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Fichas formativas _ FQA – FISICA 11ºANO

Ficha 3 – Forças e movimentos


Considere g = 10 m s-2

Grupo I

De uma janela a 6,0 m de altura do solo, uma bola, de massa 100 g, é lançada verticalmente para cima,
com velocidade de módulo 4,0 m s−1. A força de resistência do ar que atua sobre a bola é desprezável.

1. Selecione a opção que melhor representa o esboço do gráfico da intensidade da força gravítica, 𝐹g ,
em função do tempo, 𝑡, desde o instante em que a bola é lançada até atingir o solo.

2. Selecione a opção que melhor representa a velocidade, 𝑣⃗, e a aceleração, 𝑎⃗ , da bola num instante
imediatamente após o seu lançamento.
(A) (B) (C) (D)

3. Considerando como referencial o eixo dos 𝑦𝑦, com origem no solo e apontando para cima, a equação
que permite determinar a posição, da bola 𝑦, em função do tempo, 𝑡, em unidades SI, é…
(A) 𝑦 = 6,0 + 4,0𝑡 − 5,0𝑡 2 . (C) 𝑦 = −6,0 + 4,0𝑡 − 5,0𝑡 2 .
(B) 𝑦 = 6,0 − 4,0𝑡 + 5,0𝑡 2 . (D) 𝑦 = −6,0 − 4,0𝑡 + 5,0𝑡 2 .

4. Determine a distância percorrida pela bola desde o instante em que foi lançada até chegar ao solo.
Apresente todas as etapas de resolução.

5. Qual é o módulo da velocidade da bola quando, na descida, volta a passar na posição inicial?
6. Selecione a opção que melhor representa o esboço do gráfico do módulo da velocidade da bola,
|𝑣⃗|, em função da altura, ℎ, medida em relação ao solo, desde o instante em que a bola é lançada
até atingir o solo.

Grupo II

Lançou-se um corpo, de massa 250 g, do ponto P. O corpo sobe o plano inclinado, de atrito não
desprezável, deslocando-se até ao ponto Q em que inverte o sentido do seu movimento. No
referencial escolhido a abcissa do ponto P é 0,84 m.

Com o sensor colocado no ponto R


obtiveram-se os dados relativos ao
movimento. A figura, à direita, representa o
gráfico velocidade-tempo, 𝑣𝑥 (𝑡), do corpo no
seu movimento no plano.

1. Indique, justificando, qual foi o sentido


arbitrado como positivo.

2. Apresente um esboço do gráfico da


componente escalar da posição do corpo,
𝑥 , em função do tempo, 𝑡 , desde o
instante em que o corpo foi lançado (𝑡 =
0 s) até ao instante em que, sobre o plano,
o corpo inverteu o sentido do movimento (ponto Q).
Na sua resposta deve reproduzir o gráfico, no intervalo de tempo considerado, indicando:
‒ as grandezas representadas e as respetivas unidades;
‒ as coordenadas dos pontos que correspondem ao instante em que o corpo foi lançado e ao
instante em que, sobre o plano, o corpo inverteu o sentido do movimento.
3. A aceleração do corpo na subida…
(A) tem direção da reta PQ e sentido de Q para P.
(B) tem sentido oposto à sua aceleração na descida, e é maior.
(C) é simétrica da sua aceleração na descida.
(D) é igual à sua aceleração na descida.

4. Selecione a opção em que se representa corretamente a resultante das forças, 𝐹⃗R , que atuam no
corpo durante a subida de P para Q.
(A) (C)

(B) (D)

Grupo III

Em 1945, Arthur C. Clarke, numa revista de eletrónica amadora, avançou com uma das maiores ideias
das ciências espaciais: o satélite geoestacionário.
Um satélite geoestacionário devia situar-se numa órbita circular especial, a chamada órbita de Clarke.
Essa órbita, sobre o equador da Terra e a cerca de 3,6 × 104 km de altitude, está hoje povoada de
satélites, não só de comunicações, como de meteorologia. Porquê 3,6 × 104 km? É só fazer as contas,
usando a Segunda Lei de Newton e a Lei da Gravitação Universal. […] um satélite a essa altitude
demora um dia a dar a volta à Terra.
Carlos Fiolhais, «Arthur C. Clarke: da órbita ao elevador espacial», Gazeta de Física, vol. 30, n.o 3/4, 2007 (adaptado)

1. Verifique, partindo da Segunda Lei de Newton e da Lei da Gravitação Universal, que um satélite a
3,6×104 km de altitude demora um dia a dar a volta à Terra.
O raio da Terra é 6,4 × 106 m e a massa 5,97 × 1024 kg.
Apresente todas as etapas de resolução.

2. Conclua, justificando, qual o efeito que a força gravítica exercida sobre um satélite geoestacionário tem
sobre a velocidade do satélite.
3. Selecione o esquema onde estão representadas corretamente a resultante das forças exercidas
sobre o satélite S1, 𝐹⃗1 , e sobre o satélite S2, 𝐹⃗2 , de massas iguais, com órbitas circulares em torno
da Terra de raios r1 e r2  2r1 , respetivamente. As forças 𝐹⃗1 e 𝐹⃗2 foram representadas à escala.

(A) (C)

(B) (D)
Resolução FICHA 3 – FORÇAS E MOVIMENTOS

GRUPO I
1. (A)
A bola sobe e, a seguir, desce, mas a força gravítica permanece constante dado que a variação da
distância entre a bola e o centro da Terra, comparada com o raio da Terra, é desprezável.
2. (D)
A seguir ao lançamento a bola sobe, assim a sua velocidade aponta para cima (tem o sentido do
movimento).
Como já foi lançada, a única força a atuar é a força gravítica cujo sentido é para baixo. A aceleração
tem o mesmo sentido da resultante das forças, ou seja, da força gravítica, apontando, também,
para baixo.
3. (A)
1 1
𝑦(𝑡) = 𝑦0 + 𝑣0𝑦 𝑡 + 𝑎𝑦 𝑡 2 ⇒ 𝑦(𝑡) = 6,0 + 4,0𝑡 + × (−10)𝑡 2 (SI) , inicialmente a bola está a
2 2

6,0 m da origem (no sentido positivo), 𝑦0 = 6,0 m, e a componente escalar da sua velocidade, 𝑣0𝑦 ,
é 4,0 m s−1 (aponta para cima, sentido positivo); a componente escalar da sua aceleração, 𝑎𝑦 , é
−10 m s−2 (aponta para baixo, sentido negativo, pois é este o sentido da resultante das forças).
4. A distância percorrida, 𝑑total , pode obter-se a partir da soma da distância percorrida pela bola no
seu movimento de subida, 𝑑1 , com a distância na descida, 𝑑2 .
Determina-se 𝑑1 se se conhecer o instante, 𝑡1 , em que ocorre inversão do sentido do movimento da
bola:
𝑣𝑦 (𝑡1 ) = 0 ⇒ 𝑣0𝑦 − 𝑎𝑦 𝑡1 = 0 ⇒ 4,0 − 10𝑡1 = 0 ⇒ 𝑡1 = 0,40 s .
Durante os primeiros 0,40 s (subida), a componente escalar do deslocamento da bola é
∆𝑦 = 𝑦(𝑡1 ) − 6,0 = 4,0𝑡1 − 5,0𝑡1 2 = 4,0 × 0,40 − 5,0 × 0,402 = 0,80 m ; conclui-se que 𝑑1 =
0,80 m.
A distância 𝑑2 (descida) coincide com a altura máxima, 𝑑2 = |0 − 𝑦(𝑡1 )| = 𝑦(𝑡1 ):
𝑦(𝑡1 ) − 6,0 m = 0,80 m ⇒ 𝑦(𝑡1 ) = 6,8 m.
Assim, conclui-se que
𝑑total = 𝑑1 + 𝑑2 = 0,80 m + 6,8 m = 7,6 m.
5. 4,0 m s−1
Sobre a bola atua apenas a força gravítica, dado a força de resistência do ar ser desprezável. Como
a força gravítica é conservativa, a energia mecânica do sistema bola + Terra, soma da energia
cinética e da energia potencial, permanece constante.
A bola ao passar na mesma posição tem a mesma energia potencial gravítica, e sendo a energia
mecânica constante, conclui-se que a energia cinética é também a mesma, logo o módulo da
velocidade da bola mantém-se igual.
6. (A)
Quando a altura, ℎ, aumenta, o módulo da velocidade, |𝑣⃗|, diminui, assim a função |𝑣⃗|(ℎ) é
decrescente (as opções (B) e (C) são incorretas;
(B) corresponderia ao gráfico de |𝑣⃗| em função do tempo).
Pode determinar-se |𝑣⃗| em função de ℎ, partindo da conservação da energia mecânica do sistema
bola + Terra:
1 1 2𝐸m
2
𝑚𝑣 2 + 𝑚𝑔ℎ = 𝐸m ⇒ 2
𝑚𝑣 2 = 𝐸m − 𝑚𝑔ℎ ⇒ |𝑣⃗| = √ 𝑚
− 2𝑔ℎ em que 𝐸m é uma constante;

esta expressão mostra que a dependência de |𝑣⃗| com ℎ não é linear (a opção (D) é incorreta).

GRUPO II
1. No instante inicial, 𝑡 = 0 s, o corpo sobe e a componente escalar da sua velocidade, 𝑣𝑥 , é negativa,
o que indica que o corpo se move no sentido negativo. Portanto, o sentido positivo é o de descida
(sentido de R para P).
2. Para 𝑡 = 0 s a posição do corpo (ponto P) é 𝑥0 = 0,84 m. A inversão do sentido do movimento dá-
se quando 𝑣𝑥 (𝑡) = 0, o que ocorre no instante 𝑡 = 0,60 s.

A componente escalar do deslocamento do corpo na subida, no intervalo [0; 0,60] s, obtém-se da


área do gráfico 𝑣𝑥 (𝑡) abaixo do eixo das abcissas (área de um triângulo):
−1,8 m s−1 ×0,60 s
∆𝑥 = 2
= −0,54 m.

Pode, pois, determinar-se a posição do corpo no instante 0,60 s:


∆𝑥 = 𝑥f − 𝑥i ⇒ −0,54 m = 𝑥(0,6) − 0,84 m ⇒ 𝑥(0,6) = 0,30 m .
O gráfico 𝑥(𝑡) é uma função decrescente (o movimento é no sentido negativo) e, em módulo, o
declive da tangente ao gráfico diminui (o movimento é retardado), sendo nulo para 𝑡 = 0,60 s.
OU
Para 𝑡 = 0 s a posição do corpo (ponto P) é 𝑥0 = 0,84 m e a componente escalar da velocidade é
𝑣0𝑥 = −1,8 m s−1 .
A inversão do sentido do movimento dá-se quando 𝑣𝑥 (𝑡) = 0, o que ocorre no instante 𝑡 = 0,60 s.
∆𝑣𝑥
A componente escalar da aceleração do corpo na subida, no intervalo [0; 0,60] s, é 𝑎𝑥 = =
∆𝑡
[0−(−1,8)] m s−1
(0,60−0) s
= 3,0 m s−2 . Como a aceleração é constante (no intervalo considerado o declive das

tangentes ao gráfico 𝑣𝑥 (𝑡) é constante), a posição do corpo é dada por:


1
𝑥(𝑡) = 𝑥0 + 𝑣0𝑥 𝑡 + 2 𝑎𝑥 𝑡 2 ⇒ 𝑥(𝑡) = 0,84 − 1,8𝑡 + 1,5𝑡 2 (SI). Com base nesta equação, e

escolhendo uma janela adequada na calculadora gráfica, obtém-se o gráfico pretendido.


3. (A)
O declive do gráfico 𝑣𝑥 (𝑡) dá a componente escalar da aceleração, 𝑎𝑥 , e é sempre positivo (quer na
subida quer na descida). Segue-se que a aceleração aponta sempre no sentido positivo, de Q para P
(sentido contrário ao do movimento inicial do corpo).
OU
O corpo sobe com movimento retardado, logo a aceleração tem sentido oposto à velocidade. Como
a velocidade aponta de P para Q (sentido ascendente), segue-se que a aceleração no intervalo
[0; 0,60] s aponta de Q para P (descendente).
4. (C)
No movimento retilíneo a resultante das forças tem a direção do movimento, a da reta QP. Como o
corpo sobe com movimento retardado, a aceleração tem sentido oposto à velocidade, e, portanto,
também a resultante das forças, apontando de Q para P.

GRUPO III
1. A única força que atua sobre o satélite, de massa 𝑚S , é a força gravítica, de módulo 𝐹g , exercida
𝑚T 𝑚S
pela Terra, de massa 𝑚T , sendo, portanto, a resultante das forças: 𝐹g = 𝐹R ⇒ 𝐺 𝑟2
= 𝑚s 𝑎 ⇒
𝑚T
𝐺 = 𝑎 (𝐺 é a constante de gravitação universal, 𝑎 é o módulo da aceleração do satélite e 𝑟 o raio
𝑟2

da sua órbita, considerada circular).


Sendo a órbita circular, a força gravítica é sempre perpendicular à velocidade (tangente à trajetória),
i. e., a sua direção é radial e o seu sentido centrípeto, logo a aceleração também é centrípeta
𝑣2
( 𝑎 = 𝑎c = 𝑟
) :

a velocidade apenas varia em direção, sendo o seu módulo, 𝑣, constante (movimento circular e uniforme).
Designando por 𝑇 o tempo necessário para o satélite dar a volta à Terra, i.e., percorrer uma distância
igual ao perímetro da sua órbita, segue-se que:
𝑚T 𝑣2 𝑚T 𝑚T 2𝜋 𝑟 2
𝐺 = ⇒ 𝐺 = 𝑣2 ⇒ 𝐺 =( )
𝑟2 𝑟 𝑟 𝑟 𝑇

4 𝜋2 𝑟 3 4 𝜋2 (6,4×106 +3,6×107 )3
⇒ 𝑇 = √ 𝐺𝑚 ⇒ 𝑇 = √ 6,67×10−11 ×5,97×1024 s
T

⇒ 𝑇 = 8,69 × 104 s.
8,69×104 s
Este tempo corresponde a = 24 h, como se pretendia verificar.
60×60 s h−1

2. A força gravítica exercida sobre o satélite é, constantemente, perpendicular à sua velocidade, dado
que para uma órbita circular a força gravítica é radial, e igual à resultante das forças que atuam
sobre o satélite.
Uma vez que a componente da resultante das forças na direção do movimento, tangente à
circunferência, é nula, a força gravítica provoca apenas alteração na direção da velocidade,
mantendo-se o seu módulo constante
OU
A força gravítica exercida sobre o satélite é, constantemente, perpendicular à sua velocidade, dado
que para uma órbita circular a força gravítica é radial, e igual à resultante das forças que atuam
sobre o satélite.
Assim, o trabalho da resultante das forças é nulo e, por isso, a energia cinética permanece
constante, o que significa que o módulo da velocidade é constante. Todavia, não sendo nula a
resultante das forças, há alteração da velocidade que, neste caso, só pode ser na sua direção.
3. (A)
A resultante das forças que atua sobre um satélite é a força gravítica. Sendo as massas dos satélites
iguais, a força gravítica é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre cada satélite e
𝑚T 𝑚S
o centro da Terra (raio da órbita 𝑟): 𝐹g = 𝐺 ; como o raio da órbita do satélite S1 é 2 vezes
𝑟2

menor do que o raio da órbita de S2, conclui-se que a força gravítica sobre S1 é 22 = 4 vezes maior
do que sobre S2:
𝑚 𝑚
𝐹1 𝐺 T 2S 𝑟 2 2𝑟 2
𝑟1
= 𝑚 𝑚 = 𝑟2 2 = ( 𝑟 1 ) = 4.
𝐹2 𝐺 T 2S 1 1
𝑟2

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