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HISTÓRIA DA CULTURA E DA SOCIEDADE

NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

O TERRORISMO NO MUNDO ATUAL

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Olá!
Esta unidade se dedica ao entendimento do conceito de terrorismo e sua representação na sociedade

contemporânea, ao mesmo tempo em que se dá continuidade à discussão sobre globalização e seus desafios.

1 Introdução
A década de 1990 traz novos desafios para a economia mundial, a grande concorrência faz com que áreas de

livre comércio sejam criadas para favorecer determinados países e garantir o crescimento econômico. Enquanto

isso, os Estados Unidos afirmam, cada vez mais, sua posição como única potência mundial, exportando sua

cultura, seu modelo político e econômico.

Essa constante busca de mercados e o processo de globalização da cultura vai favorecer a criação de grupos de

extrema-direita, ligados ou não a ideologias religiosas, que vão buscar defender sua visão de mundo.

Em 11 de setembro, nos Estados Unidos, temos o exemplo de ataque terrorista. Esse acontecimento marcou uma

nova era da política mundial. Afetou as relações econômicas e políticas, tanto internas quanto externas, desde a

criação de leis para aumentar o poder da polícia quanto à intervenção direta em países como Afeganistão e

Iraque.

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2 Terrorismo
O terrorismo é uma forma de violência que pode ter diferentes motivos: religioso, político, nacionalista, étnico

etc. Usa a violência, física ou psicológica, em tempos de paz, como estratégia política. É uma prática bastante

antiga das sociedades, mas teve seu momento se ascensão, por assim dizer, com a Guerra Fria.

Tanto os Estados Unidos como a União Soviética desenvolveram poderosas agências de espionagem e se

utilizaram da espionagem e do terrorismo para legitimar seus poderes. Assim, com a Guerra Fria o terrorismo

incorpora as agências de várias estados.

Hobsbawm diz que:

“Por um lado, a escala de sofrimentos humanos aumentou terrivelmente na década de 1990 e, por

outro lado, as guerras religiosas que eram alimentadas por ideologias seculares expandiram-se com

o retorno a várias formas de fundamentalismo religioso que se manifestaram em cruzadas e

contracruzadas.”

Interesses políticos, econômicos e religiosos passaram a se misturar e a serem defendidos de forma extrema na

forma de ataques à bomba, sequestro de aviões, exterminações em massa.

Essa forma de violência aconteceu em diversas partes do mundo.

Podem ser considerados atos terroristas o assassinato ao arquiduque Francisco Ferdinando, que acabou por dar

início à Primeira Guerra Mundial, os ataques da OLP (Organização Pela Libertação da Palestina) ao Estado de

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Israel, os ataques realizados por organizações como IRA (Exército Republicano Irlandês) durante a década de

1960.

3 Terrorismo - 11/09/2001 nos Estados Unidos


O caso de terrorismo de maior impacto, e por isso mais presente na memória, foi o ataque ao World Trade

Center, nos Estados Unidos, em 11 de Setembro de 2001.

Nesta data dois aviões atingiram as torres gêmeas, o World Trade Center, em Nova Iorque (EUA),

trazendo os prédios abaixo.

Aliados aos ataques aos prédios, outros ataques, como ao Pentágono, foram executados no mesmo dia.

Os aviões foram sequestrados após decolarem, burlando toda a segurança aérea do país e demonstrando como o

plano foi meticulosamente planejado.

Os alvos escolhidos para o ataque representam a posição de potência mundial exercida pelos Estados Unidos. O

World Trade Center era o símbolo da economia capitalista globalizada enquanto o Pentágono, símbolo do

poderio militar estadunidense.

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Tais ataques foram executados por árabes muçulmanos pertencentes à Al-Qaeda, organização fundamentalista e

extremamente conservadora. Sendo Osama Bin Laden, fundador e líder da organização, o responsável pelos

atentados.

Em uma era de globalização e de altos investimentos na indústria, as influências que os EUA exerciam no mundo

se estendiam ao campo cultura. Por isso, tais grupos extremistas em relação aos fundamentos do islamismo

eram contra tal interferência.

Outro fator que contribuiu para a insatisfação em relação aos Estados Unidos está na sua ligação com o Estado de

Israel, os grupos fundamentalistas defensores do islamismo não aceitam tal Estado e, em casos mais extremos,

são a favor de sua exterminação.

A resposta a eles foi imediata com o apoio britânico na imagem do Primeiro-Ministro Tony Blair. Ainda em

outubro de 2001, foram enviadas tropas ao Afeganistão, onde o chefe da Al-Qaeda Osama Bin Laden estava

escondido, apoiado pelos talibãs.

Porém, de forma geral, as relações entre os Estados Unidos e o mundo árabe são controversas, o mesmo grupo

que protegeu e apoiou Bin Laden, o responsável pelos ataques, havia sido aliado dos Estados Unidos, recebendo

ajuda no momento de invasão da URSS, sendo considerados defensores da liberdade.

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O ataque ao Afeganistão foi intenso, dizimando, em sua maioria, civis inocentes.

Logo outros alvos foram encontrados, mais adiante o Iraque do ditador Saddam Hussein, sob a justificativa de

que ali havia a fabricação de armas químicas, proibidas pela ONU. Houve investigações para confirmar tal

suspeita e, mesmo contra todas as evidências, o país foi atacado mesmo sem o apoio da ONU, derrubando o

ditador.

A ocupação norte-americana e britânica não se deu apenas como resposta ao ataque, as relações entre esses

países são também fundamentadas na questão econômica, pois os países árabes em questão possuem grandes

reservas de petróleo, importantíssimo para a economia norte-americana.

No Estados Unidos, grande parte da população apoiou a invasão aos países do Oriente Médio.

Medidas extremas foram tomadas em relação aos árabes, como a aprovação

de leis que aumentavam os poderes da polícia.

Além da perseguição aos árabes que já viviam no país, a entrada de estrangeiros foi dificultada. A liberação dos

vistos passou a ser restrita e difícil, a segurança nos aeroportos foi intensificada e mesmo estrangeiros com visto

e documentação correta foram impedidos de entrar ou pelo menos tiveram problemas para passar pela

segurança.

Prisões e investigações podiam ser executadas sem a necessidade, em alguns casos, de evidências, suspeitos

foram detidos na base militar de Guantánamo, em Cuba.

4 Novos desafios da economia globalizada


Os anos 90 representaram o aumento na disputa pelo mercado internacional.

Nações comunistas começaram a abrir seus mercados e ficava cada vez mais difícil para os Estados Unidos

garantirem sua hegemonia econômica.

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Foi criado um plano de integração entre os Estados Unidos e países da América Latina que se caracterizava

como um grande mercado em expansão e, portanto, seria primordial para os Estados Unidos facilitar as relações

econômicas.

Porém, logo adiante, os Estados Unidos observaram a criação da União Européia e dos Tigres Asiáticos. Esses

blocos econômicos eram áreas de livre comércio que favoreciam e atendiam os interesses desses países. Logo a

América Latina seguiria a mesma tendência.

Em 1994, foi criada o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), uma aliança entre os Estados Unidos,

Canadá e México.

A intenção era facilitar o comércio de mercadorias derrubando taxas alfandegárias e aumentando as exportações

para impulsionar as economias dos países pertencentes. Esse bloco econômico visava, gradualmente, à inclusão

dos demais países da América Latina, porém no mesmo ano foi criado o MERCOSUL.

O MERCOSUL, área de livre comércio de amplo interesse para o investimento europeu e asiático, representando

uma ameaça aos Estados Unidos, composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

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Porém, a criação do bloco não garantiu a independência em relação ao capital estrangeiro. As movimentações

econômicas ainda se estruturavam baseadas nos interesses das grandes multinacionais.

Nesse momento a Rússia, ex-URSS, não se encaixava em nenhuma das novas políticas econômicas, não pertencia

a nenhum bloco. Com a dissolução da URSS o país se transformou em líder da CEI (Comunidade dos Estados

Independentes), o que representou um grande mercado para o país.

Ainda em 1991, iniciou o processo de privatização do comércio, do sistema bancário e da indústria, mas o grupo

que possuía capital para a compra das empresas era composto por mafiosos gerando enorme tensão política no

país e favorecendo o crescimento de grupos de extrema-direita no país. O que acabou por dar mais espaço para

os Estados Unidos ordenarem a economia mundial.

A postura de única potência mundial começava a se tornar cada vez mais real para os Estados Unidos. Sendo o

modelo de avanço econômico, as resistências ao capital norte-americano se tornaram cada vez menores.

O que vem na próxima aula


Livros: HOBSBAWM, Eric J. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Filmes: Fahrenheit 11 de Setembro (2004), Michael Moore. Zeitgeist, o Filme Links: //www.cefetsp.br/edu/eso

/globalizacao/desafiosglob2.html

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Percebeu os desafios enfrentados pela globalização.
• Tratou do terrorismo através do entendimento do que esse conceito representa para a sociedade
contemporânea.

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