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CIÊNCIA E FILOSOFIA

O que é ciência?
Para que serve a ciência?
Filosofia e ciência são a mesma coisa?

É possível dizer que ciência é um tipo de conhecimento aprofundado,


sistematizado sobre algo, adquirido através do método científico. Ela serve para
explicar a realidade de forma mais rigorosa e também para melhorar as nossas vidas.
Embora tenham uma mesma origem, enquanto a ciência busca respostas, a filosofia
apresenta as questões essenciais.
Enquanto a ciência ocupa-se com seu objeto específico de estudo, a filosofia ocupa-
se com tentar entender se esse objeto é corretamente estudado, além de tentar aprimorar
os modos do fazer científico, a fim de proporcionar à ciência a maior validade racional
possível.
A ciência envolve todo o conhecimento adquirido através do estudo baseado em
princípios científicos. Já a filosofia questiona e problematiza a realidade que vivemos,
coloca em dúvida os saberes estudados e obtidos, inclusive as produções científicas e as
concepções que fundamentam os trabalhos científicos.

Ciência e Filosofia: Como tudo começou? Curiosidade # Espanto

O ser humano sempre buscou conhecer os objetos ao seu redor, primeiramente


porque se trata do instinto de sobrevivência, depois para dominar os fenômenos
naturais e colocá-los a favor de sua vida.
As primeiras civilizações sedentárias originárias da África e Oriente Médio, ao
compreenderem a dinâmica das cheias dos rios, a partir de ciência e tecnologia,
condicionaram a fertilização do solo aos rios, até mesmo em áreas distantes da presença
da água de forma natural.

Na Grécia Antiga, Ciência e Filosofia estão unidas, ou seja, representam a mesma


coisa.

Século XVII:
• Desenvolvimento da Ciência Moderna a partir do estabelecimento do método
científico;
• Ciência e Filosofia passam a ser compreendidas como conhecimentos
autônomos, independentes;
• Filosofia Natural = Ciências da Natureza.

Diferenças e semelhanças entre filosofia e ciência

Por serem áreas distintas do conhecimento, filosofia e ciência possuem suas


diferenças, porém, não podemos considerá-las como áreas completamente
antagônicas. Como foi dito, por meio da filosofia, as ciências encontraram caminho
para formarem-se como uma busca de conhecimento racional, amparando-se na
necessidade de estabelecer-se algum tipo de validação do que é conhecido.
A filosofia ampara-se na racionalidade para pautar e validar o produto de seu
conhecimento, assim como a ciência. No entanto, em relação ao rigor metodológico, a
ciência vai além. O método científico procura não somente pautar-se na racionalidade,
como também provar empiricamente, por meio de testes rigorosamente controlados, que
as suas suspeitas são verdadeiras.
Nesse sentido, enquanto a filosofia lida apenas com conceitos e com argumentos,
a ciência lida com a prática. Além disso, a filosofia é uma área ampla do saber que pode
questionar e investigar os mais diversos ramos de nossa sabedoria, além de fornecer
fundamentos para várias ciências.
Características do pensamento moderno
A valorização da razão e do pensamento crítico pelos renascentistas (séculos XV e
XVI) e o questionamento da autoridade papal pelos movimentos reformistas religiosos
(século XVI) possibilitaram a mudança de valores na Europa Ocidental. Entre as
características decorrentes desse momento histórico destacam-se:
• Antropocentrismo: o indivíduo moderno coloca a si próprio no centro dos interesses e das
decisões. Às certezas da fé, contrapõe-se a capacidade de livre exame. E até na religião
adeptos da Reforma defendem o acesso direto ao texto bíblico, dando a cada um o direito
de interpretá-lo.
. Racionalismo: o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar opôs-se ao
critério da fé e da revelação. A atitude polêmica perante a tradição revelava recusa do
dogmatismo
. • Saber ativo: o saber adquirido devido à aliança entre ciência e técnica deve retornar à
realidade para transformá-la.
• Método: o rompimento entre a ciência e a filosofia aristotélico-escolástica instigou
intelectuais na busca de novos métodos de investigação filosófica e científica

Filosofia da Ciência

A Filosofia da Ciência é um ramo do conhecimento filosófico que reflete e questiona


a ciência e o saber científico (natureza das ciências, fundamentos, metodologia,
pressupostos e significados sociais).
Dentre as principais preocupações da Filosofia da Ciência hoje, podemos citar:
• Investigar os fins e as prioridades a que a ciência se propõe;
• Analisar as condições em que as pesquisas se realizam e as consequências
do uso da técnica.
A ciência funciona através de uma metodologia específica e própria, o método científico.
A aplicação rigorosa deste método é o que garante a sua credibilidade. A ciência parte
de uma observação criteriosa da realidade, numa tentativa de solucionar problemas e
assim possibilitar o desenvolvimento humano.

Saber Científico
CIÊNCIA: Campo da atividade humana que se dedica ao conhecimento sistemático e
seguro dos fenômenos naturais.

Ciência: principais características

- Generalizante: explicações sistemáticas obtidas pela experiência controlável e que


permite conclusões gerais. Isso significa que as leis científicas não valem somente para os
casos observados, e sim para todos os casos semelhantes.
Exemplo: “A água é uma substância composta por hidrogênio e oxigênio”.
- Unificador: reúne diversos fenômenos, aparentemente distantes, sob explicitação de
uma mesma teoria.
Exemplo: Lei da gravitação universal
- Objetivo: independe das preferências políticas, ideológicas, pessoais do cientista. Trata-
se da determinação em juízos de fato sem deixar “brechas” para confronto de opiniões.
Assim, qualquer membro da comunidade científica pode testar as suas conclusões.
A ciência lida com fatos e não com opiniões!
- Rigoroso: utilização da linguagem matemática (matematização) para exposição
dos seus resultados. Formulação em enunciados gerais, de modo que um número
pequeno de princípios explicativos possa unificar um grande número de fatos.

Para que serve a ciência?


Segundo uma determinação do período moderno (séc. XV ao XVIII) a ciência teria por
finalidade o domínio da natureza, fornecendo assim melhores condições para o
desenvolvimento da espécie humana.
O método científico

Método científico: série de procedimentos que orienta como deve ser obtido o
conhecimento sobre determinado fenômeno. Esses procedimentos seguem uma estrutura
lógica, isto é, algumas etapas a serem cumpridas para a resolução do problema (aquilo
que se quer saber ou descobrir).
O método científico experimental
- Enunciado do problema: observação dos fatos
- Formulação de hipótese : busca resolver o problema com possíveis respostas
- Testes experimentais da hipótese: experimentação da hipótese levantada
- Conclusão: a confirmação, ou a reformulação da hipótese, ou ainda o abandono
completo da hipótese como proposta de solução.
Tratam-se de enunciados ou sentenças generalizantes que buscam descrever os
fenômenos demonstrando suas regularidades e relações constantes. A explicação e a
previsão são as principais funções das teorias científicas, portanto o explicar e o prever
são inerentes aos enunciados científicos.
∙ As leis permitem resumir uma significativa quantia de fenômenos observados,
possibilitando uma visão global sobre o fato.
∙ Também permitem uma previsão dos fenômenos futuros que detenham as
mesmas condições regulares dos já observados.

Galileu e o método

Galileu Galilei (1564-1642), físico, astrônomo e filósofo italiano, foi responsável pela
superação do aristotelismo e pelo advento da concepção moderna de ciência.
Revolucionou a astronomia ao introduzir o modelo heliocêntrico, já esboçado por Nicolau
Copérnico, aperfeiçoando-o com cálculos matemáticos e raciocínio lógico.
A nova física
A aplicação do método experimental na prática científica por Galileu representou
verdadeira revolução: a ciência rompia com a filosofia aristotélico-escolástica e buscava
novos caminhos. Com o método experimental, o renascimento das ciências no século XVII
não representou uma simples evolução, mas uma verdadeira ruptura que implicou outra
concepção de saber.
Galileu relacionou a hipótese copernicana do heliocentrismo às leis da mecânica,
ligando a ciência da astronomia à física: nascia, então, a física moderna e uma nova noção
de astronomia.
Galileu, não se interessava em explicar por que os corpos caem, mas como eles
caem. A fim de apurar a observação e facilitar a experiência, recorreu a técnicas e
instrumentos que pudessem auxiliá-lo, dispondo, em sua oficina, de recursos como plano
inclinado, termômetro, telescópio e relógio de água (clepsidra). Embora ainda fossem
engenhocas um tanto primitivas, mostraram-se suficientes para abandonar a ciência
especulativa e caminhar em direção à construção de uma ciência ativa.

Lei da queda dos corpos

Galileu descreveu a lei da queda dos corpos após repetidas experiências com uma
esfera percorrendo um plano inclinado, a fim de medir as relações constantes e
necessárias entre o tempo e o espaço percorrido. Em seguida, a lei foi traduzida numa
forma geométrica, de modo que a união entre experimentação e matemática permitisse
abrir caminho para a física moderna – fruto, portanto, de uma verdadeira Revolução
Científica.

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