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DROGAS PSICOTRÓPICAS

Gastamos boa parte de nossas vidas tentando superar problemas e pressões


que nos envolvem no dia a dia. A maneira de enfrentar estes problemas está cada vez
mais difícil, porém é individual. Entretanto como alguns os enfrentam, é um problema
social, muito sério e muito grave. Trata-se do crescente número de pessoas em geral
jovens que recorrem às drogas (incluído aqui o álcool etílico) na procura de um
caminho mais fácil para resolverem suas adversidades, ou “fugirem delas”, mas em
realidade adiam a resolução com perda de tempo e de saúde, enquanto a droga
devasta as suas mentes e corpos os problemas se acumulam.
Então, subitamente a perdição virou moda. O que era marca dos últimos
degraus da decadência moral, passou a ser conceito de vida para grupos de jovens,
instrumento para experiências intelectuais ou místicas, marca de uma atitude em
relação à sociedade. Desta forma, drogas psicotrópicas passaram a ser companheiras
inseparáveis de indivíduos em busca de novas sensações ou alívio de frustrações.
Em suma, nos tempos atuais, pessoas usam drogas para atingir fins que
pensam não conseguir em estado normal. Estamos frente às intoxicações sociais, as
quais pelos transtornos psicomorais produzidos aos usuários têm profundas
repercussões sociais, pois atinge o indivíduo que usa e a sociedade que o cerca.
Neste caso, qualquer substância que provoque no homem sensação de
euforia, delírio, alucinação, tolerância, relaxamento, perda da realidade, sintomas de
abstinência pela supressão, dependência, entre outros, é considerada
toxicomanígena e a pessoa que a usa um toxicômano.
As drogas psicotrópicas podem desenvolver dois tipos de dependência:
Psíquica e Orgânica (ou física).

§ Dependência Psíquica:
É aquela que provoca desejo incontido que requer droga para obter prazer,
alívio de desconforto, ou sensação de bem estar, porém pela supressão da mesma em
geral não ocorre síndrome de abstinência e o indivíduo pode deixar o vício com
tratamento adequado.

§ Dependência Orgânica:
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É aquela que provoca a necessidade do uso da droga para funcionamento


normal(?) do organismo. Haverá interação com neutrotransmissores de forma tão
íntima que pela supressão aparecem sintomas de abstinência, podendo ocorrer
inclusive a morte. Isto ocorre porque neurotransmissores orgânicos são afetados
profundamente pela droga, com às vezes sutis anomalias e pela supressão haverá
resposta orgânica indesejável, uma vez que o organismo rapidamente se adapta às
novas estruturas.
É muito difícil deixar o vício, mesmo quando o tratamento é adequado.

§ Síndrome de Abstinência:
É a característica conseguida pela supressão da droga com sintomas e sinais
físicos insuportáveis, com dores, calafrios, mal estar generalizado etc. Os transtornos
mais nítidos e freqüentes são os psicosomáticos (inter-relação entre processos
mentais, emocionais e sintomatológicos).
O uso do álcool e drogas é hoje um hábito quase comum na sociedade
moderna, podendo ser encontrado em várias situações. Serve de pretexto para
estimular o apetite, como “digestivo”, curar “fossa”, curar insônia, produzir alívio,
comemorar fatos e datas, ficar por “dentro” da onda, etc.
Em realidade, porque as pessoas verdadeiramente se drogam, é uma pergunta
que até agora suscitou opiniões subjetivas. Os caminhos apontam para os neurônios
pois as drogas interferem com a produção normal dos neurotransmissores orgânicos
(substâncias que tornam possível o movimento dos impulsos elétricos através das
extremidades nervosas), ou mesmo podem também criar “falsos” neurotransmissores.

• O que é droga psicotrópica?


Podemos definir como sendo: Todo e qualquer produto, natural ou

sintético, que no organismo atua seletivamente sobre as células nervosas


que regulam o psiquismo.

As drogas podem ser divididas em três grandes grupos:

1 - PSICOANALÉPTICAS
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São psicotrópicos que estimulam a atividade mental, ou seja, elevam o tônus


psíquico, estimulando o humor, a vigília, diminuindo a falta de impulso, diminuem a
fadiga momentânea, etc.
Ex.: Derivados anfetamínicos.

2 - PSICOLÉPTICAS
São psicotrópicos que diminuem a atividade mental, baixando o tonûs psíquico,
diminuindo a vigília, deprimindo tensões, estreitando a faixa do intelecto, produzem
relaxamento, etc. Ex.: derivados barbitúricos.

3 - PSICODISLÉPTICAS
São psicotrópicos que desestruturam a atividade mental, produzindo psicoses,
delírios, alucinações, etc. Ex.: Grupo dos alucinógenos ou despersonalizantes
(maconha); ou grupo dos embriagantes ( inalantes químicos)

• Álcool etílico.
O mais antigo psicotrópico, inclusive permitido pela sociedade e de venda livre,
é o álcool etílico, princípio ativo das bebidas alcoólicas. O termo álcool vem do árabe
el cohol, que quer dizer o impalpável.
Em seu efeito psicotrópico, inicialmente causa aparente euforia (resultado da
ação da droga aos centros encefálicos, deprimindo-os) pois a depressão dos
mecanismos inibitórios do controle causa desinibição. Porém, é um contínuo depressor
do sistema nervoso central.
A história está repleta de fatos dramáticos. Por exemplo, Nero mandou
incendiar Roma quando estava embriagado. Janis Joplin, quando no Brasil, bebia um
litro de creme de ovos e um de fogo paulista antes de cada apresentação, para soltar-
se. Napoleão para sentir-se arrojado, assim como Júlio Cezar, bebia alguns litros de
vinho antes de cada batalha. 75% dos crimes passionais são praticados por
alcoolizados enquanto 50% dos desastres graves são produzidos por alcoolizados e 6
em cada 10 operários que caem de andaimes no Brasil, estavam alcoolizados.
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Pode produzir nos alcoólatras alterações de cromossomos (podendo ocorrer


epilepsia no filho do alcoólatra). As complicações hepáticas e cardíacas são comuns
nos usuários.

• Maconha

É a droga de abuso mais usada atualmente no mundo todo, segundo a OMS..


Planta do gênero Cannabis, espécie sativa, conhecida também por cânhamo. Os
sinônimos mais conhecidos são diamba ou liamba(Brasil) ou ainda fumo ou pau de
Angola, marijuana (México), Mary Jane e pot (EEUU), e outros como charas, bhang,
erva, etc.
Em geral a planta adulta (a feminina é mais procurada por conter mais princípio
psicoativo) é cortada, secada, picada, semipulverizada e acondicionada em pacotes
(prensada) para tráfico, ou a varejo em invólucros típicos (como pequenos charutos),
chamados de paranga, pacau, dólar, perna, galo, etc. Este material mais fragmentado é
envolto em pequenos pedaços de papel fino formando os cigarros, prontos para uso, o
fininho ou o baseado, dependendo do tamanho. Também usa-se recolher a resina
que envolve as inflorescências da planta que é o haxixe.
Estudiosos afirmam que a planta era conhecida pelos chineses há mais de
5000 anos antes de Cristo e que antes disto outros povos, como os sumérios, já a
conheciam.
No século XI havia no Oriente uma seita de fanáticos comandados por
HASSAN-IBN-AL-SABHAD, conhecido como príncipe do Líbano, que deu origem à
lenda do “velho da montanha”. Construiu palácios e verdadeiros paraísos onde permitia
a seus seguidores gozarem lascivamente o que a mais ardente imaginação pudesse
conceber, contanto que o seguissem e obedecessem cegamente, roubando,
saqueando e matando principalmente cristãos. Usavam haxixe (que na época era toda
a planta, o que hoje é a maconha) e por isto eram conhecidos como hashishins,
palavra que por curruptela derivou até nós como assassinos.
A planta adulta pode atingir até 7 metros de altura, embora modernamente com
técnicas de cultivo, adubos, mata-matos, etc. a maturação da planta é acelerada (+-
1,5m já está apta a ser cortada) além de permitir várias colheitas ao ano. As folhas
contém folíolas em número impar, variando de 3 a 11 (excepcionalmente 13).
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Os efeitos dependem da quantidade do princípio psicoativo, o THC


(tetrahidrocanabinol) apontado como responsável pelos efeitos eufomânicos
concentrado principalmente nas inflorescências. Atualmente os teores chegam a 8% na
planta e até a 16% no haxixe. Forma híbrida da maconha desenvolvida na Holanda
(não de maneira legal e oficial) produz uma variedade que chega a ter 36% de THC e
pelo seu odor forte e repugnante é conhecida por “SKUNK”(gambá), extremamente
perigosa para o ser humano, pela paranóia irreversível que pode provocar ao usuário.
Pelo uso em geral nota-se modificação da fisionomia do intoxicado, do pulso,
da pressão arterial e da diurese. Ocorrem modificações da glicemia (queima açúcar em
demasia) , do sono, do apetite, da estabilidade do sistema neurovegetativo. Nota-se
perturbação de percepção do tempo e espaço onde horas parecem minutos e vice-
versa, midríase, sensação de leveza, mudança de personalidade, congestão da
conjuntiva com dilatação dos vasos sangüíneos dos olhos, apresentando-se os
mesmos avermelhados e injetados, fazendo com que colírios sejam usados para
descongestão.
Naturalmente a ação irritativa da fumaça contribui para isto, podendo-se em
alguns casos notar-se um estreitamento das fendas palpebrais, apresentando-se o
indivíduo com um olhar semelhante a sonolento, chamado ‘olhar de mormaço”.
Também poder-se-á notar secura de boca e garganta além de horripilação.
Devido a variedade de potência das substâncias ativas, não são comuns as
alucinações e alterações de pensamento, porém com altas doses podem surgir
alterações de memória, de pensamento e sentimentos de estranheza.
No início de uso poderá ocorrer tontura, vertigens, náuseas e até vômitos. A
maioria acusa leveza, capazes de grandes esforços sem muita fadiga.
Despersonalização e imaginação erótica, porém com incapacidade progressiva para o
ato sexual também podem ser manifestadas. A suposta ação afrodisíaca é uma ação
sugestiva pelo poder desinibitório desenvolvido de início, somando-se a isto a crença
popular e poder da mente.
Já o sistema cardiovascular é extremamente comprometido, pois pela liberação
de neurotransmissores excitatórios, produz intensa taquicardia, aumento da pulsação,
aumento da quantidade absorvida de monóxido de Carbono com conseqüente redução
do oxigênio. Com o tempo enfraquece o músculo cardíaco, imaginando-se as
conseqüências para quem é cardíaco ou hipertenso.
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Sobre a mente sabe-se que a atenção é comprometida, não mantendo-se nem


fixando-se, inclusive produz uma destruição de neurônios de memória imediata que
não consegue armazenar fatos ou dados recentes e em mais de 45%, deixa o usuário
com problemas mentais irreversíveis. A semelhança entre os efeitos de grandes doses
de maconha (haxixe e skunk principalmente) e outros alucinógenos como LSD e
mescalina é digna de nota.
Produz crise de desmotivação ( SOC= síndrome orgânica cerebral) incluindo
frouxidão emocional, que parece estar relacionada com a destruição dos neurônios,
podendo o indivíduo sob uso contínuo ser levado a uma deterioração psíquica,
chegando à insanidade.
A médio e longo prazo age sobre os pulmões. De início dilatam os brônquios e
após o efeito se inverte levando a bronquite, asma, faringite, sinusite, entre outros. O
aumento de células macrófagas nos pulmões provoca obstrução da função
percebendo-se um ronco típico. Naturalmente some-se a isto o desenvolvimento de
“aspergilose”, grave micose que afeta os pulmões produzindo verdadeiras cavernas,
disseminando-se pelo sangue, coração, meninges e ossos, fruto da contaminação da
erva pelo fungo “Aspergillus Fumigatus” sendo encontrado em cerca de 50% do
material destinado a uso. Além disto a aspiração de gases tóxicos, pela queima, como
benzopireno, benzantraceno, etc., que são carcinogênicos contribuem para a formação
de lesões malignas ou pré-malígnas, células com metaplasia escamosa a um passo de
células cancerosas.
Deve dar-se especial atenção ao sistema imunológico, pois é um dos efeitos a
longo prazo. A droga provoca redução dos mecanismos de defesa orgânica, pois os
canabinóides inibem os ácidos nucleicos e agem diretamente sobre o DNA inibindo sua
síntese e prejudicando a produção de anticorpos, concentrando-se o estudo atualmente
sobre os linfócitos T, glóbulos brancos que constituem cerca de 70% dos linfócitos do
sangue responsáveis pela defesa orgânica, havendo uma redução destes em mais de
40%, ficando assim o usuário mais desprotegido. Já, Gabriel Nahas provou que a taxa
de divisão dos linfócitos T era 42% mais baixa nos usuários, inclusive provou por
microfotografias que os usuários crônicos apresentaram neutróficlos menores do que
os normais, não arredondados, deformados e com alteração na membrana.
Provoca em realidade um verdadeiro processo de erosão no sistema
imunitário.
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O sistema reprodutor também sofre a ação dos canabinóides. Um bilionésimo


de grama de THC, quando no cérebro, age sobre o hipotálamo, o qual por sua vez age
sobre a pituitária que regula as funções endócrinas e os hormônios sexuais e da
reprodução. Os hormônios masculinos diminuem consideravelmente, especificamente
a testosterona ( hormônio da libido característico do homem), além da gonadotropina,
diminuindo assim o poder da atividade sexual masculina, inclusive pesquisas recentes
revelam proporcionalmente aumento dos hormônios femininos no homem,
especialmente de estrógenos, sendo a ginecomastia motivo de preocupação.
No mais, tem se observado espermatogênese bem como deformidades de
espermatozóides e ainda redução do tamanho e peso da próstata e dos testículos.
Sabe-se que interfere no desenvolvimento do feto podendo provocar aborto,
parto anormal, mudanças cromossômicas, ou seja, mutagênicas que alteram a
herança, bem como produz sutis anomalias no desenvolvimento de diversos sistemas.
Muitos estudiosos provaram rupturas cromossômicas, divisão grosseira, crescimento
lento do núcleo das células. Do normal de 46 cromossomos, em fumantes crônicos da
Cannabis, foram encontrados cerca de 1/3 das células com oito (8) a trinta e oito (38)
cromossomos.
Interfere no desenvolvimento do feto, podendo inclusive provocar aborto, além
de irregularidades no ciclo menstrual.
Em casos mais extremos, sob efeitos contínuos, pode o indivíduo usuário ser
levado a uma deterioração psíquica chegando à insanidade. E tem gente que quer
“legalizar” o consumo de maconha.

PSICOFÁRMACOS

• Estimulantes: São substâncias que possuem ação elevadora do tonus


psíquico, estimulando a vigília, o humor, diminuindo o cansaço, a falta de
impulso, etc. Exemplo: - Pervitin (der. Anfetamínico).
As anfetaminas e derivados, são dilatadoras dos brônquios e estimulantes do
sistema respiratório. Diminuem (de início) o apetite tiram o sono e aumentam a
atividade psicomotora, por isto mesmo usados como anorexígenos. Perturbam
inibições, trazendo lapsos de confusão e amnésia. Pelo uso contínuo, os usuários
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apresentam nervosismo, forte irritabilidade, vertigens, tremores, delírios e até


alucinações, insônia, arritmia, taquicardia, calafrios, eventual febre , espasmos e
discreta midríase (com quantidade maior a midríase é mais marcante). Os efeitos
antifadiga podem ser seguidos por fadiga pronunciada.
Sendo compostos simpaticomiméticos, produzem aumento da pressão arterial.
Na depressão física e mental, resultado de largas doses, o suicídio pode
ocorrer.
O uso constante pode levar à mudança de personalidade conduzindo a
psicose, dúvida na paralisação súbita, angústia, medo, pânico, mal estar físico. Nota-se
ainda sudorese fétida, hálito pesado e fétido. Sexualmente, após algum tempo, os
usuários chegam a apresentar frigidez e impotência. Estes têm demonstrado ineficácia
ou fortes efeitos colaterais que desaconselham o uso como “moderadores de apetite”.
Produzem dependência psicológica, e em alguns casos física as quais dependem do
estado mental e da personalidade do usuário.

• Depressores: São substâncias que diminuem a atividade mental, baixando


o tônus psíquico, diminuindo a vigília, deprimindo e estreitando a faixa de
intelecto, deprimindo tensões emocionais. Exemplo: gardenal (derivado
barbitúrico). Pelo uso contínuo, nota-se marcha tipo ebriógena, ataxia, faces
congestas, vertigens, insensibilidade, desorientação no tempo e espaço,
letargia, crises de amnésia, confusão mental, choque e até parada cardíaca
(doses maiores), podendo a morte ocorrer após depressão bulbar, fibrilação
ventricular, bronco pneumonia e uremia. Pelo uso contínuo, haverá frigidez
e impotência. Para alguns compostos a depressão pode variar de leve
sedação até o coma.
Alguns compostos provocam dependência psicológica enquanto outros
provocam tolerância e até dependência orgânica, como é o caso dos barbitúricos.

• Cocaína:
É o principal alcalóide extraído das folhas da planta ERYTHROXYLON COCA,
nativa do Perú e Bolívia entre outros.
Penetra no organismo via rinofaringeana principalmente, além de parenteral
entre outras. Atua sobre as fibras nervosas e todo o sistema nervoso central (SNC)
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impedindo a origem e a transmissão dos impulsos nervosos principalmente


perifericamente, sendo portanto excelente anestésico local. Grandes doses produzem
paralisia do SNC. Quando doses elevadas são usadas, ao estado de euforia junta-se
um estado de ansiedade e depressão, ocorrendo idéias paranóides, delírios e até
alucinações visuais, auditivas e táteis. Com doses mais elevadas ainda, podem
provocar convulsões e morte por insuficiência respiratória ou colapso cardíaco
imediato.
Pode-se afirmar que hoje é a droga da euforia, aspirada, injetada, fumada
como pasta básica ou CRACK, sua versão mais barata e impura, incute no usuário,
fantasias de força, poder e sedução
A vasoconstrição que produz, aumenta o poder anestésico. O sistema cardio-
vascular também é muito afetado. Pequenas doses diminuem inicialmente o ritmo
cardíaco enquanto grandes doses produzem aceleração por estimulação central.
Haverá aceleração do metabolismo orgânico.
Em casos agudos nota-se excitação, agitação, riso fácil, agressividade e
confusão de idéias. Alucinações e delírios constituem sérios transtornos mentais.
Em doses super elevadas a morte ocorre quase que de forma fulminante, por
ação direta sobre o miocárdio, por síncope respiratória ou circulatória.

• Transtornos nervosos – midríase, imobilidade da pupila, anestesia,


epilepsia cocaínica com convulsões e perda do conhecimento;
• Transtornos circulatórios – de início ocorre brapnéia e após polipnéia
podendo terminar em síncope respiratória. Ocorrendo ainda suores frios,
desmaios, vômitos e até diarréias.
No caso de intoxicação crônica, nota-se transtornos locais como a corrosão do
tabique nasal e a perfuração do septo, anestesia da mucosa com sensação de
resfriamento. Eventual sangramento, fruto do ataque a mucosa nasal. A cartilagem
interna sofre um processo de verdadeira erosão conhecido como “nariz de rato”. Se a
droga for injetada observa-se abcessos e cicatrizes múltiplas.
Um dos transtornos mais observados é a ebriedade cocaínica, manifestada
pela loquocidade, alegria, excitação alternada com crises de violência. Excitando as
funções cerebrais faz com que o usuário imagine experimentar maior lucidez e
claridade intelectual, daí porque muitos artistas e empresários usam a droga. Pode
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também apresentar-se audacioso e mais disposto contra a fadiga, porém com inerente
agressividade cometendo atos reprováveis e até crimes violentos.
A capacidade genética se perde no homem, porém o apetite sexual se
mantém, bem como o erotismo e ao não poder obter satisfação fisicamente, se inclina
à patologia sexual.
A mulher passa por um estado de exaltação erótica com perda do pudor e
insatisfação. A capacidade psíquica de ambos é cada vez menos produtiva e mais
desviada, com perda de inibições.
A anorexia é habitual, juntamente com alterações do olfato, da audição com
zumbidos e silvos, da visão com diplopia e diminuição da agudeza visual, além de
insônia rebelde.
Muitos manifestam transtornos sensitivos com sensações cutâneas bastante
alteradas com pruridos e formigamentos inclusive microzoopsia, ou seja, a sensação
de que pequenos insetos rastejam sobre a pele é comum, e o usuário com uma agulha
persegue estes “insetos”, ocasionando-se lesões. Gritos, prantos, audição de ruídos
sem a presença dos mesmos são transtornos delirantes também observados, além de
outras alucinações dos sentidos com rapidez de reações o que é perigoso pois não
raciocina com clareza e lucidez, sensação de euforia e êxtase podendo atingir as
raízes da paranóia.
Por via oral facilmente se hidrolisa diminuindo assim sua toxicidade.
Pelo aumento do metabolismo, provoca envelhecimento prematuro.
Provoca dependência psicológica fortíssima enquanto discute-se sua
dependência orgânica, pois muito embora provoque a liberação de neurotransmissores
como serotonina e noradrenalina é possível a recuperação do dependente.
Sabe-se que impede a dopamina ( neurotransmissor orgânico responsável pelo
prazer) de ser reabsorvida, e assim doses elevadas deste constituinte orgânico ficam
excitando os neurônios com fortes doses de prazer, porém como a produção deste
diminui momentaneamente, haverá profunda depressão que cessa com nova dose de
cocaína e assim sucessivamente.
Além disto, bloqueia o mecanismo que devolve outro neurotransmissor para o
nervo, a norepinefrina, provocando um crescimento dos níveis deste constituinte no
SNC, com um perigoso aumento da freqüência cardíaca.
Pensar que os filhos de usuários nasçam com problemas, é compreensível,
uma vez que a cocaína e seus produtos mais baratos como a merla e o crack,
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comprometem o peso, o aparelho respiratório dos bebês, além de seqüelas como


hiperatividade, irritabilidade, falta de concentração, etc.

Opiáceos (opióides):
Da Papaver somniferum (papoula) tira-se dos bulbos, um látex resinoso
branco, que oxida-se pelo oxigênio do ar, escurecendo. É o ópio,( termo que deriva do
grego e significa “suco”) o qual pode ser usado como droga de abuso, porém o mais
importante é que do ópio tiram-se vários alcalóides com conotação medicamentosa
como morfina, codeína, narcotina etc.
A morfina e seu derivado diacetilado a heroína, agem sobre o SNC com
analgesia, supressão de dor, forte euforia quando o usuário não tem dor, sonolência,
alteração do humor, obnubilação mental. Em pessoas com dor nota-se euforia nas
primeiras doses, talvez fruto do alívio obtido.
Em pessoas normais ( sem dor ) podem provocar náuseas e vômitos,
incapacidade de concentração, distúrbios do intelecto, apatia e letargia e baixa da
acuidade visual. Os efeitos psicológicos ultrapassam a ação analgésica por muitas
horas. A depressão respiratória é preocupante. Produz intensa excitação interagindo
com os neurotransmissores , imitando a endorfina, analgésico natural do
cérebro,dando uma ilusão de enxurrada deste , quando então os neurônios cortam a
produção de endorfina, provocando dores insuportáveis, mal estar generalizado,
somente aplacadas com nova dose. Estão entre as piores drogas para aprisionarem
os seres humanos.
A sensibilidade aumenta com o desenvolvimento do cérebro sendo portanto o
homem mais sensível que os animais.
Os centros psíquicos do ser humano são atingidos com perda de atenção e
autodomínio, com impossibilidade de coordenar idéias. Os centros inibidores são
paralisados tornando-se o homem um ser reflexo. Nota-se miose marcante – pupilas
punctiformes - . Deprimem todas as células sensíveis do cérebro. A digestão é
retardada no intestino delgado, sendo causa de constipação intestinal. Podem produzir
depressão do centro respiratório bulbar.
Ataxia, palidez, cianose, pupilas punctiformes, prurido nasal, sudorese,
hipertermia, oligúria (por descarga de grande quantidade de hormônios antidiuréticos),
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frigidez e impotência sexual são comumente observados. Além disto provoca acidose
gasosa pois combina-se com o CO2, diminuído o O2 para a hemoglobina
Outros efeitos observados são mialgias, problemas respiratórios, irregularidade
no ciclo menstrual, debilidade orgânica que pode levar à tuberculose entre outros.
Por pneumonia ou edema pulmonar, bem como outros problemas cardio
respiratórios, poderá ocorrer a morte.
Provocam dependência orgânica, pois interferem de forma bastante séria com
a produção de neurotransmissores, numa forte interação com estes receptores
químicos, principalmente a heroína, provocam uma rápida dependência orgânica com
pouquíssimas chances de cura.
Além disto há o risco de que , pelas injeções intravenosas, ocorram infecções
e doenças como septicemia, aids, hepatite além de tromboses e acidentes vasculares,
levando-se em conta ainda que drogas ilícitas podem vir acompanhadas de impurezas,
de fungos, bactérias e pode ser possível que o usuário morra de infecções agudas,
inclusive o tétano.

• Pela abstinência se observa:


a) Aumento de secreções como suor, lágrimas, catarro nasal e brônquico, e
até vômitos e diarréias intercaladas com crises de constipação.
b) Excitação sensitivomotora com contratura muscular altamente dolorosa, frio
intenso, pele eriçada, dores insuportáveis.
c) Transtornos cardiovasculares com síncopes, vertigens, hipotensão,
taquicardia, etc.
d) Midríase
e) Transtornos psíquicos como ansiedade, irritabilidade, alucinações que
podem levar a demência.

• Cola de sapateiro: Inalantes químicos


Em realidade o problema está no solvente da cola. O tolueno e outros como
thienner, varsol, benzina, etc.
Com a designação “inalantes” encontramos um sem-número de substâncias
químicas capazes de entorpecer as reações emocionais, distorcendo a consciência.
No Brasil a prática de usar inalantes é conhecida como “ cheirar loló”.
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Deprimem o SNC e também a medula óssea, provocando anemia aplástica ao


interferirem na síntese orgânica do sangue.
Inicialmente produzem sintomas de leve embriaguez com euforia e após
depressão com irritabilidade e nervosismo, e por serem relativamente baratos e de
fácil acesso, têm um potencial de abuso muito alto.
Nota-se tonturas, fraqueza, cefaléias, euforia e marcha cambaleante. Entrando
em fase de violência, o delírio quase sempre precede a inconsciência. Provocam
encefalopatia irreversível com ataxia, desordem, falta de coordenação de movimentos
voluntários, tremores, labilidade emocional, e atrofia difusa do cérebro. Muitos usuários
declaram que sentem vertigens, tonturas e “sensação de borboletas”. Em forma aguda,
ocorre óbito por insuficiência respiratória ou por ação direta sobre o miocárdio com
parada cardíaca.
Nos casos de óbito, nota-se hemorragias, petéquias, congestão de todos os
órgãos, aplasia de medula, anemia, necrose ou degeneração gordurosa do coração.
Uma vez dentro do organismo afetam os tecidos ricos em gorduras,
dissolvendo membranas do tecido nervoso alterando seu funcionamento normal.
No início da gravidez podem causar efeitos adversos ao feto, efeitos
teratológicos, deficiências funcionais como redução de peso, altura e mesmo QI, sendo
que alguns ainda são capazes de interromper a gravidez ou danificar células
reprodutivas, prejudicando a concepção.

• Cogumelos:
Existem muitos cogumelos venenosos e alucinógenos. Vamos nos concentrar
no cogumelo muito usado no Brasil e que nasce sobre o excremento do gado
contendo princípios alucinogênicos como psilocibina e psilocina. Usam-se em
decocção. Aparentam-se com a serotonina e por isto estudiosos atribuem os efeitos à
acumulação desta.
São alucinógenos poderosos provocando sonolência e apatia de início, e após,
excitação, euforia, distorção de percepção visuais e táteis, falhas de atenção,
alucinações. Auto satisfação, desejo premente de conversar, necessidade incoercível
de movimentos. Visões muito coloridas e brilhantes com impressão de realidade, com
duração de 8 a 10 horas, recuperando a consciência o seu nível normal. Marcante
midríase.
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A psilocibina e a psilocina são quimicamente corpos indólicos que na esfera


psíquica originam extroversão, falhas de atenção, modificação na percepção de tempo
e espaço, vívidas alucinações coloridas e alterações olfativas..
Também observa-se acentuada midríase , hipotensão , bradicardia, astenia,
calafrios, parestesias, vertigens, dores de cabeça, hipoglicemia e hipocalcemia.
Efeitos bastante precoces são as perturbações neurovegetativas como
lentidão de pulsação, perturbações vaso-motoras e neurológicas marcadas por
vertigens, alterações sensitivas, etc.
Os usuários crônicos podem apresentar déficits de memória
Fungos e outros microorganismos podem trazer conseqüências.

• Mescalina:
Princípio ativo do cactus Lophophora Williansii, o peiote (peyotl), que
desenvolve-se em terreno áridos do México e parte dos EEUU entre outros.
O termo peyotl que dizer “manjar” ou “carne” dos deuses sendo venerado em
épocas passadas pelos apaches Mescaleros, e pelos Astecas em seus rituais cruéis.
Usa-se em decocção ou diretamente as fatias secas da raiz ou mesmo do cactus.
Problemas legais e religiosos foram envolvidos pelo peiote quando seu uso se
espalhou da fronteira mexicana para várias tribos indígenas norte-americanas e em
1918 foi fundada a “Native American Church” que considera o botão do peiote um
sacramento.
É um alucinógeno que excita e depois deprime o SNC, provocando ansiedade,
hiperreflexia dos membros, alucinações vividas com exaltação de cores e luzes, bem
como visuais e táteis manifestando-se sinestesia entre o sentido visual e auditivo,
traduzido por audições coloridas com “visões coloridas”, além de alterações psíquicas.
São comuns as visões caleidoscópicas como se fossem milhares de pedrinhas
brilhantes e coloridas.
Inicialmente há uma fase de excitação com uma espécie de embriaguez,
notando-se após, a fase sensorial que depende da personalidade com sedação e
visões coloridas, modificações das distâncias da forma e relevo dos objetos, sendo
inclusive chamada de droga que faz os olhos maravilhosos.
Na fase da depressão dos centros nervosos, a morte poderá ocorrer por
parada respiratória ou colapso cardio-vascular.
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É comum a mudança de personalidade do usuário, acreditando que se


transforma em outra pessoa, além da paranóia com mania de perseguição e
sensibilização dos centro auditivos., podendo ocorrer ainda catatonia com tendência
contrária a todo e qualquer movimento, mergulhando o indivíduo num verdadeiro
estado psicótico, vivendo unicamente num mundo criado por sua mente alterada.

• LSD: (Lysergic Saüre Diethylamid)


É a dietilamida do ácido lisérgico, sintetizada acidentalmente por Albert
Hoffmann, nos laboratórios da Sandoz na cidade de Basiléia na Suíça, em 1938.
É talvez , o psicotrópico sintético mais potente que se tem conhecimento
Produz alteração do humor tornando-se emotivos com riso e choro fácil.
Vívidas alucinações com alterações visuais, táteis e auditivas. Perturba os processos
intelectuais, levando à confusão e dificuldade de pensar. Nota-se grande midríase e
taquicardia.
Inibe a serotonina a nível dos centros corticais, com efeitos sérios sobre o
cérebro. É um verdadeiro transformador mental com espetacular efeito .alucinógeno,
assemelhando-se em alguns casos a reações esquizofrênicas agudas, podendo a
psicose ser reversível ou não.
Seus efeitos citogenéticos como dano aos cromossomos estão devidamente
confirmados, trazendo anomalia fetal, com aumento do risco de aborto.
Provoca distorção da personalidade, piloereção, fases de excitação e
depressão, sensação de leveza, psicoses, angustia e reflexos aumentados. Pode
ocorrer a morte por parada respiratória.
A LSD provoca sempre de forma marcante o fenômeno da sinestesia, ou seja,
a pessoa pode ver sons, cheirar cores e ouvir objetos.
Há fases de excitação e depressão , ocorrendo às vezes suicídios, ainda que
involuntários, pois o indivíduo tem a sensação de leveza e acredita poder voar ,
projetando-se de lugares altos para a morte.
Causa uma síndrome cerebral não muito bem compreendida ainda, que pode
resultar em efeito de flash back, ou seja o usuário muitas vezes sem usar a droga,
manifesta estados alucinatórios.
Já os usuários crônicos, apresentam déficits intelectuais e de memória, além
de extrema passividade.
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Outros: Santo Daime, casca de banana, fungo de arroz fermentado,


etc.

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