DROGAS PSICOTRÓPICAS
§ Dependência Psíquica:
É aquela que provoca desejo incontido que requer droga para obter prazer,
alívio de desconforto, ou sensação de bem estar, porém pela supressão da mesma em
geral não ocorre síndrome de abstinência e o indivíduo pode deixar o vício com
tratamento adequado.
§ Dependência Orgânica:
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§ Síndrome de Abstinência:
É a característica conseguida pela supressão da droga com sintomas e sinais
físicos insuportáveis, com dores, calafrios, mal estar generalizado etc. Os transtornos
mais nítidos e freqüentes são os psicosomáticos (inter-relação entre processos
mentais, emocionais e sintomatológicos).
O uso do álcool e drogas é hoje um hábito quase comum na sociedade
moderna, podendo ser encontrado em várias situações. Serve de pretexto para
estimular o apetite, como “digestivo”, curar “fossa”, curar insônia, produzir alívio,
comemorar fatos e datas, ficar por “dentro” da onda, etc.
Em realidade, porque as pessoas verdadeiramente se drogam, é uma pergunta
que até agora suscitou opiniões subjetivas. Os caminhos apontam para os neurônios
pois as drogas interferem com a produção normal dos neurotransmissores orgânicos
(substâncias que tornam possível o movimento dos impulsos elétricos através das
extremidades nervosas), ou mesmo podem também criar “falsos” neurotransmissores.
1 - PSICOANALÉPTICAS
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2 - PSICOLÉPTICAS
São psicotrópicos que diminuem a atividade mental, baixando o tonûs psíquico,
diminuindo a vigília, deprimindo tensões, estreitando a faixa do intelecto, produzem
relaxamento, etc. Ex.: derivados barbitúricos.
3 - PSICODISLÉPTICAS
São psicotrópicos que desestruturam a atividade mental, produzindo psicoses,
delírios, alucinações, etc. Ex.: Grupo dos alucinógenos ou despersonalizantes
(maconha); ou grupo dos embriagantes ( inalantes químicos)
• Álcool etílico.
O mais antigo psicotrópico, inclusive permitido pela sociedade e de venda livre,
é o álcool etílico, princípio ativo das bebidas alcoólicas. O termo álcool vem do árabe
el cohol, que quer dizer o impalpável.
Em seu efeito psicotrópico, inicialmente causa aparente euforia (resultado da
ação da droga aos centros encefálicos, deprimindo-os) pois a depressão dos
mecanismos inibitórios do controle causa desinibição. Porém, é um contínuo depressor
do sistema nervoso central.
A história está repleta de fatos dramáticos. Por exemplo, Nero mandou
incendiar Roma quando estava embriagado. Janis Joplin, quando no Brasil, bebia um
litro de creme de ovos e um de fogo paulista antes de cada apresentação, para soltar-
se. Napoleão para sentir-se arrojado, assim como Júlio Cezar, bebia alguns litros de
vinho antes de cada batalha. 75% dos crimes passionais são praticados por
alcoolizados enquanto 50% dos desastres graves são produzidos por alcoolizados e 6
em cada 10 operários que caem de andaimes no Brasil, estavam alcoolizados.
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• Maconha
PSICOFÁRMACOS
• Cocaína:
É o principal alcalóide extraído das folhas da planta ERYTHROXYLON COCA,
nativa do Perú e Bolívia entre outros.
Penetra no organismo via rinofaringeana principalmente, além de parenteral
entre outras. Atua sobre as fibras nervosas e todo o sistema nervoso central (SNC)
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também apresentar-se audacioso e mais disposto contra a fadiga, porém com inerente
agressividade cometendo atos reprováveis e até crimes violentos.
A capacidade genética se perde no homem, porém o apetite sexual se
mantém, bem como o erotismo e ao não poder obter satisfação fisicamente, se inclina
à patologia sexual.
A mulher passa por um estado de exaltação erótica com perda do pudor e
insatisfação. A capacidade psíquica de ambos é cada vez menos produtiva e mais
desviada, com perda de inibições.
A anorexia é habitual, juntamente com alterações do olfato, da audição com
zumbidos e silvos, da visão com diplopia e diminuição da agudeza visual, além de
insônia rebelde.
Muitos manifestam transtornos sensitivos com sensações cutâneas bastante
alteradas com pruridos e formigamentos inclusive microzoopsia, ou seja, a sensação
de que pequenos insetos rastejam sobre a pele é comum, e o usuário com uma agulha
persegue estes “insetos”, ocasionando-se lesões. Gritos, prantos, audição de ruídos
sem a presença dos mesmos são transtornos delirantes também observados, além de
outras alucinações dos sentidos com rapidez de reações o que é perigoso pois não
raciocina com clareza e lucidez, sensação de euforia e êxtase podendo atingir as
raízes da paranóia.
Por via oral facilmente se hidrolisa diminuindo assim sua toxicidade.
Pelo aumento do metabolismo, provoca envelhecimento prematuro.
Provoca dependência psicológica fortíssima enquanto discute-se sua
dependência orgânica, pois muito embora provoque a liberação de neurotransmissores
como serotonina e noradrenalina é possível a recuperação do dependente.
Sabe-se que impede a dopamina ( neurotransmissor orgânico responsável pelo
prazer) de ser reabsorvida, e assim doses elevadas deste constituinte orgânico ficam
excitando os neurônios com fortes doses de prazer, porém como a produção deste
diminui momentaneamente, haverá profunda depressão que cessa com nova dose de
cocaína e assim sucessivamente.
Além disto, bloqueia o mecanismo que devolve outro neurotransmissor para o
nervo, a norepinefrina, provocando um crescimento dos níveis deste constituinte no
SNC, com um perigoso aumento da freqüência cardíaca.
Pensar que os filhos de usuários nasçam com problemas, é compreensível,
uma vez que a cocaína e seus produtos mais baratos como a merla e o crack,
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Opiáceos (opióides):
Da Papaver somniferum (papoula) tira-se dos bulbos, um látex resinoso
branco, que oxida-se pelo oxigênio do ar, escurecendo. É o ópio,( termo que deriva do
grego e significa “suco”) o qual pode ser usado como droga de abuso, porém o mais
importante é que do ópio tiram-se vários alcalóides com conotação medicamentosa
como morfina, codeína, narcotina etc.
A morfina e seu derivado diacetilado a heroína, agem sobre o SNC com
analgesia, supressão de dor, forte euforia quando o usuário não tem dor, sonolência,
alteração do humor, obnubilação mental. Em pessoas com dor nota-se euforia nas
primeiras doses, talvez fruto do alívio obtido.
Em pessoas normais ( sem dor ) podem provocar náuseas e vômitos,
incapacidade de concentração, distúrbios do intelecto, apatia e letargia e baixa da
acuidade visual. Os efeitos psicológicos ultrapassam a ação analgésica por muitas
horas. A depressão respiratória é preocupante. Produz intensa excitação interagindo
com os neurotransmissores , imitando a endorfina, analgésico natural do
cérebro,dando uma ilusão de enxurrada deste , quando então os neurônios cortam a
produção de endorfina, provocando dores insuportáveis, mal estar generalizado,
somente aplacadas com nova dose. Estão entre as piores drogas para aprisionarem
os seres humanos.
A sensibilidade aumenta com o desenvolvimento do cérebro sendo portanto o
homem mais sensível que os animais.
Os centros psíquicos do ser humano são atingidos com perda de atenção e
autodomínio, com impossibilidade de coordenar idéias. Os centros inibidores são
paralisados tornando-se o homem um ser reflexo. Nota-se miose marcante – pupilas
punctiformes - . Deprimem todas as células sensíveis do cérebro. A digestão é
retardada no intestino delgado, sendo causa de constipação intestinal. Podem produzir
depressão do centro respiratório bulbar.
Ataxia, palidez, cianose, pupilas punctiformes, prurido nasal, sudorese,
hipertermia, oligúria (por descarga de grande quantidade de hormônios antidiuréticos),
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frigidez e impotência sexual são comumente observados. Além disto provoca acidose
gasosa pois combina-se com o CO2, diminuído o O2 para a hemoglobina
Outros efeitos observados são mialgias, problemas respiratórios, irregularidade
no ciclo menstrual, debilidade orgânica que pode levar à tuberculose entre outros.
Por pneumonia ou edema pulmonar, bem como outros problemas cardio
respiratórios, poderá ocorrer a morte.
Provocam dependência orgânica, pois interferem de forma bastante séria com
a produção de neurotransmissores, numa forte interação com estes receptores
químicos, principalmente a heroína, provocam uma rápida dependência orgânica com
pouquíssimas chances de cura.
Além disto há o risco de que , pelas injeções intravenosas, ocorram infecções
e doenças como septicemia, aids, hepatite além de tromboses e acidentes vasculares,
levando-se em conta ainda que drogas ilícitas podem vir acompanhadas de impurezas,
de fungos, bactérias e pode ser possível que o usuário morra de infecções agudas,
inclusive o tétano.
• Cogumelos:
Existem muitos cogumelos venenosos e alucinógenos. Vamos nos concentrar
no cogumelo muito usado no Brasil e que nasce sobre o excremento do gado
contendo princípios alucinogênicos como psilocibina e psilocina. Usam-se em
decocção. Aparentam-se com a serotonina e por isto estudiosos atribuem os efeitos à
acumulação desta.
São alucinógenos poderosos provocando sonolência e apatia de início, e após,
excitação, euforia, distorção de percepção visuais e táteis, falhas de atenção,
alucinações. Auto satisfação, desejo premente de conversar, necessidade incoercível
de movimentos. Visões muito coloridas e brilhantes com impressão de realidade, com
duração de 8 a 10 horas, recuperando a consciência o seu nível normal. Marcante
midríase.
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• Mescalina:
Princípio ativo do cactus Lophophora Williansii, o peiote (peyotl), que
desenvolve-se em terreno áridos do México e parte dos EEUU entre outros.
O termo peyotl que dizer “manjar” ou “carne” dos deuses sendo venerado em
épocas passadas pelos apaches Mescaleros, e pelos Astecas em seus rituais cruéis.
Usa-se em decocção ou diretamente as fatias secas da raiz ou mesmo do cactus.
Problemas legais e religiosos foram envolvidos pelo peiote quando seu uso se
espalhou da fronteira mexicana para várias tribos indígenas norte-americanas e em
1918 foi fundada a “Native American Church” que considera o botão do peiote um
sacramento.
É um alucinógeno que excita e depois deprime o SNC, provocando ansiedade,
hiperreflexia dos membros, alucinações vividas com exaltação de cores e luzes, bem
como visuais e táteis manifestando-se sinestesia entre o sentido visual e auditivo,
traduzido por audições coloridas com “visões coloridas”, além de alterações psíquicas.
São comuns as visões caleidoscópicas como se fossem milhares de pedrinhas
brilhantes e coloridas.
Inicialmente há uma fase de excitação com uma espécie de embriaguez,
notando-se após, a fase sensorial que depende da personalidade com sedação e
visões coloridas, modificações das distâncias da forma e relevo dos objetos, sendo
inclusive chamada de droga que faz os olhos maravilhosos.
Na fase da depressão dos centros nervosos, a morte poderá ocorrer por
parada respiratória ou colapso cardio-vascular.
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