mostram que o DEPJ usa panfletos, cartazes, jornal notícias e interacção
directa com os munícipes como meio de Educação Ambiental. Os meios de interacção

26
directa usados são apropriados para um público-alvo amplo maior e que não se encontra
num único espaço físico podendo abranger maior número de munícipes, em conformidade
com Martelli (2015). Porém, o meio usado para interacção indirecta com os munícipes não
contribui para a maior abrangência, visto que o público-alvo, na sua maioria, não é estável.
Outro aspecto que merece destaque é o facto destas acções serem realizadas antes do início
da actividade arbórea, pois se a acção de educação ambiental é realizada antes, os
munícipes estarão conscientes podendo colaborar positivamente para o sucesso da
arborização. Entretanto, alguns entrevistados afirmaram que não existe um plano ou
programa de educação ambiental para o efeito de arborização. O facto de não existirem as
acções de forma organizada faz com que muitas vezes estas acções não surtam efeitos ou
que sejam esquecidas e não sejam realizadas em momentos importantes da arborização.

Deste modo, é de capital importância a existência de um plano que vai trazer as actividades
de forma organizada, isso para além de facilitar o trabalho dos funcionários, também vai
garantir um bom desempenho na prossecução das actividades e obtenção de bons
resultados, conforme sugere Barcellos, et al. (2018).

27
Pergunta 2: Qual é o vosso público-alvo neste processo de educação ambiental no
âmbito da arborização?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.6. Público-alvo nas acções de educação ambiental

No de Categorias Respostas dos entrevistados


entrevistados
Seis Munícipes da Cidade de FCM1: o nosso público-alvo de forma geral
Maputo e os que passam são os munícipes dos cinco distritos municipais
pelo local da actividade. de cidade de Maputo.
FCM4: no plantio, são as pessoas que vivem
nas áreas próximas ao plantio, na manutenção
são todos munícipes.
FCM8: o nosso público-alvo são as pessoas que
vivem próximo aos locais e as pessoas que
passam com frequência nesses locais.
FCM11: o nosso alvo são os moradores e os
que passam por aqui.
FCM9: o nosso alvo são as pessoas residentes
no local e os que frequentam o local.
FCM6: o nosso público-alvo são as pessoas que
vivem na avenida que trabalhamos e as pessoas
que passam por lá.
Três Pessoas que passam pelo FCM2: nosso público-alvo são as pessoas que
local de acção passam por aqui
FCM7: as pessoas que passam por aqui.
FCM3: as pessoas que passam por aqui
Três Automobilistas e FCM10: o nosso principal alvo são as pessoas
pedestres que se fazem que estacionam carros nos em locais que
aos locais no momento estamos a trabalhar e as pessoas que passam por
da actividade aqui.
FCM5: os nossos alvos são os pedestres e os
automobilistas.
FCM12: os nossos alvos são donos dos carros e
as pessoas que passam por aqui.

Analisando as respostas dadas, pode-se notar que o público-alvo destes são os munícipes
da cidade de Maputo, com mais destaque para os automobilistas e pedestres que circulam
pelo local das actividades.

Reigada e Reis (2004) apoiam a ideia de que os alvos devem ser os munícipes da cidade
em que se realizam as actividades, ou seja, todos que estiverem na cidade e que directa ou
indirectamente serão afectado pelo processo de arborização, não apenas os moradores que

28
vivem nas circunvizinhanças onde decorre o processo de arborização, se bem que estes
carecem de um pouco mais de atenção.

4.1.3. Influência da Educação Ambiental no processo de arborização na cidade de


Maputo.

Para saber sobre a influência da educação ambiental, foram formuladas três questões:

 Como é que as acções de EA ajudam na arborização?


 Qual é o impacto (resultado) destas acções para os munícipes e para a equipe de
arborização?
 Quais são os indicadores que usam para medir estes impactos?

Os resultados estão apresentados nas tabelas 4.7, 4.8 e 4.9.

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Pergunta 1: Como é que as acções de Educação Ambiental ajudam na arborização?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.7. Influência de Educação Ambiental na arborização na cidade de Maputo


No de Categorias Respostas dos entrevistados
entrevistados
Dois Ajudam na FCM1: ajudam a conservar as plantas e a fazer saber e
conservação das afastar carros perto das árvores no processo das podas,
plantas também evitam danificar as árvores, as pessoas evitam o
máximo retirar as copas das árvores.
FCM11: ajudam porque as plantas crescem, no
processo de poda não temos muitos problemas com as
pessoas quando conversamos com elas.
Três Ajuda na mudança FCM2: há mudança de comportamento, as pessoas
de comportamento consciencializam-se e ajudam a consciencializar outras
dos munícipes pessoas, entra em contacto com nosso departamento
quando há vandalismo de plantas.
FCM3: as pessoas mudam de comportamento e sabem
que as plantas beneficiam a todos nós.
FCM5: algumas pessoas mudam de comportamento.
Quatro Possibilita que FCM6: não ajudam totalmente, mas dá para trabalhar
Trabalhemos sem sem interferência dos pedestres e dos automobilistas.
interferência FCM8: falar com as pessoas nos ajuda porque
trabalhamos sem paragens e nem interferências.
FCM9: permite que trabalhemos à vontade e não há
vandalização das plantas.
FCM10: quando as pessoas nos ouvem e nos entendem
trabalhamos sem problemas.
Três Não trazem FCM4: infelizmente não têm tido boa colaboração por
benefício, pois a parte dos munícipes, as pessoas olham para as árvores
pessoas não como sendo do conselho municipal e não como um bem
colaboram público.
FCM7: não ajudam.
FCM12: não ajudam muito, porque as pessoas
continuam a dificultar o nosso trabalho.

Nota-se que as respostas dos funcionários não são unânimes. Para alguns, as acções de
Educação Ambiental ajudam de forma directa pois, auxilia na mudança de comportamento
dos munícipes. Para outros, é indirecta porque ajudam a conservar as plantas. Portanto,
estes concordam com Martelli (2015) que postula que as acções de Educação Ambiental
devem ajudar e influenciar os indivíduos a saber se portar mediante as plantas que existem
no meio urbano. Por outro lado, um grupo dos funcionários mostram que as acções de

30
Educação Ambiental ajudam de forma indirecta, quando afirmam que estas acções lhes
permitem trabalhar sem interferências, mas uma minoria diz que as acções de Educação
Ambiental não ajudam.

Todavia, se uns dizem que estas acções não ajudam, este é um indicador de que alguma
coisa está a faltar. Neste caso, está relacionado directamente aos modus operandi, falta de
um plano de acção e por algumas das acções levadas a cabo não serem propriamente de
Educação Ambiental. Desta forma, Lustosa e Zanella (2019), afirmam que a EA deve ser
uma ferramenta chave do processo de informação e consciencialização das pessoas e se
fazer necessária, principalmente à importância e aos benefícios da vegetação para a
manutenção da vida.

Pergunta 2: As acções de Educação Ambiental por vocês desenvolvidas trazem


impactos na arborização?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.8. Impactos das acções de Educação Ambiental na arborização

No de Categorias Respostas dos entrevistados


entrevistados
Oito São positivos FCM1: Sim, são resultados positivos, quando
sensibilizamos, conseguimos ver esses impactos.
FCM3: o resultado é positivo.
FCM8: o impacto é positivo quando falamos com
as pessoas.
FCM10: os impactos são positivos.
FCM7: para nos não é positivo
FCM9: são positivos.
FCM2: os impactos são positivos
FCM11: são positivos
Quatro São negativos FCM5: o impacto é negativo.
FCM12: não são satisfatórios
FCM4: o impacto é insatisfatório (negativo)
FCM6: o resultado não é tão satisfatório, em suma
é negativo.

As respostas dos entrevistados estão divididas em dois grupos, os que afirmam que os
impactos são positivos e os que afirmam que os impactos são negativos. Porém, a maioria
mostra que os resultados são positivos. Estes resultados são positivos quando as acções de
EA são devidamente executadas e com uma frequência aceitável. Na apreciação de Santos

31
(2007), uma boa prática de Educação Ambiental deve conduzir o indivíduo ao
conhecimento da problemática ambiental, garantindo, deste modo, resultados positivos
tanto para os funcionários do Conselho Municipal, quanto para os munícipes da cidade.
Então, se as acções de Educação Ambiental não surtem efeitos positivos na sua totalidade,
isso compeli-nos a reflectir sobre os aspectos abordados no ponto anterior, relativamente
ao modus operandis, a falta de um plano de acção e por algumas destas acções não serem
propriamente de EA.

32
Pergunta 3: Quais são os indicadores que usam para medir estes impactos?

Número total dos entrevistados: 12

Tabela 4.9. Indicadores usados para medir os impactos de acções de EA

No de Categorias Respostas dos entrevistados


entrevistados
Todos Comportamento dos FCM1: quando falamos com os utentes, eles evitam
munícipes se expor ao perigo, no processo de poda por
exemplo. Verificamos que as plantas crescem muito
bem sem serem vandalizadas.
FCM2: há cortes de copas das árvores, há roubo das
plantas.
FCM3: as pessoas evitam danificar as plantas, com
isso as plantas crescem sem impedimento.
FCM4: já plantamos árvores na avenida das FPLN
por três vezes, nas três vezes perdemos árvores de
forma significativa.
FCM5: as pessoas continuam a estacionar seus
carros nos locais que fazemos podas, mesmo depois
de terem sido informados com antecedência.
FCM6: o indicador é que as pessoas mesmo depois
do aviso continuam a dificultar o nosso trabalho.
FCM7: os munícipes evitam problemas com os
carros e acidentes.
FCM8: algumas pessoas entendem quando falamos
com elas e não dificultam nosso trabalho.
FCM9: os indicadores são: temos poucas perdas de
árvores e pouco índice de vandalismo por pedestres
e automóveis.
FCM10: as vezes temos verificado que os
munícipes gostam do trabalho, as vezes mostram
que não. Os resultados são bons quando eles se
comportam bem e maus quando se comportam mal.
FCM11: algumas pessoas ouvem e deixam-nos
trabalhar sem sermos atrapalhados.
FCM12: é difícil, por exemplo no processo de
plantio das mudas os donos dos carros estacionam
seus carros sobre as plantas.

Conforme se pode notar na tabela 4.9, todos os entrevistados são unânimes em trazer o
comportamento dos munícipes como um indicador, sendo que alguns munícipes, na óptica
dos funcionários apresentam bom comportamento perante a arborização e outro mau
comportamento. Os entrevistados têm noção de indicadores para avaliação da acção de

33
educação ambiental, apontando o comportamento que também é citado pelo Monico
(2001).

Com base nos resultados obtidos através da entrevista, pode-se perceber de forma geral que
as acções de Educação Ambiental têm influência no âmbito da arborização urbana. Pois,
alguns entrevistados afirmam que quando estas acções são desenvolvidas junto aos
munícipes, são capazes de gerar mudança de comportamento dos munícipes e gerar
impactos positivos, que é o que realmente se espera quando são desenvolvidas estas
acções. Em contrapartida, com as observações feitas, tanto na fase de plantio como na fase
de manutenção arbórea, não foi possível averiguar in loco se realmente as acções de
educação ambiental têm influência na arborização. O que se verificou é que apenas
distribuíam panfletos na fase de manutenção, estes panfletos não são propriamente uma
acção de Educação Ambiental pois, não carregam um teor educativo, mas sim informativo,
como se pode ver no panfleto em Anexo VI.

Contudo, pode-se dizer que tais acções de educação ambiental influenciam no âmbito de
arborização urbana na cidade de Maputo. Todavia, estas acções não são frequentes pois, o
pesquisador não conseguiu ver nenhuma delas enquanto observava as actividades dos
funcionários no processo de colecta de dados.

34
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste capítulo são apresentadas as conclusões e recomendações da pesquisa realizada em


conformidade com os objectivos e as perguntas de pesquisa que orientam este estudo.

5.1. Conclusões

Os resultados desta pesquisa permitiram concluir que a maior parte dos funcionários do
Departamento de Edificações Parques e Jardins do conselho municipal não entendem o que
é Educação Ambiental. No entanto, as formas de conceber a Educação Ambiental que os
funcionários apresentam, está associada as actividades desenvolvidas no seu quotidiano.

Deste modo, as acções de Educação Ambiental que o Conselho Municipal da cidade de


Maputo insere no âmbito da arborização urbana são: consciencialização e sensibilização
sobre os cuidados das árvores. Entretanto, algumas acções citadas são de avisos para evitar
interferências e acidentes.

Estas acções, na sua maioria, são desenvolvidas no âmbito informal, com objectivo de
contribuir na conservação das árvores por meio da consciencialização dos munícipes da
cidade de Maputo, com recursos aos cartazes, jornal notícia e contacto directo, e tem o
comportamento dos munícipes como um indicador do impacto das suas acções.

O processo de Educação Ambiental é feito nas duas fases da arborização realizadas na


cidade de Maputo, na implantação arbórea e na manutenção. Sendo que, na primeira fase
as acções de Educação Ambiental mais notáveis são a consciencialização e sensibilização
dos munícipes, e na segunda fase ambas as acções são levadas a cabo acrescentando a
distribuição dos panfletos e a publicação de informações relativas à manutenção das
árvores no jornal notícia. Apesar destas últimas não serem propriamente acções de
Educação Ambiental.

As acções de Educação Ambiental influenciam no processo de arborização na cidade de


Maputo, porém essa influência não traz efeitos duradouros tampouco significativos pois, as
acções são desenvolvidas casualmente e não são constantes por não obedecerem um plano
de acção.

35
5.2. Recomendações

Tendo em vista os resultados obtidos e as conclusões feitas sobre o enquadramento da


Educação Ambiental no processo da arborização urbana, recomenda-se:

Aos funcionários efetivos diretamente ligados a planificação arbórea:

 Elaboração de um plano de acção de Educação Ambiental que possibilite


desenvolver as acções de Educação ambiental de forma programada, de forma
antecipada e durante as actividades.

 Uso dos meios de comunicação em massa tais como: Rádio, Televisões e redes
sociais, para melhor consciencializar os munícipes e não apenas se apoiar na
abordagem interpessoal. A informação não pode apenas aparecer em forma de
aviso, mas também em forma de explicação dos benefícios da implantação das
árvores e da sua manutenção.

 Capacitação de educadores ambientais e funcionários em matérias de Educação


Ambiental para actuar na sensibilização, consciencialização e educação dos
munícipes em todo processo da arborização urbana.

Aos funcionários efectivos ligados à arborização e aos funcionários sazonais:

 Maximização das acções de Educação Ambiental na fase de implantação das


árvores, estas acções podem ser antecipadas e serem feitas com auxílio das
televisões e rádios.

36
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39
APÊNDICES

Apêndice I – Guião de entrevista

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Curso de Licenciatura em Educação Ambiental

Guião de Entrevista para os funcionários do Departamento de Edificações, Parques e


Jardins (DEPJ) do Conselho Municipal da Cidade de Maputo.

Tema: Análise do processo de Educação Ambiental no âmbito da Arborização Urbana


na Cidade de Maputo

Eu sou Ito Carmona Polá, estudante do curso de Licenciatura em Educação Ambiental na


Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane.

A entrevista surge no âmbito da pesquisa de culminação do curso, onde se pretende


analisar a inscrição da Educação Ambiental no processo da arborização urbana no
Conselho Municipal da Cidade de Maputo. Os dados a serem colhidos são apenas para fins
académicos. Toda a informação será confidencial e a identidade será reservada. Por isso,
sinta-se à vontade ao responder. Pergunte o que não estiver a perceber e peça para parar
sempre que necessário.

Desde já, agradeço antecipadamente a sua colaboração.

Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Codificação ( )

40
1. Identificar as acções de Educação Ambiental que o Conselho Municipal da Cidade
de Maputo insere no âmbito da arborização neste Município.

a) O que entende por Educação Ambiental?

b) Que acções de Educação Ambiental o conselho municipal tem lavado a cabo na


arborização (implantação e manutenção) nas avenidas, ruas e passeios?

c) Quais são os objectivos destas acções?

2. Descrever o processo de Educação Ambiental desenvolvido no âmbito da


arborização na cidade de Maputo

a) Quais são os meios que usam para desenvolver essas acções?

41
b) Qual é o vosso público-alvo neste processo de educação ambiental no âmbito da
arborização?

3. Analisar como as acções de Educação Ambiental influenciam no processo de


arborização na Cidade de Maputo

a) Como é que as acções de EA ajudam na arborização?

b) As acções de Educação Ambiental por vocês desenvolvidas trazem impactos


positivos na arborização?

c) Quais são os indicadores que usam para medir estes impactos?

42
Apêndice II - Guião de Observação

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Curso de Licenciatura em Educação Ambiental

Tema: Análise do processo da Educação Ambiental no âmbito da Arborização Urbana


na Cidade de Maputo

Para esta pesquisa serão observadas através existência de cartazes que promovem educação
ambiental no âmbito da arborização na fase de implantação e ou para garantir a
manutenção das árvores dispostas pelas avenidas.

Meio de observação Indicadores de observação Resultado

Fase da arborização Acções


Implantação Manutenção
1. Ruas, avenidas e Cartazes e outros meios áudio
passeios visuais que promovem a Distribuição de
importância de plantar e panfletos com
cuidar das árvores dentro de avisos que
X
uma urbe antecipa a acção
de manutenção
de árvores.

43
Apêndice III: Plano e cronograma de actividades

Legenda:

Ocorre

Não Ocorre

Ano de 2020 Ano de 2021


Mês Nov Dez. Jan. Fev. Mar. Abril Maio Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov Dez.
Actividades . .
Levantamento
bibliográfico e
Delimitação temática
Elaboração do projecto
Colecta de dados no
campo
Análise de dados
Redacção final
Revisão e edição
Submissão da
monografia

44
Apêndice IV: Carta de pedido de autorização

45
ANEXOS

Anexo I: Credencial

46
Anexo III: autorização para recolha de dados

47
Anexo III: Panfleto (aviso)

48

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