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ART 03155 – História da Música I (Turma B) – 2020/1

Prova 2 – Unidades III e IV

Alunos:
Alan do Amaral Huff – 326026
Arthur Fernandes de Souza – 236236
Laura Perroni Quadros da Silva – 323630

Primeira Questão
“Em nossos encontros durante a unidade III falamos bastante a respeito do propósito
funcional da música litúrgica medieval e renascentista. Tratamos, mais especificamente,
da adequação do texto à música, da utilização de paródias de peças ao gosto popular
em obras sacras e do caráter da polifonia silábica e melismática. Ouça, abaixo, estas três
gravações de obras sacras: Uma delas está em conformidade com as prescrições
litúrgicas segundo o Concílio de Trento (1563). Recordando as discussões sobre as críticas
eclesiásticas, qual obra se adequaria melhor a tal função litúrgica? Justifique seu
posicionamento sobre a obra escolhida e aponte as questões que são passíveis de crítica
às duas outras.”

No início do século XVI em meio a denúncias de abusos e crise protestante


surgem propostas para o retorno a um cristianismo puro na Igreja Católica. O Concilio
de Trento foi convocado e foram discutidos e revisados os preceitos do cristianismo, e
dentre eles a música religiosa.
As regras estabelecidas deviam ser seguidas com bastante rigor para a realização
das missas, como por exemplo, não promover o hibridismo da música sacra com a
música profana.
Em paralelo à evolução da música sacra surgiram canções populares (música
profana) e estas se apresentavam em diferentes estilos e expressavam diferentes
emoções do que as de função ritualística da missa, sendo algumas alegres e bem
ritmadas. Isso ocorre, por exemplo, no exemplo musical de Perotin, que se apresenta
com muito ritmo, com caráter melismático e que não dá ênfase a um texto sacro,
conforme discutido em aula, que é um dos propósitos do canto gregoriano.
Por outro lado, uma das principais regras de não misturar música secular na
Igreja ocorreu no caso de da peça de Orlando di Lasso, que frequentemente trazia
madrigais e paródias em suas composições, sendo Missa entre vous filles uma dessas
paródias que misturam música secular com música litúrgica.
Desse modo entendemos que a obra que melhor se adequa a função litúrgica é
a de Palestrina, que inclusive se consolidou como um renomado compositor para a
história da música por sua grande influência exercida na musica sacra e seu estilo de
escrita contrapontístico. Ademais, o fato dele ter vivido à época do Concilio de Trento
leva a crer que suas composições sejam mais aderentes às regras estabelecidas.

Segunda Questão
Durante a unidade IV discutimos o conceito de polifonia em oposição a outros tipos de
textura musical. Posteriormente, refletimos a respeito de como a polifonia se colocou
diferentemente durante o decorrer da Idade Média. A partir das discussões em sala de
aula, escolha dois gêneros polifônicos distintos da Idade Média e discorra a respeito de
suas semelhanças e diferenças estilísticas.

Os compositores da música medieval com o passar do tempo fizeram diversas


experiências musicais introduzindo uma ou mais linhas de voz a uma melodia, com o
propósito de tornar as composições mais belas e refinadas, chegando ao conceito de
polifonia. A composição nesse estilo era nomeada de Organum na época. A resposta a
esta questão será realizada comparando o Organum paralelo (forma mais antiga) e o
Organum melismático.
No Organum paralelo a voz adicionada duplicava a voz principal, sempre num
intervalo de quarta ou quinta, e foi pensado assim com o intuito de reforçar a voz
principal. Estes intervalos (quarta e quinta) possuem um caráter bastante estável e uma
qualidade timbrística e que ajudava a projetar a melodia nas capelas durante o rito
litúrgico.
Após passar pelo Organum livre, que permitia movimentos contrários entre as vozes,
surgiu um estilo de Organum em que a voz principal se sustentava com longos valores,
nomeada de Tenor, e acima dela, mais aguda, notas de menor valor que se desenvolvem
em grupos de forma melódica – melismas. O estilo melismático se comparado
sonoramente com o paralelo já é completamente diferente, principalmente pela
diferença de movimento entre as vozes, mas também pela qualidade dos intervalos
formados, muito mais livremente. A voz superior possuia um movimento bastante
independente, o que também aumentava a complexidade física para ser executado, algo
muito interessante de se considerar também num ponto de vista de história da técnica
vocal.

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